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PATRIMONIO, MEMORIA E ENSINO DE HISTORIA Almir Félix Batista de Oliveira’ "A tradigdo de todas as geragdes mortas oprime como um pesadelo 0 cérebro dos vivos". Karl Marx “Articular historicamente o pasado néo significa conhecé-I0 ‘como ele de fato for. Significa apropriar-se de uma reminiscéncia, tal como ela relampeja no momento de ‘um perigo. (..) 0 dom de despertar no passado as centelhas da esperanca é privilégio ‘exclusivo do historiador convencido de que também as mortos néo estarao em ‘seguranga se o inimigo vencer. E esse inimigo néo tem cessado de vencer”. Walter Benjamin. INTRODUGAO ‘Apart das leturas realizadas sobre o tema, uma primeira observagdo, apontando para uma constatagdo, deve ser felta, mesmo que sejam estas palavras incipientes, pois se trata de um assunto relativaments novo para os profissionais de historia. Nao & 0 caso dos arquitetos, que discutem as questdes relacionadas a essa temética ja hd bastante tempo e, por isso, terminaram criando a falsa idéia de que esta ¢ uma érea privatva de conceituagdo e de atuagdo par parte deste profissional Por outro lado, acredita-se que, para a realizagdo dessa discussao, seja necessério pensar a introducao de uma série de novos conceites na formacao do profissional dehistdria, nabuscade conhecimento e apreensao desse novo campo de atuagéo, afinal, este 6, teoricamente, diferente das duas praticas profissionais que ja vem ha muito tempo sendo desempenhadas pelo profissional dehistoria, quais sejam: 0 ensino (licenciatura) ea pesquisa (bacharelado). Porém, teoricamente, como ja se afirmou, uma série desses novos campos abrange 0 ensino (inclusive, discutindo ‘© cardter pedagdgico dos mesmos, como 0 caso do museu, do arquivo, da preparagao de um documentéria etc.), bem ‘como a pesquisa necesséria para a organizacao das atividades (o conhecimento da cultura material e sua relagao com a sociedade quando vamos visitar umia expasigdo em um museu ou, trabalhando nele, monté-la para a visitacdo de diversas parcelas da comunidade). Sendo assim, nao se concebe, para a formagdo e atuagdo desse profissional de historia, a possibilidade de dissociagao entre ensino e pesquisa, Outra constatagao é que essa relagdo, mesmo néo sendo t40 nova, afinal, no é de agora utlizagao do patrimonio historico como forma de se ensinar histéria (basta lembrarmo-nos dos antigos estudos de meio de que participamos ‘enquanto estudantes ou que realzamos enquanto professores), insere-se ou ganha forga com o boom damemdria no fim do século passado e inicio deste, NO BRASIL 0 TRATAMENTO AO PATRIMONIO HISTORICO - DE GUNHO MATERIAL EO TRATAMENTO A MEMORIA — DECUNHO IMATERIAL CO proceso de protegao do patrimdnia no Brasil iniciou-se no ano de 1937 com a publicagao do Decreto-Lein. 25, de 30-de novembro’, e tinha por objetivo garanti, em termos da lel, os pracessos de preservacdo (tombamentos) sugeridos pelo entao Servigo do Patriménio Historico e Artistico Nacional - SPHAN, criado em 1936. Tareta que, mesmo contando inicialmente coma presenga de intelectuais como Mario de Andrade, Manuel Bandeira, entre outros, sera rapidamente dominada pelos arquitetos, e o trabalho, desenvolvdo por arquitetos como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Carlos Leao, José de Sousa Reis, Paulo de Thedim Barreto, Renato Sosiro (que, inclusive, substituiré Rodrigo de Melo e Franco em 1967 ands trinta anos de comando do SPHAN por este) e Alcides Rocta Miranda, garantindo um cuidado extremado com os bens de “pedra e cal", com énfase na arquitetura setecentista mineira. Os exemplos de arquitetura escolhidos para representar uma “histéria do Brasil", essa arquitetura em “pedra e cal", constituram-se de uma série de unidades (religiosas, cis € rmlitares), construidas ao longo do tempo, assumindo, por fim, 0 papel de serem os Unicos capazes de contar essa storia, Essa politica de preservagdo foi uma escolha e, como toda escolha, nada