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Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

CAPÍTULO 4 - AVALIAÇÃO EXPEDITA


DA VIABILIDADE DA USINA NO LOCAL
SELECIONADO

AVALIAÇÃO EXPEDITA DA VIABILIDADE DA USINA NO LOCAL SELECIONADO


4-2

Eletrobrás DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PCH

SUMÁRIO

CAPÍTULO 4 - AVALIAÇÃO EXPEDITA DA VIABILIDADE DA USINA NO


LOCAL SELECIONADO
Página

4.1 ADEQUABILIDADE DO LOCAL 4-3

4.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS 4-3

4.3 RECONHECIMENTO DO LOCAL 4-4

4.4 AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA VIABILIDADE DO LOCAL SELECIONADO 4-5

4.4.1 VERIFICAÇÃO DO POTENCIAL DO LOCAL 4-5

4.4.2 ARRANJO PRELIMINAR 4-5

4.4.3 IMPACTOS AMBIENTAIS 4-5

AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA VIABILIDADE ECONÔMICA


DO EMPREENDIMENTO 4-6

AVALIAÇÃO EXPEDITA DA VIABILIDADE DA USINA NO LOCAL SELECIONADO - Sumário


4-3

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CAPÍTULO 4

AVALIAÇÃO EXPEDITA DA VIABILIDADE DA USINA NO LOCAL SELECIONADO

4.1 ADEQUABILIDADE DO LOCAL construção em quantidade e com qualidade


adequada, que minimizem as distâncias de
Como citado no Capítulo 2, a pesquisa para transporte até o local das obras;
seleção do melhor local para a implantação de uma
PCH deve ser feita considerando-se os Estudos de - os aspectos a m b i en t a i s do s í t i o devem ser
Inventário (partição de queda) de toda a bacia avaliados de maneira simplificada, de forma a
hidrográfica em foco. permitir a caracterização dos possíveis impactos
do empreendimento sobre a região.
Esse estudo, de acordo com a orientação do
Setor Elétrico, deve ser realizado, obrigatoriamente, 4.2 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
antes de qualquer Estudo de Viabilidade/Projeto
Básico, segundo a metodologia preconizada no Todas as informações existentes sobre a bacia
Manual de Inventário da ANEEL/ELETROBRÁS. na qual será inserida a PCH e sobre o local devem
ser pesquisadas em instituições oficiais, tais como a
Muitas vezes, porém, os estudos de inventário ANEEL, a ELETROBRÁS, a Concessionária de
não consideram locais com pequenos potenciais, Energia, a CPRM, o IBGE, o Serviço Geográfico do
deixando de levantar sítios atraentes para PCH. Em Exército, etc.
outras situações, existem grandes potenciais
aproveitáveis com previsão de implantação em um A ANEEL (www.aneel.gov.br) gerencia um
horizonte distante, tendo em vista seus custos ou imprescindível sistema de informação hidrológica –
mesmo o mercado e o correspondente interesse de SIH, com dados hidrometeorológicos básicos das
empreendedores. O trecho de análise pode ser a principais bacias hidrográficas brasileiras. Tais
cabeceira de uma bacia ou segmento da bacia, cuja dados podem ser obtidos pela Internet. O Sistema
realidade físico-ambiental indica o aproveitamento de Informação do Potencial Hidrelétrico Brasileiro –
do seu potencial hidrelétrico através de PCH. Nestes SIPOT, da ELETROBRÁS (www.eletrobras.gov.br)
casos, convém a realização de um inventário possui dados físicos operativos das principais usinas
hidrelétrico simplificado para levantar os melhores hidrelétricas do Sistema Interligado.
sítios aproveitáveis.
Os Planos Diretores de Recursos Hídricos
Um local adequado para a implantação de uma (PDRH) das bacias hidrográficas deverão ser
PCH deve atender aos seguintes requisitos: consultados. Até o segundo semestre de 1998, já
existiam cerca de 40 (quarenta) PDRH prontos ou
- de preferência, deve existir no local uma queda em elaboração.
natural acentuada que, aliada à altura da
barragem, nestes casos normalmente baixa, Devem ser procurados, também, órgãos dos
proporcionará a queda bruta aproveitável; governos estaduais e municipais. Além desses,
devem ser consultados os Autoprodutores, os
- no local devem existir, naturalmente, ombreiras e Produtores Independentes de energia e as
boas condições de fundação; Concessionárias de energia elétrica que estejam
desenvolvendo ou tenham projetos implantados na
- além disso, deverão existir no local, de preferência, região.
ou na região, jazidas naturais de materiais de

