Você está na página 1de 18
JOK0 DA COSTA ANDRADE/ LufS FILIPE caLDAs ico DUARTE FONSECA/INES FERAANDES GoDIsiO PpEDRO RAFAEL COELNO.SIMOES TEMAS DE DIREITO PENAL ECONOMICO Coordenagao de Jost Fanta Costa é Coimbra Eaitora 200s DIREITO PENAL PREVENTIVO E_OS CRIMES DE. PERIGO: UMA APRECIACAO DOS CRITERIOS DE PREVENCAO ENQUANTO ANTECIPACAO DO AGIR. PENAL NO DIREITO (*) (>) BovARDO Sanz DE OLVERA E Siva Sums redo: 2. Brees Condens ste 9 Fndonet de Drsio ‘een uns Rio de Cane Pgs 2 © Dota Pano haga ‘eh Crimi Trae de Recon um tren de De ea 2 Pcp eas De el Peet An 1. INTRODUGAO A present investigagdo versa sobre as conduas de perio quanto i tendncia da modema Palica Criminal que tem nesas tpiiagtes um ‘verde isrumeato de peevengo-pnal eu au forma nis precisa, icios que buscam prevenir a ocoréncia do danovolagio por meio de uma antecipagso da puniso deiroda esfera de perigo 'Nio se poe jgnora asl moment vivid pelo poder planetro ‘Vives hoje om una sociedade exremsmenteacelerada face 208 ava 05 obtidos na rea tecnoie, 0 qbe mio nos impede de vives em (0) neti demi rt cde e ie Peal mira plo (da Linge Pogue aan eal tum paradoxo. Nunca se viveu tanto to bem como nos dias de hoje pote mesma tenia qe possibilila esta qualidade de va, pode em fm piscar de olios desu do. Seja por itermédio do mau so das técncas ncleares; sje por uma mancia medita, com 2 ocoréaca de anos ecol6gicos, cries econtimicofnanceras, desestabilzagio dos meeadoe, concentagio de rend, dente ours ‘0 novo modo de seriver social € denominado por alguns autres ‘como sociedad dere (!), como se obser tase de uma Sociedade (gr ive em stages de riscoeconsanes As grandes dcises sis dover ser tomadas em milésimas de segundos, face 3s exigéncas do Imereado, todavia, os efeitos desta deisdes podem ver eatasrtios. ‘par dso, sarge wma nova ciminalidade que vem minando a too 0 ‘momento ests reco, criando uma stuagso de insabildade continua [ic osj efeids problemas, edimersionado pelo medo empolsinado pos meios de comminicag,surgem novae obicsseiminas que en fam. a todo o est, contoaro sco imaneme a esta sociedade- Ess pollces criminai propognam par ipiiagtes de peigo por enende- fem estas uma forma de friars conduas antes de aingirem os bens Juridices, pois so tips penis que alo exigem o danavilago para a junio, mas to somente 3 exposigo 40 perigo atndo asim de ura orma da preventiva 'No enant,o que ose es a pevober, fae 2 cepucra imposts ela acelerglo © 0 medo vividos,€ que 0s ilcitos pices de perigo $o um insrumento relevante no canoe de conduts socialmente des ‘alias, todavia, se orem tilizados de forma vazia€ sem limi {ade podem se tomar instumentas propicos a abusos © injustgas por parte do Estado 'A fim de extudat 0 problema em questo, o tnbelho ser desen- ‘volvid, primum, quano a0 fandamento propose ao dit, bm ‘como ao dito penal, passaremos or uma andi da sociedade aval fazendo una breve reflexdo sobre s endéneaserminaizadras, bem ‘come ds teoria do Dieito Penal do Inimiga. Log aps, anaisremos ‘ direio penal enquamtoinstumento de tela subsiiina de bens jar cos ea questo dos novos bens jusdico exis resulane &4 mod ago histria da oss Sociedade, muito mais complexs, ben como ‘cater de eso a exes bens Par fim, ie observa os crits de tipiticado © fundamenos lp ‘mos para tiiicago em crimes de dana/iolagio, concrete por em ‘etigo ¢cuidado-de-pergo, como meio ideo capsr de gant subs tancialidade aos delitos de pergo eviando assim oesvaiamento dees {sito para que no venham a er mers istrumetos politicos de abuso os direitos individ, 2. BREVES CONSIDERACOES SOBRE 0 FUNDAMENTO DE DIREITO PENAL ENQUANTO. UMA RELAGAO DE CUIDADO DE PERIGO ‘Ants de comegamoso estudo propos impoese fazer