inocente, epresentou uma dispute de poder, da qual sairam vitoriosas concepgdes de historia e meméria que se transformaram em ofiiais em relagao & construgo do patrimdnio. Porém, é essa poltca que sera desenvolvda até meados da década de 70 do século passado (e que, infelizmente, sera transplantada quando da criagdo dos Institutos Estaduais de Preservacdo e patrimonio, assunto somente de arquiteto tanto a nivel nacional quanto a nivel local, seja ns estados ou nos municipios), sofrendo pequenas atteragdes, e 6 apartir doim dessa mesma década é que ocorerd uma mudanca muito signfcatva, que nao sé propiciou ‘mudangas na orientagéo das polticas de preservagéo como possibiltou a ampliagéo para outros campos profissionas, sarantindo a agao de outros que estavam preacupados com as questies relativas ao patrimonio, Mudancas costumeiramente classiticadas de externas — ampitagdo do proprio conceito de cultura, autlizagéo de novas fontes (a oralidade, a cutura material, ec.), processos politicos, como a redemocratizacao no Brasil (inclusive, colocando uma série de novos atores sociais) einternas — como o pracesso de criagao CNRC* (cuja preocupagdo com 0 patrimnio néoestava centrada somente no construido ~ materi), a reestruturagdo do SPHAN, que puderam proporcionara entrada de antropélogos, socidlogos e de profssionais de istérianessa discussao, ‘Mudangas que, em conjunto, redirecionardo as polticas de preservacao do patriménio, incluindo discussoes que antes ndo seriam possiveis dentro de uma concepcao oficial de memoria ¢ de historia. O papel desempenhado por uma série de novos atores socials questionard essa homogeneldade hist6rica. Lutar contra uma meméria una, uma historia Unica, um. patriménio representativo de um $0 segmento, buscando novos coneceitos que expressem pluralidades e as multipias facetas do social, ndo servindo simplesmente para encobriras disputas, e fazendo a meméria/historia/patriménio homogéneos‘. Neste sentido, a partir do fim da década de 80 e inicio da década de 90 do século XX, comegaram a surgir os primeiros trabalhos feitos por profissionais de historia (monografias de final de curso, dissertagdes de mestrado e teses de doutorado, além de atividades fora e dentro das salas de aulas) visando ao melhor conhecimento nessa area, Trabalhas na maior parte interdisciplinares, principalmente no sentido de educar os sentidos, desenvolver sensibilidades, possibilitar preservagdo desses patrimOnios —inclusive, ndo se prendendo a uma oficialidade da mesma e aceitando as diferengas. ‘O PATRIMONIO EA MEMORIA COMO DOCUMENTOS PARA 0 ENSINO DA HISTORIA—DESMISTIFICAGOES Os monumentos s40 documentos e, portanto, passiveis de leituras, assim como os documentos nao s40 CDratoes de vrats ov eresertam 3 verde pura simplest, So costuctos com uma ‘fungdo bem defnida, portadores de uma concepgao de meméria e de histéria, multas vezes criados para se fazerem tnicos na identificacao de uma meméria e uma historia oficial. 0 papel do historiador e do educador como agente revelador dessas operacdes ¢ fazer afiorare compreender estas construgdes, estas memérias e historias (as vencidas, a dos excluidos, ee), ndo simplesmente num processo de roca pela meméria/historia oficial, mas num processo de esclarecimento,afinal: [... uma historia que seja destinada apenas para judeus (ou atro-americanos, ou gregos, ou mulheres, ou prolettos, ov homossexuais) rao pode ser boa hist, embora possa ser una stra confortadra para -aqueles quea praticam. Infelizmente, como demonstra a situagao em areas enormes do mundo no final de nosso milénio, a histéria rum no ¢tistrianofensiva, Ela 6 pegosa. As frases digtadas om te‘adosaparentementindcuas podem ser sentengas derorte,(HOBSBAIN, 1998, 9.292) ‘Temos hoje uma gama de lugares construldos a partir de concepcdes de meméria, de historia e de patrimonio, que encerram ou encobrem disput € falam a respeito de um passado que quer se fazer homogéneo, mas que no pertence a todos, néo traduzindo