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Coordenação

Reinhard Hirtler

Tradução
Daniel Soares

Revisão e edição de texto


Daniel Soares
André Matias

Capa
José Carlos S. Junior

Projeto Gráfico e Diagramação


José Carlos S. Junior

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sem permissão por escrito,
exceto para breves citações, com indicação da fonte.
Exceto em caso de indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram
extraídas da Bíblia King James Atualizada, 2ª edição, da Sociedade Ibero-
Americana, ©. Todos os direitos reservados.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP-Brasil)


Hirtler, Reinhard
Radical: 21 dias para seguir Jesus radicalmente / Reinhard Hirtler
Brasília: Priint Impressões Inteligentes, 2016
ISBN (em suporte de papel): 978-85-5963-004-6
1. Vida Cristã. 2. Espiritualidade I. Título

Reinhard Hirtler Publicações ©


Primeira edição - 2015
Todos os direitos reservados por Reinhard Hirtler Publicações ©

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Sumário
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1. Discipulado Radical
2. Amor Radical
3. Fé Radical
4. Generosidade Radical
5. Confiança Radical
6. Serviço Radical
7. Oração radical
8. Louvor radical
9. Disciplina Radical
10. Perdão Radical
11. Evangelismo Radical
12. Obediência Radical
13. Devocional Matutino Radical
14. Pensamento Radical
15. Sobrenatural Radical
16. Vitória Radical
17. Diferença Radical
18. Jejum Radical
19. Comunhão Radical
20. Vida e morte Radicais
21. JESUS RADICAL
PREFÁCIO
Um livro radical exige uma tradução radical. Certamente, dentre
todos os textos escritos por Reinhard Hirtler, traduzidos para o
Português, este exigiu maior foco e destreza do tradutor. Há de se
anotar que o exercício da tradução é, antes de tudo, um exercício de
leitura; esta deve ser atenta e pormenorizada; cada detalhe, cada
palavra, cada expressão carrega em si o peso de um texto
intensamente trabalhado pelo Espírito Santo. Um descuido que seja,
corre-se o risco de perder-se o cerne da mensagem e lavar o
sentido com os excessos ou a má leitura geral e superficial.
A tradução deste livro exigiu o conhecimento do assunto, ou
melhor, dos assuntos aqui postos. Diria que Radical é uma
biblioteca constituída de pequenos grandes livros. Cada capítulo
apresenta um tema totalmente distinto e complexo, apesar de
estarem entrelaçados com a máxima da vida radical do discípulo.
Isso conferiu a esse livro um aspecto enciclopédico fundamental
para todo aquele que se diz seguidor de Jesus Cristo.
Confesso que o tempo que convivo com o Reinhard enquanto
amigo e professor de língua portuguesa contribuiu em muito para a
exímia leitura de seus escritos. Há de se considerar que tudo o que
ele escreve carrega na letra a urgência da mensagem profética, o
que faz de cada linha aqui escrita mais que um texto para a vida da
igreja. Tudo isso deixa esse texto complexo demais para ser
traduzido. Mas, mesmo frente às impossibilidades da tradução,
arrisquei outra vez em colocar mais um livro do amigo e irmão em
Cristo na língua portuguesa. As escolhas que fiz concorrem àquilo
que os alemães sugerem: fidelidade total ao manuscrito original. Sei
que há muitas frases aqui colocadas que entram em choque com a
gramaticalidade da língua portuguesa, mas pelo pouco que conheço
o Reinhard, sei como ele preza pela a pureza e autenticidade da
tradução.
Em suas análises dos versículos bíblicos, o autor recorre à língua
e gramática grega. Por ser exigente e exímio em suas
considerações à Palavra, ele sempre recorreu ao estudo da palavra
posta exatamente como está no verso original. Isso gera um
problema quando usamos as versões da Bíblia em língua
portuguesa; elas não usam as mesmas palavras que a versão em
inglês usada pelo Reinhard, o que nos exigiu, em muitos casos,
fazer uma tradução literal do versículo do inglês para o português.
Muitas vezes, temos a impressão de estarmos diante de outro texto,
o que somente testifica o fato de a tradução ser sempre imprecisa e
subjetiva, pois passa pela leitura do tradutor. Sabendo dessas
diferenças, optei garantir a permanência total da linguagem
escolhida pelo autor, sem adaptá-la à nossa língua nem à nossa
cultura. Portanto, gostaria de lembrar-lhes: o texto que apresento
aqui não foi escrito originalmente em português, mas é uma
tradução literal do inglês para a língua portuguesa.
Nota-se também que o texto traduzido ainda guarda todas as
marcas discursivas do autor. Foram poucas as vezes que
acrescentei um elemento coesivo para amenizar a transição de
ideias e frases. O estilo mosaico apresentado no texto do Reinhard
ficou mantido, o que nos dá a impressão, por vezes, de estarmos
lendo um conjunto de sentenças pinceladas diretamente de sua
mente e lançadas sobre o papel como um instante do pensamento.
Creio que essa é a beleza do texto deste autor, o que difere em
muito das construções comumente encontradas e feitas por autores
brasileiros. Por vezes, temos a sensação de estarmos presentes no
pensamento do autor; houve instantes que parecia ouvi-lo falar
comigo, como um relance de seu modo de ponderar as verdades da
Palavra que ele tanto ama e medita.
Esse livro apresenta um questionário em cada capítulo. São cerca
de quatro a cinco perguntas no final de cada texto. A tradução
dessas perguntas também seguiu a literalidade. Sei que muitas
soarão estranhas a nós, mas ser-nos-á possível compreendê-las.
Como no restante do texto, não quis interferir no modo como o
Reinhard as apresentou para o seu leitor; precisei ser fiel ao autor.
No mais, querido irmão e leitor, espero que todos tenham uma
boa leitura e que sejam edificados no Senhor como fui ao ler e
traduzir cada uma dessas páginas. Preciso dizer que este foi e tem
sido um excelente exercício espiritual e espero que sua meditação
em cada um desses capítulos e palavras possa levá-lo a conhecer
mais nosso Senhor Jesus Cristo e, ao mesmo tempo, contribuir para
que cada um tenha a ousadia de tomar atitudes definitivamente
radicais para vivermos plenamente a vida de Deus em nós.
DANIEL ALDO SOARES
INTRODUÇÃO
Estou convicto, tanto em minha mente quanto em meu coração,
que antes de Jesus voltar, ainda veremos uma grande colheita de
almas e, também, muitos cristãos vivendo um estilo de vida cristã
“radical”. Esses parecerão discípulos radicais, principalmente aos
olhos dos tantos cristãos que vivem uma vida cristã medíocre,
todavia, mensurados pelo padrão bíblico, nada passará do estilo de
vida “normal” para um discípulo de Jesus.
Meu pai foi pastor, e vivíamos no prédio da igreja. Havia somente
uma porta de vidro e quatro degraus de escada entre o auditório da
igreja e nosso apartamento. Meu quarto era o primeiro cômodo
depois destes quatro degraus; por essa razão, à noite, eu sempre
ouvia o som dos cânticos e orações durante as reuniões. Eu
somente participava dos cultos matinais; à noite, eu deveria dormir,
uma vez que, na Europa, as crianças têm de ir para a cama bem
cedo, pois no outro dia devem ir para a escola pela manhã; é
inimaginável para uma criança europeia estar acordada após as
21:00, o que é bem diferente do Brasil. Todavia, eu não me
contentava em dormir; muitas foram as vezes em que eu deixei a
minha cama e me assentava atrás da porta, exatamente num lugar
em que meus pais não podiam me ver. Eu queria participar das
reuniões, mas, devido à nossa cultura e costumes, não me era
permitido.
Houve um dia em que meu pai decidiu ter uma reunião de oração
com a igreja durante a noite toda. Eu queria muito estar presente,
mas, infelizmente, não me era permitido; eu tinha apenas 8 anos de
idade na ocasião. Naquela noite, não consegui dormir; fiquei em
minha cama acordado por muito tempo. Aconteceu que resolvi
descer da cama, vagarosamente, para que ninguém me percebesse
e, então, fui para o pequeno auditório onde a igreja se reunia. Eu me
ajoelhei num corredor dos fundos e comecei a orar. Eu queria ter
uma experiência profunda com Deus; estava desesperado por isso.
Eu desejava encontrá-lo verdadeiramente. Eu havia participado de
muitos cultos e, também, de muitas reuniões de célula, mas ainda
não havia recebido Jesus pela fé. Depois de orar por alguns
instantes, comecei a chorar e a soluçar, tamanha a presença de
Deus manifesta no ambiente. Vi o quanto era pecador e o quanto
precisava de Jesus. Enquanto estava orando de joelhos, entreguei
minha vida a Jesus.
Naquela noite, não somente convidei Jesus para entrar em minha
vida, mas decidi segui-lo de todo coração. Eu estava disposto a
abandonar tudo para segui-lo. Eu não somente queria que Ele se
tornasse o meu Salvador, mas desejava que Ele fosse o meu
Senhor. Decidi obedecer sua Palavra a qualquer custo,
independente daquilo que Ele me pedisse. Aquela foi a decisão
mais maravilhosa que tomei em toda minha vida. O desejo que tive
em minha infância de ser um discípulo radical de Jesus nunca me
abandonou. Deus, em sua graça, continua fazendo esse desejo
arder e queimar em meu coração.
Há vários anos, tive um sonho profético muito forte. Nesse sonho,
Jesus apareceu para mim com os olhos mais tristes possíveis e
disse que a razão de sua tristeza era que somente 10% de todos os
seus filhos eram verdadeiros discípulos, ou seja, eram obedientes à
sua Palavra. Os outros 90% eram somente filhos, e não discípulos.
Quero salientar o fato de que não estou falando sobre uma
denominação, mas como a igreja de Jesus Cristo em sua totalidade.
Quero deixar claro que não me considero alguém especial ou um
grande herói da fé. Eu simplesmente desejo ser um discípulo de
Jesus. Verdadeiros discípulos de Jesus parecem ser muito radicais
para a maioria daqueles que se dizem cristãos. Isso não é verdade
por causa da radicalidade de alguns, mas, sim, por causa do fato de
os outros não serem verdadeiros discípulos, como mencionei
anteriormente. Não digo isso julgando ninguém, Deus conhece meu
coração.
Creio na graça de Deus. Acredito que sem a graça de Deus não
somos nem temos nada. Tudo começa com Deus e com a obra
consumada da cruz. Este é o lugar em que nossa vida cristã
começa. Sou grato pelo fato de que nos últimos dias, pouco tempo
antes de escrever este livro, houve muito ensino sobre graça para a
igreja. Todavia, não podemos nos esquecer de que a graça precisa
de uma resposta, pois é isso que a Bíblia nos ensina muito
claramente. A resposta correta à graça é viver a vida cristã radical,
como descrita neste livro. Creio que uma compreensão correta da
graça seguida de uma resposta, também, correta, nos levará a ser
seguidores radicais de Jesus. Veja só o que a Bíblia nos diz:
Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, e
fingimentos, e invejas, e toda a maledicência, desejai
como meninos recém-nascidos, o puro leite espiritual, a
fim de por ele crescerdes para a salvação, se é que já
provastes que o Senhor é bom. (I Pedro 2:1-3)
Este versículo nos chama para viver um estilo de vida radical,
deixando de lado todos os hábitos ruins e desejar a palavra de
Deus, pela qual crescemos. Deus não nos dá o desejo pela sua
Palavra; somos nós quem temos de decidir desejá-la, se é que já
provamos a graça de Deus.
Se você ler este livro sem a correta compreensão da graça de
Deus, ou sem o entendimento do incrível e incondicional amor do
Senhor por nós, ou sem conhecer a dimensão de sua bondade e
misericórdia, nada lhe será proveitoso, pois este livro será morte
para você. Se você ler este livro com uma atitude legalista, tentando
ser radical por qualquer outro motivo a não ser o profundo e
maravilhoso amor de Deus por você, este livro pode lhe ser
prejudicial, podendo lhe causar sérios danos. Entretanto, se você ler
este livro com compreendendo o profundo amor do Senhor e a
abundante graça de Deus para você, então, ele trará vida para você
e fará com que você seja um servo frutífero do Senhor.
Quero que você entenda que, realmente, creio que, o mais
importante para nós é andar em amor. O que me motivou a escrever
esse livro não é levantar discípulos radicais de Jesus, o que seria
algo nobre. Minha motivação real é o amor! Amo profundamente
Jesus e também amo você, e tenho uma forte convicção de que
apenas discípulos radicais vão cumprir o propósito dado a eles por
Deus e vão ouvir de Jesus: “Muito bem, servo bom e fiel!” Mas,
como amo Jesus e você profundamente, desejo o melhor para Ele e
para você!
É minha oração que você seja um discípulo radical de Jesus e,
ainda, que você seja usado por Deus para desafiar a muitos,
levando-os a se tornarem, também, discípulos radicais de Cristo.
REINHARD HIRTLER
1
DISCIPULADO RADICAL
Este livro nasceu diretamente do coração de Deus. O Senhor veio
falar comigo pela madrugada sobre 21 assuntos urgentes que
precisavam ser tratados com os jovens. Enquanto o Senhor falava,
anotei cada um desses tópicos e, desde então, dediquei-me em
escrever tudo o que está posto neste livro. Aqui está um chamado à
radicalidade; acredito que precisamos, como cristãos, de nos
apropriar da vida de Jesus e viver tão radicalmente quanto Ele
viveu. Portanto, convido você a uma jornada maravilhosa que
comporá a leitura deste livro, todavia, gostaria de alertá-lo de um
risco e de uma urgência.
O risco é de você ter seu estilo de vida totalmente transformado
ao término desta leitura. Acredito que a leitura com o coração aberto
radicalizará sua atitude diante de Deus, fazendo com que você se
posicione deliberadamente para viver como um discípulo radical do
Senhor Jesus. A urgência está no modo em que você deverá ler
esse material.
Primeiramente, deixe-me falar de sua construção. Este livro foi
escrito em 21 capítulos, sugerindo uma leitura devocional de 21 dias
e, se possível, em jejum. Cada capítulo é formado por três partes: a
primeira constitui-se no texto propriamente; a segunda, numa série
de perguntas que deverão ser respondidas sistematicamente à parte
e a terceira, numa breve oração para ser feita com fé ou tomada
como fundamento para você orar com suas próprias palavras.
Então, sugiro que você leia, a priori, somente os textos e a oração
no final de cada capítulo. É importante ler somente um capítulo por
dia para que todos possam meditar nas palavras aqui postas,
orando com fé e com o coração aberto para a obra de
transformação que o Espírito Santo quer fazer em cada um.
Fazendo assim, em 21 dias você terá lido todos os capítulos.
Uma vez terminado essa parte, então, sugiro que se reinicie a
leitura do livro, mas, dessa vez, deve-se lê-lo num espaço de 21
semanas, ou seja, você lerá um capítulo por semana. Nessa
segunda fase, será o momento de tomar um caderno grande, uma
caneta ou lápis, e responder cada pergunta posta em cada
capítulo. Assim, ao reler o capítulo, você terá condições de
responder as perguntas e, por uma semana, você poderá meditar e
se aprofundar no conteúdo de cada tema aqui proposto.
Certifique-se de criar um quadro de acompanhamento de leitura,
pois as questões trarão longos desafios que deverão ser
observados atentamente. O exercício aqui proposto é fundamental
para você conseguir alcançar a radicalidade que Deus quer que
você tenha.
Sugiro também que você possa apresentar esse livro para a sua
célula e, por 21 semanas, que todos vocês possam estudar juntos
as lições aqui postas. Se decidirem caminhar juntos, como igreja, na
leitura desse material, acredito que o compromisso lhes auxiliará a
crescerem ainda mais. Vocês podem ler o texto em casa e
apresentar na reunião os fragmentos que mais lhe falaram ao
coração e, ainda, podem compartilhar as respostas dadas a
algumas perguntas do questionário.
Então, mãos-à-obra! Que este seja um tempo de confronto e
crescimento em sua vida. Seja cheio do Espírito e receba a
revelação radical para transformar sua vida radicalmente para a
glória do Senhor Jesus.

