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Direito Penal — PC/RJ PE eee oe | Policia Civil do Rio de Janeiro - 2014 - Direito Penal 100 rT Sumario 1.1 Dos crimes contra a Administracao Publica ... 1.2 Dos crimes contra a dignidade sexual ... 1.3 Questé it Direito Penal — PC/RJ Aula Prof. Pablo Farias Souze Cruz 1.1 Crimes contra a administracaéo publica Crimes contra a administracdo publica Legislacao TETULO XI Peculato mediante erro de| DOS CRIMES CONTRA A Joutrem ADMINISTRACAO PUBLICA Art. 313 - Apropriar-se de| CAPITULO 1 DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONARIO PUBLICO CONTRA A ADMINISTRACAO EM GERAL Peculato Art, 312 - Apropriar-se 0 funcionario publico de dinheiro, valor| Jou qualquer outro bem mével, piiblico Jou particular, de que tem a posse em razdo do cargo, ou desvid-lo, em| proveito préprio ou alheio: Pena - recluséo, de dois a doze| Janos, e multa. § 1° - Aplica-se a mesma pena, Jse 0 funcionario public, embora nao tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que| }seja subtraido, em proveito proprio ou Jalheio, valendo-se de facilidade que Ihe proporciona a qualidade de| funcionario. Peculato culposo § 20 - Se 0 funcionario concorre| lculposamente para o crime de| Joutrem: Pena - detencdo, de trés meses a um ano. § 3° - No caso do paragrafo| Janterior, a reparagéo do dano, se precede sentenca _irrecorrivel, jextingue a punibilidade; se Ihe é posterior, reduz de metade a pena imposta. Jdinheiro ou qualquer utilidade que, no} Jexercicio do cargo, recebeu por erro Jde outrem: Pena - reclusao, de um a quatro Janos, € multa. InsergSo de dados falsos em sistema de informagées (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o| funcionario autorizado, a insercao de Jdados falsos, alterar ou excluir jindevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de Jdados da Administracgo Publica com 0 fim de obter vantagem indevida pare si Ou para outrem ou para causar| dano: (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000)) Pena - reclusdo, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Incluldo pela Lei n° 9.983, de 2000) Modificagao ou alteragao nao jautorizada de sistema de informagées (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) Art, 313-B, Modificar ou alterar, funcionario, sistema de informacées| lou programa de informatica sem jautorizago ou_—solicitagdo.-— de Jautoridade competente: (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) Pena - detenco, de 3 (trés) meses a 2 (dois) anos, e multa. ©) ae (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) Paragrafo Unico. As penas sao| Jaumentadas de um terco até a imetade se da modificagdo ou jalteragéo resulta dano para a JAdministragéo Publica ou para o| ladministrado.(Incluido pela Lei no 9.983, de 2000) Extravio, sonegacdo ou agao de livro ou documento Art. 314 - Extraviar livro oficial Jou qualquer documento, de que tem a Jguarda em razio do cargo; sonegé-lo Jou inutiliza-lo, total ou parcialmente: Pena - reclusdo, de um a quatro| Janos, se o fato n&o constitui crime mais grave. Emprego irregular de verbas| Jou rendas piblicas Art. 315 - Dar as verbas ou rendas publicas aplicaggo diversa da Jestabelecida em lei Pena - detencdo, de um a trés| meses, ou multa, Concussao Art. 316 - Exigir, para si ou para Joutrem, direta ou _indiretamente, Jainda que fora da funcdo ou antes de| jassumi-la, mas em razéo dela, |vantagem indevida: Pena - reclusio, de dois a oito| Janos, e multa. Excesso de exacao § 19 - Se o funciondrio exige| tributo ou contribuicdo social que sabe Jou deveria saber indevido, ou, quando ldevido, emprega na cobranga meio lvexatério ou gravoso, que a lei nao Jautoriza: (Redag3o dada pela Lei n® 8.137, de 27.12.1990) Pena - recluséo, de trés a oito| (Redagao dada anos, e mutta. Direito Penal - PC/RJ Prof. Pablo Farias Souza Cr pela Lei n° 8.137, de 27.12.1990) § 2° - Se 0 funcionario desvia, Jem proveito préprio ou de outrem, 0 que recebeu indevidamente para recolher aos cofres publicos: Pena - reclusio, de dois a doze Janos, e multa. Corrupcao passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da fungdo ou antes de assumi-la, mas Jem razo dela, vantagem indevida, ou Jaceitar promessa de tal vantagem: Pena - reclusio, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redacdo dada pela Lei n° 10.763, de 12.11.2003) § 1° - A pena é aumentada de Jum tergo, se, em conseqiéncia da lvantagem ou promessa, 0 funcionério retarda ou deixa de praticar qualquer Jato de oficio ou o pratica infringindo Jdever funcional. § 29 - Se o funcionario pratica, ldeixa de praticar ou retarda ato de Joficio, com infracio de dever| funcional, cedendo a pedido ou influéncia de outrem: Pena - detencio, de trés meses a Jum ano, ou multa. Facilitagao de contrabando ou descaminho Art, 318 - Facilitar, com infracdo de dever funcional, a prética de Jcontrabando ou descaminho (art. 334): Pena - reclusdo, de 3 (trés) a 8 (cite) anos, e multa. (Redac&o dada pela Lei n° 8.137, de 27.12.1990) Prevaricagao Art, 319 - Retardar ou deixar de Tt praticar, indevidamente, ato de oficio, Jou praticé-lo contra disposicao lexpressa de lei, para _satisfazer| iInteresse ou sentimento pessoal: Pena - detencéo, de trés meses a um ano, € multa, Art, 319-A, Deixar o Diretor de| Penitencidria e/ou agente publico, de Jcumprir seu dever de vedar a0 preso Jo acesso a aparelho telefénico, de rédio ou similar, que permita al Jcomunicagéo com outros presos ou Jcom o ambiente externo: (Incluido pela Lei n° 11.466, de 2007). Pena: detencdo, de 3° (trés) meses a 1 (um) ano. Condescendéncia criminosa Art, 320 - Deixar 0 funcionério, por indulgéncia, de responsabilizar| subordinado que cometeu infracéo no| lexercicio do cargo ou, quando Ihe ffalte competéncia, nao levar o fato ao] da autoridade Pena - detencao, de quinze dias a um més, ou multa. Advocacia administrativa Art, 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse _privado| perante a administracéo publica, valendo-se da qualidade de {funciondrio: Pena - detengdo, de um a trés| meses, ou multa. Paragrafo Unico - Se o interesse é| ilegitirn Pena - detencéo, de trés meses a um ano, além da multa. Violéncia arbitraria Art, 322 - Praticar viol€ncia, no jexercicio de funcdo ou a pretexto de| Jexercé-la: Pena - detencéo, de seis meses a trés anos, além = da_—s pena |correspondente & violéncia. Direito Penal - PC/RJ Pablo Farlas Souza Cruz Abandono de fungao Art. 323 - Abandonar cargo] piiblico, fora dos casos permitidos em leiz Pena - detencdo, de quinze dias a um més, ou multa, § 10 - Se do fato resulta prejuizo piiblico: Pena - detengio, de trés meses a um ano, e multa. § 20 - Se o fato ocorre em lugar lcompreendido na faixa de frontei Pena - detencio, de um a trés Janos, e muta. Exercicio funcional ilegalmente —_antecipado ou prolongado Art, 324 - Entrar no exercicio de funcao publica antes de satisfeitas as exigéncias legais, ou continuar a jexercé-la, sem autorizaco, depois de| saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituido ou suspenso: Pena - detencao, de quinze dias a Jum més, ou multa. Violacao de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que| tem ciéncia em razio do cargo e que Jdeva permanecer em segredo, ou facilitar-Ihe a revelagdo: Pena - detengdo, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato ndo constitui crime mais grave. § 12 Nas mesmas penas deste Jartigo incorre quem: (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) 1 - permite ou facilita, mediante| latribuicao, fornecimento e Jempréstimo de senha ou qualquer Joutra forma, o acesso de pessoas ndo |autorizadas a sistemas de informagées ou banco de dados da [Administragéo Publica; (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) IL - se utiliza, indevidamente, do| 30 © ae jacesso restrito. (Incluido pela Lei n® 9,983, de 2000) § 2° Se da aco ou omissio| resulta dano & Administrag&o Publica Jou a outrem: (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) Pena - reclusdo, de 2 (dois) a 6| (seis) anos, e multa. (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) Violagao do Jde concorréncia Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorréncia publica, oul proporcionar a terceiro o ensejo de Jdevassa-lo: Pena - Detencio, de trés meses a um ano, € multa. de proposta Funcionério piblico Art. 327. - — Considera-se funcionério publico, para os efeitos penais, quem, embora| {transitoriamente ou sem remuneraggo, exerce cargo, emprego| Jou funcdo publica. § 19 - Equipara-se a funcionario| piiblico quem exerce cargo, emprego| Jou fungo em entidade paraestatal, quem —trabalha para. empresa prestadora de servico contratada ou lconveniada para a execucéo de| jatividade tipica da Administragao Pablica. (Incluido pela Lei n° 9.983, de 2000) § 20 - A pena seré aumentada da lterca parte quando os autores dos [crimes previstos neste Capitulo forem Jocupantes de cargos em comissiio ou de fungio | de ~—dirego ow Jassessoramento de érgdo_ da Jadministracao direta, sociedade de| Jeconomia mista, empresa publica ou fundacao instituida pelo poder publico. (Incluido pela Lei n° 6.799, de 1980) (.) Direito Penal — PC/RJ Prof. Pablo Farias Souze Cruz CAPITULO IIT DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRACAO DA JUSTICA Reingresso de estrangeiro Jexpulso Art, 338 - Reingressar no territério nacional o estrangeiro que dele foi expulso: Pena - reclusdo, de um a quatro Janos, sem prejuizo de nova expulséo Japés 0 cumprimento da pena. DenunciagSo caluniosa Art. 339. Dar causa a instauracéo Jde investigagdo policial, de processo |judicial, instauragéo de investigacao fadministrativa, inquérito ci Jde improbidade administrative contra Jalguém, imputando-the crime de que Jo sabe inocente: (Redacdo dada pela Lei n° 10.028, de 2000) Pena - reclusdo, de dois a cito| Janos, e muta. § 10 - A pena é aumentada de| sexta parte, se o agente se serve de Janonimato ou de nome suposto. § 20 - A pena é diminuida de metade, se a imputagio € de pratica ide contravengio. Comunicagao falsa de crime Jou de contravengao Art. 340 - Provocar a acéo de Jautoridade, —comunicando-lhe a Jocorréncia. de crime ou de Jcontravengéo que sabe nao se ter verificado: Pena - detencdo, de um a seis meses, ou multa. Auto-acusacdo falsa Art, 341 - Acusar-se, perante a jautoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem: Pena - detencao, de trés meses a [dois anos, ou multa. 30 Falso testemunho ou falsa| pericia ‘Art, 342. Fazer afirmacéo falsa, Jou negar ou calar a verdade como| ltestemunha, perito, contador, tradutor| Jou intérprete em processo judicial, ou Jadministrativo, inquérito policial, ou lem juizo arbitral: (Redacdo dada pela Lei n° 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusdo, de um a trés| Janos, e multa. § 1° As penas aumentam-se de| um sexto a um tergo, se o crime ¢ praticado mediante suborno ou se| Jcometido com o fim de obter prova ldestinada @ produzir feito em proceso penal, ou em processo civil lem que for parte entidade da Jadministragso publica direta ou indireta.(Redacao dada pela Lei n° 10.268, de 28.8.2001) § 28 0 fato deixa de ser punivel se, antes da sentenca no processo em que ocorreu o ilicito, o agente se retrata ou declara a verdade.(Redacéo dada pela Lei n° 10.268, de 28.8.2001) Art, 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra lvantagem a testemunha, _perito, Jcontador, tradutor ou intérprete, para {fazer afirmaco falsa, negar ou calar a lverdade em depoimento, pericia, Jcdlculos, traducéo ou interpretacao: (Redacio dada pela Lei n° 10.268, de 28.8.2001) Pena - reclusio, de trés a quatro| Janos, e multa.(RedagSo dada pela Lei n° 10.268, de 28.8.2001) Pargrafo Unico. As penas| Jaumentam-se de um sexto a um Itergo, se 0 crime & cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou Jem processo civil em que for parte| Direito Penal - PC/RJ Aula 06 Pablo Farias Sor Jentidade da administragéo publica direta ou indireta. (Redacdéo dada pela Lei n° 10.268, de 28.8.2001) Coagao no curso do proceso Art, 344 - Usar de violéncia ou Jgrave ameaca, com o fim de favorecer interesse proprio ou alheio, contra Jautoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial Jou administrative, ou em juizo arbitral: Pena - reclusdo, de um a quatro Janos, e multa, além da pena Jcorrespondente a violéncia. Exercicio arbitrério.—_das| proprias razées Art. 345 - Fazer justica pelas préprias méos, para __satisfazer| pretenséo, embora legitima, salvo| quando a lei o permite: Pena - detencao, de quinze dias a um més, ou multa, além da pena Jcorrespondente a violéncia. Pardgrafo Unico - Se nao ha Jemprego de violéncia, somente se procede mediante queixa. Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir Jou danificar coisa propria, que se acha lem poder de_—terceiro por! |determinagio judicial ou convencéo: Pena - detengio, de seis meses a Jdois anos, e multa. Fraude processual Art. 347 - Inovar, fartificiosamente, na pendéncia de processo civil ou administrativo, 0 jestado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro 0 |juiz ou 0 perito: Pena - detengio, de trés meses a [dois anos, e multa. Pardgrafo Unico - Se a inovacéo Jse destina a produzir efeito em it processo penal, ainda que nao| iniciado, as penas pli Jdobro. im-se_em. Favorecimento pessoal Art, 348 - Auxiliar a subtrair-se Jacéo de autoridade publica autor de lcrime a que é cominada pena de| reclusao: Pena - detencéo, de um a seis| meses, e multa. § 1° - Se ao crime néo é| Jcominada pena de reclusé Pena - detencdo, de quinze dias a ltrés meses, e multa. § 20 - Se quem presta 0 auxilio é| jascendente, descendente, cénjuge ou irmao do criminoso, fica isento de| pena. Favorecimento real Art, 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptacSo, auxilio destinado a tornar| seguro 0 proveito do crime: Pena - detengdo, de um a seis| meses, e multa. Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a Jentrada de aparelho telefénico de| Jcomunicago mével, de rédio ou similar, sem autorizacéo legal, em Jestabelecimento prisional. (Incluido pela Lei n° 12.012, de 2009). Pena: detengdo, de 3. (trés) meses a 1 (um) ano. (Incluido pela| Lei n° 12.012, de 2009). Exercicio arbitrario ou abuso} de poder Art. 350 - Ordenar ou executar| medida privativa. de _ liberdade| individual, sem as formalidades legais| Jou com abuso de poder Pena - detencao, de um més a um ano. Pardégrafo unico - Na mesma pena incorre o funcionério que: Direito Penal - PC/RJ Prof. Pablo Farias Souza Cruz T - ilegalmente recebe e recolhe| jalguém =a prisdo, © ou Jestabelecimento destinado a execucdo Jde pena privativa de liberdade ou de medida de seguranca; II - prolonga a execugio de pena Jou de medida de seguranga, deixando| Jde expedir em tempo oportuno ou de Jexecutar imediatamente a ordem de liberdade; Ill - submete pessoa que estd Jsob sua guarda ou custédia a vexame Jou a constrangimento no autorizado Jem lei; IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligénci Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de seguranca Art, 351 - Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de seguranca Jdetentiva: Pena - detencio, de seis meses a Jdois anos. § 1° - Se o crime é praticado a mao armada, ou por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento, Ja pena é de recluséo, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. § 2° - Se hé emprego de| violéncia contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente & violencia. § 3° - A pena é de recluséo, de| Jum a quatro anos, se o crime é praticado por pessoa sob cuja Jcustédia ou guarda esté o preso ou o internado. § 4° - No caso de culpa do| funciondrio incumbido da custédia ou Jguarda, aplica-se a pena de detencao, Jde 3 (trés) meses a 1 (um) ano, ou mutta. Evasio mediante violéncia contra a pessoa Art, 352 - Evadir-se ou tentar Jevadir-se 0 preso ou 0 individuo| it submetido a medida de seguranca Jdetentiva, usando de violéncia contra |a pessoa: Pena - detencdo, de trés meses a um ano, além da pena correspondente| ja violéncia, Arrebatamento de preso ‘Art, 353 - Arrebatar preso, a fim Jde maltraté-lo, do poder de quem o| Itenha sob custédia ou guarda: Pena - reclusiio, de um a quatro| Janos, além da pena correspondente & violénci Motim de presos Art, 354 - Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da risa Pena - detencéo, de seis meses a| dois anos, além = da_—ppena |correspondente a violéncia. Patrocinio infiel Art. 355 - Trair, na qualidade de Jadvogado ou procurador, o dever| profissional, prejudicando interesse, Jcujo patrocinio, em juizo, the é [confiado: Pena - detencéo, de seis meses a| trés anos, e multa. Patrocinio simultaneo ou | tergiversagao Paragrafo Unico - Incorre na penal deste artigo 0 advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simulténea_ ou sucessivamente, partes contrérias. Sonegagao de papel ou objeto Jde valor probatério Art. 356 - Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir Jautos, documento ou objeto de valor probatério, que recebeu na qualidade| Jde advogado ou procurador: Pena - detencdo, de seis a trés| Janos, e mutta. Direito Penal - PC/RJ Prof, Pablo Farias Souze Cruz Exploracao de prestigio Art. 357 - Solicitar ou receber Jdinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, ergo do. Miinistério.—PUiblico, funcionario de justiga, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Pena - recluséo, de um a cinco| Janos, muta, Parégrafo nico - As penas| Jaumentam-se de um terco, se o Jagente alega ou insinua que o Jdinheiro ou utilidade também se Jdestina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. Violéncia_ ou Jarrematacao judicial Art, 358 - Impedir, perturbar ou fraudar arrematagao judicial; afastar| Jou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violéncia, grave Jameaca, fraude ou oferecimento de vantagem: Pena - detencdo, de dois meses a Jum ano, ou multa, além da pena Jcorrespondente a violéncia. fraude em Desobediéncia a decisao| |judicial sobre perda ou suspensdo ide direito Art, 359 - Exercer fungéo, jatividade, direito, autoridade ou minus, de que foi suspenso ou privado por deciséo judicial: Pena - detengio, de trés meses a Jdois anos, ou multa. 30 oni Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Souza C Administracéo publica: Tal termo, para fins penais, abrange toda a atividade funcional do Estado e dos demais entes publicos. Disposig6es_gerais: De modo a visualizarmos o contexto em que esta inserida a matéria de hoje, propomos a ilustragéo da topografia dos crimes contra a administracéo publica. Topografia: Capitulo I — crimes praticados por funciondrios publicos contra a Administrago Publica - crimes funcionais (arts. 312 a 327, do CP). Capitulo II - crimes praticados por particulares contra a Administracao Publica (arts. 328 a 337-A). Capitulo I-A - crimes praticados contra a Administragéo Publica dade estrangeira (equivoco) — na verdade, trata-se de crimes contra a credi das transages comerciais internacionais (arts. 337-B a 337-D). Capitulo III - crimes contra a Administracao da Justica (arts. 338 a 359). Capitulo IV - crimes contra as finangas puiblicas (arts. 359-A a 359-H). Crimes funcionais - Capitulo I: praticado por funcionarios publics contra a Administrag&o em geral - neles 0 sujeito ativo é sempre o funciondrio publico e 0 passivo € a Administragéo Publica, podendo com ela concorrer um particular, eventualmente. Admite concurso de pessoas (crime proprio). Todo crime funcional importa em ato de improbidade administrativa (art. 11, da Lei 8.429/92) - atos que ferirem o principio da legalidade por exemplo. Mas nem todo ato de improbidade gera crime funcional. Ha duas espécies de crimes funcionais: Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: a) Propriamente ditos (préprios) - faltando a condig&o de servidor do agente, o fato passa a ser atipico. Caso de atipicidade absoluta. b) _Impropriamente ditos (impréprios) - faltando a condig&io de servidor do agente, deixa de ser crime funcional, passando a ser crime comum. Caso de atipicidade relativa (ex. art. 312). Obs. 0 art. 327, do CP, traz 0 conceit de funcionério puiblico para fins penais (conceito tipico). A exposicéo de motivos é interpretag&o doutrina Exerce fungao publica: jurado, mesério, estagidrio. © antes denominado sindico' de faléncia nao estaria, segundo entendimento majoritério, incluido no conceito de funcionério puiblico para fins penais. § 2° - aumento de pena: érgéo da Administracdo direta, empresas ptblicas, sociedades de economia mista, fundacdes publicas. Néo abrange a autarquia. Prefeito, governador e presidente exercem fungdo de diregdo da Administrag&o direta - 0 STF, por 6 votos a 5, assim entendeu, sendo passivel de aumento previsto no § 2°. Vistas as disposigées gerais dos crimes contra a administracio publica, comentaremos os tipos penais mais cobrados em provas de concursos. Peculato art. 312 So duas as condutas previstas no tipo: a) apropriar-se (peculato-apropriag&o); b) desviar (peculato-desvio). Hoje, administrador judicial, que nao exetce fungao piblica, mas encargo priblico, assim como o tutor dativo. curador dativo. inventariante dativo. advogado dativo. © bem recebido pode ser de natureza piiblica, pertencente a administragéo publica, ou particular, pertencente a pessoa nao integrante da administragao publica. Peculato de uso: Nao ha crime quando o funcionario publico utiliza um bem infungivel, em seu beneficio ou de outrem, mas com a nitida intengao de devolver. Obs.: Inexiste crime quando o agente utiliza um veiculo que Ihe foi confiado para o servico publico em seu préprio beneficio, para assuntos particulares. Configura-se, nessa hipétese, mero ilicito administrative (configura ato de improbidade administrativa). Se se verificar consumo de gasolina ou de outro material, pode restar configurado o peculato em relagfo a tais materiais. Quanto & sua vontade de apossar-se do que nao Ihe pertence, n&o basta © funcionério alegar que sua intenc&o era restituir o que retirou da esfera de disponibilidade da vitima. Nesse sentido, o contexto probatério deve ser claro, a fim de afastar o Animo especifico de aproveitamento, tornando o fato atipico. funcionério que recebe dinheiro ou outro valor de particular e aplica na prépria repartigao, a principio, pode responder por peculato-desvio, pois o valor foi destinado ao Estado. Objeto material: dinheiro, valor ou qualquer outro bem mével. Concurso _de pessoas: A condicéo pessoal do agente (de funcionério piiblico) comunica-se ao coautor , porque elementar do crime (art. 30, CP). 51°: Subtrair (tirar de quem tem a posse ou propriedade) - no se exige que o funcionario tenha o bem sob sua guarda como ocorre na figura do caput. O tipo prevé, ainda, outra hipétese, qual seja, a de concorrer para que 0 bem seja subtraido, dando mostra de que considera conduta principal o fato de © funcionério colaborar para que outrem subtraia o bem da administracéo publica. Prof, Pablo Farias Sou Elemento normativo do tipo: valer-se da facilidade proporcionada pela qualidade de funcioni . Se o agente, ainda que funciondrio, nao se vale do cargo, nem de qualquer facilidade por ele proporcionada, para subtrair bem da administragao publica, comete furto. Peculato culposo E cabivel as trés modalidades do peculato, embora nao havendo conduta direta e ativa. Terceiro se propria, desvia ou subtrai e o funciondrio apenas concorre para o delito. Ele deve ser mero colaborador do crime alheio. O funcionario precisa infringir 0 dever de cuidado objetivo, inerente aos crimes culposos, deixando de vigiar, como deveria, os bens da administragao que estéo em seu poder. Extingue-se a punibilidade quando o agente reparar 0 dano antes do transito em julgado da sentenca condenatéria; caso a restituigdo seja feita posteriormente, ha causa de diminuic&o de pena. Importante: Consumacao: ¥ Peculato-apropriacéio: no momento em que o autor passa a agir como se dono fosse, invertendo a posse do bem (portando-o ostensivamente, deixando devolvé-lo ou vendendo por exemplo); ¥ Peculato-desvio: no momento em que o bem toma destino diverso; ¥ Peculato-furto: no momento em que o autor (ou o coautor) efetiva a subtracdo do bem retirando ele da esfera de vigiléncia da Administracéio Publica, ainda que n&o haja posse mansa e pacifica; ¥ Peculato-culposo: se consuma no momento em que o terceiro se apropria, desvia ou subtrai o bem que estava sob a posse do autor. Peculato mediante erro de outrem art, 313 E 0 chamado peculato-estelionato. Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: O dolo deve ser atual, ocorrendo no momento da conduta. Erro de outrem: E a falsa percepcao da realidade, o engano da vitima nao pode ser causado pelo proprio agente. * Consumag&o: no momento em que o autor passa a agir como se dono fosse, invertendo a posse do bem (portando-o ostensivamente, deixando devolvé-lo ou vendendo por exemplo). No crime de peculato-estelionato, o erro deve ser espontaneo, ou seja, a vitima no foi induzida pelo agente que, simplesmente, se aproveitou da falsa percepcao da realidade na qual j4 estava inserida a vitima. Assim, se erro foi Provocado o crime sera de estelionato (art. 171 do CP com o eventual aumento de pena em caso de preiuizo ao erdrio - § 3°) e ndo o presente, segundo entendimento majoritario. art. 315 © objeto material é a verba publica (dotacfo em dinheiro para o pagamento das despesas do Estado) ou renda piiblica (quantia em dinheiro arrecadada pelo Estado). Questéio importante € diferenciar o presente crime do crime de peculato- estelionato. Aplicagao ilegal de verba Peculato mediante erro ou dinheiro de outrem oO somente a verba ou dinheiro objeto material © objeto material € 0 dinheiro, valor, ou_bem mével, puiblico. publico ou particular. Destinaggo: Ainda que o Destinagao: O desvio aqui é desvio seja_ no _ interesse | feito no interesse particular, ja piblico, se viola a lei (ilegal), estard tipificado o delito. que o tipo exige que seja feito em proveito préprio ou alheio. Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Sou Sujeitos ativo e passivo: O sujeito ativo é o funcionario publico. O sujeito passivo é 0 Estado; secundariamente a entidade de direito ptiblico ou a pessoa diretamente prejudicada. Exige-se elemento subjetivo especifico consistente em destinar a vantagem para si ou para outra pessoa. * ConsumagSo: é crime formal, pois se consuma com a mera exigéncia, independentemente da obteng&o da vantagem. Logo, o recebimento da vantagem é mero exaurimento do crime. ‘A esséncia do crime reside no abuso da fung&o exercida. Por isso, s6 0 servidor ptiblico pode cometé-lo, ainda que nao tenha assumido o cargo, desde que aja em razSo dele. Assim, se percebe que a expressdo: ou antes de assumi-la viabiliza a pratica do crime por particular, ainda que o mesmo esteja agindo isoladamente. Logo, embora o crime seja préprio, o particular, pode, em caso especifico, praticar o referido delito se: 1) estiver prestes a assumir fung&o publica, e 2) realize exigéncia relacionada ao cargo que futuramente iré assumir. Exemplo: Ticio, particular, é aprovado em concurso ptiblico para o cargo de policial federal. Vendo seu nome publicado no diario oficial, resolve recorté-lo e plastificd-lo para, 15 dias antes de sua posse, amedrontar seu vizinho (famosa "carteirada” com o diario oficial), conhecido traficante de drogas, exigindo do mesmo a quantia de R$ 500.000,00 para que nfo efetue as providencias legais decorrentes da situagS0, quando da assungéio do cargo. A ac&o incriminada consiste em exigir vantagem indevida, direta ou indiretamente, em razéo da fungdo publica. Exigir é reclamar, intimar, impor como obrigag&o. A acéio do agente deve obrigatoriamente relacionar-se com o exercicio da fungéio publica exercida ou que vird a exercer. Apesar de ser crime formal, a tentativa, embora de dificil configurag&o, é possivel no célebre exemplo da carta interceptada, onde, ja estando refletida e Oni Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Sou: materializada a exigéncia, a mesma n&o chegou ao seu destinatdrio por circunstancias alheias a vontade do agente. Excesso de exacio - art. 316, §§ 1° e 2° Exacdo: é a cobranca pontual de impostos. Ha duas formas para compor o excesso de exaco: exigir 0 pagamento de tributo ou contribuig&o social indevidos ou empregar meio vexatério na cobranca. * Consumagao: no momento em que é feita a exigéncia indevida ou, se devida, com 0 emprego de meio vexatério ou gravoso, independentemente do sentimento de humilhagao por parte da vitima. 