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Oficina de Culinária e Literatura para Crianças
Oficina de Culinária e Literatura para Crianças
Ouro Preto
Outubro de 2007
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Sumário
Programação das atividades:....................................................... 3
Cuidados e higiene na cozinha..................................................... 4
A história do chapéu de mestre-cuca............................................ 5
Mani-óca....................................................................................... 7
Tapioca....................................................................................... 10
Tapioca, com polvilho doce........................................................ 11
Uma xícara especial................................................................... 12
Cuscuz de Tapioca ................................................................... 13
Mini Torrada Petrópolis............................................................... 14
Sinhô Macaco e a espiga de milho............................................. 15
Paçoca........................................................................................ 19
Arrebenta pipoca, Maria Pororoca.............................................. 20
Pipocas de Caramelo ................................................................. 21
Pipoca......................................................................................... 22
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Mani-óca
Era uma vez, numa aldeia de índios Tupi, uma jovem cunhã, a índia mais bonita
da aldeia. Seu pai era um cacique corajoso, conhecia bichos e plantas da
floresta. Quando saía para caçar, com seus amigos guerreiros, o cacique não
sentia medo de dormir no mato, nem temia encontrar o curupira na escuridão da
noite.
— Curupira é o protetor dos seres da floresta. — Ensinava o cacique à filha.
— Mas, quem pega o bicho só para comer e acabar com a fome, quem
corta árvore quando precisa fazer canoa, não deve temer, curupira não
se incomoda com isso não.
Quando o cacique e os caçadores voltavam do mato a tribo toda comemorava.
Traziam pacas e macacos, com os pés amarrados em paus atravessados sobre
os ombros de dois homens. Alguns carregavam cestos cheios de aves e frutas
saborosas, que só nasciam muito longe da aldeia. Vinham brincando e
cantando, falando alto para se vangloriar de suas aventuras.
A cunhã, orgulhosa do pai, servia comida e água fresca ao cacique. Ficava ao
seu lado, à noite, perto da fogueira, ouvindo as histórias que ele contava aos
curumins da aldeia.
O velho cacique não se fartava de contar suas histórias, nem os curumins de
ouvi-las. Até que, cansados das brincadeiras do dia, caíam em sono profundo ali
mesmo, ao relento, deitados sobre as esteiras ao redor da fogueira.
Um dia, ao voltar da caça, o cacique não encontrou a filha à sua espera. Correu
até sua oca, onde se deparou com a cunhã amuada a um canto. Quis saber o
que se passava. Ela, com vergonha e espanto, mostrou-lhe a barriga grande e
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semelhante ao corpo de Mani. Também era branco como a menina e bom para
comer. Por isso, resolveram cultivar aquela planta e usar dela para o seu
alimento.
Para recordar a menina, que amavam, e não deixar ninguém esquecer que
aquela planta nascera onde ela fora enterrada, deram ao fruto o nome de Mani-
óca. Quer dizer, “a casa da Mani”.
Até hoje nós comemos este fruto, mas o nome mudou um pouquinho: é
mandioca.1
Com a mandioca os índios inventaram muitas comidas diferentes e gostosas,
como a farinha, o beiju e a tapioca. E os brancos inventaram o pão-de-queijo.
Isso mesmo. Pão-de-queijo é feito com polvilho. Polvilho é feito de mandioca.
Então, pão-de-queijo é feito de mani-óca.
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Mandioca: é uma planta da qual comemos a raiz, dependendo da região do Brasil ela pode
ser chamada por outros nomes, como aipim e macaxeira. Mas, quem é bom entendedor sabe
que a mandioca é diferente da macaxeira. Eu explico: na mandioca existe uma substância
venenosa, o cianeto. Ao ser torrada, para fazer farinha, por exemplo, essa substância
evapora. Por isso a farinha de mandioca brava não nos faz nenhum mal. Aquela que
comemos cozida é, na verdade, a macaxeira, que não tem cianeto o suficiente para nos fazer
mal. A mandioca é uma planta natural do Brasil, que hoje se espalhou por boa parte do
mundo. Com ela preparamos diversos alimentos, como a tapioca, o pão-de-queijo e o
cuscuz. Esses alimentos são feitos a partir de derivados da mandioca, como o polvilho, a
farinha de mandioca e a puba.
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Tapioca
Ingredientes
farinha para tapioca
sal a gosto
Como fazer
Coloque a farinha em uma tigela grande e um pouco de sal [sempre use pouco
sal nos alimentos, excesso de sal prejudica a saúde]. Esfarele essa massa com
as mãos e passe por uma peneira.
Em uma frigideira anti-aderente, espalhe a farinha e modele a tapioca como
uma panqueca. O segredo é deixar a frigideira ficar bem quente antes de
colocar a massa. O ponto é bastante rápido, assim que desgrudar o fundo da
frigideira, vire-a por alguns segundos e estará pronta.
