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MATERIAIS METÁLICOS

AÇO (material metálico ferroso)

Matérias primas
· minério de ferro (magnetite, hematite, limonite)
- aparecem na natureza associadas a impurezas -> ganga
- ponto de fusão do ferro puro -> 1530º
- ponto de fusão do ferro impuro -> 1150º a 1200º
- quanto maior a quantidade de ganga menor calor terá o minério, mas maior facilidade de
fusão. As impurezas funcionam como fundentes
· carvão de pedra
- o carvão reduz o minério de ferro a ferro metálico
· calcário
- destina-se a libertar o minério da sua ganga, reagindo com os seus componentes
principais e originando a escória
- funciona como elemento fundente

Fabrico
- o carvão é transformado em coque na coqueria (coque – carvão sem impurezas)
- o minério de ferro é aquecido no alto forno na presença de carvão (redutor), fundentes e
calcário
- o minério de ferro é reduzido a ferro metálico, a ganga e às cinzas dos carvões – escória
- o ferro que sai do alto forno chama-se gusa
- a gusa é inaplicável como material de construção quando sai do alto-forno
- a gusa para se tornar aplicável como material de construção tem de ser purificada (tem ainda
muitas impurezas e muito carbono – cerca de 4%)
- a purificação é feita nos convertidores através da oxidação da gusa em fusão, fazendo-a
atravessar por ar ou oxigénio o que vai oxidar os elementos indesejáveis contidos nesta. Estes
elementos ao serem oxidados escapam-se no estado gasoso ou integram a escória, separando-
se do aço
- a escória flutua na gusa
- o aço em fusão é moldado em bilites (barras com alguns metros de comprimento e pequena
secção) ou lingotes

Moldagem
- extrusão - o lingote é refundido e obrigado a passar, sob pressão, por orifícios com a forma
desejada, e esfriado
- laminagem – o material é levado ao rubro e obrigado a passar entre cilibdros com
espaçamentos e diâmetros cada vez menores (fieira)
- trefilamento ou estiramento – o metal é ligeiramente aquecido e forçado a passar por
orifícios de moldagem
Ligas de ferro e carbono
- % carbono < 0,0025% - ferro macio
- 0,1%< % carbono < 1,7% - aço
- 1,7%< % carbono < 5 a 6% - ferro fundido

Aço
- 0,15% a 0,25% - armaduras ordinárias
- 0,6% a 0,9% - armaduras de pré-esforço
Muito carbono – pouca ductilidade, rotura frágil, maior tensão de rotura

Fases sólidas do aço


- ferrite – macia, maleável e tem tensão de rotura baixa; pouco interesse como material para
estruturas
- cementite – dura e frágil, assemelhando-se a um material cerâmico; a sua presença junto à
ferrite aumenta muito a resistência
- austenite – é mole e dúctil tal como a ferrite (distinguem-se pela gama de temperaturas onde
apresentam estas características), prestando-se bem para a laminagem

Tratamentos mecânicos – também chamados de “tratamentos a frio”, são processos que


alteram as características mecânicas do aço, nomeadamente a tensão limite de cedência e a
extensão da rotura. O tratamento mecânico deve ser sempre seguido de tratamento térmico
(recristalização) para permitir o desaparecimento de tensões internas.
- laminagem a frio – deformação longitudinal permanente por compressão transversal; não
tem vantagem sobre os outros tratamentos
- estiragem – aplicação de tracção às barras ou fios. O inconveniente deste tratamento é que
os fios ou barras não ficam homogéneos, tanto em dimensão como no alongamento.
- trefilagem – estiragem através de fieiras (máquinas que transformam os elementos em fios),
que reduz consideravelmente os inconvenientes anteriores.
- torção – tem as vanagens da estiragem, mas só melhora a aderência quando a base é
nervurada ou não é de secção circular

Tratamentos térmicos
Arrefecimento lento – difusão equilibrada de carbono formando produtos estáveis
Arrefecimento rápido – difusão não equilibrada formando produtos não equilibrados
- têmpera – obtém-se por arrefecimento brusco em água, óleo ou soluções com salmoura; a
têmpera tem como objectivo a obtenção de uma micro-estrutura que proporcione
propriedades de dureza e resistência mecânica elevadas; forma-se a martensita (duro,
quebradiço e não plástico); se se aquecer a mertensita (martensita revenida) ela fica mais
plástica
- normalização – processo de arrefecimento ao ar; tem propriedades intermédias entre os aços
temperados e recozidos
- recozimento – processo de arrefecimento muito lento, no forno. É muitas vezes utilizado após
soldadura, quando o arrefecimento inicial foi demasiado rápido, provocando uma rotura frágil
- recristalização – aumenta relaxação; diminui a resistência

Aços naturais e endurecido


- aço natural (N) – laminados a quente na fase austenítica; arrefecidos ao ar; trabalho a quente
- aço endurecido (E) – com base nos aço naturais sofrem tratamento mecânico e térmico;
maior resistência; trabalho a frio

O aço natural é levado à região das grandes deformações plásticas. Retirando a força
responsável ficará uma deformação residual permanente. Deste modo fica mais duro. O
tratamento térmico subsequente permite dissipar as tensões internas

Comportamento do aço

- Aço liso (L)


- Aço nervurado ou rugoso (R) – aumenta da aderência aço-betão (nomeadamente da
aderência por corte), possibilitando assim o aumento das tensões de serviço no aço e no betão
sem o perigo de “descolamento”

Nomenclatura
- L – liso
- R – rugoso
- N – laminado a quente
- E – endurecido a frio
Exemplo: A235NR -> aço (A), de tensão de cedência de 235 MPa, laminado a quente (N), de
superfície rugosa (R)

Extensão na rotura:
- A235 – 1,02%
- A400 – 1,74%
- A500 – 2,18%

Natureza e características mecânicas dos aços


- Aptidão para a dobragem – uma vez que o aço endurecido a frio é frágil, tem tendência
para fendilhar quando dobrado.
Ensaio de dobragem – o espaçamento entre apoios deve ser 2x o diâmetro do mandaril
mais 3x diâmetro do varão; o mandaril é colocado sobre o varão a meio vão; exerce-se
força até se verificar o ângulo de dobragem de 180º -> o aço é aceitável se não fendilhar
na zona de dobragem
Ensaio de dobragem-desdobragem – o varão é dobrado a 90º ; envelhecimento artificial
(30min a 100ºC e arrefecimento à temperatura ambiente); desdobragem de 20º -> o aço é
aceitável se não fendilhar na zona de dobragem

Características geométricas dos varões


- Configuração superficial
- lisos – sem rugosidades ou saliências
- nervurados – existem nervuras (inicialmente paralelas ao eixo do varão mas, por
torção, formam um certo ângulo com o eixo) contínuas e descontínuas – tem melhor
aderência ao betão

Aderência ao betão
- Ensaio de viga – é o ensaio preferencial pois usa condições mais reais
-> o varão só está aderente ao betão no comprimento dos 10, o resto do varão encontra-
se numa bainha onde não há contacto com o betão podendo deslizar livremente; o
objectivo é medir (nas extremidades) a força a partir da qual há deslizamento do varão
- Ensaio de arrancamento (Pull out test) – consiste em submeter o varão a uma força de
tracção aplicada numa das extremidades, ficando a outra livre. A relação entre a força
aplicada e o deslocamento medido na extremidade oposta à solicitação constitui o
resultado do ensaio.

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