0 crime é sempre doloso, j4 que o agente deve saber que a cobranca é indevida, ou conscientemente emprega nela meio vexatério ou gravoso nao autorizado por lei. Norma penal em branco: E preciso consultar os meios de cobranca, instituidos legalmente, para apurar se esté havendo excesso de exacao. Excesso de exacdo qualificada - §2°: Aqui 0 funcionario desvia (altera o destino original) para si ou para outrem o que recebeu indevidamente. CorrupcSo passiva art, 317 Informamos o estudante que a escolha pela priorizagao da tematica sobre a consumagao como ponto de partida do estudo dos delitos se faz por basicamente duas razées; Diddticas e estatisticas, explicamos: verificamos em sala de aula, j4 apés alguns anos ministrando o contetido da parte especial, que © momento de consumaco do delito, além de gerar natural facilidade na Ont Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: visualizagao (didaticas) de sua execug&o pelo estudante, costuma ser o ponto fulcral de disting3o entre os tipos penais, conhecimento que com maior frequéncia (estatisticas) pode viabilizar o raciocinio juridico correto para acerta as questées objetivas. Sendo assim, continuemos nessa metodologia. * Consumagao: Para a consumacao do crime n&o é imprescindivel estar o agente no exercicio da funcéio, j4 que a lei ressalva a hipdtese da vantagem indevida ser recebida ainda que fora da fungo, ou antes de assumi- la, mas sempre em razSo dela (violagSo do dever funcional). A corrupcao passiva é delito formal na modalidade solicitar e aceitar promessa situac&o em que se consuma com a simples solicitag&o ou aceitacéio de promessa de vantagem, ainda que o bem nao seja entregue. Nao havendo promessa anterior, mas simplesmente a oferta por parte do particular, é no momento do recebimento que o crime se consuma, sendo, nesse caso, crime material. Por fim, vale perceber que o crime em tela (317) convive naturalmente com 0 crime de CorrupgSo Ativa (333), donde se extrai a bilateralidade do comportamento. Logo, se o funcionario recebeu é porque alguém entregou e se o funcionario aceitou promessa ¢é porque alguém prometeu. Visualizemos: CORRUPCAO PASSIVA (artigo 317) | CORRUPCAO ATIVA (artigo 333) Oferecer (corrupcao parte do particular) PASS Prometer (corrupcao parte do Crime formal particular) Oni Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: Por isso € possivel afirmar que no crime de corrupc&o passiva, especificamente nos verbos receber e aceitar promessa, a bilateralidade do comportamento é imprescindivel. Contudo, no verbo solicitar a bilateralidade do comportamento é prescindivel, pois conforme se percebe, nessa modalidade, o crime é formal, j4 que a atuacio do particular configura mero exaurimento do crime. CORRUPGAO PASSIVA (artigo 317) | CORRUPCAO ATIVA (artigo 333) — EBtregar (0 verbo entregar nao esté WN - tipificado) Crime formal. Por outro lado, aproveitamos para registrar que, a corrupcao ativa néo necessariamente seré bilateral, j4 que o particular ndo precisa da aceitagdo da oferta ou da promessa para que seu delito esteja consumado, sendo, nos dois verbos, um crime formal. Assim, concluimos que, enquanto o crime de corrupcéo ativa naturalmente demanda a bilateralidade do comportamento (na maioria das vezes, com excecdo do verbo solicitar), o crime de corrupgao passiva n&o exige a bilateralidade do comportamento. on Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Souza Cr DistingSes: © verbo “entregar” nao esta descrito no artigo ‘Soliciter Assim, se 0 funcionério solicita e 0 particular ‘A corrupgo parte do entrega, a conduta serd atipica para o funcionério puiblico. particular. O particular somente é punido quando a Crime formal corrupcao parte dele. (corrupgao parte do funcionario public) Crime material HEBEEEE (corrupcéo parte do particular) Crime formal HE (corrupcdo parte do particular) solicit Quen antranar naoests Ioan A corrupcao parte do descrito no artigo 333. funconéro pibicc, rerun | Crime formal uma vitima Recaber Oferecer Oferecer Crime material crime formal fccltar promessa rom orometes come forms chine formal Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: art. 318 Quem pratica 0 delito é © funcionario publico com o dever funcional de repreens&o ou prevengéo do contrabando ou descaminho. Caso nao ostente essa atribuigdo funcional responderé pelo delito de contrabando ou descaminho na condig&o de participe. A competéncia sera sempre da Justica Federal, mesmo que o funcionério seja municipal ou estadual. Consumagao: 0 crime se consuma com a efetiva facilitagdo, ciente 0 agente de estar infringindo o seu dever funcional, pouco importando se completou, ou nao, 0 contrabando ou descaminho. Desse modo a doutrina costuma afirmar que o crime é formal, de consumagao antecipada. A tentativa é possivel quando se tratar de facilitagio ativa, caso em que a execugéo do crime admite fracionamento em varios atos ( 0 crime é formal plurissubsistente). Ele é um dos dois Unicos crimes funcionais inafiangaveis (0 que implica dizer que 0 criminoso nao teré direito a defesa preliminar do Art. 514 do CPP). © agente aqui é o funcionario pUblico que auxilia particular na pratica dos crimes de contrabando ou descaminho. Assim, para contextualizar, vale identificar a distingao existente entre os crimes de contrabando e descaminho. CONTRABANDO DESCAMINHO Introduzir ou daqui remeter produto | Nao ha proibigo de introdugdo ou absoluta ou relativamente impedido de| _remessa. A violacdio se refere aqui entrar ou sair. manobras que visem sonegar tributo. Perceba que aqui temos mais uma excecéo pluralista 4 teoria monista, pois caso 0 tipo penal no existisse, o funciondrio publico também responderia pelo contrabando ou pelo descaminho (art. 334). 30 oni P a ae, art, 319 Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Souza C + Consumag&o: no momento em que o autor deixa de praticar 0 que deveria praticar legalmente ou quando realiza o ato apés o prazo legal, ou ainda, respeitando 0 prazo legal, o realiza de maneira indevida. Como o crime pode ser realizado de maneira comissiva ou omissiva, deve- se diferenciar a tentativa. Assim, temos 0 seguinte: 1) No verbo praticar (ago) admiti-se a tentativa; 2) Nos verbos retarder ou deixar de praticar (omisséo) n&o se admite tentativa. Por oportuno devemos fazer expor a disting&o do presente crime com o crime de Corrupcéo Passiva Privilegiada (317, § 2°): CORRUPCAO PASSIVA PRIVILEGIADA (artigo 317, § 2°) PREVARICACAO Nao visa a satisfacdo de interesse ou sentimento pessoal Visa a satisfagdo de interesse ou sentimento pessoal. Exige provocagao externa Nao hd provocagéo externa Art. 317, § 2° - Se o funcionario pratica, deixa de praticar ou retarda ato de offcio, com infracdo de dever funcional, eedendo a Pedido ou influéncia de outrem: Pena - detengio, de trés meses a um ano, ou multa. Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de io, ou pratica-lo contra isposicao expressa de lei, para Pena - detengao, de trés meses a um ano, e multa. Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: art. 319-A A seguir colaciono trecho do adendo eletrénico disponibilizado pelo professor Rogério Greco sobre a inclusdo desse tipo. O trecho abaixo se refere somente & parte que reputo mais provavel de ser cobrada em provas. “Omisséo do dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefénico, de rédio ou similar Caso o diretor de penitencidria e/ou agente publico deixe de cumprir seu dever de vedar ao preso 0 acesso a aparelho telefonico, de rédio ou similar, que permita a comunicagao com outros presos ou com o ambiente externo, dever&o ser responsabilizados pelo delito tipificado no art. 319-A do Cédigo Penal. Devemos ressaltar que o diretor e 0 agente publico no podem ter contribuido para o ingresso dos referidos aparelhos no sistema penitenciério, pois, caso contrério, responder&o pelo delito previsto pelo art. 349-A do Cédigo Penal.” Condescendéncia criminosa art. 320 © crime ocorre quando o superior hierdrquico é condescendente com a conduta criminosa de servidor subordinado. Se esse tipo nao existisse o agente praticaria o crime de PREVARICAGAO. Assim, a condescendéncia criminosa é& uma PREVARICAGAO ESPECIAL, j4 que o interesse ou sentimento pessoal é a tolerancia ou indulgénci . Consumagao: no momento em que o autor se omite na conduta, ou seja, no momento em que deveria realizar ato apto & responsabilizar ou comunicar 0 fato. Tal conduta deve ocorrer téo logo o agente tome conhecimento do fato, o que, em n&o havendo prazo para realizago tomada de providéncia, implicaré na consumagao instantanea do delito. Prof, Pablo Farias Sou Indulgéncia é 0 sentimento de pena, cleméncia, misericérdia, tolerancia. Advocacia admi rativa art, 321 Nao existe infragao se o funciondrio patrocina interesse proprio. Em que pese a rubrica marginal, 0 sujeito ative ndo precisa ser advogado. O crime se consuma no momento em que o agente realiza o ato de patrocinar o interesse alheio, por escrito ou oralmente, ainda que no tenha éxito em beneficiar o particular. Art. 322 Parte da doutrina defende a revogaciio desse artigo pela Lei de Abuso de Autoridade. Contudo, esse entendimento n’o é o que prevalece na jurisprudéncia do STF. Nesse contexto, deatacamos: Modos de atuagio: Pode o agente atuar violentamente quando estiver efetivamente no desempenho de sua fun¢&o ou pode simplesmente argumentar que se encontra no exercicio, quando na verdade nao esta. Concurso de crimes: juntamente com a pratica do delito do art. 322, pune-se o delito violento contra a pessoa (lesdes corporais, vias de fato, tentativa de homicidio, entre outros). Abandono de funcao Art. 323 O Elemento subjetivo do tipo em andlise é 0 dolo. Nao se exige elemento subjetivo especifico”. Objeto material: £ 0 cargo ptblico objeto de abandono. Objeto juridico: E a administragéo publica (interesse patrimonial ou moral). 0 referido crime nao admite tentativa. * Elemento subjetivo especifico é 0 que a doutrina define como especial fim de agi ou © também chamado dolo especifico. Prof, Pablo Farias Sou Em que pese nome do crime, o abandono tipificado aqui é sé do cargo € no da fungao. Logo, nao se fala no crime previsto no art. 323 em caso de abando de funcao realizado por jurado, ou mesério, embora, eventualmente, se possam tipificar outros delitos. O delito de abando de fungéio se qualifica caso 0 fato resulte em prejuizo ptblico ou ocorra em faixa de fronteira. Por faixa de fronteira, definiu o legislador, nos termos do art. 1o da Lei 6.634/79, ser a drea indispensdvel 4 sequranga nacional a faixa interna de 150 km de largura, paralela linha diviséria terrestre do territério nacional. Exercicio funcional ilegalmente antecipado ou prolongado Art. 324 O sujeito ativo é 0 funciondrio publico nomeado, porém que ainda nao tomou posse ou, j4 tendo tomado posse, foi afastado ou exonerado. Trata-se de norma penal em branco pois as exigéncias legais para o funciondrio ptiblico entrar no exercicio do cargo s&o previstas em legislacdo especifica. ViolacSo de sigilo funcional Art. 325 Sujeitos ativo e passivo: O sujeito ativo é 0 funcionario ptblico. O sujeito passivo é 0 Estado; secundariamente, a pessoa prejudicada com a revelacao. Objeto material’: E a informagéo sigilosa, no “caput” e o sistema de informagées ou banco de dados, no §10. Objeto_juridico*: E a administracg&o ptiblica (interesse patrimonial ou moral). A informac&o precisa ter chegado ao conhecimento do funciondrio em razSo do cargo. Trata-se de delito subsididrio, pois néo se aplica quando possivel a aplicagao de normas mais severas ou de tipos previstos em leis especiais, como 5 Objeto material é a pessoa ou coisa sobre a qual reeai a conduta criminosa, * Objeto juridica é o bem juridico tutelado pelo tipo penal. Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: o do art. 94 da Lei 8.666/93. 0 crime pode ser qualificado pelo resultado. E 0 caso previsto no §2° do art. 325. Violagdo do sigilo de proposta de concorréncia Art. 326 Art. revogado pelo art. 94 da Lei 8.666/93. Passemos agora a estudar os crimes contra a Administracgdo da Justica. Reinaresso de estrangeiro expulso Art. 338 Para compreensio do tipo penal, vale distinguir as figuras conhecidas no direito internacional e constitucional como expulsdéo, deportacéo extradicao. Expulsdo: tem carga sancionatéria, estando reservada para os casos descritos no Art. 65 do Estatuto do Estrangeiro. A expulsdo se da através de ato administrativo. Lei n° 6.815/1980 - Estatuto dos Estrangeiros Da Expulsdo Art. 65. E passivel de expulséo o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a seguranca nacional, a ordem politica ou social, a dade ou moralidade publica e a economia popular, ou cujo procedimento o torne nocivo a conveniéncia e aos interesses nacionais. (Renumerado pela Lei n° 6.964, de 09/12/81) Paragrafo Unico. E passivel, também, de expulsdo o estrangeiro que: a) praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanéncia no Bra: b) havendo entrado no ter nacional com infragéo 4 lei, dele nao se retirar no prazo que lhe for determinado para fazé-lo, nao sendo aconselhavel a deportacéo; c) entregar-se 4 vadiagem ou a mendicancia; ou d) desrespeitar proibicgo especialmente prevista em lei para estrangeiro. Deportagdo: mera remocio fisica, sem carga sancionatéria, medida de menor gravidade, como se vé do Art. 57 do Estatuto do Estrangeiro, aplicavel aos casos de mera entrada ou estada irregular. Lei n° 6.815/1980 - Estatuto dos Estrangeiros Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este nao se retirar voluntariamente do territério nacional no prazo fixado em Regulamento, sera promovida sua deportacdo. (Renumerado pela Lei n° 6.964, de 09/12/81) § 1° Sera igualmente deportado o estrangeiro que infringir o posto nos artigos 21, § 2°, 24, 37, § 2°, 98 a 101, §§ 1° ou 2° do ‘igo 104 ou artigo 105. (Renumerado pela Lei n° 6.964, de 09/12/81). Extradig&o: medida de cooperacio judicidria internacional, prevista para © estrangeiro que tenha sido condenado ou esteja sendo processado por crime cometido no estrangeiro. © Art. 338 estd no capitulo dos crimes contra a administrag&o da justica. Mas a expulsdio do estrangeiro se da através de um ato administrativo. Logo, o estrangeiro expulso, quando retorna ao pais, néo esté infringindo um ato judicial, mas um ato administrative. Em razéo disso ha critica na doutrina em raz&o da posigéo do Art. 338 no CP. Sujeito Ativo: Trata-se de crime préprio, somente o praticando o estrangeiro que foi expulso do pais, ndo se cofigurando o crime em tela no caso de estrangeiro deportado ou extraditado. Pergunta: Brasileiro pode praticar este crime? R.: Somente quando é concorrente deste delito por auxiliar o estrangeiro a regressar ao nosso territério. Vitima: é 0 Estado desprestigiado no seu ato de expulsdo. Pergunta: O que se entende por territério nacional para aplicagéo do crime do Art. 338 do CP? E somente o espaco fisico ou abrange o territério nacional por extens&o do Art. 5°, § 19 do CP - territério juridico? CP -Art. 5° § 1° - Para os efeitos penais, consideram-se como extensio do territério nacional as embarcacées e aeronaves brasileiras, de natureza publica ou a servico do governo brasileiro onde quer que se encontrem, Oni Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: bem como as aeronaves e as embarcacées brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaco aéreo correspondente ou em alto-mar. R.: Prevalece o entendimento de que o conceito de territério nacional abrange 0 territério juridico de acordo com 0 §1° do Art. 5° do CP. E imprescindivel para a ocorréncia do crime que o estrangeiro expulso tenha saido e retornado ao pais. A recusa em sair do pais nao é crime. O crime é sair do pais e reingressar. Requisitos do crime do Art. 338 do CP: 1, _ Expulsdo anterior do estrangeiro; 2. Decretag&io da expulsao em procedimento regular; 3. Reingresso do estrangeiro no territério nacional, de forma livre e consciente; 4. © propésito de assim proceder sabendo no se achar revogada a expulsao. No exclui o delito a alegagao de que o regresso se deu por motivo do estrangeiro expulso ter familia no Brasil. Também nfo exclui o delito a pendéncia de um pedido de regularizacéo no pais . Enquanto 0 pedido nao for julgado nao se pode retornar ao pais. O crime € punido a titulo de dolo devendo o agente ter sido formalmente comunicado de que foi expulso do pais. crime se consuma quando o estrangeiro consegue transpor os limites do territério nacional. Pergunta: © crime é permanente ou é€ instantaéneo de efeitos permanentes?? R.: Hd jurisprudéncia minoritéria dizendo que o crime é permanente, havendo julgados neste sentido no STJ. Contudo, para a jurisprudéncia A importincia de se saber isto é porque: se se acha que o crime é permaneate ele aduite o flagrante a qualquer tempo € f prescrigao enquanto ele estiver no pais nao cotreri: agora, se se considerar que ele ¢ instantineo de efeitos pemanentes. se admitiri flagrante quando o estrangeiro traspuser os limites terrioriais e a preserigdo comegard a comer logo depois que o estrangeiro expulso entrar no terrtério do pais. oni Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Sou majoritéria, 0 crime € instantaneo de efeitos permanentes, logo, se admitird 0 flagrante quando o estrangeiro traspuser os limites territoriais e a prescric&o comegaré a correr logo depois que o estrangeiro expulso entrar no territério do pais. DENUNCIACAO CALUNIOSA Art. 339 Pressupostos: 1) sujeito passivo DETERMINADO; 2) imputagio de crime; 3) conhecimento da inocéncia do acusado. Nesse momento vale a pena visualizar as distingdes entre os crimes de denunciagéo caluniosa; calunia; comunicagao falsa de crime ou contravencao e autoacusacao falsa. Hi acusagio contra pessoa determinada, que movimenta Denunciado e ilegitimamente a sn he x denunciante sao a =, Nao ha acusacao administragio da mesma pessoa. > ge 2 contra pessoa Ee justiga. N&o da causa & O crime nao ocorreu Ferimento da honra | instauracdo. alguma. ou se ocorreu ndo 7 4 "| FALSIDADE OBJETIVA . por intermédio da foi ele quem oui, es a. Art. 340 5 maquina judiciéria. praticou. FALSIDADE Art. 341 OBJETIVA E SUBETIVA FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERICIA Art. 342 Pergunta: Esse crime é comum, proprio ou de mao prépria? 