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Nas praias de Dakar encontrei um poema negro escrito a azul

Dentro de uma garrafa esverdeada


Com palavras onduladas encaracoladas
slabas douradas vogais abertas

seu corpo era liso sem rugas


sua musicalidade trinava
odores tropicais emanavam de seu ritmo
enquanto as ondas apelavam aos pescadores para a faina
no entanto o poema de to simples e belo
fez-se canto coro das conchas
e os pescadores extasiados ergueram as mos aos cus

Dakar daqueles lugares onde o poema ganha todas as cores


De fazer inveja ao vermelho do cu
Ao azul do mar e da serra ao deus da guerra
De encantar toda a sereia e todos os cardumes
Se tiver essa ventura ali gostaria de casar com uma negra
ao som dos rituais danas movimentos dos nativos
como oferta minha cativa de branco vestida
ou de todas as cores da frica colorida

Dizem que Senghor costumava sentar-se no rochedo


A escrever africa a negritude a me natureza
E toda a tempestade se ajoelhava aos ps de sua alma.

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