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O Que a Bíblia Diz?

2006

O que quer dizer “lepra” na Bíblia?

A Bíblia, especialmente no Velho Testamento, fala muitas vezes sobre o problema de lepra. Quando se fala de pessoas leprosas,
a palavra significa uma doença da pele, e pode abranger tipos diferentes de doenças. Em outros casos, a mesma palavra fala de
manchas em roupas ou paredes, algo que nós poderíamos chamar hoje de fungo ou mofo.

Na lei que Deus deu aos israelitas, uma pessoa leprosa foi considerada imunda (Levítico 13:2-3). A doença foi vista como uma
praga. Às vezes, a praga foi enviada por Deus para repreender o povo desobediente (Levítico 14:34).

As instruções sobre a lepra, obviamente, serviam para conter uma doença maligna, mesmo séculos antes de cientistas
compreenderem como doenças se espalham.

Mas há um segundo – e mais importante – motivo para falar tanto sobre a lepra no Velho Testamento. Há, pelo menos, duas
lições espirituais das ordens sobre a lepra:

Œ A importância da obediência. Entre as últimas orientações dadas por Moisés ao povo de Israel são estas palavras:
“Guarda-te da praga da lepra e tem diligente cuidado de fazer segundo tudo o que te ensinarem os sacerdotes
levitas; como lhes tenho ordenado, terás cuidado de o fazer” (Deuteronômio 24:8).

A necessidade de distinguir entre o limpo e o imundo. A chave ao entendimento deste significado da lepra aparece em
Levítico 14:54-57 – “Esta é a lei de toda sorte de praga de lepra, e de tinha, e da lepra das vestes, e das casas, e da
inchação, e da pústula, e das manchas lustrosas, para ensinar quando qualquer coisa é limpa ou imunda. Esta é a
lei da lepra.”

Deus usou coisas físicas – sejam doenças, questões de higiene ou diferenças entre animais – para ensinar princípios espirituais.

Quando foi descoberta a imundícia da lepra, não mediam esforço para se livrarem dela. Pessoas leprosas foram publicamente
identificadas e afastadas da congregação para não contaminar outros. Quando as tentativas de purificar as casas não foram
bem-sucedidas, foi necessário derrubar casas inteiras para não deixar a praga se espalhar (Levítico 14:43-45).

As mesmas leis sobre a lepra não se aplicam hoje, mas os princípios que aprendemos delas têm muita importância para nós.

Devemos ser obedientes a todas as instruções que o Senhor nos deu. E quando a imundícia do pecado invade a nossa vida,
devemos agir com urgência para eliminá-lo, mesmo se forem necessárias medidas radicais.

Sejamos santos, para a glória do nosso Senhor perfeito e santo (1 Pedro 1:14-16; 2 Coríntios 6:17-18).

–por Dennis Allan

Havia perdão de pecados antes da morte de Jesus? 

O Novo Testamento afirma que Jesus Cristo é o único caminho à salvação. Ele disse: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). Pedro acrescentou: “E não há salvação em nenhum outro;
porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos
salvos” (Atos 4:12).

Antes de Jesus, houve pecado e condenação. Todos pecaram (Romanos 3:23) e mereceram a morte espiritual (Romanos 6:23).
Paulo diz que a lei do Antigo Testamento mostrou o problema (Romanos 3:20; Gálatas 3:22), e que a fé em Jesus Cristo é a
solução (Gálatas 3:23-27; Romanos 3:24-26). Nesta última citação, ele comenta sobre a necessidade do sangue de Jesus para
fazer propiciação pelos nossos pecados.

Como, então, pode se falar de perdão antes da morte de Jesus? Quando Moisés revelou as instruções sobre holocaustos e outros
sacrifícios, ele disse que os pecados do povo seriam perdoados por meio dessas ofertas (Levítico 4:20,26,31,35; 5:10,13,16,18;
6:7; etc.). João Batista, alguns anos antes do derramamento do sangue de Jesus, pregou “batismo de arrependimento para
remissão de pecados” (Marcos 1:4).

Se já existiam meios para perdoar pecados, por que Jesus se sacrificou na cruz? O livro de Hebreus esclarece esta questão. Ele
nos ensina que:

Œ Os sacrifícios anteriores não foram suficientes para perdoar pecados: “Nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados
todos os anos, porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (10:3-4).
Os pecados cometidos sob o Velho Testamento foram perdoados pela morte de Jesus: “Por isso mesmo, ele é o Mediador
da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira
aliança, recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados” (9:15).

Para ilustrar o significado destes trechos, podemos usar a prática comum de pagar dívidas com cheques pré-datados. Os
sacrifícios do Antigo Testamento e o batismo de João foram como cheques pré-datados assinados com a confiança que o sangue
de Jesus seria “depositado na conta” na data certa. Foram condicionados no sacrifício futuro de Jesus.

Hoje, é diferente. Quando demonstramos a fé pelo arrependimento e o batismo para remissão dos pecados (Atos 2:38),
confiamos no depósito que já foi feito no Calvário, e recebemos o perdão dos nossos pecados.

–por Dennis Allan

O que significa “segundo a ordem de Melquisedeque”?

Davi profetizou, mil anos antes do nascimento de Jesus, que o Messias seria “sacerdote para sempre segundo a ordem de
Melquisedeque” (Salmo 110:4). O autor de Hebreus cita esta profecia várias vezes, e explica o seu significado em relação à
superioridade total de Jesus.

A “ordem de Melquisedeque” não se refere a algum tipo de sociedade secreta ou mística como a Rosa Cruz, os Maçons ou os
Templários. Não é alguma organização preservada desde a antigüidade, nem uma classe de sacerdotes na igreja do Senhor. A
expressão “segundo a ordem de Melquisedeque” significa que o sacerdócio de Jesus é do mesmo tipo, ou parecido com, o
sacerdócio de Melquisedeque.

Melquisedeque aparece na história bíblica, e some logo em seguida. Ele era rei de Salém e sacerdote de Deus (Gênesis 14:18).
Abençoou Abraão e recebeu o dízimo dele depois da vitória do patriarca contra Quedorlaomer.

As Escrituras não relatam nada sobre antepassados nem descendentes de Melquisedeque (o ponto de Hebreus 7:3). Ele servia
como sacerdote antes do nascimento de Isaque, então não era descendente da tribo de Levi (um dos netos de Isaque). Era
sacerdote aprovado por Deus, independente de linhagem.

Deus fez algumas coisas no Velho Testamento pensando na vinda de Jesus, e assim ajudando o povo a entender a missão de
Cristo. Os comentários em Gênesis e Salmos sobre Melquisedeque mostraram a possibilidade de ter um sacerdote que não era
sujeito à Lei dada aos israelitas no Monte Sinai. É exatamente isso que o autor de Hebreus nos mostra, usando Melquisedeque
como tipo de Cristo.

Jesus não podia ser sacerdote no sistema dado no Monte Sinai (Hebreus 8:4). O fato de Deus ter declarado Jesus sacerdote
eterno serve de prova de mudança de lei: “Pois, quando se muda o sacerdócio, necessaria-mente há também mudança
de lei” (Hebreus 7:14). “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também
Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas” (Hebreus 8:6).

Salmo 110, como o autor de Hebreus bem explica, aponta para o perfeito Rei e eterno Sacerdote, Jesus Cristo. Qualquer
ensinamento que procura preservar algum sacerdócio humano segundo a ordem de Melquisedeque (como fazem, por exemplo,
os mórmons), age por autoridade humana, e não divina (cf. Gálatas 1:10; 2 João 9), e diminui a importância de Jesus Cristo
como o eterno e suficiente Sumo Sacerdote.

– por Dennis Allan

Um solteiro pode ser pastor?

Algumas igrejas permitem e outras exigem que seus pastores sejam solteiros. O que Deus revelou sobre esta questão?

Jesus Cristo, o Supremo Pastor (1 Pedro 5:4) concedeu servos conhecidos como pastores e mestres para ajudar os santos
(Efésios 4:11). Os homens que pastoreiam são chamados, também, de presbíteros (anciãos em algumas traduções) e bispos (1
Pedro 5:1-2; Atos 20:17,28).

O Espírito Santo foi específico e detalhado nas qualificações destes servos. Encontramos listas de características deles em 1
Timóteo 3:1-7 e Tito 1:5-9. Para as pessoas que realmente querem agradar ao Senhor, estes trechos resolvem a questão de
pastores solteiros. Paulo disse a Timóteo: “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só
mulher” (1 Timóteo 3:2). Na sua carta a Tito, começou a lista de qualificações dos presbíteros com as mesmas palavras:
“alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes” (Tito 1:6).

Pastores, então, devem ser casados e pais de filhos crentes.

Para defender a prática comum de escolher pastores sem estas qualidades, os homens recorrem a vários argumentos. Vamos
considerar algumas questões:
Paulo não foi casado. Paulo foi fiel no seu trabalho de apóstolo e ministro (servo) de Cristo (Atos 26:16; Colossenses 1:1,23),
mas, nas Escrituras, ele nunca é chamado de bispo, presbítero ou pastor. Os outros apóstolos eram casados (1 Coríntios 9:5).
Por isso, não nos surpreende descobrir que alguns deles serviam, também como presbíteros (1 Pedro 5:1; 2 João 1; 3 João 1).

Timóteo e Tito não foram casados. Não há referência a estes evangelistas como casados, mas também não há nenhuma
passagem que os chama de pastores! O costume de chamar as cartas a estes evangelistas de “epístolas pastorais” cria uma
certa confusão, porque foge da linguagem bíblica. Na Bíblia, nem o autor nem os destinatários dessas cartas são chamados de
pastores!

Paulo disse que solteiros podem servir melhor (1 Coríntios 7:1-7). O conselho de Paulo foi dado em relação a “todos os
homens” (7:7) especifi-camente por causa de uma “angus-tiosa situação presente” (7:26). Não deve ser interpretado de
uma maneira que contradiga outras passagens que incentivam o casamento (1 Timóteo 5:14) e que especificamente exigem que
presbíteros sejam casados (1 Timóteo 3:2; Tito 1:6).

Pastores solteiros? Não na igreja do Senhor! 

– por Dennis Allan

O que quer dizer “culto racional” em Romanos 12:1?

Apresentar os nossos corpos a Deus é o nosso “culto racional” (Romanos 12:1). Qual o significado desta expressão? Para
entender o termo usado por Paulo, devemos compreen-der as duas palavras que ele empregou.

Culto traduz uma palavra grega (latreia) que aparece cinco vezes no Novo Testamento. Na Almeida Revista e Atualizada 2ª
Edição, é traduzida “culto” em João 16:2; Romanos 9:4 e 12:1 e “serviço(s) sagrado(s)” em Hebreus 9:1 e 6. Significa serviço.
Pode ser o serviço de obediência a Deus em geral, ou pode se referir, como nas duas citações em Hebreus 9, aos atos
específicos de louvor dirigidos a Deus. Assim, a palavra culto, em nosso uso hoje, corretamente descreve o serviço dado ao
Senhor quando cristãos o adoram. Mas, a mesma palavra pode abranger qualquer ato de obediência que honra o nome de Deus.

Racional vem da palavra grega logikos. Nesta palavra, não é difícil ver a idéia da lógica ou raciocínio. Este adjetivo aparece, no
Novo Testamento, somente aqui e em 1 Pedro 2:2, onde descreve o leite espiritual. A forma do substantivo (logos), porém,
aparece mais de 300 vezes no NT, e é traduzida por termos como palavra, conta, ensinamento, modo, ditado, testemunho,
verbo, etc. A idéia principal tem a ver com discurso e raciocínio.

O que é, então, o nosso culto racional? Uma vez que entendemos o que Deus tem feito por nós, faz sentido nos dedicar a ele em
obediência e serviço. O uso da palavra “pois” em Romanos 12:1 mostra que este serviço razoável se baseia nas coisas ditas
anteriores. Paulo acabou de falar sobre a profundidade da riqueza de Deus, que nos criou e nos deu a salvação de graça
(Romanos 11:33-36). Por isso, devemos nos dedicar ao Senhor.

Nenhuma outra resposta faz sentido. Rejeitar o Deus que nos deu a vida – duas vezes! – seria loucura. Não amar aquele que
nos ama tanto não seria sensato. Rebelar-se contra o soberano que tem demonstrado sua bondade e severidade (Romanos
11:22) seria totalmente ilógico.

Romanos 12:1 frisa um fato importante no estudo da palavra de Deus. Nosso estudo nunca deve se reduzir a um exercício
acadêmico – aprendendo só para saber. O conhecimento da palavra de Deus exige uma aplicação prática. A maioria das cartas
do NT, como é o caso de Romanos, contém uma série de aplicações práticas no final, depois de estabelecer a base doutrinária.
Tiago disse: “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra, e não somente ouvintes” (Tiago 1:22). Este é o nosso culto
racional!

– por Dennis Allan

Sinais sempre são confiáveis?

Muitas pessoas hoje, especialemente no movimento pentecostal e suas ramificações, valorizam sinais acima de tudo.
Interpretam acontecimentos na vida como provas da aprovação divina de suas decisões. Recorrem para visões e revelações para
justificar suas práticas. Defendem suas doutrinas, citando algum sinal especial como confirmação do Espírito Santo.

Sinais sempre são confiáveis como prova da aprovação divina?

Em geral, os sinais, prodígios e milagres na Bíblia serviam para confirmar a palavra revelada por Deus aos profetas e apóstolos.
No Velho Testamento, Deus capacitou homens como Moisés, Elias e Eliseu a realizarem milagres para confir-mar a sua
mensagem. No Novo Testa-mento, os apóstolos e vários outros recebiam os dons do Espírito Santo para confirmar a palavra
revelada (Marcos 16:20; Hebreus 2:4; 2 Coríntios 12:12).
Em outros estudos, temos visto várias diferenças entre os verdadeiros sinais dos tempos da Bíblia e os supostos dons milagrosos
que tantas pessoas buscam hoje. Neste artigo, consideremos outro aspecto da questão dos dons. Mesmo se alguém acreditar
ver um sinal milagroso hoje, ainda deve dar mais importância às Escrituras.

Deus nunca colocou os sinais acima da palavra.

No Velho Testamento, o Senhor disse: “Quando profeta ou sonhador se levantar no meio de ti e te anunciar um sinal ou
prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio do que te houver falado, e disser: Vamos após outros deuses...não
ouvirás a palavra deste profeta ou sonhador; porquanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais o
Senhor, vosso Deus, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma” (Deuteronômio 13:1-3). Neste caso, mesmo se o
sinal fosse verdadeiro, qualquer um que seguisse o profeta seria condenado, pois a palavra dele contradizia a verdade já
revelada.

No Novo Testamento, sinais milagrosos acompanharam os apóstolos do Senhor. Mas Paulo, um dos apóstolos, nos alerta: “Mas,
ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja
anátema” (Gálatas 1:8). Se viesse direto do céu ou se mostrasse os sinais dos apóstolos, ainda seria necessário avaliar pela
palavra.

Paulo avisou, também, de sinais e prodígios de mentira, empregados por Satanás (2 Tessalonicenses 2:9-10).

Não importa quantos sinais alguém alega ter visto ou ter feito, a prova final é a palavra já revelada. Nunca devemos colocar
sinais acima da palavra.

– por Dennis Allan

Jesus Revogou a Lei do Antigo Testamento?

Uma leitura superficial de alguns versículos apresenta uma dificuldade, até dando a impressão de uma contradição nas
Escrituras. Alguns religiosos aproveitam esta suposta contradição para negar claras afirmações sobre o anulamento da Lei dada
aos israelitas no monte Sinai.  

Em Mateus 5:17-18, Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas, não vim para revogar, vim para
cumprir. Porque em verdade vos digo, até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até
que tudo se cumpra.” Alguns citam esta afirmação para tentar obrigar as pessoas de hoje a guardarem o sábado e outros
mandamentos da Antiga Aliança.  

Para compreender este comentário de Jesus, precisamos prestar atenção especial a três palavras que ele usou. A palavra
revogar vem de uma palavra grega que significa derrubar, subverter ou destruir. Jesus não veio para subverter a Lei, ele veio
para cumprir. A palavra traduzida cumprir significa completar, levar até o fim, realizar ou obedecer. Jesus não pretendia
subverter a lei, ele pretendia cumpri-la, assim a levando até o seu determinado fim. A terceira palavra importante é a preposição
até. Os céus e a terra poderiam passar, mas a lei não passaria até ser cumprida. Esta palavra (traduzida até, até que, ou
enquanto) significa algo que chega até um certo ponto e termina. Deus falou para José ficar no Egito até que ele fosse avisado
(Mateus 2:13). José não “conheceu” Maria “enquanto ela não deu à luz um filho” (Mateus 1:25). Na morte de Jesus, houve
trevas até à hora nona (Lucas 23:44). A Lei não perdeu sua força até ser cumprida por Jesus.  

O autor de Hebreus usou uma palavra diferente, embora traduzida em algumas Bíblias pela mesma palavra portuguesa, quando
disse: “Portanto, por um lado, se revoga a anterior ordenança, por causa de sua fraqueza e inutilidade (pois a lei
nunca aperfeiçoou coisa alguma), e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos chegamos a
Deus” (Hebreus 7:18-19). Revogar, neste trecho, significa anular, abolir, ou remover. No mesmo capítulo, ele falou da mudança
(ou remoção) da lei (Hebreus 7:12).  

Os cristãos não estão “subordinados” à Lei (Gálatas 3:24-25). Mesmo os cristãos judeus, que estavam sujeitos à lei, foram
libertados dela (Romanos 7:6). O escrito da dívida foi removido inteiramente na cruz, pois Jesus cumpriu aquela Lei
(Colossenses 2:14). Após a morte do Testador, a Nova Aliança tomou seu lugar (Hebreus 8:6-13; 9:15-17).  

Jesus não subverteu a Lei do Antigo Testamento; ele cumpriu e removeu aquela e nos deu a Nova Aliança.  

- por Dennis Allan       


Os Ensinamentos de Jesus Devem Ser Aplicados Hoje?

Para muitos leitores, esta pergunta vai soar estranho, porque a maioria respeita o ensinamento de Jesus como a expressão
perfeita da vontade de Deus para todos os homens. Outros, porém, diminuem ou até negam o valor destes ensinamentos,
dizendo que não são aplicáveis nos dias de hoje. Vamos considerar alguns fatos importantes.

Como em qualquer parte da Bíblia, encontramos nos relatos do evangelho certas instruções que se aplicavam a pessoas
específicas. Quando Jesus mandou que alguém se apresentasse ao sacerdote (Lucas 17:14), pagasse o imposto do templo
(Mateus 17:24-27), continuasse fiel nos dízimos (Mateus 23:23) ou preparasse a Páscoa (Mateus 26:17-19), ele simplesmente
reconhecia a responsabilidade dos judeus de cumprirem a lei que Deus lhes havia dado, e que ele ainda estava cumprindo.
Outras passagens mostram claramente que ele cumpriu aquela lei e revelou uma nova aliança (veja o artigo “Jesus Revogou a
Lei do Antigo Testamento?” na edição de Julho de 2006).

A maior parte do ensinamento de Jesus, porém, foi dada a todos, e deve ser respeitada hoje. Os ouvintes no primeiro século
entenderam que Jesus ensinava uma nova doutrina (Marcos 1:27). Freqüentemente, Jesus introduziu seus preceitos com
palavras de autoridade como “Eu, porém, vos digo...” (veja alguns exemplos em Mateus 5:22,28,32,34,39,44; 19:9). Falou
várias vezes de sua própria palavra, mostrando a necessidade de ouvir e obedecê-la, porque seremos julgados por ela (João
5:24; 8:31,51,52; 12:47-48; 14:23).

Jesus afirmou, também, ter recebido toda a autoridade e citou este fato como base das instruções aos apóstolos de ensinar as
pessoas “de todas as nações ...a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mateus 28:18-20). A palavra que os
apóstolos pregaram não foi uma outra mensagem, e sim, a confirmação do mesmo evangelho anunciado “inicialmente pelo
Senhor” (Hebreus 2:3). Esta mensagem, universalmente aplicável, exige o arrependimento de “todos, em toda parte” (Atos
17:30). Ela é “o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16).

Quando Jesus veio ao mundo e falou, ele falou a todas as pessoas. Cada um de nós precisa ouvir e obedecer a palavra dele.

– por Dennis Allan

Como alguém pode preencher “o que resta das aflições de Cristo”?

O sacrifício de Jesus foi perfeito e eficaz (Hebreus 10:12). Ele se mostrou obediente e cumpriu toda a justiça (Mateus 3:15;
Hebreus 5:8-9). Como, então, poderia Paulo dizer: “...e preencho o que resta das aflições de Cristo....”? (Colossenses
1:24). Quando Jesus voltou aos céus, depois de cumprir a sua missão na terra, faltou alguma coisa que meros homens poderiam
completar?

O eterno plano de Deus tem um elemento humano que depende dos servos do Senhor. Jesus fez o sacrifício, mas os homens
precisam ouvir esta notícia. Se ninguém tivesse divulgado a boa nova, qual seria o valor do sacrifício de Jesus? Se Pedro não
tivesse falado no dia de Pentecostes, se Paulo e Barnabé tivessem recusado ir para a Ásia, ou se Paulo e Silas tivessem ignorado
o apelo da Macedônia, como seria a situação das pessoas hoje?

Paulo recebeu a dispensação de Deus a favor dos ouvintes, os santos (Colossenses 1:25-26). A mensagem que ele pregou se
resume nestas palavras: “Cristo em vós, a esperança da glória” (Colossenses 1:27). Sem a pregação do evangelho, o
mundo teria permanecido sem Cristo e sem esperança (cf. Efésios 2:12).

O ministério de Paulo foi pregar a palavra com o objetivo de aperfeiçoar os ouvintes: “...o qual nós anunciamos, advertindo
a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito
em Cristo” (Colossenses 1:28). Paulo se esforçava para cumprir a sua parte deste eterno propósito de Deus (Colossenses
1:29).

Há quase 2.000 anos, Jesus Cristo fez o sacrifício perfeito na cruz do Calvário. A mensagem da cruz continua sendo o único
caminho que leva o homem à salvação eterna (Atos 4:12; 1 Coríntios 2:1-5). A pregação desta mensagem é descrita como “o
ministério da reconciliação”, pois chama as pessoas a se reconciliarem com Deus (2 Coríntios 5:18-20). Da mesma maneira
que Paulo preenchia o que restava das aflições de Cristo, os servos do Senhor hoje têm o privilégio de continuar a mesma
missão. Paulo disse para Timóteo: “E o que da minha parte ouviste..., isso mesmo transmite a homens fiéis e idôneos
para instruir a outros” (2 Timóteo 2:2).

Nós que somos cristãos temos o privilégio de preencher o que resta das aflições de Cristo!

– por Dennis Allan

 Jesus ficou no túmulo durante três dias e três noites?


Respondendo ao pedido dos escribas e fariseus, Jesus disse: “Porque assim como esteve Jonas três dias e três noites no
ventre do grande peixe, assim o Filho do Homem estará três dias e três noites no coração da terra” (Mateus 12:40).
Esta afirmação tem sido a base para várias conclusões contraditórias. Alguns criam uma cronologia diferente, negando o
significado de passagens que dizem que Jesus foi crucificado na “véspera do sábado” (Marcos 15:42; cf. Lucas 23:54) e que
foi ressuscitado cedinho no primeiro dia da semana (Mateus 28:1-6), que era o terceiro dia (1 Coríntios 15:4). Outros usam esta
dificuldade para dizer que a Bíblia não é confiável, que ela se contradiz.

A Bíblia foi escrita principalmente em hebraico e grego, e estes idiomas, como outros, usam suas próprias maneiras de se
expressar, inclusive diversas expressões idiomáticas. Jamais forçaríamos uma interpretação literal de expressões comuns como
“pisar em ovos”, “perna-de-pau” ou “bater na mesma tecla”.

As línguas antigas também tinham suas expressões próprias – palavras ou frases figuradas ou idiomáticas. Um exemplo disto é a
contagem de tempo pelos judeus. O Rabi Eleazar bar Azaria (100 d.C.) explicou: “um dia e uma noite fazem um ‘iona’ (24
horas), mas um ‘iona’ começado, vale um ‘iona’ inteiro”. Entendendo esta maneira de se expressar, compreendemos que um
período que inclui parte da sexta-feira, o sábado inteiro e parte do domingo poderia ser descrito como “três dias e três noites”.

Há vários exemplos na Bíblia onde parte de um dia é contada como se fosse um dia inteiro. Ester falou que ia falar com o rei
depois dos judeus jejuarem por três dias, e ela entrou na presença do rei “ao terceiro dia”, e não ao quarto dia, que seria
literalmente depois dos três dias de jejum (Ester 4:16; 5:1). Roboão mandou que Jeroboão voltasse a ele “após três dias”, e
Jeroboão obedeceu quando voltou “ao terceiro dia” (2 Crônicas 10:5,12).

Jesus falou que ressuscitaria “no terceiro dia” (Mateus 16:21; 17:23; 20:19), ou “depois de três dias” (Marcos 8:31;
10:34). Até os inimigos de Jesus entenderam o significado das profecias sobre a ressurreição. Para eles, “depois de três dias”
significava “ao terceiro dia” (Mateus 27:63-64).

Quando juntamos todas as evidências, podemos entender que Jesus ressuscitou no terceiro dia, cumprindo perfeitamente as
profecias sobre sua morte, sepultamento e ressurreição.

– por Dennis Allan

2005

O que é a“sombra do Onipotente”?

Salmo 91:1 diz: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao SENHOR: Meu
refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.”  

Antes de comentar sobre este texto, consideremos os significados bíblicos da palavra sombra.  

1. Sombra literal. Às vezes, o sentido é literal – a luz é bloqueada ou a escuridão resulta da ausência de luz (2 Reis 20:9-11;
Neemias 13:19; Atos 5:15). A sombra traz alívio do calor do sol (Jó 7:2; cf. Isaías 34:15; Marcos 4:32).  

2. Símbolo da brevidade. Davi falou da brevidade da vida terrestre do homem: “Como a sombra são os nossos dias sobre
a terra, e não temos permanência” (1 Crônicas 29:15). “O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra
que passa” (Salmo 144:4). Bildade disse: “Porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra” (Jó 8:9).  

3. Símbolo da morte, do perigo ou das coisas tenebrosas. Jó falou sobre “a terra das trevas e da sombra da morte
...onde a própria luz é tenebrosa” (10:21-22). Davi falou do “vale da sombra da morte” (Salmo 23:4; cf. 102:11; 109:22-
23; Jeremias 2:6; 13:16).  

4. Símbolo de proteção e refúgio. Jotão falou, embora em tom de ironia devido à presunção de Abimeleque, da proteção que
um rei oferece aos seus súditos (Juízes 9:15). Os judeus procuravam, em vão, refúgio na “sombra do Egito” (Isaías 30:2-3). O
rei Nabucodonosor foi comparado a uma árvore dando sombra e proteção (Daniel 4:12). A idéia da sombra de proteção vem do
alívio e proteção do calor citado acima (cf. Jonas 4:5-6; Isaías 25:4-5).  

5. Símbolo da ignorância espiritual. Mateus citou a profecia de Isaías 9:2 quando falou da pregação de Jesus (4:16).
Zacarias citou a mesma profecia quando falou do trabalho de seu filho como precursor do Messias (Lucas 1:79).  

Uma imagem imperfeita de uma realidade maior. Paulo disse que as coisas do Velho Testamento eram sombra das coisas
de Cristo (Colossenses 2:17; cf. Hebreus 10:1). O tabernáculo dos israelitas era uma sombra da aliança de Jesus (Hebreus 8:5-
13; cf. 9:23).  

Várias vezes, a Bíblia fala sobre a sombra de Deus. Em qual desses sentidos devemos entender a sombra do Senhor? Textos
como Salmo 57:1 deixam claro o sentido de proteção oferecida aos homens: “Tem misericórdia de mim, ó Deus,... pois em
ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades.”  Veja Salmos 36:7;
63:7; 121:5; Isaías 4:5-6; 32:1-2; 51:16. A sombra do Onipotente é a proteção daquele que estende o seu tabernáculo de
proteção sobre os fiéis (Apocalipse 7:15-17).                                                                                                   

– por Dennis Allan

Por que pessoas na Bíblia vestiam-se de pano de saco?

Pano de saco era um tecido rústico usado em várias aplicações, citado freqüentemente na Bíblia como um tipo de vestimenta.
Roupas de pano de saco serviam para comunicar certas emoções ou atitudes às outras pessoas.

Em termos gerais, a roupa de pano de saco mostrava a angústia da pessoa. Mas, angústia e perturbação podem ser resultados
de vários fatores e, por isso, observemos alguns motivos mais específicos para o uso desse tecido.

1. Sinal de tristeza e lamentação, especialmente devidas à morte ou às calamidades (Salmo 35:13-14; Isaías 15:1-3; 32:9-
12; Ezequiel 27:29-32; Joel 1:8,13; Amós 8:10). Quando Jacó recebeu a notícia (falsa) da morte de José, seu filho predileto, ele
"rasgou as suas vestes [outro sinal de angústia], e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias"
(Gênesis 37:34). Quando Abner foi morto, Davi ordenou ao povo: “Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de panos de saco e
ide prateando diante de Abner” (2 Samuel 3:30-32). Quando saiu a ordem do rei da Pérsia autorizando a aniquilação dos
judeus, Mordecai “se cobriu de pano de saco e ... clamou com grande e amargo clamor”. Os outros judeus mostraram
sua angústia com o mesmo sinal de luto (Ester 4:1-3). Este sinal, às vezes, acompanhava a mensagem triste de profetas
(Apocalipse 11:3-6).

2. Evidência de humildade, especialmente de um suplicante (Salmo 30:8,10-11). Ezequias e os outros líderes de Judá se
vestiram de pano de saco quando este entrou na presença de Deus para pedir livramento da ameaça assíria (2 Reis 19:1-3,14-
19). Ben-Hadade e seus soldados se vestiram de pano de saco e pediram a clemência do rei Acabe de Israel (1 Reis 20:31-32).
Daniel disse: “Voltei o rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza”
(9:3).

3. Demonstração de arrependimento (Mateus 11:21; Lucas 10:13). Os ninivitas ouviram as advertências do profeta de Deus
e se converteram, cobrindo-se de pano de saco (Jonas 3:5-9). Depois do cativeiro babilônico, os filhos de Israel jejuaram,
trouxeram terra sobre si e se vestiram de pano de saco quando chegaram a confessar seus pecados diante do Senhor (Neemias
9:1-4).

Na aliança de Cristo, não achamos ordens exigindo o uso de pano de saco, cinzas, etc., mas ainda devemos mostrar mudanças
no nosso comportamento como pessoas transformadas pela palavra do Senhor (Romanos 12:1-2). Isaías advertiu os israelitas
do perigo de usar atos externos insinceramente; a verdadeira conversão precisa ser acompanhada de frutos do arrependimento
(Isaías 58:1-10; cf. Mateus 3:8).

–por Dennis Allan

Moisés viu a face de Deus?

“Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo” (Êxodo 33:11). Mas no mesmo capítulo,“Disse
o SENHOR a Moisés:...Não me poderá ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.... tu me
verás pelas costas; mas a minha face não se verá” (Êxodo 33:17,20,23). A Bíblia se contradiz, até no mesmo capítulo?
Vamos considerar esta questão. 

João afirma: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (João 1:18).
Jesus disse: “Não que alguém tenha visto o Pai, salvo aquele que vem de Deus; este o tem visto” (João 6:46; veja
5:37). Essas expressões destacam a santidade de Deus (veja 1 Timóteo 6:16). 

Algumas vezes nas Escrituras encontramos aparições do Pai, mas nunca incluem nenhuma descrição das feições do seu rosto.
Ezequiel fala de uma figura resplandecente e diz: “Esta era a aparência da glória do SENHOR” (Ezequiel 1:28). Daniel viu o
“Ancião de Dias” no seu trono. Ele fala sobre o trono, a veste branca e até dos cabelos, mas não comenta nada sobre o rosto
(Daniel 7:9). O apóstolo João fala com detalhes da aparência de Jesus, até mencionando os olhos e a boca. Mas quando fala do
Pai, não inclui nenhuma observação sobre a aparência do rosto (Apocalipse 1:14-16; 4:2-3; 5:6). 

A Bíblia fala da comunhão íntima de alguns servos com o Criador. Depois de Deus responder a Jó, este disse: “Eu te conhecia
só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem” (Jó 42:5). Alguns séculos depois, Deus disse de Moisés: “Boca a boca falo
com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a forma do SENHOR” (Números 12:8). “Nunca mais se levantou
em Israel profeta algum como Moisés, com quem o SENHOR houvesse tratado face a face” (Deuteronômio 34:10). 

A nossa comunhão com Deus é por intermédio do Filho. Quando Filipe pediu: “Senhor, mostra-nos o Pai”, Jesus disse:
“Quem me vê a mim vê o Pai” e continuou falando sobre a importância da obediência para manter comunhão com Deus (João
14:8-9). Jesus “é a imagem do Deus invisível” e nele reside toda a plenitude de Deus (Colossenses 1:15,19). Mesmo sem ver o
Pai, podemos ter comunhão com ele (1 João 4:12).  
A esperança dos fiéis é de contemplar a face de Deus (Salmos 11:7; 17:15). Os vencedores terão este privilégio diante do trono
de Deus e do Cordeiro: “Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face” (Apocalipse 22:3-4).  

–por Dennis Allan

Eu preciso “freqüentar uma igreja”?

A salvação é individual. É verdade! Paulo disse que “cada um” será julgado “perante o tribunal de Cristo” (2 Coríntios 5:10).
Não seremos julgados coletivamente como igrejas.

A igreja não salva ninguém. Isso, também, é verdade! É pelo sangue de Jesus que recebemos “a remissão dos pecados”
(Efésios 1:6-7). “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé” (Efésios 2:8). A igreja não morreu por nós, e não é capaz
de nos salvar.

Algumas pessoas, compreendendo estes fatos, chegam à conclusão que a vida cristã não tenha nada a ver com a igreja. Pode
freqüentar uma se quiser, mas também pode usar o tempo igualmente bem recebendo amigos em casa, passeando no shopping
ou indo pescar. Pode comunicar com Deus em qualquer lugar, então quem precisa de igrejas?

Antes de descartar ou desprezar a igreja na sua vida, não seria importante ver o que Deus diz a respeito dela?

A igreja (grego, ekklesia) é um grupo de pessoas chamadas para saírem do pecado e pertencerem a Cristo. Jesus prometeu
edificar a igreja dele (Mateus 16:18). Deus comprou a igreja com seu próprio sangue no sentido que ele comprou cada pessoa
salva (Atos 20:28; cf. 1 Coríntios 6:20).

Paulo frisou a importância de procedimento adequado “na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da
verdade” (1 Timóteo 3:15). Embora a igreja não salva, ela tem um papel fundamental na divulgação do evangelho. Devemos
valorizar a casa de Deus.

Quando se trata da responsabilidade de participar de uma igreja, uma congregação local, o Novo Testamento não deixa dúvida.
Além de muitos exemplos no livro de Atos e referências nas epístolas, encontramos instruções específicas que exigem a nossa
participação nas reuniões de uma igreja. O autor de Hebreus claramente condena a atitude de pessoas que deixam de se
congregar, porque negligenciam seu papel importante na edificação mútua (Hebreus 10:23-27).

Outras instruções exigem a nossa participação nas reuniões da igreja para participar da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:17-34;
cf. Atos 20:7), para juntar ofertas (1 Coríntios 16:1-3; Atos 4:36-37; 5:1-2) e para resolver questões de pecado na congregação
(1 Coríntios 5:4-5). Discípulos de Cristo se juntam, também, para cantar hinos de louvor e edificação (Efésios 5:19-21) e para
ensinar a palavra do Senhor (1 Coríntios 14:26).

Pessoas que negligenciam estas responsabilidades, não participando dos cultos da congregação, desobedecem a Deus. Pecam
contra os irmãos e contra o Senhor.

Seja fiel na sua participação em uma congregação local. E não deixe de examinar tudo para verificar que a igreja onde você
congrega esteja realmente agradando a Deus em doutrina e prática (1 Tessalonicenses 5:21-22).

–por Dennis Allan

Por que Deus proibiu imagens e depois mandou fazer querubins?

Deus disse: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem
embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o
SENHOR, teu Deus, Deus zeloso” (Êxodo 20:4-5). Mas depois ele disse: “Farás dois querubins de ouro, de ouro batido
os farás, nas duas extremidades do propiciatório” (Êxodo 25:18). Ele se contradisse?

Embora estas instruções específicas façam parte da lei dada aos israelitas, Deus também condena a adoração de imagens por
qualquer pessoa ou povo, judeu ou gentio. No Antigo Testamento, ele castigou várias nações por suas práticas de adorar
imagens e criaturas, ao invés de servirem o único Criador. Jeremias comunicou a sentença de Deus contra a Babilônia:
“Portanto, eis que vêm dias, em que castigarei as imagens de escultura da Babilônia, toda a sua terra será
envergonhada, e todos os seus cairão traspassados no meio dela” (Jeremias 51:47; cf. Isaías 21:9). O Egito, também, foi
condenado por sua idolatria: “Assim diz o SENHOR Deus: Também destruirei os ídolos e darei cabo das imagens em
Mênfis.... Assim, executarei juízo no Egito, e saberão que eu sou o SENHOR” (Ezequiel 30:13,19).

Mas os querubins, feitos por ordem de Deus, não foram objetos de adoração. Representavam criaturas que servem a Deus,
sempre próximos ao trono do Senhor. O propiciatório, que ficava em cima da arca da aliança, representava o trono de Deus. Os
querubins serviam para lembrar o sumo sacerdote, quando entrava no Santo dos Santos, que esta sala do tabernáculo
representava a presença de Deus. Mas jamais adoraria os próprios querubins.
Desta maneira, podemos fazer uma distinção importante hoje. Um desenho ou imagem de uma pessoa, até talvez a
representação de um apóstolo, profeta ou outra personagem bíblica, pode servir para nos lembrar da mensagem da Bíblia e do
procedimento daquele servo, e assim reforça a santidade de Deus. Este uso de representações gráficas não fere os princípios
bíblicos. Por outro lado, a veneração de imagens, usando estas representações como objetos de culto ou de honra espiritual, é
desobediência aos princípios revelados pelo Senhor. Deus nunca autorizou a veneração de santos, apóstolos, anjos ou imagens
representando quaisquer criaturas celestiais ou terrestres.

No Novo Testamento, Paulo disse: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1 Coríntios 10:14).

–por Dennis Allan

É pecado dançar?

Algumas pessoas, quando perguntam se é pecado dançar, querem um trecho bíblico que explicitamente condena todo tipo de
dança. Tais pessoas buscam em vão um versículo que não existe. Vamos ver o que a Bíblia diz sobre danças, e como julgar pela
palavra de Deus as danças modernas.

Danças na Bíblia, como nos dias de hoje, não são todas iguais. Podemos ver, pelo menos, dois tipos de danças na Bíblia:

Œ Muitas danças foram uma expressão de alegria e de regozijo, até em louvor e celebração diante de Deus (2 Samuel 6:14-16;
Salmo 150:4; Jeremias 31:4,13; Lamentações 5:15; Mateus 11:17; Lucas 15:25). Em algumas das citações do Antigo
Testamento, parece que as mulheres dançavam separadas dos homens (Êxodo 15:20; Juízes 21:21-23; 1 Samuel 18:6).

Mas outras danças tinham um aspecto sensual, com intenção de agradar os homens. A filha de Herodias dançou de uma
maneira que agradou aos homens na festa do rei, levando este líder a fazer uma promessa irrefletida (Marcos 6:21-28).

Nos dias de hoje, como pessoas governadas pela palavra de Cristo, devemos dançar?

Da mesma maneira que encontramos danças diferentes na Bíblia, podemos ver danças hoje com propósitos e estilos diferentes.
Condenar toda e qualquer atividade chamada de “dança” seria uma postura indefensível em termos bíblicos. Não devemos fazer
as nossas próprias leis em relação à vontade de Deus (Mateus 15:9).

Mas dentro da palavra de Deus, o que podemos observar?

Primeiro, devemos notar que danças não fazem parte da adoração ordenada por Deus no Novo Testamento. Como muitas outras
expressões físicas de louvor (sacrifícios de animais, incenso, bater palmas, instrumentos musicais), danças de louvor pertencem
à Antiga e não à Nova Aliança.

Segundo, devemos admitir que a grande maioria das danças praticadas hoje tem um elemento sensual. A não ser um homem
dançando com a sua própria mulher num lugar privativo, a prática quase sempre envolve conduta, contato e pensamentos
impróprios. Seja pelo toque íntimo do casal ou pelo movimento que destaca a sensualidade do corpo, o efeito da maioria das
danças é incitar pensamentos impuros.

O servo de Deus faz morrer a impureza, a paixão lasciva e os desejos malignos (Colossenses 3:5). Seu compromisso com Deus
o mantém longe de danças e outras atividades que provocam desejos e pensamentos errados.

–por Dennis Allan

Precisamos estudar a Bíblia? Precisamos ser ensinados?

Você precisa ser ensinado? Precisa estudar a Bíblia? Algumas igrejas e alguns líderes religiosos não incentivam o estudo da
Bíblia, até dizem que a busca de conhecimento da palavra prejudica. Vamos considerar argumentos usados para desestimular o
estudo das Escrituras, em contraste com as instruções da própria Bíblia.

Œ Alguns afirmam que o crente não precisa de ensino, pois o Espírito o guia. Procuram apóio das Escrituras. Por
exemplo, João diz “Não tendes necessidade de alguém que vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito
de todas as coisas...” (1 João 2:27). Olhando melhor o contexto, percebemos que João alerta os discípulos sobre o perigo de
deixar a verdade que já aprenderam para seguir enganadores (1 João 2:26-28).

Alguns aplicam às pessoas erradas as orientações que Jesus deu aos apóstolos: “O Espírito Santo ... vos ensinará todas as
coisas” (João 14:26); “ele vos guiará a toda a verdade” (João 16:12); “não cuideis em como ou o que haveis de falar,
porque ... vos será concedido o que haveis de dizer, visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito ... que fala
em vós” (Mateus 10:19-20). O Espírito revelou o evangelho direta-mente aos apóstolos, mas eles deixaram esta mensagem
escrita para as gerações posteriores (João 20:30-31; Hebreus 2:1-4; 2 Pedro 1:12-15). A pessoa que não estuda negligencia a
palavra de Deus!

Alguns dizem que o estudo é perigoso, porque “a letra mata”. Uma tática para fugir do ensinamento da Bíblia é citar 2
Coríntios 3:6 – “a letra mata, mas o espírito vivifica”. Mas o contexto mostra que a “letra” representa a Antiga Aliança, e o
“espírito”, a mensagem do Novo Testamento. Devemos estudar para ter a vida!
ŽMuitos desestimulam o estudo para manter seu poder sobre os “leigos”. Os sacerdotes e fariseus, na época de Jesus,
desprezaram as pessoas comuns (João 8:49), e muitos pastores hoje usam seus diplomas e títulos para manter suas posições de
superioridade. E muitas ovelhas se contentam com a própria ignorância, exaltando seus líderes.

Mas Jesus não quer seus seguidores ignorantes”! “Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32); O
evangelho “é o poder de Deus para a salvação” (Romanos 1:16); “a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra
de Cristo” (Romanos 10:17); “tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine” (Hebreus 5:12); “acolhei,
com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma.... Mas aquele que
considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas
operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:21-25). As Escrituras servem para nos ensinar e
nos habilitar para toda boa obra (1 Timóteo 3:16-17). Devemos estudá-las com diligência.

–por Dennis Allan

A lei de Deus sempre foi a mesma para todas as pessoas?

“Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:7). “Porque eu, o SENHOR, não mudo”
(Malaquias 3:6). “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode
existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17). Deus é eterno, santo, perfeito. Sempre era assim, e jamais mudará.

Mas o caráter imutável de Deus exige uma lei imutável, também? Alguns grupos religiosos ensinam que a lei de Deus hoje é a
mesma que foi dada aos israelitas no Monte Sinai 3.500 anos atrás. Esta noção reflete um entendimento errado da história
bíblica e da revelação de Deus.

Encontramos na Bíblia três períodos principais em que Deus revelou leis diferentes aos homens. Consideremos estas revelações
diferentes:

Instruções dadas aos Patriarcas, ou Pais. Desde o primeiro dia da existência humana, Deus revelou a sua lei aos homens. Ele
permitia algumas coisas (por exemplo, comer das árvores do jardim – Gênesis 2:16) e proibia outras (comer da árvore do
conhecimento do bem e do mal – Gênesis 2:17). Ele deu ordens sobre o casamento para governar Adão, Eva e seus
descendentes (Gênesis 2:24). Deus continuou revelando novas leis aos descendentes de Adão, como as regras sobre carne e
sangue dadas a Noé (Gênesis 9:3-6).

Instruções dadas aos israelitas. Quando Moisés conduziu o povo de Israel para fora do Egito, Deus fez uma aliança especial
com eles. Outros povos ainda tinham a obrigação de respeitar os princípios já revelados, mas ele deu uma lei mais específica a
Israel. Ele não deu esta lei para todos os homens, pois fez uma distinção entre Israel e as outras nações. Quando falou do
sábado, por exemplo, deixou bem claro a aplicação limitada desta lei: “Falarás aos filhos de Israel e lhes dirás:
Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações.... Portanto, guardareis
o sábado, porque é santo para vós outros.... Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o por
aliança perpétua nas suas gerações. Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre” (Êxodo 31:13-17). Hoje, as
pessoas que ensinam que todos devem guardar o sábado procuram aplicar geralmente uma lei que foi limitada pelo próprio
Senhor.

O evangelho universal. Jesus, sendo de linhagem israelita, guardou a lei dada aos israelitas e a cumpriu perfeitamente. Depois
de sua morte, entrou em vigor seu Novo Testamento e a antiga aliança foi removida (Hebreus 9:15-17; 8:6-13). A mensagem
desta nova aliança aplica igualmente a todos os homens, oferecendo a salvação a judeus e gentios (Romanos 1:16-17), e
exigindo o arrependimento de todos os homens em toda parte (Atos 17:30). A palavra que Jesus trouxe será a base do
julgamento final (João 12:48). Devemos obedecê-la!

–por Dennis Allan

A vontade de Deus sobre o casamento aplica-se a todos?