AS BOAS NOVAS
Quando Jesus viveu na terra, Ele disse que veio pregar o
Evangelho (as boas novas). Em Lucas 4:18-19, no princípio de seu
ministério, Jesus disse que Ele veio pregar o Evangelho.
O Espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me
ungiu para anunciar boas novas aos pobres; enviou-me
para proclamar libertação aos cativos, e restauração da
vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e
para proclamar o ano aceitável do Senhor. (Lucas 4:18-
19)
A palavra “Evangelho”, no Grego, significa “Boas Novas”. Jesus
não veio pregar uma religião. Ele veio trazer a incrível boa nova de
uma vida abundante. Em João 10:10 está escrito:
O ladrão vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim
para que tenham vida e a tenham em abundância. (João
10:10)
Isso é o oposto que a religião tem feito. A religião, mesmo a
cristã, oferece uma vida dura e de fardo pesado. Jesus veio trazer
uma liberdade absoluta. Seu reino é um reino de alegria, de paz e
de aceitação; apesar de que muitas coisas que Ele disse parecerem
contraditórias às boas novas e à liberdade. Ele disse muitas coisas
que soaram muito radicais. Em Lucas 14:25-26, temos um bom
exemplo de suas palavras estritas e radicais:
Ora, iam com ele grandes multidões; e, voltando-se,
disse-lhes: se alguém vier a mim, e não odiar a pai e
mãe, a mulher e filhos, a irmãos e irmãs, e ainda também
à própria vida, não pode ser meu discípulo. (Lucas 14:25-
26)
Essas palavras parecem contraditórias em relação àquelas em
que Jesus prometia vida abundante, liberdade, paz, alegria, etc. Por
que Jesus disse tais palavras? Por que Ele foi tão severo assim? Se
olharmos para o contexto, veremos que a Bíblia afirma que grandes
multidões haviam ido com Ele e, então, de repente, Jesus volta-se
para eles e lhes profere tais palavras. O discurso de Jesus escrito
nesses versículos de Lucas não parece ser uma boa estratégia para
o crescimento da igreja. Todavia, se continuarmos a leitura do
capítulo, veremos que Jesus buscava discípulos que pudessem
segui-o radicalmente. No verso 33, Jesus continuou dizendo:
Assim, pois, todo aquele dentre vós que não renuncia a
tudo quanto possui, não pode ser meu discípulo. (Lucas
14:33)
Veja que Jesus aumentou o grau de exigência para aqueles que
quisessem segui-lo; os requisitos para se tornar um discípulo
tornaram-se ainda mais radicais. Ele exigiu que abandonássemos
tudo o que possuímos, caso quisermos ser seus discípulos. Esse é
um discipulado radical! Mas se compreendermos verdadeiramente o
plano perfeito de Deus para nossas vidas, iremos descobrir que esta
não é nem uma contradição nem um alto padrão para se viver.

COMPREENDENDO O PROPÓSITO DE NOSSA EXISTÊNCIA


Não fomos criados para nós mesmos nem pra nosso próprio
prazer. Não fomos criados para coisas materiais como: uma boa
casa, um carro, nossas famílias, um bom emprego, etc. Todas essas
coisas são boas, mas elas não são o propósito de nossa existência.
Há somente uma razão para nossa existência, e essa razão é o
próprio Deus. Em Colossenses 1:15-16, o propósito de nossa
existência pode ser claramente vista:
O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de
toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas
nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam
tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades; tudo foi criado por ele e para ele.
(Colossenses 1:15-16)
Uma vez que fomos criados por Ele e para Ele, a vida somente
faz sentido se a vivermos para o propósito pelo qual fomos criados.
Assim, compreendendo esse contexto, percebemos que as palavras
usadas por Jesus nos chamando ao seu discipulado fazem sentido.
Ele sabia que havíamos sido criados para Ele, portanto, a vida
somente faz sentido se o seguirmos radicalmente, abandonando
todas as outras coisas. Em 35 anos de ministério, viajando para
muitas nações, tenho conhecido muitas pessoas e, as mais
satisfeitas e felizes de todas elas, são os discípulos radicais de
Jesus. Ao mesmo tempo, as pessoas mais frustradas e tristes que
encontrei são as egoístas, ou seja, as que vivem para elas mesmas.
Um garotinho chegou em casa outro dia e viu que seus pais
haviam comprado um novo animal de estimação; era um peixe em
um pequeno aquário. O menino olhou para o peixe e ficou com pena
dele, porque estava preso naquele aquário. Ele olhou para o grande
pássaro na gaiola próxima ao aquário e observou o pássaro voando
de um lado para o outro daquela pequena prisão. Então, ele colocou
sua mão dentro do aquário, pegou o peixe, retirou-o de lá e o lançou
ao ar dizendo: “seja livre, peixinho!”; todavia, é claro, o peixe caiu ao
chão, morrendo quase que imediatamente. O menino testemunhou
a morte do peixinho e concluiu logicamente, do modo como
garotinhos fazem, “a liberdade não está no ar, mas no aquário”.
Então, ele retirou o pássaro da gaiola e o mergulhou no aquário.
Não precisa nem dizer o que aconteceu ao pássaro. Ele morreu.
Assim como o pássaro somente encontra sua liberdade no ar, o
peixe é livre na água; assim, somente encontraremos nossa
liberdade no propósito pelo qual Deus nos criou, e isso significa ser
um discípulo radical de Jesus.

SEGUIR JESUS
Discípulos radicais são conhecidos pelo compromisso radical que
eles tem com Jesus. Eles não seguem uma religião, ou regras, ou
leis; eles seguem uma pessoa. Quando Jesus chamou seus
discípulos, Ele não tentou convencê-los a segui-lo a partir de
promessas maravilhosas de sucesso, de prosperidade, de posição
ou de poder. Ele os chamou simplesmente dizendo: “segue-me”.
Seguir Jesus significa que não podemos seguir a mais nada nem
a mais ninguém. Jesus disse para seus apóstolos, antes de deixar a
terra, para irem por todo mundo com o fim de fazerem discípulos.
Eles puderam obedecê-lo, pois eram discípulos radicais de Jesus.
Sempre iremos gerar conforme a nossa espécie. Discípulos radicais
produzem discípulos radicais. Não fomos chamados para fazermos
discípulos de nós mesmos; fomos chamados para fazermos
discípulos de Jesus.
Discípulos radicais amam Jesus mais que amam suas próprias
vidas. Eles nunca o seguiriam por aquilo que possivelmente
poderiam ganhar ou usufruir dEle, mas somente por quem Ele é.
Hoje, muitas pessoas em diferentes nações serão mortas por
decidirem seguir Jesus. Há uma organização em prol de cristãos
perseguidos que afirma que a cada cinco minutos um cristão é
martirizado por sua fé. De acordo com a Liberdade Internacional
Cristã, mais de 200 milhões de seguidores de Jesus enfrentam
perseguição atualmente, fazendo com que os cristãos sejam o
grupo mais perseguido do planeta por causa de sua fé. A
perseguição aos cristãos acontece em 105 dos 196 países do
mundo.
O que diríamos a essas pessoas que enfrentarão perseguição ao
pregarmos o evangelho a elas? Será que diríamos: “sigam a Jesus
que vocês terão uma vida melhor, uma casa maior, um carro mais
novo, uma grande carreira e uma família feliz!”? Nenhuma dessas
coisas significa nada para essas pessoas, porque elas podem
morrer no dia seguinte de sua decisão de seguir Jesus. Nenhum
desses prazeres da terra terão algum significado para essas
pessoas. Tais podem ser decapitados, torturados, postos em prisões
ou sofrerem por muitos anos. Podemos dizer a essas pessoas que
Cristo deu sua vida para que eles pudessem receber perdão de
seus pecados e vida eterna, portanto, Jesus é digno de ser seguido
radicalmente. Já presenciei perseguição quando ajudei cristãos em
um país comunista. Discípulos radicais seguem Jesus simplesmente
por quem Ele é.

