Você está na página 1de 4

Melhor resposta

Por que você quer trabalhar em nossa empresa? Nunca diga, porque é a maior empresa do segmento, ou porque tem um
belo prédio. Tente formular sua resposta em torno de motivações objetivas e claras, as características do cargo, as
perspectivas de mercado, a qualidade dos produtos.
É raro receber uma oferta de emprego logo na primeira entrevista. O mais comum é que o candidato seja submetido a
duas ou três entrevistas, com profissionais de diferentes níveis de hierarquia na empresa. até receber a proposta de
emprego. Em multinacionais, esse processo pode ser mais longo. Em empresas pequenas, nas quais o poder decisório
está nas mãos do patrão, pode ser mais rápido. No livro Como Conquistar um Ótimo Emprego, o consultor Thomas
Case faz uma série de recomendações para a hora da entrevista. A seguir, seu roteiro:

1 - Personalidades que agradam os pesquisadores


Se o currículo é a forma de informar a empresa sobre sua formação e experiência, a entrevista tem a função de mostrar
quem você realmente é. Algumas características pessoais e atitudes costumam causar boa impressão ao entrevistador:
* Energético - Quanto mais vigor e disposição para trabalhar, melhor.
* Motivado - Entusiasmo para superar dificuldades é uma qualidade requisitada.
* Persistente - Mostre que você não desiste de tarefas até atingir o objetivo.
* Responsável - Ninguém gosta de funcionários que não assumem responsabilidades.
* Honesto - Não adiante apenas ser e parecer honesto. É bom apresentar referências que comprovem sua integridade.
* Dedicado - O executivo que veste a camisa da empresa é peça fundamental.
* Analítico - Inteligência e discernimento na hora de tomar decisões devem ser enfatizados.
* Orientação para objetivos - Funcionários dispersivos não crescem na carreira.

2 - Como se comportar na entrevista


É importante adicionar às respostas doses generosas de entusiasmo e seriedade. Algumas dicas:
* Ninguém gosta de pessoas negativas. Seja positivo e otimista.
* Não feche portas. Se o entrevistador perguntar se você mudaria de cidade, diga que pode pensar a respeito.
Dependendo da oferta, pode valer à pena.
* Não fale mal de seus patrões anteriores ou de quem quer que seja.
* Responda conhecendo de antemão a filosofia da empresa, para evitar trombadas.
* Deixe claro que você procura desafio e envolvimento no trabalho.
* Seja sempre objetivo. Quem dá respostas vagas, perde credibilidade.
* Evite dar respostas curtas demais, como sim e não. Aproveite para comunicar suas qualidades, de modo sucinto.