A história se repete muitas vezes: “Éramos jovens descrentes. Não sabíamos nada sobre a Bíblia. O casamento não deu certo.
Agora quero casar de novo, e tenho certeza que Deus quer a minha felicidade e abençoará o novo casamento.”

Este raciocínio, muito difundido hoje em diversas igrejas, procura uma maneira de “anular” casamentos do passado e justificar
novos. Sugere que a vontade de Deus sobre o casamento aplica-se aos cristãos, mas que os descrentes, na sua ignorância, não
são sujeitos aos mesmos princípios.

Alguns religiosos chegam a negar a validade de qualquer casamento não feito na igreja. É isso que a Bíblia diz? Observemos
alguns fatos importantes:

 O casamento existiu bem antes da igreja ser edificada. Logo quando Deus criou o primeiro casal, ele introduziu o
casamento. A linguagem usada mostra que anunciou um princípio que aplicaria geralmente aos seres humanos, pois
Adão não tinha e não deixou pai e mãe, mas Deus disse: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua
mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gênesis 2:24).
 Mesmo depois de separar Abraão e seus descendentes para ser um povo escolhido, Deus ainda reconheceu os
casamentos de outros povos (Gênesis 20:17; Ester 5:10,14; 6:13; Isaías 13:16).

 Antes de enviar os apóstolos para pregar ao mundo e antes de estabelecer a sua igreja, Jesus reforçou a validade da lei
original do casamento: “Desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher.... Portanto, o que Deus
ajuntou não separe o homem” (Marcos 10:6-9).

 Paulo disse que alguns dos coríntios eram adúlteros antes de se converterem (1 Coríntios 6:9-11). Se a lei de Deus do
casamento não se aplicasse aos descrentes, não seriam culpados de pecados contra o matrimônio (adultério).

 A Bíblia não fala nenhuma vez de casamento “na igreja” e não atribui à igreja o papel de oficializar casamentos. A
validade do casamento não depende da igreja. Duas pessoas descrentes que assumem o compromisso do casamento
são, diante de Deus, casadas. Se tiverem relações com outros, cometem adultério. Se chegarem a se divorciar, fazem
isso contra a vontade de Deus.

“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e
adúlteros” (Hebreus 13:4).

Jesus disse: “Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e
casar com outra, comete adultério” (Mateus 19:9). Qualquer raciocínio que despreza a santidade do casamento vem do
homem, e não de Deus.

–por Dennis Allan

Condenar “muito” autoriza “pouco”?

O argumento é simples e, para muitas pessoas, convincente. Se diáconos não podem ser “inclinados a muito vinho” (1
Timóteo 3:8), obviamente podem tomar um pouco. Às vezes, acrescenta mais um argumento do mesmo capítulo, fazendo um
contraste entre diáconos e presbíteros. Um presbítero, por ter uma responsabilidade maior na igreja, não pode ser “dado ao
vinho” (versículo 3). Mas o diácono tem mais liberdade e, por extensão, outros cristãos podem beber. São somente os
presbíteros, vistos como super-cristãos, que não podem beber.

Uma outra passagem citada, freqüentemente, no estudo deste assunto é Tito 2:3, que diz que as mulheres idosas não devem
ser “escravizadas a muito vinho”. E assim chegamos à conclusão de muitos quando se trata da questão de bebida alcoólica:
Deus condena muito e autoriza pouco.

Mas antes de abrir as latas e começar a festa, não seria sensato examinar melhor estes argumentos? Será que condenar muito
autoriza pouco?

O primeiro problema com este argumento, e um que deve chamar a nossa atenção, é que ele chega a uma conclusão que
contradiz outras instruções dadas pelo Senhor. O mesmo Deus que disse que não devemos olhar para o vinho no copo
(Provérbios 23:31), diria que diáconos e idosas podem tomar um pouco?

O segundo problema vem de um estudo das outras palavras nestas frases, especialmente os termos “inclinados” e
“escravizadas”. Para provar que “não muito” permite “pouco”, teríamos que completar a frase. Se “não muito” auto-riza
“pouco”, seria lícito ser escravizado a pouco vinho! Mas Deus não disse isso. Devemos praticar domínio próprio (Gálatas 5:23; 2
Pedro 1:6) e devemos ser temperantes, sensatos e criteriosos em tudo (Tito 2:1-6). Não precisamos de uma proibição específica
para saber que o servo do Senhor não deve ser escravi-zado a substâncias – seja cocaína, maco-nha, álcool ou qualquer outra
droga. Considere, também, 2 Pedro 2:19; Tito 3:3; Romanos 6:17-20.

O terceiro e maior problema com estes argumentos para justificar a bebida é a própria expressão. O fato de condenar “muito” de
uma coisa pode dar ênfase, mas não necessariamente justifica “pouco”. Pedro condena o “excesso de devassidão” (1 Pedro
4:4), sem justificar um pouco de devassidão (libertinagem). A advertência contra “muitas concupis-cências insensatas” (1
Timóteo 6:9) não quer dizer que poucas seriam inofen-sivas. Da mesma maneira, instruções contra muito vinho não justificam
pouco.

Paulo disse: “Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios” (1
Tessalonicenses 5:6).

–por Dennis Allan

É errado usar traduções do nome de Deus?

Algumas pessoas e grupos religiosos enfatizam muito a importância de preservar um determinado nome sagrado – uma única
maneira de soletrar ou pronunciar o nome de Deus. Para eles, o uso de traduções nas línguas modernas – palavras como “Deus”
ou “Senhor” – representa uma corrupção do “verdadeiro nome” do Criador. Apóiam suas idéias com citações como Levítico
22:32, onde Deus diz: “Não profanareis o meu santo nome, mas serei santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou
o SENHOR, que vos santifico.” Nas versões usadas por estes grupos, aparecem palavras como Jeová, Javé, Yahweh ou outras
no lugar de SENHOR (YHWH), frisando o ponto de uma certa ortografia e pronúncia derivadas do “original” hebraico.

Diante das críticas feitas por esses grupos, devemos observar dois fatos importantes:

Œ Os apóstolos e outros autores do Novo Testamento não pregaram a doutrina de uma forma exclusiva hebraica do
nome de Deus. Em 27 livros do Novo Testamento, não encontramos nenhuma passagem que salienta uma certa pronúncia ou
soletração do nome de Deus. Além de não exigir uma certa forma de um nome sagrado, os autores do Novo Testamento
citavam, várias vezes, traduções gregas do Antigo Testamento que usam kurios (equivale a Senhor em português) para
representar o nome mais comum de Deus (YHWH). Veja estes exemplos no NT, comparando as fontes no AT: Romanos 4:8;
9:29; 10:13; 11:3,34; 15:11; 1 Coríntios 1:31; 2:16; 3:20; 10:26; 14:21; 2 Coríntios 10:17; 2 Timóteo 2:19; Hebreus 7:21;
8:8-11; 10:16,30; 12:6; 13:6; 1 Pedro 3:12. Paulo, Pedro e outros usaram traduções do nome de Deus. Aqueles que condenam
tal prática condenam os próprios apóstolos do Senhor!

O nome do Senhor é profanado por atos que desrespeitam seu santo caráter, não por pronúncias diferentes ou
traduções do seu nome. Um nome representa o caráter da pessoa. O nome de Deus é profanado por: sacrificar filhos aos
falsos deuses (Levítico 20:3); participar de outras práticas idólatras (Ezequiel 20:39); não abster-se das coisas sagradas
(Levítico 22:2); mostrar a impureza diante dos povos (Ezequiel 36:16-31; 43:7-9); mostrar a injustiça e praticar a imoralidade
(Amós 2:7), etc.

É muito mais fácil defender algumas palavras certas do que ensinar a importância da santidade total dos servos do Senhor. A
ênfase nas Escrituras não está na maneira de soletrar, pronunciar ou traduzir uma palavra que representa Deus; está na
maneira de viver como pessoas que refletem a verdadeira glória do caráter de Deus (2 Coríntios 3:18; Colossenses 3:10; 1
Pedro 1:15-16; 2 Pedro 1:4).

–por Dennis Allan

Devemos obedecer os nossos pais incrédulos?

Apesar de todos os obstáculos que o diabo coloca no caminho dos jovens, alguns demonstram a pureza de coração para se
submeterem ao Senhor na sua juventude (Eclesiastes 12:1). Devemos agradecer a Deus pelos jovens fiéis.

Alguns desses jovens se encontram sozinhos nas suas famílias, sem nenhum apoio dos seus pais. Pais incrédulos ou afastados
de Deus não guiam os filhos no caminho de Deus e podem até atrapalhar a jornada do jovem discípulo. Nestes casos, o filho é
obrigado ser obediente aos pais?

Deus ordenou as relações humanas pela definação divina de diversos papéis. Estes papéis não determinam o valor de uma
pessoa diante do Senhor, nem identificam superioridade moral ou espiritual. Os princípios de Deus governam relacionamentos
entre seres humanos nesta vida, e devem ser respeitados por todos.

Antes de considerar a situação de filhos e pais, vamos examinar as instruções de Deus sobre algumas outras relações humanas.
Desta maneira, ficará mais fácil compreender a vontade dele para os filhos de pais descrentes.

● Submissão aos oficiais do governo. O Novo Testamento foi escrito durante o domínio do governo romano e seus
imperadores pagãos e cruéis. Pedro falou para os cristãos sujeitarem-se às autoridades do governo (1 Pedro 2:13-17). Paulo
ensinou a mesma coisa (Romanos 13:1-7).

● Submissão aos senhores no trabalho. Os cristãos sempre devem ser bons funcionários, mesmo quando os seus superiores
não forem pessoas boas e justas (1 Pedro 2:18-20).

● Submissão ao marido. As mulheres devem ser submissas aos maridos. Mesmo se o marido for descrente, a mulher deve
obedecê-lo (1 Pedro 3:1-2).

● E os filhos? Com estes exemplos, torna-se fácil entender que filhos de pais incrédulos ainda devem ser submissos. A
instrução dada em Efésios 6:1-3 aplica-se geralmente aos filhos, tanto de pais cristãos como de pais descrentes.

● Uma exceção importante. Em todos esses casos, devemos lembrar que a autoridade de Deus ultrapassa qualquer
autoridade humana. Se uma pessoa em posição de autoridade mandar fazer algo que contradiz as ordens de Deus, os seus
subordinados devem desobedecer aquela instrução e fazer o que Deus manda. O mesmo apóstolo Pedro que ensinou submissão
ao governo recusou obedecer uma ordem dos líderes em Jerusalém, dizendo: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos
homens” (Atos 5:29).

–por Dennis Allan

2004
Evangelistas devem receber sustento financeiro?

Para muitos leitores, essa pergunta parecerá simples e desnecessária. Mas os abusos de alguns líderes religiosos que se
mostram mais interessados no dinheiro do que nas almas dos homens têm causado reações extremas por parte de algumas
pessoas. Um evangelista pode ser sustentado financeiramente no seu trabalho?

Paulo recebeu sustento de várias igrejas. Em 2 Coríntios 11:8, ele disse: “Despojei outras igrejas, recebendo salário, para
vos poder servir.” Alguns anos depois, ele escreveu aos filipenses: “... no início do evangelho, quando parti da
Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros; porque
até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, mas duas, o bastante para as minhas necessidades”
(Filipenses 4:15-16).

O sustento dado por essas igrejas não somente ajudou o evangelista que o recebeu, mas também serviu como uma espécie de
louvor a Deus. Paulo o descreveu como “aroma suave, como sacrifício aceitável e aprazível a Deus” (Filipenses 4:18). Os
irmãos que enviaram esse sustento recebiam o benefício de participarem do trabalho do Senhor (Filipenses 4:17).

O texto mais completo no Novo Testamento sobre a questão de sustento de pregadores se encontra em 1 Coríntios 9. Nesse
capítulo, Paulo afirma que aqueles que pregam o evangelho devem “viver do evangelho” (9:14). Observe alguns pontos
importantes:

 Um pregador tem direito de comer (9:5).


 Um evangelista casado tem o mesmo direito (9:5). 

 Tal servo pode deixar de trabalhar em outro emprego para se dedicar ao evangelho (9:6). Paulo usou vários
argumentos para defender essa idéia: 

 O soldado não “vai à guerra à sua própria custa” (9:7). 

 O lavrador recebe da vinha (9:7,10). 

 O pastor de ovelhas recebe do leite do rebanho (9:7). 

 A lei do Velho Testamento ensinou o mesmo princípio, usando o boi que pisa o trigo como exemplo (9:8-10). Os
sacerdotes recebiam sustento (9:13). 

 Os que semeiam coisas espirituais recebem coisas materiais das pessoas beneficiadas (9:11).

Mesmo defendendo o direito de receber sustento, Paulo optou não aceitá-lo dos coríntios (9:12,15). Um homem sustentado para
pregar não é superior ao outro que serve “gratuitamente”.

Todos devem trabalhar como cooperadores em prol do evangelho (9:23). Ninguém tem direito de adulterar nem mercadejar a
palavra de Deus (2 Coríntios 4:2; 2:17). O servo fiel a Deus não procura agradar aos homens, e sim ao Senhor (Gálatas 1:10).
Ele não prega para receber sustento, e sim recebe sustento porque ele se dedica ao trabalho do Senhor.

– por Dennis Allan

Como podemos mostrar a constância de Cristo?

Em 2 Tessalonicenses 3:5, Paulo diz: “Ora, o Senhor conduza o vosso coração ao amor de Deus e à constância de Cristo.”
Aprendemos amar porque Deus nos amou (1 João 4:11 ,19). Mas Paulo diz que devemos também aprender a constância de
Cristo.A palavra grega traduzida “constância” no Novo Testamento significa estabilidade, paciência, lealdade perseverança e
firmeza. É “a característica da pessoa que não se desvia de seu propósito e de sua lealdade, fé e piedade mesmo diante das
maiores provações e sofrimentos” (Strong). Jesus forneceu o exemplo perfeito de constância, enfrentando provações e
sofrimento sem desviar do seu propósito definido pelo Pai.Nós devemos imitar a estabilidade de Cristo, mesmo quando
enfrentamos tentações e dificuldades. Pessoas que são zelosas nos momentos bons mas que desistem quando encaram
dificuldades ainda não têm apren-dido a constância de Cristo. Paulo regozijou-se na constância dos discípulos (2 Tessalo-
nicenses 1:4). Ele disse que a constância deve ser característica do homem de Deus (1 Timóteo 5:11), e que os homens idosos
devem ser estáveis (Tito 2:2).

Sejamos constantes no amor fraternal (Hebreus 13:1). Não amemos apenas nos momentos de alegria, mas também na face de
tristezas e tribulações. E acima de tudo, precisamos de constância em nosso temor a Deus, pois assim seremos abençoados
(Provérbios 28:14).

Jesus teve a dedicação e o auto-domínio para fazer a vontade de Deus mesmo quando se tornou difícil. Para sermos constantes
em Cristo, precisamos da disciplina para fazer o certo e tomar as medidas que trarão crescimento. Devemos desenvolver a
nossa espiritualidade, nos dedicando ao louvor (Salmo 71:6) e a oração (1 Tessalonicenses 5:17). Devemos sempre
regozijarmos em Cristo (1 Tessalonicenses 5:16; Filipenses 4:4). Para crescer na gratidão pelo amor de Deus, precisamos
estudar e aplicar a palavra em nossas vidas (1 Timóteo 4:13,15-16). Progredindo assim na fé, vamos nos dedicar mais e mais
ao amor e à edificação dos nossos irmãos (Hebreus 13:1; 10:24-25).

Devemos desenvolver a constância em todas as áreas da nossa vida. Considere alguns pontos em que precisamos da
establidade:

 Em nossas atitudes sobre o pecado e a justiça. Deus fará uma distinção eterna (João 5:28-29). O pecado é pecado
independente de quem o comete.
 Em nossa determinação de servir a Deus. Não servimos de vez em quando, ou apenas quando sentimos animados.

 Na instrução e disciplina dos nossos filhos (Efésios 6:4). Pais precisam estabelecer limites bem definidos e ajudar os
filhos a aprenderem viver conforme os princípios de Deus.

 No compromisso de casamento. Quando eu me casei, prometi amar e ser fiel durante toda a vida. Preciso ser constante
nesse compromisso.

 Em palavra. O discípulo de Cristo fala a verdade, sempre (Mateus 5:37; Efésios 4:25).

– por Dennis Allan

Quem escreveu o livro de Salmos, e quando?

Nosso livro de Salmos é uma coleção de 150 poemas dividida em 5 livros. Várias pessoas foram usadas pelo Espírito Santo para
nos revelar essa rica literatura de adoração.

A metade dos salmos foi escrita por Davi. Os títulos o identificam como autor de 73 salmos. Atos 4:25 e Hebreus 4:7 atribuem
mais dois ao segundo rei de Israel. Salomão, o filho de Davi, acrescentou mais dois (72 e 127), e Moisés escreveu um (90).
Vários homens que conduziam o louvor em Jerusalém (Asafe, Etã e os descendentes de Corá) escreveram 25 dos salmos. Os
autores de quase um terço dos salmos não se identificam.

As datas dos salmos abrangem, pelo menos, nove séculos. Moisés escreveu no 15º século a.C., e alguns dos salmos foram
escritos depois da volta do cativeiro (veja, por exemplo, Salmo 147:2), que aconteceu no 6º século a.C. A grande maioria vem
da época do reino unido, quando a arca da aliança foi levada a Jerusalém, e o templo foi construído naquela cidade.

A diversidade dos salmos traz uma riqueza especial à sua qualidade como exemplos de adoração. Eles tratam de toda espécie de
experiência humana. Falam de vitória e alegria, e de medo e perseguição. Refletem as emoções de homens espirituais gozando
comunhão com o Criador, e de pecadores sentindo falta dele. Pedem bênçãos sobre os justos e punição dos ímpios. Podemos
aprender muito das diversas experiências de Davi, Asafe e outros salmistas de Israel. Considere alguns exemplos.

Quando fugia de Absalão, seu filho rebelde, Davi escreveu: “São muitos os que dizem de mim: Não há em Deus salvação
para ele. Porém tu, Senhor, és o meu escudo....Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me
responde. Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta” (3:2-5).

Depois de cometer adultério com Bate-Seba, Davi abriu o seu coração penitente para Deus: “Compadece-te de mim, ó Deus,
segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me
completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o
meu pecado está sempre diante de mim” (51:1-3).

Muitos salmos louvam as qualidades de Deus, como o Salmo 93, que fala em poucos versículos da soberana majestade, do
poder, da fidelidade, da santidade e da eternidade do Senhor. Vários salmos destacam características específicas de Deus – a
sua justiça (96:13; 98:8-9), a sua santidade (99), a sua misericórdia (136), etc.

A leitura dos salmos nos impressiona com a profunda espiritualidade do louvor. Temos o privilégio, através dos salmos, de ver
de perto os corações de homens que realmente exultavam na presença de Deus. “Aleluia! Louvai o nome do Senhor; louvai-
o, servos do Senhor” (135:1).

– por Dennis Allan

Como uma igreja deve usar o seu dinheiro?


A igreja é a casa de Deus (1 Timóteo 3:15), e deve usar os seus recursos de acordo com as determinações do cabeça dessa
família espiritual. Enquanto cada cristão decide como usar seu próprio dinheiro (Atos 5:4), o dinheiro da igreja deve ser usado
exclusivamente para realizar obras autorizadas por Jesus.

Ao longo dos séculos, igrejas têm se envolvido em atividades de toda natureza. Muitas participam do mercado comercial. Abrem
e mantêm empresas em diversos setores. Outras empregam seus recursos para obter e manter poder político, até dominando os
governos de alguns países. Ainda outras se dedicam a grandes obras sociais, promovendo a saúde física, a educação ou até o
lazer do homem. A lista de empreendimentos em nome de religião se tornou quase infinita.

Como em todas as outras questões de doutrina e prática, precisamos nos afastar desse quadro de tradições humanas e procurar
respostas na palavra de Deus. O desejo do servo de Deus não é imitar as práticas das diversas igrejas ao nosso redor.
Desejamos agradar ao nosso Rei, fazendo o que ele pede. Devemos lembrar e evitar o exemplo dos israelitas, que “rejeitaram os
estatutos” de Deus e “seguiram as nações que estavam em derredor deles” (2 Reis 17:15).

Quando se trata do uso dos recursos da igreja, o padrão bíblico é simples. As primeiras referências ao dinheiro nas igrejas do
Novo Testamento se encontram em contextos de necessidade material. Cristãos pobres, especialmente na Judéia, precisavam de
ajuda para sobreviver. Inicialmente, os irmãos da própria congregação fizeram ofertas para ajudar (Atos 4:32-37). Em outras
ocasiões, irmãos em outros lugares enviaram ajuda (Atos 11:27-30; 1 Coríntios 16:1-3; 2 Coríntios 8:1-4; 9:1-2). Dessa
maneira, igrejas mais prósperas enviam dinheiro para suprir as necessidades dos irmãos em congregações mais pobres.

Mas o trabalho principal da igreja é espiritual. Não nos surpreende achar as igrejas na Bíblia empregando seus recursos para
cumprir sua missão de divulgar a palavra e exaltar o nome de Deus. O Senhor mandou que as igrejas fossem ativas na esfera
espiritual – pregando a palavra aos perdidos, edificando os santos e se reunindo para adorar o Criador e Redentor (1
Tessalonicenses 1:8; 1 Timóteo 3:15; 1 Coríntios 11:33-34; 5:4). As igrejas, obviamente, utilizavam seus recursos para
obedecer o chefe da família. Igrejas hoje devem imitar as congregações do Novo Testamento e empregar seu dinheiro em obras
espirituais (veja exemplos em 1 Coríntios 9:1-14; 2 Coríntios 11:8; Filipenses 4:15; 1 Timóteo 5:17-18).

Uma igreja pode e deve usar os seus recursos para fazer as obras ordenadas pelo Senhor. As igrejas que se envolvem em outras
obras agem por vontade humana, não divina.

– por Dennis Allan

O que devo fazer com as minhas dúvidas sobre Deus?

Dúvidas surgem. Injustiças no mundo nos levam a questionar os fatos revelados. Algumas pessoas até negam a bondade ou a
própria existência de Deus, não conseguindo compreender as imperfeições no universo criado e governado por um Deus perfeito.

Freqüentemente, alguém se exalta e justifica a sua desistência espiritual, dizendo que não consegue acreditar num Deus que
permite males no mundo, ou que não sente ânimo de continuar servindo ao Senhor em face de tribulações na vida.

Várias pessoas expressaram, na Bíblia, suas dúvidas sobre as obras de Deus. Davi perguntou sobre a justiça de Deus e pediu a
resposta de Deus (Salmos 6:3; 69:16). Habacuque tentou compreender os atos de Deus em relação aos povos de Judá e
Babilônia. João Batista enviou mensageiros a Jesus para buscar respostas às suas próprias dúvidas (Mateus 11:2-3). Tomé
insistiu em ver as evidências de Jesus ressuscitado (João 20:24-28). Esses servos de Deus questionaram, mas procuraram
respostas no lugar certo. Olharam para Deus.

Asafe abre a janela de sua própria alma no Salmo 73, expressando os seus pensamentos mais íntimos ao enfrentar tais desafios.
Disse que quase se desviou espiritualmente por ver os perversos prosperarem enquanto os servos de Deus sofriam (2-14). Ele
lutou para responder às perguntas dos incrédulos; “Como sabe Deus? Acaso, há conhecimento no Altíssimo?” (11). É
normal enfrentar dúvidas. Asafe nos ensina como agir nesses momentos de insegurança espiritual.

 Não adianta negar as nossas dúvidas, nem correr das questões difíceis. Bons homens questionam e buscam respostas
nas suas crises espirituais.
 Não devemos expor as nossas dificuldades aos mais frágeis, pois correremos o risco de derrubar a fé dos outros: “Se
eu pensara em falar tais palavras, já aí teria traído a geração de teus filhos” (15).

 Precisamos encarar as nossas perguntas com humildade, lembrando das nossas próprias limitações: “Em só refletir
para compreender isso, achei mui pesada tarefa para mim” (16). Não devemos confiar no nosso próprio
raciocínio para entender as experiências da vida.

 As respostas vêm de Deus, e cabe a nós procurá-las: “...até que entrei no santuário de Deus” (17); “Tu me guias
com o teu conselho...” (24); “Quem mais tenho eu no céu?” (25); “Os que se afastam de ti, eis que
perecem” (27).

Decidimos como enfrentar as nossas dúvidas. “O perverso, na sua soberba, não investiga” e nega a Deus (Salmo 10:4).
“Quanto a mim, bom é estar junto a Deus; no SENHOR Deus ponho o meu refúgio, para proclamar todos os seus
feitos” (Salmo 73:28). Davi aprendeu, por meio de muitas angústias, a confiar no Senhor: “Eu creio que verei a bondade do
SENHOR na terra dos viventes. Espera pelo SENHOR, tem bom ânimo, e fortifique-se o teu coração; espera, pois,
pelo SENHOR” (Salmo 27:13-14). “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação”
(Salmo 62:1).

–por Dennis Allan


Ananias e Safira foram condenados por não dar o dízimo?

A igreja primitiva em Jerusalém se mostrou generosa. Encontrou-se, no meio da igreja, um bom número de irmãos
necessitados. Para suprir as necessidades desses santos, os irmãos fizeram grandes sacrifícios e ofereceram seu próprio
dinheiro. Alguns, como Barnabé, venderam propriedades e doaram o dinheiro recebido (Atos 4:36-37).

A atitude louvável de discípulos como Barnabé apresentou uma tentação para irmãos carnais, como o casal Ananias e Safira.
Eles também venderam uma propriedade para fazer uma contribuição à igreja. Mas no dia em que levaram sua oferta aos
apóstolos, foram condenados e caíram mortos. Hoje, alguns líderes religiosos citam esse caso para exigir o dízimo, sugerindo
que Ananias e sua mulher foram castigados por não dar o dízimo. Foi esse o motivo da morte deles?

Perguntas bíblicas merecem respostas bíblicas. Devemos primeiro ler o texto (Atos 5:1-11) para entender o pecado desse casal.
Estes versículos nem mencionam o dízimo! Pregadores modernos que querem obrigar as pessoas a dar o dízimo não encontram
nenhum apoio neste trecho.

Se Deus não exigiu o dízimo dos cristãos primitivos, qual foi o motivo de sua ira contra Ananias e Safira? A resposta se encontra
nos versículos 3 e 4 – mentiram ao Senhor! Eles venderam um terreno e afirmaram que ofertaram o valor total da venda para
ajudar os irmãos pobres. Eles queriam parecer pessoas generosas, mas, ao mesmo tempo, queriam ficar com uma parte do
dinheiro. Decidiram mentir, dizendo que sua oferta foi o valor integral da venda do terreno.

Deus não obrigou ninguém a vender terras ou a dar o valor total de suas propriedades. Pedro reconheceu o direito de Ananias e
Safira de ficar com o seu terreno: “Conservando-o, porventura, não seria teu?” (5:4). Uma vez que decidiram vender, não
foram obrigados a doar o valor total. Pedro acrescentou: “E, vendido, não estaria em teu poder?” (5:4).

Ananias e Safira queriam o “crédito” por uma doação generosa, sem o sacrifício de perder todo o valor do terreno. Mentiram aos
homens, e Deus cobrou!

O Novo Testamento, a aliança que governa os homens nos dias atuais, não exige que todos doem 100% de suas posses, e nem
estipula 10% (o dízimo) como oferta obrigatória. Devemos contribuir ao trabalho do reino de Deus conforme a nossa
prosperidade (1 Coríntios 16:2), com alegria e sinceridade (2 Coríntios 8:8; 9:7), segundo proposto no coração (2 Coríntios
9:7), com generosidade (2 Coríntios 9:11) e com um espírito de sacrifício (2 Coríntios 8:5; Filipenses 4:18).

Seguindo esses princípios, muitos discípulos de Cristo darão até mais de 10% de sua renda, mas farão as suas ofertas com
alegria e por livre vontade, não pela imposição de exigências humanas. Cristãos verdadeiros que fazem parte de igrejas
dedicadas ao Senhor terão prazer em participar do trabalho de Deus.

–por Dennis Allan

Existe alguma condição para se batizar?

O etíope que estudou com Filipe fez praticamente a mesma pergunta: “Que impede que seja eu batizado?” (Atos 8:36). É
uma boa pergunta!

Jesus e os apóstolos, ao revelarem a nova aliança, instruiram seus ouvintes sobre vários pré-requisitos que devem ser
observados antes do batismo. Vamos considerar alguns trechos que falam a respeito dessas exigências divinas.

Antes de voltar ao céu, Jesus disse aos apóstolos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem
crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16:15-16). Destes versículos
aprendemos dois pré-requisitos importantes:

Ouvir. Para ser batizada, a pessoa tem de ouvir (entender) a pregação do evangelho. Percebemos, portanto, a importância da
pregação da palavra de Cristo (veja Romanos 10:14-17). Também aprendemos que somente pessoas capazes de compreender a
mensagem do evangelho podem ser batizadas. Uma criança pequena ou outra pessoa incapaz de entender que Jesus morreu por
nossos pecados, foi sepultado e se ressuscitou não tem condições de ser batizada.

Crer. Muitos ouvem, mas nem todos aceitam o testemunho dos apóstolos. Temos o privilégio de ler e estudar os relatos bíblicos
da vida de Cristo, que “...foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome” (João 20:31). Esta fé no divino Filho de Deus é essencial para a nossa salvação, como Jesus
mesmo disse: “...se não crerdes que EU SOU, morrereis nos vossos pecados” (João 8:24). Obviamente, a pessoa que crê
em Jesus como Cristo e Senhor abertamente confessará a sua fé (Romanos 10:9-10; Atos 8:37).

No dia de Pentecostes, Pedro falou da obediência a Cristo para receber a salvação: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos
2:38). Baseado neste versículo, podemos incluir mais um pré-requisito:

Arrepender-se. O arrependimento é a decisão de mudar a nossa direção na vida. Antes de ouvir a palavra de Cristo, o homem
serve ao pecado (Efésios 2:1-2,12). Se aceitar a palavra de Deus com um coração bom (veja Lucas 8:11,15), decidirá mudar a
sua vida, morrendo para o pecado (Romanos 6:2-3). A decisão de mudar (o arrependimento), se for sincera, terá um efeito na
prática. João Batista descreveu este efeito como “frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). Qualquer pessoa que
ainda não pecou (por exemplo, crianças inocentes) não precisa se arrepender. Uma pessoa ainda incapaz de tomar as suas
próprias decisões não pode se arrepender, e assim não tem condições de ser batizada. Mas, se ainda não cometeu pecado,
continua segura nas mãos de Deus. O batismo é para aqueles que já pecaram. Estes, sim, podem ouvir, crer, arrepender-se e
ser batizados.

–por Dennis Allan

Quem era Maria Madalena?

Maria Madalena se tornou objeto de grande atenção nos anos recentes. Numa livraria comum, pode encontrar vários livros que
alegam expor a verdade sobre esta discípula de Jesus.

Antes de ser enganado por fábulas fascinantes, deve se entender que o gnosticismo, a mesma filosofia que exalta Maria
Madalena, contradiz a palavra de Deus em muitos outros pontos. Nega a perfeição do Criador, dizendo que Jeová, e não o
homem, causou a imperfeição e o sofrimento no mundo. Nega a doutrina fundamental de salvação pelo sangue de Jesus,
dizendo que a salvação não vem pela fé, e sim pelo conhecimento.

Não tentaremos responder neste pequeno artigo a todos os erros do gnosticismo (muitos estudiosos da Bíblia têm refutado tais
doutrinas ao longo dos séculos), nem a todos os mitos antigos e modernos sobre esta discípula de Jesus.

Como nossa ênfase sempre está no ensinamento bíblico, vamos examinar o que a Bíblia ensina sobre Maria Madalena:

1 - Sete demônios saíram dela (Lucas 8:2).


2 - Ela era uma das mulheres que ajudaram Jesus e seus discípulos enquanto estes pregavam o evangelho (Lucas 8:1-3).
3 - Ela e muitas outras mulheres seguiram Jesus desde a Galiléia quando ele foi para Jerusalém no final do seu ministério
(Mateus 27:55-56).
4 - Quando Jesus foi levado para ser crucificado, ela e outras seguiram de longe (Mateus 27:55-56; Marcos 15:40-41).
5 - Quando Jesus foi sepultado, ela foi uma das mulheres que observou o lugar onde o corpo foi posto (Marcos 15:45-47).
6 - Ela e outras mulheres foram ao túmulo no primeiro dia da semana para embalsamar o corpo de Jesus (Marcos 16:1-2;
Mateus 28:1).
7 - Quando ela encontrou o sepulcro aberto, correu para avisar Pedro e João (João 20:1-2).
8 - Ela foi uma das primeiras a receber a notícia da ressurreição quando um anjo falou às mulheres perto do túmulo aberto
(Mateus 28:5-6). Anunciou a boa notícia aos discípulos (Lucas 24:9-10).
9 - Ela foi uma das primeiras pessoas a ver Jesus depois da ressurreição (Mateus 28:8-10; João 20:13-18).

Agora, observe o que a Bíblia não diz:

1 - Não diz que Maria Madalena era a pecadora citada em Lucas 7:36-50.
2 - Não diz que era a mesma Maria, irmã de Marta e Lázaro.
3 - Não sugere nenhum tipo de relacionamento especial ou íntimo entre Jesus e Maria. Sempre fala de Maria junto com outras
mulheres.
4 - Depois da ascensão de Jesus, a Bíblia nunca mais menciona o nome de Maria Madalena.

“Pois haverá tempo em que ... se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se às fábulas. Tu, porém, sê
sóbrio em todas as coisas” (2 Timóteo 4:3-5).

–por Dennis Allan

Quando Jó viveu?

O livro de Jó tem um lugar muito especial nas Escrituras. Fala sobre o terrível sofrimento de um servo de Deus, e como ele e
seus amigos procuraram fazer sentido da angústia dele.

A pessoa que lê a Bíblia de começo ao fim, não achando nenhuma data no livro de Jó, poderia pensar que fora escrito depois de
Ester, o livro anterior nas nossas Bíblias. Mas as evidências sugerem que Jó viveu bem antes de Ester. Vamos observar alguns
fatos:

1. A posição de Jó no Velho Testamento é devido ao estilo de literatura, e não à data. Normalmente reconhecemos
quatro ou cinco divisões principais do Velho Testamento. Os primeiros cinco livros (o Pentateuco) explicam a origem do mundo,
dos homens e, especialmente, do povo de Israel. Os próximos doze (de Josué a Ester) seguem a história dos judeus da
conquista da terra prometida até o cativeiro babilônico e o retorno à terra. Os próximos cinco (de Jó até Cântico dos Cânticos)
são livros de sabedoria e louvor. Os últimos 17 (Isaías até Malaquias) são livros proféticos, que relatam algumas pregações de
alguns mensageiros de Deus daquela época (às vezes, os livros proféticos são divididos em cinco maiores e doze menores).
Percebemos que Jó não segue Ester. É o primeiro dos livros de Sabedoria.
2. Os sacrifícios de Jó. Na época dos Patriarcas, vários servos de Deus faziam sacrifícios em diversos lugares (Gênesis 9:20-
21; 12:7-8; 33:20; 35:14; etc.). Uma vez que o povo de Israel chegou à terra prometida, foi proibido para os judeus
oferecerem sacrifícios em outros lugares, a não ser no local designado por Deus (Deuteronômio 12:1-14). Além disso, somente
sacerdotes levitas faziam esses sacrifícios (Levítico 14:19). Se Jó fosse israelita vivendo sob a Lei dada por meio de Moisés, ele
não teria direito de fazer os seus próprios sacrifícios em outros lugares, como fez com a aprovação de Deus (Jó 1:5; 42:8).

3. A idade de Jó. No início do livro de Jó, achamos um homem casado com dez filhos adultos e muitas posses. Depois de suas
experiências com sofrimento e os debates com seus amigos, Jó ainda viveu 140 anos (42:16-17). Ao todo, a vida de Jó
certamente chegou perto de 200 anos, e talvez foi muito além dessa idade. Sabemos que os homens nos primeiros capítulos de
Gênesis atingiam idades bem avançadas. Depois do dilúvio, as idades começaram a diminuir. Abraão viveu 175 anos; Isaque,
180; Jacó, 147; José, 110; etc. Depois do livro de Gênesis, não há registro de ninguém que viveu 140 anos ou mais. Este fato
sugere que Jó se encaixa na época dos Partriarcas, talvez durante ou antes do tempo de Abraão.

Jó, sem o privilégio que nós temos de estudar a história de milhares de anos da fidelidade de Deus para com os homens, se
mostrou fiel ao Senhor. O exemplo dele de enfrentar calamidades com plena confiança em Deus nos desafia hoje. E nós temos a
vantagem de podermos ler o livro de Jó e dezenas de outros livros que mostram a fidelidade e a bondade do Senhor!                

–por Dennis Allan

Por que os homens em Éfeso foram batizados duas vezes?

Na sua terceira viagem, Paulo encontrou, em Éfeso, uns doze homens que haviam sido batizados no batismo de João. Depois de
ouvir o ensinamento de Paulo, foram batizados em o nome de Jesus (Atos 19:1-7). Por que foi necessário esse segundo
batismo? O próprio Paulo não disse, em Efésios 4:5, que há um só batismo?

O caso citado, em Atos 19, esclarece vários pontos importantes. Observe:

1. Há um só batismo válido para cada pessoa. O batismo de João teve um papel importante numa época anterior. O próprio
Jesus foi batizado por João, cuja pregação veio de Deus (João 1:6). Mas, como veremos nas observações abaixo, o batismo de
João não estava mais em vigor quando Paulo chegou a Éfeso. Para aqueles homens, o batismo de João não foi suficiente.

2. Após a morte de Jesus, o batismo em nome dele entrou em vigor. O batismo de João teve um papel paralelo ao dos
sacrifícios feitos antes da morte de Jesus. Deus mandou que os homens sacrificassem animais pelos pecados cometidos, mas
esses sacrifícios não removiam pecado (Hebreus 10:4). Podemos ilustrar o papel dos sacrifícios com a prática comum no Brasil
de emitir cheques pré-datados. Quando a pessoa preenche um cheque pré-datado, raramente tem dinheiro na conta para cobrir
o cheque. Mas, até a data do cheque, ela deposita o dinheiro e cobre a “dívida” que o cheque representa. Os sacrifícios de
animais dependiam de um “depósito” futuro na conta. Jesus, pela morte na cruz, fez o depósito, cobriu os “cheques” de
sacrifícios e perdoou os pecados anteriores (Hebreus 9:15). O batismo de João, por ser pregado antes da morte de Jesus,
também foi um tipo de cheque pré-datado. Continuar praticando esse batismo, décadas depois da morte e ressurreição de Jesus,
não traria nenhum benefício espiritual. A pergunta de Paulo (Atos 19:2) foi uma maneira direta de verificar qual batismo foi
pregado aos doze em Éfeso. O Espírito Santo desceu no dia de Pentecostes (Atos 2) e foi pregado para judeus e gentios a partir
daquele momento. Esses homens haviam ouvido uma mensagem incompleta de Apolo (Atos 18:24-28) ou de alguém com o
mesmo entendimento parcial do evangelho.

3. O batismo é importante. Muitos pregadores e professores, hoje em dia, desvalorizam o batismo, dizendo que ele não faz
parte do plano de Deus para nossa salvação. Além de vários outros textos que mostram a necessidade do batismo (Atos 2:38;
22:16; Marcos 16:16; etc.), este exemplo reforça sua importância. Se o batismo não fosse importante, até essencial, por que
seria necessário corrigir o batismo desses homens?

4. Algumas pessoas precisam ser batizadas novamente. Pessoas que se batizaram sem entenderem os fatos fundamentais
sobre Jesus precisam ser batizadas novamente. Alguém que foi batizado antes de ter fé, ou antes de se arrepender dos seus
pecados, não fez o que Jesus nos ensina hoje. Alguém que se batizou, acreditando que já havia recebido a salvação, não foi
batizado para remissão dos pecados (Atos 2:38). Precisa aprender mais e fazer um batismo válido.

–por Dennis Allan

O que significa circuncisão? Para que servia?

O Dicionário Houaiss define a circuncisão como a “retirada cirúrgica do prepúcio, praticada por razões higiênicas e/ou religiosas”.

As “razões religiosas” têm suas raízes no primeiro livro da Bíblia. A lei da circuncisão foi dada a Abraão quando ele tinha 99 anos
de idade. Deus associou a circuncisão a duas das grandes promessas: Œ Ele faria uma grande nação dos descendentes de
Abraão, e  Daria-lhes uma terra como herança. Deus mandou que Abraão e seus descendentes guardassem a aliança da
circuncisão: “Todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal
de aliança entre mim e vós” (Gênesis 17:10-11). Ele ordenou que circuncidassem os meninos no oitavo dia da vida.
Os incircuncisos não participavam dessas promessas de Deus. Não faziam parte do povo escolhido, Israel. Homens de outras
nações passavam a participar dos privilégios dos judeus somente quando foram circuncidados (veja Êxodo 12:48).

Judeus que negligenciavam este mandamento do Senhor não podiam participar das festas especiais que Deus lhes deu. Um
exemplo que mostra a importância da circuncisão se encontra em Josué 5. Depois da peregrinação no deserto, o povo chegou à
terra prometida. Mas, eles não haviam praticado a circuncisão no caminho (5:7). Era necessário fazer a circuncisão de todos os
machos (5:8). Somente depois de cumprir esta ordem, eles podiam celebrar a Páscoa, a festa que os lembrou da salvação da
nação das mãos dos egípcios (5:10). No dia seguinte, começaram a comer do fruto da terra prometida (5:11-12) e, logo em
seguida, começaram a conquistar a terra. Estes dois fatos, ligados especificamente às promessas da nação e da terra, reforçam
o significado original da circuncisão.

Na igreja primitiva, houve contovérsias acirradas sobre a circuncisão. Alguns judeus convertidos a Cristo acharam que todos os
homens teriam que ser circuncidados para participarem das bênçãos em Cristo. Talvez associaram uma outra promessa dada a
Abraão (veja Gênesis 12:3) ao ato de circuncisão. Mas Deus nunca disse que as bênçãos espirituais em Cristo dependeriam da
circuncisão da carne. Paulo e outros resistiram a essas idéias, e pregaram a salvação pela fé para todos, judeus e gentios
(Romanos 3:28-30; Gálatas 5:2,6,11; Colossenses 3:11).

Embora a circuncisão não tenha valor religioso hoje, ainda aprendemos lições importantes das instruções dadas aos judeus. No
ato da circuncisão, eles se tornaram distintos, e Deus removeu o “opróbrio” do pecado (Josué 5:9). Hoje, ele remove o pecado
na circuncisão espiritual quando somos sepultados com Cristo no batismo (Colossenses 2:11-13). “Porque nós é que somos a
circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne”
(Filipenses 3:3). “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gálatas 6:15).

–por Dennis Allan

Se o casamento com divorciados é pecado, por que muitas igrejas o aceitam?

Esta pergunta excelente abrange vários assuntos de uma vez. Temos publicado diversos estudos sobre o divórcio e sobre
questões de doutrina e prática de igrejas. Vamos fazer um pequeno resumo de alguns fatos importantes.

1. Cada igreja (congregação local) deve ser independente. As sete igrejas na mesma região da Ásia menor eram bem diferentes
(Apocalipse 2 e 3). Jesus elogiou algumas e repreendeu outras, mas ele não autorizou nenhum tipo de governo centralizado para
forçar uniformidade de fé e prática. A única base para a unidade é a própria palavra dele, que deve ser respeitada por todos
(João 17:17-21).

2. Algumas pessoas e algumas igrejas inteiras se desviam da verdade e não ensinam nem praticam o que Jesus manda (Atos
20:28-30; 1 Timóteo 4:1; Tito 1:10-11; Gálatas 1:6; Apocalipse 2:5,14-16,20-23; 3:3,16-19).

3. As práticas comuns “nas igrejas” não servem como padrão. A palavra de Jesus é o padrão, e nós não devemos ir além dela
(João 12:48-49; 1 Coríntios 4:6; 2 João 9).

4. Há diferenças de entendimento entre alunos da Bíblia que devem ser resolvidas por meio do estudo honesto e humilde (1
Coríntios 1:10). Infelizmente, as tradições e opiniões de homens, freqüentemente, ocultam a palavra de Deus (Mateus 15:3,6).

5. A tendência de alguns pastores e de algumas igrejas é de suavizar a palavra, oferecendo “liberdades” que Jesus não nos deu
(2 Pedro 2:1-3). Tais falsos mestres serão julgados por Deus (Tiago 3:1).

6. Em geral, os divorciados não têm direito de casar de novo, pois Jesus diz que tais casamentos são adúlteros (Lucas 16:18;
Marcos 10:9-12). Adúlteros não participam do reino de Deus (1 Coríntios 6:9-10).

7. O próprio Jesus deu uma exceção a essa regra geral (Mateus 5:32; 19:9). Quando uma pessoa divorcia por causa das
relações sexuais ilícitas do seu parceiro, esta pessoa inocente não comete adultério quando se casa novamente.

8. A palavra de Jesus exige sacrifícios. Às vezes, os sacrifícios são doloridos e radicais (Mateus 5:29-30; Marcos 8:34-38; 10:21-
22; veja o exemplo de Esdras 9 e 10). Muitas igrejas hoje esquecem desses princípios e colocam a “felicidade” nesta vida acima
da vida eterna.

9. Igrejas que mantêm comunhão com pessoas que vivem abertamente na imoralidade desrespeitam a vontade de Cristo,
valorizando a paz com homens acima da paz com Deus (1 Coríntios 5:9-13; 2 Tessalonicenses 3:6,14; Apocalipse 2:14,20;
Tiago 3:17; Romanos 12:1-2).

10. Nenhum homem ou grupo de homens tem direito de alterar a palavra do Senhor, nem para aceitar o que ele proibiu, nem
para proibir o que ele autorizou (Apocalipse 3:7). O julgamento final será individual (2 Coríntios 5:8-10). A palavra de pastores
ou de concílios humanos não servirá de defesa para justificar os nossos pecados (Mateus 7:15-23; Hebreus 10:26-31).

–por Dennis Allan


2003

Uma Pessoa Batizada Corretamente Pode se Desviar Depois?

Mesmo em igrejas que procuram seguir a palavra de Deus em tudo que fazem, algumas pessoas se desviam. Estas pessoas
estudam a palavra, são batizadas, continuam por algum tempo (sejam dias ou décadas) e, depois, abandonam o caminho de
Deus. Quando isso acontece, naturalmente surge uma dúvida entre outros. Será que essas pessoas realmente se converteram a
Cristo? Como uma pessoa que estudou a palavra e se batizou para remissão dos pecados pode voltar ao mundo? O que a Bíblia
diz?