1) Se comum, nfo exige qualidade especial do agente e admite coautoria, Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Ferias Souza Cru bem como participacai 2) Se for crime préprio, entao exige condig&o especial do agente e admite coautoria, bem como, participagao. 3) Se entendido que o crime é de mao prépria, vai se entender que o crime exige condig&o especial do agente e que sé admite participagdo, mas nao coautoria A terceira posigéo é a majoritdria. Entretanto, o STF j4 admitiu que o crime é préprio, admitindo também a coautoria (entre a testemunha e 0 advogado). Formas de praticar o crime: Fazer afirmagSo falsa (falsidade positiva) - fala, e distorce a verdade. Negar a verdade (falsidade negativa) - 0 agente fala, nao diz a verdade, e ainda nega que esta ocorreu. Calando a verdade (reticéncia) - 0 agente nao diz a verdade; alias, nao diz nada do que sabe, donde se conclui ser possivel a pratica do delito em questo por omissao. Compromisso: Quanto a testemunha, é essencial que tenha prestado compromisso para que haja crime? R.: Ha grande divergéncia doutrinaria e jurisprudencial, sendo o entendimento do STF no sentido de ser dispensdvel o compromisso para a caracterizag&o do crime, posig&o consagrada no HC 69358/RS (2? Turma). 0 argumento utilizado pelo supremo é que todos tém o dever de dizer a verdade em juizo e a formalidade do compromisso no integra 0 tipo. No crime de falsa pericia, caso o perito mentiroso seja oficial, o fato poderé se enquadrar no crime de corrupgo passiva, e quem subornou responder por corrupgao ativa. Corrupeso ativa de testemunha ou perito Art. 343 Trata-se_de modalidade especial de _participacdo na conduta do art. 342 Prof. Pablo Farias Sou: elevada a cateaoria_de crime auténomo. Constitui ainda tipo especial em relag&o ao art. 333. Ha trés nucleos alternativamente previstos: a) dar (entregar, transferir gratuitamente); b) oferecer (apresentar, exibir, para que seja aceito); c) prometer (obrigar-se a dar). Objeto material é 0 dinheiro ou qualquer outra vantagem. © delito € de forma livre, podendo ser cometido por qualquer meio possivel. Evidente que o falso ha de se referir a fato juridicamente relevante e pertinente ao processo. Assim, nao tratando o falso da realidade da infracdo, das circunstancias do delito e da condiciio pessoal do acusado, inexistiré crime. Para que haja consumagao nao se exige que a vantagem seja aceita. Via de regra, o crime é unisubsistente. No entanto, perfeitamente possivel sua pratica mediante mais de um ato, como no caso em que a proposta é enviada por escrito. Nessa hipétese, haverd fracionabilidade do “iter criminis", 0 que faz com que seja possivel a tentativa. Por processo penal, referido na causa de aumento no § 19, a maior parte doutrina ainda entende inclusos os conceitos de a acdo penal, bem como o de inquérito policial. Coacso no curso do processo Art, 344 0 bem juridico protegido é a administrag&o da justica. A coagéo acaba por perturbar a atividade judicidria e a normalidade da funco jurisdicional. Atinge-se a justica enquanto atividade. Secundariamente, protege-se a incolumidade fisica ou psiquica dos que intervém em processo judicial, policial, administrative ou juizo arbitral. Pode praticar o delito qualquer pessoa interessada direta ou indiretamente no feito. Ha de se entender a violéncia no seu sentido proprio: forca fisica empregada para suplantar a resisténcia oposta ao sujeito passivo (Luiz Régis Prado). Por outro lado, a ameaca é a violéncia destinada a perturbar a liberdade psiquica da vitima pela intimidagao ou promessa de causar-Ihe mal relevante 30 oni Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Souza C (Luiz Régis Prado). Deve ser grave e fundada. A gravidade ha de ser aferida diante da condig&o pessoal da vitima (idade, satide, personalidade, etc.). Nao se exige que mal seja injusto. Processo judicial € 0 dirigido por autoridade judicidria. Pode ser de qualquer espécie, (criminal, civil, trabalhista...). © processo policial corresponde ao inquérito, procedimento administrativo presidido por autoridade policial. J 0 processo administrative € 0 que busca apurar faltas e transgressdes disciplinares ou administrativas dos funciondrios plblicos. Por fim, 0 juizo arbitral é 0 regulado pela Lei 9307/96. Nele, interessados confiam a pessoa estranha ao Judiciério a deciséio de uma pendéncia. Ha tipos especiais de coag&o no curso do proceso presentes no art. 4°da Lei 1574/52(regula a atuagdo das CPls) e no art. 78 da Lei 8884/94(CADE) 0 elemento subjetivo é 0 dolo, acrescido do elemento subjetivo do injusto correspondente ao fim de favorecer interesse préprio ou alheio. A aco penal é publica incondicionada. Ao contrdrio dos arts. 342, 343, e 347, na coag&o no curso do processo inexiste causa de aumento de pena se envolvido o processo penal. Exercicio arbitrério das préprias razdes Art. 345 Basta que o agente pratique agdo de boa-fé, ndo se exigindo a correspondéncia efetiva entre a pretensdo e o direito. A pretensdo pode ser do agente ou de terceiro. A conduta hé de efetivamente privar o outro de um bem. © delito & de forma livre, podendo ser cometido por qualquer forma. Admite-se tentativa. © elemento subjetivo é 0 dolo, acrescido do elemento subjetivo do tipo, consistente no fim de satisfazer pretensdo juridica. No caso de crime de exercicio arbitrério das préprias raz6es, em havendo emprego de violéncia prescinde-se da representac&o para ag&o penal (ST - RHC 5973/RJ - 6 Turma - Rel. Min. Fernando Gongalves. DJU 26.05.97). 30 oni Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Souza A simulagao de divida objetivando alcancar de imediato a meagao de certo bem configura no o crime de falsidade ideolégica, mas 0 do exercicio arbitrario das préprias razées. A simulagdo, a fraude ou qualquer outro artificio utilizado corresponde a meio de execu¢o, ficando absorvido pelo tipo do art. 345 do Cédigo Penal, no que tem como elemento subjetivo o dolo especifico, ou seja, 0 objetivo de satisfazer a pretenséo, legitima ou ilegitima. Deixando a prética delituosa de envolver violéncia, indispensével é a formalizacéo da queixa (STF 0 HC 74672/MG - 28 Turma - Rel. Min. Marco Aurélio, DJU 11.04.97). Trata-se de crime préprio, pois apenas o proprietario da coisa pode ser sujeito ativo. Tirar é subtrair. Suprimir, fazer desaparecer. Destruir é tornar inexistente, inutilizar totalmente. Danificar é deteriorar, estragar. Coisa prépria é a de propriedade do sujeito passivo. Destauge-se que a coisa ha de estar em poder de terceiro por determinagao judicial (qualquer decisdo) ou convengiio (contrato). Consuma-se com a efetiva retirada, supressdo, subtraco ou destruicao. Admissivel a tentativa. Proprietério que danifica a coisa alugada para forgar a desocupagao do inquilino comete o crime do art. 346 e ndo o do 345. (TISP 532/331). Fraude processual Art. 347 Pode ser sujeito ativo do delito qualquer pessoa, interessada ou n&o no processo. © delito hd de ser cometido na pendéncia de processo civil ou administrativo. Inovar é modificar, mudar, alterar. A inovag&o deve se feita artificiosamente, ou seja, com artificio ou ardil. Ha de ser apta a gerar o engano Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Sou do juiz ou perito. Os objetos da inovagiio sdo o estado do lugar, a pessoa ou a coisa. Exemplos de inovacao: derrubada de arvores, cirurgia plastica, retirada de manchas (Delmanto). Ha controvérsia quanto ao momento consumativo, Para uns, 0 crime se consuma com a inovagao. Para outros, com 0 conhecimento do juiz ou perito acerca da inovacdo. Como o dispositive diz apenas “inovar”, prevalece que a ciéncia da inovacao é¢ irrelevante. Admite-se a tentativa. © dolo é 0 elemento subjetivo do injusto, consistente no fim de induzir a erro 0 juiz ou o perito. Nao ha modalidade culposa. A pena sera majorada em dobro se a inovacao destinar-se a produzir efeito em processo penal. Justifica-se a majoracéio pela relevancia dos bens tratados no processo penal. FAVORECIMENTO PESSOAL Art. 348 Reauisitos para o referido crime: 1) A pratica de crime anterior punivel; 2) Que o crime seja punido com reclusdo; 3) Que o crime seja anterior (se 0 favorecimento é prometido antes ou durante a execugio, ele no pratica 0 348, mas é participe no crime principal). 4) Que o favorecimento seja em relagao a crime (favorecer o contraventor a evadir-se da ago policial é indiferente penal). FAVORECIMENTO REAL Art. 349 Disting&o em relacdo a receptaca& Receptagao: Art. 180: a conduta se refere a ocultar para se favorecer ou favorecer terceiro que nao 0 autor do delito. Favorecimento real: art. 349: o agente visa favorecer o prdprio criminoso do crime principal. Eavorecimento Real Especial (Nome adotado em razéo da localizacéo topografica) art. 349-A A seguir colaciono trecho do adendo eletrénico disponibilizado pelo professor Rogério Greco sobre a inclusdo desse tipo. © trecho abaixo se refere somente & parte que reputo mais provavel de ser cobrada em provas, assim, vejamos: “Concurso de pessoas Embora, & primeira vista, 0 art. 349-A do Cédigo Penal seja dirigido a pessoas que néo estejam nos estabelecimento prisionais, entendemos que se 0 preso - provisério ou definitive - houver solicitado o aparelho telefénico de comunicagéo mével, de radio ou similar, deveré ser responsabilizado pelo mencionado delito, aplicando-se, outrossim, a regra relativa ao art. 29 do Cédigo Penal. Omissao do dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefénico, de rédio ou similar Caso o diretor de penitenciéria e/ou agente publico deixe de cumprir seu dever de vedar ao preso 0 acesso a aparelho telefénico, de rédio ou similar, que permita a comunicag&o com outros presos ou com o ambiente externo, devergo ser responsabilizados pelo delito tipificado no art. 319-A do Cédigo Penal. Devemos ressaltar que o diretor e o agente publico néo podem ter contribuido para o ingresso dos referidos aparelhos no sistema penitenciério, pois, caso contrario, responderao pelo delito previsto pelo art. 349-A do Cédigo Penal.” Exercici versie b Art. 350 Consoante afirmam Delmanto, Fragoso e Gilberto e Vladimir de Passos Freitas, @ presente dispositivo encontra-se revogado pela Lei 4898/65. Ha posicionamento minoritério em sentido contrario. Ante a revogac&o, o presente dispositivo néo sera comentado. Art. 351 Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do delito em tela, menos o preso, que nao pode sequer ser considerado participe (Alberto Silva Franco). Segundo 0 STF: Pode ser qualquer pessoa, inclusive outro detento que agindo isoladamente ou em concurso com outra pessoa, venha a promover ou facilitar a fuga de alguém legalmente preso; somente o beneficidrio da fuga, ainda que instigue ou induza terceiro a promover-Ihe ou facilitar-Ihe a evaséo é que nao responde pelo delito do art. 351, ressalvada a hipdtese de 352 do CP (STF, HC 69.440). © tipo prevé dois nticleos: promover e facilitar. Promover a fuga é leva-la a efeito com a pratica dos atos necessario a sua execugéio, haja ou nao prévia ciéncia do beneficidrio. Facilitar é auxiliar a fuga executada pelo preso ou internado. A expresso pessoa presa hd de ser tomada no sentido mais amplo possivel. Assim, a priséo pode ser por crime, civil, ou administrativa. E indispensdvel que tanto a prisdo quanto a medida de segurancga sejam legais. Ultrapassado seu tempo de duracio, ela se torna ilegal, o que afasta a incidéncia do art. 351. A consumagao ocorre com a efetiva fuga, ainda que néo seja definitiva. Ao contrario do que ocorre no favorecimento pessoal, a exting3o da punibilidade do crime anterior é irrelevante para o delito em pauta. Ha forma qualificada se o crime é praticado a m&o armada, por mais de uma pessoa, ou mediante arrombamento. Pouco importa se arma é prépria ou imprépria. O arrombamento deve servir como meio necessdrio a fuga e restard configurado com 0 rompimento de qualquer obstéculo material. Existe ainda figura qualificada pela condigéo do agente. Se o preso estiver sob sua custédia ou guarda, incidird @ qualificadora. D Onto Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: Evasdo mediante violéncia contra a pessoa Art. 352 Apenas 0 legalmente preso ou submetido a medida de seguranga pode ser sujeito ativo do delito. Temos aqui um crime de atentado. Crime de atentado é aquele em que a pena cominada ao crime tentado é a mesma do crime consumado. Equipara-se a modalidade tentada com a consumada. Evadir-se é escapar. Existira delito somente se for usada violéncia contra a pessoa. Vias de fato nao configuram violéncia. Imprescindivel que haja o emprego de forca fisica. O crime se consuma com a pratica da violéncia voltada a evaséio. Impossivel a tentativa ante sua equiparagdo com o delito consumado. Motim de presos Art. 354 Trata-se de crime de concurso necessério. Sendo que somente a pessoa pesa pode cometer. aan s se " pessoal, conjunta ¢ violenta, em relacéo a fim comum”(Alberto Silva Franco). E essencial que haja um numero razodvel de pessoas. Dois presos dificilmente bastariam. Lembra Hungria que “ndo_se pode confundir_atitudes coletivas de (rrever én cia. ou _desobedi én cig gh ar dica com 9 motim propriamente dito, que n&o se configura se néo assume o cardter militante de violéncias conta os funciondrios internos ou de depredagées contra o respectivo edificio ou instalagées, com grave perturbagao da ordem ou disciplina da priséo. © crime se consuma com a efetiva perturbacdo da ordem ou disciplina. A tentativa é possivel. 