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Para as bacias já inventariadas, a consulta aos projetos de irrigação ou áreas irrigadas, facilmente
estudos existentes é imprescindível, com vistas à observáveis nas imagens de satélite, etc.;
inserção do empreendimento em sintonia com os
estudos de partição de queda já feitos, o que facilita, - análise da c on s i s t ê nc i a d os dados
sobremaneira, os estudos subseqüentes. hidrometeorológicos;

Para as bacias não inventariadas, visando-se a - conhecerem-se os aspectos geológicos e


elaboração do estudo de inventário simplificado, geotécnicos locais;
deverão ser coletados dados, tais como:
- analisar-se a qualidade de água, para verificação
- mapas d iv e rs o s d a r eg i ã o , i nc l u s iv e os das conseqüências sobre o empreendimento, em
rodo-ferroviários, etc.; especial sobre as máquinas;

- fotografias aéreas e mapas cartográficos; - verificação dos locais de lançamento de esgotos


restituições aerofotogramétricas e dados domésticos e industriais;
topográficos;
- avaliação preliminar de possibilidades de
- imagens de satélites; assoreamento próximo do remanso do reservatório
e na desembocadura de algum afluente.
- perfis do rio, caso disponíveis;
4.3 RECONHECIMENTO DO LOCAL
- sistema energético da região;
Após a identificação dos locais, deverá
- dados hidrométricos observados p e l as instituições proceder-se ao reconhecimento, por via terrestre,
oficiais; com vistas a:

- estudos hidrológicos porventura já realizados na - confirmar e/ou a l t e ra r a posição dos locais


bacia; definidos em escritório;

- dados geológicos e geotécnicos, regionais e locais; - verificar todos os estudos e l a b or a d os


preliminarmente, incluindo os de
- dados ambientais sobre a região. interferências/impactos locais e regionais;

Os dados coletados devem ser organizados - identificar as condições geomorfológicas da bacia


com vistas a: ao longo do curso principal e de seus afluentes;

- com base no mapa da bacia hidrográfica, conhecer - avaliar as condições topográficas, hidrológicas,
o perfil do rio a ser estudado e identificar a incluindo inspeção dos postos pluviométricos e
localização de possíveis quedas naturais e/ou dos fluviométricos existentes, e as condições
locais de barramento; geológicas e geotécnicas.

- identificação das principais limitações existentes à Cabe repetir que, nesta fase de estudos, é
formação de reservatórios, mesmo os de extremamente importante observar o aspecto do
pequenas dimensões, na região, tais como melhor aproveitamento possível do potencial
impactos sobre as zonas urbanas e rurais, energético do curso d’água, em absoluta sintonia
rodovias e ferrovias, linhas de transmissão de com o planejamento do Setor Elétrico.
energia e de telecomunicações, reservas
indígenas, áreas de preservação permanente,

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4.4 AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA VIABILIDADE Como EF e = Fc ⋅ Pot , tem-se:


DO LOCAL SELECIONADO
EF e
4.4.1 VERIFICAÇÃO DO POTENCIAL DO LOCAL
Pot = , onde:
Fc
Antes do prosseguimento do detalhamento dos
Pot é a potência instalada (MW);
estudos em nível de Projeto Básico, deverá ser
avaliada a atratividade energético-econômica do Fc o fator de capacidade, adotado, para esta fase,
local selecionado.
igual 0,55.
Inicialmente, deverá ser estimada a energia
Em seguida, deverá ser estimada a vazão de
firme ( EF e ) e a potência a ser instalada no
projeto do vertedouro a partir da vazão específica da
aproveitamento ( Pot ), utilizando-se as seguintes
bacia (l/s/km2) – Regionalização de Vazões (Capítulo
fórmulas:
6). Esse parâmetro poderá ser estimado em função
de informações de bacias com características
µ ⋅ 9,81 ⋅ Q ⋅ H liq
EFe = ⋅ ∆t , ou hidrológicas semelhantes da região e, ainda, com
1000 base na experiência em projetos dessa natureza.