O EVANGELHO POPULAR DE HOJE


Em muitos lugares do mundo, tenho testemunhado a pregação de
um Evangelho popular. Ao invés de Deus ser o centro, o homem
tem ocupado este lugar. As bênçãos que o Senhor prometeu a nós
tornaram-se o centro e o propósito de se seguir a Jesus. Deus tem
sido removido do centro e o homem tem ocupado o lugar do Senhor.
Sempre que o seguimos em troca daquilo que podemos receber
dEle, então, nos tornamos o centro e retiramos Jesus de seu lugar.
A isso damos o nome de humanismo. Em Colossenses 1:17-18,
está escrito que Jesus deve ter a preeminência de todas as coisas.
Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas
as coisas; também ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o
princípio, o primogênito dentre os mortos, para que em
tudo tenha a preeminência. (Colossenses 1:17-18)
O apóstolo Paulo compreendeu e viveu isso quando disse aos
filipenses: “para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses
1:21). Ele foi um discípulo radical de Jesus e seu único foco era
seguir Cristo, tanto que sofrer por Jesus não era um problema para
Paulo. Ele expressou-se belamente sobre o discipulado radical em II
Coríntios 5:15:
e ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam
mais para si, mas para aquele que por eles morreu e
ressuscitou. (II Coríntios 5:15)
Discípulos radicais não fazem suas escolhas baseadas no que é
melhor para elas nem por aquilo que lhes trazem melhor qualidade
de vida, eles simplesmente seguem Jesus. Eles não se casam para
serem felizes ou completos, mas para servirem ao propósito do
Senhor. A primeira pergunta que um discípulo radical faz em
qualquer uma de suas decisões é: “Como isso me afetará em seguir
Jesus?”
Há uma prática perigosa na qual as pessoas pegam seus sonhos
e desejos e, então, os cobrem com o “bom”, com “palavras
religiosas” e, até mesmo, com orações para fazerem-nos aceitáveis
diante de Deus. Discípulos radicais não fazem assim. Eles
obedeceram o mandamento de Jesus de abandonar tudo para
segui-lo. Jesus é o seu tudo! Discípulos radicais não estão somente
dispostos a viverem por Cristo, mas estão prontos, também, a
morrerem por Ele.
Por muitos anos não somente tenho desejado, mas decidi
terminar minha vida nesta terra como um mártir. Muitos cristãos
acham isso muito estranho. Onze dos doze apóstolos morreram
como mártires. Muitos cristãos têm me dito que acreditam nunca
morrerem como mártires. Eu creio que todo discípulo radical seria
capaz de morrer como um mártir. Para mim isso é muito simples.
Um verdadeiro discípulo radical está disposto a abandonar tudo e
viver radicalmente para Ele. Caso não estejamos dispostos a fazer
isso, ou seja, viver inteiramente para Cristo, certamente não
estaremos preparados para morrer por Ele. Se Jesus não for digno
de se viver por Ele completamente, Ele não será digno de se morrer
por Ele.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Há alguma área em minha vida em que eu não tenho seguido
Jesus 100%? Sendo sim a resposta, que áreas seriam essas?
2. Que passos práticos darei para seguir Jesus 100%? Comece a
dá-los HOJE!
3. Há alguma coisa em minha vida que eu estaria disposto a
abandonar por Jesus agora? Caso sim, o que seriam?
4. O que eu faria de modo prático para render essas coisas a
Jesus, abandonando-as definitivamente? Faça isso hoje mesmo!
5. Nas tantas coisas que faço, os meus motivos de seguir a Jesus
são puros ou há outros interesses por trás? Caso haja algum
interesse pessoal que me leva a seguir Jesus, quais são eles? Irei
me arrepender de qualquer interesse pessoal e render todas as
áreas da minha vida ao Senhorio de Jesus.
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus, entrego totalmente
cada área da minha vida ao sei Senhorio. Vou segui-lo
100%, independente do que esta decisão venha custar a
mim. Eu me arrependo de qualquer interesse e áreas de
minha vida (nomeie cada uma delas) em que eu não
tenho seguido o Senhor totalmente. A partir de hoje, por
sua graça, vou abandonar todas e cada coisa para seguir
o Senhor. Por favor, revele para mim, pelo seu Santo
Espírito, qualquer área de minha vida em que eu não
esteja sendo um discípulo verdadeiro. Amém.
2
AMOR RADICAL
A Bíblia tem muito a dizer sobre o amor. Estudei sobre esse
assunto extensivamente por muitos anos e cheguei à conclusão de
que muitos cristãos não compreendem o significado bíblico do amor.
Nossas mentes têm sido influenciadas pelo pensamento deste
mundo, que é o oposto da mente de Cristo. Recentemente, uma
amiga me contactou e me fez uma pergunta difícil. Ela me
perguntou sobre o que fazer se uma pessoa próxima, claramente
egoísta, que, por vários anos, somente se aproxima com o fim de se
aproveitar de nós e de nossos bens, com tamanha indiscrição a
ponto de todos os outros ao nosso redor perceberem suas más
intenções; seria errado perdoar essa pessoa, mas decidir evitá-la e
se afastar dela a partir de então? Eu acho que a maioria das
pessoas sentiriam que a coisa correta a se fazer seria evitar e
afastar-se de tal pessoa. Entretanto, tenho uma resposta diferente:
eu disse que acredito no amor radical e no perdão radical,
exatamente como Jesus os demonstrou na cruz.

A NATUREZA DO AMOR RADICAL


O amor cristão não é natural, não é o amor humano. De fato, eu
creio que o verdadeiro amor cristão é tão radical que é impossível
para alguém demonstrá-lo sem que, primeiramente, o tenha
recebido de Deus. Vejamos o seguinte: todos sabemos que este
mundo atravessa crises terríveis. Todos estamos chocados com
aquilo que vemos na TV ou internet. Os terroristas assassinam
pessoas inocentes brutalmente, chegam ao extremo de filmarem
horrores como decapitações para exibirem essas cenas
publicamente. Então, a reação de muitos é, também, violenta;
assusto-me e fico entristecido ao ver que muitos de meus amigos
cristãos defendem a ideia de uma “contra-reação”, no sentido de
nos organizarmos e guerrearmos contra pessoas tão cruéis como
esses terroristas, pois, afinal, dizem: “eles precisam entender que
temos esse direito de contra-reação”.
O mal nunca pode vencer o mal. O ódio irá somente gerar ódio.
Se fizermos aos outros aquilo que fizeram conosco, que diferença
há entre eles e nós? Jesus disse que deveríamos fazer aos outros
aquilo que desejamos que seja feito conosco. Isso é conhecido,
comumente, como a “regra áurea”. Creio que como cristãos,
deveríamos viver sempre em um “nível” mais elevado. Não
deveríamos fazer aos outros o que desejamos que seja feito a nós,
mas deveríamos amar os outros como Cristo nos amou. Romanos
5:7-8 nos mostra um amor radical:
Porque dificilmente haverá quem morra por um justo;
pois poderá ser que pelo homem bondoso alguém ouse
morrer. Mas Deus dá prova do seu amor para conosco,
em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu
por nós. (Romanos 5:7-8)
Para amarmos assim, temos de ser verdadeiros seguidores de
Cristo e sermos cheios de seu próprio amor. Mas, seria isso
possível? Veja que a Bíblia diz no livro de Romanos 5, nos versos 5
e 6, que todos os cristãos já receberam este amor radical de Deus.
Como discípulos de Jesus, somos chamados para permitirmos o
seu amor fluir através de nós e demonstrar esse amor a todos ao
nosso redor. O diabo tenta copiar muitas coisas que Deus faz, mas
ele, certamente, não pode copiar o amor.
Há não muito tempo, alguns amigos cristãos de uma igreja em
que estava ministrando por sete dias, disseram-me o quanto me
amavam. Depois de três dias, finalmente lhes respondi: “aprecio o
amor de vocês por mim, mas ninguém receberá galardão algum por
me amar”. Então, citei Mateus 5:46:
Pois se amardes aqueles que vos amam, que
recompensa tereis, não fazem os publicanos também o
mesmo? (Mateus 5:46)
O amor radical não irá amar somente aqueles que o amam; o
amor radical amará abnegadamente e extravagantemente todos
aqueles que, aos olhos do mundo, são completamente impossíveis
de serem amados.

O ESPÍRITO SANTO E O AMOR


O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade e extremamente
necessário na caminhada pessoal de cada crente. Sem Ele, nossas
vidas não têm poder. Para vivermos num relacionamento íntimo com
Ele, precisamos compreender sua natureza. A Bíblia diz em Efésios
4:30 que Ele pode se entristecer:
E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual
fostes selados para o dia da redenção. (Efésios 4:30)
Como o Espírito Santo pode se entristecer? Essa tem sido uma
de minhas perguntas por muitos anos e, também, de muitos outros
cristãos com quem converso sobre o assunto. Depois de anos
pesquisando nas Escrituras Sagradas e orando ao Senhor sobre a
questão, cheguei à convicção de que, finalmente, encontrei a
resposta.
Certa vez, ao visitar alguns amigos cristãos noutro país, após o
jantar, começaram a criticar severamente alguns dos membros da
igreja deles. Senti-me desconfortável ao ouvir aquelas coisas, mas
não me opus a nada daquilo que diziam. Terminado o jantar, nos
recolhemos; estava hospedado ali e, naquela noite, tive um sonho
claramente muito profético. Vi um balão cheio de gás Hélio que, no
sonho, eu sabia que representava a vida de um cristão. O balão
havia sido alfinetado por várias minúsculas agulhas, cada um
representando a crítica e o “falar mal” e “pelas costas” de pessoas
que não se faziam presentes (na ocasião da conversa ou crítica).
Todo o gás Hélio deixou o balão que começou a cair até atingir e
ficar flácido no chão. Então, Deus começou a falar ao meu coração
que, através das críticas e do “falar mal”, o Espírito Santo ficava tão
entristecido que ele se retirava de nossas vidas. Podemos ver isso
claramente no contexto em que Efésios 4:30 está escrito. Vamos
olhar a alguns versículos anteriores e posteriores a este texto:
Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só
a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que
ministre graça aos que a ouvem. E não entristeçais o
Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia
da redenção. Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria,
e blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como toda a
malícia. Antes sede bondosos uns para com os outros,
compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como
também Deus vos perdoou em Cristo. (5:1) Sede,
portanto, imitadores de Deus, como filhos amados; e
andai em amor, como Cristo também vos amou, e se
entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a
Deus em cheiro suave. (Efésios 4:29-32/Efésios 5:1-2)
Todas essas coisas que são mencionadas antes e posterior ao
versículo 30, quando Paulo fala sobre o entristecimento do Espírito
Santo, falam diretamente sobre como devemos tratar os outros. O
versículo 29 diz: “Não fale mal dos outros”. O versículo 31 diz: “Não
se enfureça nem fale mal dos outros”. O versículo 32 fala: “Seja
bondoso, perdoe do modo como Jesus perdoou”. Esses dois
versículos nos pede para imitarmos Deus e andarmos em amor,
sacrificando nosso ego, assim como Jesus fez. Tais palavras são
muito radicais!
Vamos olhar, novamente, para o versículo 30: “E não entristeçais
o Espírito Santo de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção”. Ele diz que fomos selados pelo Espírito Santo para o dia
da redenção. Todo e cada cristão foi selado com o mesmo Espírito
Santo; portanto, é muito triste para Ele quando não amamos nossos
irmãos e irmãs em Cristo. Romanos 5:5 fala da mesma coisa sob
uma perspectiva diferente.
E a esperança não desaponta, porquanto o amor de
Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito
Santo que nos foi dado. (Romanos 5:5)
É o próprio Espírito Santo que trouxe esse amor radical de Deus
para os nossos corações. Portanto, o entristecemos profundamente
se não permitirmos que este amor perfeito, trazido pelo próprio
Deus, flua através de nossas vidas para nossos irmãos e irmãs. Ele
é quem nos ajuda a compreender e aplicar todas as verdades da
nova aliança em nossa vida diária; por essa razão, não devemos
entristecê-lo.

AMOR SINCERO
Romanos 12:9 é um versículo muito interessante; por vários
meses, ele roubou-me a atenção: “o amor não seja fingido” ou,
como escrito noutra tradução “que o amor seja sem hipocrisia”. No
original, o significado deste verso seria que “o amor deve ser
sincero”. Como o amor pode ser “insincero”? Paulo escreveu sobre
isso em I Coríntios 13 da seguinte maneira: “E ainda que
distribuísse todos os meus bens para o sustento dos pobres, (…) e
não tivesse amor, nada disso me aproveitaria”. Você pensaria que
alguém que dá todos os seus bens aos pobres, certamente, ama os
pobres. Mas há algo como o amor “insincero” ou o amor com
hipocrisia, que nada mais é que a motivação errada escondida e
camuflada nas ações corretas. A ação é boa, proveitosa, bonita,
todavia a motivação que me levou a tal ação é ruim. Podemos amar
alguém motivados a recebermos o amor dessa pessoa em troca de
nosso amor. Podemos amar alguém para não sermos rejeitados ou
para, simplesmente, parecermos “bons” aos olhos de outras
pessoas. Qualquer amor diferente do amor desinteressado é amor
insincero.
Antes de compreender, verdadeiramente, esse modo de amar e
aprender a andar nesse amor, eu amava com hipocrisia sem que,
muitas vezes, estivesse consciente de minha insinceridade.
Pensava que amava as pessoas verdadeiramente, mas descobri
que eu tinha motivos ocultos e insinceros escondidos em minhas
ações de “amor”. Temia ser rejeitado; tinha um profundo desejo de
ser aceito e, ainda, outros tantos motivos semelhantes a este. Para
que o amor seja sincero ou sem hipocrisia, ele precisa ser
completamente desinteressado, ou seja, ele não deve esperar nada
em troca. Este é o verdadeiro amor radical.

O AMOR DESCRITO
Em I Coríntios 13, Paulo descreve este amor perfeito usando 15
atributos diferentes deste amor:
O amor: 1. é sofredor; 2. é bondoso; 3. não é invejoso; 4.
não se vangloria; 5. não se ensoberbece; 6. não se porta
inconvenientemente; 7. não busca seus próprios
interesses; 8. não se irrita; 9. não suspeita mal; 10. não
se regozija com a injustiça; 11. se regozija com a
verdade; 12. tudo sofre; 13. tudo crê; 14. tudo espera; 15.
tudo suporta.
Paulo diz que se não amarmos, teremos falhado. Você pode ter o
ministério mais poderoso do mundo; você pode plantar a maior
igreja existente; você pode mover no sobrenatural de Deus, mas se
não tiver o amor radical fluindo através de você, terá falhado1.