Basicamente a massa tem que secar na frigideira, não fritar. Não deixe
escurecer nem endurecer. Assim que sai do fogo, você passa manteiga, dobra
em dois, em forma de meia lua. Também pode rechear com coco ralado ou
outro recheio que você inventar.
Como fazer
Coloque o polvilho numa tigela, junte o sal, cubra com água. Deixe que o
polvilho desça outra vez para o fundo da vasilha e escorra aquela água. Depois
escorra e seque com a ajuda de um pano limpo sem deixar excesso de água.
Faça isso até que o polvilho possa ser como que cortado por uma colher. Vira
uma massa, seca mesmo. Esfarele essa massa com as mãos e passe por uma
peneira.
Em uma frigideira anti-aderente, espalhe a farinha e modele a tapioca como
uma panqueca. O segredo é deixar a frigideira ficar bem quente antes de
colocar a massa. O ponto é bastante rápido, assim que desgrudar o fundo da
frigideira, vire-a por alguns segundos e estará pronta.
Basicamente a massa tem que secar na frigideira, não fritar. Não deixe
escurecer nem endurecer. Assim que sai do fogo, você passa manteiga, dobra
em dois, em forma de meia lua. Também pode rechear com coco ralado ou
outro recheio que você inventar.
Cuscuz de Tapioca
Ingredientes
3 xícaras de farinha de tapioca [industrializada, p. ex. Tapioca Yoki]
½ xícara de açúcar
5 xícaras de leite frio
1 vidro de leite de coco (pequeno)
1 lata de leite condensado
1 coco fresco ralado
Como fazer
Numa travessa grande coloque a tapioca e o açúcar, misture-os e depois
acrescente o leite de coco. Mexa bem. A seguir acrescente o leite aos poucos,
mexendo com as mãos e desfazendo as bolinhas. Quando a massa estiver
pronta, despeje-a numa travessa de louça ou vidro transparente e leve à
geladeira, onde ela deve ficar por cerca de 12 horas. Depois de pronto corte o
cuscuz em fatias com ajuda de uma espátula e sirva individualmente com leite
condensado e coco ralado. Rende 20 porções.
Ingredientes
4 fatias de pão de fôrma
manteiga
Como fazer
Separe 4 fatias de pão de fôrma e empilhe duas a duas para aparar a casca do
pão. Após aparar as cascas, divida as fatias de pão em 4 cubos pequenos.
Depois coloque meia colher de manteiga para derreter em uma frigideira
aquecida em fogo médio. Quando a manteiga dissolver [sem fritar], coloque os
cubos de pão de fôrma para torrar. Espere dourar e vire cada um dos pedaços
com ajuda de um garfo. Após dourar dos dois lados é só servir.
Torradas petrópolis são ótimas para o café da manhã e podem ser comidas com
requeijão, presunto cozido, queijo e acompanham muito bem ovos mexidos.
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O milho é uma planta natural da América do Sul, muito importante para a nossa
alimentação. Além de comermos milho cozido ou assado, com ele fazemos pipoca, polenta,
canjica, mungunzá, pamonha, curau e uma série de outros alimentos. Também é com o
milho que fabricamos farinha de milho, fubá e até a maisena (amido de milho).
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queimar.
Correndo e saltando, Sinhô Macaco foi em busca do fogo. Tão logo se
aproximou de sua toca ordenou:
— Sai logo, sai fogo. Vem comigo a Palmeira queimar, pois a danada
escondeu minha espiga.
O fogo não deu a menor faísca ao macaco.
— Se não vai me ajudar é problema seu. – Reagiu o Sinhô Macaco ao
silêncio inerte do fogo. – Pois, vou buscar a água para te apagar.
Outra vez correndo e saltando pela mata, o macaco chegou à nascente. Mal se
aproximou, foi mandando:
— Nascente, nascente, muda o rumo da tua água e vem comigo apagar o
fogo.
Outra vez ficou o macaco sem resposta. Mais irritado que antes, lançou uma
nova ameaça:
— Pois se não vem, vou buscar a anta para te beber.
E saiu em busca da anta. Quando a encontrou foi dizendo:
— Anta, vem comigo beber a água da nascente que não quer me obedecer.
— Agora não vou. Já jantei e estou pronta para dormir. – respondeu a anta.
– Além do mais, nada tenho contra a nascente, pois não gosto de me
envolver com a vida alheia.
— Se não me ajuda, também não me atrapalha. Vou buscar o cachorro,
que vai te perseguir e morder.
Sinhô Macaco esperneou e correu pela floresta. Ao se deparar com o cachorro,
desembestou a falar:
— Cachorro. Sei onde está uma anta bem gorda e dorminhoca, prontinha
para você atacar.
