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Trabalho Com Redução Do Homem À Condição Análoga de Escravo - Artigo - José Monteiro Brito Filho
Trabalho Com Redução Do Homem À Condição Análoga de Escravo - Artigo - José Monteiro Brito Filho
1. Generalidades
Doutor em Direito das Relaes Sociais. Procurador Regional do Trabalho, lotado na PRT/8
Regio (PA/AP). Professor e Pesquisador do Centro Universitrio do Estado do Par
CESUPA. Professor Adjunto da Universidade Federal do Par. Professor Titular da
Universidade da Amaznia.
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Denominao usual, cuja correo tentaremos desvendar adiante.
Fundamento dos direitos humanos. In MARCLIO, Maria Luiza e outro (Coord.). Cultura dos
direitos humanos. So Paulo: LTr, 1998. P. 60.
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Idem, p. 74.
Comeando com o Cristianismo, neste, segundo Rabenhorst, entendese que Deus teria atribudo ao homem uma destinao superior, sendo o nico
criado imagem e semelhana de seu Criador8.
Essa idia, a propsito, fica clara na mensagem que o Papa Pio XII
dirige, em 3 de novembro de 1948, aos trabalhadores da empresa Fiat, quando
diz:
O homem imagem de Deus uno e trino, e, portanto, tambm pessoa,
irmo do homem-Deus Jesus Cristo, e com le e por le, herdeiro de uma vida
eterna: eis a sua verdadeira dignidade9.
Idem, p. 24.
Encclicas e documentos sociais: da rerum novarum octogsima adveniens. So Paulo:
LTr, v. 1, 1991. P. 182.
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Dignidade humana e moralidade democrtica. Braslia: Braslia Jurdica, 2001. P. 25.
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Cleber Francisco Alves, falando da noo de dignidade no enfoque da Igreja Catlica, ensina
que: no se pode olvidar que a noo de dignidade humana est visceralmente fundada numa
autntica compreenso do que o homem, e a respeito do verdadeiro sentido de sua vida,
sentido esse que no pode ser encontrado apenas numa perspectiva reduzida sua dimenso
material, econmica ou social, mas deve ser respondido tambm quanto dimenso psquica e
espiritual, voltada para o transcendente, indissocivel em sua natureza (O princpio
constitucional da dignidade da pessoa humana: o enfoque da doutrina social da igreja. Rio de
Janeiro: Renovar, Biblioteca de Teses, 2001. P. 160).
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Aqui a observao necessria de que entendemos outros princpios que so caros ao
homem e ao Direito, como a liberdade e a igualdade, como componentes importantes, mas
ainda assim componentes da dignidade.
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O mesmo Pio XII, na mensagem anteriormente indicada, afirma nesse sentido, dispondo: A
Igreja [...] garante a plena igualdade quanto dignidade humana. Encclicas e documentos
sociais: da rerum novarum octogsima adveniens. So Paulo: LTr, v. 1, 1991. P. 183.
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No, porque a razo, aqui, deve ser entendida de forma potencial, com
uma dupla face. Como lembra Sarlet, a autonomia considerada em abstrato,
como sendo a capacidade potencial que cada ser humano tem de
autodeterminar sua conduta, no dependendo da sua efetiva realizao no
caso da pessoa em concreto, de tal sorte que tambm o absolutamente
incapaz (por exemplo, o portador de grave deficincia mental) possui
exatamente a mesma dignidade que qualquer outro ser humano fsica e
mentalmente capaz 16.
Idem, p. 45.
Dignidade humana e moralidade democrtica. Braslia: Braslia Jurdica, 2001. P. 44.
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Ver aqui, novamente, Sarlet (Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na
constituio federal de 1988. 2 ed, revista e ampliada. Porto Alegre: Livraria do Advogado
Editora, 2002. P. 50).
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Nesse sentido que entendemos que Luiz Alberto David Arajo afirma
que: O que se buscou enfatizar foi o fato de o Estado ter como um de seus
objetivos proporcionar todos os meios para que as pessoas possam ser
dignas19.
Ainda assim, no raro que nos deparemos com essa situao ou,
como veremos, situaes.
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se de gua a mesma gua imprpria para sua atividades normais, como beber, tomar
banho, lavar seus objetos e utenslios etc.
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Repetimos, aqui, o que dissemos em nota anterior, antecipando a concluso e agora de
forma mais clara, ainda: a dignidade da pessoa humana que violada, principalmente,
quando da reduo do trabalhador condio anloga de escravo. Tanto no trabalho
forado, como no trabalho em condies degradantes, o que se faz negar ao homem direitos
bsicos que o distinguem dos demais seres vivos; o que se faz coisific-lo; dar-lhe preo, e o
menor possvel.
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falta de liberdade, o homem tratado como um bem, como coisa que pertence
ao tomador dos servios.
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