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“at 8002 ojmeg org. uurusapung % OLA BZ ~onssaid9 9 ouspaepy ACIAIC] SON ASSVID V “AN() SON OYANED O Saya InyL Paro, eHPID PYYYYTYYT PP EE CECILIA TOLEDO exceita relagio: o homem passou a ser escravo ee waa, Quando sho nr pr sire 0 przer (tba deo de aor de — teabalhar por um excedente; quando a procriacio de! on wus Here vontade; quando o fitho deixou de sex apenas Ge ro ela sexe asso 2 se ums impose part + Subpltjo ter filho passow a ser usna atividade alheia rnulher, ps sme Gia procsiacio passou a sera perda de si mesma, +o alo alienado aliens do homem 2 cares ¢ 4 5 fungio ava PSP, 8 i ms Neate momento rage 4 aenaio “is Ele 0 aliena dos outros homens. Nesse mor wpe 2 sienasio gine sepamacio-desigualdade entze os sexos. Essa separa 6 porate, sexe pntrico, tan quanto a alienaco do trabalbados em relag “Bpalnos 0 suegimento da exploracao, wociedade em classes. uso) e passou ser nacural, svjeit tem subprodero da proptiedade privada ¢ a diviséo da 1 Capiruto IT A Mulher no Mundo do Trabalho sissacio da mulher no mundo do trabalho ~ tanto do trabalho social As do wbalhodomnésico~ dena cro com publ dao »pressio é um problema de classe, um problema do capitalismo. A entrada em massa da mulher no mercado de trabalho se deu durante a cha- mada Revolucio Industrial, na Inglaterra, entre 1770 e 1830. Além de ter marcado a introducio da maquinaria no processo de produgio de mezcado- € a concentzagio de grandes contingentes de trabalhadores nas fabri- , a Revoluglo Industrial marcou 2 introdugio da familia na engrenagem de producio, tzansformou a mulher em forca de trabalho, fez dela uma peri, im processo vertiginoso, que mudou a situacio da mulher de todas as A ideologia burguesa do amor maternal mostrou toda a sua hipocrisia ao ser imposta para as mulheres de todas as classes sociais, mas s6 valer de fato para a mulher burguesa, que tinha condigées materiais e espirinuais para mie As mulheres que aio eram da burguesia foram confiscadas pelo -capital ¢ transformadas em forca de trabalho. E junto com seus filhos! ‘A maquina, criada para render 0 maximo, acabou por arrancar a mulher dentro de casa, incorporando-a a0 seio da classe opericia. Como diz Marx em O capital (wol.1), “A maquinaria, ao tornat initil a forca do musculo, permite empre- gar trabalhadores sem forca muscular ou sem um desenvolvimento fisico completo, que possuem, no entanto, wna grande flexibilidade em seus membros. O trabalho da mulher e da crianca foi, portanto, © primeizo grito da aplicacio capitalista da maquinaria. Desse modo, ‘aquele instrumento gigantesco criado paca eliminar trabalho ¢ ope- rizios se convertia imediatamente em meio de mmultiplicacio do ate 2 JW ) IVIVOVOOO Uv 1 1e8 goad 0 BEY SONVTE : SIPOS sogSuny senp s¥ss9 aoz9x9 anb ‘oor 19s wm 2 ¥pp fese9 wo eno 2 eougEy EU eu 9 OFU ZOUEE e anb x94 UHM “eIOpEUT “en oiuenbuo ogSeuaqe ens ap oxSeaqdnp ¥ ‘osst woo “® oueqen 9p rpeu0 ep osSeoqdap up v sodum ope] onno 10d ‘opSedmouemia ens zod 9 pexides o en, boo seyny zed seauourEsiay se ‘unsse nap ayy 9 euzzodo osse[> ¥ TOTAL ¥ NOD ~gmun anb pf ‘opSezaqq ens ap opnur 0 nooyrudis opel uum 20d 38 “ese> 9p £205 cueGen © “OoNs;WOP OUTEqEA OP oypiAersa ep UpEUZaqy 109 OBL ZOyTNUE ¥ ‘vongyy Ba ered pede> ojad epeosquoo opis saaey ap resede ‘unssy ‘odum oonod wo epeasyuo9 859 onb ‘cumbyur ens refed e steurel eavBoyo ovu v, anb soxteq of: somyjes so 2 epuer oF e19 opiBix> omuowsIpuaT O “Em509, 9p rotbyur ean ap widwioo v aiuawos eifrxa anb ‘Toy oypeqen wn ‘se ~2q33 $¥U Sopedojoo sostae atepour ‘soy|-wenoworg ‘omfonuop wo seis -zodo sep o vio soxoynur sep oxSesojdxo op umnuzoo oxnus odn on {ASUTUP Sp ® BT ap OBYES a LOD oxpApE wHOLOY tun wionansqns ‘euetas rod surpoup gt 9 ap Sones wo> ‘soue ¢] 9p seuTUITE “Soryy BIquIs| owOD ‘Se[2 sopor sp [EARTHS JaasuE O sEpos nMosu0 2 0 9 ‘souprado 2p orowns © cumU noIwaURE BURjET oYTEGEN od sulnpe sop oufeqen op ogSmansqns ¥ uo ‘opmaiqos *» ourunaigy oyeqen ofad oumnoseur oyfeqen op esuowuT sreur zaa epeo opSmunsqns # WOD “WIssy F,0RseI0[dxa 9p nex8 nas ‘upqura sew ‘jeudeo op spas ommspepraa 0 ‘oxSexoqdxo op ouvuiny, Teaarear 0 9s ory cuswou nud 0 spsop eqdure vrreumbeus ga 95 ood “enpurey etn soxueUT exed ayuapeoxe oypeqen 2 pede ov oupeqen sep anb wig onb seossod 4 oxs woSy “win ap spaut oF souezedo 20d opep sizopaax oujeqen op 0ss92K9 0 wi0d Oxsemd ~wod wo muruNp sep sepor ap osard o a “eum ap sgaur oF oyreqen 9p sypeusol } way opned 0 ‘eon wro ‘seu ferpuney ep vaqes Op Ou egen ap e510} & zesduso> soaue tazisna anb op steuz arsno ‘oufeqent 2p se510} 4 ‘ojdwox> sod ‘epeaored enjusey eum sesdusos zoayer,, “‘eopueztoreasap ‘ayau9 nas ap oueqen ap ¥SI0 p 1o7Ra o erpusey ens © epor anuD nmainsrp eumMbpus « ‘eure; ep sonprAPU! 