PERMANECENDO EM DEUS
Permanecer em Deus é a garantia para uma vida frutífera. Jesus
falou sobre isso claramente em João 15:4:
Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós; como o
ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não
permanecer na videira, assim também vós, se não
permanecer em mim. (João 15:4)
Aqui, Jesus nos fala que se permanecermos nEle e Ele em nós,
seremos muito frutíferos. Muitos cristãos tentam compreender o que
significa “permanecer nEle e Ele em nós”. João explica isso muito
claramente em I João 4:16:
E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos
tem. Deus é amor; e quem permanece em amor,
permanece em Deus, e Deus nele. (João 4:16)
Este versículo realmente se explica. Aquele que permanece em
amor permanece em Deus, e Deus nele. Se você deseja que sua
vida seja frutífera, você precisa andar no amor radical. Quando você
anda no amor radical, você permanece em Cristo e Ele permanece
em você, portanto, uma vida frutífera lhe é garantida. Quando você
iniciar a andar neste amor radical diariamente, atente-se para não
perder o foco. Sempre que você se encontrar não andando ou não
agindo segundo o amor radical, simplesmente se arrependa e peça
a Deus para perdoar você; receba a graça do Senhor e volte a
andar em amor radical novamente.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Por quem eu não tenho andado em perfeito amor ultimamente?
Quem eu tenho dificuldade de amar?
2. Que passos práticos darei para expressar o amor de Deus para
essas pessoas (questão anterior)? Inicie a dar esses passos HOJE!
3. Será que entristeci o Espírito Santo por falar mal dos outros ou
por não ser bondoso com eles? Caso sim, contra quem agi assim?
4. O que farei, de forma prática, para mostrar fruto de
arrependimento? Faça isso HOJE!
5. Há qualquer área em minha vida em que o amor não tem sido
sincero? Que áreas são essas?
6. O que farei para mudar essas áreas?
7. Escreva os 15 atributos do amor, conforme postos em I
Coríntios 13 e os memorize; medite neles diariamente.
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus, vejo que o Senhor
viveu uma vida modelo andando em amor. O Senhor
mostrou o maior amor, o que nenhuma outra pessoa
seria capaz de mostrar: o Senhor morreu por mim
enquanto eu ainda era seu inimigo por causa dos meus
pecados. O Senhor perdoou livremente todos aqueles
que lhe torturaram e lhe crucificaram. Eu me arrependo
por toda falha que cometi por não andar em amor. Eu me
rendo a ti e escolho a andar em amor radicalmente,
simplesmente como o Senhor mostrou para mim
andando em amor radical. Amém.

1 Caso você queira se aprofundar neste assunto do amor radical,


aconselho a leitura de meu livro “Amor”.
3
FÉ RADICAL
Estou convicto de que a maioria dos problemas que temos e
enfrentamos hoje em nossas vidas se dá devido a um sistema falho
de fé. A Bíblia diz que “sem fé é impossível agradar a Deus”
(Hebreus 11:6). A afirmação impressa nesse versículo é muito
radical. As pessoas, constantemente, perguntam a mim como elas
podem agradar a Deus, e sei que esperam respostas como: “jejuem
mais, ou orem mais, ou vivam uma vida mais santa”. Mas eu sempre
lhes dou a mesma resposta: “vivam uma vida de fé”. Quando a
Bíblia diz que “sem fé é impossível agradar a Deus”, certamente, o
oposto que é: a fé agrada a Deus, também deve ser verdade.
Toda escolha que fazemos vêm daquilo que nossos corações
acreditam verdadeiramente, portanto, quando fazemos más
escolhas e sofremos as consequências, ao invés de tentar mudar
nossas escolhas por pura força de vontade, devemos mudar o que
nossos corações acreditam. Se crermos na “coisa correta”, faremos
as “escolhas corretas” e nossa vida será exatamente como Jesus
prometeu, uma vida abundante. Recentemente afirmei que acredito
que o “stress” não é causado por nenhuma circunstância externa,
mas, sim, pela nossa incredulidade. Se você pensar sobre esta
afirmação e aplicá-la a qualquer situação de sua vida, descobrirá
que ela é verdade. Por que nos estressamos quando temos
dificuldades financeiras? Simplesmente porque não acreditamos
que Deus irá prover para nós. Por que nos estressamos quando o
médico nos diz que estamos doentes? Simplesmente porque não
acreditamos que Deus irá nos curar. Por que nos estressamos
quando as pessoas nos tratam mal? Simplesmente porque não
acreditamos que nossas vidas estão nas mãos de Deus, e não nas
mãos de homens.
MINHA DECISÃO RADICAL
Há muitos anos, decidi tomar uma decisão radical em minha vida.
Mesmo estando no ministério por muito tempo, e mesmo
conhecendo a Bíblia bem, decidi ler a Bíblia como se nunca a
tivesse lido antes; ainda, decidi crer em tudo o que eu lia como se
fosse a verdade absoluta, o que realmente é. Você pode até pensar
que esta não seja uma decisão radical, mas vamos tomar como
exemplo o que está escrito em João 14:12 quando Jesus afirmou
que aqueles que cressem nele fariam as mesmas obras que Ele
havia feito e outras ainda maiores; seria isso radical? Uma vez que
tomei a decisão de crer em tudo o que eu lesse na Bíblia como
verdade absoluta, não mais poderia ignorar esse versículo de João;
eu tive de enfrentar a verdade de que se eu não fizesse obras
maiores que Jesus fez, seria simplesmente por causa de minha
incredulidade.
Em Romanos 14:23 diz que tudo o que não provém da fé é
pecado. Uma fé radical não é somente importante para discípulos
radicais, mas todo cristão deveria viver este estilo de vida. Continuo
chocado quanto à incredulidade que, constantemente, encontro nas
vidas de muitos cristãos. Eles nunca acreditariam nem aceitariam
que têm um coração incrédulo, mas suas ações denunciam tal
incredulidade. Lembre-se de que a fé nunca é mensurada por aquilo
que dizemos acreditar, mas é sempre mensurada em como agimos
em tempos de crise. Pergunte a si mesmo: “Qual é minha primeira
reação a qualquer situação? Reajo com base no natural ou reajo
pela fé?”

OS DISCÍPULOS DE JESUS
Jesus escolheu doze discípulos muito imaturos. Não creio que
nenhum pastor escolheria aqueles doze como líderes em suas
igrejas. Pedro, além de negar Jesus, ao cortar sua espada orelha do
soldado, tentou impedir Jesus de cumprir seu propósito em ser
crucificado. Pedro já havia sido repreendido por Jesus na ocasião
em que lhe foi dito: “Afasta-te de mim, Satanás!” Tiago e João
queriam matar as pessoas que não os aceitaram quando quiseram
clamar por fogo do céu. Jesus disse a eles que não havia vindo para
matar as pessoas, mas para salvá-las. Eles, também, eram cheios
de ambição e orgulho e queriam assentar-se aos lados direito e
esquerdo do trono de Jesus quando fossem para o céu. Tomé
duvidou da ressurreição de Jesus e disse que “a menos que ele
pudesse vê-lo com seus próprios olhos e pudesse tocar-lhe com
suas próprias mãos, não creria”. Quando Jesus foi ressuscitar
Lázaro dos mortos, Tomé se expressou negativamente ao dizer:
“Vamos com Ele e com morrer com Ele”. Judas, que era o
tesoureiro, era um ladrão e roubava o dinheiro que Jesus e os
discípulos o confiavam para administrar; ele também foi o que traiu
Jesus.
Mas, o maior problema que Jesus teve com os seus discípulos
não foi a imaturidade deles, mas, sim, a incredulidade. Em todos os
evangelhos nós o encontramos repreendendo os discípulos por
causa da incredulidade. Se observarmos o versículo escrito em
Marcos 9:23, entenderemos a razão pela qual a incredulidade foi o
maior problema dos discípulos, está escrito: “Se você crer, todas as
coisas são possíveis aos que crerem”. Esta é a razão pela qual a
incredulidade é o maior problema: a incredulidade coloca limites em
nossas vidas, ao invés de removê-los. Discípulos radicais,
simplesmente, acreditam radicalmente que em tudo o que Deus diz
em sua Palavra. Ele nunca dirá, “Deus pode”, mas, sim, “Deus fará”.
Como viajo e prego em muitos lugares, encontro as mesmas
questões repetidas vezes, por exemplo: quando Deus me dá uma
palavra de conhecimento em relação a uma enfermidade de alguém,
costumo dizer: “Jesus irá curá-lo agora, você crê nisto?” Então, a
resposta vem: “Sim, pastor, eu creio que Jesus pode me curar”. Eu
digo, todavia: “Todo cristão acredita que Jesus pode curar, mas esta
não foi a minha pergunta. Minha pergunta foi: você acredita que
Jesus irá curar você agora?” Frequentemente, meus tradutores
haviam traduzido-me erroneamente e dito “Jesus quer curar você
agora”; sempre os corrijo e digo: “Por favor, traduzam exatamente o
que eu disse, que é: Jesus irá curar você agora”. Talvez você esteja
pensando que não há diferença, mas deixe-me lhe afirmar que há
uma enorme diferença.
Li uma história do Dr. Yonggi Cho, pastor da maior igreja do
mundo, além de muito reconhecido por seu relacionamento íntimo
com o Espírito Santo, suas orações e vida de fé. A história foi sobre
quando ele estava, certa vez, em um lugar em que Dr. Peter Wagner
estava orando por um homem que tinha uma de suas pernas
amputadas; Peter Wagner ordenava à perna crescer, mas nada
aconteceu mesmo depois de mais de cinco minutos. O Dr. Cho
tentou consolar o Dr. Wagner e disse, “Estou certo de que a perna
deste homem pode crescer imediatamente agora, mas a cura pode
ocorrer gradativamente também”. Todos os outros ali presentes
disseram o mesmo. O Dr. Wagner recusou em desistir e continuou a
orar. Quando ele continuou sua oração numa fé radical, recusando-
se a parar, o Dr. Cho pediu a Deus para perdoar sua fraqueza de fé.
Brevemente após aquela oração, o toco de perna daquele homem
começou a crescer e cresceu até o homem ter as duas pernas
perfeitas, podendo caminhar sem mancar.
Em meu livro Fé, falo sobre a realidade espiritual do mundo.
Poucos cristãos compreendem que o mundo espiritual não somente
existe, mas é mais real que o mundo natural que nossos olhos
podem ver. Essa é a razão pela qual o apóstolo Paulo orou para que
Deus pudesse abrir os olhos dos corações das pessoas. Se
pudéssemos somente ver o mundo espiritual com os olhos de nosso
coração e entender que há somente um jeito de trazê-lo para o
mundo natural em que vivemos, viveríamos de modo diferente. A fé
radical é única maneira trazermos à realidade de nosso mundo
natural todas as coisas do mundo espiritual pertencentes a nós.
Vamos meditar novamente sobre as palavras de Jesus em
Marcos 9:22:
Muitas vezes esse demônio o tem jogado no fogo e na
água, para matá-lo. Todavia, se Tu podes fazer algo, tem
compaixão de nós e, de alguma maneira, ajuda-nos!”.
“Se podes?”, contestou-lhe Jesus: “Tudo é possível para
aquele que crê!”.
Se você verdadeiramente crer na Bíblia, você precisa admitir que
estamos distantes de onde deveríamos estar, porque Jesus disse
que todas as coisas são possíveis para aqueles que cressem. Isso
significa nada mais que discípulos radicais, com uma fé radical,
vivem suas vidas sem qualquer limitação. Precisamos retirar a
palavra impossível de nosso vocabulário, como também de nossos
pensamentos. Lembre-se de que há somente um veículo que
transporta cada bênção espiritual (já pertencente a nós segundo
Efésios 1:3) do mundo espiritual para o mundo natural. Tentamos
usar tantos veículos diferentes para trazer o sobrenatural para
nossas vidas e ficamos surpresos quando o sobrenatural não vem
ou não acontece. Outros veículos que tentamos usar são: nossa
força natural, nossa própria sabedoria, nossa lógica, dependência
em outros, etc. Há somente um veículo, e este é a fé radical.

A NUVEM DE DÚVIDA
Quando era jovem, eu tinha um desejo desesperado para ver e
para experimentar o sobrenatural. À medida que eu lia a Bíblia,
percebia que se não experimentássemos o sobrenatural,
perderíamos muito daquilo que já pertencia a nós. Então, peguei
uma cartolina amarela e nela escrevi: “Se Deus disse, eu creio no
que Ele disse e creio que suas Palavras se aplicam para mim”. Eu
percebi que se quisesse ver o poder de Deus, eu deveria acreditar
radicalmente, sem qualquer dúvida. A dúvida tem o potencial de
roubar de nossas vidas cada bênção espiritual que é nossa por
direito. Um grande homem de Deus teve um sonho profético
poderoso no qual Deus mostrou para ele uma pequena nuvem
branca e disse: “Exorte meu povo sobre esta nuvem perigosa e
ameaçadora”. No sonho, o homem não compreendeu como uma
nuvem tão pequena poderia ser tão perigosa. Quando ele perguntou
ao Senhor o que era aquela nuvem, Deus respondeu que era a
nuvem da dúvida. A fé radical não abre espaço para a dúvida e se
recusa a desistir.