0 elemento subjetivo é 0 dolo, vontade livre de se levantar em motim, com a consciéncia de perturbar a ordem ou a disciplina. D NTO dircito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Souza Cr Patrocinio infiel e tergiversacso Art, 355 Somente 0 advogado (bacharel em direito inscrito na OAB) ou procurador judicial podem praticar o delito em tela. Esse € “o solicitador ou provisionado inscrito na Ordem, ou ainda qualquer pessoa idénea, nos casos em que a lei permite 0 exercicio de mandato judicial a pessoa nao formada, o que se dé quando no ha profissionais no lugar ou impedimento dos que houver"(Rui Stoco). Vale destacar que, segundo o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, também exercem a advocacia os membros da Advocacia Geral da Unido, das Procuradoria da Fazenda Nacional, das Defensorias, das Procuradorias e Consultorias juridicas do Estados. © patrocinio infiel consiste no trair o dever profissional prejudicando interesse cujo patrocinio foi confiado ao agente. E indispensdvel que o interesse seja legitimo e que a ago seja praticada em relacéo a causa judicial. O prejuizo ao interesse deve ser concreto e no potencial. Pode ser material ou moral. Exige-se ainda que exista um mandato, escrito ou verbal, gratuito ou oneroso (Delmanto). Quanto ao patrocinio simulténeo e a tergiversagao, 0 tipo objetivo consiste no: defender na mesma causa, simulténea ou sucessivamente, partes contrérias. A defesa ha de ser na mesma causa, ndo sendo necessario que se dé nos mesmos autos do processo. Como ensina Hungria, "se um individuo intenta com fundamento na mesma relagao juridica ou formulando a mesma causa petendi em torno do mesmo fato, vérias acées contra pessoas diversas, o seu advogade, em qualquer delas, n&o pode ser a0 mesmo tempo ou sucessivamente, advogado de algum réu em qualquer das outras, pois, no fundo, se trata da mesma causa.” O crime se consuma com a efetiva pratica de ato processual. D Onto Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Ses concurs Aula 03 Prof. Pablo Farias So Sonegacso de papel ou objeto de valor probatério Art. 355 Podem praticar o delito somente o advogado (bacharel em direito inscrito na OAB) ou procurador judicial. Aplica-se aqui o mesmo comentario feito para o crime acima a respeito dos membros da Advocacia Geral da Unido, das Procuradorias da Fazenda Nacional, das Defensorias, das Procuradorias e Consultorias juridicas do Estados. Inutilizar é tornar imprestavel. Deixar de restituir é n&o devolver. E necessario que o agente tenha recebido os autos (suporte material do processo), 0 documento ou objeto de valor probatério (coisas corpéreas capazes de provar fato juridicamente relevantes) na qualidade de advogado ou procurador. © crime, na modalidade de inutilizago, consuma-se com a perda da aptidéo probatéria. Na de sonegagéo dos autos, quando o agente se nega a restitui-los apés ser intimado. Na de sonegag’o de documento ou objeto, quando n&o o devolve por tempo juridicamente relevante. Admite-se tentativa na inutilizagdo. Exploracao de prestigio Art. 357 Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade a fim de influir em juiz, jurado érgao do Ministério Publico, funcionério da justiga, perito, tradutor, intérprete ou testemunha Solicitar é pedir. Receber é aceitar, entrar na posse. A utilidade pode ser de qualquer espécie, moral ou material. Incrimina-se 0 comportamento fraudulento compreendido na express&o “a pretexto”. Se o dinheiro ou vantagem for_efetivamente destinado as pessoas enumeradas na lei, haveré corrupgio ativa e passiva. Se 0 agente alegar ou insinuar que o dinheiro ou utilidade também se destina as pessoas elencadas, haveré causa especial de aumento de pena. © crime consuma-se com a efetiva solicitac&o ou recebimento. Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Aula 03 Prof. Pablo Farias S tipo penal do art. 357 do CP no exige prestigio direto, bastando para sua confiquracéo que 0 pedido ou recebimento de dinheiro ou outra utilidade se dé a pretexto de influir, de qualquer modo, junto a autoridade ou pessoa que vai atuar em processo civel ou criminal, no caso, o Magistrado competente para apreciar pedido de priséo preventiva (STF - RO - Rel. Ilmar Galvéo - RT 743/570). joléncia ou fraude em arrematacSo judicial Art. 358 O artigo cuida de qualquer arrematagao judicial, promovida pelo particular e pela Administracao Publica. Impedir é obstar, obstruir. Perturbar é atrapalhar. Fraudar é iludir. Afastar é pér de lado, arredar. O afastamento se refere tanto ao ato da arrematacao quanto a entrada do interessado no recinto em que ela se realiza. A violéncia ha de ser fisica contra a pessoa. A ameaca deve ser grave, promete-se a causac&o de mal sério. O oferecimento de vantagem pode abarcar qualquer espécie de beneficio. Ndo haveré tipificagéo se o concorrente for ficticio. Desobediéncia_a decisao judicial sobre perda ou suspensao de Art. 359 Sé pode ser sujeito ativo aquele contra o qual foram declarados efeitos extrapenais especificos. Exercer fung&o, atividade, direito, autoridade ou minus, de que foi suspenso ou privado por decisdo judicial. A deciséo hd de ser penal. O delito em pauta refere-se apenas as hipéteses do art. 92 do CP. Nao haveré tipificagao no art. 359 os casos de desobediéncia a interdic&o temporaria de direitos, pois para essa hipétese jé se prevé a conversdo da pena restritiva em privativa de liberdade (Delmanto). Consuma-se 0 crime com 0 efetivo exercicio. Admite-se a tentativa. 1.2 Crimes contra a Dignidade Sexual Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Far Dos crimes contra a dignidade sexual Leaislacio TITULO VI vitina & menor de 18 (dezoito) ou| DOS CRIMES CONTRA A maior de 14 (catorze) anos: (Incluido DIGNIDADE SEXUAL® pela Lei n° 12.015, de 2009) (Redacao dada pela Lei n° 12.015, de 2009) CAPITULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL (Redac&o dada pela Lei n? 12.015, de 2009) Estupro Art, 213. Constranger alguém, mediante violéncia ou grave ameaca, a ter conjungao carnal ou a praticar ou jpermitir que com ele se pratique outro Jato Iibidinoso: (Redagao dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 6 (seis) a 10] (dez) anos. (Redac&o dada pela Lei n° 12.015, de 2009) § 12 Se da conduta resulta lesao corporal de natureza grave ou se a ° Sobre o tema, importante alteragde ocorrida promovida em 2012 na parte geral sobre prescricao dos crimes sexuais é a seguinte: Termo inicial da prescrigdéo antes de transitar em sulgado a sentenca final ‘Art, 11] - A prescri¢do, antes de transitar em julgado a sentenca final, comeca a correr: (Redacao dada pela Lein® 7.209, de 11.7.1984) V- nos crimes contra a dignidade sexual de criangas adolescentes, previstos neste Cédigo ou em legislasdo especial, da data em que a vitima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo ja howver sido proposta a acao penal. (Redacao dada pela Let n° 12.030, de 2012) Pena - reclusdo, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluido pela Lei n0| 12.015, de 2009) § 2° Se da conduta resulta morte: (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - recluséo, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluido pela Lei no 12.015, de 2009) Violagio sexual ~—_ mediante fraude (Redac3o dada pela Lei n® 12.015, de 2009) Art. 215. Ter conjuncdo carnal ou praticar outro ato libidinoso com! jalguém, mediante fraude ou outro meio! que impeca ou dificulte a livre manifestagao de vontade da vitima: (Redacéo dada pela Lei no 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redacéo dada pela Lei n® 12.015, de 2009) Paragrafo Unico. Se o crime é Jcometido com o fim de obter vantagem Jeconémica, aplica-se também multa. (Redagdo dada pela Lei n° 12.015, de| 2009) Assédio sexual (Incluido pela Lei no 10.224, de 15 de 2001) Art. 216-A. Constranger alguém com © intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se Jo agente da sua condicéo de superior hierérquico ou ascendéncia inerentes ao} Jexercicio de emprego, cargo ou fungao." (incluido pela Lei n° 10.224, de 15 de| 2001) Pena - detengao, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluido pela Lei no 10.224, de 15 de 2001) Paragrafo Unico. (VETADO) (Incluido| pela Lei n° 10.224, de 15 de 2001) § 22 A pena é aumentada em até| jum tergo se a vitima é menor de 18| (dezoite) anos. (Incluido pela Lei no} 12.015, de 2009) CAPITULO IT DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERAVEL (Redacdo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Estupro de vulneravel (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Art. 217-A. Ter conjung&o carnal Jou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) § 12 Incorre na mesma pena quem pratica as agdes descritas no} caput com = alguém = que, _—por| lenfermidade ou deficiéncia mental, nao| tem o necessario discernimento para a Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: pratica do ato, ou que, por qualquer| Joutra causa, nao pode _oferecer| resisténcia. (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) § 2° (VETADO) (Incluido pela Lei ne 12.015, de 2009) § 3% Se da conduta resulta lesdo corporal de natureza grave: (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluido pela Lei n® 12.015, de 2009) § 4° Se da conduta resulta morte: (Incluido pela Lei n° 12.015, de| 2009) Pena - reclusdo, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(inclufdo pela Lei no 12.015, de 2009) Corrupcao de menores Art. 218. Induzir alguém menor] de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascivia de outrem: (Redagdo dada pela| Lei n° 12.015, de 2009) Pena - recluséo, de 2 (dois) a 5) (cinco) anos. (Redacdo dada pela Lei n? 12.015, de 2009) Pardgrafo unico. (VETADO). (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Satisfacao de lascivia mediante presenga de —scrianga =o adolescente (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Art. 218-A. Praticar, na presenca’ }de alguém menor de 14 (catorze) anos, ©) Jou induzi-lo @ presenciar, conjuncao| carnal ou outro ato libidinoso, a fim de| satisfazer lascivia propria ou de Joutrem: (Incluido pela Lei n° 12.015, de| 2009) Pena - reclusdo, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) “Favorecimento da prostituicao| lou outra forma de exploracao sexual de vulneravel (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Art. 218-B. Submeter, induzir ou jatrair & prostituicéo ou outra forma de| Jexploraco sexual alguém menor de 18 (dezoite) anos ou que, por enfermidade| lou deficiéncia mental, nao tem o| necessario discernimento para a pratica ldo ato, facilité-la, impedir ou dificultar| que a abandone: (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - reclusao, de 4 (quatro) a 10) (dez) anos. (Incluido pela Lei n° 12.015, Jde 2009) § 1° Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econémica, japlica-se também multa. (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) § 22 Incorre nas mesmas| penas: (Incluido pela Lei n° 12.015, de| 2009) I - quem pratica conjung&o carnal Jou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situagao descrita no caput deste artigo; (Incluido pela Lei n® 12.015, de 2009) 1 Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: II - 0 proprietério, 0 gerente ou o responsavel pelo local em que se| verifiquem as praticas referidas_no| caput deste artigo. (Incluido pela Lei n® 12.015, de 2009) § 3% Na hipétese do inciso II do § 22, constitui efeito obrigatério da’ condenacdo a cassacao da licenga de localizagéo e de funcionamento do| Jestabelecimento.(Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) CAPITULO IV DISPOSIGGOES GERAIS Aco penal Art. 225. Nos crimes definidos nos [Capitulos I e II deste Titulo, procede-se mediante aco penal_piblica| condicionada a representagao. (Redacio dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Paragrafo unico. Procede-se, Jentretanto, mediante aco penal publica incondicionada se a vitima é menor de| 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerdvel. (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Aumento de pena Art. 226. A pena é Jaumentada:(Redacéo dada pela Lei n® 11.106, de 2005) I - de quarta parte, se o crime é Jcometido com o concurso de 2 (duas) Jou mais pessoas; (Redacéo dada pela Lei n° 11.106, de 2005) Il - de metade, se o agente é| lascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmo, cénjuge, companheiro, tutor, Jcurador, preceptor ou empregador da vitima ou por qualquer outro titulo tem: Jautoridade sobre ela; (Redacéo dada ©) pela Lei n° 11.106, de 2005) CAPITULO V DO LENOCINIO E DO TRAFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUICGAO OU OUTRA FORMA DE EXPLORACAO SEXUAL (Redacdo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Mediacéo para servir a lascivia ide outrem Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascivia de outrem: Pena - reclusao, de um a trés anos. § 1° Se a vitima é maior de 14| (catorze) e menor de 18 (dezoito) anos, lou se o agente é seu ascendente, descendente, cénjuge ou companheiro, irmao, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de Jleducac&o, de tratamento ou de guarda: (Redac&o dada pela Lei n° 11.106, de| 2005) Pena - reclusdo, de dois a cinco| Janos. § 2° - Se o crime é cometido com Jlemprego de violéncia, grave ameaca ou fraude: Pena - reclusao, de dois a ito anos, jaiém da pena correspondente a violéncia. § 3° - Se o crime é cometido com o| fim de lucro, aplica-se também multa. Favorecimento da prostituicéo lou outra forma de exploracdo sexual (Redacio dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Art. 228. Induzir ou atrair alguém 4 prostituicdéo ou outra forma de| Prof. Pablo Farias Sou: Jexploracéio sexual, facilita-la, impedir ou! dificultar que alguém a abandone: (Redacio dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - recluséo, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redacdo dada| pela Lei n° 12.015, de 2009) § 12 Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmao, enteado, /cénjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vitima, ou| se assumiu, por lei ou outra forma, Jobrigagio de culdado, protegdo ou lvigilancia: (Redacgdo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - recluséo, de 3 (trés) a 8 (oito) anos. (Redacdo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) § 2° - Se o crime, € cometido com lemprego de violéncia, grave ameaca ou fraude: Pena ~- reclusdo, de quatro a dez Janos, além da pena correspondente & violéncia. § 3° - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. Casa de prostituigéo Art. 229. Manter, por conta prépria| Jou de terceiro, estabelecimento em que locorra exploracao sexual, haja, ou nao, intuito de lucro ou mediacao direta do| Proprietario ou gerente: (Redacao dada} pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - recluséo, de dois a cinco Janos, e multa. Rufianismo Art. 230 - Tirar proveito da prostituigéo lela, _—_participando [diretamente de seus lucros ou fazendo-| 1 Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina ©) se sustentar, no todo ou em parte, por| quem a exerca: Pena - reclusdo, de um a quatro) anos, e multa. § 1° Se a vitima é menor de 18 (dezoite) e maior de 14 (catorze) anos| jou se o crime & cometido por Jascendente, padrasto, madrasta, irmao, Jenteado, cénjuge, companheiro, tutor| lou curador, preceptor ou empregador| da vitima, ou por quem assumiu, por lei Jou outra forma, obrigagao de cuidado, protesao ou vigilancia: (Redacao dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 3 (trés) a 6 (seis) anos, e multa. (Redacéo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) § 2% Se o crime & cometido| mediante violéncia, grave ameaca, fraude ou outro meio que impeca ou dificulte a livre manifestacao da vontade| da vitima: (Redacao dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuizo da pena| correspondente a violéncia.