Você está na página 1de 3

   

   
Pedro Costa Santos 
www.pedrosantos.eu   
info@pedrosantos.eu   
 
23 de Fevereiro de 2010     

SEMINÁRIO “REALIZAÇÃO 
DE CURTAS‐METRAGENS 
CINEMATOGRÁFICAS” COM 
M. F. COSTA E SILVA 
Seminário decorrido no dia 6 de Fevereiro de 2010 no estúdio da ESAP, inserido na cadeira de 
ProCosta e Silvaso Criativo no Meio Audiovisual, leccionada pelo Prof. M. F. Costa e Silva. 
Pedro Alexandre Costa Santos 2 
SEMINÁRIO “REALIZAÇÃO DE CURTAS‐METRAGENS CINEMATOGRÁFICAS” COM 
M. F. COSTA E SILVA
 
  A vantagem deste tipo de seminários é a possibilidade de podermos estar em 
contacto  com  pessoas  que  se  encontram  activamente  no  mundo  do  cinema,  ficando 
assim a perceber a sua metodologia. 

Como tal, Costa e Silva começou este seminário apresentando o seu percurso 
artístico e explicando a sua forma de trabalho, forma esta que se assemelha, no meu 
ponto  de  vista,  a  Woody  Allen  na  medida  em  que  Costa  e  Silva  utiliza  sempre  os 
mesmos  elementos  na  sua  equipa  técnica,  nomeadamente  ao  nível  da  produção, 
montagem, operação de câmara, operação de som e banda sonora. Este é um ponto 
importante na medida em que o uso sucessivo dos mesmos elementos faz com que a 
equipa se transforme uma máquina perfeitamente equilibrada. 

Outro  ponto  importante  e  que  foi  bastante 


PROCESSO CRIATIVO
desenvolvido foi o processo criativo que Costa e Silva 
exerce. Tudo começa por uma ideia solta – uma frase 
–  que  fica  escrita  num  caderno  para  mais  tarde  se  Ideia
poder  pegar  nela,  novamente  semelhante  a  Woody 
Allen.  Quando  chega  ao  dia  em  que  pega  nessa 
Story Line
mesma  ideia,  transforma‐a  numa  story  line,  ou  seja, 
três  frases  correspondentes  aos  três  pontos 
importantes de uma história – principio, meio e fim –  Sinopse
ainda de uma forma muito básica. A fase seguinte é a 
elaboração de uma sinopse, um resumo de quatro a  Scaletta
cinco páginas que incide sobretudo sobre a narrativa, 
contando assim a história de início ao fim. Depois de 
pronta,  passa  para  a  scaletta,  de  forma  a  dividir  a  Tratamento
sinopse anteriormente elaborada em sequências, ou 
seja,  conjuntos  de  cenas  com  a  mesma  temática.  Sequência dialogada
Depois,  passa  para  a  fase  de  tratamento,  onde 
elabora  cena‐a‐cena  cada  uma  das  sequências  feitas  no  passo  anterior.  Depois  de  as 
cenas  estarem  escritas,  falta  apenas  elaborar  os  diálogos,  assunto  que  é  tratado  na 
sequência dialogada. Por fim, resta apenas fazer um story board para poder começar 
com a pré‐produção da curta‐metragem. 

Então,  na  fase  de  pré‐produção,  Costa  e  Silva  preocupa‐se  com  diversos 
aspectos do filme como os locais de rodagem, a verificação de toda a equipa técnica, 
com o casting, com o agendamento da rodagem e posteriormente com os ensaios. A 
fase de ensaios é importante para todos os elementos que participam na rodagem e 
assim, é necessário fazerem diversos tipos de ensaios, começando com os actores com 
quem  faz  uma  sessão  de  leitura  para  que  possam  perceber  o  papel  a  desempenhar. 
Mais  tarde,  iniciam‐se  os  ensaios  no  platô,  não  sendo  que  este  o  local  final  de 
Pedro Alexandre Costa Santos 3 
SEMINÁRIO “REALIZAÇÃO DE CURTAS‐METRAGENS CINEMATOGRÁFICAS” COM 
M. F. COSTA E SILVA
 
rodagem, mas que serve para estudar as deslocações quer dos actores quer da equipa 
de rodagem. Só mais tarde é que o ensaio é feito no local de filmagem, para que todos 
os intervenientes se ambientem com o espaço da rodagem. 

Costa e Silva falou‐nos também da linguagem cinematográfica, afirmando que 
esta se resume a elementos fundamentais como a escala de planos, os movimentos de 
câmara, os ângulos, o ponto de vista da tomada e a montagem. 

Abordou  também  a  evolução  do  cinema  apontando  como  pontos  cruciais  o 


acto  de  registo  de  Lumière,  Méliès  devido  ao  uso  de  efeitos  especiais,  Porter  pelo 
desenvolvimento da montagem, Griffith pelo uso da montagem alternada, o advento 
sonoro,  o  aparecimento  da  cor,  o  Cinemascope  pela  imersão  do  espectador  na 
narrativa fílmica e o surgimento do cinema digital. 

Conclusão: O seminário de Costa e Silva foi importante para o desenvolvimento 
das  minhas  capacidades  de  criação,  pois  por  vezes  sinto  algumas  dificuldades  em 
desenvolver uma ideia para uma narrativa fílmica. Assim, penso que este seminário me 
levou  a  considerar  certos  pontos  que  nunca  tinha  ponderado  e  estou  certo  que  me 
poderá ajudar no futuro. 

Você também pode gostar