50 sopon oueqen 9p opeosous ou mesure] Oy Tenprarpur o2npe oxrerado op SoU -ade sur opv 9 ‘eprodo wrguaes & epor ap ovsusynupus v ezed asysuodsiput outeqen op odie ojad opeumuzarap 398 ¥ nossed oufeqen 9p 530} ep 10] “Pa © Owtod vondxa aaepy “eerodo wypures © epor ap seus ‘jenprarput orpsedo SCIAIC SON aSS¥79 V "ENA SON OWANGO O ‘STESETIAN BE ‘$661 ‘S220, ono 9p Ong “ay mp PUN TER, ORTENVININD > op stew ogy exo8e ‘opserojdxa ap nes o nowusume 2 ovgnoseur oueqen onozmopeasop ‘eSuenD vp mpquM a eougE ¥ Toni ep oeSeIodTOOET . 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A forga motora neces- siria para a produgio havia sido transferida dos musculos do trabalhador para a méquina, abrindo caminho para a incorporacio de mulheres € criangas 20 processo produtivo. ‘Aqui ha trés aspectos a serem ressaltados, Primeiramente, note-se que a mulher é considerada forca de trabalho inferior, ou mais frégil, porque s6 é ‘convocada para a fabrica quando chega a maquina, que dispensa a forga bru ta, Ela ¢ a maquina chegam juntas e sfo o diferencial da indistsia moderna ‘em relag3o 4 manufatara. A mio-de-obra feminina é convocada para aumen- ‘aro rendimento da maquina, ou do capital constante, fazendo baixar 0 ni salarial geral da classe trabalhadora. No-entanto, ela sempre fez trabalhos pesados antes do advento da grande indiistria, como arar a terra, cuidar de animais, esfregar 0 chio, transportar e carregar os filhos, 0 que demonstra gue a ideologia de sua fragilidade & uma imposicdo cultural da sociedade bur- guesa, para servir as necessidades da grande indiistria naquele momento. Por outro lado, a maquina possibilitou a entrada em massa da mulher na inddstria nfo apenas porque eliminou a forca muscular, mas porque exigiu_ um maior mimero de bracos (para manter-se funcionando em tempo coat suo ¢ rendendo maior lucratividade), o que fez com que o capitalismo apelas- se para 0 exército industrial de reserva, representado pela mulher. Em terceiro lugar, como alerta Maria Valéria Pena, com sua entrada no mercado de trabalho, ou no trabalho coletivo, a mulher transformou-se numa trabalhadora assalariada, como parte de um processo que substituit: trabalha- dores qualificados por nio-qualificados, adultos por criancas e homens por mulheres. Assim, a desqualificacio do trabalhador, que surgi com o advento da maquina e a destruicio da manufatura, ajudou 4 incorporacio da mulher 20 trabalho social, Dois fatores, portanto, contribuiram para a transformacio da mulher em proletaria: 1) a maquina, a0 dispensar forca muscular; 2) a desqualificacio do trabalhador (uma vez que 2 mulher é considerada mao-de-obra desqualificada por origem), reduzindo as tarefas a um mesmo nivel. Dessa forma, 0 capi lismo usou a divisao sexual, a desigualdade de géneros, para estimular a com peticao entre os trabalhadores e baixar o nivel de salérios. A mulher € sinéni ‘mo de trabalho barato. E, como lembra Marx, embora teoricamente valor a forga de trabalho seja, em média, o mesmo para todos os trabalhadores, na pritica a forca de trabalho pode ter diferentes valores de troca. Isto tem di- vversas causas, entre elas o maior treinamento, a idade € 0 sexo. 40 MULHERES: © GENERO NOS UNE, A CLASSE NOS DIVIDE ‘As conclusées de Marx so, por um lado, que a forsa de trabalho da mu- Iher é uma forma de extracio de mais-valia absoluta, um recurso usado pelo pital para gumentar diretamente o lucro, assim como quando eleva a jorna= “Ga de trabalho, €, por outro, que a expansio do trabalho feminino pode corresponder a uma expansio da demanda por artigos prontos, ampliando 0 processo de circulagao de mercadorias. “Como na familia ha certas fungdes, por exemplo, a de cuidar e ama- meatar os filhos, que no podem ser suprimidas radicalmente, as mies confiscadas pelo capital se véem obrigadas a alugar operarias que as substituam. Os trabalhos impostos pelo consumo familiar, tis como costurar, remendar, etc, sio supridos, forcosamente, com> prando mercadorias prontas. Ao diminuir a inversao de trabalho do- méstico, aumenta, como é légico, a inversio de dinheiro. Portanto, os gastos de producao da familia operiria crescem ¢ absorvem os ingressos obtidos do trabalho.” ? O encontro com as novas tecnologias ‘Assim como havia ocortido na época da primeira Revolugio Industeial com a introducdo da maquinaria no mundo do trabalho, a chegada das nova” tecnologias na segunda metade do século XX, sobretudo 0 advento da informatica em grande escala, facilitou o trabalho da mulher e sua absorcio como mio-de-obra. Entretanto, tampouco