EF e = 0,0083 ⋅ Q ⋅ H liq (MW médio)


4.4.2 ARRANJO PRELIMINAR

onde: A partir dos parâmetros estimados (potência


instalada e vazão de dimensionamento do
EF e = energia firme estimada em MW médios,
vertedouro) e com base nos aspectos topográficos
considerando-se Q e H liq constantes (restituição aerofotogramétrica) e geológico-
durante o funcionamento da usina (1 MW geotécnicos do local, deverá ser elaborado um
médio = 8760 MWh por ano, durante a vida arranjo simplificado do aproveitamento, para efeito
útil da usina); da estimativa de quantidades e de custos do
empreendimento ( Ci ).
µ= rendimento do conjunto turbina-gerador,
sugerindo-se o valor final de 0,85; 4.4.3 IMPACTOS AMBIENTAIS

∆t = intervalo de tempo igual a 1 s; Os principais impactos ambientais, incluindo as


interferências, deverão ser avaliados de forma
Q =vazão mínima medida no local, ou Q95 % , ou, simplificada, em função da área inundada e de
_
ainda, a vazão média ( Q ) ao longo do outros problemas a montante e a jusante do
barramento, como, por exemplo, a questão da
período crítico do sistema interligado (m3/s);
manutenção de vazão sanitária mínima para jusante
nos casos de aproveitamentos de derivação.
Hlíq= queda líquida (m).

Todos os principais impactos deverão ser


A vazão Q para o local deverá ser estimada a
orçados e incluídos na estimativa de custos do
partir de dados de postos hidrométricos da
empreendimento.
bacia/região, conforme metodologia apresentada no
Capítulo 6.

A queda líquida ( H liq ) será igual à queda


4.4.4 ATRATIVIDADE DO EMPREENDIMENTO
bruta menos as perdas hidráulicas, nesta fase
adotadas igual a 3% para casas de força ao “pé” da De posse dos custos aproximados de
barragem e 5% para aduções em túnel/canal. implantação da obra, deverá ser feito um estudo
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econômico, comparando-se a implantação da PCH Graficamente o fluxo de caixa pode ser representado
com outras alternativas de atendimeto ao mercado, da seguinte forma:
que não seja ela. Neste estágio, não é necessário
que seja avaliado o benefício econômico gerado
pela PCH, pois a comparação se dá
especificadamente entre o custo de implantação da
PCH e o custo de atendimento pela outra
VPL =VP alternativ a −VP PCH
alternativa(custo evitado). No fluxo de caixa, o custo
associado à implantação da PCH é composto pelo
investimento inicial e as despesas de O&M durante
a vida útil da usina. O benefício econômico da PCH,
a ser considerado neste fluxo de caixa, é
representado pelo custo de implantação e
respectivas despesas de O&M da outra alternativa
de atendimento com a qual a PCH está sendo
comparada, durante o mesmo período de análise. O
fluxo de caixa descontado deve fornecer um valor
presente líquido(VPL) positivo, indicando que o valor
presente da implantação da PCH é menor que o da
alternativa de comparação.

No caso da PCH, as despesas de O&M podem


ser aproximadas da seguinte forma:

O & M = custo anual de operação e manutenção


da usina (US$/ano), estimado a partir de
composição de custos, experiências
anteriores, etc. Na falta de dados mais
precisos, sugere-se a utilização de um
percentual da ordem de 5% do custo total
do investimento, sem juros durante a
construção

A taxa de desconto a ser utilizada, neste caso,


deverá ser a taxa de oportunidade para
investimentos de infra-estrutura. Usualmente o setor
elétrico tem utilizado uma taxa de desconto de 12%
a.a. e um tempo de vida útil, para usinas
hidrelétricas, de 50 anos.

Ci
alternativa

O&M
alternativa

n
0
Tempo
O&M
PCH

Ci
PCH

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VP
alternativa

0
Tempo

VP

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