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O Livro de 1 e 2 Timóteo
- por Carl Ballard
Introdução a 1 e 2 Timóteo
Cartas para um Jovem Evangelista
Timóteo, amado "filho" na fé. O jovem Timóteo morava na cidade asiática de Listra, e era filho de
uma judia crente e um pai grego (veja Atos 16:1). É provável que Timóteo e sua mãe fossem
convertidos pela pregação de Paulo durante a primeira viagem missionária do apóstolo (veja Atos
14). Ao visitar Listra novamente durante sua segunda viagem, Paulo ouviu o bom teste-munho dos
irmãos sobre Timóteo e decidiu levá-lo consigo para o trabalho da pregação do evangelho (Atos
16:2-3). Sendo que o pai de Timóteo não era cristão, Paulo logo se tornou como um "pai" na fé para
este discípulo. O apóstolo mostra grande respeito, confiança, e amor por Timóteo, mencionando o
discípulo com muita afeição em 8 das 13 cartas que escreveu.
O tema das cartas. A tarefa de Timóteo na cidade de Éfeso não era pequena. Paulo o havia
deixado com o cargo de corrigir "certas pessoas" que estavam promovendo erro doutrinário (1
Timóteo 1:3). Na primeira carta, para ajudá-lo a combater estes falsos mestres, Paulo ensina a
Timóteo "como se deve proceder na casa de Deus" (1 Timóteo 3:15). Embora que Timóteo fosse
ainda jovem (1 Timóteo 4:12), ele teria que ensi-nar e ordenar estes mandamentos de Deus aos
irmãos de Éfeso (1 Timóteo 4:6,11,16).
A ênfase de Paulo nestas duas cartas está sempre voltada à palavra de Deus. Tudo o que Timóteo
precisava, tanto para corrigir erros doutrinários como para ficar firme no meio de tribulação, ele
poderia achar na palavra do Senhor. Por este motivo, Paulo exorta a Timóteo: "aplica-te à leitura, à
exortação, ao ensino" (1 Timóteo 4:13), e "procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro...que maneja bem a palavra da verdade" (2 Timóteo 2:15).
Paulo sabia que Timóteo precisava da palavra de Deus para fazer o trabalho de evangelista. Ele
não ordenava que Timóteo se apoiasse na sua "experiência", e nem que ele estudasse teologia
para aprender pregar. Em vez disso Paulo mandou: "tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina...porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes" (1 Timóteo
4:16).
O caráter das cartas. Paulo, embora tendo grande intimidade como um "pai" para Timóteo,
começa as duas cartas falando da sua autoridade como apóstolo (1 Timóteo 1:1; 2 Timóteo 1:1).
Estas não são meramente cartas particulares, mas contêm a revelação divina de Deus (veja 1
Coríntios 14:37; Efésios 3:3-5; 2 Pedro 3:15-16).
As cartas foram escritas inicialmente para Timóteo, e assim contêm muitas referências
particulares, que não podemos aplicar como mandamento do Senhor (veja 1 Timóteo 1:3 e 5:23; 2
Timóteo 4:21). Mesmo assim, elas têm um segundo nível de aplicação universal, revelando a
vontade de Deus sobre o papel das mulheres (1 Timóteo 2:11-15), as qualificações dos bispos e
diáconos (1 Timóteo 3:1-13), a inspiração das Escrituras (2 Timóteo 3:14-17), e várias outras
coisas.
1 Timóteo 1:1-20
"Combate o Bom Combate"
Saudação (1:1-2). Ao escrever para encorajar o jovem Timóteo, Paulo
assume os dois papéis de apóstolo e de "pai" espiritual. Como apóstolo
"pelo mandato de Deus", suas palavras carregam a autoridade da
revelação divina, e devem ser obede-cidas como sendo de Deus (veja 1
Coríntios 14:37). Como "pai" escrevendo para seu "verdadeiro filho na fé",
suas palavras têm um tom de afeição e oferecem conforto.
O uso legítimo da lei (doutrina) de Deus é a correção dos que erram, e não a criação de polêmicas
e discussões (1:8-11; veja 2 Timóteo 3:16; Romanos 7:7; Gálatas 3:19). Quem discute a doutrina de
Deus sem primeiramente ouvi-la e obedecê-la comete um grande erro (veja Mateus 22:23-33)! Com
muito cuidado devemos compreender, falar e praticar ousadamente somente a doutrina que o
Senhor nos revelou no seu evangelho.