ŒNão sabemos o que está no coração de outros. "Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu
próprio espírito, que nele está?" (1 Coríntios 2:11). Para o batismo ser válido, a pessoa precisa crer no Cristo como Filho de
Deus e se arrepender antes de descer às águas, e precisa entender a necessidade do batismo para remissão de pecados (Marcos
16:16; Atos 2:38). Quando uma pessoa manifesta a sua fé e produz frutos de arrependimento, aceitamos a decisão dela. Mas,
alguém pode enganar outros, fingindo a sua fé e o seu arrependimento. No final das contas, é Deus que julgará todos nós.
Mesmo algumas pessoas que confessaram a sua fé serão rejeitadas (Mateus 7:20-21).

A Bíblia relata casos de pessoas convertidas que se desviaram da fé. Em Samaria, um homem chamado Simão "abraçou
a fé; e, tendo sido batizado, acompanhava a Filipe..." (Atos 8:13). O Espírito Santo narra os fatos do caso, afirmando que
Simão foi convertido. Mas, algum tempo depois, ele caiu na tentação. Pedro o repreendeu, dizendo-lhe: "Não tens parte nem
sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus...estás em fel de amargura e laço de
iniqüidade" (Atos 8:21,23). Se o problema fosse um batismo incorreto, Pedro obviamente ordenaria que Simão fosse batizado
corretamente (como Paulo fez em Éfeso, Atos 19:1-7). Pedro não negou a validade do batismo de Simão. Ele deu instruções
apropriadas para um filho de Deus: arrepender e orar pedindo perdão (Atos 8:22; compare 1 João 1:7 - 2:3). Outras pessoas
que foram reconhecidas como cristãos fiéis pecaram e abandonaram o Senhor. Veja os comentários de Paulo sobre Demas, que
abandonou sua posição de "cooperador" de Paulo e voltou ao mundo (Filemom 24; 2 Timóteo 4:10).

Ž As Escrituras nos avisam sobre o perigo de apostasia. Praticamente todos os livros do Novo Testamento incluem
advertências aos cristãos sobre a possibilidade de cair. Hebreus 6:4-6 claramente fala de pessoas convertidas que chegaram a
provar o dom celestial e participar do Espírito Santo mas que caíram, crucificando novamente o Filho de Deus. 2 Pedro 2:20 fala
daqueles que voltam ao pecado "depois de terem escapado...."

Deus faz a parte dele; nós temos de fazer a nossa parte. Deus demonstrou a sua graça no sacrifício de Jesus. Cabe a nós
permanecer na fé para receber a recompensa eterna no dia final (1 João 2:24; João 15:4-6; Atos 14:22).

-por Dennis Allan

Quem é o Anticristo?

Guerras e rumores de guerras! Conflitos entre nações no Oriente Médio. Ataques terroristas em Israel. As manchetes do dia
sugerem, para muitas pessoas, que estejamos na contagem regressiva aos eventos finais do plano de Deus para este mundo.
Qualquer dia, pensam alguns, deve aparecer o terrível Anticristo.

Segundo a bem divulgada doutrina de premilenarismo, o Anticristo reunirá as forças do mal para enfrentar o exército de Cristo
numa batalha decisiva. Há diversos aspectos dessa doutrina que contradizem os ensinamentos bíblicos, mas neste artigo vamos
considerar um ponto só: o Anticristo.

A palavra "anticristo" é bíblica, mas a doutrina citada acima não é. Ao invés de inventar e espalhar teorias humanas sobre o
Anticristo, devemos nos contentar com a palavra de Deus. Vamos ler agora todas as passagens bíblicas que usam a palavra
"anticristo":

"Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora muitos anticristos têm
surgido; pelo que conhecemos que é a última hora" (1 João 2:18).

"Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho" (1
João 2:22).

"Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo
espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do
qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4:2-3).

"Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne;
assim é o enganador e o anticristo" (2 João 7).
Nestes trechos - os únicos na Bíblia que usam a palavra "anticristo" - podemos observar alguns fatos importantes:

ŒA Bíblia não fala de uma só pessoa conhecida como o Anticristo, mas de muitos anticristos.

A última hora, no contexto dos anticristos, não se refere ao fim do mundo, porque João disse que a última hora já havia chegado
no primeiro século.

Ž Estes textos não falam de um Anticristo futuro, mas de muitos que já saíram do meio dos cristãos do primeiro século.

Um anticristo é uma pessoa que nega Cristo, ou que nega que este veio na carne.

O perigo das doutrinas humanas sobre o Anticristo é que desviam a atenção dos fiéis das verdadeiras ameaças em forma de
tentações e doutrinas contra Cristo, porque as pessoas examinam os jornais procurando sinais da vinda de uma figura terrível.
Ao invés de esperar a vinda de um grande inimigo de algum outro país, devemos nos defender contra os inimigos de Cristo que
já estão no mundo desde a época da Bíblia.

-por Dennis Allan

Satanás Domina Pessoas Hoje como o Fazia no Novo Testamento?

O Novo Testamento, especialmente os relatos do evangelho, fala freqüentemente do poder do diabo e dos seus servos.
Encontramos no registro bíblico várias pessoas endemoninhadas, ou seja, possuídas por um ou mais demônios. Tais casos
envolvem pessoas boas e inocentes possuídas contra a sua vontade e incapazes de se livrarem destes poderes maus.

Hoje, a expulsão de demônios e demonstrações semelhantes, bem como sessões de "descarrego" espiritual, se tornaram
comuns em muitas igrejas. Será que o diabo continua agindo hoje como o fazia no Novo Testamento? A Bíblia ensina que não.
Vamos considerar alguns fatos importantes:

ŒDeus é maior do que Satanás, e por isso, o diabo age na terra dentro dos limites definidos pelo Senhor (Jó 1 e 2; Zacarias
3:1-5; Apocalipse 20:1-3).

A Bíblia fala de possessão de demônios somente nas épocas nas quais Deus estava fazendo novas revelações, principalmente
nos evangelhos, quando Jesus revelava a sua nova doutrina. Quando ele demonstrava seu poder sobre enfermidades, morte
física e demônios, as pessoas corretamente interpre-taram o seu poder como sinal de uma nova revelação (Marcos 1:26-27).
Agora é diferente. Qualquer um que revela novas doutrinas hoje é amaldiçoado por Deus e deve ser rejeitado por todos nós
(Gálatas 1:6-9).

Ž Jesus mesmo explicou a expulsão de demônios como preparação para uma vitória completa sobre Satanás (Marcos 3:27).

Jesus derrubou o diabo pela sua morte na cruz (Hebreus 2:14-15).

Zacarias profetizou sobre a nossa libertação do pecado em Cristo, e disse que, entre o povo do Senhor, não haveria mais
idolatria, nem profetas, nem espíritos imundos (Zacarias 13:1-2). Uma vez que a Nova Aliança foi completamente revelada,
sabemos que a profecia cessou (1 Coríntios 13:8-13). Sabemos também que a idolatria não faz parte da vida do discípulo de
Jesus (2 Coríntios 6:16 - 7:1), e que o diabo foge do verdadeiro servo de Deus (Tiago 4:7).

‘A arma que usamos para vencer o diabo é a poderosa palavra de Deus (Efésios 6:11-17; Tiago 1:21).

A nossa vitória sobre o diabo hoje não exige exorcismo, expulsão de demônios ou sessões de descarrego. Para ficarmos libertos
do diabo e longes dos ministros dele, temos que abraçar a verdade e resistir os ataques do Maligno. Vamos resistir a sedução de
falsos professores que falam mais do diabo do que do Salvador. Ponhamos a nossa confiança no Senhor e na palavra dele.
"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32). "E esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé" (1
João 5:4). "Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o
Maligno" (1 João 2:13). "Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado; antes, Aquele que
nasceu de Deus o guarda, e o Maligno não lhe toca" (1 João 5:18).

-por Dennis Allan

Atos 15 Autoriza Conferências de Igrejas?

A grande maioria das igrejas de hoje não se preocupa com a questão de independência (ou autonomia) de congregações. Com o
mesmo fervor de expansão de empresas multinacionais, elas procuram crescimento à base de hierarquias internacionais. Placas
de igrejas incluem informações sobre ministérios e sedes. A idéia de criar e manter laços entre congregações é tão espalhada
que poucos fazem a pergunta fundamental: donde veio tal sistema, "do céu ou dos homens?" (veja Mateus 21:23-27).
Um estudo do Novo Testamento mostra a independência de congregações. Mesmo na época dos apóstolos, estes faziam questão
de ensinar a importância de resolver os assuntos de uma igreja naquele grupo. Convocaram a comunidade em Jerusalém para
resolver o problema das viúvas (Atos 6:2-6). Quando Deus quis encaminhar Barnabé e Saulo na sua primeira viagem
evangelística, o Espírito Santo comunicou diretamente aos irmãos em Antioquia e estes o obedeceram (Atos 13:1-3). Ao invés
de pedir que os presbíteros de Jerusalém governassem as igrejas novas em outros lugares, Paulo e Barnabé promoveram a
escolha de presbíteros "em cada igreja" (Atos 14:23). Paulo falou de presbíteros locais (Filipenses 1:1; Tito 1:5). Pedro disse
aos presbíteros: "pastoreai o rebanho que há entre vós" (1 Pedro 5:1-3).

A independência de congregações se torna evidente, também, nas cartas às igrejas da Ásia em Apocalipse 2 e 3. Eram sete
igrejas numa mesma região, mas as cartas revelam que cada uma tinha suas próprias características. As cartas não sugerem
uniformidade imposta por alguma hierarquia. Sete igrejas autônomas enfrentavam seus próprios desafios, algumas fazendo bem
melhor do que outras.

Apesar de tantas evidências bíblicas, os homens continuam criando, mantendo e defendendo laços entre igrejas para manter
uniformidade de doutrina e prática nas suas denominações. Alguns, buscando desesperadamente algum tipo de apoio nas
Escrituras, recorrem a Atos 15. Dizem que encontraram uma conferência com representantes de várias congregações
estabelecendo uma doutrina uniforme para todas as igrejas. Tal interpretação foge do contexto do problema em Atos 15. Leia o
capítulo e observe estes fatos: Œ A doutrina foi decidida por Deus, e os homens simplesmente discutiram e estudaram para
chegar à verdade já revelada; O problema de falsa doutrina começou com evangelistas que saíram de Jerusalém, e foi corrigido
na fonte; Ž  Irmãos de fora vieram para apresentar o problema e pedir esclarecimento, não para criar nenhum tipo de
organização maior do que a congregação local;  Sabendo que a doutrina errada foi espalhada, cartas foram enviadas para
corrigir o erro.

Atos 15 não contradiz o padrão de autonomia de congregações locais encontrado no Novo Testamento. Não temos direito de
criar ou manter organizações e hierarquias não autorizadas por Deus.

-por Dennis Allan

Os apóstolos esperavam a volta de Cristo na época deles?

Alguns trechos do Novo Testamento parecem sugerir que Jesus já voltaria naquela época. Paulo, por exemplo, disse: "Nós, os
vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum procederemos os que dormem" (1 Tessalonicenses
4:15). Pedro afirmou: "Ora, o fim de todas as coisas está próximo" (1 Pedro 4:7). Quase 2.000 anos já se passaram, e
Jesus ainda não voltou. Sabemos que não devemos temer o profeta cuja palavra não se cumpre (Deuteronômio 18:21-22). Daí
vem a pergunta: os apóstolos se tornaram falsos profetas?

Antes de descartar a autoridade da palavra apostólica, precisamos examinar bem vários fatos:

Jesus disse, e os apóstolos relataram, que o dia da volta dele pertence exclusivamente ao Pai (Mateus 24:36,42,44,50; etc.)

A linguagem de profecia na Bíblia, às vezes, apresenta eventos futuros no presente ou no passado para certificá-los, e não
necessariamente para mostrar o tempo de seus cumprimentos. Salmo 2:6, por exemplo, fala sobre a coroação de Cristo como
Rei em Sião como já feita, mas Davi escreveu este salmo 1.000 anos antes do cumprimento da profecia.

Embora Paulo tenha se colocado entre os vivos, esperando a volta de Cristo (1 Tessalonicenses 4:15), em outro lugar, ele se
incluiu entre aqueles que seriam ressuscitados (2 Coríntios 4:14). Em nenhum desses trechos, devemos entender que o apóstolo
esteja predizendo a iminência ou a distância da vinda de Jesus, nem que esteja comentando sobre o seu próprio estado no Dia
do Senhor. Ele está confortando os fiéis ao afirmar que Deus não esquecerá de ninguém.

O próprio Paulo corrigiu as pessoas que anunciaram a vinda imediata do Senhor (2 Tessalonicenses 2:1-6).

No contexto em que escreveu sobre o fim de todas as coisas, Pedro falou também do tempo que restou para seus próprios
leitores (1 Pedro 4:2). Para cada um deles, como para cada um de nós, o fim não tardaria (veja Romanos 13:11). Alguns
interpretam 1 Pedro 4:7 em relação à destruição de Jerusalém (70 d.C.), mas não temos espaço suficiente aqui para examinar
essa possibilidade.

O próprio Pedro disse que Deus não falhou na sua promessa, mesmo se alguns achem demorada a volta de Jesus. Ele usou a
mesma linguagem empregada pelo Senhor (veja as citações de Mateus 24 acima) para mostrar que ninguém seria capaz de
predizer o dia. Pedro entendeu muito bem que Deus não se limita ao cronograma dos homens (2 Pedro 3:8-13).

Tanto Paulo como Pedro esperavam pelas próprias mortes, confiando na futura vinda de Jesus (2 Timóteo 4:6-8; 2 Pedro 1:13-
15).

Considerando todos esses fatos, podemos manter a nossa confiança na veracidade da palavra apostólica. As profecias sobre a
segunda vinda de Jesus não foram cumpridas no primeiro século, e ainda não se realizaram até o início do século XXI. As
palavras reveladas pelos apóstolos são confiáveis (Hebreus 2:1-4), e as promessas de Deus seguras (2 Pedro 3:9).

-por Dennis Allan


Como devemos enxergar a numerologia?

A numerologia é o "estudo do significado dos números e sua influência no comportamento e no destino dos homens" (Dicionário
Houaiss). Segundo esta definição, é apenas mais uma forma de adivinhação, uma maneira de buscar revelações de fontes
proibidas por Deus. Tais abominações são praticadas pelos povos idólatras (Deuteronômio 18:9-11; 2 Coríntios 6:14-7:1).

Algumas pessoas, portanto, tentam justificar a "numerologia bíblica", dizendo que a própria palavra de Deus está cheia de
mensagens em códigos numéricos. Diversos autores têm vendido milhões de livros, supostamente desvendando os números
misteriosos da Bíblia. Baseando-se em números e códigos "ocultos" na Bíblia, alegam predizer eventos atuais e futuros.

O fato que Deus revelou a Bíblia não dá liberdade ao homem de usá-la de uma maneira indevida. Deus criou as estrelas, mas
condena a astrologia. Também condena o uso incorreto das Escrituras. Pedro disse que os "ignorantes e instáveis
deturpam ... as ... Escrituras, para a própria destruição deles" (2 Pedro 3:16).

Isso não quer dizer que números não significam nada na Bíblia. Normalmente têm seu significado comum. 41 anos é 41 anos, 6
meses é 6 meses, etc. Em geral, devemos entender os números na Bíblia da mesma maneira que interpretamos qualquer
número no dia-a-dia.

Alguns números, porém, tomam um significado simbólico em alguns trechos. Reconhecer a simbologia (que um número pode
representar uma idéia) não é a mesma coisa de seguir a numerologia bíblica (procurando códigos numéricos para influenciar o
comportamento ou guiar as decisões das pessoas). Não se trata de mensagens ocultas, e sim, de números claramente revelados
que representam certos conceitos. Estes números ganham seu significado pelo uso na própria Bíblia. Considere alguns
exemplos:

Deus completou a sua obra da criação e descansou no sétimo dia. Sete, em algumas outras passagens, representa algo
completo (Mateus 18:21).

Dez e múltiplos de dez representam, às vezes, um número completo, não necessariamente literal (Gênesis 31:41; Números
14:22; Deuteronômio 32:30; 1 Samuel 1:8; 18:7; 2 Samuel 18:3).

Doze filhos de Jacó eram os pais das doze tribos de Israel. Doze apóstolos guiaram os cristãos primitivos. O número é completo
e sugere o povo de Deus.

Múltiplos de alguns desses números servem para reforçar a idéia de coisas completas (Mateus 18:22; Apocalipse 7:3-4).

Alguns livros da Bíblia, especialmente o Apo-calipse, empregam números para representar idéias importantes. Por exemplo: há
várias séries de sete; Deus protege 144.000 (12 x 12 x 10 x 10 x 10); o diabo é preso por 1.000 anos; etc.

Números comunicam valores e idéias, mas Deus nunca aprovou a prática da numerologia.

-por Dennis Allan

A teoria da evolução é fato comprovado?

A teoria da evolução é apresentada com tanta confiança que muitos acreditam que seja mais do que teoria. Livros didáticos,
revistas e programas científicos na televisão dão a impressão que todos aceitam essa teoria como a única e mais adequada
explicação das origens da vida, inclusive da vida humana.

Se a teoria da macro-evolução for um fato comprovado, a Bíblia seria absolutamente falsa, pois ela afirma que Deus criou o
universo e tudo que nele há (Atos 17:25-28; Hebreus 11:3). A nossa fé seria vazia e sem valor, pois a teoria da evolução
contraria os princípios fundamentais das Escrituras e até nega a existência de Deus.

Essa teoria, que domina e limita o pensamento de muitos cientistas hoje, nunca foi e jamais será comprovada. Há mais de 2.000
anos que alguns filósofos sugeriram algumas teorias da evolução. Nos últimos 200 anos, as idéias propostas por Charles Darwin
têm se tornado artigos de fé que servem como a base da religião de muitos na comunidade científica. Mas são teorias e
interpretações, não fatos. Nem todos os cientistas professam fé na evolução. Lynn Margulis, professora emérita de biologia na
Universidade de Massachusetts diz que a história, futuramente, julgará o neodarwinismo uma "pequena seita religiosa do século
XX, dentro da fé religiosa geral da biologia anglo-saxônica". Ela, como muitos outros cientistas, reconhece a falta de provas
apoiando a teoria da macro-evolução.

A noção de macro-evolução (ninguém nega a micro-evolução, pequenas mudanças em organismos já existentes) sugere que a
vida surgiu e se desenvolve por acaso, sem ação inteligente. Até hoje, nem provas científicas, nem evidências arqueológicas
irrefutáveis foram apresentadas para sustentar essa explicação. Os proponentes da teoria ficam cada vez mais frustrados.
Darwin achou que mais pesquisas e o desenvolvimento tecnológico forneceriam as evidências que faltavam na época dele.
Aconteceu ao contrário. Quase dois séculos passaram, e as evidências mostram mais e mais a fraqueza da sua teoria. G. A.
Kerkut, bioquímico inglês e autor do livro As Implicações da Evolução, admitiu que "a evidência que apóia [a teoria da macro-
evolução] não é forte o bastante para nos permitir a considerá-la mais do que uma hipótese funcional". Jerry Coyne, do
Departamento de Ecologia e Evolução da Universidade de Chicago diz: "Concluímos - inesperadamente - que há poucas provas
que sustentam a teoria neodarwiniana: seus alicerces teóricos são fracos, assim como as evidências experimentais que a
apóiam".

A Bíblia não menciona a teoria da evolução, mas apresenta como fato a criação por Deus. A explicação bíblica, também, fica fora
dos limites dos laboratórios científicos. A grande maioria dos seres humanos olha para a evidência ao seu redor e aceita, por fé,
a idéia de criação por Deus: "Porque os atributos invisíveis de Deus" são "percebidos por meio das coisas que foram
criadas" (Romanos 1:20). A nossa fé é bem colocada, e nada teme da investigação científica. E a fé dos evolucionistas? "Diz o
insensato no seu coração: Não há Deus" (Salmo 14:1).

-por Dennis Allan

É certo suicidar-se?

Abordamos a questão delicada do suicídio para ajudar pessoas que contemplam esse ato, e não para acrescentar dor na vida
daqueles cujas famílias já sofreram o suicídio de algum ente querido.

Começamos com duas observações: É Deus que fará o julgamento final, e devemos sempre deixar as decisões sobre a
eternidade daqueles que já morreram nas mãos dele. Nosso interesse em questões como essa é para ajudar os vivos. Deus
determina quem é responsável diante dele. Da mesma maneira que reconhecemos a inocência de crianças pequenas, podemos
entender a inocência de algumas pessoas que sofrem de defeitos mentais. Abordamos a questão do suicídio aqui em termos de
pessoas capazes de raciocinar e tomar decisões próprias.

O que a Bíblia diz? Encontramos alguns casos em que pessoas tomaram a própria vida. Saul e seu escudeiro se mataram para
não cair nas mãos do inimigo (1 Samuel 31:4-5). Aitofel se enforcou quando o seu conselho foi rejeitado (2 Samuel 17:23).
Zinri, cercado pelo ini-migo, queimou a casa sobre si (1 Reis 16:18). Judas Iscariotes, traiu Jesus e se suicidou (Mateus 27:5).
Um caso um pouco diferente envolve Sansão, que se sacrificou num ato de guerra contra os filisteus (Juízes 16:30).

Alguns têm usado tais casos para defender o suicídio, observando que os trechos citados não apresentam julgamentos morais.
Mas a Bíblia nem sempre condena os erros dos homens no mesmo contexto, deixando com o leitor a responsabilidade de aplicar
princípios de outros trechos das Escrituras. Devemos fazer isso em relação ao suicídio. Observe estes fatos:

Deus definiu a santidade da vida humana e exige que ela seja respeitada (Gênesis 9:6).

Paulo impediu o suicídio do carcereiro, di-zendo que estaria fazendo mal (Atos 16:28).

A solução ao sofrimento nesta vida não é fugir ou procurar escapar da dor, mas encarar os problemas com fé em Deus. Jó sofreu
terrivelmente, mas não tomou a própria vida. Num momento de depressão, Elias até pediu que Deus o tomasse, mas não ousou
tirar a própria vida (1 Reis 19:4). Paulo sofreu com seu espinho na carne, mas não tentou escapar pelo suicídio (2 Coríntios
12:7-10). O suicídio normalmente é uma tentativa de fugir de problemas, ao invés de procurar a ajuda de Deus. Pedro e Judas
negaram Jesus na mesma noite. Judas fugiu e se suicidou (Mateus 27:5), enquanto Pedro se humilhou diante do Senhor e se
tornou útil no reino de Deus durante o resto da vida (Mateus 26:75; João 21:15-19).

O suicídio não ajuda as pessoas que ficam para trás. Quando se suicida para fugir de problemas, outras pessoas têm de
solucioná-los depois. Quando se suicida para "poupar" os outros (como alguns fazem quando sofrem de doenças terminais),
acaba negando a oportunidade para os outros crescerem no amor e serviço. Pior ainda, deixa familiares e amigos com
sentimentos de remorso e culpa.

Na vida enfrentamos grandes desafios, mas o suicídio não é a resposta do servo de Deus.

-por Dennis Allan

Maria é Mãe de Deus?

Em conversas com católicos, poucos assuntos são mais polêmicos do que a posição de Maria no plano da redenção. Ao longo da
História, a Igreja Católica tem elaborado uma série de doutrinas sobre a mãe de Jesus. Quando examinamos as Escrituras,
percebemos que muitas dessas doutrinas não vêm da palavra de Deus.

O uso da expressão "Maria, mãe de Deus" foi oficialmente autorizado no Concílio de Éfeso no século V. O concílio procurou
resolver uma diferença entre alguns bispos em referência à divindade e à humanidade de Jesus. A Bíblia apresenta Jesus como
Deus que se fez carne (João 1:1,14). Várias pessoas têm tentado separar essas duas características de Jesus Cristo, às vezes
sugerindo que fosse duas pessoas distintas, uma espiritual e a outra carnal. Não contentes com as afirmações das Escrituras,
alguns homens procuram explicar detalhadamente coisas que Deus não revelou (veja Deuteronômio 29:29). O resultado,
freqüentemente, é que um extremo falso provoca uma reação igualmente errada, e novas doutrinas nascem.
Quando teólogos se reuniram em Éfeso, uma cidade conhecida por sua exaltação de uma deidade feminina (veja Atos 19:23-
41), não se contentaram em estudar o que as Escrituras dizem sobre a humanidade e a divindade de Jesus Cristo. Para defender
o fato que Jesus é Deus, eles argumentaram assim: "Emanuel realmente é Deus, e a santa Virgem é, portanto, Mãe de Deus"
(John A. Hardon, S.J., The Catholic Catechism, 135). Superficialmente, a lógica parece válida, e assim foi oficializado o dogma
de "Theotokos" (Mãe de Deus), uma doutrina que não se encontra na Bíblia.

Depois dessa, vieram várias outras novas doutrinas sobre Maria. Não contentes com as afirmações bíblicas que Maria continuou
virgem até o nascimento de Jesus, acrescentaram a doutrina da virgindade perpétua dela. Tentando defender a pureza de Maria
enquanto negavam a inocência e pureza de todas as crianças, inventaram a noção da imaculada conceição, que se tornou dogma
no século XIX. Em 1950, Pio XII tomou mais um passo, segundo a vontade de milhões de católicos, quando afirmou como
dogma a crença da Assunção de Maria ao céu. Agora, no início do século XXI, o Vaticano está sendo bombardeado com petições
para exaltar Maria ainda mais. Por enquanto, não foi decidido se Roma ordenará que Maria seja vista como co-redentora, ao lado
de Jesus.

De toda essa história, devemos aprender algumas lições importantes: Não devemos negar nada que a Bíblia afirma sobre Maria,
mas também não devemos criar ou aceitar doutrinas humanas sobre a mãe de Jesus.  Quando refutamos doutrinas falsas,
precisamos ter cuidado para não inventar outros ensinamentos igualmente errados.  Devemos falar de acordo com as Escrituras,
sem acrescentar nada (1 Pedro 4:11; 1 Coríntios 4:6; 2 João 9).

-por Dennis Allan

Qual a diferença entre pastor, bispo e presbítero?

No Novo Testamento, as palavras pastor, bispo e presbítero descrevem os mesmos homens (Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-3; Tito
1:5-7). Eles servem em congregações locais, cuidando do rebanho de Deus.

As várias palavras identificam os mesmos servos, mas cada palavra tem seu próprio significado. Essas variações de sentido
ajudam para mostrar aspectos diferentes do trabalho dos homens que cuidam de uma congregação.

Pastor é uma palavra comum na Bíblia. Freqüentemente se refere aos pastores de ovelhas, pessoas responsáveis pelos
rebanhos. Tais homens protegiam, guiavam e alimentavam as ovelhas. O Espírito Santo usou esta palavra várias vezes no
Antigo Testamento num sentido figurativo, descrevendo guias espirituais. Deus é chamado de Pastor desde a época dos
patriarcas (veja Gênesis 49:24-25). Salmo 23 descreve o Senhor como pastor do seu servo fiel. O autor, um pastor de ovelhas
na sua juventude, descreve o carinho e a proteção de Deus para com seus seguidores. Moisés descreveu o homem escolhido
para guiar o povo como pastor (Números 27:17). Infelizmente, nem todos os pastores são bons. Deus condenou fortemente os
pastores egoístas que devoravam o rebanho de Israel (Ezequiel 34:1-10). No Novo Testamento, homens qualificados devem
pastorear o rebanho, a congregação do Senhor (1 Timóteo 3:1-7; Atos 20:28-35; 1 Pedro 5:1-3).

Bispo vem da palavra grega episkopos, que quer dizer supervisor ou superintendente. Em 1 Pedro 2:25, se refere ao Senhor.
Várias outras passagens usam essa palavra para descrever a responsabilidade de homens escolhidos para guiar os discípulos de
Cristo no seu trabalho na igreja (veja Atos 20:28; Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:2; Tito 1:7).

Presbítero (ancião em algumas versões da Bíblia) descreve alguém de idade mais avançada. A palavra é usada na Bíblia para
identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro de Atos e nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam
as igrejas locais foram freqüentemente chamados de presbíteros (veja Atos 11:30; 14:23; 15:2,4,6,22,23; 16:4; 20:17; 21:18;
1 Timóteo 5:17,19; Tito 1:5; Tiago 5:14; 1 Pedro 5:1; 2 João 1; 3 João 1). São homens de idade suficiente que tenham filhos
crentes. Necessariamente são alguns dos mais maduros dos cristãos na congregação. Usam seu conhecimento e experiência
para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.

Pastores, bispos e presbíteros não são três ofícios diferentes, e sim três palavras que descrevem aspectos diferentes dos
mesmos homens. Igrejas que procuram manter distinções entre pastores, bispos e presbíteros não somente fogem do padrão
bíblico como também perdem a riqueza das palavras que o Espírito Santo usou para descrever os guias do povo de Deus.

-por Dennis Allan

Quem é o "Renovo" da profecia?

700 anos a.C., Isaías disse: "Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele
o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de
conhecimento e de temor do Senhor" (11:1-2). "Naquele dia, o Renovo do Senhor será de beleza e de glória..." (4:2).
Nesses versículos descobrimos fatos importantes sobre o Renovo. É do Senhor, mas também é descendente de Jessé, o pai do
rei Davi. Ele recebe sua sabedoria e capacidade de Deus.

Cem anos mais tarde, Jeremias acrescentou: "Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo
justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias, Judá será
salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: Senhor, Justiça Nossa" (23:5-6; veja
33:15-16) "Porque assim diz o Senhor: Nunca faltará a Davi homem que se assente no trono da casa de Israel; nem
aos sacerdotes levitas faltará homem diante de mim..." (33:17-18). Essas profecias reforçam a promessa sobre o
descendente de Davi e dizem que o Renovo seria um rei justo. Seu reinado seria um lugar de salvação e segurança. Ao mesmo
tempo, Jeremias sugere um vínculo entre o reinado perpétuo do descendente de Davi e o sacerdócio perpétuo. Um outro
profeta, que veio um século depois de Jeremias, esclarecerá o sentido dessa alusão.

Zacarias profetizou cerca de 520 a.C., alguns anos depois da volta de Zorobabel (o governador) e Josué (o sacerdote) do
cativeiro. Ele e Ageu motivaram o povo a completar a construção do templo, que havia sido destruído pelos babilônios na época
de Jeremias.

Mas o trabalho de Zacarias foi além de sua época, pois ele previu mais do que a reconstrução do templo em Jerusalém. No meio
de uma revelação sobre a purificação do povo de Deus, o Senhor disse: "...eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo.... e
tirarei a iniqüidade desta terra, num só dia" (3:8-9). Deduzimos que o Renovo faria algo, num só dia, para tirar o pecado
do povo. Nada menos do que a morte de Jesus na cruz traria esse perdão ao homem (Hebreus 9:11-15). A palavra de Deus em
Zacarias 6:12-13 tira qualquer dúvida sobre a identidade do Renovo: "Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará
do seu lugar e edificará o templo do Senhor. Ele mesmo edificará o templo do Senhor e será revestido de glória;
assentar-se-á no seu trono, e dominará, e será sacerdote no seu trono; e reinará perfeita união entre ambos os
ofícios."

Jesus edificou a sua igreja, o santuário de Deus (Mateus 16:18; 1 Coríntios 3:16-17). Ele foi o único capaz de unir os ofícios de
rei e sacerdote (João 1:49; Hebreus 6:20).

Jesus Cristo é o Renovo da profecia, que reina e intercede para sempre!

-por Dennis Allan

Deus excluiu algumas pessoas do seu plano da salvação?

Alguns "teólogos" não conseguem, em seu próprio raciocínio, reconciliar a onipotência de Deus (Salmo 91:1) com seu convite
para todos os homens a se arrependerem (Atos 17:30). Se Deus é Todo-Poderoso, pensam eles, como é que o homem pode
exercer o livre-arbítrio e participar ativamente de sua própria salvação? A solução para alguns, mais notavelmente João Calvino
e seus seguidores, é rejeitar a idéia de livre-arbítrio e concluir que Deus, em seu capricho, decide salvar alguns e condenar a
outros. Conforme tais doutrinas, a expiação pelo sangue de Cristo é limitada aos poucos predestinados por Deus à salvação e
não ajuda aqueles que Deus deseja punir eternamente.

Outras pessoas, por causa de dúvidas mais práticas, questionam também a justiça de Deus. Será que ele condenará multidões
que, ao que parece, não tiveram a oportunidade de serem salvas? Esse questionamento surge quando ouvimos de povos
indígenas isolados em cantos remotos do mundo, surge esse questionamento.

Para ajudar-nos com tais dúvidas, Deus nos revelou vários fatos importantes:

Ele não explica tudo que gostaríamos de saber, e sim tudo o que precisamos compreender para sermos salvos (Deuteronômio
29:29; 2 Pedro 1:3).

As nossas dúvidas não negam a grandeza de Deus e não nos dão direito de questionar o caráter dele (Jó 38:1-2; 40:1-8; 42:1-
6).

Deus é verdadeiro, mesmo quando o homem não compreende a sua sabedoria e justiça (Romanos 3:4).

Deus não deseja a condenação de ninguém (2 Pedro 3:9). Por querer a salvação de todos, ele os chama ao arrependimento.

Desde o princípio, Deus se revelou aos homens. A própria criação serve como testemunha em todos os cantos do mundo (Salmo
19:1-4; Romanos 1:20).

Ele promete àquele que o buscar, de coração bom e honesto, o encontro com seu Senhor (Mateus 7:7-8; Atos 17:27; Lucas
8:15).

Além da responsabilidade de cada um em buscar a Deus, ele deu mais ajuda enviando seus servos para anunciar as boas novas
(Mateus 28:18-20; 2 Timóteo 2:2). Sabemos um pouco da história de alguns pregadores de várias épocas, mas não conhecemos
todos os meios empregados por Deus para ajudar os buscadores encontrarem pessoas capazes de lhes ensinar. Não sabemos
quem pregou a quem, mas Deus o sabe.

Deus, sendo perfeitamente justo, banirá de sua presença os que não lhe conhecem e os que não obedecem ao evangelho (2
Tessalonicenses 1:7-9).

Devemos nos lembrar de que o pecado traz a morte espiritual, e que Deus oferece o dom da salvação (Romanos 6:23). O fato
de nós - homens míopes - não vermos tudo o que Deus faz para salvar os outros não nega a graça e a bondade do Salvador.

-por Dennis Allan


2002

A Lei do Velho Testamento Autorizou o Aborto?

Sabemos que não estamos debaixo da lei do Antigo Testamento (Romanos 7:6; Gálatas 3:23-25). Entendemos, porém, que as
coisas escritas no passado ajudam para compreender a vontade de Deus (Romanos 15:4; 1 Coríntios 10:6-14). Portanto,
conside-ramos o ensinamento do Velho Testamento em relação ao aborto, um assunto atualmente polêmico.

Primeiro, vamos examinar dois argumentos usados, às vezes, para defender o aborto.

ŒA vida começa com a respiração. Algumas pessoas usam Gênesis 2:7 para "provar" que a vida começa quando a pessoa
respira pela primeira vez, assim sugerindo que o embrião, feto ou nascituro não tem vida. Os problemas com tal argumento são
dois: (a) Adão não nasceu e, por isso, o caso dele não é comparável ao parto, e (b) Outras passagens (que veremos logo)
mostram a importância da vida desde a concepção.

Êxodo 21:22 trata o aborto natural como coisa de mínima importância, assim mostrando que não há proteção especial para a
vida antes do nascimento. O problema com este argumento é questão de uma tradução inadequada em muitas bíblias,
interpretando o texto para dizer que uma briga de dois homens causa a mulher grávida a perder seu filho por aborto acidental, e
que tal perda não envolve morte. Mas, a palavra hebraica neste versículo tem o sentido da criança sair (entrando no mundo), e
não diz que morreu ou nasceu morto. Estudiosos da língua hebraica, Keil e Delitzsch, explicam bem esta diferença no comentário
deles sobre o texto. Êxodo 21:22 trata de nascimento prematuro como conseqüência de uma briga, e não justifica a decisão de
abortar um filho. Se a criança morresse, daria vida por vida (21:23).

Agora, vamos abordar o assunto do lado positivo. O Velho Testamento valoriza a vida humana, desde a concepção. Considere
alguns exemplos:

Œ A vida humana é santificada porque o homem foi feito à imagem de Deus (Gênesis 1:27).

 Os seres humanos foram especificamente postos acima de todas as plantas e todos os animais (Gênesis 1:28-29). Podemos
matar e comer animais, mas é expressamente proibido cometer homicídio (Gênesis 9:3-6).

Ž  A vida está no sangue (Gênesis 9:4). O sangue do embrião, diferente do sangue da mãe, circula bem cedo, freqüentemente
antes da mãe confirmar a gravidez.

 Os seres humanos têm lugar especial no plano de Deus desde a concepção. Cada pessoa tem sua própria identidade antes de
nascer (veja Salmo 139:13-16; Isaías 49:1,5; Jeremias 1:5; Gálatas 1:5).

O Velho Testamento não defende o aborto.

-por Dennis Allan

A Salvação: Presente ou Futuro?

O cristão já recebeu a salvação, ou espera recebê-la futuramente, quando chegar na presença de Deus? Esta é uma pergunta
excelente, que envolve diversos pontos importantes de doutrina. Vamos observar alguns fatos:

Œ Jesus "veio buscar e salvar o perdido" (Lucas 19:10; veja João 12:47).

Quando alguém se converte a ele, já recebe a salvação, ou seja, o resgate de seus pecados. Neste sentido, a Bíblia
freqüentemente fala sobre a salvação no presente ou até como fato já realizado. "Hoje, houve salvação nesta casa..." (Lucas
19:9). "Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram" (Atos 15:11).
"Porque, na esperança, fomos salvos" (Romanos 8:24). "...estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida
juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos" (Efésios 2:5). "...que nos salvou e nos chamou com santa vocação"
(2 Timóteo 1:9). "...ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Tito 3:5).

Ž  Várias outras passagens falam da salvação no sentido eterno e final, assim a colocando no futuro. "...aquele, porém, que
perseverar até ao fim, esse será salvo" (Mateus 10:22). "E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de
vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos"
(Romanos 13:11). "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim,
salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes" (1 Timóteo 4:16). "...assim também Cristo, tendo_se oferecido
uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam
para a salvação" (Hebreus 9:28).
Como devemos entender este dois sentidos da salvação? Romanos 5:9-10 usa outras palavras, dizendo que já fomos justificados
(do pecado) e reconciliados (com Cristo), para que possamos ser salvos (futuramente). 1 Pedro diz que Deus nos elegeu (1:1-
2), nos regenerou (1:3,23) e nos resgatou (1:18-19). Diz que somos salvos atualmente através do batismo (3:21). Uma vez
salvos, somos "guardados pelo poder de Deus" (que nunca falha), "mediante a fé" (que pode falhar) para a salvação que
vai se revelar no último tempo (1:5). Mesmo depois de resgatados, seremos julgados (1:17). Depois de ter "escapado das
contaminações do mundo" seria possível voltar e perder tudo (2 Pedro 2:19-22).

Nós, que recebemos purificação pela obediência à verdade, precisamos manter firme a nossa esperança da salvação eterna.

-por Dennis Allan

Por que Jesus chamou Pedro de Satanás?

Em Mateus 16:16, Pedro fez uma grande confissão sobre Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Jesus o elogiou,
dizendo: "Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que
está nos céus" (Mateus 16:18). Logo depois, Jesus falou sobre sua própria morte e Pedro o repreendeu. A resposta de Jesus foi
áspera: "Arreda, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos
homens" (Mateus 16:23).

Por que Jesus chamou Pedro de Satanás? Alguns interpretam esta passagem para sugerir que Pedro foi endemoninhado, e que
Jesus olhou para ele e viu Satanás. Mas, não há base para tal suposição.

A explicação melhor vem da palavra "satanás", que quer dizer "adversário". Esta palavra é usada muitas vezes para identificar o
próprio Diabo. Ele é o principal adversário de Deus e do povo do Senhor. Mas, a palavra em si tem o sentido de adversário.
Pedro, de fato, estava se colocando contra Jesus, até intervindo nos planos dele. Da mesma forma que o Diabo ofereceu um
reino sem o sofrimento da cruz (Mateus 4:8-10), Pedro imaginou a exaltação sem a paixão. Jesus, entendendo perfeitamente a
vontade do Pai e a sua própria missão, não aceitaria nenhum atalho. Ele seria exaltado como rei, mas teria que sofrer primeiro
na cruz.

Se Pedro se tornou, momentaneamente, em adversário de Cristo, seria possível nós fazermos a mesma coisa? Jesus poderia
olhar para nós e dizer: "Arreda, Satanás"?

Imagine um jovem morrendo, brutalmente esfaqueado. Um amigo dos pais da vítima encontra o assassino na rua, com a faca na
mão, o sangue da vítima pingando da ponta. O criminoso cruel não mostra nem um pouquinho de remorso. Mesmo assim, o
"amigo" o leva para a casa do casal e pede para a mãe da vítima recebê-lo e fazer almoço para ele. Inimaginável, não é?

Tiago disse: "Infiéis, não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser
amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus" (Tiago 4:4). Jesus morreu para nos livrar do pecado, de toda forma de
impureza que existe neste mundo. Mantendo amizade com as coisas mundanas, tais como os desejos carnais, as invejas, o
materialismo, etc. seria pior do que levar aquele assassino para almoçar na casa dos pais da vítima. Se vivermos
deliberadamente no pecado, pisamos em Jesus, profanamos o sangue dele e ultrajamos o Espírito da graça (Hebreus 10:26-29).
O pecado é ofensivo e repugnante para Deus. Como filhos dele, devemos fazer tudo para eliminar das nossas vidas tudo que é
contra o Senhor.

-por Dennis Allan

Temos Direito de Mandar em Deus?

Deus tem feito muitas promessas aos seus seguidores. Algumas pessoas interpretam tais promessas como se dessem direito de
exigir que ele faça o que tem prometido. Podem exigir que ele escreva no Livro da Vida os nomes de pessoas que se mostram
dispostas a servir a Cristo. Podem demandar curas, ou bênçãos, ou libertação de algum vício. A pergunta atrás de todas essas
práticas é simples: temos direito de mandar em Deus?

Quem manda exerce autoridade. Autoridade é inerente na definição de "mandar". O maior pode mandar naquele que está
subordinado a ele. Reis ou outros em autoridade podem mandar em seus súditos (Êxodo 7:11; Marcos 6:27). Assim, Deus
manda nos homens. "Pelo que guardareis os meus mandamentos e os cumprireis. Eu sou o Senhor" (Levítico 22:31).
Jesus aplicou o mesmo princípio à sua própria autoridade quando perguntou: "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não
fazeis o que vos mando?" (Lucas 6:46).

Mas, alguém pode replicar: "Deus fez promessas que se tornam direitos. Pode-mos exigir os nossos direitos e mandar que ele
nos dê o que garantiu." Tal lógica reflete uma atitude de alguém que demanda poder político, e não de um servo humilde do
Senhor. Esse modo de pensar introduz a idéia de direitos legais num contexto de graça. Falar de direitos sugere que mere-
cemos alguma bênção. Mas, todas as boas coisas que recebemos –quer sejam bênçãos materiais, quer sejam bênçãos
espirituais– vêm pela graça de Deus (Tiago 1:17; Efésios 2:8-9). Deus nos prometeu a salvação por sua misericórdia. Se
quisermos falar de direitos, teremos que encarar um fato desagradável: merecemos a condenação por causa dos nossos
próprios pecados (Romanos 3:10,23; 6:23). Mesmo se fizer tudo que ele exige de nós, somos servos inúteis (Lucas 17:9-10). O
conceito de direitos, exigências e demandas não faz parte da mentalidade dos verdadeiros servos do Senhor.
Encontramos um exemplo muito rico no livro de Daniel. Este profeta fiel estava estudando o livro de Jeremias e percebeu que a
promessa feita nele estava para se cumprir. Jeremias tinha falado de 70 anos de sujeição aos babilônicos, e este prazo já estava
vencendo. Mesmo assim, Daniel não mandou no Senhor. Daniel 9 apresenta a oração dele, na qual ele buscou ao Senhor "com
oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza" (9:3). Ele mostrou seu entendimento da diferença entre exigências de
justiça e súplicas baseadas em graça: "...porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas
justiças, mas em tuas muitas misericórdias" (9:18).

Façamos as nossas petições ao Senhor, com a atitude de servos humildes.

-por Dennis Allan

O que significa ter o nome no Livro da Vida?

O "Livro da Vida" é mencionado várias vezes na Bíblia (veja Filipenses 4:3; Apocalipse 3:5; 13:8; 17:8; 20:12,15; 21:27). Paulo
disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida (Filipenses 4:3). Jesus
disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (Apocalipse 3:5). Em contraste, os
que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (Apocalipse 13:7-8;
17:8).No julgamento descrito em Apocalipse 20:11-15, esses são condenados ao lago de fogo. Por outro lado, na cidade
iluminada pela glória de Deus, somente entram aqueles cujos nomes são inscritos no Livro da Vida (Apocalipse 21:27).

Outras passagens não falam especificamente do Livro da Vida, mas claramente mostram a mesma idéia. Hebreus 12:22-24
descreve o povo de Deus como a "igreja dos primogênitos arrolados nos céus". Assim, os servos de Deus têm sua pátria
nos céus (Filipenses 3:20).

Não devemos imaginar que Deus precisa, literalmente, de um livro para escrever ou apagar os nomes de pessoas. Deus sustenta
as aves do céu, e certamente cuida de cada um de seus servos (Mateus 6:26). Jesus, o bom pastor, conhece suas ovelhas por
nome (João 10:1-15, especialmente versículo 14).

A figura de um livro serve para comunicar para cada pessoa a importância de seguir ao Senhor nesta vida. Deus é a fonte da
vida, e ele mantém a lista das pessoas que continuarão vivas. Aqui, devemos observar dois fatos importantes:

Œ Deus julga todos na sua justiça. Muitos procuram maneiras de negar a justiça de Deus e seu direito de nos julgar. Mas ele
é o nosso Criador. Ele nos revelou a sua vontade, e ele nos julgará por ela. Jesus disse: "A própria palavra que tenho
proferido, essa o julgará no último dia" (João 12:48). O julgamento dele não é arbitrário ou segundo capricho. Ele nos julga
retamente, "para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (2 Coríntios 5:10).

