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Tumores Malignos

MELANOMA
Melanocarcinoma é o mais maligno dos tumores cutâneos, ocorrendo entre 30 e
60 anos. Origina-se de nevo melanocítico de junção ou composto, embora 70% dos
casos não há prévia de nevo pigmentar. Pode se originar da melanose maligna.
Fatores participantes na gênese: fator genético, fatores físicos(raios
ultravioletas-alterações nos melanócitos como fragmentação, aparecimento de
processos dendríticos gigantes e incapacidade de transferir melanina aos
queratinócitos/relação com xeroderma pigmentoso), fatores biológicos(“influências
hormônais”) e vírus. As lesões de melanoma extensivo superficial são as que mais
comumente estão relacionadas a nevos precursores e ocorrem predominantemente
no tronco em homens e nas pernas em mulheres, áreas expostas a luz apenas
intermitente. Melanoma lentiginoso-acral e de mucosas não tem vínculo com
ultravioleta.
CLASSIFICAÇÃO:
- Lentigo Maligno-melanoma: surge sobre a melanose maligna, forma menos
comum(<5%). Dentre os tipos, é o de melhor prognóstico por ter origem nos
melanócitos epidérmicos.
- Melanoma extensivo superficial: é o que mais se associa a lesões névicas
precursoras, forma mais freqüente(70%). O prognóstico situa-se entre o lentigo
maligno melanoma e o melanoma nodular. Quarta ou quinta década de vida.
- Melanoma nodular: lesão nodular ou em placa ou polióide de coloração negro
azulada e evolução rápida. Varia de 15-30% dos melanomas e ocorrem, em geral, na
quinta década de vida. É o prognóstico mais grave.
- Melanoma Lentiginoso Acral: mais comum em negros e asiáticos, indivíduos
idosos na sexta década de vida. Fase de crescimento horizontal e após crescimento
vertical, com grande potencial de metastatização.
DIAGNÓSTICO: melanomas malignos ocorrem em qualquer área da pele,
particularmente nas plantas, face e podem atingir as mucosas, exceto o lentigo
maligno melanoma(área exposta a irradiação solar). Deve ser feita a biópsia das lesões
para ver se há invasão da derme. Quando não há lesão névica anterior, o primeiro sinal
é um ponto pigmentado que cresce e torna pápulo-nodular de cor castanha a negra.
Quanto aos nevos pigmentares, ABCDE:
A- Assimetria
B- Borda irregular, com reentrâncias e saliências.
C- Cor, podem surgir pontos escuro ou halo eritematoso.
D- Diâmetro, aumento.
E- Elevação, mais elevada.

Diagnóstico de certeza: histopatologia. Biópsia excisional, no sentido


longitudinal, com margens de 2mm.

EVOLUÇÃO: grande potencial de metastização, em função da direta da fase


evolutiva, da espessura e nível de invasão. Metástases podem ser locais, regionais e
sistêmicas. As primeiras surgem até 2mm da cicatriz excisional(satelitose) e não devem
ser confundidas com recidiva local ou recorrência por ressecção insuficiente, quando
surgem no leito da cicatriz ou em suas bordas.
Metástases em trânsito aparecem além de 2cm do local da lesão primária, em
direção aos linfonodos regionais. As metástases sistêmicas ocorrem por via
hematogênica e atingem a própria pele, subcutâneo, pulmão, fígado, cérebro, ossos,
coração, supra-renais e aparelho digestivo em ordem decrescente de freqüência.
Prognóstico: avaliação dos níveis de invasão histológico(Clark) e da espessura do
tumor(Breslow). Em relação a localização, os que tem maior potencial evolutivo são os
de mucosa, subseqüente os de tronco, membros superiores e membros inferiores. No
melanoma primário espessuras de Breslow são os fatores mais importantes, Clark é
relevante apenas em lesões finas (< 1 mm).

Espessura S.V. 5a.