(Redac&o| dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Tréfico internacional de pessoa| para fim) = de_—_—exploracao sexual (Redacdo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Art. 231. Promover ou facilitar a entrada, no territério nacional, de jaiguém que nele venha a exercer a prostituicggo ou outra’ forma de Jexploracao sexual, ou a saida de alguém Jque va exercé-la no 1 Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou: jestrangeiro. (Redacdo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 3 (trés) a 8 (cite) anos. (Redacao dada pela Lei n9| 12.015, de 2009) § 1 Incorre na mesma pena Jaquele que agenciar, aliciar ou comprar} Ja pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento — dessa_—condicao, transporta-la, transferi-la ou aloja- la. (Redac&o dada pela Lei n° 12.015, de 2009) § 2° A pena é aumentada da metade se: (Redaco dada pela Lei n9| 12.015, de 2009) I - a vitima é menor de 18 (dezoito) anos; (Incluido pela Lei n® 12.015, de 2009) II - a vitima, por enfermidade ou deficiéncia mental, nado tem o necessério discernimento para a pratica| do ato; (Incluido pela Lei n° 12.015, de| 2009) III - se 0 agente é ascendente, padrasto, madrasta, irméo, enteado, cénjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vitima, ou| se assumiu, por lei ou outra forma, Jobrigacio de cuidado, protecdo ou vigilancia; ou (Incluido pela Lei n® 12.015, de 2009) IV - ha emprego de violéncia, grave ameaca ou fraude. (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) § 3° Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econémica, Japlica-se também multa. (Incluido pela Lei n® 12.015, de 2009) ©) Trafico interno de pessoa para fim de exploragéo sexual (Redacdo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) Art. 231-A. Promover ou facilitar o| deslocamento de alguém dentro do} territério_ nacional para o exercicio da prostituicgo ou outra’ forma de| lexploragdo sexual: (Redacéo dada pela Lei n® 12.015, de 2009) Pena - reclusdo, de 2 (dois) a 6 (sels) anos. (Redacéo dada pela Lei n° 12.015, de 2009) § 12 Incorre na mesma pena Jaquele que agenciar, aliciar, vender ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo conhecimento dessa condic&o, transporta-la, transferi-la ou aloja-la. (Incluido pela Lei n° 12.015, de| 2009) § 2° A pena é aumentada da metade se: (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) I - a vitima & menor de 18| (dezoito) anos; (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) II - a vitima, por enfermidade ou ldeficigncia mental, néo tem o necessdrio discernimento para a pratica do ato; (Incluido pela Lei n° 12.015, de| 2009) III - se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irm&o, enteado, cOnjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vitima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, Jobrigacéo de cuidado, protecéo ou ie Direito Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof. Pablo Farias Sou vigilncia; ou (Incluido pela Lei no 12.015, de 2009) IV - ha emprego de violéncia, grave ameaga ou fraude. (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) § 3° Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econémica, Japlica-se também multa.(Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) CAPITULO VI DO ULTRAJE PUBLICO AO PUDOR Ato obsceno Art. 233 - Praticar ato obsceno em| lugar puiblico, ou aberto ou exposto ao| ptiblico: Pena - detencdo, de trés meses a um ano, ou multa. Escrito ou objeto obsceno Art. 234 - Fazer, importar, exportar, Jadquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuigéo ou de Jexposicéo publica, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto! Jobsceno: Pena - detencdo, de seis meses a Jdois anos, ou multa. Paragrafo Unico - Incorre na mesma} pena quem: I - vende, distribui ou expée a venda ou ao piiblico qualquer dos objetos referidos neste artigo; II - realiza, em lugar publico ou Jacessivel ao puiblico, representacao jteatral, ou exibigéo cinematografica de Jcaréter_ obsceno, ou qualquer outro lespetdculo, que tenha o mesmo caréter; III - realiza, em lugar puiblico ou Jacessivel ao publico, ou pelo radio, Jaudigéo ou recitagéo de carater| Jobsceno. Penal para o cargo de Agente da Policia Civil de Santa Catarina Prof, Pablo Farias Sou CAPITULO VII DISPOSICGES GERAIS (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) JAumento de pena (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) Art. 234-A. Nos crimes previstos neste| Titulo a pena é aumentada: (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) I - (VETADO); (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) II - (VETADO); (Incluido pela Lei no} 12.015, de 2009) III - de metade, se do crime resultar| gravidez; e (Incluido pela Lei n° 12.015, de 2009) TV - de um sexto até a metade, se o agente transmite a vitima doencal sexualmente transmissivel de que sabe Jou deveria saber ser portador. (Incluido pela Lei n® 12.015, de 2009) Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Titulo correréo em segredo de justica.(Incluido| pela Lei ne 12.015, de 2009) Art. 234-C. (VETADO). (Incluido pela Lei on? 12.015, de _—-2009) ©) Ie Curso de Direito Penal - Teoria e Exercicios irofRI Prof Pale Farias Souns Cruz 5 -Direito Penal para Papiloscopista ds Policia Civil do Rio de Tratemos dos principais delitos sexuais. © Titulo VI do Cédigo Penal sofreu profunda alteragao com a publicacdo da Lei 12.015, de 07 de agosto de 2009, dando nova redacéo ao capitulo e aos delitos, passando a prever os chamados Crimes contra a dignidade sexual, modificando a redacdo anterior constante do referido Titulo (Crimes contra os costumes). Importante destacar que, com a alteracéo dada pela Lei 12015/09, o crime de atentado violento ao pudor foi incorporado ao tipo penal do estupro, de modo que nao subsiste mais, na nova redac&o, a figura auténoma daquele delito, como falaremos adiante. Pode-se dizer que a objetividade juridica aponta para uma tutela publica da sexualidade humana, ora predominando a protecdo da liberdade e intangibilidade do individuo, ora a protegéo da moral familiar e/ou coletiva. Atualmente so de duas espécies as disposigées gerais do Cap. VI que se aplicam ao estupro e a corrupgéio de menores: 1) regra e ‘excegées para determinagao do cardter condicionado ou incondicionado da ago (art. 225, com redagao dada pela Lei 12015/2009) e, 2) circunstancias que implicam 0 aumento da pena (art. 226, com redacdo dada pela Lei 11106/2005). Quanto as formas qualificadas (art. 223) foram revogadas pela Lei 12015/2009: A redaco anterior previa que se da violéncia resulta lesdo corporal de natureza grave a pena seria de 8 a 12 anos de reclusao. A leséo leve era absorvida no iter do estupro ou do atentado como elementares destes, mas podia cumular-se na corrupcéo de menores, que n&o a exige para a tipificagao. O resultado morte também podia advir daquelas condutas, mas caso o agente atuasse com dolo (direto ou eventual), eliminando a vitima sem nexo direto com a pratica do ato sexual, deixava de existir a forma qualificada, ocorrendo concurso material do crime sexual com 0 homicidio. No que tange as discussées acerca da continuidade delitiva entre 0 estupro e atentado violento ao pudor, face as recentes alteracées havidas no Capitulo VI, do Cédigo Penal, néo hé mais o que se discutir acerca da existéncia ou nao da continuidade delitiva entre estupro e atentado violento a pudor, uma vez que este ultimo deixou de existir como crime auténomo. Todavia, em raz&o dos processos em andamento para apuracao da pratica deste delito, é importante destacar, o posicionamento do STF no sentido de que néo é mais concurso de crimes se ocorrerem no mesmo contexto fético. Em contextos faticos diversos, 0 concurso é possivel. S6 nao tem mais concurso se for no mesmo contexto fatico, pois se estaria falando em crime Unico. Tal situag3o reflete a aplicacéo do que a www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 46 ©) Ie Curso de Direito Penal - Teoria e Exercicios loscopista da Policia Civil do Rio de irofRI Prof Pablo Farias Soure Cru doutrina tem denominado de principio da continuidade_normativo- pica’, pois embora o artigo que previa o atentado violento ao pudor tenha sido revogado, @ conduta nele descrita continua tipica, tendo somente migrado para o tipo penal correspondente ao estupro. Quanto a presuncio de violéncia, foi revogado o art. 224, tornando-se elemento de tipo préprio os atributos que antes eram considerados presungao de violéncia, Tal situac&o se encontra no artigo 217-A, tipo do denominado estupro de vulnervel. Quanto 4 acao penal, os crimes previstos nos artigos 213 a 218-B, tornaram-se delitos de aco penal piiblica condicionada a representacao, conforme nova redacao dada ao artigo 225, caput. Quando a vitima for menor de 18 anos ou pessoa vulnerdvel, a acdo serd publica incondicionada, paragrafo tinico, art. 225. 5 -Direito Penal para P Dessa forma a Lei 12015/2009, alterou o regime juridico da ac&o penal nesses crimes, uma vez que, na égide da redacao anterior, procedia-se, via de regra, mediante queixa crime, com as seguintes excegées: quando a vitima era menor de 18 anos; ou se era doente mental; ou tinha por qualquer causa diminuida a capacidade de resisténcia. No que tange a violéncia real, segundo a Simula 608 do STF, a acao era publica incondicionada. Por derradeiro, se a vitima fosse pobre, a acao era publica condicionada & representagdo, conforme quadro comparativo abaixo: ANTES DA LET 12015/09 DEPOIS DA LEI 12015709 = Regra geral - acdo penal de|- Regra geral - acéo penal iniciativa privada publica condicionada a . representacao da vitima - Excegdes: , . Excegdes a) Vitima pobre = ac&o penal publica condicionada a| a) vitima menor de 18 anos = ‘Para lembrar: SUCESSAO DE LELPENAL NO TEMPO. Quando trabatho com sucessao de lei penal. eu tenho que diferenciar quatro situagoes: a) Na vigéncia da Lei 4, 0 fato era crime, vem a Lei B e torna esse fato atipico — 0 que ‘ocorre agi? ABolitio eriminis (ast. 2°. do CP). b) Na vigéncia da Lei 4, o fato era atipico, vem a Lei B ¢ 0 fato passa a ser crime ~ O que corre aqui? Novarto legis incriminadora, Nova lei tipificando fato até entao atipico. ©) Navigéncia da Lei A, 0 fato era crime, na vigéncia da Lei B 0 fato continua crime, porém tem sua pena majorada ou diminuida, por exemplo — Aqui ha novatio legis m pajus ou novatio legis in mellus. Na viggncia da Let A 0 fato era erime, na vigéncia da Lel B, passa a ser outro crime, porém, com o mesmo conteiide — Isso se cham: principio da continuidade normative tipica www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz a7 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios Os cONcURSOS Aula 05 - Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Janeiro/RI Prof. Pablo Farias Souza Cruz representacao acéopenal__ publica . incondicionada b) abuso de poder = acao penal! 4) vitima vulneravel - acdo publica incondicionada penal publica ¢) 223 CP - resultado com lesdo incondicionada grave ou morte - acdo penal Publica incondicionada Obs.: ainda é cabivel acéo d) Sumula 608 STF - violéncia | Penal privada subsi real com leséo = aco penal | Publica. publica incondicionada Stimula 608 STF NO CRIME DE — ESTUPRO, PRATICADO MEDIANTE VIOLENCIA REAL, A ACAO PENAL E PUBLICA INCONDICIONADA Por fim, 0 art. 226 prevé algumas causas de aumento de pena. A redacdo do citado dispositive foi sensivelmente alterada pela Lei 11.106/05. Assim, observe o quadro comparativo: Dispositivo anterior Novo dispositivo "art. 226. A pena é aumentada | "Art. 226. A pena é aumentada: de quarta parte: . I~ de quarta parte, se o crime é I~ se 0 crime é cometido com o | cometido com o concurso de 2 concurso. de duas ou mais | (duas) ou mais pessoas; pessoas; Il - de metade, se o agente é TI - se 0 agente € ascendente, | ascendente, padrasto ou madrasta, pai adotivo, padrasto, irmio, | tio, irmfo, cénjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou | tutor, curador, preceptor ou empregador da vitima ou por] empregador da vitima ou por qualquer outro titulo tem | qualquer outro titulo tem autoridade autoridade sobre ela; sobre ela; III - se o agente é casado." III - (revogado)." (grifo nosso). ESTUPRO Art. 213 www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 48 aA Curso de Direito Penal - Teoria e Exercicios 5 -Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Janeiro/RI Prof, Pablo Farias Souza Cruz Diante da a nova redagdo dada ao caput do art. 213 do Cédigo Penal, podemos destacar os seguintes elementos: a) o constrangimento ¢ realizado mediante 0 emprego de violéncia ou grave ameaca; b) a conduta pode ser dirigida a qualquer pessoa, seja do sexo feminino ou masculino; c) 0 resultado é a conjungao carnal ou qualquer ato libidinoso. De acordo com a redagao legal, verifica-se que 0 nucleo do tipo é 0 verbo constranger, aqui utilizado no sentido de forcar, obrigar, subjugar a vitima ao ato sexual. Trata-se, portanto, de modalidade especial de constrangimento ilegal, praticado com o fim de fazer com que o agente tenha sucesso no congresso carnal ou na pratica de outros atos libidinosos®. Verifica-se que com o novo tipo penal houve sensivel ampliago da esfera de proteco, uma vez que houve a fuso dos artigos 213 e 214 (estupro + atentado violento ao pudor). Para parte da doutrina, com a fusao dos delitos, a conduta do agente em constranger alguém, no mesmo contexto fatico, a pratica da conjuncao carnal e outro ato libidinoso, considera-se crime Unico, nao mais se admitindo a tese de concurso material; para esse entendimento a alteracdo seria benéfica, e, portanto, retroagiria (Art. 5° CF/88 e art. 20 cP)’, Dentre as inovagées, vale destacar que a alteragao do artigo 213 CP, deixou claro o carater hediondo do delito de estupro em sua forma