3 - Respostas para as perguntas mais frequentes


* Se o candidato estiver preparado para responder a questões que certamente serão feitas, terá mais chance de causar
boa impressão:
* Por que está deixando seu emprego atual ? Se está empregado, deve dizer que busca novos desafios e oportunidades.
Não fale mal da empresa atual. Se estiver desempregado, conte a verdade. Caso tenha sido demitido por um corte de
custos, diga isso com todas as letras. Se o motivo for outro, diga que cometeu um erro -o de não ser suficientemente
diplomático, por exemplo- aprendeu a lição e não o cometerá novamente. Essa resposta deve ser a mais curta possível.
Se puder, dê referências de seu desempenho.
* Quanto quer ganhar? Se você está empregado, seu poder de barganha é grande e você pode dizer que espera ganhar
mais do que hoje. Explique sua remuneração direta e benefícios. Mas evite dar uma cifra. Deixe isso para a hora em
que a oferta de emprego chegar. Se estiver desempregado, a melhor resposta é: "Sou flexível. Gostaria de ganhar de
acordo com o mercado. Em meu último emprego ganhava o seguinte..."
* Quais seus objetivos de longo prazo? Seja objetivo: ser diretor de engenharia, por exemplo.
* Quais seus objetivos de curto prazo? Seja específico: ser gerente de vendas, por exemplo.
* Que você procura num emprego? Desafio, envolvimento e chance de contribuir com a empresa.
* Por que acha que devemos contratá-lo? Conte como pode, com seu desempenho, gerar lucros para a empresa.
* Você é capaz de trabalhar sob pressão e com prazos definidos? Escolha bons exemplos. Liste as cinco maiores
realizações de sua carreira. Escolha bem e mencione as mais condizentes com o seu objetivo profissional, de
preferência recentes.
* Qual seu ponto forte? Fale de características universalmente desejadas: entusiasmo, persistência, dedicação,
responsabilidade e competência técnica.
* Qual seu ponto fraco? Nunca mencione algo muito negativo. Responda coisas positivas, como ser exigente demais ou
perfeccionista.
* De quanto tempo precisa para trazer uma contribuição para nossa empresa? A partir do primeiro dia, e cada vez mais,
à medida que conhecer melhor a organização.
* Quanto tempo pretende ficar conosco? Enquanto houver oportunidade para crescer e contribuir com a empresa.
* Que acha de seu chefe anterior? Não fale mal. Diga algo como "acho que é um profissional competente".
* Que você não gostava no seu emprego anterior? Diga que gostava. Não se queixe.
* Prontifica-se a substituir seu chefe? "Sem dúvida, sou ambicioso e quero crescer".
* Você é um líder? Ajudou a aumentar lucros? Ajudou a reduzir custos? Responda objetivamente, com resultados.
* Que seus subordinados pensam de você? "Sou respeitado e admirado"
* Já admitiu funcionários? O que considera importante num colaborador? Competência, dedicação, boa índole e
entusiasmo.
* Já demitiu funcionários? Cite o último caso. Prefira um caso positivo.
* Fale sobre você. Seja sucinto e focalize nos resultados. Não trate da vida pessoal.
* Com que tipo de pessoa você tem dificuldade para trabalhar? Diga que se adapta às necessidades e se relaciona
facilmente com todos.
* Quais são as decisões mais difíceis para você? Mostre que é capaz de tomar as decisões necessárias de forma lógica.
Mas, como ser humano, as decisões mais difíceis são as que envolvem a vida dos subordinados.
* Se pudesse começar tudo de novo, que faria diferente? Mostre que é uma pessoa segura e diga que não mudaria nada
de essencial.

4 - Perguntas que você pode fazer ao entrevistador


Sua capacidade em interferir no rumo da conversa vai impressionar o entrevistador. Algumas sugestões de perguntas
que você poderia dizer:
* Quais são os objetivos da empresa?
* Como está mudando a organização na empresa?
* Como essas mudanças vão afetar o trabalho para o qual estou sendo considerado?
* Por quais novos resultados esse cargo vai ser responsável?
* Que qualificações são necessárias para ter um bom desempenho nesse cargo?
* Que aspectos do trabalho atual poderiam ter melhor desempenho ?
* Por que o desempenho não melhorou antes?
* O que você desejaria ver no novo ocupante desse cargo?

5 - Pesquisa a empresa
Você deve informar-se muito bem sobre a empresa para não parecer despreparado para a entrevista. Procure saber o
seguinte:
* Que tipo de produtos vendem
* Onde ficam as instalações.
* Quantos funcionários tem.
* Como se desenvolveu o negócio.
* Quem são os concorrentes.
* Quais as estratégias adotadas.
* Que notícias sobre a empresa saíram nos últimos tempos em jornais e revistas especializadas.
Para conseguir esse tipo de informação, você pode visitar o departamento de vendas da empresa e, sem mencionar que
é candidato a uma vaga, conseguir catálogos. Se for constrangedor, peça a um amigo para fazer isso. Se a empresa for
grande, haverá informações sobre ela em publicações como Melhores e Maiores, da Revista Exame, ou Balanço, da
Gazeta Mercantil.

6 - Outros cuidados na hora da entrevista


O que fazer:
* Chegue cedo e aproveite o tempo de espera para repassar mentalmente sua estratégia.
* A aparência deve ser impecável e formal. Homens devem usar terno azul-marinho ou cinza. Mulheres, tailleur e
sapatos não muito altos.
* Dê um aperto de mão firme, nem muito forte nem muito fraco.
* Sorria. Seja agradável, mas não informal.
* Mire no entrevistador. Não desvie o olhar.
* Responda às perguntas com entusiasmo.
* Mantenha a postura ereta na cadeira.
* Durma bem na noite anterior.
* Escute o entrevistador para detectar o que ele quer.

O que não fazer:


* Não leve outra pessoa com você.
* Não fume. Há empresas que até discriminam fumantes,
* Não peça desculpas na hora de falar de seus pontos fracos.
* Nunca use óculos escuros.
* Jamais implore ao entrevistador que lhe dê trabalho.
* Evite a curiosidade de olhar o que esta à mesa do entrevistador.
* Não conte piadas.
* Cuide bem do seu hálito.
* Evite discussões sobre religião, política ou futebol.