conseguiu resolver ou mesmo minimizar 0 “problema de género”. Apesar de o capitalismo se aproveitar das diferenciacdes de género, a situacio da mulher no mundo do trabalho mostra ‘que essa niio € a causa primordial de sua opressio. Ela é apenas um dado cultural, que faz parte da superestrutura da sociedade, e que é diretamente dependente ¢ influenciada pelas determinantes escruturais, ou seja, 0 modo de producio capitalista. Poderiamos dizer que as desigualdades de género sio “eavenenadas” pelo capitalismo, alimentadas e aprofundadas a cada dia, de int- ‘meras formas, para que continuem a servir 0 modo de produgio dominante. A situacio social das mulheres se caracteriza pela desigualdade ¢, no fun- do de qualquer um dos aspectos em que se manifesta essa desigualdade esti 0 twabalho, porque esti relacionada diretamente com a forma como a mulher tabalhadora concilia sua condicio de reprodutora do capital de forca de sabalho, * Idem, “000g “odwonog sommes OBS "POE wepDgeAy ap sprue 10 ‘OpHORY ‘SANGIN 1 ‘ouegeD Op epunur ou say = siqos saQbew209Ur seta Em, “En Op Sossoro2UT $0 WIOd Oso" ap opE ‘oMTOUIOUT ¥pED e ‘sopEprssaaae sens 2 sassaraIGT snos wD opro>e ap eiopeyeqen assep> & rouTENb TerdeD C -eopeyreqen assep ep , sopeogrfenbsap,, 9 sopmummdo stew 210328 808 ‘elas nQ sosfou suomoy 2 samaiusr suowoy sov wigqura seur ‘saroyTUS se Os HrEMRSap 25 Og6 sores 9 eago-op-o¥UL ep oxSuIodxD ¥ apuo sorsod soxsa ‘oxtREIOg use /sox82u 9 sanuexBrun se /soxopeyreqen soe urqurer ‘guusuiauonbayy oamur‘s) sexopeyyeqen saxoupau: sy sepeunsap oBs ‘oagsuaiur oypeqen wo Sepepury s3zan seam 9 sameIuaW|> sreu ‘orSeourenb souats op sepnop sepabe owvenbus ‘ourroseur oufeq, -en ojad seprouooid ogs (eBojouoon we ap se) OATSUBia [eTGES wd svpeaseg seppnbe no osSdaouoa ap sopeprane se atusumexa8 aqey 05 -edsa op onuap jeardeo opad eperado oueqen op yenxas oxsiaip eu, anb waquio] soumuy opreany ‘oss way cwausoy op oF seIuow9}du109 ouro> orsta 9 TauTNU YP OH fo reosemned eqames vu anbiod rorayur owes eiqoaos 2 epeusol eidap & opts epexojdsozadns exo era ‘sosoyfnun 9 suouioy ‘ope # ope] “‘ureacyeqen sages S905 -env22uo> sopuesS seu ‘seus zopuor vombyur e so2ey ered eurenuray wq0 -ovur v nossquoo peaides Q “seoRqry seu soyTNU up ¥sseU! 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Este se desemprega conforme sua forca de trabalho atenda ou no a0 interesse do capital naquele momento, conforme o mercado 0 absorva ou 6 descarte. Uma mulher que procura emprego ¢ é rejeitada depois que o empregador pergunta se ela pretende ter filhos, esta sendo punida no pro. priamente por um problema de género. Este € apenas a face conjuntural de um problema estrutural. © empregador se aproveita do problema de género (Ger mulher) para nao darlhe o emprego (podera ficar gravida) porque existe abundancia de mio-de-obra, Se houvesse pleno emprego, uma plena deman- da de mio-de-obra, dificilmente o problema de género seria empecilho para ‘sua contratacio. O que é trabalho “feminino” ¢ “masculino” € definido @ pattir da necessidade do capital de auferir mais lucro. Ble utiliza a forca de trabalho disponivel, aproveitando inclusive suas diferenciacSes internas (en- tre sexo, idade, cor etc) para este ou aquele emprego, de forma aaumentar seu | seadimento, A opressio da mulher, do negro, do imigrante tem a ver, portanto, com _1 uma l6gica superior, que determina todas as demais: a necessidade do capital | de reproduzir-se continuamente. © emprego de novas tecnologias servem aos interesses do capital nessa empreitada, e no pata aliviar a exploracio da classe trabalhadora de conjunto. Os trabalhadores no detém o controle so- bre sew uso, € quanto mais elas stio empregadas, mais agravam a falta de con- trole que eles tém sobre sua propria forca de trabalho. Por isso, aprofundam a exploragio a divisio sexual do trabalho. Nesse mecanismo, os setores mais discriminados da classe trabalhadora, | entre eles, as mulheres, softem graus especiais de exploracio, de onde o capi- tal tira um lucto extra, Se em alguns momentos fiz adaptagées na tecnologia empregada para que seja operada por mulheres, o faz no sentido de extrair mais lucratividade do capital fixo, descartando qualquer hipétese de reduzir « desigualdade entre os génezos. Eo que ocotre na Zona Franca de Manaus | (norte do Brasil, por exemplo, que emprege mais de 30% de mulheres no setor de producio, e se assemelha as zonas francas industriais asidticas ¢ a do México, consideradas “inchistrias maquiladoras”. Como nessas outras zonas francas, na de Manaus predominam as atividades intensivas em mio-de-obra «¢,como informa a pesquisadora Baila Ferreira, sao extremamente desgastantes