A vida está em Cristo. Jesus proclamou a palavra de Deus, que nos julgará, e afirmou: "E sei que o seu mandamento é a
vida eterna" (João 12:50). Deus "ressuscita e vivifica os mortos" (João 5:21) através de Jesus, que é "a ressurreição e a
vida" (João 11:25).

Quando servimos a Jesus, temos a confiança da vida eterna, porque ele é o caminho, a verdade e a vida, e o único acesso ao Pai
e à vida eterna (João 14:6; Atos 4:12). Se continuarmos fiéis a ele, temos a certeza que os nossos nomes serão encontrados no
Livro da Vida!

-por Dennis Allan

Por que Jesus lavou os pés dos apóstolos?

Poucas horas antes de sua morte, Jesus se reuniu com os apóstolos para participar da Páscoa. Ele sabia que estaria deixando
estes companheiros para cumprir a sua missão na cruz e, logo depois, voltar ao Pai. Com certeza, ele queria aproveitar ao
máximo estas últimas horas. Depois de três anos de trabalho com estes homens, que tipo de mensagem ele destacaria?
Poderíamos imaginar estudos intensivos sobre doutrinas principais, ou eloqüentes discursos sobre a natureza e o caráter de
Deus. Tais assuntos são importantes, e parecem tópicos dignos das últimas horas do Mestre.

Os apóstolos se reclinaram à mesa para participar da ceia quando Jesus se levantou, pegou água e uma toalha, e começou a
lavar os pés deles (leia o relato em João 13). Com tantas coisas importantes que poderia falar, Jesus tomou tempo para lavar os
pés dos discípulos? Por quê?

Algumas pessoas têm usado este trecho para incluir uma cerimônia de lavagem de pés no culto da igreja. Além do fato que
jamais encontramos tal prática nas reuniões das igrejas primitivas, tal abordagem ritua-lista perde o significado mais profundo
do ato de Jesus. Nesta ocasião, Jesus ensinou, pelo menos, duas lições importantes:

Œ A purificação para ter comunhão com ele. Quando ele chegou a Pedro, este recusou a lavagem de pés (compare a atitude
dele com a humildade de João Batista quando pediu que Jesus o batizasseB Mateus 3:13-14). Mas, quando Jesus falou que
precisava ser lavado para participar dele, Pedro mudou de idéia: "Senhor, não somente os pés, mas também as mãos e a
cabeça" (João 13:9). Se precisava de purificação para estar em comunhão com Cristo, Pedro não queria arriscar a rejeição pelo
Senhor. Jesus explicou que só precisava lavar o que ainda estivesse sujo. Assim ele comentou sobre o grupo dos apóstolos. A
maioria já estava purifica-da, mas nem todos. Judas Iscariotes não manteria comunhão com Cristo porque seu coração foi
dominado por Satanás. Sem a santificação, "ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12:14).

A humildade para servir. Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus disse: "Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos
lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos
fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor, nem o
enviado, maior do que aquele que o enviou" (João 13:14-16). Jesus se esvaziou, deixando a glória do céu, para servir aos
homens (Filipenses 2:5-8). Ele mostrou que nós devemos nos humilhar para servir aos outros. Como ele lavou os pés, nós
devemos procurar oportunidades para humildemente servir uns aos outros.

-por Dennis Allan

É errado repreender homens idosos?

Paulo escreveu a Timóteo e disse: “Não repreendas ao homem idoso; antes, exorta-o como a pai; aos moços, como a
irmãos; às mulheres idosas, como a mães; às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1 Timóteo 5:1-2). Mas, no
mesmo capítulo, ele falou sobre presbíteros (anciãos, necessariamente homens de alguma idade– veja as qualificações em 1
Timóteo 3 e Tito 1) e disse: “Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também
os demais temam” (1 Timóteo 5:20). Será que Paulo está se contradizendo no mesmo capítulo? Claro que não. A solução está
nas palavras que ele usou.

A tradução de textos de um idioma para outro sempre apresenta algumas dificuldades. Às vezes, uma língua tem várias palavras
para comunicar uma idéia e outra língua pode ter uma palavra só. Neste caso, os tradutores usaram uma palavra (repreender)
para traduzir duas palavras diferentes no original. A palavra que Paulo usou em 5:1 quer dizer “tratar com rudeza”. A palavra
usada em 5:20 é outra. Ela tem o sentido de “reprovar, convencer ou corrigir”.

O que aprendemos desses fatos?

Œ Podemos corrigir qualquer pessoa, até presbíteros e outros homens mais velhos, uma vez que demonstramos o respeito
devido a tais homens. Da mesma forma que devemos honra e respeito aos nossos pais, devemos tratar com dignidade os
homens mais velhos. Mas, ninguém é infalível, nem acima de correção.

Devemos estudar com atenção, procurando até o sentido de palavras difíceis. Um bom dicionário é uma ferramenta útil no
estudo da Bíblia, pois ela contém algumas palavras pouco usadas.

Ž  Às vezes, precisamos de informações sobre a língua original para entender o sentido do texto. Essas informações se
encontram em léxicos ou alguns comentários, mas nem todos têm fácil acesso a tais livros. Na maioria das vezes, podemos
descobrir diferenças comparando mais de uma versão da Bíblia. Por exemplo, a Nova Versão Internacional (NVI) já esclarece a
dificuldade em 1 Timóteo 5. No versículo 1, os tradutores puseram: “Não repreenda asperamente o homem idoso...”. No
versículo 20, encontramos o seguinte: “Os que pecarem deverão ser repreendidos em público...”. Facilmente percebemos
a diferença entre “repreender” e “repreender asperamente”.

Estudo da Bíblia exige paciência e esforço, mas os benefícios são eternos! Vamos desenvolver bons hábitos de leitura freqüente
e estudo cuidadoso para aproveitar ao máximo a palavra do Senhor.

-por Dennis Allan

Deus criou o mal?

Em Isaías 45:7, Deus diz: "Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas."
Aceitamos como verdade inegável esta afirmação de Deus. Agora, como devemos entendê-la?

Algumas pessoas têm usado este versículo para definir o caráter de Deus como um ser mal, até sugerindo que o Deus do Velho
Testamento é malevolente e vingativo em contraste com Jesus, o bom e benevolente Deus do Novo Testamento. Tais conclusões
contradizem as claras afirmações do Velho Testamento ("Bom e reto é o Senhor, por isso, aponta o caminho aos pecadores"-
Salmo 25:8) e do Novo Testamento ("Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não
as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim"-
João 14:10-11).

Outros usam o mesmo versículo (Isaías 45:7) para dizer que Deus é um ser "equilibrado" que é tanto bom como mau. Tal idéia
é representada em símbolos de falsas religiões, como o "yin-yang". Mas, o Deus verdadeiro não é um conjunto de forças
opostas. Ele é perfeitamente bom, e não contém nada de maldade. "Deus é luz, e não há nele treva nenhuma" (1 João 1:5).

Ainda outros têm exagerado o conceito da soberania de Deus até o ponto de negar o livre arbítrio do homem. Segundo alguns
sistemas de teologia, Deus decreta tudo, e o homem é impotente para resistir a vontade do Senhor. Pessoas com estas idéias
afirmam que Deus predestinou cada pessoa para a salvação ou condenação, e que Jesus morreu somente para salvar as pessoas
eleitas pelo capricho de Deus. Tais doutrinas são falsas. Deus chama todos ao arrependimento (Atos 17:30) porque ele não quer
que ninguém pereça (2 Pedro 3:9). Jesus provou a morte por todo homem (Hebreus 2:9). Ele mandou que os apóstolos
pregassem a toda criatura, e prometeu a salvação àqueles que cressem e fossem batizados (Marcos 16:15-16).

E Isaías 45:7. O que Deus fez? Outras passagens nos ajudam. Deus não criou o mal no sentido moral. "Pois tu não és Deus que
se agrade com a iniqüidade, e contigo não subsiste o mal" (Salmo 5:4-5). Deus não tenta ninguém, pois ele é a fonte de "toda
boa dádiva e todo dom perfeito" (Tiago 1:13-17).

A palavra "mal" em Isaías 45:7 vem de uma palavra original que pode ter vários sentidos. Neste contexto e em outros onde
Deus faz ou traz o mal, a palavra significa "calamidade" ou "punição". É o oposto de paz. Deus usaria Ciro para "abater as
nações" (45:1). Em 45:8, Deus promete salvação (paz) e justiça (punição ou mal). Outros trechos usam a mesma linguagem. Os
males que Deus ameaçou trazer em 2 Reis 22:16 foram punições e calamidades (veja Josué 23:15, onde aparece a mesma
palavra no original).

Deus criou o mal? Sim, no sentido que um Deus justo e santo se afasta do pecador e o castiga por sua iniqüidade. Mas Deus
jamais criou o pecado, e não tenta ninguém.

-por Dennis Allan

Existe hierarquia de demônios?

Quando os discípulos de Jesus não conseguiram expulsar um demônio, Jesus lhes explicou: "Esta casta não pode sair senão
por meio de oração [e jejum]" (Marcos 9:29). Paulo falou sobre a consumação da missão de Jesus, dizendo: "E, então, virá
o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda
potestade e poder" (1 Coríntios 15:24; veja, também, Efésios 1:21; 2:2; Colossenses 2:10). Apocalipse 12:7 se refere ao
"dragão e seus anjos". Tais passagens sugerem algumas diferenças de autoridade no reino das trevas, dominado por Satanás.

Deus diz que devemos resistir o diabo: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como
leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos
vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo" (1 Pedro 5:8-9). "Sujeitai-vos, portanto, a
Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (1 Tiago 4:7).

Algumas pessoas, no seu desejo de aprofundar nas coisas que Deus não revelou (veja Deuteronômio 29:29), têm procurado
explicar muito mais sobre o reino das trevas do que encontramos na Bíblia. Paulo nos alertou sobre essa tendência de se
mostrar superior por falar de coisas que não vêm do Senbor: "Pois quem é que te faz sobressair? E que tens tu que não
tenhas recebido? E, se o recebeste, por que te vanglorias, como se o não tiveras recebido?" (1 Coríntios 4:7). Tais
pessoas são enfatuadas, "sem motivo algum, na sua mente carnal" (Colossenses 2:18-19).

O fato é que nós devemos nos preocupar muito mais com Deus do que com o diabo. Somos servos do Vencedor, não do
derrotado! É simplesmente incrível ver como alguns pregadores falam tanto sobre o diabo e ainda alegam ser seguidores de
Jesus. Imagine um homem casado sempre falando de outras mulheres na sua própria casa. A mulher não aceitaria tal atitude.
Será que Deus se agrada de igrejas obcecadas com o adversário?

A escassez de informações nas Escrituras sobre demônios nos lembra de um fato importante. Deus não revelou tudo que gosta-
ríamos de saber, e sim tudo que precisamos saber. A Bíblia não responde às curiosidades do homem, e sim às necessidades
dele. O que nós precisamos não é o pleno conhecimento do inimigo, mas o "conhecimento completo daquele que nos
chamou para a sua própria glória e virtude". Assim, podemos nos tornar participantes da natureza de Deus, nos livrando
"da corrupção das paixões que há no mundo" (2 Pedro 1:3-4).

Eu não preciso entender tudo sobre as forças do mal para saber como resistir o diabo. Não adianta perder tempo procurando
informações não reveladas sobre Satanás, quando já sabemos que Jesus é mais forte e infinitamente melhor. Os pregadores
obcecados com o diabo tiram os pensamentos das coisas "lá do alto" e deixam os adeptos pensar nas coisas do reino das trevas.
Podem fazer um bom espetáculo mostrando sua suposta intimidade com os demônios, mas não edificam a ninguém e não
exaltam a verdade do Senhor.

-por Dennis Allan

Os companheiros de Saulo ouviram a voz de Jesus?

Lucas comenta no relata do encontro de Saulo (Paulo) com Jesus no caminho para Damasco: "Os seus companheiros de
viagem pararam emudecidos, ouvindo a voz, não vendo, contudo, ninguém" (Atos 9:7). Mas o mesmo autor repassa o
comentário do próprio Paulo sobre a mesma experiência: "Os que estavam comigo viram a luz, sem, contudo,
perceberem o sentido da voz de quem falava comigo" (Atos 22:9). Ouviram a voz, ou não? Como explicar estas duas
afirmações do mesmo autor que parecem se contradizer?

Os próprios versículos explicam o ponto. Os companheiros de Saulo ouviram a voz celestial, mas não discerniram a mensagem.
Observamos aqui dois níveis de percepção. Os companheiros viram a luz, mas Saulo viu Jesus (compare 1 Coríntios 9:1; 15:8).
Aqueles ouviram o som de uma voz, mas este entendeu as palavras que Jesus falou. Assim, Lucas afirma, sem se contradizer,
que ouviram a voz mas não perceberam o sentido dela.

Encontramos um caso semelhante que esclarece o propósito disso que Jesus fez com Paulo. João 12:28-30 diz: "Pai, glorifica o
teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão, pois, que ali estava,
tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros diziam: Foi um anjo que lhe falou. Então, explicou Jesus:
Não foi por mim que veio esta voz, e sim por vossa causa."

A multidão sabia que uma voz do céu havia falado com Jesus. Este fato serviu de sinal para mostrar a fonte de sua mensagem.
Mas ninguém na multidão entendeu o significado da mensagem. Nem sabiam se era trovão ou uma voz celestial.

No caso de Saulo, outros homens se tornaram testemunhas do fato do encontro com alguém do céu. As palavras de Jesus,
porém, foram ocultas para eles naquele dia. Saulo ouviu, entendeu, e obedeceu a voz do Senhor.

Uma pequena dificuldade com um detalhe do relato não deve obstruir a nossa visão do significado da experiência de Saulo. Ele
partiu para Damasco confiante da sua posição sobre Jesus e seus seguidores, mas chegou à cidade cego e confuso, encarando a
realidade do seu próprio pecado. Saiu de Jerusalém para procurar os seguidores de Jesus, mas entrou em Damasco esperando
ser encontrado por um dos mesmos discípulos. Foi para Damasco pronto para prender e até matar cristãos, sem jamais imaginar
que o próprio velho homem dele seria morto, os pecados lavados nas águas do batismo (Atos 22:16). Saiu de Jerusalém como
grande perseguidor dos discípulos de Cristo, mas em Damasco descobriu que ele seria perseguido como pregador da mesma fé
(Atos 9:15-16). Foi para Damasco com apoio dos judeus para matar cristãos, e saiu da cidade com ajuda dos cristãos quando os
judeus queriam matá-lo.

A viagem de Saulo de Jerusalém para Damasco transformou a vida dele e definiu o seu futuro, até o seu destino eterno.

-por Dennis Allan

O que Quer Dizer "Dia do Senhor"?

De Isaías ao Apocalipse, a frase "dia do Senhor" aparece em 25 versículos, e expressões semelhantes surgem em vários outros.
A linguagem bíblica, freqüentemente citando "o dia do Senhor", é facilmente interpretada como se falasse de um só dia, talvez o
dia final quando o Senhor voltará para julgar todas as pessoas. Mas o assunto não é tão simples assim. Esta pergunta serve para
ilustrar bem uma regra fundamental de estudo bíblico: é necessário examinar palavras e frases em seus contextos.

Considerando as citações bíblicas sobre o "dia do Senhor", podemos ver que a mesma frase têm, pelo menos, quatro significados
diferentes. Em cada caso, discernimos o sentido no contexto. Vamos examinar exemplos destes significados.

Um dia de julgamento de pessoas, cidades, povos ou nações. Este é o sentido mais comum, especialmente nas profecias do
Velho Testamento. Isaías falou desta maneira do castigo da Babilônia (Isaías 13:6,9). Jeremias descreveu o castigo do Egito
como "o Dia do Senhor. . . dia de vingança contra os seus adversários" (Jeremias 46:10). Seu contemporâneo, Ezequiel,
também usou a mesma linguagem ao falar sobre o castigo do Egito (Ezequiel 30:3) e o de Jerusalém (Ezequiel 13:5; veja
Sofonias 1:7,14). Joel usa esta frase para falar do castigo do povo judeu (Joel 1:15; 2:1) e do julgamento de várias nações (Joel
3:14; veja Obadias 15).

Uma referência ao cumprimento do plano de Deus por meio de Jesus Cristo em sua primeira vinda (Joel 2:31; Malaquias 4:5;
Atos 2:20).

O dia final, quando Jesus voltará e chamará todos ao julgamento (1 Tessalonicenses 5:2; 2 Pedro 3:10).

O dia santificado para o louvor do Senhor. Entre os israelitas do Antigo Testamento, foi o dia do sábado, quando lembraram do
descanso de Deus da obra da criação (Isaías 58:13). Para os cristãos na Nova Aliança, é o primeiro dia da semana, quando
lembramos da obra de Jesus, morrendo na cruz e sendo ressuscitado no primeiro dia para nos mostrar-nos o caminho à vida
eterna (Apocalipse 1:10; veja Lucas 24:1; Atos 20:7; 1 Coríntios 16:2).

O dia do Senhor representa duas opções e dois destinos. É dia de destruição e de salvação. O mesmo dia que trouxe castigo aos
opressores livrou os oprimidos. O mesmo dia que trouxe salvação aos que receberam a palavra condenou os desobedientes. O
mesmo dia que marcará a entrada no céu para alguns será o começo do castigo eterno para outros (Mateus 25:46). E o mesmo
dia em que os cristãos comemoram o sofrimento de Jesus na cruz é ocasião de escândalo e loucura para outros (1 Coríntios
1:23-25).

O Dia do Senhor: salvação ou condenação? A decisão é nossa!

-por Dennis Allan

O que Fazer Quando Não Se Conhece Nenhuma  Igreja que Segue a Bíblia?
Seria ótimo se houvesse igrejas em todos os lugares do mundo fazendo exatamente a vontade de Deus. Infelizmente, a
realidade é outra. Muitas pessoas estudam a palavra de Deus e descobrem a simplicidade do plano dele, mas não acham
nenhuma igreja que esteja respeitando o padrão do Novo Testamento. Muitas ensinam doutrinas humanas sobre a salvação;
algumas negam a divindade de Jesus; outras adoram de maneiras não aprovadas nas Escrituras; a grande maioria não respeita
o plano bíblico em relação à organização de congregações independentes; etc. Sabemos que não podemos ser cúmplices de
obras infrutíferas, nem aceitar comunhão entre a luz e as trevas (Efésios 5:11; 2 Coríntios 6:14 - 7:1). O que deve fazer uma
pessoa sincera que quer agradar ao Senhor? Não é possível responder a tudo num pequeno artigo, mas gostaria de dar algumas
sugestões práticas para ajudar as pessoas nessa situação.

Confirme a sua própria salvação. Se você começou a estudar a Bíblia numa igreja que não segue o padrão bíblico em alguns
pontos, é possível que você tenha recebido orientação errada sobre a própria salvação. Examine as Escrituras e compare o que
você fez para receber a salvação. Saulo (Paulo) se achava salvo e zelosamente praticava sua religião, mas ainda estava no
pecado (Atos 9). Deus exige que a pessoa que crê se arrependa e seja batizada para remissão dos pecados (Marcos 16:16; Atos
2:38). Muitas igrejas ensinam, erradamente, que a salvação vem antes do batismo. Examine o que você fez à luz das Escrituras.

Fale com outras pessoas. Quando Paulo chegou pela primeira vez em Corinto, ele encontrou um casal que trabalhava de fazer
tendas, assim como ele. Também, ensinou judeus e gregos durante um ano e meio que morou naquela cidade (Atos 18:1-11).
Os resultados? O casal, Áqüila e Priscila, se tornou extremamente útil na divulgação da palavra em outros lugares, e uma igreja
foi estabelecida em Corinto (veja as duas cartas de Paulo aos coríntios).

Quando tiver duas ou mais pessoas verdadeiramente convertidas a Cristo, comece a se reunir como igreja.
Certamente enfrentarão muitos desafios começando com um grupo pequeno e inexperiente na palavra. Mas, uma igreja é um
grupo de pessoas (sejam 2 ou 2.000) chamadas para fora do pecado para servir ao Senhor. Não precisa da autorização de
ninguém daqui da terra para fazer o que Deus já autorizou. Pode fazer tudo o que Deus ordenou que uma igreja fizesse: ensinar
a palavra, orar, cantar hinos de adoração, participar da Ceia do Senhor, cada um contribuir de sua prosperidade para as obras
que Deus pede, etc. (veja Atos 2:42; Colossenses 3:16; 1 Coríntios 11:17-34; 16:1-2; 1 Timóteo 3:15). Com tempo, dedicação
e a bênção do Senhor, um grão de mostarda pode crescer numa árvore!

-por Dennis Allan

2001

O purgatório existe?

O purgatório, segundo a doutrina da Igreja Católica Romana, é o estado no qual os fiéis são purificados depois da morte, antes
de entrar no céu. Desde que a nossa preocupação é com a doutrina bíblica, observamos que a palavra "purgatório" não se
encontra nas Escrituras.

De onde vem, então, essa doutrina? Segundo o Catecismo Católico de John A. Hardon, S.J., a declaração formal da doutrina de
purgatório foi feita em 1274, mais de 12 séculos depois da morte de Jesus! Uma vez que a doutrina se tornou oficial, foi
necessário procurar algum apoio teológico. Hardon cita três trechos bíblicos para defender a idéia de purgatório. Vamos
examinar cada citação:

Œ 2 Macabeus 12:41-45. Esse trecho descreve os atos de Judas Macabeus depois de uma batalha contra Górgias. Judas e seus
homens oraram pelo pecado dos mortos e mandaram que fosse oferecido um sacrifício por eles em Jerusalém. Há dois
problemas com o uso desse trecho: (a) 2 Macabeus é um dos livros contidos na Bíblia Católica mas rejeitados na maioria de
outras bíblias. (b) O pecado citado no trecho (veja 2 Macabeus 12:40) foi idolatria, considerado o motivo da morte deles. Para
usar este trecho para apoiar a doutrina de purgatório seria necessário afirmar que esses homens que alegamente morreram por
causa da idolatria não morreram na prática de pecado mortal, pois a Igreja Católica ensina que tais pessoas não teriam acesso
ao purgatório.

Mateus 12:32 diz que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoada, nem neste mundo, nem no mundo que há de vir.
Hardon conclui, sem prova nenhuma, que esse versículo sugere que outros pecados serão perdoados após a morte.

Ž 1 Coríntios 3:13,15 fala de julgamento através de fogo. O fogo serve para provar o valor das obras de cada um. O trecho nada
diz sobre um lugar de purificação após a morte.

A Bíblia claramente afirma que o julgamento vem depois da morte (Hebreus 9:27), no qual seremos julgados pelos atos feitos
por meio do corpo (2 Coríntios 5:10). Jesus ensinou que é impossível ao ímpio escapar dos tormentos para entrar no conforto
dos fiéis (Lucas 16:25-26).

Devemos nos preparar para o julgamento agora, pois a Bíblia não fala de segundas chances após a morte.

- por Dennis Allan


Quantos endemoninhados gadarenos foram curados por Jesus?

Em Mateus 8:28-34, encontramos a história da cura de dois endemoninhados gadarenos. Os relatos paralelos (Marcos 5:1-14 e
Lucas 8:26-34) falam de um homem curado por Jesus. Muitas pessoas usam casos como esse para sugerir que a Bíblia se
contradiz e, portanto, não é confiável nem inspirada por Deus.

Mas, antes de sermos iludidos por tais argumentos, vamos examinar a questão com mais cuidado. No dia-a-dia, ouvimos relatos
dos mesmos eventos de pontos de vista diferentes. Tribunais costumam ouvir o testemunho de várias pessoas para chegar à
verdade. Diversas teste-munhas, olhando de pontos de vista diferentes, podem contar detalhes dife-rentes do mesmo episódio.
Por exemplo, um historiador pode afirmar que Hitler matou cerca de seis milhões de judeus. Outro pode dizer que os nazistas
mata-ram aqueles judeus. Há uma contra-dição? Não, uma vez que entendemos que um fala do ponto de vista da proemi-nência
do líder e o outro da perspectiva mais geral de como os judeus foram mortos. Hitler é conhecido por tal crime, mas ele teve
ajuda de muitos que apoiaram suas idéias.

É bem possível que um dos endemo-ninhados curados chegasse primeiro, ou que um fosse mais conhecido na época. Assim,
Marcos e Lucas teriam destacado a vinda dele, enquanto Mateus incluiu o fato que houve mais um. Os relatos podem ser
facilmente reconciliados, e não apresentam nenhuma contradição.

Quando estudamos a Bíblia, encontramos vários exemplos de diferenças como essa. Cabe ao estudante honesto considerar todas
as possibilidades antes de concluir que a Bíblia se contradiz. O fato é que a Bíblia concorda consigo de capa a capa, fato incrível
quando lembramos que ela foi escrita por uns 40 autores durante um período de mais de 1.500 anos. Tal concordância serve de
prova que a Bíblia não é livro comum, nem produção humana. O Deus eterno que nunca mente revelou a mensagem das
Escrituras. Ele fala a verdade do começo ao fim.

Descrentes preguiçosos que nunca fizeram estudos sérios da Bíblia vão rejeitá-la por causa de supostas contra-dições. Mas o
servo de Deus continuará estudando para tirar qualquer dúvida. "Importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às
verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos" (Hebreus 2:1).

por Dennis Allan

Na parábola do joio, Jesus ensina que devemos tolerar pecadores na igreja?

Na parábola do joio (Mateus 13:24-30), um homem plantou sementes no seu campo mas o inimigo plantou joio no mesmo
campo. Uma vez que o trigo e o joio começaram a crescer juntos, os servos sugeriram que arrancassem o joio. O dono da casa
não os deixou tirar o joio. Ele deixou o joio crescer junto com o trigo até a colheita, quando o trigo foi recolhido e o joio foi
queimado.

Algumas pessoas ensinam que esta parábola fala sobre a igreja, mostrando que os pecadores convivem com os fiéis na igreja,
aguardando o julgamento final de Deus. Mas tal interpretação contradiz a palavra do Senhor.

O próprio Jesus explicou a parábola, dizendo que "o campo é o mundo" (Mateus 13:38). No mundo, os servos dele convivem
com os pecadores. Ele orou sobre os apóstolos: "Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não
são do mundo, como também eu não sou" (João 17:15-16). Embora os servos dele sejam santificados, não podem sair do
mundo.

Mas na igreja é diferente. Quando o joio se manifesta entre o povo de Deus, deve ser arrancado. Paulo instruiu a igreja dos
coríntios sobre como resolver o problema de imoralidade no meio da congregação. Ele usou palavras fortes para descrever a
atitude certa em relação ao irmão que volta e permanece no pecado: "...já sentenciei...que o autor de tal infâmia
seja...entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]....
Lançai fora o velho fermento....agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for
impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador" (1 Coríntios 5:3-5,7,11). Paulo escreveu aos
tessalonicenses: "Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que
ande desordenadamente..." (2 Tessalonicenses 3:6).

O mesmo Cristo que deixou o joio com o trigo no mundo, fortemente criticou a igreja em Tiatira: "Tenho, porém, contra ti o
tolerares que essa mulher, Jezabel, que a si mesma se declara profetisa, não somente ensine, mas ainda seduza os
meus servos a praticarem a prostituição e a comerem coisas sacrificadas aos ídolos" (Apocalipse 2:20).

Paulo resumiu bem a diferença entre a igreja e o mundo: "Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre
vós o malfeitor" (1 Coríntios 5:13).

-por Dennis Allan

Temos que vender tudo para seguir a Cristo?


Um jovem rico perguntou para Jesus: "Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?" Jesus concluiu a
conversa com o jovem com um mandamento que o deixou triste: "...vai, vendes os teus bens, dá aos pobres e terás um
tesouro no céu; depois, vem e segue-me" (Mateus 19:16-22).

Devemos praticar e ensinar a mesma coisa hoje? Temos que vender tudo que possuímos e dar aos pobres para alcançar a vida
eterna? Para encontrar a resposta bíblica, temos que considerar alguns exemplos.

Os cristãos primitivos em Jerusalém vendiam seus bens para sustentar seus irmãos necessitados (Atos 2:45; 4:32). Alguns
citam este exemplo para defender um tipo de comunismo cristão, dizendo que bens materiais precisam ser compartilhados
igualmente entre irmãos.

Um estudo mais completo do Novo Testamento deixa bem claro que Jesus não pretendia abolir diferenças econômicas entre
irmãos. Poucos capítulos depois, descobrimos que Maria, mãe de João Marcos, teve uma casa suficiente para reunir muitas
pessoas (Atos 12:12). Irmãos em outros lugares tinham casas próprias (Atos 16:40; Romanos 16:5). Quando Paulo escreveu
aos santos em Éfeso e Colossos, ele incluiu instruções para os servos e para seus senhores (Efésios 6:5-9; Colossenses 3:22 -
4:1). No mesmo capítulo que Paulo avisou Timóteo sobre o perigo de desejar riqueza, ele direcionou algumas palavras aos
irmãos ricos. Ele não mandou que eles vendessem tudo, mas orientou-lhes em como usar o seu dinheiro, confiando em Deus e
não nas riquezas (1 Timóteo 6:17-19).

Colocando as instruções de Jesus ao jovem rico no contexto do Novo Testamento, podemos entender que o Senhor não pediu
que todos os cristãos vendessem todas as suas posses. Jesus viu que o dinheiro estava impedindo a salvação daquele jovem, e
assim ele mandou que vendesse tudo. Neste sentido, ele continua exigindo a mesma coisa. Qualquer coisa que impede a nossa
devoção ao Senhor deve ser eliminada da nossa vida.

Até os mais pobres precisam lembrar do mandamento de Jesus: "...buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua
justiça" (Mateus 6:33).

-por Dennis Allan

O que quer dizer "santificar" em 1 Coríntios 7:14?

Comentando sobre casais onde uma pessoa é cristã e a outra descrente, Paulo disse: "Porque o marido incrédulo é
santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os
vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos" (1 Coríntios 7:14). Que tipo de santificação é essa? Ele está
sugerindo que uma pessoa pode ser salva pela fé do cônjuge ou a dos pais?

Santificar quer dizer "separar" ou "colocar à parte". Muitas vezes, a palavra descreve um processo espiritual no qual somos
separados do mundo e justificados por Cristo, ou seja, salvos do pecado. Esse é o sentido mais comum da palavra no Novo
Testamento. 1 Coríntios 6:11 diz: "...vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do
Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus" (veja, também, Efésios 5:26; Hebreus 2:11; etc.).

Outras vezes, a palavra é usada para descrever a separação de uma coisa ou uma pessoa para uma determinada função.
Considere alguns exemplos:

No Velho Testamento, Deus santificou o sétimo dia para descanso (Gênesis 2:3).

Arão, seus filhos e suas vestes foram santificados para serviço no tabernáculo (Êxodo 29:21).

O ano de jubileu foi santificado para libertar as pessoas e suas posses (Levítico 25:10).

Homens santificam a Deus e o seu nome, como o único que merece louvor (Isaías 29:23; Mateus 6:9).

O ouro no templo e as ofertas no altar foram santificados para o serviço ao Senhor (Mateus 23:17,19; compare Romanos
15:16).

Alimentos são santificados para o nosso bem (1 Timóteo 4:3-5).

Cristãos são santificados para boas obras (2 Timóteo 2:21).

Esses exemplos ajudam quando chegamos a 1 Coríntios 7:14. A santificação de cônjuges descrentes e de crianças não é questão
de salvação, mas de serem apropriados para a criação e manutenção da família. O homem descrente, nesses casos, é separado
(designado) para ser marido, e a esposa cristã não pode mandá-lo embora. A salvação dele é possível, mas só se ele for ganho
pela palavra e pelo exemplo da esposa (1 Pedro 3:1-2; 1 Coríntios 7:16). De semelhante modo, cada filho tomará sua própria
decisão sobre o evangelho, tomando para si a fé em Cristo (2 Timóteo 1:5).

-por Dennis Allan


Todas as pessoas que viviam antes de Cristo foram perdidas?

Jesus afirmou: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). Pedro
defendeu a mesma exclusividade da mensagem do evangelho: "E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do
céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" (Atos 4:12). Estas
afirmações mostram a incompatibilidade do evangelho de Jesus com outras religiões. Jesus não é um de vários caminhos
válidos; ele é o único caminho para a salvação.

Uma vez que entendemos que ninguém pode ser salvo sem Jesus, como fica a situação das pessoas que viviam antes da
encarnação dele? Será que milhões de pessoas foram condenadas, sem chance para serem salvas, somente porque nasceram na
hora errada? É claro que nós, no século vigésimo-primeiro, não conhecemos ninguém com este problema. Jesus já veio à Terra
há mais de 2.000 anos, e todas as pessoas vivas agora podem buscá-lo através do evangelho.

A resposta à nossa pergunta reforça claramente a doutrina bíblica sobre o amor e a misericórdia de Deus. Enquanto Deus, sendo
justo, poderia rejeitar todos por causa do pecado (Romanos 3:23), ele não o fez. Antes de enviar o Filho ao mundo, ele revelou
sua preocupação com os pecadores. Quando ele separou os descendentes de Abrão para serem um povo especial, Deus ainda
lembrou de todas as nações e prometeu bênçãos para todas as famílias da terra (Gênesis 12:1-3). Aos judeus, ele enviou
libertadores, juízes, reis e profetas para revelar e aplicar a sua palavra. Um desses profetas disse: "Eis que a mão do Senhor
não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir" (Isaías 59:1). Tal
compaixão não se restringiu aos judeus. Deus sentiu a mesma vontade de salvar os gentios (veja, por exemplo, Jonas 4:11).

O Senhor olhou com misericórdia para as pessoas que pecaram na ignorância antes da vinda de Jesus (Atos 17:30), sabendo
que a solução ao problema do pecado seria revelada em Cristo (Romanos 3:24-26). O efeito purificador do sangue de Jesus não
é limitado aos pecados cometidos posteriormente. A morte dele interviu "para remissão das transgressões que havia sob a
primeira aliança" (Hebreus 9:15).

Hoje, o mesmo Deus compassivo é longânimo para conosco, "não querendo que nenhum pereça, senão que todos
cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9). "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com
que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois
salvos...." (Efésios 2:4-5).

-por Dennis Allan

Samuel tinha direito de oferecer sacrifícios a Deus?

Em 1 Samuel 13, o rei Saul foi condenado por fazer holocausto e ofertas pacíficas. Saul era benjamita, e os únicos sacerdotes
autorizados pela lei eram levitas. Samuel repreendeu o rei duramente por ter assumido uma função que não pertencia a ele (1
Samuel 13:8-14). Mas quem autorizou Samuel a oferecer sacrifícios? Ele mesmo disse que faria o sacrifício em Gilgal (1 Samuel
10:8). A dificuldade se encontra em 1 Samuel 1:1, onde o pai de Samuel é descrito como efraimita. Dá a impressão que Samuel
cometeu o mesmo erro pelo qual ele criticou Saul.

Para entender o que Samuel fez, temos que considerar algumas outras passagens. Os levitas foram espalhados entre o povo,
morando em várias cidades entre as outras tribos. Com o passar do tempo, se identificavam pelas regiões onde moravam.
Segundo este costume, um levita falou que era da região montanhosa de Efraim (Juízes 19:1,18). Da mesma forma, Elcana, o
pai de Samuel, foi descrito como efraimita (1 Samuel 1:1). Outras citações mostram que Elcana, Samuel e os filhos deste eram
levitas, da família dos coatitas. Leia 1 Crônicas 6:22,27-28,33-34,38. Os coatitas eram encarregados do serviço nas coisas
santíssimas (Números 4:4). Samuel fez sacrifícios porque Deus lhe deu esta responsabilidade. Saul não recebeu tal autorização
divina e, por isso, foi condenado quando fez o mesmo.

No Novo Testamento, Jesus ressuscitado é apresentado como o nosso sumo sacerdote para sempre (Hebreus 6:20). Mas, ele
não veio da tribo de Levi. Ele era de Judá, descendente da linha real de Davi (veja Mateus 1:1-17 e Lucas 3:23-38).

Desses fatos aprendemos algumas coisas importantes sobre a missão de Jesus.

ŒEle mudou a lei dada através de Moisés, a mesma que governou o povo de Israel durante mais de 1.400 anos. A lei não
permitiu sacerdotes de outras tribos. Para ser sacerdote, ele removeu a lei, revelando uma nova aliança (Hebreus 7:11-14). As
doutrinas humanas que dizem que a lei do Velho Testamento continua em vigor negam o perfeito sacerdócio de Jesus!

Ele cumpriu sua missão aqui na terra, e nunca mais pisará nela. "Se ele estivesse na terra, nem mesmo sacerdote seria"
(Hebreus 8:4). Pelo fato que Jesus é sacerdote para sempre (Hebreus 5:6; 6:20; 7:17; etc.), é obvio que ele não voltará à
terra. No dia da ressurreição final (João 5:28-29), ele encontrará seus santos nos ares, não aqui na terra (1 Tessalonicenses
4:16-17). As doutrinas humanas que afirmam que Jesus voltará para reinar 1.000 anos aqui na terra negam o eterno sacerdócio
de Jesus!

Samuel serviu como sacerdote, mas Jesus é sacerdote para sempre!

-por Dennis Allan


Por que confessar pecados?

Diversas vezes na Bíblia, encontramos casos de servos de Deus que confessaram seus pecados, ou mandamentos sobre esta
prática. Por que confessar nossos pecados?

ŒDevemos confessar os nossos pecados a Deus para receber perdão. João escreveu aos cristãos: "Se dissermos que não
temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:8-9). A confissão
aqui é feita pelo cristão ao Pai, com ajuda do Advogado Jesus Cristo. Alguns pecados não precisam ser confessados a outros
homens, mas todos precisam ser confessados ao Senhor para receber o perdão dele.

Devemos confessar os nossos pecados às pessoas que ofendemos. Jesus mostrou que tal confissão é necessária para receber o
perdão do irmão ofendido: "Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete
vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe" (Lucas 17:3-4).

Ž Devemos confessar os nossos pecados às pessoas que podem nos ajudar. Quando Simão reconheceu seu erro, ele pediu as
orações de Pedro (Atos 8:24). Tiago disse: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros,
para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tiago 5:16).

Pecados conhecidos por outros precisam ser confessados para restabelecer a comunhão. Mateus 18:15-17 diz: "Se teu irmão
pecar [contra ti], vai argüi_lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma
ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se
estabeleça. E, se ele não os atender, dize_o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera_o como gentio
e publicano." A cada etapa, a pessoa ou aceita a correção ou recusa ouvir. Como sabemos a diferença? A pessoa teria que
falar, ou confessando o seu pecado (veja o exemplo de Davi em 2 Samuel 12:13) ou negando a sua culpa (como Saul fez em 1
Samuel 15:20). Se confessar o pecado e pedir perdão na primeira conversa com uma pessoa, o problema será resolvido. Se
outras pessoas forem envolvidas, tentando corrigir o pecador, ele terá que confessar diante delas, também, para tirar qualquer
obstáculo à comunhão com os irmãos. Assim, pode chegar ao ponto de confessar o pecado à igreja toda. Quando isso acontece,
o irmão arrependido deve ser perdoado e recolhido com amor, pois o diabo ainda estará tentando destrui-lo (veja 2 Coríntios
2:5-11).

-por Dennis Allan

O que se deve fazer quando sua igreja segue doutrinas do Velho Testamento?

Quase 2.000 anos depois da morte de Jesus, pela qual ele deu um Novo Testamento (Hebreus 9:15-17), muitas igrejas
continuam seguindo doutrinas do Velho Testamento. Algumas adotam sistemas de sacerdócio do padrão levítico. Outras
justificam o batismo de recém-nascidos pelo fato que meninos judeus de 8 dias foram circuncidados. Muitas exigem o dízimo e
usam instrumentos musicais no louvor. Algumas ainda guardam o sábado e observam regras alimentícias da antiga aliança.
Todas essas práticas e doutrinas faziam parte da lei dada ao povo de Israel, mas nenhuma delas faz parte da nova aliança dada
por Jesus. O que uma pessoa deve fazer se a sua igreja continua ensinando e praticando tais coisas?

Sabemos que, aqui na terra, não existe igreja perfeita, no sentido que qualquer igreja é composta de pessoas imperfeitas. A
própria Bíblia diz que devemos aceitar pessoas fracas (Romanos 14:1) e trabalhar com longanimidade para ampará-las (1
Tessalonicenses 5:14).

Mas os exemplos citados acima não são questões de indivíduos imperfeitos na igreja, e sim de doutrinas e práticas erradas que
envolvem a congregação toda. Jesus encravou o antigo sistema na cruz, dissipando a sombra e revelando a luz (Colossenses
2:14-17). As pessoas ou igrejas que procuram se justificar pela antiga lei se desligam de Cristo e da graça dele (Gálatas 5:4). O
Senhor ensina que não devemos ser cúmplices dos pecados de outros. Paulo falou para Timóteo que não apoiasse outros
(impondo as mãos a eles) precipitadamente (1 Timóteo 5:22). Antes de participar ativamente de uma igreja, devemos examinar
o trabalho e o ensinamento dela, comparando tudo com a palavra de Deus (1 Tessalonicenses 5:21-22). João instruiu que não
apoiássemos professores que ultrapassam a doutrina de Cristo, para que não tornássemos cúmplices de suas obras más (2 João
9-11). Quando uma igreja insiste em manter doutrinas ou práticas não autorizadas por Jesus, o servo que quer se conservar
puro precisa ficar fora (ou sair) dela.

Quando uma pessoa sai de uma igreja que não está seguindo a palavra do Senhor, terá que enfrentar algumas decisões difíceis.
Onde vai congregar? Não deve se isolar, pois Deus mandou que nos reuníssemos com outros cristãos (Hebreus 10:24-25). Ao
mesmo tempo, não deve pular de uma igreja errada para outra igualmente errada. O que pode fazer? Há duas opções: Œ
Encontrar uma congregação que segue fielmente às Escrituras, ou Começar uma nova congregação, junto com uma ou mais
pessoas com o mesmo desejo de fazer somente a vontade do Senhor. Não é fácil sair do conforto de uma igreja humana para
fazer a vontade de Deus, mas o sacrifício é pequeno em comparação com aquele que Jesus fez por nós!

-por Dennis Allan


Deus confundiu as línguas dos homens  na torre de Babel?

Sabemos que Deus confundiu as línguas quando os homens tentaram se exaltar na construção da torre de Babel (Gênesis 11:1-
9). É uma lição duradoura sobre os perigos de ambição, arrogância e esquecimento de Deus.

Mas, espere um pouco. Encontramos no capítulo anterior que os povos e nações se dividiram "segundo as suas línguas"
(Gênesis 10:5,20,31). Alguns céticos citam esse caso para "provar" que a Bíblia se contradiz e não é de confiança. Como
devemos responder?

Um estudo cuidadoso de Gênesis mostrará que este livro, como muitos outros livros dentro e fora da Bíblia, usa uma técnica
literária de resumir a história antes de entrar em detalhes de algum determinado episódio. Devido a esta e outras técnicas,
vários eventos bíblicos são relatados fora da seqüência cronológica. Veja alguns outros exemplos:

 Gênesis 1 contém o resumo da criação. Capítulo 2 dá os detalhes da criação do primeiro casal humano.
 A morte de Abraão é mencionada em Gênesis 25:7-10 e o nascimento dos filhos de Isaque se encontra em (25:21-26).
De fato, Abraão morreu quando os netos gêmeos tinham 15 anos de idade.

 A morte de Isaque é relatada em Gênesis 35:28-29. Mas, pela cronologia, se encaixa no período da prisão de José no
Egito (capítulo 40).

Poderíamos citar outros exemplos, mas esses servem para ilustrar o ponto. Livros como Gênesis nem sempre seguem uma
cronologia rígida. Algumas histórias são contadas fora de seqüência por causa dos temas ou personagens destacados.

No caso da confusão de línguas, Gênesis 10 enfatiza a divisão dos descendentes de Noé em termos da geografia. Gênesis 11:1-9
mostra a maneira que Deus forçou os homens a cumprir a sua ordem de encher a terra (Gênesis 9:1).

Esta questão da seqüência de Gênesis 10 e 11 não prova a falta de veracidade da Bíblia. O fato que algumas pessoas apontam a
tais casos para desacreditar as Escrituras ilustra uma realidade triste. Há pessoas que procuram qualquer motivo, mesmo
argumentos absurdos e sem fundamento, para rejeitar Deus e sua palavra. A evidência da existência de Deus grita de cada
árvore, neném, montanha e estrela que ele criou, tirando qualquer justificativa da boca dos descrentes (Romanos 1:20; Atos
17:25-29). As pessoas que rejeitam tais evidências querem justificar seus atos egoístas, rebeldes e pecaminosos (Romanos
1:21-32), ao invés de aceitar o amor e a graça do Deus benevolente (Romanos 5:8).

"O homem perverso mostra dureza no rosto, mas o reto considera o seu caminho. Não há sabedoria, nem
inteligência, nem mesmo conselho contra o Senhor" (Provérbios 21:29-30).

-por Dennis Allan

Como Explicar a Trindade?   

A palavra "trindade" não aparece nas Bíblias comuns que usamos. Por esse motivo, eu evito o uso dela. Procuremos falar sobre
assuntos bíblicos usando linguagem bíblica.

As pessoas que usam termos como trindade, Deus trino, etc. as empregam para explicar um conceito da existência de três
pessoas distintas que podem ser chamadas de Deus. Vamos considerar, em termos bem resumidos, o que a Bíblia diz a respeito
dessa idéia.

Œ Há um só Deus (Efésios 4:6). O fato que existem mais de uma pessoa divina, como veremos logo, não sugere múltiplos
deuses. A doutrina bíblica não se compara com as doutrinas politeístas de algumas religiões pagãs.

O Pai, o Filho e o Espírito Santo são pessoas distintas. No batismo de Jesus, cada um fez seu papel, concordando com os
outros dois, mas distinto deles. Jesus subiu das águas; o Espírito desceu como pomba sobre ele; o Pai falou dos céus (Marcos
1:9-11). As doutrinas de algumas igrejas que dizem que o Filho e o Pai são a mesma pessoa contradizem afirmações óbvias das
Escrituras. O Pai é maior do que o Filho (João 14:28). O Pai enviou e instruiu o Filho (João 14:24).