SINAIS DE UMA FÉ RADICAL

A fé radical está determinada a tomar toda decisão pela fé e


trazer o poder do reino dos céus para a vida diária;
A fé radical nunca fundamenta sua teologia na experiência, mas
somente na verdade da Palavra de Deus;
A fé radical se agarrará à Palavra de Deus como uma “super
cola” em tempos de qualquer crise, dificuldade ou tribulação;
A fé radical acreditará e confessará o que Deus diz, e não o que
as circunstâncias ou os sentimentos dizem.
A fé radical sempre dará um passo de fé e dependerá em Deus
somente, em nada mais.
A fé radical gastará tempo na presença de Deus e,
diligentemente, estudará a Bíblia, acreditando em tudo o que
ela diz.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Em que áreas de minha vida não tenho vivido segundo a fé
radical?
2. O que a Bíblia claramente fala sobre todas essas áreas, e onde
cada um desses versículos estão escritos (Livro, capítulo e
versículo)?
3. Medite diariamente sobre essas verdades. Escolha acreditar
nas verdades impressas nesses versículos e confesse-os, porque
Deus os prometeu. Jesus pagou por eles e eu os receberei pela fé.
4. Estou vendo milagres regularmente? Qual foi a última vez que
tive a experiência pessoal de presenciar um milagre na vida de
alguém por quem orei?
5. Qual foi a última vez que orei, em fé, por alguém que estava
doente, sendo essa pessoa curada imediatamente?
6. Quando sou confrontado por uma situação difícil, qual tem sido,
geralmente, minha primeira reação, (natural ou espiritual)?
7. Que passos práticos tomarei diariamente para viver uma vida
de fé radical e experimentar o sobrenatural?
ORAÇÃO: Precioso Jesus, obrigado porque o Senhor é o
autor e consumador da minha fé. Hoje, eu escolho viver
uma vida de fé radical. Por favor, leve-me para o lugar
em que experimentarei e farei maiores coisas que o
Senhor fez. Vou buscar sua presença, estudar e meditar
em sua palavra, e tomar todas as minhas decisões
fundamentado na fé, não em sentimentos ou
circunstâncias. Amém.
4
GENEROSIDADE RADICAL
Uma vez que este livro se chama Radical, deixe-me iniciar este
capítulo com uma afirmação radical: Deus não mensura a
generosidade do mesmo modo que o homem a mensura; Deus faz
tal medida diferentemente. Deus mensura generosidade não pelo o
quanto damos, mas, sim, pelo quanto nos sobra (pelo quanto nos
resta). Talvez esta seja uma afirmação chocante para você! Acredito
que generosidade seja mais importante que prosperidade. Deus não
somente nos prospera para que possamos ser abençoados, mas
para que possamos ser uma bênção por demonstrar o coração
generoso dEle. Em Lucas 21, a Bíblia conta uma história sobre
generosidade. Jesus e seus discípulos estavam assistindo as
pessoas depositarem suas ofertas no templo. Enquanto os
discípulos estavam impressionados com as grandes quantidades
que algumas pessoas ofereciam, Jesus lhes disse que a viúva
pobre, aquela que havia colocado apenas duas moedas no
gazofilácio, era a pessoa verdadeiramente generosa entre todos os
outros ofertantes. Vejamos as afirmações de Jesus nos versos três
e quatro:
E disse: Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou mais
do que todos os outros. Todos esses deram do que lhes
sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que
possuía para viver. (Lucas 21:3,4 / grifo do autor).
Olhe para as palavras de Jesus quando Ele afirmou que aquela
viúva havia ofertado mais que todos os outros. Jesus não exagerou.
Ele falou absolutamente a verdade. Jesus não mensurou a
generosidade das pessoas que deram uma oferta pelo quanto
davam, mas pelo quanto guardavam para si. As pessoas que
ofertavam muito, davam de sua abundância, o que não é
generosidade aos olhos do Senhor. A mulher pobre não guardou
nada para si, mas deu tudo o que tinha. Esta foi uma generosidade
radical.

UM ESTILO DE VIDA GENEROSO


Há aproximadamente 30 anos, quando minha esposa e eu nos
casamos, decidimos viver, sempre, um estilo de vida radical em
generosidade. Não queremos ser generosos em certas ocasiões
quando há uma necessidade específica, mas escolhemos viver um
estilo de vida de generosidade. Fico entristecido quando o
pensamento de ser abençoado é constantemente relacionado às
coisas materiais. Se você ler o Sermão da Montanha, Jesus
relacionou o ser abençoado a outras coisas diferentes de bens
materiais. Toda semana, eu ouço pessoas me contarem sobre o
quanto são abençoadas, sempre fazendo referência a alguma
bênção material recebida. Apesar de ser verdade, essa não é a
verdade em sua totalidade, porque Jesus mesmo disse que mais
bem abençoado é dar que receber. Eu não ouço pessoas dizerem o
quão abençoados são porque ofertaram cinco mil reais, o que na
realidade é o que Jesus considera ser abençoado. Eu creio que
nossa espiritualidade não deve ser mensurada por nossa
prosperidade, mas, sim, por nossa generosidade.
Você sabia que a Bíblia fala, aproximadamente, duas mil vezes
sobre dinheiro? A recorrência desse assunto é maior que o sobre
graça, fé, céu e inferno juntos. Se a Bíblia fala tanto sobre isso, não
deveríamos levar esse assunto a sério? Bênção material nunca
deve ter o fim em si mesma, mas significa ter uma finalidade mais
elevada. A finalidade dessa bênção deve ser o reino de Deus.
Sejamos radicalmente generosos e vamos usar nossas bênçãos
materiais para a construção do reino de Deus.

O CAMINHO MAIS ELEVADO


Uma coisa importante em relação ao nosso estilo de vida de
generosidade radical é a nossa motivação. O apóstolo Paulo disse
em I Coríntios 13:3 que: “E ainda que distribuísse toda a minha
fortuna para sustento dos pobres,[…] e não tivesse amor, nada
disso me aproveitaria”. Este versículo tem me inquietado por várias
vezes. Como podemos dar todas as coisas que tempos para os
pobres e, mesmo assim, não amá--los? Parece contraditório!
Certamente, se você me vir dar tudo o que tenho para os pobres,
para as crianças carentes do Brasil, você pensaria que eu,
verdadeiramente, as amo. Mas Paulo disse que isso não é a
verdade necessariamente. O que ele está dizendo aqui é que nossa
motivação é mais importante que nossas ações. Nossa
generosidade deve sempre ser uma expressão de nosso profundo
amor por Deus.
Em I Coríntios 13:2, Paulo nos diz que se não formos motivados
pelo amor, não somos nada:
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse
todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse
toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e
não tivesse amor, nada seria. (I Coríntios 13:2)
As coisas que ele descreve aqui são impressionantes. Ele fala
sobre profetizar, conhecer todos os mistérios e ter toda sabedoria. E
ainda fala sobre mover as montanhas pela fé. Pessoas assim,
certamente, nos deixariam impressionados. Entretanto, a Bíblia diz
que se nós tivermos tudo isso e não tivemos amor, nada somos.
Gostaria de levantar duas questões. A primeira: “você ama a
Deus?” A segunda: “você acredita que Deus ama você?” Espero
que você tenha respondido ambas as perguntas com “sim”. Se você
assim fez, vamos fazer outra pergunta: “Como Deus demonstrou
seu profundo amor para conosco? Em João 3:16, que é conhecido
pela maioria dos cristãos, está escrito: “Porque Deus amou o mundo
de tal maneira que Ele deu o seu filho amado […]”. Podemos
concluir que Deus demonstrou seu amor por nós por nos dar usa
generosidade radical. O amor expresso somente por palavras não é
amor verdadeiro; o amor sempre precisa ser expresso por ações.
Desde que estou certo de que a maioria de vocês responderam
“sim” às perguntas sobre amar a Deus, então, como você pode
demostrar este amor para Ele a não ser através de uma
generosidade radical?
Olhe para o que a Bíblia diz em I João 3:18: “Filhinhos, não
amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade”.
Aqui, vemos claramente que o amor deve ser expressado por
ações, e não por aquilo que dizemos. Até compreendo que a lei do
plantar e colher, que é muito bíblica, nos leva a compreender que se
plantarmos dinheiro iremos colher dinheiro. A questão é que a
motivação de muitos cristãos está em dar finanças para colher
finanças. Apesar de ser legítimo, creio que há um caminho mais
elevado ou, como diz Paulo, há um caminho mais excelente; este
caminho é o dar motivado pelo puro amor, e é isso o que chamo de
generosidade radical. O motivo pelo qual dou é mais importante que
o ato de dar por si próprio. Paulo deixa isso muito claro em I
Coríntios 4:5, vejamos:
Portanto, não julguem nada antes da hora devida;
esperem até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que
está oculto nas trevas e manifestará as intenções dos
corações. Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a
sua aprovação. (I Coríntios 4:5)
Aqui, Paulo deixa claro que Deus olha as intenções de nossos
corações. Deus olha para as razões pelas quais o damos qualquer
coisa. Se verdadeiramente amamos a Deus, seremos
generosamente radicais. Lembre-se que Deus diz que Ele ama
aquele que dá com alegria, não aquele que dá temerosamente. Não
dê por medo de não ser abençoado; esta é uma motivação terrível.
Simplesmente dê porque você deseja expressar seu amor pelo
Senhor. Estou convencido que poucos cristãos acreditam nas
palavras de Jesus em Atos 20:35: “[…] e recordar as palavras do
Senhor Jesus, que disse: mais bem-aventurada coisa é dar do que
receber.”
Por que creio que poucos cristãos acreditam neste versículo
atualmente? Creio nisso por causa de minha experiência. A maioria
das pessoas que conheço preferem receber a dar alguma coisa;
essas pessoas julgam “receber algo” o “ser abençoado”, mas eles
não reconhecem o “dar” como “ser abençoado”. Se nós
verdadeiramente acreditássemos nessas palavras, estaríamos,
constantemente, procurando uma oportunidade para dar.

O PRINCÍPIO DA GENEROSIDADE
Quantas vezes as pessoas me disseram que quando forem ricas,
irão doar dez porcento ou uma quantidade maior de dinheiro para a
igreja? Eles tentam me convencer que no momento em que vivem,
particularmente, elas não podem dar alguma coisa para a igreja. Eu
costumo dizer para elas que não creio no que me dizem, e sempre
lhes explico a razão pela qual não acredito nelas. Não estou
querendo dizer que posso julgar alguém, muito menos o motivo de
seus coração. A verdade é que digo somente por base em minha
crença nas palavras de Jesus, que diz em Lucas 16:10-11:
Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é
injusto no mínimo, também é injusto no muito. Pois, se
nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará
as verdadeiras? (Lucas 16:10,11)
O princípio aqui é muito claro, devemos nos lembrar de que o
contexto do qual Jesus estava falando era o dinheiro. Se você for
fiel no pouco, também o será no muito. Em outras palavras, se você
tiver cem reais e for fiel e generoso com eles, então você será
generoso e fiel com um milhão de reais. Mas o oposto também é
verdade; se você não for fiel nem generoso com os cem reais de
hoje, tampouco será fiel e generoso com um milhão de reais
amanhã. A generosidade e fidelidade nas finanças é uma questão
de coração, e não da carteira.
Fui pastor local por muitos anos e sempre me entristeci quando
as pessoas davam 10% e achavam que estavam de tarefa cumprida
com Deus. Deus não nos chamou para dar 10%. Ele nos chamou
para uma generosidade radical. Jesus disse que deveríamos fazer
com os outros o que desejássemos que fosse feito conosco, e isso é
geralmente conhecido como “regra áurea”. Verdadeiramente eu
procuro não viver minha vida por esta regra. Tal afirmação pode ter
deixado você surpreso ou chocado, mas, outra vez, eu creio que há
uma maneira mais elevada para se viver a vida; este modo mais
elevado é tratar os outros assim como Deus nos tratou em Cristo.
Deus é radicalmente generoso por nós, portanto, escolhi viver,
também, nessa generosidade radical. Deixe-me desafiá-lo a viver
este estilo de vida. Dê aos pobres; dê para sua igreja local; dê para
o reino; e dê para as missões. Simplesmente, seja radicalmente
generoso!

COMO MENSURAR AS BÊNÇÃOS DE DEUS


Sempre fico um pouco tenso quando pessoas financeiramente
bem sucedidas chamam, automaticamente, suas riquezas de
bênçãos de Deus. Não podemos limitar as bênçãos de Deus às
riquezas materiais. Elas podem ser sinais de suas bênçãos, mas
não necessariamente. Há muitas pessoas ricas que não são ricas
porque Deus as abençoou. Pense sobre as prostitutas ricas, os ricos
traficantes, os ricos criminosos, os políticos ricos que ganharam
suas fortunas através da corrupção. Não podemos chamar tais
riquezas de bênçãos de Deus.

O PERIGO DA AVAREZA
Em I Coríntios 6:10 está escrito: “[…] nem os ladrões, nem os
avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os
roubadores herdarão o reino de Deus.” Esta é uma advertência
muito forte. No grego, a palavra para avarento significa: “aquele que
tem ambição para ter mais”. Essa palavra não descreve a maioria
das pessoas em nossa sociedade hoje? Se você deseja,
constantemente, ter mais que você tem agora, de acordo com a
definição bíblica, você é avarento e não herdará o reino de Deus.
Talvez você creia que eu tenha uma mentalidade pobre, o que está
longe de ser verdade. Em meu livro Prosperidade, eu claramente
explico que Deus deseja, profundamente, prosperar os seus filhos.
Minha pergunta é: “seria seu desejo ser radicalmente generoso ou
seu desejo primário é simplesmente ter mais que aquilo que você
tem agora?”