da acuidade visual e equilibrio motor. As induistrias empregam forga de traba- Iho jover, abundante, barata ¢ ndo-especializada, recebem inceativos fiscais «que incluem a isencio de impostos, instalam-se num local privilegiado, a 8 km do centro de Manaus, dispondo ja de ruas asfaltadas, iluminacio publica, sis- tema de dgua e esgoto, telefone e telex, enfim, toda a infra-estrutura necessi ria para a instalagio da moderna tecnologia internacional. O setor privilegia- do af € o eletroeletrdnico, com o maior mimero de empresas implantadas, 44 MULHERES: © GENERO NOS UNE, A CLASSE NOS DIVIDE cuja mio-de-obra ¢ 75% feminina ¢ que, dentro da divisio internacional do trabalho, cealizam 2 montagem final do produto com partes produzidas em outros paises. ‘A pesquisadora Edila Ferreira entrevistow gerentes de empresas de Manaus. ‘As respostas desses gerentes mostram: 1) como © capital se aproveita do problema de género para melhor explotar a mulher como forca de trabalho; 2) como a opressio esti a servigo da exploracdo; 3) como a opresstio nic existe em si mesma, deslocada do modo de produgio € da divisio social em classes. Vejamos alguns desses depoimentos: “Damos preferéncia a0 trabalho feminino por ser a mulher mais submissa e mais cativa; & mais fécil de se submeter 4 monotonia do trabalho de montagem do que o homem” (gerente de produgio de indvistria eletroeletrénica), “Homem nenhum se submete a um trabalho monétono e repetitive deste, de passar 0 dia inteiro a soldar pequenas pontas de fios. Isto é uum trabalho que s6 a paciéncia das mulheres permite fazer” (chefe de pessoal de indistria de televisores) “O trabalho € feminino porque € servigo manual. Para a mulher, é sais pratico. Elas ficam naquele servicinho mesmo. Os homens pro- caram logo se tornar operador” (chefe de producio de fabrica de compensados). Esses relatos comparam a mulher ¢ 0 homem e mostram que, conteadito- riamente 20 que parece, 0 capital dé preferéncia 20 homem e no a mulher como forca de trabalho; aceita a muther porque o homem est mais sob pres- sao (como disse um gerente: “Se eu tivesse trezentos homens em vez de mu- Iheres, os problemas seriam bem maiores”). No entanto, do que se aproveita o capital é, sobretudo, da abundancia de mio-de-obra disponivel. Essa rela- clo é que determina como, quando € em que grau o empregador da preferéa- cia 20 homem ou 4 mulher. Dé preferéncia a uma forca de trabalho que seja submnissa, independente do sexo, Isso tem a ver também com a correlaco de _forcas entre as classes num determinado momento, que vai determinar se a forea de trabalho esti disposta a aceitar ou rejeitar 0 grau de exploracio que é imposto. Esse € 0 determinante nas relacdes de produgio, no as questées telativas as diferencas sexuais e de género. Em momentos de crise, o capital apela para 0 que de mais desqualificado existe na forca de trabalho, porque 0 que tem a oferecer é um trabalho repetitivo, sem qualificacio alguma, e preci- sa baixar o preco da mio-de-obra para compensar o que tem de setorno. A 45 JIAO vd V.IOUU 3 > 2 2? 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(O desemprego crénico, que havia sido superado nos estados operitios, agora se agrava a cada dia em todo o mundo, O emprego ¢ crucial para & emancipacio da mulher, ov pata se tracar qualquer “politica de género”. O trabalho, a oportunidade de desfrutar de um emprego com diseitos trabalhis- tas, um salézio digno, creche e outros beneficios é fundamental para qualquer trabalhador, em especial para a mulher. E a pedra de toque para sua indepen- déncia e sua liberdade, para que ela consiga minimizar a opressio, a violéncia ¢ a miséria. Basta observar como no Afeganistio, talvez o caso mais extremo de atentado aos direitos da mulher, uma das primeitas proibicées para elas por parte do governo Taleban foi 0 trabalho. O desemprego estrutural € um retrocesso na emancipacio ferninina. Uma mulher que trabalha, que pode alcancar certa independéncia, niio € to facil de se submeter quanto uma mulher que permanece trancada em casa, encer rada no micleo familiar, sem perspectivas de vida. Nos paises pobres, uma mulher que encontre um emprego pode aumentar em muito seu geau de dependéncia, de poder decisorio, e ter acesso a edueacao, a formacao pro! sional. A diferenca, simplesmente, entre saber ler ¢ escrever ou niio, pode sex decisiva. Do ponto de vista da elasse trabalhadora, uma mulher que trabalha € ‘uma mulher que pode participar do sindicato ¢ dos movimentos politicos, « pode se localizar no seio de sua classe. Tsso significa um ganho para a classe trabalhadora. Se algo avangou no terreno dos direitos da mulher, isso se