O poder do evangelho (1:12-17): Ninguém sabia mais sobre engano do que o próprio apóstolo
Paulo. Ele acreditava estar fazendo o que era reto perante Deus, mas na sua ignorância e
incredulidade, ele perseguia com fervor a igreja do Senhor (1:12-13; veja Atos 8:1-3; 9:1-2). Porém,
pela graça de Deus através do evangelho, até este "principal" dos pecadores recebeu perdão
quando creu "para a vida eterna" (1:14-17). O evangelho que salvou Paulo não incluiu a doutrina de
"certas pessoas" em Éfeso! Era este o evangelho que Timóteo precisava pregar, confiante no poder
dele tanto para corrigir erro como salvar os que nele crêem (veja Romanos 1:16-17).
O bom combate (1:18-20). Timóteo precisava ficar firme na luta contra falsa doutrina (1:18-19;
veja Judas 3-4). Hoje há muitos que têm "rejeitado a boa consciência" e ensinam como doutrina
coisas que não fazem parte do evangelho do Senhor (1:19; veja 1 Timóteo 4:1-3; 2 João 8-9).
Devemos manter a fé assim como Timóteo, pregando fielmente a palavra do Senhor para corrigir
os que "blasfemam" com doutrinas falsas (1:20).
2. �O fervor de alguém prova que a doutrina é de Deus? Qual a prova certa? (1:3-17)
1 Timóteo 2:1-15
"Levantando Mãos Santas"
A prática de oração (2:1-8). Visto que Timóteo precisava de firmeza na luta contra falsa doutrina
(1:3-20), Paulo o exortou que começasse "antes de tudo" orando (2:1). Jesus falou muito da
importância de oração (veja Marcos 9:14-29; Lucas 18:1-8), e oração constante é evidente nas
vidas dos seus discípulos (veja Atos 1:12-14; 4:23-31). Paulo exortou a Timóteo que praticasse a
oração em todas as suas formas:
A oração certa não pensa em si só, mas é feita em favor de outros. Paulo exortava que as orações
fossem feitas em favor de todos, e especificamente em favor das autoridades, a fim de que todos
vivessem uma "vida tranqüila" (2:1-2). Deus deseja a salvação de todos, e a vida tranqüila facilita
que as pessoas "cheguem ao pleno conhecimento da verdade" para que sejam salvas (2:3-4).
Orando "antes de tudo" daria a Timóteo a perspectiva certa. Ele não precisava lutar para defender a
si mesmo, mas para defender a verdade de Deus, a testemunha do sacrifício de Jesus "por todos"
(2:5-7). Falsos mestres lutam contra Deus e não contra evangelistas. Por isso, é necessário que os
homens orem em santidade, "sem ira e sem animosidade" (2:8). A oração certa é feita para
salvação e não para condenação.
Acerca das mulheres (2:9-15). As mulheres também devem refletir a santidade em suas vidas. A
mulher não deve chamar atenção para si com a sua aparência física, mas pelas suas boas obras
deve mostrar a sua piedade (2:9-10; veja 1 Pedro 3:1-6).
A mulher piedosa é submissa, e aprende "em silêncio" (2:11). Muitos tropeçam com esta palavra,
dizendo que as mulheres têm tanta habilidade quanto os homens para ensinar a palavra de Deus, e
por isso seria até errado se elas se mantivessem caladas. Porém, a questão não é de habilidade, e
sim de autoridade. Paulo não disse que a mulher não é capaz, mas que ela não é permitida. Sem a
permissão de Deus para falar, ela deve manter "silêncio" (2:12; 1 Coríntios 14:34-37). Ainda outros
se justificam dizendo que esta palavra reflete as "injustiças" da época contra as mulheres. Porém,
Paulo não falava da sua época, mas de uma diferença nos papéis de homens e mulheres desde a
criação (2:13-15; veja Gênesis 3:16-17). A mulher piedosa respeitará os limites de Deus.
A palavra de Deus permite à mulher ensinar ou exercer autoridade de homem? (2:12) Então, é o
plano de Deus que a mulher seja pastora? Bispa?
Paulo revelou filosofias sociais da sua época, ou a palavra de Deus? (2:9-15; veja 1:1)
1 Timóteo 3:1-7
"Uma Excelente Obra"
Na instrução para combater erro doutrinário em Éfeso, Paulo inclui ensinamento sobre os
presbíteros. É o plano de Deus que cada igreja local eleja presbíteros qualificados (veja Atos 14:23;
Filipenses 1:1; Tito 1:5). Paulo não oferece a Timóteo sugestões para esta escolha, mas dá
qualificações, dizendo que "é necessário..." (3:2). Portanto, quem não tiver todas estas qualidades
reveladas por Deus não deve ocupar o cargo de presbítero.