uma beeve apreciagio aerea do pensamento que dard base a dogmatic que se desenvolverd na investigagdo. Assim, para que porsamos wilizar 0 fundamento proposto neste tahlho, 20 dieito penal, que justiiaré ‘que ag se conclu devemos fazer uma breve abordagem do fan Aamentarelaional da Sociedade, e porque no dizer do ppa dieito pena. ‘Como ji afinara Aristteles o Homem ¢ um animal politico porque social @), porque se eaciona ese comunica com o outa e asim per fae sua condi de polio. Assim, uma ieia de fundamen soil (Arts oo pce a esbee ie ete donate po ‘rat & sou to ae tert. Dito ata como exemple Ahar Kas oe eh Sen amc" ea ne te ‘fee rue ho Eat anen bm oma nao de Eeaa ‘Sialplico Kaununn arr." pee de Fis do eno 9 n> Sais ia lt do vera rs ee ‘ttn ine sn re sce oa gc ‘para uma comunidade & propia esfera da relago do ser-como-outra, (ser 86 # em relgao aos demi. Se no houvero outro para gue hija 1 comunicagio e 4 idenfieagio do que se é,ndo havens ser Desta forma, poe se dier que ower se denies enguanosujeito porue contrapero em rlagao 30 ouro, E da mesma forma, 6 poder dizer aque € um ser dco porge diferent em rlago 0 oro ‘A pani dagu, poems chegar 2 una breve ida de um fndamento anopolgico da rego, piso sr 6 exibe asa dferega enquanto recoahecer nos ours a dferenga com o préprio ser. Esta diferengs, © respeito pea dfeenga dos sercomosoutos, € que origina s poi es.) como que umm exigncia alm de oernca, mas come ge mt ugenciacomunicacional da reagio do sercom-0-cito [Neste sentido, importante sar preciso do pesamento de Yue 4 Faria Cosa: "As stcadades pune porgue esas 36 exist quando las se verfica uma tia relalon de probigdes © imposigtes com Dortamentais que enguamto manifesagses do Ser socal. sf0 mbm rmanifesages da ‘mina’ eiferenga de ser em ser Sendo. 0 ser enguan iterenga e porque diferente € gerador de poibigoese imposigies ie impeem que a "ita dierenca de serconos-outos — jutimene pra subsistir como dierenca de ser-comos-ouros — ses ratorad, a ‘laa, por um qualquer outro sercon-os-ouros qi, para afima 8s “ierengs,nadiique, justamente » difereng-dos-ouro, Mas, acres- fe2mte-sc, 2 proiigso ea imposigio sem sentido materia se com eat po elas, nua lgag insole, se protegere potnciar os valo- tes payed seguanga” (0) “Sen quits sepise ua merean que conse tas ess so eh a pa on rn Ee uma erat humana conw mea suticia ons ie ool {TE ie oes ip oe nt Ahr “legen tu Lape dis © Un rap es Rl ‘er Enacord sma oo oy Dts Bea oP APDU p20 Cee ae on ie i oi mma Pal, Co a Por isso, confarme o professor de Coimbra,“ dicio penal encon- traa sia ro de ser eo seu fundamento na dimensio onto-atropeli- {ica de cuidado-de-perige. O que faz com que 2 ite penal mate Fal se manifest na perversio ou rupira daquea precisa elagto de vida de-prigo” (*). Desa forma, 2 sociedade, ou mais precisamente 2 comunidade polticamenteorganizaa, 56 poderdinervirpenalmente quando a con dita presente tm repercusso desvaliosafelevantee inustentivel esta suogio sed necessariamente quando fer romp 3 reag de cu dado-de-pergo. Acrescene-se, nds, que ene desvalor «6 & apeens- ‘el, ou perebide, comuniariamente see consubsacia er um ate tico desvalr de fesulado. Ao fazer esta visualzagso do fandamenta leg, nose esta hipervalrzar odesvalorderesutada, Muito antes pelo conti, © que se quer €valorar de frm evidadosa a ponders 0 do eixo desvalr da mengdoidervlor do resultado () ‘Aqui paiemos aimmae que o que se deve levar em considers lo € propriamente a diotomia ene valor de agio e valor de ees tao, mas a sua relagio enguanto comuniccionl flemes de forma mas preci. Nio hi duvids de que o direto 6 relaionl ou como niacional.. Tod asio relacional entre os sees passvel de gear obrigagBes