deve em grande parte a0 fato de que elas se incorporaram cada vez mais a merci do de trabalho. Nos paises dependentes, a entrada da mulher no mercado de trabalho nio significa maior igualdade nem maiores direitos. O capital vem conseguindo transformar esse passo fundamental da mulher em diregao a sua emanci ‘¢io em uma forma de aprofundar a sua explotagio. A maior parte das trabs- Thadoras que se incorporam ao mercado de trabalho o fazer em setores in formais, precitios, ¢ so alvos faceis da superexploracéo capitalista, acum: lando 0 trabalho doméstico. As novas tecnologias aprofundam a divisao se ‘xual do trabalho. Além disso, a opressfo ferninina torna-se ainda mais injusta quando se lembra que seu trabalho no é acessétio ou complementar a0 do homem, mas é imprescindivel para a economia ¢ @ sobrevivéncia de milhées de familias. Segundo a OFT, o trabalho das mulheres é a principal fonte de ingressos para 30% dos lares do mundo. Na Europa, 60% das trabalhadoras © Organizadora do liveo Aguantondo el tipo. Desigualdad soil divriminacon sclertal, publica do em Barcelona, 1999. 48 MULHERES: © GENERO NOS UNE, A CLASSE NOS DIVIDE aporta a metade ou mais dos ingzessos do grupo familiar. Na india, 60 mi- Ihdes de pessoas vivem em lares mantidos unicamente por mulheres. Na ‘América Latina, metade de toda a producao agricola sai de miios ferininas. Portanto, garantir trabalho pasa a mulher é uma teivindicasio fandamen- tal para garantie a emancipacio ferinina. O diteito a0 trabalho remunerado é inaliendvel nfo s6 para os homens, mas também para as mulheres. A autono- ria de uma pessoa é impossivel se ela carece de ingressos proprios. Como diz Mazia Jestis Benito’, enfrentar o problema pela raiz implica enftentar 0 fato de gue obter um emprego é uma necessidade, ndo um desejo. A critica a0 principio de igualdade de oportunidades deve necessariamente vir acompa- hada de uma exigéncia, que toda mulher adulta sem emprego remonerdo deve ser contablizada nas estatisticas de desempregados e nao declarada como dona de casa. F uma forma de encobri 0 desemprego feminino, extrema. mente alto em todos os paises. Nio € a desigualdade de género que explica isso. E a desigualdade de classe. A mulher nao tem emprego porque nio hi emprego para 2 classe smabalhadora de conjunto, Num sistema baseado no sucateamento da classe tabalhadora, seus setores mais oprimidos si0 0s mais afetados. Os estudos de género veem af o problema central Referindo-se, por exemplo, a fone na Africa, mostram que apesar de a mulher ter um papel primordial na producio agricola, produzindo 80% dos alimentos de base, recebe somente 10% do juero gerado na agricultusa e controle apenas 1% da terra. Trata-se, realmen te, de uma disparidade. No entanto, nao é uma situagio que afeta apenas a her € tampouco a Africa, Q homem trabalhador agricola na Aftica ipouco detém o controle da terra e de seus ingressos, Sua situasao estari, vez, um pouco melhor que a da mulher, mas nao se pode afirmar que 0 homem trabalhador agricola controla a tera e seus ingressos, ea mulher aio Quem controla toda a terra €0 latifindio, os grandes proprietirios. Esse é 0 inimigo principal de mulheres e homens trabalhadores afticanos, Se tomamos 0 caso dos trabalhadores agricolas no Brasil, a situagio no é muito diferente da Aftica, ¢ aqui tamponco se pode afirmar que os homens detém o controle da terra seus ingressos, ea mulher aio. A divisio primordial, decisiva, se dé entre classes possuidoras e despossuidas, e no entre homens ¢ mulheres despossuidos. Nao se pode negar que haja um descompasso entre homens € mules da classe abalhador,e que x explorasio se soma 3 opresio, sac cando ainda mais a mulher. No entanto, aqui se trata de buscar 0 caminho para. a solucto de um problema que afeta a ambos, homens e mulheres taba- Ihadotes,¢ esse caminho € 0 do enfrentamento com a burguesia, cu progra- ‘ma inclai as bandeicas especificas da mulher, como legalizacio do aborto, salério igual para trabalho igual e outras. - 49 } VUUt YUU JYUVUIII UW) VyIUY JYOUMOUU J JOO 9p seeqeue v noSoy ovt seu ‘jeudeo op eusso20u o¥SrpuoD Eun 39s 940 > 2 tOpeyreqen asseP ep OESnpozdo: 9 oxSusinue ¥ anb soayuosor xreyy ‘esanmq 2pep2;208 ep crunluo> ou smueuRAOP s9pod 9p S905" se 9 oyfeqen op jenxas oxsiarp © znpordar 2s 9 wussse 95 wIequre ‘Sopep ~sss0au sens woo opiose ap esanitinq wad epmadepe 103 2 sossep> se 0 epeand apepaudord » woo ovarede ‘sj28uqq nomsous ouroo ‘anb yeoremned exe EN epos opSnpordes ep eBarreoua 9s wryurny ¥ “opssoudax ep O¥9x9%9 0 ‘SI9] sup ebpsnl v ‘opSeanpo vp wZanvous 9s vjooso v wo unssy “erpusey ¥ zeogpadss opSmansuy euin jemos ovSnposdas x ered ezqnn