simples, encerrando a discusséo acerca da hediondez ou nao da forma simples do delito de estupro. Esclarece-se que, so formas de cometer o delito: praticar 0 ato e permitir que se pratique. Dessa forma, para a configuracao do delito, no se faz mister o contato fisico do agente e a vitima, nem que o agente esteja fisicamente envolvido no ato, de modo que o delito se configura, também, quando a vitima 6 obrigada a realizar o ato sexual em terceiro ou em animais. Nas palavras de André Stefam, “atos libidinosos sao todos aqueles que tenham conotasio sexual, isto é, tendentes a satisfacao da lascivia. Abrangem 0 tipico ato libidinoso, vale dizer, a conjungao carnal (penetragao do pénis na vagina, também chamada de cépula vaginal ou intromisso penis in vaginam) e quaisquer outros, tais como a masturbacao, © coito anal, a felacdo, o toque ou beijo nas partes pudendas.”"” © delito pode ser praticado por aco ou omissdo, neste Ultimo caso, quando o sujeito possuir o dever juridico de agir - art. 13, paragrafo 2°, CP (dever de protecao), 58 GRECCO, Ropirio, Cuso de Dirito Peal adendo parte especial Rio de Janeiro: Inpetus, 2009 ? Neste sentido Guilhenae de Sousa Nucci, Rowirio Grecco © Andié Stefim Registe-se neste contexte, © principio de ‘confinsidade nomatvotipia endéncia a janspradéaciaconforme afiado anteiormente LIMA, André Esefam Arno: CAMPOS, Pedro Franco de. Considers preliminares sobre x Lei m11.10622005 . Jue ‘Navigand, Teresina ano 9, a. 822.3 out 2005, Digpoaivel em np us? ol com b/doutnaatextoaspTud-T366> Acesso ‘ew 25 jl. 2008, www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 49 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil d o Rio de laneiro/RI Prof, Pablo Farias Soura Cruz Com as alteracées trazidas pela lei 12015/09, 0 crime deixa de ter sujeito ativo proprio - homem, e passar a ter sujeito ativo comum — qualquer pessoa (homem/mulher). Trata-se de crime material que comporta concurso de pessoas, admitindo a co-autoria e a participacéo. Considerando-se coautor, aquele que emprega a violéncia ou grave a ameaca, sem realizar a conjungao carnal ou ato libidinoso com a vitima. Participe aquele que concorre para o delito sem, no entanto, realizar qualquer ato executério. Com a nova redacao dada ao artigo 213, a vitima pode ser qualquer pessoa - homem ou mulher, maior de 14 anos". (CRIME DE VIOLACAO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE Art. 215 ANTES DA LEI 12.015/09 DEPOIS DA LEI 12.015/09 ~ art. 215: punia a posse sexual mediante fraude; - suieito ative: homem; ~ sujeito passive: mulher; > gonduta: conjungao mediante fraude; carnal - art. 215: mediante fraude; violagao sexual ~ suieito ative: qualquer pessoa; - sujeito _passivo: pessoa; qualquer - conduta: ter conjungao carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém mediante fraude ou outro meio que impeca ou dificulte a manifestacéo de vontade da vitima - art. 216: atentado violento ao pudor mediante fraude; - suieito ativo: qualquer pessoa; - suisito passive: qualquer pessoa; - sonduta: atos _libidinosos mediante fraude; ‘Observagao: segundo o art. 226, Il, a pena seré aumentada da metade se quem cometer o crime estiver listado no inciso. Caso a vitima seja menor de 14 anos, havera estupro de vulneravel (art. 227, a") Mener de Hanon ~ extra de vlnerivel art 17-8 www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 50 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios Pos concunsos Avia 05 - Direito Penal para P loscopista da Policia Civil do Rio de Janeiro/RI Prof, Pablo Farias Souza Cruz - so exemplos de outro meio que impeca ou dificulte a vontade da vitima: o temor reverencial e a embriaquez moderada; - a fraude utilizada na execucéo do crime nao pode anular a capacidade de resisténcia da vitima, caso em que estara configurado o delito de estupro de vulnerdvel (art. 217-A). Assim, nao pratica estelionato sexual, mas estupro de vulneravel, o agente que usa psicotrépicos para vencer a resist&ncia da vitima; - pardgrafo Unico: se 0 crime é cometido com o fim de obter vantagem econémica, aplica-se também a multa; - elemento subjetivo: o crime é punido a titulo de dolo; - momento consumativo: o crime se consuma com a pratica do ato de libidinagem; - tentativa: quando hd emprego da fraude mas nao se consegue realizar 0 ato de libidinagem; CRIME DE ASSEDIO SEXUAL Art. 216-A - assédio sexual: é a insisténcia importuna de alguém em posicéo privilegiada, que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de um subalterno (conceito semantico); - sujeito ative: o crime ¢ préprio, sé podendo ser praticado por superior hierdrquico ou pessoa que exerce ascendéncia; ~ suieito passivo: o subalterno; - nao se pode aplicar 0 aumento do 226, II no que se refere ao preceptor ou empregador da vitima, uma vez que tal aplicagao redundaria em bis in idem (antes da lei 12.015/09, 0 fato da vitima ter menos de 18 anos nao era causa de aumento de pena, mas apenas seria usada desfavoravelmente na fixagéo da pena base ~ portanto essa norma é prejudicial ao agente e nao retroage); - 0 tipo penal no faz referéncia ao sexo dos individuos, podendo haver assédio sexual homossexual ou heterossexual; - finalidade especial: obter vantagem ou favorecimento sexual; - constranger alguém com o intuito de obter vantagem para outrem: prevalece o entendimento de que quando o tipo fala “obter vantagem”, traz implicito que é para si, mas quando o tipo diz “favorecimento www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 51 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios - Aula 05 - Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Janiro/RI Prof, Pablo Farias Souza Cruz sexual”, abrange para outrem. Porém, constranger alguém com o intuito de obter vantagem sexual para outro configura o delito; - momento consumativo: Primeira corrente: o crime nao é habitual, assim, ele se consuma com o primeiro ato constrangedor, independentemente da vantagem sexual. Segunda corrente: o crime é habitual, portanto, o tipo exige reiteragéo de atos constrangedores (mesmo que a efetiva obtencdo de vantagem nao seja necessaria para configurar 0 delito). Assim, a primeira corrente_admite a tentativa (ex.: bilhete interceptado), a seaunda no. Prevalece a primeira corrente, em que pese a segunda corrente se sustentar pela prépria definig&o do tipo, j4 que o assédio sexual exige a “insisténcia”; (CRIME DE ESTUPRO DE VULNERAVEL Art. 217-4 ANTES DA LEI 12.015/09 DEPOIS DA LEI 12.015/09 = configurava Oo art. 213 combinado com 0 artigo 224 com pena de 6 a 10 anos; ~ art. 217-A: pena de 8 a 15 anos; ~ wulneravel: a) pessoa nao maior de 14 anos; b) pessoa alienada mental; ‘c) pessoa sem resisténcia; = vulnerav a) pessoa menor de 14 anos; b) pessoa alienada mental; ¢) pessoa sem resisténcia; - antes, a vulnerabilidade inclusive. Hoje, no dia do vulneravel; se dava até o dia do 14° aniversério, 140 aniversério a vitima jé nao é mais - suieito ative: podendo ser qualquer pessoa; ~ sujeito passivo: vulneravel; - conduta: ter conjung&o carnal ou praticar outro ato libidinoso, portanto, a pratica de atos de libidinagem. O crime pode ser praticado com violéncia, grave ameaga, fraude ou qualquer outro meio; www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 52 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios Aula 05 - Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Ric de Janeiro/R} Prof, Pablo Farias Souza Cruz Sobre a pena prevista para o Estupro na Lei de Crimes Hediondos, o STF decidiu recentemente pela alterac&o de interpretacao do art. 9° da lei 8072/90, ante a revogacao expressa do art. 224 do Cédigo Penal. Art. 224 do CP e latrocinio: A 1? Turma denegou habeas corpus, mas concedeu a ordem, de oficio, com o fim de decotar da sancao cominada ao paciente o acréscimo resultante da aplicacéo do que estabelecido no art. 9° da Lei 8.072/90 (“As penas fixadas no art. 6° para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3°, 158, § 2°, 159, caput e seus §§ 1°, 2° e 3°, 213, caput e sua combinac&o com o art. 223, caput e pardgrafo unico, 214 e sua combinacao com o art. 223, caput e pardgrafo tinico, todes de Cédigo Penal, sao acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de recluséo, estando a vitima em qualquer das hipoteses referidas no art. 224 também do Cédigo Penal”). Na espécie, ele fora condenado a reprimenda de 45 anos de recluséo pela prdtica do crime de latrocinio contra menor de 14 anos. No que atine a assertiva de ter sido a pena-base indevidamente exasperada no méaximo legal, sublinhou-se demandar andlise de acervo fatico-probatério, impréprio nesta sede. De outra face, explicitou-se que a sancao corporal fora acrescida da metade (15 anos), sem observancia pelo magistrado do limitador de 30 anos de reclusao (Lei 8.072/90, art. 9°), Asseverou-se que este preceito — diante da revogacao do art. 224 do CP pela Lei 12.015/2009 — teria perdido a eficdcia, devendo, Portanto, a adicao ser extirpada da reprimenda imposta, por forca do principio da novatio legis in mellius (CP, art. 2°, pardgrafo tinico). Assim, fixou-se a pena de 30 anos de recluséo. Por fim, estendeu-se a ordem ao corréu. A Min. Rosa Weber acrescentou que @ revogacao teria deixado o dispositive da Lei de Crimes Hediondos redigido com deficiente técnica legislativa, carente de complemento normativo em vigor, razéo pela qual reputou revogada a causa de aumento nele consignada. HC 111246/AC. rel, Min, Dias Toffoli, 11.12.2012, (HC-111246) Nesse momento, vale a pena distinguir: ARTIGO 213 DO CP ARTIGO 217-A DO CP = conjungao carnal; = conjungao carnal; ~ praticar ato libidinoso; = constranger a vitima a permitir que nela se pratique; www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 53 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios os eoncunsos: Aula 05 - Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Jeneiro/RI Prof, Pablo Ferias Souza Cruz - Obs.: diante da lacuna do artigo 217-A do CP, ha quem diga que ele no abrange 0 ato de “constranger a vitima a permitir que nela se pratique”, mas a doutrina majoritéria entende que o artigo 217-A abrange sim essa conduta; - elemento subietivo: o crime é punido a titulo de dolo, devendo o agente ter ciéncia da vulnerabilidade da vitima. No caso do agente desconhecer a idade da vitima, se o fato for praticado com violéncia ou grave ameaca, ele respondera pelo artigo 213. No caso do fato ser praticado com fraude e o autor desconhecer a idade da vitima, o tipo seré do artigo 215. No caso do fato ser praticado por outro meio e o agente no tenha ciéncia da idade da vitima, tal situago configuraria o erro de tipo que afastaria a tipicidade; - Momento consumative: o delito se consuma com a pratica do ato de libidinagem; - © préprio artigo 217 traz em seu §3° e §4° as qualificadoras: §30 -> se da conduta resulta lesdo corporal de natureza grave recluséo de 10 a 20 anos; §40 -> se da conduta resulta morte, reclus&o de 12 a 30 anos; ANTES DA LEI 12.015/09 DEPOIS DA LEI 12.015/09 ~ art. 227 do CP -> vulnerdvel|- art. 227 do CP -> vitima ndo (nos seus paragrafos); vulnerével; ~ art. 218 do CP -> vitima menor de 14 anos; - 0 delito tem trés pessoas: o leno (a pessoa que induz, ou seja, 0 intermediério), a prépria vitima (menor de 14 anos) e o destinatario do ato (consumidor); = suieito ativo: é 0 lendo; ~ suieito passive: menor de 14 anos; www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 54 Curso de Direito Penal - Teoria e Exercicios irofRI Prof, Pablo Farias Souza Cruz - 0 crime n&o tem como meio de execusao a violéncia ou a grave ameaca ou até mesmo a fraude. O agente convence o menor de 14 anos a satisfazer a lascivia de outrem; 5 -Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de - 0 delito pune a inducdo para satisfazer a lascivia de outrem, e esse “outrem” deve ser “pessoa certa e determinada”. Caso a pessoa favorecida nao seja certa e determinada, pode-se configurar o delito do artigo 218-B; - 0 crime é punido a titulo de dolo, obviamente, o agente deve ter ciéncia de que o induzido é menor de 14 anos; - Vale esclarecer que a Lei 12015/2009, revogou expressamente a Lei n, 2254, todavia, nao houve abolitio criminis, uma vez que 0 fato descrito na lei permanece sendo tipificado como crime. A norma incriminadora migrou para 0 artigo 244, do ECA (com redagao idéntica & prevista na lei 2254). CRIME DE SATISFACAO DE LASCIVIA MEDIANTE PRESENCA DE CRIANCA OU ADOLESCENTE Art. 211 - suieito ative: o crime é comum, sofrendo o aumento do artigo 226, II (quando o agente for alguma das pessoas previstas no tipo); ~ sujeito passive: alguém menor de 14 anos; - condutas: praticar na presenga. Também é outra forma de conduta o fato de induzir a presenciar (nesse caso, 0 menor encontra-se no local porque foi induzido pelo agente, sendo portanto uma presenca no esponténea, ou seja, é uma presenca voluntdria mas induzida). O menor n&o pode participar do ato de libidinagem, uma vez que havendo sua participacao, haverd estupro de vulneravel; = elemento subjetivo do tipo: nao basta a pratica do ato com a presenca de menor de 14 anos, sendo indispensdvel que a pratica do ato na presenca do menor tenha a finalidade especial de satisfazer a lascivia prépria ou de outrem; - momento consumativo: quando a presenca do menor é espontanea, © crime se consuma com a pratica do ato de libidinagem. Porém, no caso de presenca induzida, o crime se consuma com o mero induzimento, dispensando a pratica do ato de libidinagem. Guilherme de Souza Nucci entende que nas duas hipéteses a efetiva pratica do ato de libidinagem é indispensavel; www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 55 ©) Ie Curso de Direito Penal - Teoria e Exercicios 5 irofRI Prof. Pablo Farias Souza Cruz ‘enal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Art. 218-B O sujeito passivo é exclusivamente o menor de 18 anos ou quem, por enfermidade ou deficiéncia mental, n’o tem o necessario discernimento para a pratica do ato. E necessario dolo especifico de agir para introduzir ou manter alguém na prostituicéo ou outra forma de ‘exploragdo sexual. Nas formas submeter, induzir e atrair, a consumacao ‘corre quando a vitima se entrega a prostituico ou a outra forma de ‘exploragao sexual (crime material instantaneo), que se caracterizam por certa habitualidade. Sendo a vitima menor de 14 anos ou se for empregada grave ameaca ou violéncia, o crime sera de estupro de vulneravel (art. 217- A) ou estupro padrao (art. 213), respectivamente. CAUSAS DE AUMENTO APLICADAS A TODOS OS CRIMES DO TITULO MI 234-A do CP -> causas de aumento aplicadas a todos os crimes do titulo VI, sem excecao: - nos crimes previstos neste titulo a pena é aumentada de: III - metade, se do crime resultar gravidez; - a doutrina tem afirmado que a gravidez é tanto da vitima como do sujeito ative, com 0 condao de aumentar a pena; - se resultar gravidez na vitima, ela tem direito ao aborto, podendo interromper a gravidez. Porém, resultando gravidez no agente, ele ndo tem direito ao aborto legal; - 0 