juridicas uns com os outros. Assim, da mesma forma, 4 ago criminosa também comuiicicional. A fim de melhor cla reza ailizemes 0 exemplo de Faria Costa) “guando A mata B est belece-se, fenomicament, uma relagdo comuniacional que em vez de ser de euldado pata com 0 outa se transforma a sus neji dade, no aniuilamento do outro. E justamente este resultado que ‘vem a sera propria negagio da relacio de cuidado-depergo, repre sentando-se no desvalar de resultado da conduta, tendo em vista que 1 relagio comurieacional de cuidado do eu para com 0 outo foi no aso concetonadifiada eum pet de eel m RACE. haw np (Fun Comm ae Pac operant os oma np sec RAC. emp 0) iGo Tat nc etapa rea ¢ ne (oe ore impr do ene RAC. Te (0 valor de edad € 0 fandameto maior das infin abet rela ona etre a pssous,denro de wma matrix communi, de cada um de nis. Uma tal eisfo nesta comunicag € gue vem fundamentar 9 Aiea penal, “eo desalor de cidade ¢, na verdad, a nega dag las precise determinadaraberturasrelaionas” (Nese serio, demos fundaros crimes de perigo com este mesmo prinpio. Asin (05 delts de perigo se josifcaro com a tensio ow eolocao em perigo deste valor de cuidadode-peigo. Desa forma, und eu tro fem diregio de uma outa pessoa € 0 roti oo acer, eu tnsionei 8 esfera de culdado-depergo para com 0 outro, colecando objtivae Inenteem perigoo bem jurica vide da outa pessoa ‘Ale © até aqui exposto, 0 fandamento onto aniepoligca d cl Aado-depergo dos seres-com-os-ouros (ser o fundamen ula ‘presen investiasso ao propio dito penal adotado no present batho com o fim de execermos uma anlie dos deitos de peigo na sciedade bode 3. 0 DIREITO PENAL DO INIMIGO E A POLITICA CRI MINAL DAS TIPIFICACOES DE PERIGO COMO UM INSTRUMENTO DE DIREITO PENAL PREVENTIVO ‘No final da ada de item, com a concentasso maciga de capi tas nas ios de empresas wansnacionis, lado ao desapuecimento dss sociedaes marnsus, emsnando com a bipolariade mundial, de caro lado, a crise fiscal dos Estados providéneis — Welfare State (") —, 1) ib ene prima mea de de na Cost, ost Peasisn (09 na dese psage, ellos conc, vase em ep 9 ads moines prs pels a eo igs pn acme ‘hams qs ei Sh rear ror de pou sure seerw pee tin, ore yeaa ar ‘Bute Saenger stcineinete lve dentine ct 5 i pps tin past gras cano arc Edom 9° Iinpossibtao de parnta expansio dos dirt scsi e de minimizar 8 desiguldades econdmica, se propiciou outa face 20 captalismo. ‘A nova ida deste capalismo se fandameta a ego de um mercado ‘muni repido por regs pripias e dud de enorme fre de propa. lo tetra. Isso resutou nas relagdes simultneas dos mead de ‘pitas de todo o mundo det forma gue 0 movimento dos mescados se cons compleameate foe do convo de qualquer apéncianacinal. ‘Com a nova ozdem mundial, ot sociedade mands no ha mais ‘espagos geogrficosfechados. A transnaionlizagto dos mercados politica expansions ditada pelos grandes conplomeradosecondmicos inemationss tm dsestabilzad as extras poltico-insiucionais © [incpalmente a ordem jrdica dos Esadoe-nagBee que tem como base 0s Principos da Saberaiae da Temtrialidae (") Eugenio Rail Zaffroni (2) aponta como a pincpalconsegué «ia polica da globalizagso “la impotenca del poser politico nacional frente al econtmico glbalzado™. Com a busca da imepragio dos mer ‘dos, com lve trnste de pessoas, capitis, servigose mereadoria © 1 consequent elminagso das bares slfndepnas nts ¢ cos bh ‘culos 20 livre comerei, o Estado nacional vat perdendo o seu poder de repulameniagio, depeadende cada vex mais de determina es supa rnacinais (2) sobre medida adoadss de telages de mercado ‘ote 0 domino enti" Mota; i Lae Baan, At fg o Et eo ‘enpoies i O pon rai, Cte de pugs Ge UNIINOS. pT uta emotineto cali, pass nl « nein ae this searadors com suo muna de gue modo cnr por i de mec Sie ec me ii te rg a a peel sti yo cues erences pe i (0) "Teoma win ee Br Ease Nac bio eres Se sche, argo oem cs te tins epn ep = ah sete cm ogy aa 0 en on en Além iso, com 0 impulso da evolu eenligca na sre com sicacinal as infermagées processar-se com a apie quo fatres de espe c tempo so minis e pracamete next No pore fonde od quanto se realize um fo gerade de consequenis de mercado, tle ter dimensbes mundiis no exato memento em que realizado, Por isso, conforme Alberto Silva Franco (): "grande concenragio de ‘capitis, mobilidade acclerada dessescapiais e generalizagioeéletne ‘da comunicagio consttuem o ipé do novo modelo capita geador ‘de um poser econémico global, sem possibiidae de enrol do poder pelico nacional” Nes meteado mundial os novos mos tcnolgics e de com sicagio possuem papel fundamental para 0 seu desenvalvimenta, Or ‘meio de comunicaao alizavam, 4 veloidae da Iu, 3 relgdee me ants que io podem mais paar. Nesta esteira, também fora re pponsiveis por una nova dimensio da velocdade social (nstantine, Sem referencias de espago e tempo) (A glbalzag dos meios de comuniapioacleou a reg es sis, akerando as concepyes de ut Sociedade do ser edo ter, para uma sciedage do faze) Sinanconal Cow igo}. Dugay. Ene le 9d: nie "Gla etn pode, op.» 108 (©) Pa Vt cana ei un nto peer se emp, cba 2 afma que as Sosa ss ve o> arava poi some Fors lem smote ¢ Mes, ea coe enna 9s“ ‘inc “De fam acoso nemo let ba ‘tow uns tna fe hana omagotenp ens anes Red roan ade pelos cess bs Se espe ccm estnens, ey yt ote ana muita deals de eens de cae ine mete tee aa see {Seu oe serve devace eo hrs sehen apae "dampness acts ao mete mao ners spa us dimen cha eu av gous sue a2 cS tp el nd Ps ae Roe i ase 36 1h ge i MSS a mm te at Co “Sis 4 A ranio caleuladora que rege a sociedad globalizadaexize um movimento ad asterium e sem bareias,Vive-se hoje sempre na ‘momento preseae ("Esta aceleragdo socal redimensiona 8 per- cepeo dos sc0s que anpamente exam adsitos a eases nate ‘ais Hoje, com os novos referencias soci, as deisdessubjetivas passam a gerar iscos de grandes eatstofes (9). 0 homem de hoje oss o dominio das mais desenvolvidas teenologas. onde 4 sea imi uilzagio pode vir a gear grandes danos 3 natureza ("), por exemple. (© grande vilto dos isos hodirnos & 0 spereigoument tenia ‘que a modemidade nos auferi. Lembeemos que a ténia cinta era 2 responsivel por nos apresenar todas 36 respostas da natureca, bem emo aresponsivel pea disoluio ds iscos proveienes da natureza (Ocomre que. pormcio das cincis fram surgindo novo reco que & psa cidncia devera responder, eda solugso deses isos vieram os vangos teenolégices. bem como a incidéneia de riscos ainda mais poderosose imprevisvis, uja tenia ambi & chamads a esalver, 6 que agora sem nenhuimapeevisio dos riscesainentes em eu es tudo. [Neste sentido, podemos air que &earacteriatica dy sociedad ‘moderna a sua capacidade ou inengio de controlar as inetermiagies. Evnese inten, prair nov indcerminasbes, este paradox de con tole e (repredusdo de isco, vai causar a necesidade de maior pro 1 wows qian, ma slender mi profi. je Ine, ro ado deeee Doe forma mks inp crane ie Peps lene es ho ‘Penal ae Comic. Combea: Coimbra. 198. pp. 126-129 (Gao hats Concent seta, Lamen Dui, Ro de In 30 p11, Ma cig aa gn am tr "C5 i rea“ ep ee reno ‘ir Movre, Me Fenins 0 fre ie depot © doco pea te Goat eee Ons (Pe Gena, Rie, Die domacaie ic: es cone 9.19 (tac aghast A, tam ec ie 0 gee ar om ce ge ie Sows: ihe pia stints de nun tae sce ene too tem ue genie rm preg ee me ps ‘nino rn da in co en ‘ie Xena de ser em com” fe tnd pone eo fe macat a es

Você também pode gostar