ALUNOS APRENDEM COM “HEADHUNTERS” DICAS SOBRE ENTREVISTAS DE EMPREGO


Recrutadores da Korn/Ferry ensinam aos estudantes do mestrado em administração do Coppead, o que costumam
buscar em um candidato.
Por um lado, a situação em que a jovem carioca Renata de Albuquerque Figueiredo se encontra é invejada por muitos
profissionais em início de carreira. Aos 26 anos, aluna do segundo ano do mestrado em administração do Instituto
Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Renata provavelmente não terá muitos problemas em se recolocar
no mercado no próximo ano, quando acabar a última etapa do mestrado, um intercâmbio em Wharton.Afinal, o curso
do Coppead é o único da América do Sul a constar no ranking dos 100 principais MBAs do mundo elaborado pelo
jornal britânico Financial Times e tem sido alvo fácil das maiores companhias brasileiras e multinacionais na busca por
promissores talentos.
Mas, na outra ponta, Renata não se esquece que, ao optar por fazer o curso em tempo integral no Coppead, abriu mão
de dois anos de experiência profissional em um momento de extrema competitividade no mercado de trabalho. Apesar
de o MBA já lhe garantir na saída um patamar bem superior ao que ela ocupava quando iniciou o curso, a jovem sente-
se insegura em relação ao que vai encontrar pela frente.
Não sabe direito, por exemplo, como deve se comportar nas futuras entrevistas de emprego, já que nem todos o
entrevistadores poderiam entender a sua opção de ficar dois anos mergulhada na vida acadêmica e agora almejar por
posições e salários mais altos que os seus anteriores.
Na última sexta-feira, Renata passou pela primeira vez pelo crivo de um “headhunter”, figura um tanto misteriosa e
temida por grande parte dos profissionais. Foi entrevistada por Augusto Carneiro, sócio do escritório do Rio de Janeiro
da Korn/Ferry, uma das maiores empresas de recrutamento de executivos do mundo. Carneiro buscava um profissional
para atuar na área de marketing da Dentsply, empresa do setor odontológico. Outro candidato entrevistado para a vaga
foi Georges Ayoub Riche, 24 anos, também aluno do Coppead.
Mas as entrevistas foram diferentes daquelas normalmente feitas pelos recrutadores de executivos: foram realizadas em
público, assistidas por cerca de 40 pessoas, colegas de turma do mestrado. Na verdade, tanto a entrevista como a vaga
da Dentsply foram simuladas, a pedido do Coppead. A idéia da escola, explica a assessora de desenvolvimento
institucional, Eva Hirsch Pontes, foi desmistificar para os alunos o trabalho dos ‘headhunters” e ao mesmo tempo sanar
muitas das dúvidas que esses jovens carregam principalmente por interromperem a carreira profissional por dois anos.
“Essas pessoas ainda não possuem disciplina de entrevista, no máximo já passaram por agências de emprego, que é o
oposto do nosso trabalho”, afirma Carneiro, e conduziu uma das entrevistas. A outra foi feita por Carlos Mello,
associado da Korn/Ferry.“É fácil dizer ‘seja você mesmo’na entrevista, mas no fundo você sabe que está sendo
monitorado o tempo todo ”, desabafa Renata, “aprovada” para o cargo.
As entrevistas, no entanto não foram totalmente falsas, explica Carneiro. Dos 44 alunos do MBA, por exemplo, 17
estão inscritos no site de recrutamento de média gerência da Korn/Ferry e são potenciais candidatos a vagas para jovens
talentos. E existe também a possibilidade de a vaga fictícia a Dentsply se tornar real.
Apesar de pessoas em início de carreira não fazerem parte do trabalho principal da Korn/Ferry, voltada para altos
executivos, o sócio da empresa conta que é inevitável comentar informalmente com alguns de seus clientes sobre a
qualidade dos alunos do mestrado. Uma grande companhia do setor de mineração, por exemplo, já está de olho em uma
aluna desse MBA. Na próxima semana, acontece na universidade carioca a tradicional semana de recrutamento, na qual
os alunos do mestrado apresentam seu portfolio a diretores de recursos humanos e dirigentes de empresas dos mais
diversos setores, interessados em contratar um recém-MBA. Santander, HSBC, Companhia Vale do Rio Doce,
McKinsey e Booz Allen & Hamilton são algumas das companhias que já confirmaram presença na semana de