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Há algum bem material que não desejo dar livremente e com
total alegria de coração? Se você tem algo assim, o que seriam
essas coisas?
2. Quanto de meu foco (em minutos por dia), tempo de oração e
energia tenho gastado em prol ou em busca de bens materiais?
3. Escreva o versículo de Mateus 6:33 e medite sobre esta
verdade. Escreva como você vive ou não vive este versículo de
maneira prática.
4. Registre exatamente toda entrada de dinheiro em sua casa nos
próximos meses e, também, anote exatamente o quanto você oferta,
depois pense e ora se o que você está doando é, de fato, uma
generosidade radical.
5. O que você fará a partir do mês seguinte para ser
generosamente radical? Escreva seus objetivos.
6. Eu quero receber mais que quero dar? Nas últimas 4 semanas,
o que eu dei com alegria, e o que DESEJEI receber?
7. O que farei para mudar esse desequilíbrio? Escreva.
ORAÇÃO: Deus, reconheço que o Senhor foi
radicalmente generoso ao entregar seu bem mais
precioso, que era o seu único filho. Desejo ser tão
generoso quanto o Senhor é por mim. Percebo o quão
fácil o amor ao dinheiro pode entrar em meu coração. Por
favor, ajude-me a ir a qualquer raís de avareza em minha
vida para cortá-la de vez de mim. A partir de hoje escolho
ser radicalmente generoso. Amém.
5
CONFIANÇA RADICAL
Há uma guerra acontecendo constantemente e ameaça atingir
nossas vidas. Deus deseja que nós vivamos em vitória absoluta em
cada momento de cada dia. Por outro lado, o diabo quer que
vivamos uma vida de derrota. Se tivermos uma confiança radical em
nosso Deus, podemos, continuamente, estar assegurados que
sempre viveremos em vitória. Deus sempre desejou viver um
relacionamento significativo com o homem. Todavia, não pode haver
nenhum relacionamento significativo se não houver três ingredientes
básicos: amor, confiança e envolvimento pessoal. Não quero falar
sobre amor e envolvimento pessoal aqui, porque esses temas são
tratados em outros capítulos deste livro. A menos que aprendamos
a confiar radicalmente em Deus, nosso envolvimento pessoal com
Ele será limitado, como também será limitado nosso relacionamento
de amor com Ele.

DEUS PROVOU SUA CONFIABILIDADE


Ninguém é tão confiável quanto Deus. Ele nos provou isso na
cruz. Em romanos 5:8, lemos: “Mas Deus prova o seu amor para
conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda
pecadores”. Este versículo deve tocar profundamente o coração de
cada cristão que deseja viver em confiança radical. Cristo não
morreu por nós depois de nossa decisão de segui-lo, mas Ele
morreu por nós enquanto ainda éramos pecadores. Este é o amor
de Deus por nós. Como não podemos confiar radicalmente em
alguém que estava desejando dar sua própria vida por nós enquanto
ainda éramos seus inimigos?
O apóstolo Paulo aprendeu a confiar em Deus completamente. A
razão pela qual ele pôde confiar em Deus tão radicalmente foi
porque ele estava convencido de que Deus é, absolutamente,
confiável. Ele nos mostra isso em Romanos 8:38-39:
Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem as potestades,
nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a
profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus
nosso Senhor. (Romanos 8:38-39)

O SIGNIFICADO DE CONFIAR
O que significa confiar em Deus? Eu acredito que confiar em
Deus e crer em Deus são coisas diferentes. Quando olhamos no
original em Hebraico o que essa palavra realmente significa,
encontramos duas definições principais. Uma é “ter confiança” e a
outra é “refugiar-se”. Em Salmo 125:1 está escrito: “Aqueles que
confiam no Senhor são como o Monte Sião, que não se abalam,
mas permanecem para sempre”. Que promessa poderosa a Bíblia
nos dá aqui quando diz que quando confiamos no Senhor, não
podemos ser abalados. Esse versículo descreve uma vida de vitória
absoluta. Isso expressa o primeiro significado da palavra confiança,
que é ter confiança absoluta no Senhor. A segunda definição da
palavra confiança, “refugiar-se”, está descrita em Salmos 62:8 que
diz: “Confie nele em todo tempo, todos os povos: derramem seus
corações diante dele, Deus é um refúgio para nós”. Somente Deus
deve ser o nosso refúgio. É isso que significa confiar nele.

A DIFERENÇA ENTRE CONFIANÇA E FÉ


A fé está ligada à uma promessa específica, enquanto confiança
esta ligada com uma pessoa específica. Para crer no operar de
Deus em qualquer coisa, preciso saber exatamente o que Ele
prometeu para mim. Sem uma promessa clara, não tenho
fundamento algum para ter a verdadeira fé bíblica. Se eu quiser
acreditar em Deus para a cura de um milagre, meu desejo para ser
curado não é suficiente, eu preciso ter uma promessa de cura. Uma
vez que Deus me promete que irá me curar, eu posso crer em meu
milagre. Quando a Bíblia fala sobre confiança, ela não fala sobre
promessas específicas: ela fala sobre Deus como uma pessoa. Ele
é nosso refúgio; temos confiança nele somente.
Confiança significa abandonar o controle de nossas vidas,
entregando-o confiantemente nas mãos de Deus. Há uma história
que ilustra essa confiança belamente. Um homem estava escalando
os Alpes Austríacos, quando escorregou e caiu em um penhasco
íngreme. Cerca de 300 metros abaixo do local em que havia caído,
tinha uma árvore que crescera a partir da rocha que sustentava o
penhasco. Aquele homem caiu naquela árvore e conseguiu segurar-
se em um de seus galhos. Quando ele olhou para cima, viu os 300
metros de pura rocha, o que lhe era impossível escalar. Ao olhar
para baixo, viu 500 metros de “queda livre”. Era impossível para ele
sair dali. Ele começou a gritar: “Há alguém aí em cima?”, Ele ouviu
uma voz profunda que lhe respondeu: “Sim, estou aqui em cima. Eu
sou Deus, confie em mim.” O homem respondeu: “Deus, me salva!
Eu confio em ti!” Então, o Senhor lhe respondeu: “Se você
verdadeiramente confia em mim, solte-se da árvore que vou segurar
você”. O homem voltou a perguntar: “Há mais alguém aí em cima?”
Apesar de ser uma piada, se formos honestos, perceberemos que
esta pequena história descreve o modo como frequentemente
vivemos nossas vidas. Dizemos a Deus que confiamos nele, mas
não estamos dispostos a deixar o controle de nossas vidas e das
circunstâncias. Tentamos dar uma “mãozinha” para Deus, ou
procuramos ajuda em outros lugares, ao invés de buscarmos
somente o auxílio do Senhor. Uma pessoa com confiança radical
abre mão do controle de sua vida e de suas circunstâncias.
Confiança é questão do coração, por isso é tão difícil para muitas
pessoas confiarem radicalmente em Deus. Nossos corações devem-
se convencer da bondade e graça de Deus para podermos confiar
nele plenamente. Lembre-se de que fé e confiança são diferentes.
Você nunca será capaz de colocar sua vida totalmente nas mãos de
outra pessoa, a menos que você confie nela de todo o seu coração.
Provérbios 3:5 diz: “Confie no Senhor de todo o teu coração, e não
se incline em seu próprio entendimento”. Deus quer nossos
corações, e não somente nossa obediência exterior. É interessante
que a Bíblia diz que inclinar em nosso próprio entendimento é
contraditório à confiança no Senhor de todo nosso coração.
Somente a total entrega do coração nos levará à uma confiança
radical.

O PERIGO DE CONFIAR NO HOMEM


As Escrituras nos advertem sobre colocar nossa confiança no
homem. Isso não significa que não devemos confiar uns nos outros;
por exemplo, precisamos confiar em nosso cônjuge. Isso significa
que não devemos colocar nossa confiança em pessoas a ponto de
fazer delas nosso lugar de refúgio. Esse lugar pertence a Deus
somente. Infelizmente, muitos cristãos se colocam sob uma
maldição por confiarem no homem ao invés de confiarem no
Senhor. O texto de Jeremias 17:5 descreve tal pessoa claramente:
Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no
homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu
coração do Senhor! Porque será como o arbusto solitário
no deserto e não verá quando vier o bem; antes, morará
nos lugares secos do deserto, na terra salgada e
inabitável. (Jeremias 17:5)
Este texto descreve a vida de muitos cristãos maravilhosos.
Aprendi desde muito jovem a colocar minha confiança no Senhor.
Tenho muitos maravilhosos amigos em muitos países do mundo e
sei que eles me amam muito. Eles estariam dispostos a me ajudar
caso estivesse passando por uma crise. Sei que não seria orgulhoso
o suficiente para não receber ajuda de nenhum deles; todavia, estou
determinado a não fazer do homem meu refúgio ao enfrentar
qualquer crise. Se Deus escolher o homem para me ajudar,
logicamente aceitarei a ajuda, independente do modo que o Senhor
escolher; entretanto, não há circunstância, por mais difícil que seja,
que me fará fazer do homem o meu refúgio. O que significa fazer do
homem nosso refúgio? Esta é uma pergunta muito importante.
Quando a Bíblia fala sobre confiança em Deus, significando refugiar-
se nele, ela compara o refúgio com um forte e poderoso castelo
para onde você pode correr e ficar em segurança. Nenhum homem
é minha salvação, somente o Senhor é o meu refúgio.
Esta verdade é claramente expressa em Salmos 118:8-9, “Melhor
é buscar refúgio no Senhor do que confiar no homem. Melhor é
buscar refúgio no Senhor do que confiar em príncipes.” É muito
melhor colocar nossa confiança radical no Senhor que no melhor e
mais influente homem. O favor de Deus prevalece sobre o favor do
homem mais poderoso da terra. Nós temos o favor de Deus através
de Jesus Cristo; portando, podemos confiar radicalmente nele. As
pessoas irão nos desapontar, mas Deus não.

O PERIGO DE CONFIAR EM MINHA PRÓPRIA FORÇA


Em minha opinião, pessoas muito talentosas e inteligentes sofrem
desvantagens na vida cristã. Se você não for muito forte por si
mesmo e quiser viver uma vida de vitória, a única escolha que você
tem é confiar radicalmente no Senhor. Veja o que o Salmo 147:10
claramente afirma:
Não faz caso da força do cavalo, nem se compraz nos
músculos do guerreiro. Agrada-se o Senhor dos que o
temem e dos que esperam na sua misericórdia. (Salmos
147:10)
O Senhor não se agrada de pessoas que dependem de sua
própria força, sabedoria ou de seus próprios talentos, mas, pelo
contrário, Deus se agrada daqueles cuja esperança está em sua
misericórdia. Autoconfiança é um grande impedimento para se viver
uma vida de vitória e, ainda mais, ela é um grande empecilho para
se viver uma vida de confiança radical. O apóstolo Paulo aprendeu
essa tão importante lição. Ele foi, provavelmente, o apóstolo mais
poderoso dos que esteve próximo a Jesus. A revelação que ele
recebeu foi surpreendente; sua auto-disciplina foi incrível; seu
compromisso e cometimento foi radical. Ele tinha todas as razões
para confiar em sua própria força; ele teve de aprender a viver uma
vida de confiança radical. Em II Coríntios 12:9, ele descreve o
seguinte:
Então, ele me disse: a minha graça te basta, porque o
poder se aperfeiçoou na fraqueza. De boa vontade, pois,
mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim
repouse o poder de Cristo.
A morte para a autoconfiança não é fácil para algumas pessoas.
Muito frequentemente, tenho caído na confiança de minha própria
força. Pela graça de Deus, aprendi que minhas fraquezas são
minhas maiores forças. Quando Deus for meu único refúgio, o único
em quem eu coloco minha total confiança, então, terei aprendido o
que é confiança radical.