Qualificações dos bispos (3:1-7). As palavras "episcopado" (3:1) e "bispo" (3:2) traduzem uma só
palavra grega (episkopos) que quer dizer "supervisar" ou "pastorear". Na Bíblia, bispos também são
chamados de "presbíteros" ("anciãos"), e sua função é a obra de pastorear o rebanho de Deus (veja
Atos 20:17-28). Logo, as palavras "pastor", "bispo", e "presbítero" descrevem o mesmo cargo, e a
distinção feita entre elas por homens não tem base bíblica. Assim, o que é necessário para ser
bispo é necessário também para ser pastor ou presbítero.
As qualificações do bispo ressaltam seu caráter provado como servo fiel a Deus, e nada têm a ver
com posição social ou grau de escolaridade. Olhando para todas as qualificações juntas, tiramos
algumas observações gerais sobre bispos:
O cargo de bispo é uma obra (3:1): "bispo" não é um mero título de honra, mas é uma obra de
muita responsabilidade espiritual (note as fortes advertências de Paulo em Atos 20:28-32). Esta
obra deve ser feita somente por homens preparados e qualificados pela palavra de Deus!
O bispo deve ser irrepreensível (3:2): a palavra "irrepreensível" fala da necessidade do bispo ser
reconhecido por seu bom comportamento e domínio próprio. Veja como as outras qualificações
descrevem esta qualidade: "temperante", "sóbrio", "modesto" (3:2); "não dado ao vinho", "não
violento", "inimigo de contendas", "não avarento" (3:3); tendo "bom testemunho dos de fora" (3:7).
• Como quem governa "bem a própria casa" (3:4-5), o bispo mostra fidelidade em cuidar das almas
dadas a ele por Deus (veja Salmo 127). Se os filhos o obedecem com respeito, isto mostra sua
capacidade como líder e disciplinador, a qual será necessário para lidar com "crianças espirituais"
na igreja (veja 1 Pedro 2:1-2).
[Estas qualificações exigem mais duas observações importantes: 1.O bispo deve ser casado e ter
filhos. Na Bíblia não há bispos solteiros. 2. O bispo tem que ser homem – "esposo". A Bíblia não
menciona "bispas", "pastoras", ou "presbíteras".]
Qual a distinção bíblica entre presbíteros, bispos e pastores? (3:1-2; Atos 20:17-28)
Pelo que Paulo escreveu, podemos concluir que é a vontade de Deus que um pastor seja
solteiro? Que seja uma mulher? (3:1-7; veja Tito 1:6)
1 Timóteo 3:8-16
"Como Proceder na Casa de Deus"
Acerca dos diáconos (3:8-13). Depois de falar das qualidades necessárias para um homem
ser bispo (3:1-7), o apóstolo Paulo também fala das qualificações para os diáconos. "Diácono"
traduz a palavra grega "diakonos", que descreve um servo em relação a seu trabalho. Embora
todos os cristãos devem servir a Deus (Romanos 6:22-23) e uns aos outros (Marcos 10:42-45), o
diácono é um servo com um trabalho definido para fazer na igreja (veja Atos 6:1-5 como exemplo
deste tipo de serviço). O diácono, assim como o bispo, deve ser alguém aprovado por Deus (3:8).
Estas qualidades são necessárias para ser diácono na igreja do Senhor:
"respeitável" (3:8): o diácono vai servir, e assim deve ser alguém cujo caráter como servo de Deus
é notável pelo seu comportamento sério e pela confiança que os outros têm nele.
"de uma só palavra" (3:8): o diácono deve ser convicto e honesto, e não alguém que muda sua
opinião e sua palavra de acordo com a situação no que trabalha (compare Efésios 4:11-16).
"não inclinados a muito vinho" (3:8): o diácono precisa tomar decisões no seu serviço, e quem
bebe logo perde a capacidade para reto juízo (veja Provérbios 31:4-5; Isaías 28:7).
"não cobiçosos de sórdida ganância" (3:8): o trabalho do diácono talvez o coloque em contato
com o dinheiro da igreja, e ele deve ser alguém que não cairia na tentação da riqueza.
"conservando o mistério da fé com a consciência limpa"(3:9): Paulo refere ao evangelho como "o
mistério da fé" (veja Efésios 3:3-5. 1:9-10). O diácono deve ser alguém que tem a consciência
limpa com respeito ao evangelho, ou seja, um servo fiel de acordo com a palavra de Cristo (veja 1
Coríntios 4:1-2).
