Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sa com uma amiga. Estava trmula, as mos frias e um tanto plida. Na rua,
no queria soltar meu brao e no me olhava no rosto, encarava o cho.
Sentamos para tomar sorvete. Dois adolescentes passaram por ns com
sorrisinhos maliciosos e os olhos pregados em nossas bocas. Eles riram e
continuaram andando. Minha amiga deixou o sorvete de lado. Agora achava
que ela iria vomitar, de to verde que estava.
Odiava aquele tipo de cara, j no era uma falta de respeito sem tamanho
no podermos comer uma banana ou chupar um pirulito em pblico sem
recebermos esse tipo de ateno, agora, tomar um sorvete num dia quente
era o que bastava para excitar dois adolescentes mal educados.
Samos dali. Fizemos uma curva na esquina e paramos no semforo. Uma
moa na bicicleta passou voando por ns na ciclofaixa equanto esperavamos
o sinal ficar verde.
De um carro, uma voz masculina grita,
- Queria ser este banquinho da bicicleta, delicia!
Ela parou assustada e olhou para todos os lados antes de ver o dono da
gracinha. Estavamos perto da obra do trem, lotado de homens que riam. O
sinal ficou verde. Minha amiga olhava eles rindo e me olhava, ela no saia do
lugar.
A moa da bicicleta mostrou o dedo do meio para os homens da construo e
sumiu com a bicicleta. Eles riram ainda mais enquanto olhavam a bunda dela
na bicicleta.
Passei o brao ao redor da minha amiga e calmamente saimos de perto
daquelas pessoas.
Eu j estava muito preocupada com ela naquele momento, mas no queria a
forar a nada. Sabia que algo tinha acontecido.
Entramos no shopping e eu tentei convenc-la a comprar algumas besteiras
comigo, chegui ao ponto de dizer que eu pagava. Um sorriso triste cobriu o
seu rosto. Ela murmurrou algo sobre ser um milagre, deixando claro aqui, sou
uma das pessoas mais mo-fechada que ela conhecia. E achei que as coisas
estavam melhorando para ela.
Antes de entrar na loja, um beb comeou a chorar no carrinho. O pai parou
de empurrar e a me o tirou de dentro. Sentaram num dos bancos de