DIFICULDADE E CONFIANÇA
Quando passamos por dificuldades ou tempos difíceis, nossa
mente natural sempre tentará encontrar uma saída. Procuraremos o
homem ou, talvez, nossa própria força e sabedoria para
conseguirmos resolver tais problemas. O apóstolo Paulo entendeu
que Deus queria usar as situações mais difíceis em sua vida para
levá-lo a uma posição de confiança radical. Ele descreve isso em II
Coríntios 1:9-10:
Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de
morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus
que ressuscita os mortos; o qual nos librou e livrará de
tão grande morte; em quem temos esperado que ainda
continuará a livrar-nos. (II Coríntios 1:9-10)
Nos versículos anteriores, Paulo descreve todo terrível sofrimento
que ele enfrentou. Quando passar por alguma dificuldade, encorajo
você a ler o primeiro capítulo de II Coríntios. Depois de descrever
sua terrível situação, ele concluiu tal descrição com a seguinte
afirmação: “Contudo, já em nós mesmos, tivemos a sentença de
morte, para que não confiemos em nós, e sim no Deus que
ressuscita os mortos.” Ele compreendeu que independente do quão
terrível seja a situação, nossa confiança nunca deve ser em nós
mesmos, mas somente em Deus. O salmista descreve a mesma
verdade nos Salmos 56:3: “Em me vindo o temor, hei de confiar em
ti”. Que coisa linda de se dizer! Quando você se depara com o
medo, o que você faz? Você está disposto a abrir mão de seu medo
e se lançar completamente nas mãos do Senhor?
CONFIANÇA FINAL
Deus deseja que vivamos uma vida de confiança final. Como
vimos em Jeremias 17, pessoas que colocam sua confiança no
homem e não em Deus são amaldiçoadas. Veja o contraste nos
versos 7 e 8 do mesmo capítulo:
Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança
é o Senhor. Porque ele é como a árvore plantada junto às
águas, que estende as suas raízes para o ribeiro e não
receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e,
no ano de sequidão, não se perturba, nem deixa de dar
fruto.
Quero ser este homem que é constantemente frutífero, mesmo
em situações muito difíceis. Esse texto descreve a pessoa que vive
em confiança radical. Há muitos anos, estava deitado em minha
cama, lendo a Bíblia e meditando antes de dormir. O Senhor falou
ao meu coração e me disse que Ele deseja que eu viva uma vida de
confiança final. Eu disse a Ele que eu desejaria vivê-la, mas Ele
precisaria explicar o que aquilo significava, pois eu não havia
entendido o significado daquela expressão.
Ele começou a ensinar-me, em meu coração, de um modo muito
bonito. Ele me pediu para pensar sobre a crucificação. À medida
que minha mente foi para os versículos daquela história, o Senhor
fez-me a seguinte pergunta: “O que Jesus disse brevemente antes
de sua morte?” Em meu coração, eu sabia que a resposta que Deus
queria era: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Ele
começou a explicar-me sobre este momento de trevas na vida de
Jesus. Ele estava completamente abandonado por Deus porque Ele
havia sido feito pecado por nós. Quando Ele clamou em desespero
por Deus, o céu permaneceu em silêncio. Deus não explicou para
Jesus o porquê Ele se sentiu abandonado. Ele estava fisicamente,
emocionalmente e espiritualmente abandonado e completamente só
na cruz. Ao iniciar a imaginar este momento tenebroso em minha
mente, Deus fez-me outra pergunta: “Qual foi a próxima coisa que
Jesus disse?” Imediatamente eu sabia que Jesus havia dito: “Pai,
em tuas mãos, entrego o meu espírito”. O Senhor disse para mim,
então: “Isto, meu filho, é a verdade final que desejo que você viva”.
Quando você se sentir completamente abandonado, quando você
sentir que os céus não respondem ao seu clamor, tome uma
decisão de confiança radical. Deixe-se cair nas mãos do Senhor e,
simplesmente, entregue sua vida para Ele. Este é o desejo de Deus
para todos os seus filhos: viver uma vida de confiança radical.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Quais são as áreas de minha vida que acho difícil abrir mão e
de entregá-las nas mãos de Deus?
2. Que passos práticos darei para confiar em Deus nessas áreas
específicas? Comece a dar esses passos hoje.
3. O que significa, especificamente para mim, viver em confiança
final? Em que áreas específicas de minha vida preciso desta
confiança radical?
4. O que farei de forma prática para render todas essas coisas,
abandonando-as de vez? Faça isso hoje.
5. Onde coloquei minha confiança no homem, e não em Deus
totalmente? Escreve essas áreas específicas. Arrependa-te hoje de
confiar no homem e não totalmente em Deus. Tome a decisão de
viver em confiança radical.
ORAÇÃO: Pai, vejo claramente que o senhor é 100%
confiável. Por favor, perdoa-me pelas áreas de minha
vida que não tenho vivido em confiança final. Eu rendo
todas essas áreas ao Senhor hoje. Abro mão de mim
mesmo e deixo-me cair em seus braços de amor e
carinho. O Senhor é o meu refúgio, a minha força, a
minha torre alta e a minha segurança. O Senhor é tudo o
que preciso para estar seguro. Amém.
6
SERVIÇO RADICAL
O MAIOR MODELO

Em tudo o que fizermos na vida, Jesus deve ser o nosso modelo.


Há vários grandes heróis da fé na Bíblia e na história da igreja, e
todos nos inspiram muito. Todavia, nunca irei tomar outros para
serem modelo para mim, somente Cristo o será. Certa vez, Jesus
disse aos seus discípulos para irem por todo mundo para fazerem
discípulos. Este era o desejo de seu coração e devemos,
diligentemente, procurar satisfazer esse desejo do Senhor; contudo,
somente conseguiremos fazer discípulos para Ele se formos
verdadeiros discípulos dele. Um discípulo é alguém que segue seu
mestre em todos os caminhos, tendo-o como modelo de vida. A
maioria dos cristãos, por exemplo, conhecem o texto de João 3:16:
Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu
filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3:16)
Este deve ser um dos versículos mais conhecidos das escrituras,
entretanto, não são muitos cristãos que sabem o que está escrito
exatamente a 10 capítulos posteriores a este, ou seja, em João
13:16-17:
Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é
maior do que seu senhor, nem o enviado, maior do que
aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-
aventurados sois se as praticardes. (João 13:16-17)
Jesus é nosso mestre e nós somos seus servos, então não
devemos nos esforçar nem querer ser maior que Ele é. Você pode
até pensar: “Como você pode dizer uma coisa dessas? Nenhum
cristão ousaria tentar ser maior que Cristo!” Bem, vamos olhar
atentamente ao que Jesus disse. Quando Ele fez essa afirmação,
“nenhum servo é maior do que seu senhor”, ele disse,
simplesmente, que devemos observar a vida dele como um modelo
para a nossa. Ele viveu uma vida de serviço radical por nós, o que
significa que se não escolhermos viver uma vida voluntariamente de
serviço radical, nos fazemos maiores que Ele. No versículo 17,
Jesus nos disse que se praticarmos tais coisas seremos bem-
aventurados. Somente saber ou conhecer tal versículo não nos faz
bem-aventurados; o que precisamos fazer é colocar todo nosso
conhecimento em prática. Somente pela obediência e total rendição
ao senhorio de Cristo, essas bênçãos serão plenamente liberadas
do céu para nós.
Para modelarmos nossas vidas em acordo com a de Jesus,
precisamos nos atentar ao modo como Ele viveu. A Bíblia fala sobre
isso em Mateus 20:25-28:
Então, Jesus, chamando-os, disse: sabeis que os
governadores dos povos dominam e que os maiorais
exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós;
pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós,
será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro
entre vós será vosso servo; tal como o Filho do Homem,
que não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos. (Mateus 20:25-28)
Uma das maravilhas a respeito de nosso Senhor é que Ele nunca
pregou nada que Ele mesmo não tenha vivido. Infelizmente, hoje,
muitos grandes líderes no mundo e, às vezes, na igreja, não vivem o
que pregam. Jesus praticou um serviço radical, não somente o
pregou. Em Mateus 20:28, que é o contexto do texto que acabamos
de ler, diz: “[…] tal como o Filho do Homem, que não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.”
Uma vez que Jesus é o meu modelo, decidi, então, há muito tempo,
ser seu discípulo; decidi, desde minha juventude, a viver um estilo
de vida de serviço radical.
Aos 22 anos de idade, fui pastor em uma igreja local na
Inglaterra. Durante o inverno, esfriava muito e a igreja não podia
pagar pelo aquecimento do prédio durante a noite, para que
pudéssemos ter reuniões aquecidas pelos domingos de manhã.
Geralmente, as pessoas que vinham orar no prédio pela manhã,
antes das reuniões, ligavam o aquecedor. Contudo, o tempo em que
ficava ligado não era o suficiente para ter todo salão aquecido antes
da reunião começar. Quando percebi aquele problema, passei a
levantar às 4 da madrugada, todos os domingos, e caminhar por 10
minutos até o prédio de reuniões da igreja para ligar o aquecedor.
Nunca contei isso a ninguém, pois queria servir a Cristo, e não ao
homem.
Se Jesus veio servir, e não ser servido, o que foi o que Ele
claramente disse e fez, quanto mais as nossas vidas precisam
mostrar um serviço radical em todas as áreas de nossas vidas?
Conheci várias pessoas que queriam servir aos seus líderes, o que
é uma atitude maravilhosa. Entretanto, discípulos radicais não
servem somente seus líderes, mas servem a todas as pessoas em
necessidade.

O CAMINHO PARA CIMA É PARA BAIXO


No reino de Deus, as coisas funcionam de modo diferente que as
coisas do reino deste mundo. Neste mudo, as pessoas tentam lutar
para conseguirem alcançar o topo. As pessoas estão atrás de
promoções em seus trabalhos e posições de maior destaque. O
caminho para cima no reino de Deus sempre começa com o
caminho para baixo, o que significa que se você quiser ser
promovido no reino de Deus, você precisa se humilhar e se tornar
servo de todos. A Bíblia mostra isso claramente ao dizer que se nos
humilharmos voluntariamente, o próprio Deus nos levantará. Veja o
que está escrito em Filipenses 2:5-9:
Deixe esta mente estar em vós, a mesma que esteve
também em Cristo Jesus. Quem, sendo em forma de
Deus, não considerou isso em ser igual a Deus, mas fez
de si mesmo sem nenhuma reputação, assumindo a
forma de um servo, e veio em forma de homem. E sendo
encontrado em aparência de homem, Ele a si mesmo se
humilhou e se tornou obediente a ponto de morte, até a
morte de cruz. Portanto, Deus também o exaltou
grandemente e deu a Ele o nome que está acima de todo
nome. (Filipenses 2:5-9)2

SINAIS DE UM SERVO RADICAL


O servo radical apresenta certos sinais pelos quais são
reconhecidos. Nos versículos de Filipenses, citados anteriormente,
encontramos esses sinais:
1. Servos radicais decidem ter a atitude correta. O versículo 5 diz:
“deixe esta mente estar em vós, a mesma que esteve Cristo
Jesus.”3. De acordo com o original em grego, a expressão:
“deixe esta mente estar em vós” significa “ter esta opinião sobre
você mesmo” ou “direcionar seus pensamentos naquela
direção”. Mas, qual seria a opinião que deveríamos ter de nós
mesmos? O contexto mostra claramente que a opinião que
precisamos ter sobre nós mesmos deve ser semelhante à
opinião que Cristo teve sobre Ele mesmo, que foi a de ser
servo. Frequentemente podemos pedir a Deus para fazer as
coisas que precisamos fazer, além de tentar fazer as coisas que
Ele está fazendo. Não é saudável pedir a Deus para mudar sua
mente ou atitude para que você possa se tornar um servo. Foi-
nos dito que isso é o que precisamos fazer. Precisamos decidir
ter a atitude correta.
2. Servos radicais não buscam reputação para si. Deus não está
preocupado com a nossa reputação. Ele está preocupado em
glorificar seu próprio nome. O versículo 7 diz: “Ele fez de si
mesmo sem reputação”4. Se nossa reputação for tão importante
para nós e se sempre tentarmos defendê-lo, não teremos a
mesma atitude que Cristo teve. Servos radicais escolhem não
se importarem com suas reputações. Somos filhos de Deus,
perfeitamente justificados em Cristo, coerdeiros com Jesus,
todavia, ainda escolhemos ter a mesma atitude de Cristo e
fazemos de nós mesmos sem nenhuma reputação. Isso é um
serviço radical.
3. Servos radicais fazem deles mesmos servos voluntariamente.
O versículo 7 diz: “tomando a forma de servo”. Observe que a
Bíblia diz, “Ele assumiu a forma de um servo”. Isso foi algo que
Ele escolheu voluntariamente. Jesus não foi forçado a ser sevo;
Ele simplesmente escolheu ser um. O serviço radical é sempre
uma atitude de coração que se manifesta na ação. As pessoas
que servem somente pela aparência externa por causa de uma
obrigação ou porque querem impressionar outras pessoas não
são servos radicais. Há um teste muito simples para mostrar se
você é um servo radical ou não, basta ver como você fará seu
trabalho quando ninguém estiver observando você ou quando
ninguém saberá que foi você quem fez o trabalho ou, até
mesmo, quando outra pessoa receber o crédito por aquilo que
você fez. Se você puder servir nessas condições e dar o seu
melhor em qualquer serviço, você é um servo radical.
4. Servos radicais se humilham. O versículo 8 diz, “Ele a si
mesmo se humilhou e se tornou obediente a ponto de morte”.
Recentemente, ao pregar em uma grande conferência para
jovens na Europa, um rapaz veio até a mim após o culto e pediu
para que eu orasse por ele, o que concordei alegremente. Ao
lhe perguntar a razão pela qual ele queria uma oração, ele me
disse que Deus havia lhe mostrado que ele era muito orgulhoso
e, portanto, pedia para que eu orasse por ele, pedindo a Deus
que o humilhasse. Imediatamente, recusei fazer essa oração.
Expliquei para ele que a Bíblia diz que somos nós quem
devemos nos humilhar. Jesus não foi humilhado por Deus, mas
foi Ele quem escolheu se humilhar. O jovem não ficou muito
feliz com o que havia lhe dito e foi embora. Vários meses
depois, ao voltar para o mesmo país, o mesmo rapaz se
aproximou de mim e disse que havia compreendido que eu
estava correto. Ele se humilhou e encontrou a graça de Deus.
Em Tiago 4:10 está escrito: “Humilhai-vos diante do Senhor, e
Ele vos exaltará” [tradução literal NKJV] e em I Pedro 5:6:
“Portanto, humilhai-vos sob a mão poderosa de Deus, e Ele vos
exaltará no tempo oportuno” [tradução literal NKJV].
5. Servos radicais esperam o Senhor os exaltar. O versículo 9 diz:
“Portanto, Deus também o exaltou grandemente e deu a Ele o
nome que está acima de todo nome”. Discípulos radicais nunca
buscam auto-promoção, mas escolhem ser servos radicais.
Eles esperam Deus os exaltar pacientemente. Posso imaginar
que pode ser muito estressante lutar por uma posição, porque
se nós finalmente alcançarmos aquilo por que tanto lutamos,
viveremos com medo de perdemos o que amamos tanto;
contudo, se o Senhor nos exaltar, nenhum homem pode retirar
de nós aquilo que recebemos de Deus.