"primeiramente experimentados" (3:10): o diácono deve ser aprovado antes de assumir a função,
não depois.
provados em casa (3:11-12): quem vai servir na igreja ("a casa de Deus" – veja 3:5, 15) deve ser
alguém que já provou seu serviço na sua própria casa. Um homem ("marido" é só homem) deve ser
escolhido como diácono somente se ele é fiel à esposa e se a esposa e os filhos são fiéis a ele.
Ser marido e pai é um serviço adequado para provar o caráter do homem de Deus (veja Efésios
5:22-6:4).
O bom serviço do diácono resulta em ainda mais confiança e respeito dos outros e no crescimento
espiritual do diácono (3:13).
Na casa de Deus (3:14-16). A igreja, sendo a casa de Deus, deve apoiar e promover a verdade
do Pai, muito como o caráter do lar manifesta o caráter do diácono. A casa de Deus nunca deve ter
o foco em si mesma, mas no evangelho, o qual ensina a encarnação, justificação, pregação, e
glorifcação de Cristo (3:16; veja 1 Coríntios 15:1-4).
1 Timóteo 4:1-16
"Torna-te Padrão dos Fiéis"
Alguns se afastarão da fé (4:1-5). Quando o apóstolo Paulo partiu da Ásia pela última vez, ele
severamente avisou os presbíteros de Éfeso sobre "lobos vorazes" e "homens falando coisas
pervertidas" que se levantariam no meio deles (veja Atos 20:17, 29-30). Na sua carta enviada a
Timóteo em Éfeso (veja 1:3), Paulo novamente avisa pelo Espírito que "alguns apostatarão da fé"
(4:1). Este desvio da fé seria o resultado de obediência a "espíritos enganadores e a ensinos de
demônios" (4:1). Pessoas encantadas pelas mentiras de falsa doutrina agem contra a sua própria
consciência (4:2; veja Romanos 2:14-16) e fazem coisas que os "que conhecem plenamente a
verdade" jamais devem fazer (4:3-5; veja os avisos em 2 Tessalonicenses 2:9-12 e 1 João 4:1).
"Ordena e ensina estas coisas" (4:6-11). Para que as pessoas não caiam no erro, é necessário que
homens fiéis como Timóteo ensinem cada vez mais "as palavras da fé e da boa doutrina" que eles
mesmos praticam (4:6) e que rejeitem as "fábulas profanas" que são as tradições de homens tolos
(4:7; veja 1:4). O ensinamento da verdade dará aos homens o que é necessário para a prática
espiritual. Assim como é necessário o exercício físico para manter o corpo em boa forma, também
é necessário exercitar a alma "na piedade" (4:7). Este exercício espiritual é mais proveitoso do que
o físico, pois prepara pessoas para terem a força de lutar e se esforçar na esperança da salvação
(4:9-10). Jesus morreu para salvar a todos, conforme a vontade de Deus (veja 2:3-6). Porém, a
esperança desta salvação é somente para os fiéis (4:10). Muitos se desviam e perdem a salvação
porque não se exercitam na prática da verdade, e assim estão fracos e facilmente enganados
quando a falsa doutrina surge (veja Gálatas 1:6-7; Efésios 4:11-14; Hebreus 5:12-14; etc.).
"Torna-te padrão dos fiéis" (4:12-16). Paulo não queria que a juventude de Timóteo impedisse a
sua eficácia como pregador da palavra de Deus. Afinal, o que faz de um servo de Cristo um bom
ministro não é a sua idade ou formação teológica, e sim a sua fidelidade para com a palavra a ele
conferida (4:12-13, 16; veja 1 Coríntios 4:1-4). O servo de Cristo precisa se dedicar diligentemente
para mostrar o "padrão" da vida cristã na sua própria vida (4:12) e para exortar e ensinar a outros
(4:13-15). Sem dar o esforço necessário para estudar e viver verdadeiramente a palavra do Senhor,
muitos que se chamam "ministros" de Deus levam pessoas à destruição eterna (veja Mateus
15:12-14; 23:13-28). O resultado, porém, da prática e do ensino fiel da doutrina de Cristo é a
salvação de todos que a obedecem (4:16).
