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ACÚSTICA arquitetônica

Na acústica arquitetônica, o conceito de som é definido como uma sensação sonora captada pelo nosso
ouvido. No caso da “sala acústica”, mais particularmente o templo, o som deve chegar ao nosso ouvido de
maneira clara e com inteligibilidade. Como se obter isso em um templo é a grande questão. O passo inicial é
evitar os defeitos da forma, evitando-se paredes paralelas, pois o paralelismo provoca o eco. O eco é causado
quando o tempo no qual o ouvinte capta o som refletido for igual ou superior a 1/17 segundos. A forma côncava
deve ser evitada, pois cria focalização do som. Outro fator importante para se ter uma boa acústica é o tempo
de reverberação, que é o intervalo no qual os sons emitidos no interior de um ambiente permanecem dentro
dele. Em locais onde a palavra falada tem mais ênfase, o tempo de reverberação é mais baixo; já em locais
onde a tônica é a música, o tempo de reverberação é maior. Há uma série de valores do tempo de
reverberação que, para a inteligibilidade da palavra, pode ser boa, ao passo que, para a música, pode não ser
– e vice-versa. Para se obter o tempo de reverberação adequado em um templo deve-se usar materiais que
privilegiam a absorção equilibrada do som, tomando o cuidado para que o ambiente não se torne uma “sala
surda” (onde há muita absorção) ou uma “sala viva” (na qual a absorção é ouça e há muita reflexão do som,
prejudicando a inteligibilidade das vogais, consoantes e notas musicais). Na concepção acústica de um templo
não se deve só evitar as formas indesejáveis, mas também possuir superfícies refletoras que possibilitem uma
distribuição uniforme do som dentro do ambiente, produzindo uma espécie de guia para que o som seja
distribuído. Esta distribuição pode ser obtida através de paredes laterais e, principalmente, do forro (teto)
criando uma suave inclinação que reflete o som a partes do ambiente que necessitam de um reforço sonoro.
Todo esse caminho é necessário para se ter um templo com uma acústica adequada. Envolve cálculos, um
estudo minucioso do ambiente e uma pesquisa de materiais que tragam um equilíbrio sonoro, tornando a
inteligibilidade da fala e da música agradáveis ao nosso ouvido. O projeto acústico deve ser minuciosamente
estudado com os mesmos cuidados que se tem com o projeto estrutural e arquitetônico de um edifício. Todos
os detalhes devem ter uma razão de ser para se evitar desperdício e materiais desnecessários. “Mais que o
ruído das grandes águas, mais que as grandes ondas do mar, poderoso é o Senhor nas alturas” (Salmos 93.4).

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