< 0,76 mm 96 - 99%
0,76 - 1,50 mm 87 - 94%
1,51 - 4,00 mm 66 - 77%
> 4,0 mm < 50%
Em pacientes com metástases em LN, a infiltração tumoral (macro x micro),
número de LN positivos, presença ou não de ulceração na lesão primária são os
fatores prognósticos mais significativos.

TRATAMENTO: LESÃO PRIMÁRIA/ Excisão Tridimensional

Espessura Margens

• In situ 0,5 a 1,0 cm

• Até 1,0 mm 1,0 cm

• > 1,0 mm 2,0 cm

Radioterapia, imunoterapia e quimioterapia.


CARCINOMA BASOCELULAR
Deriva das células não queratinizadas que originam a camada basal da epiderme.
Câncer mais comum em humanos, idosos e sexo masculino. Fatores de risco: pele
clara, olhos claros, cabelo ruivo, exposição solar(especialmente durante a infância e do
tipo intermitente causando queimadura), radiação terapêutica, exposição ao arsênico,
imunossupressão(transplantados), tabagismo(pequeno risco) e nevo sebáceo de
Jadasohn.
É o menos agressivo dos tumores malignos, raramente causando metástases.
Invasão local e capacidade de destruir tecidos adjacentes, inclusive os ossos, é o
maior perigo.
Apresenta-se como pápula, perolado e com telangectasias. Eventualmente
pode ulcerar.
Acomete preferencialmente os 2/3 superiores da face com 30%, localizando-se
no nariz. Não ocorre na palmas, plantas e mucosas.
Formas: nódulo-ulcerativa(+ comum), plano-cicatricial, eclerodermiforme,
pigmentado e superficial.
Diagnóstico: biópsia confirma o diagnóstico.
Tratamento: curetagem, eletrocoagulação, criocirurgia ou imiquimod, 5-fluoracil
para lesões primárias, pequenas e superficiais. Exérese cirúrgica para lesões maiores.

CARCINOMA ESPINOCELULAR

Representa 15% das neoplasias malignas de pele. Derivado dos queratinócitos


supra-basais supra-basais(camada espinhosa). Também, conhecido como carcinoma
de células escamosas com maior incidência acima dos 40 anos e homens com pele
clara.
Fatores de risco: fotoexposição, exposição ao arsênico ou hidrocarbonetos
aromáticos, lesões percusoras(ceratose actínica, doença de Bowen, eritroplasia de
Queyrat, líquen escleroatrófico genital, cicatrizes de queimaduras-úlceras de Marjolin,
úlceras e fístulas crônicas), HPV 16 e 18, albinismo e xeroderma pigmentoso. Doenças
crônicas com lúpus discóide. Tabagismo com CEC da cavidade oral.
Manifesta-se como placa eritematosa ceratósica que pode evoluir para um
corno cutâneo(pode ser também uma hiperceratose colunar benigna) ou pode
apresentar-se como pápula ou nódulo com diversos graus de ulceração e infiltração.
CEC na mucosa apresenta-se como placa de leucoplasia ou lesão infiltrativo-
vegetante.
Metástases(maior chance quando se localiza no lábio ou sobre cicatrizes) em 0,5-
6%, especialmente em linfonodos regionais. Orelha tem a maior chance de
recidiva(18%).
Carcinoma verrucoso, CEC de baixo grau de malignidade, apresenta-se como
tumoração exofítica verrucosa. Recebe os seguintes nomes: papilomatose
florida(oral), condiloma acuminado gigante de Buschke-Loewenstein(ano-genital) e
epitelioma cuniculatum(CEC localizado na região plantar).
DIAGNÓSTICO: Biópsia.
TRATAMENTO: Basear-se no tamanho, tempo de evolução e localização da lesão,
assim como na idade e no estado imunológico do paciente.
Curetagem, eletrocoagulação, criocirurgia, excisão cirúrgica convencional ou
micrográfica de Mohs e radioterapia para áreas de difícil acesso cirúrgico ou como
adjuvante em metástases a linfonodos.

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