owsredes o ‘ouueiog “eea-steur ap opsenxo © mmuowiosour ‘cuz03 essop ‘ered ofequn ap e510] ep oxSnpoadaz ap ossanoxd © 2 seuopeosou: ap ogSnpoad ap ossaoo1d o anus ovSezedas v exojdxe eae adr © “zr 0 oyu ‘outa ou 2 “omnsqyo assap sured so20y wuosep oonsyiO} oueqen 0 ‘oueqen ap eSs0y ep orSnpordax v tavd “elas no Sopeyeqen 6 erouparazzqos vexed ouyssaaau o 3 Oizyjes 0 3g ~asqedes o ered opueyTeeN senunuoo sed sei@zau9 sens aodar 9 vsuvosap ‘evuaure os 1OpeypEqen O ‘1 ON “epEE wsjoquissap oF isqendeD 0 qeab ofed 9 Gaus ejod yeodss ‘eqgurey endosd ep ores ow opezieas aponbe ‘oonsguiop oyjeqen 0 as-x0osap ‘eanposdo: 2s oueqea 2p #5103 v onb zed wasyaideo ofad o8ed ouepes of ‘pa-sreu & 9 (omrzes 0) 207ea ondord nos 9 oupequn ap Pio} wed oprnpord iojea o anu eSuarsyip y Jopeyreqen op emupataasqos e exd ‘onyssanau © om109 oprpusiti ‘OuyES 0 “tiqo-ap-oBUE & Bed sojEA 0 ‘Tofea oud pad nas e zopadas aaduras 9 (Goanposd snas ap epuaa e moa uleigo eastpeatde> © an opmbs) znpard ve anb soyea 0 anb of ‘rofea anposd anb eropearow wom ¥ 9 ‘opy| onno 20g “isqatde> ov sopuoa ered mssod sopeypeqen o anb von ‘cgopeorou: vam 9 oupeqen ap vio} & anb nansuousp xreyy ‘Tarde> © WI vssanoid 9s og’nposday esso anb ze ou 3 “oureqen ap e820 up ovinpordsl ap ossso0id 0 wioo 19a v wai anb zaa rum ‘oxSnposd ap wismendeo ewsas!8 OP vaaiqord win 9 oonsptuop oypeqen © "epure} ep O18 Ou wuMza3 9 ebot09 amb ‘oprand euroiqosd wn 7 oanoduney, ex0qq Owsrurtay © 30% x2ze5 xonb OWwO9 ‘.oumu; 0103,, ap ‘Tenpiaspur eassyqord un 9 ogy ‘sauna ep euzaygoxd um 2 ‘ows conspmop oureqen o ‘eSedord apepamos e anb op omenuon oy “o9RS HOP ‘oureqen 0 9 ray ep ogSexojdxo /ogssordo up jeuatuzepuns orvedse on) oyreqey op e5103 vp odnposdar istansguop seyaaey, ‘esqeaides opSemeasos ¥ wio> ‘iasarede e wjoa 9 openrpes opis vary aj ‘sompiado sopris SON omsrpaides touiou um wa oss! 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ON, oastox vTIss> Yr a 2 uy CECILIA TOLEDO Forma detalhada os processos internos da familia que geram a mercadoria “forca de trabalho”. A articulacio entre o trabalho doméstico, como fonte de reproducio ¢ proctiagio de forca de trabalho, ¢ a produgio social mostra como o uso da forca de trabalho ferninina é um dos recursos para o capitalist expandir a extragio de mais-valia absoluta “O capitalismo no gerou o patriarcado, mas o utiliza e reforca, fa- zendo-o parte de sua propria dinamica. © contrato de casamento assegura a dependéncia da mulher em relagio ao homem ¢ 0 Estado, por sua vez, contiola a participagao feminina no mundo do trabalho coletivo, reafirmando o papel doméstico € materno da mulher” 7 “O erabalho doméstico (fazer e determinar compras, cuidar e dirigie a educagio de filhos, responsabilizar-se pela cozinha, limpeza da casa, soupas, ofganizacio do espaco doméstico etc) basicamente uma atividade reprodutiva porque através dele a mulher cria valores de uso com os quais trabalhadores ¢ herdeitos sobrevivem sotincira- mente. (..) © trabalho doméstico esti no cerne da opressio fernini- ha e enquanto 0 casamento inclui-lo como um mecanismo, atzavés, do qual servigos sao prestados gratuitamente ¢ criangas geradas ¢ criadas, tendo uma mulher como responsavel, a opressiio dessa, com ou sem propriedade, com ou sem a alternativa de um trabalho assa- lariado, parece inevitavel”* Muitos pesquisadores, entre eles Manuel Castells, que teorizou sobre a “era da informagao”, afirmam que na sociedade anual, com as novas tecaologias, de informicica, o patsiarcado esté chegando ao fim (La era de la informacién, vol. 2, cap. 4). Engels via isso no advento da indiistria moderna. Ambos usam ‘os mesmos argumentos para sustentar sua posicio, ou seja, de que a entrada da muther no mercado de trabalho a tornaria independente do homem e levaria ao fim da familia patriarcal Isso niio ocorren. A familia tornou-se o lugar de organizacio do controle da sexualidade ¢ da capacidade reprodutiva da mulher, exercido diretamente pelo marido e seafirmado pelo Estado ¢ sua legislagio sobre 0 casamento, 2 previdéncia social e outros mecanismos, incluindo os aparatos ideol6gi como a escola, a igreja, a justica, os meios de comunicacio, Em razio dis por mais que a mulher ingresse no mercado de trabalho, o Estado ou © capit °JUNHO PENA, Masia Valésia. Multeres¢ rabalbadoras: presenga feinina na canttgo db sistema fabri. Rio de Janeiso: Paz e Terra, 1981, p.70. "Idem, p. 73, 52 MULHERES: © GENERO NOS UNE, A CLASSE NOS DIVIDE continuam a exercer sobte ela uma autoridade patriarcal, impedindo-a de aban. donar as tarefas domésticas e controlando a sua sexualidade. O trabalho doméstico, embora seja parte do capitalismo, ocorte fora das