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medieval. O comrcio local sempre foi uma instituio cercada de salvaguardas para proteger seus
limites. Nessa poca, as relaes de troca eram apenas uma das muitas relaes sociais e obedeciam as
mesmas regras impostas a todas.
Apenas no sculo XIX o mercado passou a reger o sistema social. Nesse sentido,
tudo se torna mercadoria - objeto de compra e venda - inclusive as mercadorias fictcias,
aquelas que no possuem qualidades que so expressas na racionalidade formal do mercado.
Com o nascimento da economia de mercado, a terra, o trabalho e o dinheiro tambm se
tornam mercadorias, fazendo do seu preo o aspecto fundamental para a estabilidade do
sistema. Na medida em que nenhum desses trs fatores produzido para a venda, tornam-se
mercadorias fictcias. Isto significa subordinar a substncia da prpria sociedade s leis do
mercado, razo esta, na sua viso, a explicao para a desarticulao social.
Assim sendo, a civilizao do sculo XIX vai ser marcada por um impasse: o
progresso deste sistema necessita dessa transformao da terra, dinheiro e trabalho em
mercadoria, enquanto esta transformao seria responsvel por destruir a sociedade. Da
emerge o conflito entre as foras que tentam manter e expandir o sistema de mercado autoregulvel, e as foras que tentam limit-lo em relao s mercadorias fictcias. Estas foras
contrrias expanso do sistema de mercado auto-regulvel surgiram na metade do sculo
XIX, na Inglaterra, atravs de legislao social e movimentao da classe trabalhista. A
histria desse sculo , portanto, o resultado de um duplo movimento: a ampliao do
mercado em relao s mercadorias verdadeiras e restrio com relao s fictcias,