Ž Jesus é Deus. As seitas que negam a divindade de Jesus trabalham muito para evitar o significado de diversas passagens. As
Testemunhas de Jeová, por exemplo, usam uma versão das Escrituras cheia de acréscimos e traduções equívocas calculadas
justamente para negar as provas textuais da divindade de Jesus. Mas, ele é eterno, divino e merecedor de adoração (João 1:1;
João 8:24,58; Mateus 4:10; 14:33; 28:9,17; João 9:38; Hebreus 1:6; Apocalipse 5:9-14; etc.)

O Espírito Santo é pessoa divina, não apenas força ativa. Reconhecemos algumas dificuldades quando estudamos a palavra
"espírito" na Bíblia. Sabemos que o espírito do homem não é outra pessoa (1 Coríntios 2:11). Apesar de alguns trechos difíceis
(veja o aviso de 2 Pedro 3:16), não podemos negar a personalidade do Espírito Santo. O mesmo Pai que enviou Jesus enviou o
Espírito (João 14:26). Jesus o chamou de "outro Consolador", mostrando que ele pertence à mesma categoria que Jesus: uma
pessoa divina (João 14:16). Vários textos apresentam o Pai, o Filho e o Espírito Santo como pessoas unidas mas distintas (veja
Mateus 28:19 e o último versículo de 2 Coríntios). O Espírito ensina (João 14:26); habita nos fiéis como o Pai e o Filho o fazem
(João 14:17,23) e intercede como Cristo também o faz (Romanos 8:26,34).
Para negar tais afirmações, alguns distorcem o sentido das passagens ou até jogam fora livros bíblicos que não apoiam suas
doutrinas humanas. O verdadeiro seguidor de Cristo aceitará toda a Verdade, até as coisas difíceis de entender (João 8:32;
17:17; Deuteronômio 29:29).

-por Dennis Allan

Por que João batizou em Enom?  

João 3:23 comenta sobre o trabalho de João Batista: "Ora, João estava também batizando em Enom, perto de Salim,
porque havia ali muitas águas, e para lá concorria o povo e era batizado."

Até hoje, há dúvida sobre o local exato descrito neste versículo, mas não pode haver dúvida sobre o motivo de João em batizar
nesse lugar. As Escrituras afirmam claramente: "porque havia ali muitas águas". O batismo que Deus exige para a remissão
dos pecados (Atos 2:38) requer uma quantidade de água. A palavra "batizar" vem de uma palavra grega que quer dizer imergir
ou mergulhar. As figuras escolhidas no ensinamento bíblico descrevem o batismo como sepultamento (Romanos 6:4;
Colossenses 2:12). Para serem batizadas, pessoas "desceram à água" e "saíram da água" (Atos 8:38-39; Marcos 1:10;
etc.). Era imprescindível, então, uma quantia de água suficiente para imergir as pessoas.

Embora a Bíblia explica o motivo de João realizar batismos em Enom, algumas pessoas não ficam contentes em aceitar tal
explicação simples. Considere algumas tentativas dos homens para evitar o significado deste versículo:

ŒAlguns afirmam que é necessário batizar em águas correntes. Pelo fato que João batizou no rio Jordão (Marcos 1:9), concluem
que o batismo tem que ser realizado em águas correntes. Deus poderia ter exigido batismo em água corrente, mas ele não o
fez. Nenhuma passagem bíblica diz que o batismo precisa ser no rio Jordão, nem em rio qualquer, nem em águas correntes. Na
maioria dos casos citados na Bíblia, não sabemos se o batismo aconteceu em rio, lago ou piscina, mas sabemos que "os que
lhe aceitaram a palavra foram batizados" (Atos 2:41). Nem sempre aconteceu no rio Jordão. 3.000 pessoas foram batizadas
no dia de Pentecostes, quando os apóstolos pregaram em Jerusalém. O etíope foi batizado onde encontraram água no deserto
(Atos 8:36-39). O carcereiro foi batizado em algum lugar em Filipos (Atos 16:33). As pessoas que exigem batismo em águas
correntes estão acrescentando à palavra de Deus. Ninguém tem direito de fazer leis que Deus não fez!

Ainda outros distorcem João 3:23 para negar o sentido natural da palavra "batizar". Dizem que o nome "Enom" quer dizer
"muitas fontes" e não "muitas águas" e, portanto, o batismo não precisa ser por imersão. É verdade que alguns dicionários
sugerem que "Enom" vem de uma raiz com o sentido "muitas fontes", mas este fato não resolve nada. A Bíblia não diz que João
batizou em Enom, cujo nome significava muitas fontes. Ela diz que o lugar foi apropriado para batizar "porque havia ali
muitas águas".

João escolheu um lugar propício para obedecer as ordens de Deus e lá ele imergiu as pessoas nas águas.

- por Dennis Allan

2000

Deus tem um único nome certo?

Diversas seitas religiosas têm feito a questão do nome de Deus um ponto principal de sua doutrina. Determinam, por estudo ou
interpretação das Escrituras, que um determinado nome é usado para identificar Deus. Daí, começam pregar que aquele nome é
o único que deve ser usado para descrever o Senhor. Freqüentemente, estes nomes são alguma tradução das quatro letras
hebraicas usadas (nossas letras YHWH) no Antigo Testamento para identificar o Senhor. Este nome é traduzido na maioria das
Bíblias atuais como SENHOR, e em algumas como Jeová.

Que este é um nome certo para Deus não se discute. É a palavra mais comum no Velho Testamento quando se fala de Deus, e é
freqüentemente usado como um nome pessoal de Deus. Mas, é errado concluir que YHWH, ou alguma tradução, é a única
maneira aceitável de identificar o Senhor. As próprias Escrituras, dadas por Deus (2 Timóteo 3:16-17), utilizam diversos outros
termos para identificar Deus.

Traduções gregas do Antigo Testamento, usadas na época de Jesus e dos apóstolos, geralmente usavam uma palavra que tem o
sentido de "Senhor" no lugar do tetragrama YHWH. Daí vem a tradução comum em muitas Bíblias atuais.

Mas a nossa pergunta não é se YHWH ou Jeová pode ser usado para identificar Deus. A pergunta é se este é o único nome que
deve ser usado. Algumas pessoas acreditam que pecamos em chamar Deus por outro nome. Tal doutrina não tem apoio bíblico.
Considere dois fatos que provam o erro desta idéia sectária:

ì O simples fato que a Bíblia, inclusive nos textos hebraicos e gregos, usa outros nomes, mostra que nós podemos usar outros
nomes para Deus. Muitos dos nomes são descrições de diversos aspectos do caráter de Deus, como seu poder, santidade e
domínio. Podemos usar todas as descrições bíblicas para identificar Deus, e ele continuará sendo muito maior do que nossa
compreensão.

í Um versículo é suficiente para provar o erro da doutrina de "um único nome" para Deus. Amós 5:27 diz: "...diz o SENHOR,
cujo nome é Deus dos Exércitos". Se o próprio SENHOR  (YHWH) diz que seu nome é Deus (Elohim) dos Exércitos, nenhum
homem tem direito de proibir o uso de descrições bíblicas de Deus.

Vamos evitar discussões insensatas (Tito 3:9).

- por Dennis Allan

Quando vai começar a Grande Tribulação? 

A Grande Tribulação. Um período de sofrimento e horror. Muitos pregadores hoje dizem que os fiéis serão arrebatados e as
outras pessoas terão que passar por terrível sofrimento durante um período de sete anos conhecido como "A Grande Tribulação".

Você já encontrou tudo isso na Bíblia? As palavras "arrebatados" e "grande tribulação" se encontram lá, mas não da maneira que
muitas pessoas pregam hoje. Vamos considerar o ensinamento bíblico sobre a grande tribulação.

A palavra "tribulação" aparece 43 vezes na Bíblia (ARA2) e tem o sentido de sofrimento, opressão e perseguição. É usada em
muitos contextos diferentes para descrever diversos tipos de agonia. A frase "grande tribulação" se encontra apenas quatro
vezes nas Escrituras (ARA2). Ao invés de elaborar uma doutrina bem definida de um período que segue o "arrebatamento" e traz
angustia sobre os que ficam na terra, a Bíblia usa a expressão "grande tribulação" para descrever coisas diferentes. Considere as
passagens:

Mateus 24:21 fala sobre o sofrimento que aconteceu na destruição de Jerusalém em 70 d.C. A profecia foi cumprida naquela
geração (Mateus 24:34).

Atos 7:11 usa essas palavras quando cita a grande fome da época de Jacó. Os detalhes históricos se encontram em Gênesis,
capítulos 41 a 46.

A grande tribulação de Apocalipse 2:2 é o castigo que Deus prometeu aos cristãos em Tiatira que toleravam a imoralidade de
Jezabel.

Apocalipse 7:14 faz parte de uma visão consoladora que foi revelada a João para confortar os cristãos perseguidos. A
mensagem dessa visão, e do livro no qual ela se encontra, foi escrita para assegurar os perseguidos no primeiro século que
receberiam a recompensa depois do sofrimento.

Sofrimento e perseguição podem acontecer em qualquer lugar e a qualquer hora, mas nenhuma destas passagens fala de um
período futuro de grande tribulação. A doutrina popular que haverá sete anos de Grande Tribulação vem da imaginação de
homens hábeis em tirar versículos do seu contexto para defender suas idéias. A Bíblia não ensina tal doutrina.

Ao invés de nos preocupar com predições do arrebatamento e da Grande Tribulação, devemos nos preparar para a volta de
Jesus, que virá como ladrão (2 Pedro 3:10).

- por Dennis Allan

Quem criou o mundo: Deus Pai ou Jesus?

Gênesis 1:1 diz: "No princípio, criou Deus os céus e a terra." João 1:3, falando de Jesus, diz: Todas as coisas foram
feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez." Colossenses 1:16, também comentando sobre Jesus,
afirma: "Tudo foi criado por meio dele e para ele." Como podemos entender essas afirmações?

Algumas chaves para compreender a criação, e para entender melhor sobre a natureza de Deus, se encontram em Gênesis 1.
Versículo 26 relata: "Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança...."
Desde o primeiro capítulo da Bíblia, Deus se descreve no plural. Os comentários de João 1:3 e Colossenses 1:16 explicam que
Jesus teve um papel ativo na criação. Mais ainda, Gênesis 1:2 mostra que o Espírito de Deus também participou da criação.

As mesmas três pessoas que estavam presentes em Gênesis 1 aparecem juntos várias outras vezes. Marcos 1:9-11 mostra que
são três pessoas distintas, mas perfeitamente unidas. Após o batismo de Jesus, ele estava subindo da água quando o Espírito
Santo desceu como pomba. Ao mesmo tempo, o Pai falou do céu. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas que têm
cooperado desde eternidade para nosso bem.

As palavras de Jesus me Mateus 28:19 colocam os três na mesma categoria: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo".

Paulo encerrou o livro de 2 Coríntios com estas palavras: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a
comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós."

Pessoas que não aceitam a autoridade das Escrituras negam ou destorcem a evidência. Procuram definir Deus de uma maneira
que o homem pode compreender com mais facilidade. Muitos tropeçam quando encontram passagens que dizem que há um só
Deus, e outras que mostram que há três pessoas divinas. O fato é que não cabe ao homem definir o Supremo e Eterno Deus;
nosso papel é de buscar e servir o Deus que nos criou e que quer comunhão eterna conosco.
Eu nunca na minha vida aqui compreenderei a eternidade de Deus, ou sua justiça, ou seu amor. Mas, aceito pela fé que vem da
palavra dele que ele existe, que ele é eterno e justo, e que ele me ama. Vamos servi-lo, "...para que, em todas as coisas,
seja Deus glorificado..." (1 Pedro 4:11).

- por Dennis Allan

Quem é Gogue de Magogue? 

Ezequiel 38:1 profetizou sobre a vinda de um terrível rei, Gogue, da terra de Magogue, para opor o povo restaurado de Deus. Os
capítulos 38 e 39 descrevem a preparação dos exércitos que apoiaram Gogue, o seu ataque contra o povo de Deus e a sua
repentina derrota por Deus.  As nações que iam participar com Gogue na batalha representam diversos povos gentios. É
interessante notar que a maioria desses nomes vem de Gênesis 10, das listas de descendentes de Jafé e Cam. Nenhum deles se
encontra na lista dos descendentes de Sem.

A linhagem da promessa é traçada através de Sem. Abraão, Davi e Jesus são descendentes de Sem. Jafé e Cam, por sua vez,
eram antepassados de muitas nações ímpias, conhecidas geralmente como gentios. Essas informações esclarecem para nós a
simbologia de Ezequiel 38 e 39. Os exércitos de Gogue de Magogue representam os inimigos do povo de Deus tentando derrubar
Israel restaurado.

Nada no contexto (um livro que usa um estilo apocalíptico) sugere que Gogue seria uma determinada pessoa histórica. Capítulo
37 é simbólico (ele fala da ressurreição de pessoas num vale cheio de ossos secos). Capítulos 40-48, também, são simbólicos
(falam de uma cidade especial e um templo figurado que representam a presença de Deus no meio de seu povo redimido). No
mesmo estilo, o profeta usa Gogue para representar a ameaça dos ímpios que tentariam derrotar o reino de Deus.

Numa profecia menos detalhada, Gogue e Magogue reaparecem em Apocalipse 20:8-10. Esta vez, Satanás é visto como o líder
verdadeiro deles. O resultado é o mesmo: a súbita e decisiva vitória das forças de Deus. Como foi o caso em Ezequiel, o
contexto no Apocalipse usa linguagem figurada, e não sugere uma pessoa específica e histórica.

Há muitas teorias e especulações fantásticas sobre passagens como estas, que deixam muitas pessoas tentando interpretar
sinais sobre os fins dos tempos. Um dos grandes perigos desse tipo de interpretação é que as pessoas ficam olhando para
ameaças externas e esquecem do inimigo maior: as tentações da carne que levam muitos a perdição (veja Tiago 1:14-15;
Gálatas 5:19-21).

A mensagem da Bíblia para nós ensina que cada pessoa deve se preparar para sua própria morte, ou para a volta de Jesus, que
será como ladrão da noite (2 Pedro 3:10). Naquele dia, ele nos julgará (João 5:27-29).

- por Dennis Allan

Por que a Bíblia contém quatro evangelhos? 

Os primeiros quatro livros do Novo Testamento são conhecidos como "evangelhos", porque relatam as boas novas (o sentido da
palavra "evangelho") sobre Jesus. Mas, por que quatro, e não somente um relato autorizado?

Podemos ver, pelo menos, quatro motivos para o Espírito Santo escolher mais de uma pessoa para escrever sobre os mesmos
eventos.

ŒA confiança de ter várias testemunhas. "Por boca de duas ou três testemunhas, toda questão será decidida" (2 Coríntios
13:1). A palavra anunciada por Jesus "foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram" (Hebreus 2:3). Dois dos autores dos
evangelhos eram apóstolos (Mateus e João), testemunhas oculares dos eventos relatados.

A repetição enfatiza a mensagem. Muitas coisas na Bíblia são repetidas. Pedro falou da importância de relembrar os seus
ouvintes das coisas que já haviam aprendido. "Também considero justo, enquanto estou neste tabernáculo, des-
pertar_vos com essas lembranças,  certo de que estou prestes a deixar o meu tabernáculo, como efetivamente
nosso Senhor Jesus Cristo me revelou. Mas, de minha parte, esforçar_me_ei, diligente-mente, por fazer que, a todo
tempo, mesmo depois da minha partida, conser-veis lembrança de tudo" (2 Pedro 1:13-15).
 
ŽNinguém falou tudo. Não foi possível escrever tudo que Jesus fez (veja João 20:30; 21:25). Os vários relatos complementam
um ao outro.

Ouvintes diferentes. Cada livro sobre a vida de Jesus foi destinado a ouvintes diferentes. Lucas escreveu para Teófilo (Lucas 1:1-
4). Mateus enfatiza o cumprimento da lei, sugerindo que ele escreveu aos cristãos judeus. Marcos fala muito pouco sobre a lei, e
tinha a experiência de trabalhar entre os gentios (nas viagens com Paulo e Barnabé). O livro dele foi direcionado mais aos não-
judeus. João apresenta provas destinadas a defender o Cristo como Deus na carne.

Infelizmente, algumas pessoas não respeitam a sabedoria do Espírito Santo na revelação das boas novas. Alguns enfatizam as
diferenças nos evangelhos para tentar evitar alguma doutrina que não agrada a eles. Outros especulam que um autor copiou o
trabalho dos outros, até ao ponto de esquecer que todos foram inspirados por Deus (2 Timóteo 3:16-17).

Usando os quatro evangelhos como relatos paralelos, entenderemos melhor a vida do maior homem que já viveu.

- por Dennis Allan


Qual a atitude bíblica sobre o zodíaco?

Desde os tempos antigos, algumas pessoas têm procurado orientações nas estrelas. O zodíaco é uma faixa celeste dividido em
12 seções conhecidas por signos. Os astrólogos o usam como a base de seus prognósticos divulgados nos horóscopos de jornais
e revistas. Baseado na data de nascimento da pessoa (sob qual signo), eles definem características da personalidade e predizem
o futuro da pessoa. Há pessoas que não tomam nenhum passo antes de consultar seu horóscopo ou astrólogo. Como o servo de
Deus deve encarar o zodíaco e a prática de astrologia?

A Bíblia aborda esses assuntos de duas maneiras. Primeiro, qualquer tipo de adoração a estrelas ou outros corpos
celestiais é proibido. O fato é que Deus nunca autorizou adoração a nenhuma criatura (Romanos 1:25). Quando algumas
pessoas em Jerusalém adoraram o sol, Deus chamou o ato de abominação (Ezequiel 8:15-17), uma palavra bem forte usada
para descrever os piores dos pecados. Manassés, um dos piores reis de Judá, cometeu a abominação de se prostrar "diante de
todo o exército dos céus" (2 Reis 21:3). O neto dele, o bom rei, Josias, mandou que tirassem do templo as coisas usadas na
adoração ao "exército dos céus" (2 Reis 23:4). Deus prometeu destruir os lugares onde "queimaram incenso a todo o
exército dos céus" (Jeremias 19:13). Sofonias condenou pessoas que adoravam ao Senhor, mas, ao mesmo tempo, adoraram
"o exército do céu" (Sofonias 1:5).

Mas, alguém pode se defender dizendo que não adora às estrelas e sim, as consulta para saber mais sobre o futuro. Neste ponto
podemos ver a importância da segunda abordagem bíblica: Deus condena qualquer fonte de revelação fora da palavra
dele. Deuteronômio 18:9-14 é um trecho interessante a esse respeito. Deus incluiu entre as abominações os advinhadores,
prognosticadores, agoureiros, feiticeiros, encantadores, necromantes e mágicos. Ele não somente condenou tais práticas entre
os israelitas, mas também disse que as mesmas eram motivos pela destruição dos povos gentios que habitavam a terra de
Canaã. Assim ele mostra que a busca de revelações de qualquer outra fonte, a não ser o próprio Deus, sempre foi pecado entre
qualquer povo em qualquer época.

Como o cristão deve pensar sobre horóscopos, revistas de astrologia, etc.? Deve entender que são coisas abomi-náveis ao
Senhor e que trarão a ira dele. Não convém nem olhar para tais coisas.

- por Dennis Allan

Por que Jesus proibia que pessoas falassem sobre ele?   

Depois de curar um leproso, Jesus disse: "Olha, não digas nada a ninguém..." (Marcos 1:44). Esta ordem parece muito
estranha para nós, porque entendemos que o evangelho é importantíssimo para a salvação. Sabemos que Deus quer a salvação
de todos (2 Pedro 3:9). Por que, então, Jesus proibia que algumas pessoas falassem dele?

Continuando a leitura em Marcos, descobrimos o motivo desse mandamento estranho: "Mas, tendo ele saído, entrou a
propalar muitas coisas e a divulgar a notícia, a ponto de não mais poder Jesus entrar publicamente em qualquer
cidade, mas permanecia fora, em lugares ermos; e de toda parte vinham ter com ele" (Marcos 1:45). Nas regiões onde
Jesus já era bem conhecido, ele não precisava de ajuda! O propósito dele, durante o ministério na Terra, não era de ficar num
lugar para edificar uma congregação grande. Ele queria introduzir a mensagem da salvação em muitos lugares. Ele estava
plantando a semente que produziria fruto mais tarde.

Quando este homem desobedeceu a palavra de Jesus, ele atrapalhou o trabalho do Senhor. A constante presença das multidões
tirou a liberdade de Jesus de entrar nas cidades. Já no capítulo 2 de Marcos, o relato diz que não houve espaço suficiente na
casa para receber as pessoas interessadas.

Em outras circunstâncias, Jesus fazia diferente. Por exemplo, quando ele expulsou os demônios do geraseno, o homem queria o
acompanhar. Jesus não o deixou, dizendo: "Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e
como teve compaixão de ti" (Marcos 5:19). Os gerasenos haviam rejeitado Jesus. Ele não foi seguido por multidões naquela
região. Por isso, ele deixou uma pessoa que divulgou a notícia em toda a região de Decápolis.

Podemos observar outro fato importante no evangelho de João. Desde o primeiro milagre, Jesus mostrou que estava trabalhando
dentro de um determinado horário, e as outras pessoas, às vezes, atrapalharam esse plano (João 2:4; 7:6,8,30; 8:20; 12:23;
13:1; 17:1).

Jesus veio ao mundo com uma missão. Ele controlava seu próprio trabalho, e sabia onde e quando falar. Ele mandou outros a
pregarem ou a se calarem, conforme o seu plano. E Jesus, por sua vez, trabalhou dentro do plano dado pelo Pai (João 17:4).

- por Dennis Allan

O que quer dizer "filho do homem"?

A  expressão "filho do homem" é encontrada muitas vezes, tanto no Velho como no Novo Testamento. Originalmente, foi usada
como sinônimo de "homem".  Isaías 51:12 diz: "Eu, eu sou aquele que vos consola; quem, pois, és tu, para que temas o
homem, que é mortal, ou o filho do homem, que não passa de erva?" (Veja, também, Jó 16:21; 25:6; 35:8; Salmos 8:4;
80:17; 144:3; Isaías 56:2).

No livro de Ezequiel, escrito no sexto século a.C., a frase foi uma maneira que Deus, muitas vezes, identificou o profeta Ezequiel
(2:1,3,6 e muitos outros versículos em Ezequiel).
A expressão aparece duas vezes no livro de Daniel, com dois sentidos diferentes. Em Daniel 8:17, o profeta é chamado de "filho
do homem". Mas, em 7:13, desce do céu (numa visão) "um como o Filho do Homem" que recebeu do Ancião de Dias
autoridade para reinar para sempre.  Nesta visão profética, a frase claramente se refere a Cristo.

Chegando ao Novo Testamento, "filho do homem" é usado quase exclusivamente para falar sobre Jesus. O próprio Cristo utilizou
esta expressão (segundo os quatro relatos do evangelho) para se identificar inúmeras vezes (Mateus 8:6; 9:20; etc.). Assim, ele
enfatiza sua própria humanidade, o fato que ele se fez carne e habitou entre homens (João 1:14). Mas esta descrição jamais é
usada para sugerir que Jesus era mero homem. Sem dúvida, o uso no Novo Testamento elabora o tema introduzido em Daniel
7:13. O "Filho do Homem" não é alguém que surge da terra (como a erva de Isaías 51:12). Ele veio nas nuvens do céu (Daniel
7:13, compare Mateus 20:28; Lucas 19:10; João 3:13). Contra as doutrinas humanas que sugerem que Jesus era um homem
glorificado, a Bíblia ensina que ele é Deus que se humilhou. Em João 6:62 ele diz: "Que será, pois, se virdes o Filho do
Homem subir para o lugar onde primeiro estava?" Paulo confirma a mesma coisa em Filipenses 2:5-8.

Assim, o Filho do Homem mostrou sua autoridade na terra (Marcos 2:10,28). Depois de sua morte e ressurreição, ele afirmou
que tinha recebido toda autoridade (Mateus 20:28; veja Lucas 22:69). Como Daniel o viu descendo nas nuvens, Jesus prometeu
vir nas nuvens em julgamento (Marcos 13:26; 14:62; etc.). Algum tempo depois da ascensão de Jesus, Estevão foi privilegiado
em ver "o Filho do Homem, em pé à destra de Deus" (Atos 7:56). Vamos obedecer ao Filho do Homem, que tem toda
autoridade.

- por Dennis Allan

É pecado julgar? 

Jesus disse: "Não julgueis, para que não sejais julgados" (Mateus 7:1). Este versículo é citado por muitas pessoas para
condenar qualquer pessoa que critica as doutrinas ou práticas religiosas de outros. Ironicamente, as pessoas que assim usam o
texto não percebem que estão julgando a outra pessoa culpada de desobedecer esta proibição! É pecado julgar? Como é que
devemos entender essas palavras de Jesus?

Jesus condena o julgamento hipócrita. Ele emprega uma imagem engraçada para ilustrar o ponto. Uma pessoa está
sofrendo por causa de um cisco no olho, quando vem a outra oferecendo tirá-lo. Só que a outra, o juiz hipócrita, tem uma viga
no olho dela! Jesus disse que temos que tirar nossas próprias vigas antes de remover os ciscos dos outros. Não devemos
condenar os probleminhas dos outros quando praticamos pecados mais graves.

Jesus condena a atitude negativa do censor. Algumas pessoas vivem para criticar, sempre procurando e destacando as
falhas dos outros. Tais pessoas convidam outros a ser críticos, também. Quando condenamos as pequenas falhas de outros, eles
terão motivo para nos condenar (considere o exemplo do servo que não perdoou o outro, Mateus 18:23-35).

Jesus não condena a avaliação dos outros. Mateus 7 mostra claramente que Jesus não está condenando a avaliação dos
outros. Temos que discernir entre o certo e o errado, e entre as pessoas que praticam as coisas de Deus e as que andam no
erro. No versículo 6, Jesus exige o julgamento de pessoas que ouvem o evangelho, e a rejeição dos "porcos" e "cães". Do
versículo 15 ao 20, ele ensina sobre o julgamento de professores pelos frutos (veja Mateus 16:6,11-12).

Paulo exige o julgamento. Não é o bastante dizer que o servo de Cristo pode julgar. O discípulo de Jesus é obrigado a julgar!
Às vezes, alguém na igreja terá que julgar outros irmãos para resolver problemas (1 Coríntios 6:1-5). Em geral, todos nós temos
que julgar todas as coisas, retendo o bem e rejeitando o mal (1 Tessalonicenses 5:21-22). Para discernir entre essas coisas, é
necessário crescer espiritualmente (Hebreus 5:12-14). As pessoas incapazes de julgar continuam como crianças, como pessoas
carnais (1 Coríntios 3:1).

O propósito do julgamento que Deus exige de nós não é para condenar ninguém ao castigo, mas para evitar o pecado e ajudar
outros, também, ficarem livres do mal.

-por Dennis Allan

Todas as coisas são lícitas?

Quatro vezes em dois versículos diferentes, Paulo disse que "todas as coisas são lícitas" (1 Coríntios 6:12; 10:23). Estas
afirmações são um prato cheio para as pessoas que querem justificar coisas que não são aprovadas por Deus. Se alguém
levantar objeção, a pessoa replica: "Mas, todas as coisas são lícitas" e pronto! Não precisa provar mais nada!

O problema com essa abordagem é que o contexto de 1 Coríntios dá outro sentido às palavras de Paulo. Quando ele respondeu
às perguntas dos coríntios, usou ironia para chamar atenção dos leitores e para destacar as idéias absurdas deles. Vejamos
alguns outros exemplos do mesmo livro antes de voltar para esses dois versículos.

Falando sobre a autoridade apostólica, ele disse em 4:9: "...parece que Deus nos pôs a nós, os apóstolos, em último
lugar" . Mas Paulo e os coríntios  sabiam que não era bem assim. Em 12:28, o mesmo autor disse: "A uns estabeleceu Deus
na igreja, primeiramente, apóstolos...."

Tratando de problemas relacionados ao amor e a liberdade, ele disse em 8:1 "reconhecemos que todos somos senhores do
saber". Será que somos mesmo? É claro que não. Paulo chamou atenção dos leitores imitando a arrogância deles. No próximo
versículo ele nega essa afirmação, dizendo: "Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu ainda como
convém saber". Em 8:7, ele disse: "...não há esse conheci-mento em todos..."  Todos nós somos senhores do saber?
Absolutamente não!

Paulo usa a mesma ironia em 6:12 quando diz: "Todas as coisas me são lícitas...." Será que não há limite na vida do cristão?
É claro que há. Ele acabou de dizer, em 6:9-10, que as pessoas que praticam pecado não herdarão o reino de Deus. Acrescenta
em 6:18 que devemos fugir da imoralidade, pois é pecado. Todas as coisas são lícitas? Absolutamente não! (veja 6:15).

Em 10:23, falando sobre carne sacrificada aos ídolos, ele diz de novo: "Todas as coisas são lícitas". Algumas pessoas
pervertem o sentido desse versículo para anular a proibição absoluta de Atos 15:20 e 29, onde o Espírito Santo proibiu o comer
carne sacrificada aos ídolos e o comer sangue. Mas, em 1 Coríntios 10:20-22, Paulo afirma que a pessoa que come carne
sacrificada aos ídolos está em comunhão com demônios, e não com Cristo! Em Apocalipse 2:14 e 20, Jesus condenou cristãos
que praticaram esse pecado. Todas as coisas são lícitas? Absolutamente não!

Continuemos debaixo da lei de Cristo (1 Coríntios 9:21).

- por Dennis Allan

O que quer dizer "encher a medida dos pecados"?

Quando Paulo escreveu à igreja de Tessalônica, ele comentou sobre as pessoas que perseguiam Jesus e seus discípulos, e disse
que estavam "enchendo sempre a medida de seus pecados" (1 Tessalonicenses 2:16). Compreendendo o sentido dessa
frase, entenderemos melhor o juízo de Deus.

Linguagem semelhante aparece algumas outras vezes na Bíblia. Em Gênesis 15, Deus prometeu que os descendentes de Abrão,
depois de servir como escravos num outro país, tomariam posse da terra de Canaã. A promessa não seria cumprida antes
"porque não se encheu ainda a medida da iniqüidade dos amorreus" (Gênesis 15:16). Deus já viu o pecado desse povo,
mas estava esperando mais alguns séculos antes de trazer o castigo contra ele. Ele sabia que a maldade do povo ultrapassaria o
limite de sua paciência. Deus é longânimo, mas não inocenta o culpado (Êxodo 34:6-7).

Quando Jesus censurou os fariseus, ele comparou a iniqüidade deles com a rebeldia dos judeus do passado. Enquanto os
fariseus se identificavam com os profetas, Jesus os comparou com os assassinos dos profetas. Ele disse: "Assim, contra vós
mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei, pois, a medida de vossos pais" (Mateus
23:31-32). No contexto, não há dúvida que Jesus está lhes advertindo sobre o juízo vindouro. Desde capítulo 21 até ao capítulo
25, ele enfrentou a hipocrisia dos líderes judeus com desafios diretos, profecias e parábolas que nitidamente atacaram os
pecados desses homens e avisaram sobre o castigo futuro. Encher a medida dos pais é a mesma coisa de continuar na rebeldia
até que chegue o julgamento.

É no mesmo sentido que Paulo falou dos perseguidores que estavam "enchendo sempre a medida de seus pecados" (1
Tessalonicenses 2:16). Deus viu o pecado deles contra Cristo, contra os cristãos e contra as pessoas do mundo que
necessitavam do evangelho, e resolveu trazer sua ira sobre esses inimigos. Em Apocalipse 6:9-11, Deus respondeu à súplica dos
mártires com a promessa de trazer a vingança depois de pouco tempo.

Os homens facilmente se enganam, achando que a demora no castigo mostra que Deus não pretende punir os pecadores. Ele é
longânimo, mas quando os homens enchem a medida dos pecados, ele os castigará (Leia 2 Pedro 3:1-18).

- por Dennis Allan

Quando Jesus entrou no Santo dos Santos no céu?

O tabernáculo feito sob a supervisão de Moisés foi uma cópia das coisas verdadeiras no céu (Hebreus 8:5; 9:23). O trabalho do
sumo sacerdote prefigurava a obra de Cristo, o qual ofereceu o único sacrifício capaz de remover pecados. Os sumo sacerdotes
levíticos entravam uma vez por ano, fazendo sacrifícios pelos próprios pecados e pelos erros do povo (Hebreus 9:7).

Jesus se tornou sacerdote e sacrifício, quando entrou no Santo dos Santos com seu próprio sangue (Hebreus 9:12). O autor de
Hebreus não deixa dúvida sobre este fato. Jesus já havia entrado no Santo dos Santos quando o livro de Hebreus foi escrito, no
primeiro século: "Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos
Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção" (Hebreus 9:12).  Podemos falar com mais precisão ainda.
Hebreus 10:12 disse que Jesus fez seu sacrifício e assentou-se à destra de Deus. Pedro afirmou, sete semanas depois da morte
de Jesus, que isso já tinha acontecido (Atos 2:32-36).

Infelizmente, há falsos mestres que negam esses fatos tão óbvios. Quando as profecias de William Miller sobre a volta de Cristo
fracassaram (ele disse que Jesus voltaria em 1843, e depois "corrigiu" seus cálculos e disse que ia acontecer em 1844), alguns
dos seus colegas alegaram que Deus revelou o que realmente aconteceu em 1844. Disseram que Jesus entrou no Santo dos
Santos, para fazer um tipo de julgamento investigativo. Entre os falsos profetas que defenderam esse erro foram Hiram Edson e
O. R. L. Crosier. Mas, a pessoa mais conhecida que adotou essa falsa doutrina foi Ellen G. White, a profetisa dos primeiros dias
do movimento adventista. Muitas das doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo Dia têm suas origens nos livros dessa falsa
profetisa. Uma vez que os ensinamentos dela claramente contradizem a Bíblia, devemos a rejeitar totalmente (Gálatas 1:6-10;
Deuteronômio 18:20-22).

Apesar das doutrinas humanas que negam a palavra de Cristo, ele continua sendo o mesmo vencedor. Ele está junto ao Pai,
onde nós aspiramos chegar: "Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto,
onde Cristo vive, assentado à direita de Deus" (Colossenses 3:1).
- por Dennis Allan

1999

O que quer dizer "vinho" na Bíblia?

Vinho, hoje em dia, é invariavelmente entendido a ser uma bebida alcoólica. Muitas pessoas pensam, automaticamente, que
qualquer "vinho" mencio-nado na Bíblia tinha um conteúdo significativo de álcool. Mas, isso não é verdade.

"Vinho" na Bíblia é o produto da uva. Freqüentemente se refere a uma bebida alcoólica semelhante a tais bebidas hoje. Em tais
casos, o vinho é descrito como causador de muito sofrimento, e como algo que conduz homens a cometer diversos pecados
vergonhosos. Deus claramente proibe o uso de tal vinho, e dá bons motivos para não bebê-lo. O uso de bebida forte pelos
sacerdotes ativos no tabernáculo foi proibido, pois eles precisavam discernir entre o certo e o errado, e tinham a
responsabilidade de ensinar a palavra de Deus ao povo (Levítico 10:8-11). Sacerdotes de hoje (cristãos 1 Pedro 2:5) têm o
mesmo motivo para abster-se totalmente de bebidas alcoólicas, exceto nos permitidos usos medicinais (1 Timóteo 5:23). Não
era para reis beberem, porque precisavam usar bom senso e juízo (Provérbios 31:4-5). A justiça continua sendo um aspecto
importante da vida de cada servo fiel ao Senhor (Filipenses 4:8). O uso de bebidas alcoólicas é geralmente condenado na Bíblia
(Provérbios 20:1; 23:29-35; Gálatas 5:21; 1 Pedro 4:3; 1 oríntios 5:11; etc.).

Mas, a palavra "vinho" é também usada na Bíblia para descrever o produto não fermentado da uva -- o que nós chamamos suco
de uva. Pode ver isso em casos onde as mães o deram aos bebês (Lamentações 2:11-12) e onde é considerado uma bênção de
Deus (por exemplo, Oséias 2:8-9). Usando a palavra "vinho" em dois sentidos, Jesus diz em Marcos 2:22 que vinho novo rompia
odres velhos (já esticados e endurecidos). A expansão de fermentação natural estourava os odres velhos.

Da mesma maneira que nossa palavra "bebida" tem que ser entendida no contexto (poderia ser água, refrigerante, suco, cerveja
ou vodca, dependendo do contexto), o sentido de "vinho" nas Escrituras tem que ser determinado pelo contexto.

Compreendendo esse fato ajudará a entender o primeiro milagre de Jesus (João 2:1-11). Nada no texto sugere que Jesus
transformou água em bebida alcoólica. No contexto de tudo que a Bíblia fala sobre bebida forte, é inimaginável que Jesus teria
feito centenas de litros de vinho alcoólico.

-por Dennis Allan

É errado ouvir música como entretenimento?

É apropriado para os cristãos proteger seus corações e mentes e evitar todas as influências corruptoras do mundo (1 Coríntios
15:32-33). Necessariamente, aquele que é convertido a Cristo precisa abandonar muitas das coisas que antes lhe davam prazer,
incluindo músicas de letras indecentes ou que encorajam rebelião contra a vontade de Deus.

Isto não significa, contudo, que não podemos ouvir nenhuma música com propósito de entretenimento. Encontramos na Bíblia
pelo menos três propósitos para a música:

Œ Louvor a Deus, oferecido no Novo Testamento como o fruto dos lábios, emanando do coração do adorador (Hebreus 13:15;
Tiago 5:13; Colossenses 3:16; Efésios 5:19; etc.). Isto é feito para agradar a Deus e deverá ser da maneira como ele instrui.

Ensinamento a outros sobre a vontade de Deus (Colossenses 3:16; Efésios 5:19). Estes versículos mostram que usamos para
ensinar sobre Deus o mesmo tipo de música que usamos para adorá-lo: canto de salmos, hinos e cânticos espirituais. Não há no
Novo Testamento autorização para o uso de instrumentos quando cantamos para louvar e ensinar sobre a vontade de Deus.

Ž  Prazer dos ouvintes. Muito antes que a música fosse mencionada em relação com adoração, já era usada para dar
entretenimento aos homens. Os instrumentos musicais estavam entre as primeiras invenções dos homens (Gênesis 4:21). A
música é freqüentemente associada com festividades (Gênesis 31:27; Lucas 15:25) e com o alívio (Samuel 16:23). O escritor de
Eclesiastes observou que Deus pretendia que o povo trabalhador tivesse algum tempo para tal prazer nesta vida (Eclesiastes
3:12-13). Não há princípio bíblico que condene ouvir música decente por entretenimento, sejam os cânticos infantis que a mãe
ensina aos filhinhos, música popular que os jovens ouvem, ou música clássica que seus pais e avôs possam apreciar.

Uma observação: Nós que somos pais precisamos cuidadosamente não provocar nossos filhos à ira quando ensinamos sobre
tais assuntos (Efésios 6:4). Devemos ensiná-los a escolher músicas decentes e puras em suas mensagens, mas não devemos
condenar a música deles meramente por preferências de estilo. Quando eu era adolescente, meu pai não gostava das músicas
que eu gostava, e que meus filhos agora chamam de antigas! Mas ele me ensinou, e eu lhes ensino, a ouvir músicas que não
corrompam os valores espirituais e morais.

-por Dennis Allan


O que é o batismo com fogo prometido por João Batista?

Todos os relatos do evangelho incluem algum comentário feito por João sobre o poder superior de Jesus (Mateus 3:11-12;
Marcos 1:7-8; Lucas 3:15-17; João 1:32-34). Os relatos de Mateus e Lucas são os mais completos, e basicamente idênticos.
"...disse João a todos: Eu, na verdade vos batizo com água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não
sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá, ele a
tem na mão, para limpar completamente a sua eira e recolher o trigo no seu celeiro; porém queimará a palha em
fogo inextinguível" (Lucas 3:16-17).

O batismo com o Espírito Santo é identificado em outras passagens. Em Atos 1:4-5, Jesus o prometeu aos apóstolos. Ele
cumpriu essa promessa em Atos 2:1-4. Outra vez, ele concedeu o batismo com o Espírito Santo à família de Cornélio (Atos
10:44-48; 11:15-17).

Mas, o que é o batismo com fogo? Alguns sugerem que o fogo se refere às "línguas, como de fogo" que pousaram sobre os
apóstolos em Atos 2:3. Mas, tal interpretação não explica adequadamente o comentário de João Batista.

No contexto imediato (Lucas 3:17; Mateus 3:12), João explica que o fogo representa castigo em fogo inextinguível. Alguns de
seus ouvintes seriam batizados com o Espírito Santo, e outros deles seriam imersos no fogo do castigo eterno.

João mencionou esses batismos principalmente para ensinar a superioridade de Jesus (veja João 3:30). João, sendo mero
homem, tinha autoridade para controlar as águas que ele usava nos batismos de milhares de judeus. Mas Jesus, sendo o Filho
de Deus, mostraria seu poder ilimitado. Ele enviaria o Espírito Santo e, também, rejeitaria algumas pessoas eternamente.

João e outros pregadores na Bíblia não falaram do inferno sem propósito. Não falaram desse assunto para assustar os ouvintes,
nem para sugerir que Jesus fosse somente severo (veja Romanos 11:22). Quando pregaram sobre o castigo eterno, eles
estavam nos ajudando a entender a importância de obediência a Cristo. Se não aceitarmos a salvação que ele oferece, teremos
o destino infeliz "em chama de fogo" (2 Tessalonicenses 1:7-8).

-por Dennis Allan

Jesus merece adoração?

Desde o nascimento de Jesus, os homens têm se dividido sobre a questão da divindade dele. Hoje, a grande maioria das pessoas
que se dizem ser cristãos adora a Jesus como um ser divino. Outros, como os Testemunhas de Jeová, negam a divindade dele e
ensinam que não devemos adorá-lo. O que a Bíblia diz?

Jesus entendeu que a adoração pertence exclusivamente a Deus. Quando tentado pelo diabo, Jesus recusou a ceder,
dizendo: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto" (Mateus 4:10).

Criaturas não merecem adoração. Paulo fala de pessoas que "mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e
servindo a criatura em lugar do Criador" (Romanos 1:25). Homens bons recusaram adoração dos outros (Atos 10:25-26;
14:11-18). Anjos, também, não podem receber adoração (Apocalipse 22:8-9).

Jesus recebeu adoração. Repetidas vezes, Jesus permitiu que os homens o adorassem (Mateus 15:25; 28:17; João 9:38;
etc.). Como podemos explicar esse fato? São três possibilidades que os homens têm sugerido: ì Alguns alegam que Jesus era
blasfemo, e aceitou louvor que ele não merecia. Essa foi a conclusão dos judeus que o mataram, mas tudo que o Pai fez para
confirmar a palavra de Jesus mostra que eles rejeitaram o Ungido de Deus (Atos 2:32-36). í Outros acreditam que Jesus era
louco, e se enganou com ilusões de divindade. Até os próprios parentes de Jesus chegaram a essa conclusão, antes de ver a
evidência convincente da veracidade das suas afir-mações (Marcos 3:21,31-35). Mas, pelas poderosas provas que ele deu, seus
irmãos se tornaram discípulos (Atos 1:14). î Todos que acreditam na Bíblia como a palavra de Deus entendem que Jesus é
divino. Sendo Deus, ele merece adoração.

Podemos tirar todas as dúvidas sobre esse assunto pelo estudo de Hebreus, capítulo 1. Esse capítulo mostra a posição exaltada
de Jesus como Herdeiro, Criador, Expressão exata do ser de Deus, Susten-tador da criação, Purificador de pecados, etc. O
capítulo afirma que Jesus é o Filho de Deus e é superior aos anjos. Neste contexto, o Pai ordenou que os anjos adorassem o
Filho (Hebreus 1:6). Até as mais antigas edições das Escrituras publicadas pelos Testemunhas de Jeová refletem o sentido
correto desta ordem: "Mas, ao trazer novamente o seu Primo-gênito à terra habitada, ele diz: ‘E todos os anjos de Deus o
adorem.’" (Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, Edição Brasileira, 1967).

Qualquer pessoa que recusa adorar a Jesus desobedece o Pai.

-por Dennis Allan

O que é um "diácono"?
A palavra "diácono" vem de uma palavra grega (diakonos) que é encontrada algumas 30 vezes no Novo Testamento. Palavras
semelhantes são diakonia (ministério ou diaconato) e diakoneo (servir ou ministrar). "Diácono" quer dizer "atendente" ou
"servente". A mesma palavra descreve escravos, empregados e obreiros voluntários. A ênfase não está na posição da pessoa,
mas no servo em relação ao seu trabalho.

Os diáconos, ou servos, na Bíblia incluem servos domésticos (João 2:5,9), e governantes (Romanos 13:4), mas os usos mais
comuns são de servos de Cristo e da igreja. Jesus usou a palavra para descrever seus discípulos, um em relação aos outros
(Mateus 23:11), e Paulo usou a mesma palavra freqüentemente para descrever evangelistas ou pregadores da palavra (1
Coríntios 3:5; Efésios 6:21; etc.). Estes termos, nos usos gerais, descrevem tanto homens como mulheres (veja Lucas 10:40;
Romanos 16:1). Todos os cristãos devem servir uns aos outros (1 Pedro 4:10).

A palavra "diácono" é empregada num sentido específico em 1 Timóteo 3:8, onde Paulo começa a lista de qualificações de alguns
servos especiais escolhidos na igreja. É claro que ele não está falando sobre servos no sentido geral (todos os cristãos), porque
as qualificações definem um grupo limitado de homens. Veja as qualificações desses servos:

"Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a
muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também
sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma
sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa. Pois os que desempenharem
bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus" (1 Timóteo
3:8-13).

1 Timóteo 3:1-13 e Filipenses 1:1 mostram que esses servos são distintos dos bispos ou presbíteros. Eles servem sob a
supervisão e direção dos presbíteros, auxiliando em diversos aspectos do trabalho da igreja. Em Atos 6:1-7, achamos um
exemplo de homens escolhidos para servir na igreja, neste caso sob a supervisão dos apóstolos.

Cada discípulo de Cristo foi feito para servir!

-por Dennis Allan

O batismo é obra de justiça?

Apesar do fato que Jesus disse que o batismo é necessário para a salvação (Marcos 16:16), e que os apóstolos e outros cristãos
primitivos ensinaram que o batismo é essencial para remissão dos pecados (Atos 2:38; 22:16; 1 Pedro 3:21), muitas pessoas
hoje negam sua necessidade. Um dos argumentos mais fortes contra a necessidade do batismo é a afirmação que ele é obra de
justiça e, por isso, não pode contribuir à nossa salvação. Efésios 2:8-9 diz que a salvação vem pela graça, mediante a fé, e não
de obras.