um sentimento de pertencimento a todos e nao respaldando, portanto, um projeto de cidadania democratica, ou representando apenas a cidadania enquanto cireito de alguns poucos. Patrimonio que, a principio, talvez ‘no nos diga nada ou nos diga pouco. Entao, qual a finalidade de preservacao destes locais? Qual olnar devemos ~ @ podemos- direcionar esses ocais? Baseados na utiizagao desse patriménia que passa, as vezes, nos parecer vago, buscamos a possibilidade de desnudamento, de lermos a0 avesso a sua finaidade, para que, através da utiizacao do olharertico e nas suas relagdes cotianas, ocidado sela capaz de analisar avalar a contribuigdo de determinados locas lugares para, apartida, extrait valores que poderdo, talvez, ser tamados como seus. Deve-se pensar, também, na producao de novos locals como marcos ‘undadores de sua cultura e de sua histria. As produgdes de novas hist6rias,e incluimos aia historia dos operdrios, das mulheres, dos negros — 0s chamadios excluidos da historia ~ entre outras, sdo vaidas e necesséras, inclusive, na disputa pluralcom as antigas, ue ndo correspondem ao todo social. Nao podemos aceitar que uma histéria/memoria oficial seja simplesmente trocada por uma historia/meméria que ‘tenha 0 objetivo de vangloriar ou exaltar uma classe ou segmento de classe esquecido ou vencido em uma disputa anterior, Ou seja, simplesmente um conforto para quem a pratica. Acreditamos nas pluralidades e na possibilidade de convivéncia Gestas historias/memorias no sentido de esclarecimentos e, por vezes, complementagdes. Somos levados a acreditar que 6s infindaveis seamentos componentes ce uma determinada sociedade podem ser capazes de produzir sua memoria, eisto Consiste em as prOprias referéncias, produziras proprias sacralizagOes, afinal, sao varias as memorias em jogo. Serdo esses ‘Segmentos capazes de produzir sua histéria, de definiro seu patrimdnio, nabusca dasua cidadania. Um processo de construgao a respeito de memérias, de historias e, portanto, de construgao de um determinado Patrimonio que nao leve em consideragéo ou nao seja uma base solida para se obter a cidadania plena, apluralidade cultural, Que somente se proponha @ sacralizacao de fatos e grandes herdis, ndo deve ser um processo bom, nao deve ser \democratico, portanto, nao pode ser legitimado. O direito ao passado, a meméria, ao confronto de historias na busca pela liberdade deve ser determinante na busca da construgao de um projeto de cidadania. direito & construcao e definigdo do patrimBnio deve ser suporte ¢algo fundamental na busca da cidadania plena, 0 patriménio histérco, por ser uma produgdo cultural, encerra em si caractersticas que favorecem, facia a relagao de ensinovaprencizagem por parte de quem o utiliza, por parte daqueles que o usam como fonte documental para a Obtengao de conhecimentos a respeito de uma determinada época, de determinadas condigées socioeconémicas de rodugdo de determinado bem, das relagées de poder que demonstram que tal mavel ou imével, por pertencer a uma Aeterminada parceta mais abastada da sociedade, entéo, fol construido com material de melhor qualidade, pode explicitar Continuidades e mudangas ocorrdas em determinados locais, entre varias outras potencialidades que estes documentos apresentam. A utiizagao, mesmo daqueles exemplares que, 2 principio, nos parecam representar 6 uma parcela do passado, pode e deve ser utlizado, inclusive na busca de demonstrar essa relacao de poder e escolha efetuada na tentatva de representagao desse passado. Nestes locais, podemos encontrar os esquecimentos, os lapsos de meméria, néo ‘ircunstanciais, mas obrigatorias, que abrigam determinadas posigdas e, mais uma vez, encobrem variadas disputas. DOS ESTUDOS DE MEIO A EDUCACAO PATRIMONIAL: DEFINIGOES NECESSARIAS Uma tarefa que se faz presente hoje na preparacéo do profissional de historia para compreender a relagdo estabolecida entre o patriménio, a meméria e suas retagoes com o ensino de historia ¢ de conlecer