Quais são algumas maneiras que alguém pode se exercitar "na piedade"? (4:6-11)
Qual a prova verdadeira de que alguém seja um ministro fiel de Cristo? (4:12-16)
1 Timóteo 5:1-25
Como lidar com vários irmãos
Com os irmãos em geral (5:1-2). O jovem Timóteo precisava manter o relacionamento certo com
cada membro da igreja. Ele não foi deixado em Éfeso para dominá-los, mas para exortá-los em
amor (veja 1:3-5). Os membros da “casa de Deus” (veja 3:15) devem ser tratados como “pais”,
“mães”, “irmãos” e “irmãs” no Senhor. Os idosos merecem respeito, e a conduta do evangelista
entre os da mesma idade deve ser temperada com amor e cautela (5:1-2).
Com as viúvas (5:3-16). As viúvas entre os irmãos devem ser “honradas” (5:3). A palavra traz o
duplo sentido de “respeito” e “recompensa” financeira (veja 5:4; compare Atos 6:1-2). Enquanto
todas as viúvas devem receber “respeito” dos membros como “mães”, nem todas elas se
qualificam para receber sustento financeiro da igreja. As seguintes regras determinam as “viúvas
verdadeiras” que podem receber essa ajuda:
Não há filhos ou netos para cuidar dela (5:4, 8, 16). É necessário que os filhos tenham
cuidado dos pais idosos porque isto é a vontade de Deus e evita que a igreja seja
“sobrecarregada”.
Mente espiritual (5:5-6). A viúva verdadeira pensa nas coisas espirituais. O dinheiro da
igreja não deve ser usado para sustentar quem vai se entregar aos prazeres da carne.
Idade suficiente (5:9, 11-15). A verdadeira viúva tem pelo menos 60 anos de idade. As
mais novas devem casar e ter famílias para não cair nas tentações que vêm com uma
vida sem direção.
Caráter provado (5:9-10). O caráter da viúva é provado pela sua fidelidade ao marido e
pelas suas boas obras já reconhecidas entre os irmãos.
Com os presbíteros (5:17-19). Os presbíteros que “se afadigam” no seu trabalho com a palavra
também merecem “dobrados honorários” pela igreja. Esta honra inclui ambos a possibilidade de
um salário (5:17-18), e respeito pelo caráter dele. O trabalho do presbítero de atender pelo rebanho
de Deus (veja Atos 20:28-32) o coloca como alvo dos que estão insatisfeitos. Por isso, a “honra”
insiste que uma denúncia contra um presbítero seja aceita somente com testemunho
incontestável (5:19).
Outros conselhos (5:20-25). Ao lidar com irmãos que “vivem no pecado”, às vezes é necessário
repreendê-los publicamente como lição para todos (5:20). Tal ato é muito sério, e não deve ser
feito “com parcialidade” ou “precipitadamente”, pois é possível pecar ao repreender alguém por
motivos errados ou sem examinar os fatos (5:21-22). É melhor agir com paciência, pois com
tempo os pecados se manifestam, assim como boas obras não permanecem escondidas (5:24-
25).
Quais são algumas maneiras que a igreja pode “honrar” um presbítero? (5:17-19)
1 Timóteo 6:1-21
A Verdadeira Riqueza
Ensino para servos (6:1-2). Deus quer que trabalhemos para suprir as necessidades de nossas
famílias e as de outras pessoas (veja 1 Timóteo 5:8; Efésios 4:28). Portanto, a maneira que
trabalhamos mostra muito sobre a nossa relação com Deus, pois todo trabalho deve ser feito
como ao Senhor, e não como aos homens (veja Efésios 6:5-8; Colossenses 3:22-25). Um trabalho
mal feito por um trabalhador preguiçoso ou irresponsável que se chama de "cristão" dá
oportunidade para outros falarem mal de Deus e da sua doutrina (6:1).
O bom trabalho beneficia tanto ao trabalhador quanto ao chefe. Por isso, o cristão que trabalha
para outro cristão não deve trabalhar menos, esperando levar vantagem ao ser favorecido entre os
outros servos. De fato, o amor exige que ele trabalhe ainda mais para que os dois possam
compartilhar dos frutos do trabalho que Deus lhes concedeu (6:2).
Caráter dos falsos mestres (6:3-5). Os falsos mestres em Éfeso eram facilmente reconhecidos
pela maneira que trabalhavam. Eles não procuravam um bom fruto do seu trabalho para todos,
mas ensinavam o que não era da verdade, promoveram discussões em vez de entendimento, e
visavam seu dinheiro como o único fim de seu trabalho.
Os perigos da riqueza (6:6-16). Muitos hoje apelam a Deus em busca de bens materiais. Porém,
Paulo exorta que o cristão se contente ao ter as necessidades básicas supridas (6:8; veja
Filipenses 4:10-13). A procura da riqueza traz somente tristeza e tropeços na vida de quem quer
servir a Deus, pois vem de um coração enraizado no mundo e não no Senhor (6:9-10; veja
Colossenses 3:1-2). De fato, o servo de Deus não deve procurar a riqueza, porque tal procura é vã e
gasta tempo que deve ser usado na busca da piedade e da vida eterna (6:11-16; veja também
Mateus 6:24-34).