Mas o batismo não é o tipo de obra sob consideração nesse trecho. As obras do versículo 9 não são obras de graça (as obras de
Deus para efetuar a nossa salvação), nem obras de fé (a resposta do homem à graça de Deus). Esse fato fica bem claro quando
consideramos o contexto de Efésios 2 e várias outras passagens.

Efésios 2:8 contém duas palavras chaves. A graça inclui tudo que Deus faz para nossa salvação. Inclui a revelação da palavra, a
vida perfeita de Jesus, a morte e ressurreição dele, etc. A fé inclui tudo que o homem faz para receber o dom da salvação (fé,
arrependimento, batismo, etc.). Mesmo depois do batismo, continuamos mostrando nossa fé pelas "boas obras" que Deus
preparou (versículo 10).

A fé viva sempre é ativa e obediente. Estude bem o ensinamento de Tiago 2:14-26. O maior exemplo de fé do Velho
Testamento, Abraão, foi justificado pela fé obediente e operante. Só confessando a sua fé sem seguir as ordens de Deus não era
suficiente. Ele tinha que obedecer a Deus, e nós temos que imitar o exemplo de sua fé.

A fé é descrita como obra (João 6:29). O lavar regenerador não é obra de justiça, mas um simples ato de obediência que Deus
mandou para nosso perdão (Tito 3:5; Efésios 5:26; Atos 22:16). A eficácia do batismo não está na obra do homem, mas no
poder de Deus. Colossenses 2:12 deixa bem claro que o batismo tem valor porque é o meio que Deus usa para remover o nosso
pecado: "Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante
a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos."

As doutrinas modernas que negam a necessidade do batismo não são bíblicas.

-por Dennis Allan

O que quer dizer "piedade" no Novo Testamento?

As palavras piedade, piedoso(a) e piedosamente são encontradas mais de 40 vezes no Novo Testamento (RA2), e
freqüentemente são mal-entendidas. A nossa palavra "piedade" vem do Latim, e tem dois sentidos: "1. Amor e respeito às
coisas religiosas; religiosidade; devoção. 2. Pena dos males alheios; compaixão, dó, comiseração" (Novo Dicionário Aurélio, 2ª
ed.). Na linguagem popular, e muitas vezes no Antigo Testamento, a palavra tem o segundo sentido e traz a idéia de compaixão.
Mas, no Novo Testamento, o sentido normalmente é o primeiro, ou seja, devoção a Deus ou respeito às coisas religiosas.

Quando você encontra a palavra "piedade" ou "piedoso" na leitura do Novo Testamento, pense primeiro no sentido de devoção a
Deus (temente a Deus) ou às coisas religiosas, e na santidade. Na maioria dos casos, essas definições vão comunicar melhor o
sentido do original. Vamos ver alguns exemplos:

1 Timóteo 2:10 fala sobre "mulheres que professam ser piedosas". A palavra grega aqui é theosebeia, que obviamente
inclui Deus (theos) como o objeto da devoção. João 9:31 usa uma forma da mesma palavra, onde é traduzido "teme a Deus".

Outras palavras gregas são traduzidas como piedade, piedoso e piedosamente, especialmente a palavra eusebeia e outras da
mesma família. O sentido principal destas palavras é louvor, reverência ou devoção.

Veja como este entendimento esclarece alguns versículos. 2 Timóteo 3:12 diz que "Ora, todos quantos querem viver
piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos." O sentido de mostrar compaixão para com outras pessoas não se
encaixa aqui (seremos perseguidos por mostrar compaixão?). Antes, os que demonstram reverência a Deus serão oprimidos. 1
Timóteo 3:16 diz que "grande é o mistério da piedade", mas o versículo não fala de sentir dó para os outros. Fala, sim, dos
motivos que temos para adorar a Jesus.

Enquanto os presbíteros devem mostrar compaixão e hospitalidade, a palavra "piedoso" (gr. hosios) em Tito 1:8 quer dizer
santo, puro e devoto a Deus.

A nossa palavra "piedade" descreve os dois grandes mandamentos (Mateus 22:37-40), mas o sentido mais comum no Novo
Testamento enfatiza o primeiro, "Amar a Deus". Vamos nos esforçar para ser verdadeiramente piedosos.

- por Dennis Allan

Quem são os "guias" de Hebreus 13?

Hebreus 13 menciona, três vezes, os "guias" (versículos 7,17,24, RA2). A palavra usada aqui (gr., hegéomai) descreve pessoas
que conduzem os cristãos. Algumas traduções trazem "líderes" (veja, por exemplo, BLH e NVI). A mesma palavra grega é usada
em outros lugares para descrever governadores (Mateus 2:6 e Atos 7:10).

Quem são estes guias ou líderes entre os discípulos de Jesus, e que tipo de liderança é praticada por eles? Hebreus 13:7 fala de
guias que já haviam falecido. Este versículo pode incluir os apóstolos, que guiaram a igreja nos primeiros anos (veja Hebreus
2:3; Filipenses 3:17 e os primeiros capítulos de Atos). Hebreus 13:17 e 24 falam de guias ou líderes vivos, e assim inclui os
presbíteros ou bispos, que foram escolhidos para pastorear as igrejas locais (veja Atos 14:23; 15:6,22; 20:17,28; Filipenses
1:1; 1 Timóteo 3:1-7; 5:17-19; Tito 1:5-9 e 1 Pedro 5:1-3). São as únicas pessoas na igreja hoje que têm alguma função de
governar (1 Timóteo 3:4-5).

No mundo religioso atual, há muitos abusos nesta área de "liderança" nas igrejas. Algumas pessoas vão ao extremo de negar
que "líderes" existem. Mas, como já observamos, os guias são um tipo de governador ou líder. O problema não está na palavra,
mas nas idéias erradas sobre o papel destes pastores ou guias. Algumas observações podem nos ajudar:

ŒOs líderes no reino de Cristo são servos, não dominadores (Lucas 22:26; 1 Pedro 5:3).

Os pastores alimentam o rebanho pelo ensinamento da palavra de Deus. O homem que não sabe ensinar não pode ser
presbítero (1 Timóteo 3:2; Tito 1:9-11).

Ž Estes guias lideram pelo exemplo de uma vida reta, e somente na congregação local (Hebreus 13:7; 1 Pedro 5:3).

O relacionamento dos pastores com as ovelhas é comparado ao de pai e filhos (1 Timóteo 3:4-5). Assim entendemos que os
bispos vigiam (Hebreus 13:17) e dis-ciplinam (1 Timóteo 3:4), e que os outros cristãos lhes dão honra, respeito e sub-missão (1
Timóteo 5:17; Hebreus 13:17). A responsabilidade de ser "submissos" em Hebreus 13:17 descreve a disposição do cristão a ser
convencido pelo ensinamento dos guias. Não devemos seguí-los cegamente, mas também não devemos mostrar uma atitude de
rebeldia em relação aos nossos presbíteros.

Homens que pastoream bem são bênçãos de Deus, encarregados com uma enorme responsabilidade (Efésios 4:11-16).

-por Dennis Allan

Por que não deve ter muitos mestres?

Tiago 3:1 diz: "Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior
juízo."
Mas, em outro lugar, as pessoas que não se desenvolviam como professores foram criticadas: "Pois, com efeito, quando
devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de
novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e
não de alimento sólido" (Hebreus 5:12).

Devemos ensinar a palavra de Deus, ou não? Para entender esses trechos, temos que considerar os motivos das advertências
nos seus contextos.

Tiago estava combatendo o orgulho de pessoas despreparadas que se achavam sábias e queriam ensinar por motivos egoístas.
Através do livro dele, percebemos os problemas de pessoas cheias de vanglória que davam mais importância à posição social do
que à humildade, serviço e dedicação espiritual (1:9-11, 19-27; 2:1-26). Houve, entre os leitores da carta de Tiago, pessoas
contenciosas que queriam se destacar acima dos outros irmãos. E, principalmente, alguns desses "mestres" não dominavam a
própria língua (3:2-12) e não ensinavam a verdadeira sabedoria divina (3:13-18). Uma pessoa que ainda não sabe controlar a
língua, e que não está cheia da sabedoria de Deus, nunca deve ser usada como professor da palavra do Senhor. Tal pessoa vai
tropeçar na palavra e viver na hipocrisia.

Mas o autor de Hebreus fala de outra situação. Alguns dos leitores da epístola dele eram preguiçosos. Não desejavam
ardentemente a justiça de Deus. Não se esforçavam para crescer no entendimento da palavra do Senhor. O autor lhes avisou
que cairiam facilmente no pecado por falta de maturidade e discernimento espiritual. Qualquer pessoa que acha que já sabe o
bastante e não precisa aprender mais já está desviando do caminho de Deus.

Devemos ensinar, ou não? É claro que um dos grandes privilégios do cristão é compartilhar a sua fé com outros. Mas, a palavra
do professor tem que concordar com o exemplo de sua vida. Qualquer pessoa que quer divulgar o evangelho de Jesus deve ler
repetidamente as cartas de Paulo a Timóteo e Tito. É impressionante que estas cartas não falam nada de preparação formal em
seminários ou cursos teológicos, mas falam muito sobre a auto-disciplina e a vida exemplar de pessoas dedicadas ao Senhor.

por Dennis Allan

A mulher cristã pode usar jóias?

Paulo disse: "Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso, não com
cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às
mulheres que professam ser piedosas)" (1 Timóteo 2:9-10).
 
Pedro acrescentou: "Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro,
aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso
e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora,
as santas mulheres que esperavam em Deus" (1 Pedro 3:3-5).

Algumas igrejas, citando esses versículos, proíbem o uso de jóias. Outras defendem tal prática, mas sem explicar biblicamente
como justificar seu uso. Se esses versículos proíbem o uso de jóias, nenhuma cristã deve usá-las. Se a mulher as usar, ela deve
saber como explicar as instruções reveladas por Paulo e Pedro.

Para entender essas passagens, temos que, primeiro, examinar a gramática. Ambas usam uma construção de contraste que
serve para enfatizar que uma coisa é importante e a outra de menos valor. Observe que eles dizem que a mulher não deve
praticar uma coisa, mas (ou porém) deve agir de outra maneira. Esta construção é usada, às vezes, para definir prioridades, e
não para impor uma proibição absoluta. Considere um outro exemplo claro: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas
pela que subsiste para a vida eterna" (João 6:27). Aqui, sabemos que ele não está proibindo o trabalho para se sustentar.
De fato, tal trabalho é exigido pelo Senhor (2 Tessalonicenses 3:10,12; Efésios 4:28). É questão de prioridade, não de proibição.

O segundo passo para entender as instruções de Paulo e Pedro é examinar o resto do argumento no contexto. Os dois citam
mulheres do Velho Testamento como exemplos. Quando estudamos as práticas de tais mulheres santas, aprendemos que o uso
de jóias e boas roupas era uma coisa comum (veja Gênesis 24:22,30,53; Isaías 61:10; Provérbios 1:9; 31:22).

Mas, o uso de jóias ou de roupas finas não é o ponto principal na vida de nenhuma delas. Eram conhecidas como mulheres
santas por causa do caráter espiritual e o espírito submisso e humilde. Uma mulher dessas nunca usaria jóias excessivas, nem
usaria uma roupa que mostra o corpo de uma maneira sensual. Por quê? Porque ela é santa!

por Dennis Allan

Como podemos evitar associação com os que 


abandonam Cristo?

1 Coríntios 5:1-13 e 2 Tessalonicenses 3:6-15 ensinam que os servos de Deus têm que se afastar de irmãos que voltam ao
pecado. Nesses trechos, Paulo não está falando sobre alguém que sofre de alguma fraqueza temporária, nem de alguém que
tropeça e se arrepende (veja Tiago 5:13-20; Gálatas 6:1-2). Os pecadores nas igrejas dos coríntios e tessalonicenses estavam
andando no pecado, e ameaçavam a pureza do corpo.

Paulo transmitiu para eles a ordem do Senhor para que não se associássem com os malfeitores que andavam
desordenadamente. A palavra grega traduzida "associar" aparece apenas três vezes no Novo Testamento, todas elas nesses dois
trechos (1 Coríntios 5:9,11 e 2 Tessalonicenses 3:14). A ordem de Deus nestes versículos proíbe associação dos cristãos fiéis
com os desobedientes que foram expulsos por causa do pecado.

A palavra traduzida associar (sunanamignumi) vem de três palavras gregas: sun (com ou junto), ana (entrar no meio, estar no
meio, no meio ou entre), e mignumi (misturar, mesclar ou juntar). O sentido, então, é de entrar no meio ou estar junto com
a(s) pessoa(s) expulsa(s). Deus proíbe associação com essas pessoas, até o ponto de não comer com elas.
Algumas pessoas, procurando evitar a rigidez deste mandamento, sugerem que comer em 1 Coríntios 5:11 se refere à Ceia do
Senhor, e assim sugerem que a proibição é de ter comunhão espiritual com a pessoa, e mais nada. Mas, o próprio contexto
mostra que o sentido é outro. Paulo expressamente permite associação com os impuros do mundo (versículo 9-10). Nós não
temos comunhão espiritual com as pessoas do mundo, mas podemos dividir uma refeição comum com elas. Mas, tal associação
com os impuros que dizem ser irmãos é expressamente vedada.

Outros procuram ser mais rígidos do que o próprio Deus, maltratando a pessoa expulsa e recusando qualquer conversa com ela.
2 Tessalonicenses 3:15 diz que não podemos tratá-la como inimigo, mas que devemos admoestá-la como irmão. Nossa conversa
com esta pessoa será limitada ao assunto essencial: a necessidade urgente de seu arrependimento. Ela precisa do perdão divino,
e precisa se reconciliar com a família de Deus.

A alma daquela pessoa que desviou é tão preciosa que Jesus sacrificou sua vida. Se necessário, vamos sacrificar nossa
associação com ela, tentando resgatá-la.

por Dennis Allan

Qual foi o propósito dos milagres na Bíblia?

Muitas pessoas hoje estão procurando milagres por motivos egoístas. Querem curas físicas, mas não se preocupam com a saúde
espiritual. Querem prosperidade, mas não buscam as riquezas eternas. Igrejas que enfatizam milagres e negligenciam a
pregação da palavra de Deus estão alimentando tais apetites. Jesus fortemente condenou atitudes iguais (João 6:26).

Por que Jesus e outros servos de Deus realizaram milagres? O movimento pentecostal, que pegou fogo desde o início do século
XX, tem dado grande ênfase às experiências de manifestações do Espírito Santo de uma maneira que os ensinamentos bíblicos
são freqüentemente esquecidos. Considere as afirmações bíblicas sobre o propósito dos milagres que Jesus e outros realizaram.

1. Os milagres provaram a fonte da mensagem. Quando Deus enviou Moisés ao Egito, ele lhe deu sinais milagrosos para
provar que sua mensagem era realmente divina (Êxodo 4:1-17).

2. Os milagres de Jesus provaram seu poder para perdoar pecados. Estude o relato de Marcos 2:1-12, observando
especialmente as palavras de Jesus nos versículos 10 e 11: "Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a
terra autoridade para perdoar pecados - disse ao paralítico: Eu te mando: Levanta-te, toma o teu leito e vai para
tua casa."

3. O povo entendeu que os sinais introduziram uma nova doutrina. As pessoas em Cafarnaum perguntaram: "Que vem a
ser isto? Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe obedecem!" (Marcos 1:27).

4. O Espírito Santo deu poderes miraculosos aos apóstolos para confirmar a palavra que eles pregaram (Marcos 16:20). Paulo
descreveu esses sinais como "as credenciais do apostolado" (2 Coríntios 12:12).

5. Alguns anos depois, o autor de Hebreus falou que a palavra dos apóstolos foi confirmada junto com o testemunho de
"sinais, prodígios e vários milagres" (Hebreus 2:3-4).
A palavra foi revelada, confirmada, e entregue aos santos uma vez por todas (Judas 3). Já recebemos, nas Escrituras, tudo que
precisamos para servir ao Senhor (2 Pedro 1:3-4; 2 Timóteo 3:16-17).

Algumas pessoas vão continuar pedindo sinais, como os incrédulos do primeiro século. Mas nós devemos estar contentes em
pregar "Cristo crucificado" (1 Coríntios 1:22-23).

Spor Dennis Allan

1998

Os presbíteros podem curar todas as doenças?

Tiago 5:14-15 diz: "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele,
ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver
cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados." Muitas vezes essas passagens são usadas para sugerir curas garantidas de
doenças físicas. Consideremos as seguintes questões para ver se essa é a interpretação correta.
Œ Que tipo de doença? A palavra "doente" em 5:14 pode referir-se tanto a doença espiritual como a física. Para nos ajudar a
saber qual é a tencionada, precisamos olhar para 5:15. A palavra "enfermo" vem de uma palavra grega que é usada duas outras
vezes no Novo Testamento. Em ambos os casos (Hebreus 12:3 e Apocalipse 2:3) ela se refere a fraquezas espirituais. Parece
que Tiago está falando aqui de doenças espirituais e não físicas. Isso também faz sentido quando ele fala de pecado no mesmo
versículo.

Qual é o papel dos presbíteros? Cada passagem no Novo Testamento que descreve o trabalho dos presbíteros fala de seu
papel no ensinamento, condução, proteção e alimentação do rebanho de Deus num sentido espiritual. Seu papel principal nunca
é definido como tratar ou curar aqueles que estão fisicamente doentes.

Ž  Os milagres eram para curar os crentes? Milagres de curas no primeiro século (d.C.) foram usados para criar fé em
descrentes (Marcos 16:20; Atos 8:6-7; Hebreus 2:3-4). Eles não foram usados para curar o espinho na carne de Paulo (2
Coríntios 12:7-10). Paulo, aparentemente, não usou poderes miraculosos para curar Epafrodito quando ele estava gravemente
doente (Filipenses 2:25-30). Parece que Deus não pretendeu que os milagres do primeiro século fossem para preservar a
perfeita saúde de seus seguidores, mas para persuadir os pecadores.

Qual o significado de ungir com óleo? No Velho Testamento, reis, sacerdotes, e, algumas vezes, profetas, eram ungidos
com óleo para mostrar que eram escolhidos e abençoados, de forma especial, por Deus. A unção é associada uma vez no Novo
Testamento com curas milagrosas (Marcos 6:13), e, outras vezes, com bênçãos espirituais recebidas de Deus (2 Coríntios 1:21-
22; 1 João 2:27). Em Tiago 5:14, ela, provavelmente, se refere, simbolicamente, às bênçãos espirituais de Deus que o
ensinamento e o encorajamento dos presbíteros levam àquele que está espiritualmente fraco.

O que aprendemos com isso? Aprendemos que aqueles que estão espiritualmente fracos devem chamar os presbíteros da
congregação para ajudá-los a se recuperarem.

-por Dennis Allan

Como podemos fazer tudo em nome do Senhor Jesus?

Em Colossenses 3:17, Paulo diz: "E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor
Jesus, dando por ele graças a Deus Pai." Esse versículo ensina um princípio importantíssimo: devemos sempre agir de
acordo com a autorização de Jesus.

Mas, muitas pessoas usam o nome de Jesus livremente, como se fosse uma palavra mágica. Pensam elas que a simples
invocação do nome de Cristo garante os resultados que querem. Gritam o nome de Jesus para expulsar demônios, enquanto
ensinam doutrinas que negam a palavra dele. Colocam o nome de Jesus em suas "grandes obras", eventos sociais e festas
musicais, mas não praticam as coisas que ele ensina. Não honramos o Senhor usando seu nome para descrever coisas que ele
nunca autorizou. Exemplos bíblicos mostram que tal abuso do nome do Senhor não é a vontade de Deus.

Os sete filhos de Ceva aprenderam essa lição de um modo dramático (Atos 19:13-17). Outras pessoas, até hoje, continuam
usando o nome de Jesus de maneira errada e serão surpreendidas no juízo final.

"Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que
está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em
teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi
explicita-mente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade" (Mateus 7:21-23).

Uma ilustração do dia-a-dia nos ajuda a entender um outro abuso do nome de Jesus. Imagine que alguém vai ao banco para
sacar dinheiro da minha conta. "Em nome do Dennis, eu peço esse dinheiro", ele fala. O funcionário do banco pedirá autorização,
por escrito, com a minha assinatura (cheque assinado, ou talvez uma carta em três vias autenticadas no cartório). "Ele não
mandou nada disso," a pessoa continua, "mas eu sei que o Dennis vai ficar contente com este saque." Espere aí! O funcionário
vai recusar o pedido, porque não tem prova que esta pessoa está agindo em meu nome. Ainda bem!

Mas muitas igrejas estão usando o nome de Jesus para descrever atividades e obras que ele nunca autorizou. Nós, como servos
do Senhor, temos todo motivo para perguntar: "Onde está a autorização de Jesus para fazer tal coisa?" Muitos respondem: "Ele
não a mandou, mas eu sei que Jesus vai ficar contente com esta obra." Espere aí! Devemos rejeitar a atividade. Vem do
homem, não do Senhor.

Mostramos amor e respeito pelo Senhor quando respeitamos a palavra dele (1 Coríntios 4:6; 2 João 9).

-por Dennis Allan

O que Jesus quis dizer quando disse para não dar 


"aos cães o que é santo"?

Em Mateus 7:6, Jesus disse: "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que
não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem."
As interpretações desse versículo variam e, algumas vezes, são completa-mente estranhas ao seu contexto. Alguns o aplicam
literalmente, dizendo que é pecado dar as sobras da mesa (já abençoadas através da oração) ao cão doméstico. Mas mesmo
uma leitura superficial do contex-to, a qual é a mensagem mais espiritual já transmitida ao homem, mostra que Jesus não está
se referindo aqui a cães de estimação ou porcos. Sua mensagem é claramente espiritual.

Jesus usa animais aqui, como em outros lugares, para representar as caracte-rísticas espirituais de certas pessoas. Do mesmo
modo, ele chamou Herodes de "essa raposa" (Lucas 13:32) e os fariseus de "serpentes, raça de víboras" (Mateus 23:33). Seus
seguidores freqüentemente foram chamados de ovelhas (João 10:27).

No Velho Testamento, aos sacerdotes era permitido comer de certos sacrifícios oferecidos ao Senhor (Êxodo 29:33; Leví-tico
2:3). Seria impensável para eles jogarem essa comida sagrada para algum cão vadio. O cão não seria capaz de apreciar o valor
disso. Semelhantemente, um porco jamais pode apreciar a beleza e o valor de uma pérola rara.

Há cães espirituais neste mundo, ou seja, pessoas que simplesmente não apre-ciam o valor das coisas espirituais. Jesus está
dizendo que não se deve forçar o evangelho sobre tais pessoas. Por mais que queiramos guiar uma pessoa ao Senhor, não
podemos obrigar ninguém a obedecer a Deus.

Jesus usou uma linguagem mais clara para falar do mesmo assunto quando enviou os apóstolos para pregar: "Se alguém não
vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés"
(Mateus 10:14).

Hoje em dia, precisamos fazer a mesma coisa quando ensinamos o evangelho. Àqueles que estão famintos e sedentos de justiça,
devemos dar todas as oportunidades para aprenderem a vontade de Deus. Mas aqueles que já mostraram sua falta de interesse
nas coisas espirituais não devem e não podem ser forçados a obedecer. Admoestações constantes, não importa se bem
intencionadas, não transformarão um cão num cordeiro.

Precisamos ser cuidadosos aqui. Os apóstolos podiam discernir a atitude de uma pessoa somente depois de ter tentado ensiná-
la. Não devemos desistir de ensinar alguém antes de lhe dar uma oportunidade para ouvir o evangelho. Somente Deus sabe o
que realmente está no coração!

-por Dennis Allan

Até que ponto vai a supervisão dos pastores?

No Novo Testamento, homens com qualificações especiais reveladas pelo Senhor (veja 1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9) foram
selecionados para supervisionar e cuidar dos seus irmãos. Estes homens foram chamados presbíteros ou bispos, e sua função
era pastorear o rebanho de Deus (Atos 20:17,28; 1 Pedro 5:1-3). Pelo seu exemplo e ensinamento, eles eram encarregados da
responsabilidade de guiar o rebanho no serviço do Senhor (Hebreus 13:7,17).

Tais homens eram selecionados nas igrejas locais (Atos 14:23; Filipenses 1:1). Observe que nunca lemos no Novo Testamento
sobre um só homem pastoreando uma igreja; havia sempre mais de um (Atos 20:17; Filipenses 1:1). O propósito de Deus não
era dar alguma posição de poder a algum homem, mas colocar bons homens na posição de olhar por seus irmãos.

Esses homens tinham que supervisionar o rebanho onde estavam (1 Pedro 5:2). Não há a mais leve sugestão de bispos nas
igrejas primitivas tentando supervisionar ou comandar o trabalho de outras igrejas. Tais termos como igrejas matrizes, igrejas
filiais, igrejas patroci-nadoras e igrejas de missões são invenções humanas sem qualquer base bíblica. Quando pastores de uma
igreja procuram supervisionar seus irmãos de outras congregações, eles estão indo além das instruções do Senhor. Ninguém,
especial-mente aqueles que guiam o povo de Deus, deve exceder o que Deus determinou (1 Coríntios 4:6; Colossenses 3:17).

Isto não significa que um bispo de uma igreja local não possa ensinar irmãos em outros lugares. Pedro serviu como presbítero
no tempo em que ele escreveu sua primeira carta (1 Pedro 5:1). Presbíteros, como qualquer outro cristão, podem ensinar qual-
quer um, em qualquer lugar, a qualquer tempo. Mas os bispos não têm direito de pastorear mais do que o rebanho local no qual
servem.

Hoje em dia, os sistemas de organização em muitas denominações são invenções humanas não autorizadas por Deus. Deus não
ordenou hierarquias poderosas, direção centralizada ou bispos regionais. Ele autorizou grupos de homens qualificados a
pastorear as congregações locais. Que possamos ter confiança no Senhor e seguir seu plano.

-por Dennis Allan

O Que Quer Dizer "Escrituras"?

As palavras "escritura" e "escrituras" são usadas freqüentemente no Novo Testamento para descrever os livros inspirados por
Deus. Paulo fala da importância destes livros em 2 Timóteo 3:16-17 S "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o
ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito
e perfeitamente habilitado para toda boa obra." Jesus não excluiu nenhuma parte do Velho Testamento quando ele falou
sobre as Escrituras. Não somente os livros de Moisés, mas também os Salmos e Profetas foram considerados Escrituras (Lucas
24:27,44,45). Ele afirmou que os judeus erraram por causa da ignorância das Escrituras (Mateus 22:29).

As Escrituras do Antigo Testamento foram importantes, mas as palavras de Jesus e seus mensageiros são mais importantes
ainda: "Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu
justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada
inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram" (Hebreus 2:2-3). Não somente os livros do
Antigo Testamento, mas também os do Novo são inspirados por Deus e considerados "Escrituras". Pedro especificamente
classificou as cartas de Paulo entre as Escrituras (2 Pedro 3:16).

O fato de que todos os livros da Bíblia são inspirados não quer dizer que todos têm a mesma função. Gênesis 6 é inspirado por
Deus, mas ninguém hoje tem obrigação de fazer uma arca como Noé a fez. Da mesma forma, a lei que Deus revelou ao povo de
Israel não está mais em vigor. Ninguém hoje é sujeito a ela (Gálatas 3:24-25; Romanos 7:6). Jonas é um livro inspirado, mas
não somos obrigados ir para Nínive para pregar. De tais exemplos, aprendemos muito sobre a fé, a obediência, a natu-reza de
Deus, etc. Mas nosso serviço hoje deve ser de acordo com a palavra de Cristo. Os livros do Novo Testamento mostram como
Jesus andou (João 20: 30-31; Atos 1:1-2) e como nós devemos lhe seguir (1 Coríntios 11:1). Nossa fé se baseia nas palavras
daqueles que acompanharam Jesus (João 17:18-20).

Somos incrivelmente abençoados. Temos acesso fácil às palavras que vêm do Deus verdadeiro, o Criador e Sustentador do
universo. Conheçamos as Escrituras!

- por Dennis Allan

Será que a história de Jonas aconteceu mesmo?

O livro de Jonas tem sido explicado freqüentemente como uma fábula fascinante, contendo uma lição importante. Muitas
pessoas não acreditam que realmente tenha acontecido.  Um argumento comum é que nenhuma criatura marinha existente
poderia engolir um homem e mantê-lo vivo em sua barriga durante três dias.

O fato que não podemos explicar um evento bíblico não é motivo suficiente para descartá-lo como historicamente incorreto. A
história inteira é apresentada no estilo de  narrativa de um fato. Jonas foi conhecido como uma pessoa histórica real na época
em que Jeroboão II reinou em Israel (2 Reis 14:25).

O testemunho mais significativo, porém, sobre a veracidade de Jonas vem de Jesus Cristo. Jesus usou o sinal de Jonas para
predizer sua própria ressurreição (Mateus 12:38-42). Ele também disse que Jonas vivo foi um sinal que fez os ninivitas crerem
(Lucas 11:29-30), semelhante ao sinal que Jesus ofereceu quando ressurgiu dos mortos. Este comentário nos ajuda a entender
por que a pregação de Jonas teve tanto sucesso. Em poucos dias, ele converteu a cidade de Nínive inteira. Numa única geração,
as testemunhas oculares do Cristo ressuscitado convenceram milhares de pessoas, através do mundo, que Jesus é, de fato, o
Filho de Deus (Colossenses 1:23; 1 Timóteo 3:16).

A questão da confiabilidade do livro de Jonas toca num assunto maior. Muitas pessoas são ágeis em rejeitar coisas que não
podem explicar racionalmente. Pessoas que se acham modernas e inteligentes demais para acreditar em tais milagres da Bíblia
como a criação do mundo e a ressurreição de Cristo reduzem as Escrituras a um livro de orientação moral ambígua e diluída.
Mas se não reconhecermos o poder ilimitado daquele que nos fala na Bíblia, não teremos fé em seu poder para salvar e nenhum
motivo para obedecer sua palavra. A conclusão simples: se Jonas não foi engolido por um grande peixe, então Jesus não
ressurgiu dos mortos. Se Jesus não ressurgiu, não temos esperança de salvação (1 Coríntios 15:17).

O fato é que Deus criou o mundo, criou o mar, criou Jonas, criou uma criatura marinha capaz de engoli-lo, preservou sua vida,
poupou a cidade de Nínive, enviou Jesus para nos salvar, ressuscitou-o dos mortos e nos ofereceu a esperança de vida eterna
em Cristo. Louvemos a Deus!

-por Dennis Allan

Na cruz Jesus gritou:


"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
Por quê?

O grito de Jesus em Mateus 27:46 desafia todo o estudante da Bíblia. Há várias interpretações para o texto, e devemos ser
cuidadosos para não sermos dogmáticos sobre nosso entendimento de tais textos difíceis. Ao mesmo tempo, o desafio de
entender tais versículos freqüentemente nos ajuda a apreciar mais plenamente a grandeza do amor e da graça de Deus. Este
versículo não é exceção.

As palavras de Jesus são tiradas diretamente do Salmo 22:1, escrito cerca de 1000 anos antes da morte de Cristo. A maior parte
deste salmo é uma profecia do sofrimento que Jesus suportou na cruz, e é citada repetidamente no evangelho, nas narrações da
crucificação. O versículo inicial nos lembra que o maior sofrimento que Cristo suportou não foi a dor física da cruel cruz, mas a
agonia emocional de morrer só.

Para compreender melhor este conceito, ajuda partir de Gênesis 2:17, onde Deus por primeiro anunciou que o pecado resulta
em morte. Ele advertiu que a desobediência a sua lei traria a morte, a morte imediata! Quando continuamos a estudar Gênesis,
percebemos que o Senhor não estava contemplando a morte física. Adão e Eva pecaram, mas a vida física do primeiro homem
continuou por mais de nove séculos. Fisicamente, ele não morreu naquele dia. Mas ele e sua esposa foram separados de Deus
expulsos do jardim naquele mesmo dia.

Mais tarde aprendemos que a morte é uma separação. A morte física é a separação do espírito do corpo (Eclesiastes 12:7; Tiago
2:26). A morte espiritual é a separação do homem de Deus, que acontece por causa do pecado (Isaías 59:1-2; Efésios 2:1,12).
O salário do pecado do primeiro casal foi sua separação de Deus. Sofremos a mesma conseqüência hoje: "O salário do pecado
é a morte" (Romanos 6:23).

Jesus veio para pagar o preço por nossos pecados. Ele morreu em nosso lugar. Sua exclamação em Mateus 27:46 parece
mostrar que a verdadeira tortura de seu sacrifício vai além da dor física. Por causa de nosso pecado, ele sofreu separação de seu
Pai. Ele morreu.

Neste ponto, precisamos ser cuidadosos para não irmos além do que foi revelado. Podemos ser tentados a procurar explicar
exatamente como ele foi separado, ou por quanto tempo. Mas Deus não disse, por isso não devemos desenvolver teorias
especulativas sobre o que ele não disse. Contentemo-nos em ser gratos pelo grande amor que levou Jesus a sofrer em nosso
lugar.

-por Dennis Allan

Quem são os 144.000 do livro de Apocalipse?

Os 144.000 servos que Deus selou em Apocalipse 7:1-8 e que são mencionados novamente em 14:1-5 têm sido assunto de
muita controvérsia e especulação. Alguns têm usado descuidadosamente estes textos para "provar" um número exato de
pessoas que estarão no céu. Uma leitura cuidadosa do contexto e do livro inteiro de Apocalipse mostra que isto não é um
número literal daqueles que irão para o céu.

O livro de Apocalipse usa linguagem simbólica para descrever a grande vitória do povo de Deus sobre os inimigos que o
perseguiram. Neste livro, candelabros representam igrejas (1:20), estrelas algumas vezes simbolizam anjos (1:20), Jesus é
pintado como um leão e um cordeiro (5:5-6), Satanás é um dragão e uma serpente (12:3,9), uma cidade perversa é descrita
como uma prostituta (17:1-6), reis são representados como cabeças de horríveis bestas ou chifres (17:9,12). Há muitos outros
exemplos; estes, porém, são suficientes para mostrar a linguagem altamente simbólica do livro.

Os números são especialmente significativos no livro de Apocalipse. Sete é repetidamente usado para representar a inteireza.
Quatro representa o mundo (7:1). Várias formas de três anos e meio (42 meses; 1260 dias; um tempo, tempos e a metade de
um tempo) simbolizam um breve período de sofrimento e perseguição. Os números têm um significado simbólico no livro de
Apocalipse.

Pensemos agora no número 144.000. Doze é usado para representar o povo de Deus (12 tribos no Velho Testamento e 12
apóstolos no Novo). Dez é um número completo. Quando Deus quer descrever simbolicamente a totalidade de seu povo, ele usa
12 x 12 x 10 x 10 x 10. Outros termos simbólicos dão significado extra a este número. Eles são israelitas, 12.000 de cada tribo,
homens virgens puros. Estes textos não devem ser interpretados como uma designação literal daqueles que irão para o céu.
Mulheres, não só homens, estarão no céu. Pessoas que são casadas na terra, não exatamente virgens, estarão lá. Gentios, junto
com judeus, estarão no céu. As descrições são simbólicas, tal como é o número. Podemos com certeza esperar ver muito mais
do que 144.000 pessoas redimidas no céu.

Não fique confuso por falsas doutrinas de homens que oferecem a terra quando você pode ter o céu! Ainda há lugar para mais.
Sirva o Senhor para que você possa estar entre as multidões que o adoram eternamente na glória do céu.

-por Dennis Allan

Davi herdou o pecado?

Salmo 51:5 diz: "Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe." Este versículo é freqüente-mente
arrancado de seu contexto para defender a doutrina da depravação her-dada. São muitos os problemas com tal interpretação.
Outros textos negam clara-mente a idéia do pecado herdado (Ezequiel 18:20, por exemplo). Jesus usou as crianças como
exemplo da pureza inocente que todos nós precisamos adquirir (Mateus 19:13-15). 1 João 3:4 nos diz que o pecado é cometido
(não herdado). Romanos 5:12 diz que todos nós participamos da morte que Adão sofreu, não porque herdamos seu pecado, mas
porque cometemos nossos próprios peca-dos. Qualquer interpretação de Salmo 51:5 que sugira depravação herdada contradiz
estas afirmações claras da Escritura.

Mas o que Davi está tentando dizer? Salmo 51 é o apelo agoniado de um coração ensangüentado. Davi tinha encarado a feiúra
de seu próprio pecado. Ele não está falando sobre o pecado de Adão, ou de sua própria mãe. Ele fala sobre "minha iniqüi-dade",
"meu pecado" e "minhas trans-gressões" (51:2-3). O versículo 4 é uma declaração absoluta de culpa pessoal: "Pequei contra
ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e
puro no teu julgar." No versículo 4, encontramos as chaves que precisamos para entender o versículo 5: Œ Davi está usando
uma hipérbole, ou figura de linguagem exagerada, para ressaltar a profundidade do seu pecado diante de Deus. O fato é que ele
não pecou somente contra Deus. Pecou contra Bate-Seba quando cometeu adultério com ela, contra Urias quando roubou sua
esposa e assassinou o esposo inocente, contra Joabe que foi o cúmplice involuntário no assassinato de Urias e de outros
soldados (2 Samuel 11).Davi está realçando a magnitude de seus pecados contra o Senhor. Ž Ele está reconhecendo a pureza e
a justiça de Deus em contraste com seu próprio estado pecaminoso.
É aqui que entra o versículo 5. Davi sente-se tão longe da intimidade com Deus, isto é, como se jamais tivesse estado em
comunhão com ele. Quando Davi olha para seus próprios pecados desprezíveis, ele não pode imaginar jamais ter andado com
Deus.

Salmo 51 não é uma defesa da doutrina humana da depravação herdada, e não empresta nenhum apoio a tais práticas não
bíblicas como o batismo dos recém-nascidos. Mas este Salmo é um olhar angustiado para a feiúra do .pecado e a profundidade
do verdadeiro arrependimento.

- por Dennis Allan

Quem é "Lúcifer"?

O nome Lúcifer é freqüentemente aplicado a Satanás, mas não há base bíblica para esta idéia. A palavra "Lúcifer" é a tradução
em algumas Bíblias (ainda que não nas versões portuguesas mais comuns) da palavra hebraica hêlîl em Isaías 14:12. Versões
bem conhecidas como a Revista e Corrigida, a Revista e Atualizada (1 e 2) e a Linguagem de Hoje traduzem esta palavra como
"estrela da manhã."

Isaías 14 é uma profecia sobre a queda do rei de Babilônia (veja 14:4). Este rei exaltava-se, buscando tomar a glória que
pertence a Deus. A profecia de Isaías 14 mostra que ele seria derrubado de volta à terra.

É interessante que o Novo Testamento fale sobre a "estrela da alva" (2 Pedro 1:19) e a "estrela da manhã" (Apocalipse
2:28; 22:16). Em todas estas passagens, é claro que a estrela da manhã não é Satanás, ou qualquer outra criatura blasfema. O
próprio Jesus é a brilhante estrela da manhã que abençoa seus servos fiéis.

Então, por que o nome "Lúcifer" é freqüentemente aplicado a Satanás? O uso partiu de uma interpretação errada de Isaías
14:12. Muitos comentaristas inseriram algo maior neste texto, vendo-o como uma explicação da origem de Satanás. Certamente
há razão para acreditar que o Diabo foi um dos anjos (Jó 1:6), que ele tem estado em rebelião contra Deus desde antes da
criação da Terra (1 João 3:8; veja Gênesis 3), e que vários anjos seguiram sua desobediência e serão castigados eternamente
(Judas 6). O que o rei de Babilônia fez foi o mesmo tipo de pecado: desafiar a autoridade do Rei dos reis. Neste sentido,
podemos pensar em "Lúcifer" como um filho ou discípulo de Satanás (veja João 8:44), mas a profecia de Isaías 14:12 não está
falando especificamente do Diabo.

Esta é uma lição permanente para nós de Isaías 14. O rei de Babilônia serve como um lembrete claro da verdade das palavras
de Jesus em Lucas 14:11: "... todo o que se exalta será humilhado; e o que se humilha será exaltado." Que possamos
andar humildemente com nosso Deus.

-por Dennis Allan

Como é possível destruir a carne e salvar o espírito?


(1 Coríntios 5:5)

As instruções de Paulo em 1 Coríntios 5 para entregar a Satanás um irmão que está em pecado apresenta alguns desafios
especiais àqueles que servem o Senhor. O primeiro destes desafios é entender o que este capítulo, e especialmente o versículo
5, significa. Antes de ler o resto deste artigo, por favor, leia 1 Coríntios 5:1-13.
O problema é óbvio. A igreja coríntia tinha a mente tão aberta e tolerante que não fazia nada para eliminar a imoralidade que
tinha-se infiltrado na congregação. O comportamento de um de seus irmãos era escandaloso, mas ninguém o tinha corrigido
adequadamente. Paulo explicou que tal impureza, deixada sem correção, pode destruir uma comunidade inteira de santos. Ele
mandou que expulsassem o pecador.
Mas a preservação da congregação não é a única meta. Este ato disciplinar é um ato de amor, buscando os melhores interesses
do irmão rejeitado. O versículo 5 diz: "... entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja
salvo no Dia do Senhor [Jesus]." O homem pecador estava tentando manter um pé no reino de Deus enquanto o outro
estava no mundo. Seus irmãos não podiam forçá-lo a tirar o pé do mundo, mas podiam tirar seu outro pé do meio do povo de
Deus. Assim, entregaram-no a Satanás com um propósito: "a destruição da carne". Uma vez que ele se achasse só no
mundo, o pecado não o satisfaria. Ele, como o filho pródigo, poderia cair em si e voltar ao Senhor (veja Lucas 15:17-18; 2
Timóteo 2:24-26). Deste modo os outros cristãos poderiam ajudá-lo a destruir as paixões carnais que o estavam roubando da
comunhão com Deus, para que pudesse ser perdoado e salvo (veja Tiago 5:19-20). 2 Coríntios 2:5-11 pode indicar que este
homem de fato voltou ao Senhor.

O segundo, e maior, desafio que este capítulo apresenta está na sua aplicação prática. Muitas igrejas preferem paz a santidade,
e continuam tolerando o pecado. Tais passagens como 1 Coríntios 5:1-13 e 2 Tessalonicenses 3:6-15 são mandamentos que
Deus nos deu. Ou rejeitaremos aqueles que retornam ao pecado, ou seremos rejeitados por Deus, pela nossa desobediência.
Tenhamos amor e fé para fazer o que o Senhor exige para preservar a pureza de seu povo.

-por Dennis Allan

João Batista era Elias?


Na conversa depois da Transfiguração, Jesus afirmou que "Elias já veio, e não o reconheceram". "Então, os discípulos
entenderam que lhes falara a respeito de João Batista" (Mateus 17:12-13). De fato, Jesus já havia dito que João cumpriu
a profecia da vinda de Elias (Mateus 11:14; veja Malaquias 4:5).
A profecia de Malaquias é importante, porque mostra que Deus enviaria um mensageiro para preparar o caminho de Jesus. Mas,
algumas pessoas dizem que João Batista era Elias reencarnado. Vamos ver a resposta da Bíblia a essa noção.
Devemos distinguir entre o sentido simbólico da profecia e a afirmação literal que o próprio João fez em outro lugar. João agiu
do mesmo modo de Elias. Usava roupas de pêlos (Marcos 1:6; 2 Reis 1:8) e morava nos lugares desertos e afastados (Mateus
3:1; 1 Reis 17:2-6). Elias introduziu uma nova época de profecia, em que Deus julgou o povo rebelde e desobediente. João,
também, introduziu uma época de nova revelação, em que o Filho de Deus veio para julgar o mundo. Mas, tudo isso não quer
dizer que João era, literalmente, Elias. Quando os sacerdotes e levitas perguntaram para João: "És tu Elias? Ele disse: Não
sou" (João 1:21). Ele afirmou que veio para cumprir algumas profecias do Velho Testamento, mas deixou bem claro que não era
Elias.

A doutrina de reencarnação faz parte dos ensinamentos de diversas religiões, mas não se encontra nas Escrituras. A Bíblia
afirma: "E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo...." (Hebreus
9:27). Depois da morte, vamos ser julgados por Jesus "segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo" (2
Coríntios 5:10). Observe que ele não falou "por meio dos corpos".

Mais uma advertência: o problema maior da doutrina de reencarnação é a idéia de aperfeiçoamento através de várias vidas.
Essa noção nega a doutrina bíblica de salvação pela graça de Deus (Efésios 2:8). Mesmo se fosse possível viver mil vezes, o
homem não é capaz de se salvar sozinho. Dependemos da graça do Salvador.

-por Dennis Allan

1997

O Que Diz a Bíblia sobre Homossexualismo?

Todos somos tentados por desejos de coisas que Deus proibiu (Tiago 1:14-15). Eva desejou o fruto proibido no Éden (Gênesis
3:6). Algumas pessoas desejam ganho desonesto (Tito 1:7). Alguns homens desejam as esposas de outros (Mateus 5:28).
Algumas pessoas desejam outras do mesmo sexo Gênesis 19:4-5).

Deus exige que aprendamos a nos dominar para negar nossos desejos pecaminosos e para aceitar os limites que ele colocou ao
nosso comportamento (2 Pedro 1:6; Gálatas 5:23). Este é o princípio que tem que ser aplicado aos desejos homossexuais que
algumas pessoas sentem. Em vez de perder tempo e energia tentando justificar estes desejos na base da Genética, ou tentando
pôr a culpa deles nas influências da infância, a pessoa que é tentada a ter relações sexuais com alguém do mesmo sexo precisa
aprender a dominar seus desejos. Por quê? Porque Deus clara e absolutamente condenou as relações homossexuais.

"Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas
relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contacto
natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e
recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro" (Romanos 1:26-27).

"Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas . . . herdarão o
reino de Deus" (1 Coríntios 6:9-10).

Deus aprova as relações sexuais entre um homem e sua esposa legítima (de acordo com a lei de Deus). Todas as outras
relações sexuais Ssejam homossexuais ou heterossexuaisS são sempre e absolutamente proibidas (Hebreus 13:4). Não nos cabe
procurar desculpas para justificar o pecado. É nossa responsa-bilidade buscar o meio de vencer a tentação (1 Coríntios 10:13;
Tiago 4:7-10).