o método da Educagao Patrimonial. Definido, segundo 0 Guia Basico dé Educagao Patrimonial, langado em 1999 pelo Instituto de Patrimonio Historica e Artistico Nacional—|PHAN, como sendo: Um processo permanente sistemdtico de trabalho educacionalcentrado no Patimério Cura como font prima de conhecimenio © eniquecimento individual e coe, Busca leva as crangas e aduos @ um Drocesso atva de conhementa, apropiagao¢ valorizacdo de sua heranga cutura, capacitando-os para um ‘melhor usuiruto destes bens, epropciando a geragaoe a produgéo de novos conhecimentos, num proceso continuo de riagdocutural,(GUIABASICO DEEDUCAGAO PATRIMONIAL, 1999, 7) Essa metodologia comecou a ser debatida e implementada no Brasil em 1983, vinda da Inglaterra, a partir da ‘ealizagao do | Seminario de Educagéo Patrimonial, realizado no Museu Imperial, em PetrOpolis-Ru, ganhiando espacos cada ver importantes, e transformou-se em um aliado fundamental nao so para a preservagao do patriménio cultural, como também para que a sociedade possa definir o que éimportante ser preservado. Podendo ser aplicada com todos os integrantes dos grupos sociais, sem distingao de etnia, sexo, religido, classe Social, idade, etc., devendo-se, porém, decidir quais habllidades, conceites e conhecimentos espera-se que os alunos ‘adquiram @ de que modo o trabalho se insere no curriculo e no trabalno com outras disciplinas, esse processo de prencizagem vem faciltando 0 reconhecimento por varias camadas da sociedade das relagdes que devem ser mantidas ‘com o patriménio seja ele protegida oundo. ‘So muitas as experiéncias hoje que ja vivenciam os ganhos que a Educacao Patrimonial pode oferecer. Projetos Fealizados por museus® como o exemplo do proprio Museu Imperial, onde se iniciou essa alividade (conta com 03 projetos. ‘atualmente: Projeto “Dom Ratdo", Projeto “Um Sarau Imperial", “Caixa das Descobertas”), Museu do Ipiranga (Museu Paulista da Universidade de Sao Paulo), 0 Museu Villa-Lobos (Mini-Concertos Didaticos, Canto da Nossa Terra—Encontro de Corais— como objetivo de educagéo musical), Museu Paraense Emilio Goeldi (capacitagao de agentes patrimoniis), Museu 60 Ceara (Teatro no Museu ~ “Boneca Dorinha”, “Outras Historinhas”, oficinas de capacitacao), além de uma série de Centros de Memoria @ Centros Culturais que também adotaram a prética com o abjetiva de facilitar o contato das pessoas ‘como patriménio cultural. Projetos como a Oticina de Educagéo Patrimonial - Descobrindo Tesouros,integrante do Projato Escola Aberta - arceria entre a UNESCO € 0 Governo do Estado de Pernambuco, com o objetivo de estimular 0 conhecimento ¢ a ‘reservacdo do patriménio pernambucano e que lancou, em 2004, o Guia de Orientacao Metodologica para Monitores, sob Soordenagao da Professora Evelina Grunberg, para ser usado por monitores, voluntarios, protessores, alunos e todos -2queles interessados no patriménio cultural. Projetos realizado pelo Programa de Educa¢do Patrimonial do Departamento ‘Ge Memoria ¢ PatrimOnio Cultural de Caxias do Sul ~ RS, ou pelo Instituto Estadual do Patrim6nio Historico e Artistico de ‘Minas Gerais, nas areas que estes 6raos atuam ou irdo atuar, com o objetivo de aproximar as comunidades e conscientizar para preservacdo do patriménio. Além desses exemplos, também passam a ser corriqueiros os desenvolvidos pelas universidades, principalmente nas disciplinas relacionadas as questdes do patriménio, como também a confecgo de monografas de final de curso, que analisam experiéncias postas em prética por esses alunos, praticas de educagdo patrimonial, nas salas de aula em que ensinam, Enquanto metodologia, a Educagao Patrimonial baseia-se em quatro etapas, a saber: (©) » otservagéo— quando poder serrealzadosexercicins de percepcéo vsua/sensoral por meio de perguntas, manipulagoes, experimentagdo, mediggo, anotagdes, comparagéo, decud0, jogos de detelve, com o objeto de identifica do objeto, fungéa eo significado dest, fcitando o desenvolvimento ca percepcao