A verdadeira riqueza (6:17-19). Mesmo sem buscar a riqueza, alguns cristãos terão muitos bens
materiais. Para estes é necessário lembrar que tudo é dado por Deus, e que se deve confiar nele e
não na própria riqueza, que é passageira (6:17). De fato, a riqueza verdadeira consiste na prática
da vontade de Deus, usando as dádivas dele para fazer o bem a outros. Tal serviço preparará o
tesouro real para a vida verdadeira após esta (6:18-19).
Exortações finais (6:20-21). Para ajudar os irmãos efésios, Timóteo precisava "guardar" a verdade
do evangelho (6:20; veja 1:18-19; 3:14-15; 4:6, 11, 16). As discussões e contradições na sabedoria
da palavra dos outros somente iriam desviar pessoas da fé, porém a palavra de Deus que Timóteo
falava traria a graça do Senhor para todos (6:21).
2.� É a vontade de Deus que busquemos muitos bens materiais? (6:6-16) Qual o perigo do desejo
de ficar rico? (6:9-10)
3. É pecado ser rico? Como deve o rico visar o que Deus o concedeu? (6:17-19).
-por Carl Ballard
2 Timóteo 1:1-18
"Reavives o Dom de Deus"
Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo falou muito do trabalho que Timóteo teria que fazer entre
os efésios (veja 1 Timóteo 1:3,18; 3:14-15; 4:6,11; 5:21; 6:11-16,20). Nesta segunda carta, porém,
ele focaliza mais no próprio Timóteo, exortando-o a não desfalecer no serviço do Senhor para o
qual ele foi chamado (veja 2 Timóteo 1:6,8; 2:1,8; 3:14; 4:1-2). Para animá-lo, o apóstolo lembra
Timóteo das seguintes coisas:
A fé verdadeira (1:1-5). A fé do apóstolo Paulo se manifesta em duas maneiras. Primeiro, ele está
cumprindo seu apostolado "de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo Jesus"
(1:1). Convencido das promessas de Deus em Cristo, ele mesmo acreditou no evangelho e agora
ensina para convencer outros (veja Atos 26:13-20). Segundo, por causa da sua confiança em Deus
e seu amor para seu "amado filho" (1:2), Paulo ora "noite e dia" a favor de Timóteo (1:3).
A fé de Timóteo também se manifesta verdadeira. Mesmo tendo um pai incrédulo (veja Atos 16:1),
Timóteo escolheu servir a Deus, convencido pela instrução e exemplos da sua avó e sua mãe (1:5).
Sua fé era tal que os irmãos de Listra e Icônio a notaram e davam bom testemunho dele (veja Atos
16:2). Até o próprio apóstolo Paulo disse: "estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de
alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento" (1:4-5).
Se Paulo não desfaleceu, mas continuava sua missão confiando em Deus mesmo dentro da prisão
(veja 1:8,16), Timóteo deveria continuar seu trabalho com esta mesma confiança no seu estado
livre.
"Dons" de Deus (1:6-14). Timóteo recebeu um dom espiritual pela imposição das mãos do
apóstolo Paulo (veja Atos 8:18), e precisa usá-lo sem medo e de acordo com o poder, amor e
moderação de Deus (1:6-7).
Além deste dom espiritual, Paulo lembra Timóteo de um outro "dom" que recebeu - o chamado na
graça de Deus para sofrer junto com Paulo no ensino das "sãs palavras" que manifestam a todos a
vida e imortalidade (1:8-14; veja Atos 5:40-42). Sofrer por fazer o bem é um dom de Deus que faz o
servo fiel crescer (veja Hebreus 12:4-13; Tiago 1:2-4).
Exemplos dos outros (1:15-18). Mesmo quando muitos deixaram de atender a Paulo na prisão,
Onesíforo se esforçou sozinho, além do que se esperava (1:15-17). Servindo Paulo, Onesíforo
estava servindo Cristo (veja Mateus 25:37-40). O exemplo de Onesíforo iria encorajar Timóteo a
ficar firme no seu serviço a Cristo, mesmo se estivesse sofrendo sozinho, ciente de que o galardão
virá da parte do Senhor "naquele Dia" (1:18).
