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+noção de Criança e Infância - Diálogos, Reflexões, Interlocuções
+noção de Criança e Infância - Diálogos, Reflexões, Interlocuções
DE
CRIANA
E
INFNCIA:
DILOGOS,
REFLEXES,
INTERLOCUES. Michele G. Bredel de Castro, Universidade Federal Fluminense,
Niteri/RJ. michelebredel@gmail.com
Resumo: Nunca se deu tanta ateno aos estudos da criana e da infncia O que
a infncia afinal? As respostas a estas questes variam conforme a concepo que
se tem delas. Para alguns uma fase da vida onde reina a fantasia e a liberdade.
Outros ainda consideram a infncia como uma fase em que a criana vai ser
preparada para o futuro. Partindo destas interrogaes esta comunicao tem como
proposta discutir a evoluo do conceito de criana e infncia a partir de uma
perspectiva sociolgica. Definiu-se como metodologia uma pesquisa terica em
consonncia com os estudos j realizados no projeto de pesquisa desenvolvido no
doutorado em educao pela Universidade Federal Fluminense, que tm como foco
investigativo questes relacionadas formao de professores atuantes na
educao infantil. Tomou-se como referencial terico os estudos de Goulart (2002),
Quinteiro (1989, 2002, 2005), Pinto, (1997), Sarmento (1997, 2004).
Palavras-chaves: infncia, concepo de infncia, sociologia da infncia, educao
infantil.
Seminrio do 16 COLE vinculado: 13
Nunca se estudou tanto a infncia. Nunca se deu tanta ateno aos estudos
da criana. Mas, o que ser criana? O que a infncia afinal? Quem a criana
hoje? Como se constitui a infncia atualmente? As respostas a estas questes
variam conforme a concepo que se tem delas. Para alguns uma fase da vida
onde reina a fantasia e a liberdade. Para outros, a infncia uma etapa da vida
onde a criana considerada um adulto em miniatura. Outros ainda consideram a
infncia como uma fase em que a criana vai ser preparada para o futuro.
Verifica-se que na atualidade, as discusses sobre a infncia e a criana est
sendo retomada e discutida por pesquisadores e estudiosos de vrias partes do
mundo, nas mais diversas reas, historiadores, antroplogos, socilogos,
psiclogos, educadores, dentre outros, portanto depreende-se que a infncia se
constitui um campo emergente de estudos e uma temtica de natureza
multidisciplinar.
Partindo das indagaes postas nas primeiras linhas deste ensaio esta
comunicao tem como proposta discutir a evoluo do conceito de criana e
infncia a partir de uma perspectiva sociolgica. Definiu-se como metodologia uma
pesquisa terica em consonncia com os estudos j realizados no projeto de
pesquisa desenvolvido no doutorado em educao pela Universidade Federal
Fluminense, que tm como foco investigativo questes relacionadas formao de
professores atuantes na educao infantil. Tomou-se como referencial terico os
estudos de Goulart (2005), Quinteiro (1989, 2002, 2005), Pinto, (1997), Sarmento
(1997, 2004).
Segundo Pinto e Sarmento (1997, p. 33):
Quem quer que se ocupe com a anlise das
concepes de criana que subjazem quer ao
discurso comum quer produo cientfica centrada
no mundo infantil, rapidamente se dar conta de uma
grande disparidade de posies. Uns valorizam
aquilo que a criana j e que a faz ser, de facto,
uma criana; outros, pelo contrrio, enfatizam o que
lhe falta e o que ela poder (ou dever) vir a ser. Uns
insistem na importncia da iniciao ao mundo
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michelebredel@gmail.com
importante salientar que algumas crticas podem ser feitas ao trabalho de ries (1981). Ao
considerar esse interesse pelas crianas e o surgimento da infncia ele o faz segundo uma viso
Ocidental. Uma leitura simplificada de sua obra pode nos levar a concluir que na Europa onde surge
esse sentimento pela infncia, desconsiderando a existncia da diversidade de culturas vividas fora
deste continente. preciso atentar para o fato tambm de que ele considera a infncia, e no uma
infncia diante da multiplicidade de diferentes formas de viv-la.
referenciais de anlise que nos permitam conhecer estes atores sociais que nos
colocam inmeros desafios, seja na vida privada ou na vida pblica.
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