visualesimbéiica 8B) Registro — quando poderéo ser feitos desenhos, descricéo verbal ou escrita, construgao de graficos, podem-se ‘rar fotogratias, naver confecgao de maquetes, de mapas e de plantas baixas, com o objetivo de fitagdo do canhecimento ‘percebido, aprofundamento da observacdo e andlise cntica e desenvolvimento da meméria, pensamento légico, intuitivo ¢ operacional; C) Exploragao - quando se poderdo fazer andlise do problema, levantamento de hipéleses, ciscusséo, uestionamento, avaliagao, pesquisa em outras fontes como bibliotecas, arquivos, cartérios, insttuigdes, jor, enirevistas, com 0 objetivo de desenvolvimento das capacidades de anélise e julgamento critica, interpretagzo das evidéncias e significados; ) Apropriagao — quando poderdo ser feitasrecriagéo, reletura,dramatizagéo, interpretacao em diferentes meios cde expressao como pintura,escuttua, drama, dana, misica, poesia, text, filme e video, com 0 objetivo de envolvimento atetivo, ntemalzagao, desenvolvimento da cepacidade de auto-expresséo, apropriacéo, paticioagéo criatva, valorizagao dobemcutural. Podendo ser aplicado em qualquer evid@ncia material, ou manifestagao da cultura, seja um objeto ou um conjunto de bens, um monumento ou sto histrico ou arqueoldgico, uma paisagam natural, um parque, uma menifestacdo popular de caréter folelrico ou ritual, um modo de fazer, et.,outra grande questao que nos € colocade éa possibilidade de, através éa educagéo patrimonial, reaizarmos a educagéo dos sentidos. A pratica cotidiana de observagdo, apropriagdo, registro e exploragao leva-nos obrigatoriamente @utiizagao do olhar, do ouvir do sentir, do cheirar, eessas 40 faculdades que podem Sertreinadas @ aprimoradas para nos ajudar em relagao a avallagdo critica sobre aspectos do patrimdnio, Outro aspecto de extrema importancia em relagdo a Educagao Patrimonial é que esta, a partir das discussoes em ‘elago ao patrimOnio (material ou material), em relagao a memdria (individual ou coletiva) e em retacdo ao proprio ensino de historia, pode vir a desenvolver um sentimento de pertencimento e de identidade nos membros das comunidades e dos locals onde seam realzadas estas atividades. Sentimentos que os fardo ver com outros olhos as antigas construg6es, as rodugdes culturais singulares ¢ sem nenhum véu mistificador. Produgdes culturais surgidas das atividades cotidianas esses grupos @ que nao ficam nada a dever a produgGes culturais mais “elaboradas”, ajudando a preservar a meméria social eo direito asta. Esse aspecto pode garantir a construcao de uma cidadania plena, que nao se restrinja simplesmente & posse de documentos ou ao ato singular de participar de eleigdes. Mas que facam com que esses grupos possam quiar seus destinos ‘enquanto cidadéos comprometidos com o seu passado com as prdprias maos. CONSIDERAGOES FINAIS Coneluindo, parte-se do principio de que a sociedade brasileira — tal como se configura hoje ~ demanda dos brofissionais de Historia a participaeao em muitos espagos, nos quais —atualmente—tamibém se produzo conhecimento hist6rico. Estes espagos poderao, também, se configurar como novos postos de trabalho para todos nés. Cabe, -pespuy ep ove 0d 9p) wiasepeoojo0sepisenb ap epewore/ eed eosnqeun ‘ansnjuyououed op optensasac ap sea se watoreses ep ennewUa EP ou OA Ese OU STEM Seo}YOA La essested 3s opuenb opeploge 2s ap ovesse0eu 9 Qwevodu Pd} 0100 siamo SajuUER Sep aJAdse¥ SADSSNOSD Se JCD FEU OngelqO OUNO ‘a snap nas 0 sSau op 2sagyeeyossny Jod operuebig “seuoial SeANEUOYE Sopenbape ap See SessoU ‘opus O 8 opdadHed opvenelgeSe0}01 a Seu SEL saqUAoHp Sep eaypde 2 aljseaq yuma QNOUESEAWE 0 aus OAK Op ORBEIOHGN (SEIS tp stampa saqel se Sousa sop o2Se/aUA Bu 9 '=WON fe] we wesse0ax4 as an souDWOUA Sop ORSLOSEP eu epepwae 2 BoUeGVeLAE {G'sed op emyno oxaiucs op s2as0dse s995puno se oxSenbape (e seoysperoesea seiunas Se woo ‘e921 Ano PORPUD BP eSIEUE } opbuosepeeled oaseq 20Uareja! 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