2. O que podemos aprender sobre o serviço cristão pelo exemplo de Onesíforo? (1:15-18)
2 Timóteo 2:1-26
O Obreiro Aprovado de Deus
Tendo encorajado Timóteo a continuar no seu serviço de evangelista (veja 2 Timóteo 1:6-8,13-14),
Paulo agora o exorta a encarar os sofrimentos deste trabalho, desenvolvendo as seguintes
características do ministro fiel:
Mestre da palavra (2:1-2). Em sofrimento, o servo de Deus deve procurar força na graça de Deus, e
não em sua própria capacidade ou sabedoria (2:1; veja Hebreus 12:28; Tito 2:11-14; 2 Coríntios
12:7-10). Assim fortificado, é necessário que o servo ensine a palavra da graça de Cristo para
outros (2:2; veja Atos 20:32). Nisto notemos duas coisas importantíssimas:
É a vontade de Deus que a mesma palavra se passe de uma geração para outra. Paulo disse,
"o que da minha parte ouviste...isso mesmo transmite a homens...para instruir a outros" (2:2).
Deus não quer que novas gerações ensinem coisas novas (veja Gálatas 1:8).
O que é preciso em quem vai ensinar a palavra é fidelidade, e não eloqüência ou sabedoria
própria (veja 1 Coríntios 4:1-2). Quem se fortifica na graça de Deus e não no orgulho de
homens ensinará apenas a palavra de Deus.
Soldado, atleta, lavrador (2:3-13). O servo do Senhor precisa ser bem treinado e disciplinado para
que possa alcançar os alvos de Deus. Como soldado, terá que sacrificar certos confortos e seus
próprios desejos para conquistar o objetivo do seu capitão. Como atleta, terá de seguir regras,
sacrificando a sua liberdade para receber o prêmio. Como lavrador, terá que trabalhar duro com
muita paciência, para depois receber o fruto (2:3-7).
Jesus e Paulo são exemplos perfeitos. Eles sofreram em servir a Deus, confiantes que ele dê a
cada um de acordo com as suas obras (2:8-13; veja 2 Coríntios 5:9-10).
Obreiro diligente (2:14-19). Enquanto muitos no mundo religioso se enrolam com questões de
doutrinas de igrejas e teologia humana, o servo de Deus precisa se afadigar no estudo da palavra
da verdade (2:15). Quem busca contendas de doutrinas e segue toda idéia nova gasta seu tempo e
corrompe outros com sua falta de confiança na simples palavra de Deus (2:14,16-19; veja Marcos
12:24,27; Efésios 4:11-14).
Vaso santificado e disciplinado (2:20-26). O servo de Deus deve disciplinar a sua própria vida,
fugindo das coisas que não convêm, e seguindo as que o tornam útil para serviço na casa de Deus
(2:20-23). Com a sua própria vida em ordem, o servo então deve exortar a outros, lhes ensinando a
pura palavra de Deus com a esperança de que sejam convencidos a se arrepender e parar de servir
o diabo (2:24-26).
2 Timóteo 3:1-17
Sobrevirão Tempos Difíceis
Ao preparar os apóstolos para pregar o evangelho, Jesus nunca deixou de avisá-los das
dificuldades e perigos que fariam parte deste trabalho (veja Mateus 10:16-23). Assim, Paulo
também advertiu a Timóteo, a fim de prepará-lo para lidar com os tem-pos difíceis que certamente
chegariam (3:1).
A fonte das dificuldades (3:2-9). O cristão é cidadão do céu (veja Filipenses 3:20) mas vive no
mundo, um território hostil governado pelo "deus deste século" (veja João 17:14-18; 2 Coríntios 4:3-
4). Timóteo teria que lidar com homens que rejeitaram a verdade de Deus para seguirem os
desejos deste mundo. Paulo faz uma lista de seus atributos, destacando seu egoísmo e seu
"amor" para tudo aquilo que é contra a vontade de Deus (3:2-4).
Tais homens complicam a vida do servo fiel, pois não somente fazem o errado como também
encorajam outros a rejeitarem a verdade. Até parecendo ser espirituais, eles levam sua falsidade
às casas dos mais fracos e daqueles que não conseguem distinguir a verdade da mentira (3:5-7).
As maneiras e métodos destes homens não são uma novidade: até mesmo Moisés foi desafiado
por homens que agiram assim (3:8-9; veja 2 Pedro 2:5-8; Judas 14-16).