recrutamento. Será uma grande forma de testar o que aprenderam na simulação da entrevista com os “headhunters”.
Recrutadores ensinam passo a passo o que fazer
Como devo me comportar em uma conversa com um “headhunter”? Em que situações ele está apenas me testando?
Qual é o momento de falar sobre salário? O fato de eu ter decidido mudar de área de trabalho após o MBA pode ser um
ponto negativo no meu currículo? A minha experiência anterior me condena? Estas são apenas algumas das muitas
perguntas sobre o momento da entrevista que podem parecer bobas, mas incomodam uma infinidade de
profissionais.Na simulação de entrevista feita para os alunos da Coppead, os “headhunters” da Korn/Ferry Augusto
Carneiro e Carlos Mello deixaram claro que, em primeiro lugar, não é preciso ter medo do entrevistador. E, além disso,
apenas falar a verdade. Afinal, eles não estão ali para criticar o profissional, mas sim para escolher o perfil ideal parra a
vaga que o seu cliente – a empresa – pretende preencher. Uma mudança de rumos, por exemplo, é normal no início da
carreira. “Não estamos preocupados em fazer pegadinhas”, afirma Carneiro.
O processo de seleção dos candidatos passa por diversas etapas. A primeira delas, após a solicitação do cliente, é
encontrar o maior número possível de potenciais candidatos. As buscas são feitas no banco de dados da empresa, no
mercado e também por indicações, explica Mello. Então, escolhidos de oito a dez nomes, se faz o primeiro contato por
telefone.Nessa abordagem inicial, o “headhunter” faz perguntas simples: se a pessoa está feliz com o atual trabalho, o
que quer para a carreira e se gostaria de participar de uma entrevista para uma posição em outra companhia.“Se nessa
conversa bater com o perfil que procuro, chamo para a entrevista”, conta Mello. Gafes comportamentais e de postura?
Não há regras. O importante é usar o bom senso, diz Mello.
A primeira conversa face-a-face serve para confirmar os dados do currículo do candidato. Pouca gente sabe, mas em
grandes empresas de recrutamento o consultor pesquisa, por exemplo, se o nome da pessoa consta em cadastros de
inadimplência, checa nas universidades se ela realmente possui o diploma de conclusão do curso e testa a fluência de
idiomas descrita pelo candidato. Por isso não adianta mentir no currículo.
Em seguida, o consultor pergunta sobre questões profissionais: trabalho atual, empregos passados, responsabilidades,
experiências em liderança de equipes e referencias profissionais para checar as informações. Depois, pergunta sobre a
vida pessoal do candidato: se tem hobbies, pratica esportes, se cuida da saúde, como é a relação com amigos e família.
“É importante saber se a pessoa faz outras coisas além de trabalhar”, diz Mello.
Antes de serem apresentados ao cliente, os candidatos passam por uma entrevista final com um sócio da empresa de
recrutamento, que vai aprovar ou não a escolha. Dois oito ou dez entrevistados inicialmente pelo consultor, seis são
apresentados ao sócio, que geralmente encaminha três nomes ao cliente.
Uma das regras dos “headhunters” é: nunca se fala sobre salário em entrevista, a não ser que o entrevistador toque no
assunto.“Quando o cliente se encanta, ele faz qualquer negócio”, diz Mello. “Se você pergunta quanto vai ganhar logo
na primeira conversa, mostra que está interessado mais no dinheiro do que no desafio.”
Ao final da primeira entrevista, o candidato é informado sobre a empresa interessada na contratação. E a dica é
descobrir o máximo de informações possíveis sobre essa companhia antes da ultima entrevista com o “headhunter”.
“Isso deve ser feito também para você decidir se quer trabalhar lá”, explica Augusto Carneiro. Até porque na conversa
o sócio não vai mais tratar do passado do candidato, mas sim de planos futuros e o que ele poderia agregar ao seu
cliente.As entrevistas envolvem também um teste de cartas, com adjetivos escritos. O candidato escolhe os adjetivos
que mais se encaixam no seu perfil e quais são aqueles que ainda precisam ser aprimorados. “Usamos as cartas não para
testar o candidato, mas porque fazemos o exercício inverso com o cliente”, explica Carneiro. Fonte: Jornal Valor
Econômico -SP – Seção Eu & Carreira- 18/7/2002 – Pg. D4,
por Roberta Lippi, do Rio.

Você também pode gostar