-por Dennis Allan

O que quer dizer "aio" em Gálatas 3:24-25?

A palavra "aio" ou "tutor" (NVI) vem de uma palavra grega que quer dizer,  literalmente, "uma pessoa que conduz uma criança".
Os aios na época de  Paulo foram servos responsáveis pela proteção dos filhos de seus    senhores, levando-os para a escola,
corrigindo-os, etc. Não foram os professores, nem os pais, mas serviam para cuidar da criança. É claro que esta função foi
temporária. Quando o filho chegou à maioridade, não estava mais sujeito ao aio.

Em Gálatas, Paulo mostra que as pessoas que estavam sujeitas à lei de Moisés no passado não permanecem subordinadas a
este "aio". Ele afirma que a lei cumpriu sua função temporária. Por isso, ela não tem o mesmo domínio depois da chegada da fé
em Cristo. Ele disse: "Mas, antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que,
de futuro, haveria de revelar-se. De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que
fôssemos justificados por fé. Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio" (Gálatas 3:23-25). O
aio representa a lei revelada através de Moisés (os Dez Mandamentos e diversas outras regras dadas aos judeus). A fé
representa o evangelho de Jesus Cristo. As boas novas de salvação em Cristo já foram reveladas, e ninguém precisa guardar as
leis do Velho Testamento.

No primeiro século, houve muitos problemas entre cristãos porque alguns não entenderam este fato. Continuaram guardando a
lei de Moisés, insistindo, por exemplo, que a circuncisão era necessária para ter comunhão com Deus. Paulo procurou corrigir
este erro.

Hoje, há muitas igrejas cometendo o mesmo erro. Algumas ensinam que a lei do sábado ainda está em vigor, e guardam regras
sobre alimentos. Outras voltam ao Antigo Testamento para defender o dízimo, o sacerdócio, ou alguma outra prática que fazia
parte do "aio". É um grave erro com terríveis conseqüências: "De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos
na lei; da graça decaístes" (Gálatas 5:4).

Vamos permanecer na liberdade que há em Cristo (Gálatas 5:1).

-por Dennis Allan

Quais são as qualificações bíblicas de um pastor?

A Bíblia usa três palavras (em grego) para descrever os homens que cuidam  do rebanho de Deus. Presbíteros (algumas vezes
traduzida como   anciãos) são homens de maturidade espiritual e experiência. Eles também são chamados bispos, mostrando
que têm responsabilidade por supervisionar uma congregação. O termo pastor também descreve seu trabalho de alimentar,
proteger e cuidar do rebanho de Deus. No tempo da igreja primitiva, estas não eram três posições distintas, mas três palavras
usadas para descrever os mesmos homens (veja Atos 20:17,28). O modelo bíblico é que cada igreja local tenha uma pluralidade
de homens servindo deste modo para cuidar e guiar as ovelhas (Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5).

Leiamos as qualificações que o Espírito Santo revelou:

"É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto,
hospitaleiro, apto para ensinar;  não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não
avarento;  e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois se alguém
não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);  não seja neófito, para não suceder que se
ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de
fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo" (1 Timóteo 3:1-7).

"...Alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de
dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de
Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes,
hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo
a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o
contradizem" (Tito 1:5-9).

Esses textos usam palavras fortes ("necessário" e "indispensável") para mostrar que um homem tem que possuir todas estas
qualidades para servir como pastor. Não temos direito de escolher ou aceitar homens não qualificados como pastores.

-por Dennis Allan

É a aspersão uma forma aceitável de batismo?

Hoje em dia, muitas igrejas praticam o batismo por aspersão ou derramamento de água sobre a cabeça da pessoa. Esta prática
é bíblica? A palavra traduzida como "batizar" em nossas Bíblias significa literalmente mergulhar ou imergir. O batismo da Bíblia
para a remissão dos pecados (Atos 2:38) foi sempre praticado por imersão. É por isto que João batizava num lugar onde havia
"muitas águas" (João 3:23). É por isto que o tesoureiro etíope não podia ser batizado com a água de beber que qualquer
viajante levava consigo, quando atravessava o deserto. Ele e Filipe tiveram que parar o carro e descer para a água e depois
subir da água (Atos 8:38-39).

A figura do sepultamento (Colossenses 2:12;  Romanos 6:3-6) também mostra que o batismo precisa ser por imersão. Assim
como uma pessoa sepultada é envolta pela terra, uma pessoa é completamente submergida na água, no ato do batismo.

A imersão foi universalmente aceita como o modo normal de batismo durante vários séculos depois que o evangelho começou a
ser pregado por Jesus e seus apóstolos. Conforme o passar do tempo, a aspersão foi sendo aceita por alguns chefes da igreja
em casos excepcionais e, finalmente, chegou a ser uma prática largamente espalhada em algumas igrejas. Mas estas mutáveis
tradições humanas não alteram a palavra de Deus. O único batismo que Deus autorizou para o perdão de nossos pecados é a
imersão em água.

Entender este fato levanta uma questão prática. E se você foi batizado, quando era criancinha, pela aspersão? Deveria você ser
batizado novamente? A primeira coisa que você deveria fazer é estudar cuidadosamente o que a Bíblia ensina para que possa
agir na base da convicção e da fé. O Novo Testamento mostra a necessidade de uma fé verdadeira (João 8:24), acompanhada
do arrependi-mento dos pecados (Lucas 13:3,5; Atos 2:38) e o batismo para lavar estes pecados (Atos 2:38; 22:16; Marcos
16:16). A pessoa que entender verda-deiramente tais passagens vai se arrepender e ser imersa na água para ser salva.
Mas, pode uma pessoa ser batizada duas vezes? Deus aceita só um batismo válido (Efésios 4:5). As pessoas que foram
batizadas incorretamente, sem entendimento da vontade de Deus, precisam ser rebatizadas (veja o exemplo dos efésios em
Atos 19:1-5). Se o primeiro batismo foi inválido, um segundo é necessário para a salvação.

- por Dennis Allan

É Errado Ser Rico?

Jesus freqüentemente advertia contra os perigos das riquezas, até instruindo um homem rico que ele precisava vender todas as
suas posses e dar aos pobres para que fosse um seguidor de Cristo (Marcos 10:17-22). Alguns têm usado tal ensinamento como
uma base para dizer que é errado ter posses materiais. Mas a Bíblia não ensina que a posse de coisas, mesmo muitas coisas,
seja errada em si mesma. O que a Bíblia diz sobre riquezas materiais? 

É perigoso ser rico. Jesus percebeu justamente que o jovem rico estava colocando sua confiança numa coisa errada. Suas posses
impediam seu progresso espiri-tual. A solução: livrar-se das coisas e servir a Deus.

As riquezas são facilmente transfor-madas em ídolos. Para muitas pessoas, a aquisição de bens materiais se torna a força
motora da vida. Ninguém pode servir a dois senhores (Mateus 6:19-24). O desejo de ter o que outros têm se torna uma
obsessão que nunca será satisfeita (Provérbios 23:1-8; 11:28; 28:22). A avareza é uma forma de idolatria que resultará em
castigo por Deus (Colossenses 3:5-6).

Os ricos freqüentemente negli-genciam qualidades e virtudes fundamentais. Muitos sacrificam a honra de um bom nome para
obter vantagem financeira (Provérbios 22:1; 28:6). Outros se tornam tão devotados a seu trabalho para adquirir riqueza que
negligenciam Deus e suas próprias famílias. Muitos oprimem os pobres para garantir sua própria riqueza (Tiago 5:1-6). Paulo
disse que "os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada. . . . Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males" (1
Timóteo 6:10).

Os ricos precisam ser generosos e devotados a Deus. Ainda que nunca haverá muitos cristãos ricos (1 Coríntios 1:26-29),
haverá alguns. Paulo oferece estas instruções: "Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgu-lhosos, nem depositem
a sua espe-rança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que
pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir" (1 Timóteo 6:17-18).

É possível ser rico e servir a Deus? Sim, mas certamente não é fácil!

-por Dennis Allan

Deus pode arrepender-se?

Números 23:19 diz: "Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem, para que se arrependa. Porventura,
tendo ele prometido, não o fará?" Mas outras passagens dizem que ele tem se arrependido. "... Então se arrependeu o
Senhor de ter feito o homem na terra ..." (Gênesis 6:6-7). "Então, se arrependeu o Senhor do mal que dissera havia
de fazer ao povo" (Êxodo 32:14). Como podem estas afirmações ser conciliadas?

Em qualquer estudo de textos difíceis da Bíblia, precisamos primeiro olhar para o contexto. Números 23:19 é uma afirmação da
fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. Foi impossível para Balaão amaldiçoar os israelitas porque Deus os tinha
abençoado e lhes prometido prosperidade. Cada vez que ele tentou amaldiçoá-los, Deus transformou suas palavras em mais
bênçãos. Deus nunca mente e nunca quebra uma promessa. Paulo afirmou sua confiança na fidelidade de Deus: "Fiel é esta
palavra: se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o
negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-
se a si mesmo" (2 Timóteo 2:11-13). A fidelidade de Deus dá segurança ao obediente.

Os contextos de Gênesis 6 e Êxodo 32 são diferentes. Em ambos casos, Deus é fiel. Sua "mudança de sentimento" é por causa
das mudanças feitas pelos homens. Em Gênesis 6, ele se preparou para destruir aqueles que o abandonaram. Em Êxodo 32, ele
estava pronto para destruir o povo mas arrependeu-se por causa do apelo penitente de Moisés. Estes casos ilustram o que Paulo
disse: "... se o negamos, ele, por sua vez, nos negará".

Uma das explicações mais claras deste assunto na Bíblia é encontrado em Jeremias 18:1-10. Os planos de Deus para abençoar
ou destruir são condicionais.  Se uma nação que está sendo abençoada se volta para o pecado, Deus irá condená-la a ser
destruída. Se o povo desobediente se converte ao Senhor, ele o poupará da destruição. Isto não é vacilação por parte de Deus.
Ele está simplesmente sendo fiel ao seu justo caráter.

Deus não quer que ninguém morra em pecado. Ele quer que todos se arrependam para receber a bênção da vida eterna (2
Pedro 3:9).

-por Dennis Allan

É errado consultar os mortos?


Durante milhares de anos, e em várias partes do mundo, algumas pessoas têm buscado revelações especiais, tentando contatar
os mortos. Há alguns que crêem firmemente que os mortos retornam para avisá-los de perigos, ou para guiá-los em suas vidas
e decisões, ou para assombrá-los e ameaçá-los. Muitas pessoas procuram médiuns que alegam facilitar seu contato com os
mortos.

Todos os esforços para comunicar com os mortos, sejam diretamente ou através de médiuns, são contra a vontade de Deus e
resultarão em condenação. A necromancia, ou comunicação com os mortos, foi explicitamente proibida juntamente com várias
outras falsas práticas religiosas, quando os israelitas foram resgatados da escravidão egípcia (Deuteronômio 18:9-14). Tais
práticas foram a razão pela qual Deus rejeitou as nações que tinham ocupado a terra de Canaã. Ele advertiu seu povo a não
imitar esses pecados, porque eles sofreriam a mesma punição de expulsão da terra.

O contexto desta proibição em Deuteronômio 18 ajuda a ver por que a necromancia é abominável a Deus. Depois de uma lista
de várias fontes de revelação desaprovadas (18:9-14), encontramos o contraste claro com a fonte aprovada, a Palavra de Deus
(18:15). Esta passagem aponta explicitamente para Jesus Cristo, o profeta que seria levantado por Deus. Entender este princípio
nos ajuda a ver porque todas as formas de idolatria, advinhação, astrologia, feitiçaria e necromancia são erradas. Procurar
revelação de tais fontes é rejeitar a autoridade do Filho de Deus.

Muitas pessoas citam o exemplo do Rei Saul (1 Samuel 28) para justificar a necromancia. Um estudo deste capítulo e da história
subseqüente (no fim do livro) mostra que Saul desobedeceu frontalmente a lei de Deus. A revelação que lhe foi feita não o
ajudou a ter melhor sorte, mas mostrou-lhe que ele morreria no dia seguinte, devido aos seus pecados contra Deus.

O Novo Testamento condena explicitamente a idolatria (Romanos 1:22-23; 2 Coríntios 6:14 - 7:1) e a feitiçaria (Gálatas 5:20).
Jesus é a fonte de revelação de Deus ao homem de hoje (Hebreus 1:1-2). Ele está acima de todos e merece plena honra
(Colossenses 1:13-18). É errado buscar orientação espiritual de outras fontes (Colossenses 2:8-9,20-23; 3:1-3).

-por Dennis Allan

Tenho que ser batizado com o Espírito Santo


para ser salvo?

Muitas pessoas estão preocupadas demais com o batismo no Espírito  Santo. Algumas oram fervorosamente e vivem em
constante   frustração porque não receberam uma manifestação clara de       batismo no Espírito Santo. Algumas até estão
convencidas de que não serão salvas se não receberem este sinal especial de Deus.

Jesus prometeu batismo com o Espírito Santo aos apóstolos (Atos 1:1-5) e prontamente cumpriu a promessa (Atos 2:1-4),
capacitando os doze a falar em línguas estrangeiras à multidão internacional reunida no dia de Pentecostes (Atos 2:11,14).
Todos aqueles que foram batizados para remissão de pecados receberam o dom do Espírito Santo (Atos 2:38), mas não há
menção de nenhum sinal miraculoso acompanhando este dom. Anos se passaram, e algumas pessoas receberam poder para
operar milagres ou falar outras línguas quando os apóstolos impunham suas mãos sobre elas (Atos 6:5-8;  8:5-7,14-19;  veja,
também, Atos 19:6-7).

Em todo o Novo Testamento, há apenas um outro caso registrado de batismo com o Espírito Santo. Quando Pedro levou o
evangelho aos gentios, a família e os amigos de Cornélio receberam este batismo especial (Atos 10:44-48).  Observe que este
batismo não retirou a necessidade de batismo nas águas para salvação (10:48). Quando Pedro descreveu o que tinha acontecido
na casa de Cornélio, ele observou que este não era um evento de todos os dias que acontecesse a todos os crentes.  Ele fez todo
o caminho de volta ao "princípio" e comparou este batismo com o que aconteceu aos apóstolos no Pentecostes (Atos 11:15-16). 
Deus usou este batismo no Espírito Santo quando apresentou a salvação aos judeus, e quando ela foi oferecida aos gentios. Ele
não o prometeu a todos, e não o deu a todos os seus seguidores.

Alguns anos depois, Paulo afirmou que há somente um batismo (Efésios 4:5).  Em Atos 2, havia dois.  Em Atos 10, havia dois.
Ao tempo em que Paulo escreveu aos efésios, um tinha se acabado e somente o batismo em água para a remissão dos pecados
permanecia. Hoje, muitos declaram que receberam batismo no Espírito Santo, mas a Bíblia mostra que ninguém recebeu este
batismo durante mais de 1.900 anos. Para sermos salvos, precisamos arrepender-nos e sermos batizados em água para
remissão de pecados, assim entrando em comunhão com o Espírito Santo.

-por Dennis Allan

Em que sentido é Jesus "o primogênito


de toda a criação"?

Colossenses 1:15-20 é uma das passagens mais fortes que afirma a primazia de Jesus Cristo. Este trecho mostra que Jesus é
superior à criação, acima de todas as autoridades, e o cabeça da igreja. Em Jesus habita "toda a plenitude da Divindade"
(Colossenses 2:9; 1:19).

Algumas pessoas interpretam a palavra "primogênito" de uma maneira errada, assim tirando Cristo de sua devida posição
divina. Ele é Deus que se fez carne (João 1:14) e que veio à Terra para ser "Deus conosco" (Mateus 1:23). Essas pessoas dizem
que "primogênito de toda a criação" quer dizer que o próprio Jesus foi criado. Para apoiar esta idéia, alguns até pervertem a
tradução da Bíblia, inserindo a palavra "outras" cinco vezes neste trecho (Colossenses 1:16-20) para mudar o sentido do texto
(Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, a tradução usada exclusivamente pelos Testemunhas de Jeová). Para
afirmar que Jesus fez as outras criaturas é como dizer que uma criança está brincando com os outros cachorros. A criança não
é cachorro, e Jesus não é criatura. Ele é eterno. Já existia no princípio (João 1:1). Usou o mesmo nome que Jeová usou no Velho
Testamento "Eu Sou" (João 8:24,58; Êxodo 3:14).
"Primogênito" nem sempre tem o sentido do primeiro que nasceu. Esta palavra é usada várias vezes na Bíblia para mostrar a
posição de honra ou privilégio que alguém recebeu. Por exemplo, Deus chamou Israel de primogênito entre os povos (Êxodo
4:22). Diversas outras nações já existiam séculos antes de Deus criar a nação de Israel. Primogênito não quer dizer, neste caso,
o primeiro que passou a existir. Quer dizer simplesmente que Deus colocou Israel numa posição de honra acima de todas as
nações. No Novo Testamento, todos os filhos de Deus são primogênitos (Hebreus 12:23) porque Deus os colocou numa posição
de honra. No mesmo sentido, o Pai colocou Jesus numa posição de primazia acima de todas as criaturas.

De semelhante modo, Jesus é o primogênito de entre os mortos (Colossenses 1:18). Outras pessoas foram ressuscitadas antes
de Jesus, mas ele reina supremo sobre todos. Jesus não é criatura. Ele é Criador, Redentor, e Senhor dos senhores (Apocalipse
17:14).

-por Dennis Allan

É errado doar órgãos?

A doação de órgãos é um procedimento médico moderno que não é  especificamente mencionado na Bíblia. Algumas pessoas se
opõem   a ele simplesmente porque é "novo" e "diferente", mas esta não é a   base correta para julgar a questão. Deus deu ao
homem a capacidade de pensar e inventar (veja Gênesis 4:20-22), e nunca condenou o progresso tecnológico em si.

O homem pode usar sua capacidade imaginativa para o mal. Quando o faz, é condenado por Deus (Gênesis 6:5).  Mas ele
também pode usar esta capacidade para o bem, como pode ser claramente visto em muitos modos de transporte que podem ser
usados para espalhar o evangelho, sejam barcos ou carros da era do Novo Testamento, quer bicicletas, automóveis e aviões de
nosso tempo.

Desde que e Bíblia não fala especificamente da doação de órgãos, precisamos aplicar os princípios que o Senhor ensina para
julgar este método moderno de salvar vidas. Doar para o benefício de outros é sempre bom (Atos 20:35). Arriscar ou mesmo
sacrificar a própria vida para salvar outra é visto como o mais elevado ato de amor (João 15:13)

A doação de órgãos é um ato de dar que raramente envolve risco para o doador, mas que pode servir para beneficiar
grandemente o receptor. Em raros casos, uma pessoa viva pode ser chamada a doar um de um par de órgãos, ou tecido parcial
de um órgão sadio para salvar a vida de um parente próximo. Se a doação do próprio braço direito ou o rim direito salvar a vida
de seu filho, qual o pai amoroso que se recusaria? A forma da doação que é mais comum é usar o órgão de uma pessoa falecida
para salvar ou melhorar a vida de uma pessoa viva. Um acidente de carro pode tirar a vida de um homem saudável cujo
coração, fígado e outros órgãos podem ser usados para salvar vidas de outros. A decisão, enquanto vivo e saudável, de permitir
tal doação é um ato de bondade e amor que beneficia um receptor desconhecido. O órgão que já não serve mais para a pessoa
morta pode permitir a uma jovem mãe cuidar de seus próprios filhos, ou a uma criancinha chegar à idade adulta. Se, no fim de
minha vida, meu coração puder bater em outro eito ou meus olhos puderem permitir a outro ver, que essa abençoada pessoa
agradeça a Deus que deu ao homem a inteligência para desenvolver novos meios de salvar vidas.

Dar é abençoado.

-por Dennis Allan

O que a Bíblia diz sobre o Natal?

Nada. O Natal não é mencionado nenhuma vez nas Escrituras. Todos os anos, em todo o mundo, algumas pessoas guardam o
dia escolhido pelos homens para comemorar o nascimento de Jesus. Algumas pessoas o guardam como um dia santo especial,
enquanto muitas outras fizeram dele um tempo de comercialização, de interesses egoístas.

As modernas comemorações do Natal têm pouco a ver com os fatos da Bíblia. A Bíblia não revela a data do nascimento de
Cristo, nem mesmo o número de magos que o visitaram em Belém. As Escrituras não autorizam uma comemoração especial na
igreja, nem um dia santo para comemorar o nascimento de Jesus. Evidentemente, a Bíblia não dá aprovação ao materialismo
egoísta, tão comum nessa época do ano.

Mas Jesus nasceu, e por um motivo muito bom. Ele veio para salvar-nos do pecado (1 Timóteo 2:6).  Ele é o Rei, não só dos
judeus, mas de todos os homens (Mateus 28:18-20). Sua grande vitória veio, não com seu nascimento, mas com sua morte e
ressurreição. Esta é a vitória que o faz nosso Redentor, digno de honra e adoração (Apocalipse 5:8-14).

Hoje, precisamos imitar os magos, que procuraram tão esforçadamente encontrar Jesus. Não podemos nos contentar com as
crenças tradicionais, as doutrinas humanas, ou os dogmas das igrejas. Temos que examinar as Escrituras (Atos 17:11). Temos
que aceitar o que é certo e rejeitar o que é errado (1 Tessalonicenses 5:21-22). Temos que estar certos de que Jesus veio a esta
Terra uma vez, e que ele voltará para chamar-nos ao julgamento (Atos 17:30-31;  2 Coríntios 5:9-10).

Na época do Natal, quando muitas pessoas mostram uma religião superficial e falam sobre um Jesus desconhecido para elas, nós
devemos lembrar que é possível ser só cristãos, seguidores de Jesus. Não devemos ensinar ou defender doutrinas de homens.
Temos que simplesmente seguir a Jesus e encorajar outros a fazerem a mesma coisa. Que possamos adorar a Cristo de acordo
com a vontade dele!

-por Dennis Allan


1996

Pode um seguidor de Cristo comer sangue?

A vida de um animal está no seu sangue. Por esta razão, os servos de Deus antes da lei de Moisés (Gênesis 9:4), durante a lei
de Moisés (Levítico 17:12), e sob a lei de Cristo (Atos 15:19-29) foram proibidos de comer sangue. Os animais que comemos
devem ser deixados sangrar adequadamente, isto é, ter seu sangue escoado depois de sua morte. E esse sangue não deverá
nunca ser usado como uma parte de nossa alimentação.

Atos 15 é muito claro sobre o que Deus proibia: imoralidade sexual, idolatria, e comer sangue. Um seguidor de Cristo não
deverá, nunca, sequer considerar a prática da fornicação (1 Coríntios 6:12-20) ou da idolatria (note Apocalipse 2:14-15; 2:20; 1
Coríntios 10:14-22). Pelo mesmo raciocínio, não deverá em nenhuma circunstância comer sangue.

As Testemunhas de Jeová ensinam que estes textos proíbem transfusões de sangue. Isto é incorreto. É difícil imaginar alguém
realmente pensando que está comendo sangue enquanto recebe uma transfusão. O pensamento por trás da proibição de comer
sangue é a idéia de que a vida está no sangue. Por isso, comer sangue é profanar a vida que o sangue representa. Mas as
transfusões têm o propósito de preservar a vida. Portanto, elas representam o extremo oposto do comer sangue.

As transfusões são lícitas, mas comer sangue não é.

-por Gary Fisher

Jesus teve irmãos?

De acordo com a Bíblia, Jesus teve quatro irmãos (Tiago, José, Simão e Judas) e também algumas irmãs (Mateus 12:46-50;
13:55-56; João 2:12; 7:3-10; Atos 1:14; 1 Coríntios 9:5; Gálatas 1:19). Por causa do mito de que Maria foi uma virgem
perpétua, foi inventada a teoria que estes "irmãos" de Jesus são, de fato, apenas primos. Esta explicação é conveniente, mas
contrária à evidência. Esta palavra "irmão" é usada 346 vezes no Novo Testamento e nunca significa "primo". Havia uma palavra
para primo, usada em Colossenses 4:10, mas não é a que foi usada nos textos acima. É verdade que a palavra "irmão" é usada
para a irmandade espiritual, mas todas as vezes que "irmão" é usada no Novo Testamento para uma relação de família física, ela
simplesmente significa irmão. Se irmão significasse primo, em Lucas 8:19-21, Jesus estaria dizendo que sua mãe e seus
"primos" eram aqueles que ouvem a palavra e a cumprem.

Toda esta controvérsia é reflexo de uma tendência a dar a Maria uma honra indevida. Muitos pensam que Maria tinha e ainda
tem uma influência especial sobre Jesus e que ela pode ser uma mediadora entre nós e Jesus. Mas veja quantas vezes, na Bíblia,
Jesus mostrou que Maria não tinha uma capacidade especial para persuadi-lo. 1. Quando foi dito a Jesus que sua mãe e irmãos
o estavam procurando, ele respondeu que considerava como sua mãe e irmãos verdadeiros aqueles que o obedecem (Mateus
12:46-50; Marcos 3:31-35; Lucas 8:19-21). 2. Quando a mãe de Jesus sugeriu que a falta de vinho na festa de casamento seria
uma boa hora para declarar-se o Messias, ele recusou sua sugestão dizendo: "Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é
chegada a minha hora" (João 2:4). 3. Quando uma mulher na multidão disse a Jesus: "Bem-aventurada aquela que te concebeu
e os seios que te amamentaram", Jesus respondeu: "Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a
guardam". Paulo concluiu em 1 Timóteo 2:5 que há "um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus".

Maria parece ter sido uma mulher boa, uma discípula fiel (Atos 1:4). Mas não tem nenhum poder especial para persuadir Jesus e
não foi uma virgem perpétua (Note também Mateus 1:25; Lucas 2:7). Jesus foi criado em uma família com mãe, irmãos e irmãs
(Marcos 6:3).

-por Gary Fisher

O que se deveria fazer quando se está em uma igreja que não está certa?

Primeiro, se possível, ensine a igreja como mudar para ser fiel às Escrituras. Mas, se for impossível fazer com que a congregação
mude?

"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou
que comunhão, da luz com as trevas? . . . Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas
impuras; e eu vos receberei" (2 Coríntios 6:14,17).

"E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as" (Efésios 5:11).
"Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem
tanto o Pai como o Filho. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-
vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas-vindas faz-se cúmplice das suas obras más" (2 João 9-11).

É errado participar, ter camaradagem, ou ser ligado juntamente com falsos mestres. Falsos mestres incluem qualquer um que
não pregue a pura doutrina de Cristo, mesmo que se pareça com homens bons (2 Coríntios 11:13-15) e declare estar certo
(Mateus 7:21-23). Nem se tem que pregar realmente o que é falso, para participar das más ações de outros. Simplesmente
recebendo, encorajando e apoiando um falso ensinamento já se é contado por Deus como participante do mal.

Precisamos ter coragem para nos separarmos daqueles que não seguem as Escrituras. Precisamos ter determinação para
encontrar ou começar uma comunidade de discípulos que estejam querendo servir o Senhor fielmente. Qualquer prática ou
ensinamento que é diferente da pura verdade do Novo Testamento é mau. "Retirai-vos do meio deles, separai-vos" (2 Coríntios
6:17).

-por Gary Fisher

É pecado ver televisão?

A televisão é nada mais do que um aparelho que nos permite ver muitas fotografias ou desenhos numa rápida sucessão. Em si
mesma, a televisão é moralmente neutra, do mesmo modo que quadros ou fotografias também são moralmente neutros.

Nos nossos dias, contudo, muitos programas se tornaram sujos. A televisão se tornou um instrumento que é freqüentemente
abusado para incentivar o adultério, a fornicação, a bebedice, a violência, o ódio, e a cobiça. A atitude que o cristão deveria ter a
respeito destes pecados é clara: "Não sejais participantes com eles. . . . E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas;
antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha" (Efésios 5:7,11-12, estude
cuidadosamente todo o contexto 5:3-17). O discípulo verdadeiro entende a importância de ter pensamentos puros (Filipenses
4:8). Ele não achará as "obras infrutíferas das trevas" divertidas; antes, elas são repugnantes para ele. É fato que em nossa
sociedade é impossível evitar ver e ouvir uma considerável porção de imundície moral. Mas certamente o verdadeiro seguidor de
Cristo não convidará deliberadamente estas abominações para a sua sala de estar, diáriamente. Mesmo os "bons" espetáculos
podem facilmente dominar a vida da pessoa, de modo que ela não terá tempo livre para estudar, orar, ajudar os outros e servir
ao Senhor. O servo do Senhor tem que "redimir" o tempo cuidadosamente (Efésios 5:16).

Talvez, como resultado destes fatores, algumas igrejas decidiram proibir seus membros de possuírem aparelhos de televisão ou
verem programas de televisão. Esta abordagem do problema não tem a aprovação do Senhor, contudo. Os fariseus do tempo de
Jesus usavam exatamente este mesmo método para lidar com sua lei. Se havia possibilidade de alguém pecar por trabalhar no
sábado, por exemplo, eles simplesmente proibiam todas atividades no sábado. Jesus condenou estas doutrinas humanas e
demonstrou que seguir as leis que os homens inventam não tem valor (Mateus 15:1-14; Colossenses 2). A abordagem correta é
cada discípulo tomar uma decisão individual sobre se deve ter uma televisão e considerar cuidadosamente a influência moral de
cada programa visto. Esta é uma área de grave perigo; mas também há muito perigo em inventar regras de igrejas e doutrinas
que não estão na Bíblia.

-por Gary Fisher

Há apóstolos hoje em dia?

A palavra "apóstolo" significa aquele que é enviado numa missão. A Bíblia geralmente emprega este termo para os apóstolos de
Cristo. Eles eram doze homens especialmente escolhidos por Cristo para estarem com ele e para serem enviados a pregar
(estude Marcos 3:13-19). Muitas vezes eles foram simplesmente chamados "os doze". O número doze tinha uma história de
grande importância entre o povo de Deus (doze filhos de Jacó e doze tribos de Israel).

Os doze tinham uma missão muito importante. Para cumprir esta missão, eles receberam o batismo do Espírito Santo, para que
pudessem ser guiados em toda a verdade (João 14:26; 15;26-27; 16:7-15; Atos 1:8; 2:1-4). Eles revelaram esta verdade nas
Escrituras, que são o nosso padrão nos dias atuais (Efésios 3:5; 2 Pedro 3:2; Judas 17). Os apóstolos foram testemunhas
oculares Cristo ressuscitado (Lucas 24:48; Atos 1:8,22; 2:32; 3:15; 4:33; 5:32; 10:39-41; 13:31; 1 Pedro 5:1; 1 João 1:2).
Somente eles foram capazes de conceder os dons espirituais, impondo suas mãos sobre os outros (Atos 8:14-18). Os apóstolos
fazem parte da fundação da igreja, tendo o próprio Jesus Cristo como a pedra angular principal (Efésios 2:20; Apocalipse
21:14).

Os doze apóstolos foram selecionados inicialmente pelo Senhor. Judas caiu porque pecou e por isso foi excluído (Atos 1:20, 25);
como resultado, Matias foi escolhido para ficar no seu lugar (Atos 1:16-26). Note atentamente que uma das qualificações que
Matias tinha que cumprir, para poder ser selecionado, era ter visto o Senhor ressuscitado (Atos 1:22). Mais tarde, Paulo foi
selecionado de uma maneira especial para ser o apóstolo enviado para os gentios (Atos 9:15; 22:14-15; 26:16-18; Gálatas
1:15-17; 1 Timóteo 2:7). Esta é a razão porque o Senhor lhe apareceu, uma vez que ele não teria as qualificações para ser um
apóstolo, se não tivesse visto o Senhor depois de sua ressurreição (note 1 Coríntios 9:1-2; 15:8; Atos 22:15; 26:16).

Os apóstolos que a igreja tem hoje em dia são os mesmos que teve desde a escolha de Paulo. Eles permanecem no fundamento
da igreja, onde o Senhor os colocou, e não há razão para procurar substituições. Através do Novo Testamento, que eles
escreveram, eles continuam a ensinar e a guiar o povo de Deus. Seria impossível para alguém hoje ser um novo apóstolo,
porque Paulo foi o último a ver o Senhor (1 Coríntios 15:7-9), e alguém tinha que ver o Senhor para ser qualificado, para ser
escolhido pelo Senhor como um apóstolo (Atos 1:22). A presença de impostores modernos não nos deveria surpreender (2
Coríntios 11:13), mas precisamos testá-los e rejeitá-los (Apocalipse 2:2). Não temos novos apóstolos hoje em dia.

-por Gary Fisher

Algum povo continuará a viver na terra para sempre?

Seria impossível para algum povo viver para sempre na terra, uma vez que ela será destruída quando Cristo retornar. "Virá,
entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão
abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas. . . ." (2 Pedro 3:10-12). O próprio Jesus disse que a
terra passaria (Mateus 24:35).

Apesar disto, alguns grupos religiosos insistem em que haverá servos de Deus que viverão para sempre num paraíso na terra.
Este ensinamento apela para muitos porque eles estão muito ligados a esta vida e gostam da idéia de serem capazes de
permanecer para sempre numa terra purificada. Para o verdadeiro cristão, estes ensinamentos não têm atração. Sua cidadania é
no céu (Filipenses 3:20), e ele anseia por partir e estar com Cristo ali (Filipenses 1:21-24). Sua esperança é preservada no céu
(Colossenses 1:5; 1 Pedro 1:3-5), e seus pensamentos estão totalmente centralizados na oportunidade de estar com o Senhor
um dia (1 Pedro 1:13; Hebreus 11:13-16).

Apocalipse 7, um texto que usa o número 144.000, é algumas vezes abusado para ensinar que somente 144.000 estarão no céu
e que o resto dos cristãos (uma grande multidão) permanecerá na terra. Apocalipse 7 é uma mensagem um tanto difícil, mas
um mero olhar para ela mostrará que os 144.000 eram os irmãos fiéis na terra (Apocalipse 7:1-3), enquanto a grande multidão
(servos de Deus que tinham morrido) estavam no céu (Apocalipse 7:9). Isto é o exato oposto do que aqueles ensinam, que
144.000 serão os únicos no céu. Quando morrerem, naturalmente, os 144.000 também deixarão a grande tribulação e se
juntarão na celebração no céu, em torno do trono de Deus. Apocalipse 7 não dá apoio à doutrina de um paraíso eterno na terra.

As Escrituras afirmam claramente que só há uma esperança (Efésios 4:4), que é a esperança no céu (Mateus 6:19-21).

-por Gary Fisher

É verdade que "uma vez salvo, salvo para sempre"?

"Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que
dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda . . . Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do
ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam" (João 15:1-2, 6). Neste contexto, Jesus claramente identifica os
discípulos como os ramos da videira. Os cristãos que não produzem fruto (isto é, não servem Deus fielmente) serão cortados e
queimados.

"Portanto, se, depois de terem escapado das contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus
Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado pior que o primeiro. Pois melhor lhes fora
nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, voltarem para trás, apartando-se do santo
mandamento que lhes fora dado" (2 Pedro 2:20-21). Seria difícil imaginar uma afirmação mais clara da possibilidade de uma
pessoa cair e de perder a sua salvação. Pedro comparou o servo de Deus que desvia com um cão que retorna para comer seu
próprio vômito e ao porco lavado que retorna para rolar no lamaçal.

Se fosse impossível perder-se depois de ter sido salvo, então todas as advertências da Bíblia sobre a possibilidade de se perder a
própria salvação seriam desnecessárias. De fato, não haveria necessidade de se preocupar com a tentação, resistir ao diabo ou
estar vigilante para o retorno do Senhor. Deus não desperdiça palavras; quando adverte, é porque o perigo é real.

"Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio
tivemos" (Hebreus 3:14). A salvação é condicionada. Para ser salvo, em primeiro lugar, precisa-se crer e obedecer. Para
permanecer-se num estado de salvação, precisa-se continuar a crer e a obedecer. Aqueles que voltam para trás estarão
perdidos (Hebreus 10:26-31).

-por Gary Fisher

Quando duas pessoas que estão vivendo juntas, "amigadas", querem vir a Cristo, o que devem fazer?

É sempre pecaminoso ter relações sexuais fora de um casamento permitido por Deus. Aqueles que têm relações sexuais sem se
casarem estão cometendo fornicação. "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula;
porque Deus julgará os impuros e adúlteros" (Hebreus 13:4).
Enquanto a Bíblia nada diz sobre cerimônias religiosas ou "casamentos na igreja", ela de fato ensina-nos que precisamos
respeitar às leis do nosso governo (Romanos 13:1-7; 1 Pedro 2:17). Aqueles que resolvem viver juntos e ter relações sexuais
sem um casamento reconhecido pela autoridade civil estão desobedecendo a lei do homem e a lei de Deus.

Uma pessoa que está envolvida em fornicação e que quer servir a Cristo precisa produzir frutos do arrependimento e parar de
pecar (Mateus 3:8). Aqueles que estão vivendo juntos na imoralidade sexual precisam separar-se. Desde que o arrependimento
começa antes do batismo (Atos 2:38), uma pessoa que não está disposta a deixar uma relação pecaminosa não está preparada
para ser batizada para remissão dos pecados.

Muitos sugerem que pessoas numa tal relação devem apenas se casar para resolver o problema. O casamento não é
arrependimento. Depois de se arrependerem e de pararem com seu pecado, duas pessoas que tiverem direito de se casar
podem decidir casar-se (1 Coríntios 7:1-2, 8-9). Mas é errado continuar a cometer fornicação enquanto estão esperando para se
casar. Podemos também entender este ponto quando nos lembramos que a salvação é um assunto individual, em que uma
pessoa resolve obedecer ao Senhor. O casamento envolve a decisão de duas pessoas. O arrependimento é a decisão de uma
pessoa que, com um coração sincero, resolve voltar-se para o Senhor. Qualquer pessoa que verdadeiramente quiser obedecer ao
Senhor pode encontrar uma saída do pecado.

Deverá a igreja aceitar alguém que está vivendo numa relação ilícita, esperando que ele mais tarde decida corrigir seu erro?
Não. Uma igreja que pertence a Cristo é um corpo de pessoas tiradas do mundo para serem santos (1 Coríntios 1:2). Os
verdadeiros cristãos não podem manter comunhão com aqueles que continuam na impureza do pecado (1 Coríntios 5:9-13; 2
Coríntios 6:14-7:1). O fornicador precisa arrepender-se e ser batizado antes de ser aceito numa congregação de discípulos.

-por Dennis Allan

A ignorância da verdade é desculpa para a desobediência?

Quando ele pregava aos adoradores de ídolos de Atenas, Paulo disse: "Ora, não levou Deus em conta os tempos da
ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam" (Atos 17:30). Este versículo
é muitas vezes usado para sugerir que Deus não condenará aqueles que nunca ouviram o evangelho, e para desculpar as falhas
dos cristãos em ensinar seus vizinhos ou levar o evangelho às áreas mais remotas.

Mas esta interpre-tação não atinge o intuito do versículo e contradiz outras passagens. Paulo faz uma distinção entre os pecados
da ignorância cometidos no passado (antes da vinda de Cristo e do seu evangelho) e a exigência de Deus de arrependimento
agora. No passado, Deus não levou em conta os tempos da ignorância. Agora, ele exige que todos os homens, em toda parte, se
arrependam. Consideremos algumas outras passagens para esclarecer este ponto.

Pedro disse que os judeus mataram Jesus por ignorância (Atos 3:17). Será que isso significava que eles poderiam ser salvos sem
obedecer ao evangelho? Certamente não. Ele lhes disse que se arrependessem e se convertessem para cancelar seus pecados
(Atos 3:19).

Paulo descreveu-se como o maior dos pecadores (1 Timóteo 1:15), apesar de que agiu em boa consciência (Atos 23:1) e por
ignorância (1 Timóteo 1:13). Ele diz que recebeu a misericórdia de Deus por causa de sua ignorância. Significa isto que ele foi
salvo sem ouvir e obe-decer ao evangelho? Claro que não. Ele teve que conhecer a Cristo, crer nele, e ser batizado para re-
missão dos seus pecados (1 Timóteo 1:14-16; Atos 22:16).

Em 2 Tessaloni-censes 1:8, Paulo disse que Jesus punirá eternamente aqueles que "não conhecem a Deus" e aqueles "que
não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus". A ignorância não é defesa. Aqueles que pecam, mesmo que nunca
ouçam o evangelho, estão condenados por causa de seu pecado. Os cristãos que compreendem este fato verão a maior urgência
de nosso trabalho de espalhar o evangelho. Deus "é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão
que todos cheguem ao arrependimento" (2 Pedro 3:9).

-por Dennis Allan

Quando Jesus reinará no trono de Davi?

Muitas profecias da Bíblia contam-nos que o Messias ou Cristo reinaria no trono de Davi (Amós 9:11-15; Ezequiel 37:22-28;
Salmo 89:3-4; Mateus 2:1-6; Lucas 19:37-40; 1:67-79).

Muitas pessoas concluem que estas passagens estão falando de um futuro reino físico literal aqui na terra. Elas dizem que estas
profecias e promessas ainda não foram cumpridas. Algumas pessoas que ensinam esta idéia até mesmo dizem que Jesus não
conseguiu na sua tentativa para estabelecer seu reino na primeira vez que esteve aqui porque o povo o rejeitou. Elas sugerem,
assim, que os homens pecadores frustraram o plano de Deus.

A Bíblia ensina diferente. Jeremias profetizou que um descendente de Davi reinaria para sempre em seu trono (Jeremias 33:14-
17). Mas no mesmo livro, quando ele falava do trono terrestre literal, ele disse que nenhum dos filhos de Jeconias se sentaria no
trono de Davi (Jeremias 22:30). Jesus Cristo, um descendente de Davi e de Jeconias (Mateus 1:6, 11) nunca poderia reinar no
trono terrestre de Davi.
Aqueles que ainda esperam por Cristo para reinar no trono de Davi mal entendam as profecias e seu cumprimento. Pedro
afirmou que as profecias sobre o trono de Davi foram cumpridas quando Jesus se levantou dentre os mortos e subiu ao céu para
sentar-se à direita de Deus: "Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes
se assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o
seu corpo experimentou corrupção. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado,
pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis.
Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha
direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa
de Israel de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo" (Atos 2:30-36).

Quando Jesus reinará no trono de Davi? Ele já reina!

-por Dennis Allan

Que Tipo de Pão Deverá ser Usado na Ceia do Senhor?

Algumas igrejas insistem em usar pão sem fermento na Ceia do Senhor, enquanto outras usam pão fermentado comum. Qual
prática é a correta, de acordo com as Escrituras?

Somente pão sem fermento deverá ser usado na Ceia do Senhor, por duas razões: Œ Este é o que Jesus usou, e Este é o
símbolo apropriado para o sacrifício perfeito de Jesus. Consideremos a evidência bíblica apoiando estas duas razões.

Œ Pão sem fermento é o que Jesus usou. Os relatos nos Evangelhos (Ma-teus 26:17-30; Marcos 14:12-26; Lucas 22:7-23)
tornam claro que Jesus comeu a Ceia do Senhor com os apóstolos durante os Dias dos Pães Asmos (sem fermento). Durante
esta festa, que se originou quando os israelitas estavam preparando para sair de sua servidão no Egito, o consumo de fermento
era terminantemente proibido (Êxodo 12:15). Não há dúvida de que o pão que Jesus usou na primeira Ceia do Senhor não era
fermentado. Isto, por si só, é razão suficiente para se usar somente pão sem fermento na Ceia do Senhor, pois os verdadeiros
discípulos de Cristo sempre procuram seguir seu exemplo e instrução (1 Coríntios 11:1; Colossenses 3:17).

O pão sem fermento é o símbolo apropriado para o sacrifício perfeito de Jesus. No Velho Testamento, o fermento simbolizava a
impureza que não poderia ser oferecida a Deus. Além da proibição do fermento durante os Dias dos Pães Asmos, a Lei de Moisés
proibiu o uso de fermento em qualquer sacrifício ao Senhor (Levítico 2:11). O fermento é usado, no Novo Testamento, para
representar a falsa doutrina (Mateus 16:5-12) e a corrupção moral (1 Coríntios 5:1-8). Deus não aceita tal impureza nos sacri-
fícios oferecidos a ele. Para ser um sacrifício aceitável, Jesus teve que ser sem fermento (1 Coríntios 5:7), isto é, sem pecado (1
Pedro 2:21-25).

O sacrifício sem fermento de Jesus nos ajuda a apreciar a importância da pureza em nossas vidas. O fermento da imoral-idade
tem que ser retirado de uma igreja local pela expulsão dos pecadores impenitentes (1 Coríntios 5:1-13). Para participar da
comunhão com Cristo e para ser um sacrifício aceitável por ele, temos que evitar o fermento da idolatria e do mundanismo (1
Coríntios 10:14-16; Roma-nos 12:1-2).

-por Dennis Allan

O Que Era o Espinho na Carne de Paulo?

"E para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de
Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei
nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (2 Coríntios 12:7-9).

Há muitas especu-lações sobre o espinho na carne de Paulo. Alguns pensam que ele estava perdendo sua visão. Outros dizem
que ele tinha uma dificuldade de falar, ou alguma forma de paralisia. O fato é que ninguém sabe o que era! Paulo não disse, e
todas as nossas especulações nos deixarão ainda sem nenhuma resposta certa.

Mas há algumas coisas que podemos aprender aqui:

Œ Precisamos admitir quando não sabemos. A arrogância de alguns pastores e professores que parecem pensar que têm
todas as respostas, até mesmo as coisas secretas de Deus (veja Deuteronômio 29:29), é assustadora. "Se alguém fala, fale de
acordo com os oráculos de Deus" (1 Pedro 4:11). Quando Deus fala, precisa-mos falar com confiança e com audácia. Quando ele
se cala, não ousemos ter a presunção de falar.

Precisamos entender que Deus pode dizer não. Promessas tais como João 15:7 ("Pedireis o que quiserdes, e vos será
feito") são freqüentemente mal entendidas. Muitas pessoas acreditam e pregam que Deus dará tudo que pedimos. Mas outras
passagens nos recordam que as orações precisam ser de acordo com a vontade de Deus, não com a nossa (1 João 5:14; Tiago
4:3). O caso de Paulo mostra claramente que Deus pode dizer não ao pedido de um discípulo fiel. Quando não recebemos o que
pedimos, isso não é necessariamente evidência de falta de fé. Pode simplesmente sugerir que Deus, em sua infinita sabedoria,
decidiu que era melhor não conceder o pedido.
Ž  O povo de Deus sofre nesta vida. A doutrina popular de que os justos são sempre abençoados e protegidos do sofrimento
nesta vida é absurdo e falso. Paulo era dedicado como qualquer cristão e sofreu mais do que a maioria. Jesus nunca pecou, mas
sofreu terrivelmente. Os pregadores de hoje que declaram que o sofrimento prova uma falta de fé estão condenando alguns dos
maiores homens que viveram, entre eles Jó, Paulo e até mesmo o Filho de Deus!