agente no precisa do dolo de engravidar, uma vez que se trata de uma consequéncia do crime; - essa causa de aumento permanece mesmo que a gravidez seja interrompida, naturalmente ou nao; IV - de um sexto até metade, se o agente transmite a vitima doenca sexualmente transmissivel de que sabe ou deveria saber ser portadora; www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 56 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios os eoncunsos: Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Jeneiro/RI Prof. Pablo Farias Souze Cruz JANTES DA LEI 12.015/09 | DEPOIS DA Ler 12.015/09 ~ estupro (art. 213) + |- estupro (art. 213 do CP) transmisséo de doenga | majorado de 1/6 a 1/2 (art. venérea (art. 131) em | 234-A); concurso formal; oe - 0 juiz vai analisar o quantum do aumento de acordo com a gravidade da doenca e suas consequéncias para a vitima; = CPM -> no Cédigo Penal Militar ainda ha estupro, atentado violento do pudor, violéncia presumida e nenhum dos crimes é hediondo; BO LENOCINIO, E DO TRAFICO DE PESSOAS ~ lenocinio: é 0 fato de se prestar assisténcia a libidinagem (apetite sexual, concupiscéncia, lascivia, luxtiria, sensualidade) alheia (de outrem), ou dela tirar proveito. = objeto ju : 6 a disciplina da vida sexual, de acordo com os bons costumes, a moralidade publica e a organizacao familiar. MEDIACAO PARA SERVIR A LASCIVIA DE OUTREM Art. 227 - Induazir (incitar, incutir, mover, levar, persuadir) alquém (pessoa determinada; se indeterminada o numero de pessoas, o crime seré 0 de “favorecimento da prostituicao") a satisfazer a lascivia de outrem: Pena - reclusdo, de 1 a 3 anos. § 1° - Se a vitima é maior de 14 e menor de 18 anos (se tiver menos de 14 anos a violéncia seré presumida, respondendo o agente pela forma qualificada do § 2°), ou se o agente é seu ascendente, descendente, marido*, irmo, tutor ou _curador ou pessoa a que esteja confiada para fins de_educacdo, de tratamento ou de quarda: Pena - reclusao, de 2 a 5 anos. www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 57 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios Os CONcURSOS, Aula 05 - Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Janeiro/RI Prof, Pablo Farias Souze Cruz - 0 legislador esqueceu de incluir a esposa, se ela praticar o crime, ele nao seré qualificado, responderé pelo “caput”, em razéio do “principio da legalidade”. § 2° - Se o crime é cometido com empreao de violéncia, arave ameaca ou fraude: Pena - recluséo, de 2 a 8 anos, além da pena correspondente a violéncia. § 3° - Se o crime & cometido com o fim de lucro (lenocinio questudrio), aplica-se também muita. © destinatdrio nfo comete crime (pois nao induz, nem faz intermediacio). Se o destinatério for indeterminado o tipo ser o do art. 228 (favorecimento da prostituicao ou outra forma de exploracao sexual). sujeito ativo ou passivo pode ser qualquer pessoa (prostituta ndo - RT 487/347). Para mais conferir Luiz Regis Prado, v. 2, p. 877, 2013. Consuma-se com o ato da vitima satisfazendo o destinatdrio. Cabe tentativa. EAVORECIMENTO DA PROSTITUICAO, Art. 228 = pune 0 agente que convence, direta ou indiretamente, alguém prostituicéo, colabora de alguma forma para a sua pratica ou toma providéncia para evitar que alguém a abandone. - prostituicée: 6 0 comércio habitual do proprio corpo, para satisfacdo sexual de indeterminado numero de pessoas. - “mediacéo para servir_a lascivia de outrem”: habitualidade; a conduta é dirigida a uma determinada pessoa. - “favorecimento da prostituicéo": exige habitualidade; a conduta é dirigida a um numero indeterminado de pessoas. - gonsumacéo: nas condutas de induzir, atrair e facilitar, com 0 inicio da vitima na prostituigéo; na conduta de impedir, com o prosseguimento na prostituicao. - sujeito ativo: 0 proxeneta. nao exige CASA DE PROSTITUICAO Art. 229 -grime comum: inexiste exigéncia da qualidade ou condig&o especial do sujeito ativo. www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 58 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios Aula 05 - Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Ric de Janeiro/R} Prof. Pablo Farias Souza Cruz bem iuridico: a moralidade sexual A prostituic&o, por si sé, ndo configura ilicito penal. RUFIANISMO Art. 230 -Diferenca entre 0 rufido e o proxeneta: Rufido é 0 popular cafetéo, isto é, aquele que, de forma habitual, tira proveito da prostituicao alheia. 34 © proxeneta atua no sentido de mediar os interesses sexuais de terceiros. -Diferenga entre rufianismo e favorecimento da prostituicéo com intuito de lucro: no rufianismo a percepgaéo do proveito € continuada, tratando-se pois, de crime habitual, sendo que o favorecimento da prostituicao possui a natureza de crime instantaneo. TRAFICO INTERNACIONAL DE PESSOA PARA FIM DE EXPLORACAO SEXUAL Art. 234 Sujeito ativo: qualquer pessoa, homem ou mulher, que venha a se utilizar dos mais variados expedientes a fim de promover ou facilitar a entrada ou saida de pessoas do pais para exercer, de forma continuada, a prostituic&o ou qualquer outra forma de exploracao sexual. Sujeito passivo: tanto o homem como a mulher poderdo ser vitimas do crime, observados 0 aumento de pena previsto no pardgrafo 20, incisos 1, Ie til. O delito apresenta-se apenas na modalidade dolosa. Consuma-se o crime com a efetiva entrada ou saida, do pais, de pessoa destinada a exercer atividades sexuais. A aco penal cabivel para o crime do artigo 231 serd publica incondicionada e a competéncia da Justica Federal. TRAFICO INTERNO DE PESSOA PARA FIM DE EXPLORACAO SEXUAL Art. 231-A Trata-se de crime comum, tanto na sujeicao ativa quanto passiva: qualquer pessoa, homem ou mulher. © tipo exige dolo especifico de agir com o fim de possibilitar que a pessoa exerca a prostituicéo ou outra forma de exploracao sexual, nas condigées descritas no tipo. E indiferente que a pessoa exerca efetivamente @ prostituigéo ou a outra forma de exploragao sexual. Basta o fim de exercé-la. www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 59 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios Aula 05 -Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Janciro/R) Prof, Pablo Frias Souza Cruz E crime formal. A tentativa sera possivel sempre que a conduta puder ser fracionada. luestdes cial Espetaculos pornogréficos - Face 4 garantia constitucional que veda a censura, pode-se entender como fora da incidéncia da norma os espetaculos e qualquer outra forma de manifestacao intelectual. Pedofilia - As condutas de produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena de sexo explicito ou pornografia, envolvendo crianga ou adolescente, constituem outro crime, tipificado no art. 240, caput, da Lei 8.069/90 (ECA). O agenciamento, a venda, 0 oferecimento, a troca, a aquisiggo ou posse de tal material configuram os crimes dos arts. 241 a 241-E do ECA. Tecnicamente, no ha crime no Brasil definido com a rubrica marginal Pedofilia. As condutas do pedéfilo, entretanto, podem configurar, a depender da hipétese, um dos crimes previstos nos dispositivos acima. www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 60 30 Ie Curso de Direito Penal - Teoria e Exercicios Aula 05 1.3 Questées sobre a aula de hoje 1) (FUMARC ~ 2013 - TJM-MG ~ Técnico Judiciario) Em relag&o a classificagéo juridica do crime de peculato- apropriag&o (art. 312, caput, CP), é CORRETO afirmar que se trata de crime: a) comum b) formal. c) funcional préprio. d) material. 2) (FUMARC - 2013 - TJM-MG ~ Técnico Judiciario) Concernente ao crime de concusséo (art. 316, caput, CP), é correto 0 que se afirma, EXCETO em: a) O crime de concussao nao admite a modalidade culposa. b) O crime de concussdo se consuma no momento em que o funcionério publico recebe a vantagem indevida por ele exigida. c) © particular que cede a exigéncia financeira praticada pelo funcionério publico e entrega-lhe a vantagem indevida ndo é responsabilizado pelo direito penal brasileiro. d) No caso de concurso de pessoas, o particular responder pelo crime de concusséo, desde que tenha conhecimento da condigéo de funcionério publico do autor. 3) (VUNESP - 2013 - ITESP - Advogado) Policiais Militares Ambientais comparecem a um assentamento e constatam a extragéo ilegal de madeira (crime ambiental). Trabalhadores assentados pedem aos policiais que néo adotem providéncias, no que so prontamente atendidos e os policiais se retiram, sem que qualquer providéncia fosse implementada. Diante www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 61 aA Curso de Direito Penal - Teoria e Exercicios "0s concunso= Aula 05 - Direito Penal p opista da Policia Ci Prof da afirmacéo anterior, e com relagdo aos crimes contra a Administrag&o Publica, os Policiais Militares cometeram o crime de: a) exercicio funcional ilegal. b) prevaricac&o para satisfazer interesse pessoal. c) condescendéncia criminosa. d) prevaricagao para satisfazer sentimento pessoal. €) corrupgéio passiva privilegiada. 4) (CESPE - 2013 - TRT - 8? Regio (PA AP) ~ Analista Judicidrio - Area Judicidria) Em se tratando de crime de peculato culposo, a reparagéo do dano antes do transito em julgado da sentenga condenatéria configura: a) excludente de ilicitude. b) excludente de imputabilidade. c) causa de diminuig&o de pena. d) causa de exting&o da punibilidade. e) circunstancia atenuante. 5) (TJ-SP / 2010) Comete crime de denunciac&o caluniosa (CP, art. 339) quem da causa a instauracéo de investigacéo policial contra alguém, imputando-Ihe crime de que o sabe inocente. 6) (Policia Civil / 2009) © crime de denunciacéo caluniosa consiste em imputar a alguém, que se sabe inocente, a pratica de crime, pois se a imputagdo for de pratica de contravengdo penal restaré configurado apenas um crime contra a honra. 7) (Policia Civil / 2009) www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 62 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios eiro/Rb opista da Policia Civil do Rio d Prof. Pablo Farias 5 O crime de auto-acusagéo falsa constitui-se na conduta de acusar-se perante a autoridade de crime ou contravengGo inexistente ou praticado por outrem. 8) (Policia Civil / 2009) A pessoa que ameaga testemunha, para que esta omita informag&o no curso de inquérito policial, no pode responder por coag&o no curso do processo, mas deveré responder por crime de ameaca. Gabarito: 1) (FUMARC - 2013 - TJM-MG - Técnico Judicidrio): D Obs.: No caso dos crimes funcionais préprios séo considerados aqueles cuja exclusao da qualidade de funciondrio publico torna o fato atipico. Nos crimes funcionais impréprios, excluindo-se a qualidade de funcionério publico, haveré desclassificagéo para crime de outra natureza. Como exemplo se pode citar 0 caso de peculato, pois, se a pessoa no for funciondrio puiblico, o delito seré desclassificado para furto ou apropriagao indébita. Segundo Capez (2012, p. 466) 0 peculato-apropriagéo é crime material’?. Consuma-se no momento em que o agente transforma a posse ou detengao sobre o dinheiro, valor ou outra coisa mével em dominio, ou seja, quando passa a agir como se fosse dono da coisa. 2) (FUMARC - 2013 - TJM-MG - Técnico Judiciario): B Obs.: A consumacao ocorre no momento em que a exigéncia de vantagem indevida chega ao conhecimento da vitima, independentemente da efetiva obtencéo da vantagem visada pelo agente. Trata-se de crime formal e a obtengao da vantagem é mero » Crime material é aquele que exige a ocorréncia do resultado natural para sua cousumagao, www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 63 30 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios eiro/Rb Prof. Pablo Farias Souza Cruz exaurimento. No se trata de um crime impossivel pelo fato do delito Aula 05 - Direito Peni opista da Policia Civil do Rio d ser consumado com a exigéncia feita. 3) (VUNESP ~ 2013 - ITESP - Advogado): E Obs.: Quando o funcionério publico deixa de praticar um ato de offcio, Para saber em qual tipo penal sua conduta se enquadra & necessério saber 0 motivo que o levou a néo praticar o ato de oficio. Se deixou de praticar 0 ato de oficio por pedido ou influéncia de outrem, o crime seré de corrupgao passiva privilegiada (§2° do art. 317 do CP. Contudo, se nao houve pedido de terceiro, ou seja, ele deixou de praticar ato de oficio unilateralmente, e se o motivo for pena de responsabilizar (indulgéncia) 0 subordinado o crime seré de condescendéncia criminosa, se, por outro lado, 0 motivo for qualquer outro, o crime seré de prevaricagao. 4) (CESPE - 2013 - TRT - 8? Regio (PA e AP) - Analista Judiciario - Area Judiciaria): D Obs.: art. 312, § 3°, do CP. 5) (TJ-SP / 2010): Certa Obs.: O delito de denunciagéo caluniosa encontra-se disposto no art. 339 do Cédigo Penal nos seguintes termos: Art. 339. Dar causa a instauracao de investigago policial, de processo judicial, instauracéo de investigagSo administrativa, inquérito civil ou ago de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente. 6) (Policia Civil / 2009): Errada Obs.: O crime de denunciagéo caluniosa consiste em imputar a alguém, que se sabe inocente, a pratica de crime. Se a imputac&o for de prética de contravengéo penal também estara configurado o www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 6a crime de denunciago caluniosa, mas no caso caberé redugSo da pena. 7) (Policia Civil / 2009): Errada Obs.: O crime de autoacusagao falsa constitui-se na conduta de acusar-se perante a autoridade de CRIME inexistente ou praticado por outrem. 8) (Policia Civil / 2009): Errada Obs.: A pessoa que ameaga testemunha, para que esta omita informagéo no curso de inquérito policial, PODE responder por coagao no curso do processo, desde que use de violéncia ou grave ameaca. Art. 344 - Usar de violéncia ou grave ameaga, com o fim de favorecer interesse préprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juizo arbitral: Pena - reclusdo, de um a quatro anos, e multa, além da pena correspondente 4 violéncia. www.pontodesconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 6 Curso de Direito Penal — Teoria e Exercicios os eoncunsos: Aula 05 - Direito Penal para Papiloscopista da Policia Civil do Rio de Janeiro/RI Prof, Pablo Farias Souza Cruz Caros amigos, Gostaria de agradecer sua atengao e paciéncia, bem como desejar toda a calma e tranquilidade no dia de sua prova. Obrigado pela confianga. Esperamos que 0 conteitdo tratado aqui sirva fanto para a sua aprovagiio, como para uma atividade policial de exceléncia, pautada sempre na honestidade e na crenga de que, aos poucos, nosso lindo e grande pais ird melhorar Tal melhora passa pela capacitagto do funcionalismo piiblico, que, acreditamos, esté ocorrendo progressivamente, ¢ se abrilhantaré ainda mais com sua nomeagii, posse e exercicto. Forca e Féll! Boa sorte! Grande abraco e uma EXCELENTE PROVA! Me mantenho a disposig&o, lembrando que, em breve, estarei langando uma aula complementar! Prof. Pablo Farias Souza Cruz www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Pablo Farias Souza Cruz 66

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