sclacdes capitalistas de produsio ¢ nfo produz mercadorias, como fazia nos finais do século XIX ¢ inicio do XX, quando a familia era uma unidade de producio. Em seu seio eram produzidos os alimentos (conservas etc), as roupas, 08 remédios, que tinham apenas valor de uso. Hoje, grande parte dessas mercadorias so produzidas fora do seio da familia, mas a familia de ‘rabalhadotes continua produzindo valores de uso que fazem parte substan- cial da cesta de consumo familiar e tém selacio direta com a reproducio da forca de trabalho. Como lembra Junho Pena, o capital faz o putting of, ow seja, teansfere para a familia (em especial, para a mulher) parte do processo de producio. Assim, reduz 0 custo de reproducio do trabalhadot masculino ¢ _de sua forca de trabalho, permitindo que seu valor seja apropriado pelo capi- tal, Além disso, o patriarcado, a0 tornar o trabalho doméstico absorveate das cenesgias ¢ do tempo disponivel da mulher, permite que a negociagio da forca de trabalho ferninina se faca abaixo de seu valor. Por isso, € dificil que 0 trabalho doméstico possa deixar de existit sob 0 capitalismo, ji que € 0 espaco de degradacio da forca de trabalho feminina e, por extensio, de todo o trabalho. A degradacio do taabalho no século XX contesponde & homogeneizacio desqualificada do trabalhador(a). Essa é a contradigio principal, sobre a qual ocorre outea diseriminasio: a forca de rabalho ferninina vale menos que a masculina. “Desde o final do século pas- ado, as mulheres tornaram-se o principal reservatério de mio-de-obra bara- , 0 que representa o movimento ascensional das ocupaces mal pagas, do- mésticas € suplementares.”” Eo que explica, enfim, a entrada em massa da mulher no mercado de traba- tho como ocotreu com 0 advento da inckistria moderna e como vem ocorren- do hoje, com a globalizacio da economia: o capital precisa de mio-de-obra barata, flexivel ¢ sem qualificacio, apelando, assim, para a forga de trabalho feminina e, em conseqiéncia, degradando a trabalhadora de conjunto, Contdo, como toda instituicdo, a familia tem uma relativa autonomia em relacio a0 modo de produgo dominante na sociedade, chegando inclusive a entrar em choque com ele. “Assim, por exemplo, a necessidade de ‘descongelar’ mio-de-obra feminina depois da Seguada Guerra Mundial criou contradicdes no Idem, p. 80. ALCAZAR, Ester. Bolt de Aportocone IT. Espanha: PRT, maio 1996, p.t1 1 108 yoo 0, nO “yp ¥ zonaixo sozaa sep 2 “9pe v zON=ND 204 eulsy pe ¥ roneIxe auoudnp “unsse ‘gy MOWOY o ‘omPpoUDIUT um ‘oUEZod "pq (expard uiswoy 0 anb ejenbe) oypeqen nos 3p ompord 0 9 ya anu “e[p © oTpype ‘siodap os 9 “TeBny orpumd wo ‘spp ¥ OUTS :epuTE OIDUE stew > 395 9889 “spp sea ou ‘,g]uapuadapur Zapod um ‘oreyfe Jas um OWOD HUAyap 241 98,, 2nposd oyjegen 198 0 anb oxolqo 0 ‘s[ap ose Ou ag “epeuDTE aIUSi -zidap 9 vo 03st od ten opp anb ompoid du ‘asudy Op oyeRen ou ze5119;3 _38 apo os soynu ep oueqen © ‘unsse opuag “epeL wie aanajo 26 ou orb ogreqen um asm ove ‘ciueisnug ‘oyfeqen o1enbua aquoureanaze euezrear 28 owsau wou ‘o.ueiod ‘ype usp wanalqo a8 Ogu ‘OnuD “eseD wD rayRU YP OUTEGEN © ‘oRSERISIOD ens ‘orSeanalqo ens ¥ 9 OUTEAUN Op EaND}2 oFSez “year © Sxreyy zip ouz0 ‘or2{qo um wo ax a8 ‘oanaya 9s wranno ap oUpeGEN © anb ered ‘elas no ‘seuopessaur vznposd ao anb exed vupeqen erst -TeINIq opSipuoo veto v‘osst © axawgns ¥ anb ayanby owoa wswoy o 2a FouTMU y “ung ws ‘onupuOS_ ouregen um 9 ‘oyeqen e728 os (conspuiop oypeqen op ose2 0 9 owos) oanp oud e198 ogu onb ouegen wn ‘oyreqen nas ap ompard op uratioy op ob ~edos © woo waa ogSeuaqe v 9g oyfeqen Wo masso 9s anb oueqen y “DAE ops soralgo wo enue 2s rfl vanszutop exopeyTeqen oreenbua ZouuT F30d -enuoa 95 wressod anb stoaedyed seston wis opeznas9u09 9 o#u opeyfnsar nag 2npoid sepoprozour wou anb yl ‘owsour is wo opeuorye oueqen o 9 ouTEGEN ag “ppUyppaxe sod eHOpraraus & 9 OaeID99 0 9 “eABI9S9 OP [EON OFS1pUOD Ens = vuroros FIq] “ouegen nas ap osad Op vs:aau! opzes BU Maso exr9snu ens anb 3 ‘sepopeoiow: sep jaawrasrux stun & “eHoprozow wun ¥ TeOaC] “epeL STEW OP ‘Bwop 9 ot Fp “ese9 ap euOP c1uenbug “ouop nos ‘ged n9s OWOD BUIO? 