Os piedosos serão perseguidos (3:10-13). Em forte contraste com estes homens infiéis, há o
exemplo do apóstolo Paulo. Desde o momento em que Timóteo se converteu, testemunhou a vida
do apóstolo, vendo a maneira dele ensinar e viver em verdadeira piedade. Timóteo viu a firmeza de
Paulo mesmo no meio de muitas tribulações. A vida de Paulo não era fácil, mas sua plena
confiança no Senhor o livrou do desespero (3:10-11; veja Atos 13:14-14:22). Paulo sabia que as
aparências deste mundo freqüentemente enganam, pois o servo fiel sofrerá perseguição enquanto
os ímpios parecem "prosperar" (3:12-13; veja Salmos 73; 94). Porém, a confiança do servo fiel
deveria ser no Senhor e não nas aparências deste mundo.
Firmeza pela palavra (3:14-17). Mais importante ainda do que o bom exemplo de Paulo, Timóteo
teve à sua disposição a coisa mais útil na luta contra a corrupção dos homens. Mesmo antes de
conhecer o apóstolo, Timóteo havia aprendido a confiar nas "sagradas letras" de Deus (3:14-15). A
palavra inspirada do Senhor foi feita justamente para preparar os seus servos. Instruindo e
corrigindo, ela dá ao homem tudo que ele precisa para fazer "toda boa obra" de Deus (3:16-17). O
servo fiel, inteirado e confiante na palavra do Senhor, terá toda a preparação necessária para lidar
com qualquer dificuldade deste mundo.
Tempos difíceis certamente sobrevirão. É preciso hoje homens como Paulo e Timóteo, que
confiam plenamente na palavra, e que têm a coragem de ensiná-la em verdade, temendo mais a
Deus do que aos homens (veja Mateus 10:28).
Deus promete ao cristão uma vida fácil e sem tribulações aqui na terra? (3:10-13)
O que é preciso para que o homem de Deus seja "perfeitamente habilitado" para as obras do
Senhor? (3:14-17)
2 Timóteo 4:1-22
Prega a Palavra
Cumpre o ministério (4:1-8). Nestas cartas para Timóteo, Paulo tem enfatizado a importância da
pregação da sã doutrina (veja 1 Timóteo 1:3-7, 18-20; 4:1-3; 6:3-5; 2 Timóteo 1:13; 3:1-9). Este
serviço é para Deus e não para homens, pois Deus é quem julgará a todos (4:1). Portanto,
observemos algumas considerações importantes do trabalho de evangelista:
"Prega a palavra" (4:2): deve-se pregar a palavra de Deus, e não as idéias dos homens.
Somente a palavra de Deus é suficiente para corrigir, repreender, e exortar pessoas para
salvação (veja 2 Timóteo 3:16-17).
"Quer seja oportuno, quer não" (4:2): por causa da certeza do julgamento de Deus, ser
pregador do evangelho da salvação é um trabalho de urgência (veja Atos 17:30-31). Portanto,
o evangelista deve pregar a palavra em todo lugar e sob todas as condições.
A vida de Paulo é um exemplo notável deste trabalho. Encarando a certeza de sua morte (4:6), ele
reflete com confiança sobre seu serviço ao Senhor. Combateu o bom combate, completou a
carreira e guardou a fé, exatamente como ensinou Timóteo a fazer (4:7; veja 1 Timóteo 1:18; 2
Timóteo 2:3-7; 1:13-14). Todos aqueles que amam a vinda de Cristo estarão se preparando e
preparando outros, com a pregação do evangelho puro, para que possam receber o galardão de
Deus (4:8).
Considerações finais (4:9-22). Paulo mostra seu desejo de ver Timóteo e diz que todos, exceto
Lucas, foram embora (4:9-11, 21). Alguns foram pregar em outros lugares (4:10-12). Outros
abandonaram Paulo na sua hora de aflição (4:10,16). Antes, Paulo chamou Demas de "cooperador"
(Filemom 24), mas agora, vê que os interesses dele são do "presente século" e não das coisas do
Senhor (veja 2 Timóteo 2:4). Alexandre resistiu fortemente à palavra que Paulo pregava (4:14-15).
Mesmo assim, Paulo não desfaleceu, porque o Senhor permaneceu fiel (4:17-18). Se o nosso foco
for o Senhor e a sua palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará.
A carta termina com a tradicional troca de saudações entre irmãos fiéis (4:19-21), e com os
desejos de Paulo pela graça e a presença do Senhor para com Timóteo (4:22). O amor do Senhor e
dos servos fiéis deve motivar o evangelista a pregar para que outros possam se converter a Deus.
Quem ficou fiel a Paulo, mesmo quando todos o abandonaram? Qual o resultado disso? (4:9-
22)
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