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Poemas de Manuel Maria Du Bocage
Poemas de Manuel Maria Du Bocage
1.
J se afastou de ns o Inverno agreste
Envolto nos seus midos vapores
A frtil Primavera, a me das flores,
O prado ameno de boninas veste.
Varrendo os ares, o sutil Nordeste
Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zfiros e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste.
Vem, Marlia, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas rvores o abrigo.
4.
Quantas vezes, Amor, me tens ferido?
Quantas vezes, Razo, me tens curado?
Quo fcil de um estado a outro estado
O mortal sem querer conduzido!
Tal, que em grau venerando, alto e luzido,
Como que at regia a mo do fado,
Onde o Sol, bem de todos, lhe vedado,
Depois com ferros vis se v cingido:
Para que o nosso orgulho as asas corte,
Que variedade inclui esta medida,
Este intervalo da existncia morte!
Travam-se gosto, e dor; sossego e lida;
lei da natureza, lei da sorte,
Que seja o mal e o bem matiz da vida.
3.
5.
2.