— Pois guarde a anta para você, hoje já engoli tudo quanto há de bicho
nessa mata. Não tenho apetite para mais nada. – Respondeu o
cachorro, esticando as patas e balançando o rabo.
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— Se não vem comigo, se esconda, pois vou procurar a onça pintada. É ela
quem vai te comer.
Sem se aproximar muito da onça pintada, o macaco argumentou:
— Onça pintada, minha amiga, venha comigo. Sei onde está um cachorro,
bom para você comer.
— Acho bom o sinhô deixar de conversa fiada. – Retrucou a onça,
zangada. – Pois sabe que também aprecio um bom jantar de macaco.
Assustado, saltou para longe o macaco. Não sem antes gritar para a onça, que
voltaria à sua toca em companhia de índios guerreiros.
De fato, o macaco encontrou uma tribo, com muitos guerreiros. Sem demora
gritou:
— Olha a onça! Olha a onça!
Os índios o seguiram com grande alarido, levando arco e flecha, para caçar a
pintada. A onça, mal avistou os guerreiros saltou sobre o cachorro, que
perseguiu a anta, que ameaçou beber a água da nascente, que escorreu sobre
o fogo, que se espalhou pela mata e cercou a velha palmeira.
— Afaste esse fogo, Sinhô Macaco, que lhe devolvo a espiga.
Foi quando começaram a ouvir estalitos, vindos de baixo, de dentro da terra
queimada e coberta de cinzas. A seguir, para o espanto de todos, flocos
brancos saltaram para a superfície. Eram grãos de milho que haviam virado pelo
avesso.
Vendo aquilo os guerreiros gritaram:
— Pipoca! Pipoca!
Que na língua dos índios tupi significa “estalando a pele”.
Desde então os índios brasileiros plantam roças de milho nas suas aldeias, e
fazem pipoca.
Nós também adoramos pipoca, só que hoje arrebentamos os grãos de milho
dentro de uma panela, o que é muito mais simples.
Não conheço criança que não tenha comido pipoca, no entanto, responda se for
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Paçoca
Ingredientes
1 kg de amendoim torrado sem pele
1 kg de farinha de fubá mimoso torrado
½ rapadura
1 pitada de sal
Como fazer
Quebre a rapadura em pedaços pequenos. Depois, com a ajuda de um
liquidificador vá batendo os ingredientes juntos, em pequenas porções, até que
toda a massa esteja preparada.
Para fazer a farinha de fubá minoso torrado, bastar levar o fubá mimoso ao fogo
brando em uma panela grande, até que ele esteja torrado. Deixe apenas o fubá
ficar dourado, sem que queime.
Como fazer
Para estourar pipocas, despeje, numa panela grande, uma colher de sopa de
óleo e uma xícara de milho de pipoca.
Leve ao fogo médio. Com uma colher de pau, vá mexendo os caroços. Tenha
calma, espere até os primeiros caroços estourarem, coloque a tampa e bata
sobre ela com a colher de pau, dizendo: “Arrebenta pipoca, Maria Pororoca”. É
uma simpatia, para que todos os caroços estourem. Serve também para
aumentar o barulho. De vez em quando peça ao seu adulto que – segurando
bem a tampa com a ajuda de um pano seco, para não queimar as mãos -
chacoalhe a panela. Assim os caroços que ainda não estouraram vão para o
fundo, onde eles têm mais chance de virar pipoca. Tome cuidado para não
deixar queimar. Depois de pronto, coloque sal a gosto.
Pipocas de Caramelo
Ingredientes
3 colheres de sopa de milho para pipocas
3 colheres de sopa de óleo
3 colheres de sopa de água
3 colheres de sopa de açúcar
Como fazer
Para estourar pipocas, despeje, numa panela grande, uma colher de sopa de
óleo e uma xícara de milho de pipoca.
Leve ao fogo médio. Com uma colher de pau, vá mexendo os caroços. De vez
em quando peça ao seu adulto que – segurando bem a tampa com a ajuda de
um pano seco, para não queimar as mãos - chacoalhe a panela. Assim os
caroços que ainda não estouraram vão para o fundo, onde eles têm mais
chance de virar pipoca. Tome cuidado para não deixar queimar. Depois de
pronto, coloque sal a gosto.
Pipoca
Caroço de milho,
no fundo da panela.
Colher de pau,
remexendo a quirela.
Papá, pi.
Pé, cuca.
Caco, pó.
Pi-po-ca.
Caroço de milho,
no fundo da panela,
virou do avesso e
acabou numa tigela.
Papá, pi.
Pé, cuca.
Caco, pó.
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Pi-po-ca.
Caroço de milho,
no fundo da panela,
até mesmo o piruá
foi-se pela goela.