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No entanto, tem autonomialimitada e é uma pega do sume capitalista; €a estrutura essencial da divisto sexual do trabalho, Com: a aT ripe Sates Cai a c30ota 2a jigs, x Beallaaao tem par ee vide tansformat a sociedade, Pelo contririo, para que surja um novo oe familia, que sompa com a divisio sexual imposta e emancipe a mulher, sped manger o sistema de conjunto. Nenhumn proresso & mecinico «, € coma o patsiarcado sobreviven mediante a adaptacio a diferentes mo- are familiares, © Process0 consciente de combaté-lo faz parte da Iuta da cote por sua emancipacdo e dessa Inta pode surgir um modelo alternative ape clmin #opresio feinina Globalizagio da economia, globalizacio da opressao A dupla condigio da mulher - de seprodutora do capital © de forea de qetaho. agrvaa com o neoliberalismo, a globalizacio da economia ¢ esaurtracio produtiva. Tradicionalmente, a mao-de-obra femninina perten: ed Pal de ener O capaiomo lanea i deta cm der jos periodos, obretudo quando necessita de maior producto. Foi assim sie as doas guetras mundais, quando a mulher ocupou os postos de rath dezados pels homens, que foram para o front, ¢ depois, com o fim ier, engrosou outro exército, 0 de demitidos. Nos EUA, quando 11 ihses de soléados retornazam do campo de batalha no final da guerra, em G45, encontaram 18 milhoes de mulheres ocupando seus postos de traba- Pe ore proces pido, de apenas dois anos, quase toda hava sido gesmnobilizads. . “Xlobaliayio econdmica, tendéncia que teve info nos anos 70, é wma post a uaa sitagio de crise do capitalism, ¢ no de fortalecimientor Fonaavo, ¢ ua stuacio de instabilidade, de aumento da concorréncia e dos jo entee ot paises imperialistas, devido & abertura dos mercados © das scitjan Leva superexplorago da clase tabalhador, agravads, claro para oor mas opimidos e f superexplorados, como as enulheres, 08 j= e208 considestdos idosos dos palses periféricos. Nos paises imperialists, elcente-sea ses 08 grandes contingentes de imigrantes. “x primeie conseqiéncia para a classe teabalhadora é o desemprego estru- soral,0 desspaecimento de milhares de postos de trabalho (estima-se em um hdo de dexeapregidos no mando todo hoje, cerca de um tergo da forea de patho), Por ous0 lado, hé uma amplacao do setor de servigos, setor de jgizados ¢ ttabalhadores informais ¢ tempotirios, sem vinculos cereal gopregaticis definidas.— MULHERES: 0 GENERO NOS UNE, A CLASSE NOS DIVIDE, Por outro lado, 0 avango dos planos neoliberais teve outros reflexos na vida dos trabalhadores, como 0 rebaixamento dos saldtios diretos e o corte dos salirios indiretos, Com os ataques a0 Estado de Bemestar Social, Cortes = -atos em educaco, satide ¢ previdéncia. que as novas formas de organizacZo do trabalho, como hotdrios is € contratos precirios, favorecem a incorporacao da mulher ao met- cado de trabalho é um equivoco. A mulher trabalhadora, juntamente com o restante de sua classe, padece ainda mais com as novas formas de organizacio ido, é certo que hi mais mulheres na PEA (Popula- jo Economicamente Ativa, que engloba os trabalhadores empregados e os ia produco. Se, por jesempregados), so mais mulheres que saem em busca de emprego ¢ no mais mulheres empregadas. que empurra essas mulheres a busca de trabalho é a prdpria situagio de peniitia da fatnilia trabalhadora. Por um lado, a necessidade de aumentar 0 salério familiar, totalmente arrochado; por outro, 0 proprio desemprego do marido. Assim, ha uma espécie de "troca de papéis" entre o homem e a mu- Iher, mas uma "troca" que nfo fomenta a igualdade, e sim reforga os papéis, tadicionais, j4 que vem no bojo de uma experiéncia negativa advinda das privagdes econémicas. As mulheres no escolheram trocar seus papéis, mas foram obrigadas pelas circunstincias, Ela vive uma pressio cada vez maior, ja que tem de buscar au- mentar 08 ingressos familiares diante da alta do custo de vida, substituindo com seu préprio trabalho remunerado os bens e servicos que antes costumava com- prar, sentindo-se responsavel pelo bem-estar emocional de toda a familia, na ual, com o desemprego masculino, todas as tensdes ficam agravadas. Isso no faz com que elas se sintam “mais emancipadas” - cabecas de familia -, menos zinda com filhos 2 seu encargo. Elas se sentem mais eseravizadas ainda. idos aqueles que querem deduzir mecanicamente do incre- le ferninina um avanco na emancipagio de amplas camadas, de mulheres 20 “equipararem-se” com os homens. Pelo contrério, nas ciz- ‘cunstincias atvais, se convertem em reforgo dos papéis tradicionais; apesar da mulher trabalhar tanto quanto o homem, quem continua definindo 0 sumo da familia € 0 homem. A partir dos anos 80, a crise no setor industrial levou a uma perda de postos de trabalho para homens ¢ também para mulheres, uma vez que atin giu setores que costumam empregar mulheres, como a indistria téxtl. No entanto, paralelamente, houve um crescimento de postos de trabalho ocupa- le servicos, em geande parte "feminino", enquanto se destruia empregos em todos os demais setores, s0- bremdo na indtistria dos por mulheres porque se dinamizou 0 seto: 57 J d ) JIVIVIVY vu"

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