-por Dennis Allan

1995

Quem pode ser um discípulo?

Seguir a Jesus é um desafio difícil e exigente. Só uns poucos querem fazer o esforço para serem verdadeiramente discípulos de
Cristo.

Os homens freqüentemente amenizam as exigências do discipulado. Num esforço desorientado para atrair mais seguidores ou
para acalmar suas próprias consciências, pregadores e mestres freqüentemente fazem com que o discipulado pareça
relativamente indolor. Não é. Jesus mesmo sempre advertiu francamente os futuros seguidores do custo do discipulado. Ele
nunca tentou fazer discípulos enganando-os quanto ao que deles se esperava. Em Lucas 14:25-35, Jesus fala aos supostos
seguidores. Ele fala não só das exigências especiais para os seguidores mas também encoraja-os a avaliar o custo antes que se
comprometam. Ele sugere que seria loucura começar a construção de uma torre só para ter de desistir no meio, por falta de
dinheiro. E talvez seria ainda mais louco declarar guerra e ter de pedir a paz antes da batalha, por estar com menos soldados.
Assim, também, Jesus está dizendo: um homem tem que avaliar o custo antes de se tornar um discípulo de Jesus. As exigências
que Jesus faz são: 1. Amar a Deus acima da família ou de si mesmo; 2. Carregar a sua própria cruz; 3. Seguir a Jesus; 4.
Deixar todas as próprias posses. Em poucas palavras, Jesus quer homens que o seguirão a todo custo. Nenhuma pessoa,
nenhuma posse, nenhuma consideração de conveniência pessoal, conforto ou vida devem interferir no serviço de alguém a
Jesus. É duro seguir a Jesus, mas vale a pena. Você é, realmente, seu discípulo?

-por Gary Fisher

Como posso provar o evangelho a alguém que não 


crê na Bíblia?

Não posso provar nada a quem fecha seus olhos à evidência. Mas se alguém deseja ser honesto e de mente aberta, considere a
ressurreição.

Aqui estão certos fatos históricos: 1. Jesus viveu. Nenhum historiador de reputação negaria isto, desde que muitos documentos
históricos atestam sua vida. 2. Jesus morreu e foi enterrado. De novo, não há dúvida verdadeira sobre isto. 3. Três dias
depois a sepultura de Jesus estava vazia. Se a tumba não estivesse vazia, os oponentes das primeiras pregações poderiam
ter apresentado o corpo morto de Jesus e ter silenciado para sempre a pregação da ressurreição. 4. É alegado que muitos
homens sensatos e honestos viram Jesus depois de sua morte. Estes fatos históricos exigem uma explicação.

Como poderiamos explicar estes fatos? 1. O corpo de Jesus foi roubado. Impossível. O sepulcro estava guardado (justamente
porque temiam isso). E quem o teria roubado, e por quê? 2. Os discípulos e outros foram à sepultura errada. Mas como a
localização da tumba poderia ter sido esquecida em apenas três dias? Como os lençóis de Jesus teria estado nesta sepultura?
(João 20:6-7). 3. Jesus nunca morreu, realmente; ele apenas desmaiou e reviveu no sepulcro. Além do fato de que os
romanos haviam crucificado muitas outras pessoas e, por isso, sabiam que Jesus estava realmente morto, ele teria, não
somente que ter revivido na sepultura, mas também ter-se desembaraçado do enfaixamento apertado usado para o
embalsamamento, ter removido uma pesada pedra que estava selando a tumba, enfrentado o guarda da tumba, andado 11
quilômetros (Lucas 24:13), e aparecido saudável aos seus discípulos! Um milagre, se não uma ressurreição! 4. As visões de
Jesus foram alucinações. Porém elas não se ajustam às características típicas das alucinações. E a tumba vazia permanece
sem explicação. 5. Jesus foi ressuscitado. Esta é a explicação mais simples e mais razoável para aquele que estiver desejando
lidar honestamente e razoavelmente com a evidência.

Acrescente a esta evidência: profecia cumprida, milagres, ensinamentos e o caráter de Jesus. Um homem honesto procurando
pela verdade será compelido a crer, por causa do peso da evidência.

-por Gary Fisher

O que é blasfêmia contra o Espírito Santo?


Conforme a popularidade de Jesus crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para explicar seus
maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que ele expulsava demônios pelo poder do próprio Satanás (Mateus 12:22-
32; Marcos 3:22-30; Lucas 11:14-23). Jesus respondeu com três argumentos e uma advertência.

Seus argumentos foram os seguintes:

1. Satanás não atacaria a si mesmo, pois ninguém luta contra si mesmo.

2. Se eu expulso demônios por Satanás, como seus filhos os expelem?

3. Para roubar a casa de um homem forte, tem-se primeiro que amarrá-lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de
modo que eu possa cumprir minha missão de resgatar àqueles que Satanás mantém cativos.

Sua advertência foi: "Em verdade vos digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que
proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno."
(Marcos 3:28-30).

O que é este pecado imperdoável? Muitos trechos ensinam que é possível ir tão longe de Deus que não se pode retornar. Paulo
adverte sobre consciências insensíveis (1 Timóteo 4:2). Hebreus fala de corações endurecidos (capítulo 3) e daqueles que não
podem ser trazidos de volta ao arrependi-mento (capítulo 6). João fala daqueles cujos pecados levam à morte, uma vez que eles
se recusam a se arrependerem e a confessá-los (1 João 5:16-17). O próprio Jesus fala do solo que foi pisoteado e compactado
ao ponto em que nenhuma semente pode germinar (Lucas 8:5). Cada passo que damos afastando-nos de Deus aproxima-nos do
ponto sem retorno. Podemos perder o poder moral para mudar e voltar ao Senhor.

O problema, naturalmente, não está na vontade de Deus de perdoar o pecador (Lucas 15; 2 Pedro 3:9). Deus alegremente
aceita e perdoa a todos que se arrependem. O problema está em que alguns rejeitam cada tentativa de Deus para motivar o
arrependi-mento. Depois que Jesus deixou a terra, o Espírito Santo veio para revelar a mensagem final da salvação. Para
aqueles que a recusam e se voltam contra o Espírito Santo, Deus não tem nenhum outro plano. Não há outro sacri-fício pelo
pecado (Hebreus 10:26-31). Aqueles cujo estado endurecido faz com que recusem o rogo final de Deus, nunca serão perdoados.
Esta é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Queira Deus conceder-nos corações tenros para prontamente responder à sua
palavra.

-por Gary Fisher

Qual é a vontade de Deus para os jovens que estão namorando?

Primeiro, fuja da impureza (1 Coríntios 6:12-20). A união física de um homem e uma mulher tem que ser depois do casamento,
não antes. Isto é verdade, não importa quanto eles se amam e não importa que eles planejem casar-se logo. Os padrões morais
do homem podem estar mudando, mas os de Deus não. E Deus é aquele que nos julgará. Para fugir da fornicação, precisamos
afastar-nos dela. Casais que estão namorando precisam tomar cuidado com o contato físico que leva à fornicação. Deus nos
criou de maneira que certos tipos de contato levam ao desejo de intimidade física. No casamento, isto é certo e digno; no
namoro, tanto a união física como os passos que levam a ela são sensuais, concupiscentes, lascivos e portanto errados. Fuja da
imoralidade sexual!

Segundo, em nossa sociedade, o namoro é normalmente um passo antes do casamento. Deus ensina que os esposos devem
amar suas esposas. Portanto, um jovem deverá escolher a moça que ele esteja certo de que a quererá amar para sempre. Deus
diz às esposas para se submeterem aos seus maridos. Uma jovem deverá escolher um homem a quem ela esteja segura de que
não se importará em se submeter (Efésios 5:22-33). O divórcio não é uma opção dada por Deus em um casamento infeliz
(Mateus 19:3-9), portanto é muito melhor ser cuidadoso e se casar com uma pessoa com a qual terá felicidade durante a vida
inteira.

Finalmente, em tudo deverei esforçar-me para agradar a Deus, em primeiro lugar (Mateus 6:33). Eu deverei ir a lugares, fazer
coisas e dizer coisas que eu sei que Deus aprovará. Tagarelice, egoísmo, indelicadeza, embriaguez, orgias, são condenados por
Deus, em qualquer situação.

-por Gary Fisher

Deus fala hoje em dia diretamente com os homens?

Não. Houve um tempo em que Deus falou diretamente com homens, por uma variedade de meios e modos, mas agora ele só
nos fala através de seu Filho, Jesus Cristo (Hebreus 1:1-2). O próprio Jesus Cristo nos fala através de homens que ele escolheu,
incumbiu e inspirou através do poder do Espírito Santo (Mateus 10:19-20; João 14:26; 16:5-15; Atos 1:8). Esses homens nos
falam através das palavras que eles escreveram e que estão registradas para nós no Novo Testamento (1 Coríntios 14:37; 1
Tessalonicenses 2:13). Portanto, o Novo Testamento é a completa, perfeita e final revelação de Deus ao homem (2 Timóteo
3:16-17; Judas 3). Se alguém, mesmo que seja um anjo, vier a nós trazendo um evangelho diferente do que está registrado no
Novo Testamento, não devemos ouvir (Gálatas 1:6-9).
Muitas, muitas religiões são baseadas nas revelações dos últimos dias. Isto não é surpreendente, desde que, no Velho
Testamento, os falsos profetas declaravam falarem em nome de Deus (Deuteronômio 18:22; Jeremias 28; etc.) O Novo
Testamento também nos adverte contra os falsos profetas (Atos 20:29-30; 1 Timóteo 4:1-3; 1 João 4:1-6). O teste de todo o
mestre religioso é a concordância de seu ensinamento com a Bíblia (1 Coríntios 14:37-38; 1 João 4:6). Hoje em dia os Mormons
acreditam que Deus falou através de Joseph Smith. Os Adventistas acreditam que Ellen G. White foi uma profetisa. As
Testemunhas de Jeová aceitam os pronunciamentos religiosos da Sociedade Torre de Vigia. Entretanto, todas estas religiões
ensinam diferente do Novo Testamento. Cuidado!

Todo o cristão verdadeiro ouve a Bíblia e a Bíblia somente, porque esta é hoje a única revelação de Deus para os homens.

-por Gary Fisher

As crianças nascem no pecado?

Muitos grupos religiosos ensinam que o pecado é herdado e que, portanto, as crianças nascem em pecado. Esta doutrina forma a
base para a prática do batismo das crianças e para o conceito da Imaculada Conceição de Maria.

A Bíblia ensina que o pecado não é hereditário. O pecado é uma violação da lei de Deus (1 João 3:4). O pecado é cometido, não
é herdado. Ezequiel simplesmente diz que "o filho não levará a iniqüidade do pai" (Ezequiel 18:20). Um homem tem que dar
conta a Deus de suas próprias ações e não daquelas feitas por qualquer de seus ancestrais (Romanos 2:6; 14:12; 2 Coríntios
5:10)

A Bíblia ensina que as crianças são sem pecado e que, para entrar no reino de Cristo, temos que nos tornar como uma
criancinha, de novo (Mateus 18:1-4; 19:13-15). Paulo falou de um tempo quando ele estava vivo, antes que o pecado entrasse
em sua vida (Romanos 7:9). Moisés falou de crianças que não conheceram nem o bem nem o mal (Deuteronômio 1:39). Cristo
nasceu de uma mulher e se tornou como seus irmãos em tudo, entretanto ele não foi maculado pela culpa do pecado. Se o
pecado fosse hereditário, Jesus teria nascido um pecador (veja Hebreus 2:14-18; 4:15). Quando uma criança cresce, chega o
tempo em que ela é atraída por seu próprios desejos, é tentada e peca (Tiago 1:14-15). Nesse tempo ela é culpada de pecado
diante de Deus e necessita da salvação. Antes disto, as crianças são puras, sem pecado e seguras aos olhos de Deus.

As doutrinas que vêm desta idéia não são bíblicas. As crianças nunca foram batizadas, no Novo Testamento. Somente aquelas
que pudessem crer e se arrepender eram pessoas preparadas para o batismo (Atos 2:38; 8:12: 18:8, etc.) A doutrina da
Imaculada Conceição de Maria (que diz que, por milagre, ela nasceu sem a culpa do pecado de Adão) foi inventada para escapar
da conseqüência, que Jesus nasceu culpado de pecado. Mas as Escrituras, em lugar nenhum, insinuam que o nascimento de
Maria fosse de algum modo fora do comum. Jesus nasceu sem pecado porque todos os homens nascem sem pecado.

Os infantes estão em segurança; eles não têm pecado.

-por Gary Fisher

O que é um hipócrita?

Um hipócrita é uma pessoa que finge e exibe uma religião sem servir a Deus de coração. Mateus 23 fala do povo que limpava o
exterior da taça mas deixava o interior sujo. Eles eram como sepulcros caiados, que pareciam belos e adornados, mas por
dentro estavam cheios de ossos de mortos e imundície. Jesus disse, "Assim também vós exteriormente pareceis justos aos
homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e iniqüidade" (Mateus 23:28). Há muitos religiosos hipócritas, homens que
tentam impressionar os outros com uma fina camada externa de santidade, mas se o interior for visto, ali há pensamentos
impuros e motivos impróprios. A religião hipócrita não alcança favor diante de Deus.

Por outro lado, alguns crêem que evitar a hipocrisia justifica o pecado. Eles serão abertamente irreligiosos e pecaminosos,
dizendo que não são hipócritas quanto a isso, e que não vão afirmar ser o que não são. De algum modo enganam a si mesmos
ao pensarem que há algum mérito especial no pecado aberto. Certamente, não se deve louvar alguém quando ele não tem
bastante desejo de agradar a Deus para, pelo menos, servi-lo exteriormente. É errado ser pecador por dentro enquanto se
reveste de uma aparência externa de retidão. Mas não é nada melhor deixar a demonstração e ter um exterior pecaminoso
também. O homem tem que limpar o interior e o exterior, tanto um como outro.

-por Gary Fisher

Como alguém pode tornar-se um pastor?

Os discípulos de Jesus freqüentemente discutiam sobre quem seria o maior no reino. Muitas vezes Jesus ensinou-lhes que o povo
do seu reino não está em busca de posição, "status" e honra. Ele ensinou que o maior é aquele que se humilha (note Mateus
18:1-4; 20:20-28; Marcos 9:33-37; João 13:1-20). Jesus advertiu contra o uso de títulos especiais e o desejo de lugares
especiais (Mateus 23:5-12). Não há hierarquia entre os verdadeiros filhos de Deus, mas simplesmente várias maneiras de servir.
No Novo Testamento, homens eram indicados como pastores em cada igreja, depois que ela tivesse tido tempo suficiente para
desenvolver homens que satisfizessem as qualificações (Atos 14:23; Tito 1:5-9; 1 Timóteo 3:1-7). Esses homens eram também
chamados bispos e anciãos. Nenhuma destas palavras era para ser título para elevar esses homens a uma posição de glória
especial, mas simplesmente para descrever o trabalho que lhes competia. Pastores têm que cuidar do crescimento e
desenvolvimento espiritual do rebanho do Senhor (observe Atos 20:28; 1 Pedro 5:2-3). Em 1 Pedro 5, a advertência é feita
sobre o perigo de pastores se tornarem ditadores sobre o rebanho. Deus não queria que as igrejas imitassem as pirâmides da
organização das empresas e dos governos (Marcos 10:35-45).

As qualificações para os pastores dadas na Bíblia (Tito 1:5-7; 1 Timóteo 3:1-7) mostram que eles têm que ser casados e ter
filhos que servem ao Senhor. Eles têm que ser homens espirituais, devotos, honestos, que conhecem e podem ensinar a palavra
de Deus. É interessante notar que entre essas qualificações do pastor não há menção a preparação em seminários, habilidade
para negócios ou ordenação por alguma organização religiosa. Em vez disso, estas exigências pedem homens humildes, justos,
que possam guiar outros cristãos a crescerem para serem mais como Cristo.

Mesmo quando homens qualificados de acordo com as Escrituras são escolhidos e servem bem como pastores, temos que nos
lembrar de dar a Deus o crédito pelo crescimento (1 Coríntios 3:4-8). Pastores são simplesmente servos.

-por Gary Fisher

Deus predestinou a salvação do homem?

Deus predeterminou, antes mesmo da criação do mundo, que haveria de enviar Cristo como um sacrifício pelo pecado. Ele
preordenou que salvaria todos que entrassem e permanecessem em Cristo. Deus até mesmo predispôs as condições exatas que
seriam necessárias par ser unido com seu Filho e experimentar esta salvação. Deus tem o direito de escolher salvar quem ele
quer; e predeterminou salvar aqueles que o amam, aqueles que obedecem fiel-mente ao evangelho de Cristo. Textos tais como
Efésios 1:3-14 e Romanos 8:28-30 deverão ser estudados cuidadosamente.

Deus não predestinou quais pessoas escolheriam cumprir a estas condições de salvação. Cada pessoa determina esta parte. O
sangue de Cristo é adequado para salvar a todos (Hebreus 2:9; 1 João 2:2) e o apelo do evangelho é dirigido a todos (Mateus
28:19; Marcos 16:15). Deus quer que todos sejam salvos (1 Timóteo 2:3-4; 2 Pedro 3:9) e providenciou os meios necessários
para a salvação de todo aquele que estiver pronto a submeter-se a ele em fé. O evangelho revela que tipo de pessoa Deus
predeterminou salvar e agora cada pessoa tem que escolher se o obedecerá.

A idéia de uma predestinação arbitrária de indivíduos para a salvação ou condenação é totalmente contrária aos princípios
básicos das Escrituras. A Bíblia ensina claramente que Deus não mostra favoritismo (Atos 10:34-35; Romanos 2:11) e que o
julgamento será baseado em nossos atos, e não em algum tipo de pré-escolha individual por Deus (Romanos 2:6; 2 Coríntios
5:10).

Assim, a predestinação é a predeterminação de Deus a enviar Cristo e salvar aqueles que estão nele. Deus escolheu o povo que
ele salvaria; nós temos agora a livre escolha para nos juntar com esse povo e tornarmo-nos uma pessoa do tipo que Deus
predestinou salvar. Todo homem foi convidado a se tornar um dos escolhidos.

-por Gary Fisher

Deveriam os cristãos jejuar?

Jejuar significa abster-se de alimento por um certo período de tempo. No Velho Testamento, o jejum está geralmente associado
com três coisas: tristeza (Juízes 20:26; 1 Samuel 31:13; 2 Samuel 1:12; 1 Reis 21:27; Ester 4:3; Salmo 35:13; Daniel 6:18);
confissão de pecados (2 Samuel 12; 1 Samuel 7:6; Jonas 3:5; Neemias 9:1); e buscar o Senhor (2 Crônicas 20:3; Esdras 8:21,
23; Ester 4:16; Joel 1:14; 2:15; Neemias 1:4; Daniel 9:3). Muitas vezes estes elementos de aflição, confissão e oração foram
juntados em períodos de jejum. Um dia regular de jejum foi observado pelos judeus todos os anos: o dia da expiação (Levítico
16:31; veja Atos 27:9). O dia da expiação era naturalmente associado com aflição, confissão e oração, quando o povo se
recordava dos pecados que havia cometido durante o ano e oferecia sacrifícios pela sua purificação.

Nos dias do Novo Testamento, os fariseus tinham transformado o jejum em um ritual e um espetáculo. Jesus ensinava que o
jejum é para ser feito em particular e não para impressionar os outros (Mateus 6:16-18). Ele também ensinava que o jejum é
para ser feito em ocasiões apropriadas, isto é, em tempos de aflição (Lucas 5:33-39). O jejum não é um ritual mecânico, para
ser praticado simplesmente com o propósito de jejuar. Mas quando a tristeza, a culpa ou a necessidade por uma comunicação
mais íntima com o Senhor pede isso, então o jejum pode ser praticado.

Ainda que o Novo Testamento nunca ordene o jejum, ele mostra que os cristãos primitivos ocasionalmente jejuavam, quando as
circunstâncias eram propícias. Por exemplo, em Atos 13:2-3, a igreja jejuava quando enviava dois dos seus professores numa
longa viagem de pregação. Em Atos 14:23, as igrejas jejuavam quando indicavam anciãos. Jejuar nunca deveria ser pensado
como um meio de manipular o favor de Deus ou como um modo de fazer com que Deus ficasse mais atento às nossas orações.
Antes, jejuar pode ser um meio de nos aproximarmos do Senhor, orando e meditando no Senhor, sem interrupção para tomar
uma refeição. E o jejum é, freqüentemente, o acompanhamento natural da aflição e da triste confissão de pecado.
-por Gary Fisher

Deve o batismo ser em nome de Jesus?

Cristo deu aos seus apóstolos a missão de irem por todo o mundo e fazerem discípulos, "batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo" (Mateus 28:18-20). Quando os apóstolos faziam discípulos eles batizavam "em nome de Jesus Cristo"
(Atos 2:38; 10:48), e "em o nome do Senhor Jesus" (Atos 8:16; 19:6). Há uma controvérsia sobre qual destas fórmulas deve
ser recitada sobre a pessoa que está recebendo o batismo.

Antes de responder, vamos observar outro texto: Colossenses 3:17. Este versículo afirma: "E tudo o que fizerdes, seja em
palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus." Isto significa que temos que fazer tudo pela autoridade de Jesus,
obedecendo a seus mandamentos. Não significa que temos que recitar as palavras "Senhor Jesus" quando fazemos ou dizemos
alguma coisa. A frase, "em nome de", não indica uma fórmula para se recitar, mas indica uma autoridade à qual temos que nos
submeter.

Nenhuma passagem bíblica dá um conjunto de palavras para serem pronunciadas sobre a pessoa que recebe o batismo. Os
textos acima dizem o que era feito, não o que era dito, quando uma pessoa era batizada. O batismo deveria ser pela autoridade
(de acordo com os ensinamentos) do Pai, do Filho e do Espírito Santo. E desde que nunca há uma discordância entre os três, o
que quer que façamos em obediência ao Pai, ou ao Espírito, na mesma ação obedecemos à vontade de Jesus.

É aceitável dizer que se está sendo batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Pode dizer que se é batizado em
nome de Jesus. Mas a verdade é que não há nada que tenha que ser dito quando se é batizado. As palavras que são faladas não
afetam a validade do batismo. Mas precisamos cuidadosamente obedecer aos ensinamentos do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
sempre que se é batizado, e de fato, em tudo o que dizemos e fazemos.

-por Gary Fisher

De que modo os cristãos deveriam saudar um ao outro?

Mais de 60 vezes, no Novo Testamento, os cristãos saudaram ou foram mandados saudar um ao outro (note Atos 15:23;
Romanos 16:3-16; 1 Coríntios 16:19-21; 2 Coríntios 13:12; Filipenses 4:21-22; Colossenses 4:10-15; Hebreus 13:24; 1 Pedro
5:13-14). Na maioria dos casos, não há nenhuma saudação especial dada; a idéia é aquela de uma saudação cordial da parte
dos irmãos, de uns aos outros. Mas alguns imaginam se não haverá uma saudação especial, que os irmãos deveriam fazer.

Alguns notaram referências ocasionais sobre beijar como uma forma de saudação (Romanos 16:16; 1 Coríntios 16:20; 2 Corín-
tios 13:12; 1 Tessalonicenses 5:26; 1 Pedro 5:14). Como resultado, eles iniciaram rituais especiais de troca de beijos como
forma de adoração. Em certas igrejas há determinados momentos para "o ósculo santo". Outros saudam todos os irmãos que
encontram com um beijo. Mas há sérios problemas bíblicos com estas idéias: 1. Não há texto da escritura que indique que um
beijo era a única forma de saudação entre os irmãos do primeiro século. Aliás, as saudações que Paulo freqüentemente enviou
pelo correio não poderiam ter sido na forma de um beijo. Beijar é uma forma aceitável de saudação entre os irmãos, mas não é
a forma exclusiva. 2. Não há indicação de que os beijos fossem mais do que uma mera saudação. As referências não são
encontradas nas partes doutrinárias das cartas que relatam as práticas da igreja. Os contextos não atribuem maior significado
ao beijo do que o de uma cordial saudação fraternal. 3. Se estes textos se referissem a uma prática específica incorporada ao
ritual de adoração, eles teriam dito o beijo santo, assim como falamos do batismo ou da ceia. Beijar como saudação entre
irmãos é, certamente, aceitável; tornar certo tipo de beijo uma rígida doutrina ou ato de adoração, não é.

Outros descobriram alguma frase distinta que eles transformaram na saudação exigida entre irmãos: "paz do Senhor", por
exemplo. Às vezes a frase se torna quase uma repetição sem significado. Outras vezes, é usada como um modo de identificar o
verdadeiro "fiel". Mas, de fato, houve muitas frases usadas pelos cristãos do primeiro século, quando se encontravam e
expressavam o desejo para o bem-estar do outro (note os textos citados acima). É claro que não é errado desejar sinceramente
a um irmão que sinta a paz de Cristo, mas não devemos nunca impor uma forma específica de saudação.

Saudações são simplesmente isso: saudações. E, entre irmãos, deverão ser o reflexo sincero do amor e do cuidado que os
verdadeiros discípulos compartilham.

-por Gary Fisher

1994

Estão erradas as discordâncias religiosas?


Não! A Bíblia nos manda "batalhar arduamente pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos" (Judas 3). Para
batalhar arduamente pela fé, é necessário às vezes corrigir e repreender (2 Timóteo 4:2); é preciso ocasionalmente repreender
os homens severamente (Tito 1:13); às vezes é necessário se opor a um companheiro cristão (Gálatas 2:11); é preciso também
debater e poderosamente contradizer falsos professores em público (Atos 9:29; 18:28).

O diabo, é claro, prefere que os homens religiosos mantenham suas bocas fechadas enquanto ele se veste de cordeiro (Mateus
7:15), disfarçando-se como um anjo de luz (2 Coríntios 11:13-15) e infiltrando-se despercebido (Judas 4), introduzindo
dissimuladamente heresias destruidoras (2 Pedro 2:1) para destruir a fé do homem (Efésios 6:10-17; 2 Coríntios 10:3-5). A
batalha nunca pode estar ganha por entregarmos nossas armas ou por comprometermo-nos com os erro.

O diabo é audacioso ele raramente aparece com dois chifres e um rabo. Ele meramente distorce o evangelho (Gálatas 1:6-9; 2
Pedro 3:15-16) e se mascara como um verdadeiro cristão. Então, quando os homens tomarem a espada do Espírito (Efésios
6:17) e começarem a se opor contra o erro, ele chora: "Nós precisamos de mais amor e paciência; nós apenas vemos as coisas
de maneira diferente, mas todos nós servimos ao mesmo Deus e estamos indo para o mesmo lugar."

Não devemos batalhar ou sermos briguentos sobre caprichos pessoais ou opiniões. Mas quando a pureza da doutrina de Deus é
envolvida, nós devemos não somente discordar, mas batalhar arduamente pela verdade do evangelho!

-por Gary Fisher

Quanta devoção deveria ser dada a um pregador?

O trabalho de um pregador é transmitido em três livros dirigidos a novos pregadores (1 e 2 Timóteo e Tito). O pregador que é
devoto deve "pregar a palavra do Senhor; quer seja oportuno ou não; repreendendo, corrigindo, aconselhando com grande
paciência e instrução" (2 Timóteo 4:2). Se o pregador assim o faz, ele é meramente um servo simplesmente um homem (1
Coríntios 3:5-7; Atos 10:26). Ele deve ser respeitado pelo seu serviço e devoção, mas não deve ser reverenciado ou elevado
acima de outros, menos proeminentes, servos de Deus.

Os ensinamentos de todo pregador devem ser cuidadosamente comparados com a palavra de Deus. Pregadores não estão
isentos da possibilidade de errar; é bem verdade que "muitos falsos profetas tem saido pelo mundo afora" (1 João 4:1). Falsos
professores sao muito difíceis de detectar. Por se vestirem com pele de cordeiro e se disfarçarem de servos da justiça divina, são
estes aqueles que pregam um evangelho pervertido e parecem ser puros (Mateus 7:15-20; 2 Coríntios 11:13-15). Jesus disse:
"Ficai atentos." Os cidadãos de Beréia foram instruídos a comparar cuidadosamente até o que o apóstolo Paulo ensinou com as
Escrituras (Atos 17:11). Nunca simplesmente aceite o que um pregador possa vir a ensinar; sempre atenciosamente procure e
acredite nos ensinamentos das Escrituras. Muitos que pura e simplesmente acreditaram nas palavras de um certo pregador,
ficarão surpresos no dia do juízo (Mateus 7:21-23). Deus disse, atraves de Jeremias:"Maldito é o homem que confia no homem"
(Jeremias 17:5).

Nossa devoção deve ser dada somente a Deus. O seu pregador pode ser uma ótima pessoa, mas não confie no fato de que ele
vá salvá-lo. Cuidadosamente compare a palavra dele com a do nosso Senhor, porque as palavras dele serão as que nos julgarão
(João 12:48).

-por Gary Fisher

É a vontade de Deus que seus filhos sejam prósperos e saudáveis?

Não necessariamente. A Bíblia não ensina que Deus sempre deseja a abundância material ou a boa saúde para seus filhos.
Apesar dos ensinamentos das Escrituras, vários pregadores de grande acesso ao público estão agora pregando "evangelhos da
saúde e da riqueza". Esta ênfase que as pessoas dão à prosperidade e à saúde física é, na verdade, o m aterialismo disfarçado
de religião.

Os que servem a Deus freqüentemente são pessoas de renda muito baixa. Neste mundo, Cristo foi pobre (Lucas 9:58). Paulo
várias vezes o foi (2 Coríntios 11:23-27). Os cristãos hebreus também foram (Hebreus 10:37). Homens fiéis à vontade divina,
algumas vezes ficaram desamparados, necessitados de recursos (Hebreus 11:37).

Os que servem a Deus são freqüentemente doentes e enfermos. Paulo deixou Trófimo doente em Mileto (2 Timóteo 4:20).
Timóteo foi aconselhado a usar um pouco de vinho medicinal "por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades"
(1 Timóteo 5:23). Somos encorajados a orar por aqueles que estão doentes e sabemos que, se for a vontade de Deus, eles
poderão ser curados. Mas nem sempre esta é a vontade de Deus! Aqueles que ensinam o evangelho da saúde perfeita muitas
vezes encorajam as pessoas a "reinvidicar" por milagres, acreditando que a reinvidicância os pertence a qualquer momento,
desde que a façam com fé. É claro que isto seria muito confortante, mas onde é que na Bíblia está se referindo que podíamos
sequer "reinvidicar" por milagres?

A popularidade dos evangelhos da saúde e da riqueza é uma boa evidência de como anda a orientação em nosso mundo.
Devemos aprender a fixar nossas esperanças completamente na graça divina que está por vir de acordo com a revelação de
Cristo (1 Pedro 1:13), e não na riqueza e na saúde desta vida.
-por Gary Fisher

Como crescer espiritualmente?

Estudando e aplicando a palavra de Deus, assim como comemos e exercitamos nosso corpo para crescermos.

"Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento
para salvação" (1 Pedro 2:2). A comida é essencial para o crescimento de todos os seres vivos. Para alimentar o espírito do
homem exige-se estudo e meditação da palavra de Deus. Há várias coisas a serem lembradas sobre uma alimentação correta. 1.
Alimen-tação deve acontecer regularmente. Geralmente, pode-se ficar com "fome" após apenas algumas horas sem comer. E
nós? Nos alimentamos diariamente com as palavras de Deus? 2. Toda pessoa deveria ter uma alimentação equilibrada.
Alimentando-se somente de cereais e de nenhum legume, não haverá bom crescimento do homem. Devemos estudar todas as
partes da palavra de Deus. 3. É bom ficar atento aos aditivos; estes são muitas vezes prejudiciais à saúde. Paulo pregou as
puras palavras de Deus sem as alterar (2 Coríntios 4:2). As observações feitas por vários homens nas Escrituras podem vir a ser
de grande ajuda. Não devemos nos deixar ser levados pelos ensinamentos do homem e sim pelas palavras de Deus.

O exercício é outro componente vital para o crescimento (Hebreus 5:12-14). O exercício em si envolve o uso da comida que
engerimos; espiritualmente, aplicamos os ensinamentos de Deus em nossas vidas. Por exemplo, lemos que devemos viver
sensata, justa e piedosamente (Tito 2:12); precisamos, então, nos comportar desta forma. Devemos permitir que o aprendizado
de nossos estudos, mude nossas vidas.

Nosso objetivo no crescimento está manifestado em 2 Coríntios 3:18 o de ser transformado na imagem de Cristo. Este é um
grandioso objetivo. Que cresçamos nesta direção!

-por Gary Fisher

Deveriam as crianças ser batizadas?

No Novo Testamento, somente os crentes foram batizados. Veja Atos 2:37-38; 8:12-13; 18:8; etc. Isto não nos deveria
surpreender, porque em João 6:45 Jesus tinha dito: "E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do
Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim". A pessoa tem que, primeiro, ouvir e aprender o evangelho e depois vem a Cristo,
no batismo. O crente que se arrepende é a única pessoa que pode ser batizada, de acordo com as Escrituras.

Quando nos lembramos do propósito do batismo do Novo Testamento, torna-se óbvio por que nenhuma criança foi batizada. O
batismo é para lavar os pecados de um homem (Atos 22:16). Uma criança não necessita de batismo porque ela nunca pecou.
Alguns argumentam, erradamente, que embora as crinaças nunca tenham pecado pessoalmente, elas herdaram o pecado. A
Bíblia ensina que o pecado é cometido, não herdado (Ezequiel 18:20; 1 João 3:4). Uma vez que, quando somos convertidos,
tornamo-nos como crianças, sabemos que as crianças são sem pecado (Mateus 18:3). Uma criança é pura; ela não cometeu
nem herdou nenhum pecado.

Deveriam as crianças ser batizadas? Não. A Bíblia mostra que as crianças não devem ser batizadas. Somente quando um homem
está amadurecido o suficiente para crer e arrepender-se, o batismo limpará seu coração e fará dele um filho de Deus.

-por Gary Fisher

Onde Caim encontrou sua esposa?

Esta é uma das perguntas que sempre teimam em reaparecer, algumas vezes usadas para tentar ridicularizar a Bíblia, na sua
descrição da criação. Mas, para aqueles que perguntam honestamente, Gênesis 5:4 diz que Adão e Eva tiveram outros filhos e
filhas, além de Caim e Abel. É evidente que Caim escolheu uma esposa entre suas irmãs, ou talvez sobrinhas. Enquanto depois,
o casamento com a própria irmã foi condenado como fornicação (Levítico 18), isso foi permitido naqueles primeiros tempos da
terra, por causa da necessidade prática. Atualmente, o casamento com qualquer parente próximo é desaprovado, porque os
filhos daqueles que se casam com parentes próximos correm muito risco de serem retardados mentais ou terem defeitos físicos.
Isto é devido ao acúmulo dos defeitos genéticos dos parentes próximos. Mas isto não teria causado nenhum problema a Caim.
Deus criou Adão e Eva perfeitos. Naquelas primeiras gerações deve ter havido pouca herança acumulada de defeitos a serem
passados aos filhos. Então, não houve nenhum problema no casamento entre parentes próximos e Deus, obviamente, o
permitiu.

Vivemos em uma época em que algumas pessoas tentam, freqüentemente, invalidar a doutrina da criação. Ela é chamada mito
ou conto de fada. Mas a Bíblia apresenta a criação como História e Jesus aceitou as palavras de Gênesis como historicamente
verdadeiras (Mateus 19:4-6). Enquanto é verdade que Deus poderia ter resolvido criar o homem pela evolução ou de muitas
outras maneiras, a Bíblia ensina que Deus de fato escolheu criar o homem diretamente a partir do pó do chão e soprar nas suas
narinas o sopro da vida. Faríamos bem em aceitar a palavra de Deus neste assunto, porque nós não estávamos lá!

-por Gary Fisher


Deveria ser dado um tratamento especial a Maria?

Maria foi escolhida para receber uma honra muito especial. Ela foi a escolhida para dar à luz o Messias. Ela, certamente, foi
"bendita entre as mulheres" (Lucas 1:42). Referências posteriores a Maria mostram-na como uma mulher devota e justa (veja
Atos 1:14, por exemplo).

Mas há diversas passagens que parece terem sido incluídas nas Escrituras com o propósito de nos guardar contra a dar honra
indevida a Maria. Houve o tempo (Mateus 12:46-50; Marcos 3:31-35; Lucas 8:19-21) quando Maria e os irmãos de Jesus
estavam querendo falar com ele. Jesus disse: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? e estendendo a mão para os
discípulos, disse: Eis minha mãe e meus irmãos. Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão,
irmã e mãe." E ainda houve o tempo quando alguém, na multidão, disse: "Bem aventurada aquela que te concebeu e os seios
que te amamentaram! Ele, porém, respondeu: Antes bem aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!"
(Lucas 11:27-28). Se em qualquer momento houve uma oportunidade para Jesus ter ensinado que Maria merecia alguma honra
especial, certamente seria aqui. Mas ele disse justamento o contrário.

Numerosas lendas surgiram sobre Maria. Ela é chamada a virgem perpétua; mas as freqüentes referências bíblicas aos irmãos e
irmãs de Jesus desaprovam isso (Mateus 12:46; 13:55; etc.). Pensam que ela, tendo concebido imaculadamente, permaneceu
sem pecado; mas Romanos 3:23 se opõe a que ela tivesse sido sem pecado. Alguns até acham que ela foi, em corpo, elevada
aos céus; mas não existe sequer um fragmento de evidência, nas Escrituras, em apoio a isso.

Maria foi uma excelente mulher e teve a honra de ser escolhida para ser a mãe de Jesus. Mas não devemos avaliar os homens
acima do que está escrito (1 Coríntios 4:6).

-por Gary Fisher

O que a Bíblia ensina sobre a situação dos mortos?

O homem tem tanto um corpo material como um espírito imortal. Ao morrer, o corpo do homem retorna à terra e se consome.
Pela fé, o cristão também sabe que quando Cristo retornar, no final dos tempos, nossos corpos ressuscitarão dentre os mortos
em estado imperecível e incorruptível. (Estude 1 Coríntios 15 para maiores minúcias.)

Ao morrer, o espírito do homem retorna a Deus (Eclesiastes 12:7). Paulo disse que, quando ele morresse, estaria presente com
o Senhor (2 Coríntios 5:6-8; Filipenses 1:21-23). Mesmo os espíritos dos homens ímpios permanecem conscientes, sofrendo
tormento (Lucas 16:19-31). Muitas pessoas ficam confusas com a palavra "morte". Elas crêem que ela significa aniquilação ou o
fim da existência. Contudo, a idéia básica na palavra "morte" é separação. A morte material significa separação do corpo e do
espírito. A morte espiritual significa a separação do homem e de Deus. Quando eu morro, eu não deixo de existir, mas de fato
minha alma e meu corpo são separados.

Assim, aqui está o que a Bíblia diz sobre a situação dos mortos: seus corpos retornam ao pó, aguardando a ressurreição. Seus
espíritos estão ou no paraíso, com Deus, ou em tormento, dependendo de seus atos quando estavam em seus corpos.

-por Gary Fisher

Poderei ser salvo como o ladrão na cruz?

Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Um destes ladrões se arrependeu e pediu a Jesus: "Lembra-te de mim quando vieres no
teu reino." Jesus respondeu: "Hoje estarás comigo no paraíso" (veja Lucas 23:39-43). É comum ouvir pessoas dizerem que
desejam ser salvas exatamente como aquele ladrão foi. De costume, quando indivíduos dizem isto, eles não querem dizer que
desejam que Jesus seja recrucificado e que eles mesmos sejam pendurados ao lado dele e repetir a conversão do ladrão. Em vez
disso, eles querem dizer que desejam ser salvos pela fé somente, sem batismo, exatamente como o ladrão foi. Poderá isto ser
feito?

Quando Jesus viveu pessoalmente na terra, ele freqüentemente perdoou os pecados de várias pessoas, em diversas ocasiões
(veja Marcos 2:5 e Lucas 7:48). Jesus, certamente, poderia fazer isto quando e como ele desejasse, desde que ele tivesse
"sobre a terra autoridade para perdoar pecados" (Marcos 2:10). É claro que Cristo não está mais na terra, fisicamente; mas
quando ele morreu, instituiu uma nova aliança (Hebreus 9:15-22). Esta aliança promete o perdão dos pecados ao crente quando
ele se arrepende e é batizado (Mateus 28:18-20; Lucas 24:47; Atos 2:38; 22:16; etc.). Um homem pode ser salvo, hoje em
dia, somente se obedecer às condições desta nova aliança.

Noé foi salvo pela construção de uma arca (Hebreus 11:7). Raabe foi salva ao pendurar um cordão vermelho em sua janela
(Josué 2; 6; Hebreus 11:31). O ladrão foi salvo por pedido pessoal a Jesus na cruz. Desde o tempo da morte de Cristo até o final
dos tempos, todos os homens, de qualquer nação, serão salvos pela fé, pelo o arrependimento e pelo batismo (Mateus 28:18;
Lucas 24:47; Atos 17:30-31).

- por Gary Fisher


O amor é mais importante do que a verdade?

Nossa época é voltada para humanismo e tem se espalhado a idéia de que os relacionamentos são mais importantes do que a
realidade, que o homem é mais importante do que Deus, e que o amor aos outros é mais importante do que a justiça. A verdade
está se tornando um sentimento subjetivo; já não é mais um fato imutável e definido. Por isso, conclui-se que a verdade tem
pouca importância; só precisamos amar os outros.

Mas se as palavras de Jesus têm valor, toda esta idéia é completamente falsa. Jesus disse que o primeiro grande mandamento é
amar a Deus de todo o coração, alma, força e entendimento (Marcos 12:28-31). Amar aos outros é o segundo mandamento. Há
muitos que invertam esta ordem. Se amamos a Deus, temos que amar o que ele diz (João 14:15; 15:14). Jesus perguntou: "Por
que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?" (Lucas 6:46).

A verdade é da extrema importância em nossa relação com Deus. Temos que conhecer a verdade (João 8:32; 1 Timóteo 2:4);
obedecer à verdade (1 Pedro 1:22); adorar em verdade (João 4:24); andar em verdade (2 João 4); armar-nos com a verdade
(Efésios 6:14); e amar a verdade (2 Tessalonicenses 2:10). Aqueles que se desviam da verdade estão perdidos (Tiago 5:19);
aqueles que não andam segundo a verdade têm que ser repreendidos (Gálatas 2:14); aqueles que mudam a verdade são
detestados por Deus (Romanos 1:25); aqueles que não estão na verdade seguem seu pai, o Diabo (João 8:44).

Tornar o amor mais importante do que a verdade é tornar o homem mais importante do que Deus e fazer o segundo
mandamento mais importante do que o primeiro. "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade" (João 17:17).

-por Gary Fisher

O que significa a palavra "igreja"?

Há três usos comuns da palavra "igreja". Dois são das escrituras e um não é. Nas escrituras, todos os cristãos formam a igreja
de Deus (Efésios 1:22-23; 5:22-33). Do mesmo modo, os cristãos que trabalham e adoram juntos num determinado lugar são
uma igreja (1 Coríntios 1:2). Poderíamos chamar estes dois usos como igreja universal e igreja local. O uso que não é das
escrituras se aplica a um grupo de igrejas que se juntaram e a este poderíamos chamar igreja denominacional. Uma igreja
denominacional é um grupo de igrejas trabalhando juntas como se fosse uma, sob uma organização nacional ou internacional.

Agora você pode perguntar: O que é errado com a existência de uma igreja denominacional? Muitas coisas: 1. A única
organização que Deus deu aos cristãos foi a igreja local. Não há autoridade Bíblica para qualquer presidente, sínodo ou
convenção se colocar acima de qualquer grupo de igrejas; 2. A Bíblia não autoriza a união de igrejas locais. As igrejas têm que
funcionar separada e independentemente sob a supervisão de presbíteros, cuja autoridade é limitada a uma igreja local (Atos
14:23; 20:28; 1 Pedro 5:2). Pesquise na Bíblia, de capa a capa, para ver se acha o nome de sua igreja denominacional. Minha
bíblia tem 1238 páginas. Eu não gostaria de ser membro de alguma organização religiosa que Deus nunca mencionou, em 1238
páginas!

Crescemos num mundo dominado pelo pensamento denominacional. É preciso coragem, convicção e estudo com mente aberta
da palavra de Deus para nos afastar destas falsas idéias.

-por Gary Fisher

Serão salvas as pessoas de religiões não cristãs?

Algumas pessoas acreditam que as religiões mundiais o islamismo, o cristianismo, o hinduismo, etc. são, apenas diferentes, mas
igualmente boas, maneiras de adorar a Deus. Elas dizem que o hinduismo é o caminho de Deus para os orientais; que o
islamismo é o caminho de Deus para os árabes; e que o cristianismo é o caminho de Deus para as civilizações ocidentais, etc.

Jesus, porém, disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6). Em outra
ocasião, Jesus afirmou: "Se não crerdes que eu sou, morrereis nos vossos pecados" (João 8:24). Jesus enviou seus discípulos
para pregar a todas as nações, ordenando a cada homem que se arrependa e obedeça ao evangelho (Mateus 28:18-20). Paulo
disse que Deus ordena a todos os homens, em qualquer lugar, que se arrependam, porque o mundo será julgado por Jesus
Cristo (Atos 17:30-31). O mínimo que pode ser dito é que Jesus declarou ser o caminho exclusivo da salvação para todas as
pessoas, de todas as raças, em todas as nações. Você pode decidir rejeitar isto, mas já não crerá mais em Jesus, se fizer isso.

Realmente, se os homens pudessem ser salvos pelo islamismo, o hinduismo, o budismo, o taoismo ou qualquer outra coisa,
Jesus não precisaria ter sido crucificado. O sacrifício de Cristo seria desnecessário, se um homem seguindo, cuidadosamente, os
princípios do hinduismo pudesse ser salvo. Há um só Deus, um só Salvador, um só Senhor, um único caminho da salvação, um
só evangelho, uma única esperança (veja Efésios 4:4-6). Muitas são as invenções e perversões dos homens.

-por Gary Fisher


 

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