JESUS, O SENHOR
Em João 13, encontramos a conhecida história em que Jesus
lavou os pés de seus discípulos. Para compreendermos essa
história plenamente, precisamos considerar a cultura na qual essa
história aconteceu. Na cultura Judaica, havia diferentes tipos de
servos. Havia servos com muitas responsabilidades confiadas a eles
pelos seus senhores. Eram como gerentes, mas ainda servos e
propriedade de seus donos. Ainda, havia outros servos que
cozinhavam e serviam a comida, cuidando das coisas práticas
daquela casa ou propriedade. Além destes, existia uma classe mais
inferior de servos que eram aqueles que lavavam os pés. Você,
também, precisa compreender que, naquela época, muitas pessoas
andavam com os pés descalços. As estradas eram pura terra e as
pessoas tinham marcas nos pés, que eram frequentemente
rachados. Essas rachaduras se enchiam de terra por causa das
caminhadas nas estradas. Quando visitavam-se uns aos outros, a
primeira coisa que acontecia era que os servos deveriam lavar os
pés dos visitantes; este era o serviço mais inferior que um servo
poderia fazer.
Quando Jesus pegou a toalha e começou a lavar os pés de seus
discípulos, eles compreenderam que Ele, o Senhor, não deveria
fazer aquilo, pois era o serviço do menor dos servos. Nenhum
senhor deveria lavar os pés de ninguém; essa foi a razão pela qual
Pedro, a priori, se recusou a ter seus pés lavados por Jesus. Em
João 13:13-14, Jesus fez uma afirmação muito interessante:
Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem;
porque eu o sou. Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre,
vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns
dos outros. (João 13:13-14 - grifo do autor)
Esta é a única vez em todos os Evangelhos que Jesus refere a si
mesmo como Senhor. Ele disse aos seus discípulos: “Vós me
chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou.” O
interessante é quando Ele refere-se a si próprio como Senhor. Ele
fez isso quando Ele, voluntariamente, fez de si próprio o menor de
todos os servos, aquele que lavou os pés de seus discípulos.
Sejamos servos radicais e sigamos o modelo de Jesus Cristo.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Em quais áreas específicas tenho dificuldade de fazer-me
servo voluntariamente?
2. Escreva algumas pessoas que você irá servir (não escolha
somente líderes) e alguns passos práticos que você dará em
relação a isso nestas próximas 4 semanas.
3. Há alguma coisa que você não faria alegremente? Há alguém a
quem você não serviria com alegria, mesmo quando você não
recebesse nenhum reconhecimento? Escreva e, depois, faças a
escolha certa, servindo essas pessoas nas próximas quatro
semanas com uma atitude boa.
4. Em quais áreas a sua reputação é importante para você?
Quem você deseja, especificamente, que pense bem de você?
Arrependa e tome a decisão de nunca estar preocupado com a sua
reputação.
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus, o Senhor é o melhor
exemplo que tenho. O Senhor foi Rei e escolheu ser o
menor servo de todos. O Senhor fez isso com alegria e
gratidão em seu coração. Perdoa-me quando não tive
uma atitude semelhante à sua. Por favor, ajude-me a
seguir o seu exemplo. Hoje, escolho viver uma vida como
um servo radical. Amém.

2 Decidimos colocar a tradução literal (palavra por palavra) da


versão utilizada pelo autor (The New King James Bible) neste trecho
do livro, pois as explicações desta passagem estão intimamente
ligadas às palavras e expressões postas na referida tradução. Esses
mesmos versículos em língua portuguesa, nas versões que
comumente usamos da Bíblia, apresentam vocábulos e estruturação
diferentes, o que poderia dificultar a compreensão da explicação
posta pelo autor. Todavia, ressaltamos que não há alteração no
sentido em sua totalidade, mas, sim, na intensidade do exposto ou
analisado pelo pastor Reinhard Hirtler. Portanto, colocamos em nota
os versículos segundo a versão João Ferreira de Almeida, revista e
atualizada, em língua portuguesa: “Tende em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele,
subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser
igual a Deus, antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de
servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em
figura humana, a si mesmo se humilhou, tornado-se obediente até à
morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou
sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome”.
(Filipenses 2:5-9)

3 Usamos aqui a tradução literal do inglês, pois ela será


necessária para as explicações apresentadas pelo autor; todavia,
ressaltamos que a tradução em língua portuguesa, segundo João
Ferreira de Almeida, revista e atualizada, seria: “Tende em vós o
mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”

4 Usamos aqui a tradução literal do inglês, para não destoar com


as explicações apresentadas pelo autor; todavia, ressaltamos que a
tradução em língua portuguesa, segundo João Ferreira de Almeida,
revista e atualizada, seria: “Ele se esvaziou.”
7
ORAÇÃO RADICAL
A oração é um assunto muito extenso na Bíblia. Apesar de haver
muitos livros escritos e muitos cristãos orando regularmente,
percebo que precisamos aprender muito sobre esse assunto. Uma
coisa é certa, discípulos radicais vivem uma vida de oração. A
verdade importante para compreendermos é que a oração em si
mesma não tem poder. Quando faço afirmações como essa, as
pessoas geralmente ficam chocadas. Mas antes de você me chamar
de falso profeta, deixe-me explicar o que quero dizer.
Toda religião ora. Há três coisas que Jesus falou que toda religião
faz: orar, ofertar e jejuar. De uma maneira ou outra, esses três
exercícios espirituais são encontrados em toda religião. Por que,
então, não há poder na oração em si mesma? O poder não está na
oração. Há pessoas que não conhecem a Deus e oram muito, mas
suas orações continuam sem serem respondidas. O poder não está
em nossas orações, mas em Deus responder as nossas orações.
Uma vez que você compreende isto verdadeiramente, sua vida de
oração mudará radicalmente. Muitos cristãos que conheço, oram
justamente como os religiosos que não conhecem a Deus;
geralmente, esses muitos têm a vida de oração justamente como
um exercício religioso ou uma obrigação que acreditam precisar
cumprir obrigatoriamente. Precisamos entender que quando
oramos, deve ser diferente. O poder não está em nossas orações,
mas em um Deus que espera por seus filhos falarem com Ele, para
Ele, o Senhor, responder com alegria.

AS PALAVRAS DE JESUS
Em Mateus 6:7-8, Jesus faz uma afirmação interessante sobre a
oração:
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios,
que pensam que por muito falarem serão ouvidos.Não
vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o
que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes. (Mateus
6:7-8)
Ao olharmos para essa afirmação de Jesus, precisamos admitir
que muitos cristãos oram justamente como os gentios, mesmo com
a advertência de Jesus para não orarmos assim. Tenho estado em
muitos cultos onde as pessoas que conduzem a reunião continuam
dizendo o quanto a igreja precisa orar mais intensamente para Deus
responder suas orações. Creio que a oração pode ser intensa,
porque a Bíblia nos ensina a fazer assim, contudo, não é a
intensidade de nossa oração que tem poder, mas, sim, nosso
relacionamento com Deus e nossa fé nEle que faz nossas orações
serem poderosas. Jesus disse: “Não pense que suas orações serão
respondidas por causa das muitas palavras”. Cristo afirmou que
nosso Pai sabe o que precisamos antes mesmo de pedirmos a Ele.
Caso estiver em crise e precisar escolher entre dez mil pessoas
orando intensamente por mim, sem a verdadeira fé bíblica de que
suas orações serão respondidas, ou uma pessoa orando por mim
em fé, escolherei esta uma pessoa.
Deus também deixou isso bem claro através da boca do apóstolo
Pedro em I Pedro 3:12 quando disse: “Porque os olhos do Senhor
estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações;
mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal”. Que promessa
maravilhosa. Somos justos por causa de Cristo Jesus. Deus nos
prometeu que seus olhos estão sobre nós e seus ouvidos abertos
para ouvir nossas orações. É por essa razão que eu disse que o
poder não está na oração, mas em Deus que seus ouvidos
constantemente abertos e desejosos para nos responder. Não é sua
intensidade que gera uma oração respondida, mas é a fé de que
Deus irá responder sua oração.

A LIÇÃO DE ELIAS
Olhe para a história de Elias e os profetas de Baal e você
aprenderá uma lição importante. Em I Reis 18:26, temos o relato
desta história:
E tomaram o bezerro que lhes dera, e o prepararam; e
invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-
dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém nem havia
voz, nem quem respondesse; e saltavam sobre o altar
que tinham feito. (I Reis 18:26)
Imagine esta história. Essa não foi uma oração curta e gentil.
Essa oração foi tão intensa quanto poderia ser, mas não obteve
resposta. Esta é a verdade que estou tentando mostrar. Nunca
devemos pensar que o poder está na oração, mas somente no Deus
a quem oramos. No verso 28, a história continua e nos mostra uma
intensidade incrível na oração dos profetas de Baal, mas
continuaram ainda sem resultado.
E eles clamavam em altas vozes, e se retalhavam com
facas e com lancetas, conforme ao seu costume, até
derramarem sangue sobre si. (I Reis 18:28)
Não devemos colocar nosso foco em nossa oração, mas, sim, na
obra consumada da cruz. Essa é uma oração radical. Vamos
comparar a oração dos profetas de Baal com a oração de Elias.
Ó Senhor Deus de Abraão, de Isaque e de Israel,
manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou
teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas
coisas. Responde-me, Senhor, responde-me, para que
este povo conheça que tu és o Senhor Deus, e que tu
fizeste voltar o seu coração. (I Reis 18:36-37)
Cronometrei o tempo desta oração e gastou-me 15 segundos
para fazê-la. Os profetas de Baal oraram o dia inteiro, em alta voz,
sem resultado algum. Elias orou 15 segundos que trouxeram uma
transformação poderosa. Isso é oração radical. Por favor, não diga
que eu disse que devemos orar sem intensidade. O que eu disse é
que sua oração não alcança poder pela sua intensidade ou pelo
muito falar, mas, sim, pelo Deus quem ouve e responde suas
orações.
DIFERENTES TIPOS DE ORAÇÃO
O apóstolo diz em Efésios 6:18-19 que deveríamos orar
diferentes tipos de oração:
Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no
Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e
súplica por todos os santos, e por mim; para que me seja
dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança,
para fazer notório o mistério do evangelho. (Efésios
6:18,19)
Um dos significados das palavras “toda oração”, em grego, é
“todos diferentes tipos” de oração. Compreendo plenamente a
intercessão, que é orar por outras pessoas, ou seja, uma oração
muito diferente de orarmos por nós mesmos ou por nossas coisas
pessoais. O propósito deste livro não é ensinar todos os diferentes
tipos de oração, mas ensinar a você como ter uma vida de oração
radical. Discípulos radicais somente oram em fé. Aprendi em minha
própria vida que, ao orar por qualquer coisa relativa à minha
necessidade, se não tiver total certeza de fé, de fato, não orei. Seria
melhor ajustar meu coração para verdadeiramente crer que
receberei as coisas apresentadas em minha oração a gastar muita
energia em orações que nunca saberei, de fato, se serão
respondidas ou não.

DESAFIOS
Gostaria de desafiá-lo a estudar o Novo Testamento, escrevendo
num caderno todas as orações que você encontrar. Uma vez que
você tiver feito isso, dê uma pausa e as ore em voz alta, observando
o tempo que cada uma delas leva para ser feita. Você ficará
surpreso quão curta era a maioria das orações no Novo Testamento.
O próximo desafio que tenho para você é: observe cada oração
cuidadosamente e analise-as. Você observará que a maioria das
orações tinham pouca ou nenhuma relação com as necessidades
pessoais. As orações precisam estar ligadas ao propósito do reino
de Deus e ao propósito de as pessoas cumprirem os ministérios
recebidos pelo Senhor.
A GARANTIA
Jesus nos deu a garantia de que se orarmos corretamente, todas
as nossas orações serão respondidas. Em João 15:7, Ele diz: “Se
vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós,
pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito”. Jesus disse que se
pedíssemos qualquer coisa que desejássemos, ser-nos-ia feito;
mesmo assim ainda há muitas orações que não são respondidas.
Quando nossas vidas entram em discordância com a Bíblia,
precisamos, sempre, reajustar-nos à Palavra de Deus, e não
reajustar a Palavra às nossas vidas. Qual é a chave, portanto, de
termos tal promessa cumprida? Jesus disse que precisamos
permanecer nele, e isso fala de rendição e obediência; e ao dizer
que sua Palavra precisa permanecer em nós, Ele nos falou que
precisamos orar de acordo com sua Palavra, e não de acordo com
nossos desejos pessoais. Discípulos radicais oram radicalmente,
isso significa que eles gastam tempo ouvido a Deus e o que Ele diz
para nós; discípulos radicais não ficam somente falando as coisas
que acham e querem falar para o Senhor. Se nossos corações
estiverem cheios de fé e orarmos o que o Senhor tem nos
prometido, nossas orações serão respondidas.
Por favor, não ouçam o que eu não disse. Eu não disse que
nunca deveríamos orar intensamente. Já orei e, regularmente, oro
muito intensamente sempre que o Espírito Santo queima em meu
coração para interceder por pessoas, igrejas ou nações. Entretanto,
não oro nem me esforço para orar intensamente por minhas
necessidades pessoais, uma vez que tenho aprendido que ao
permanecer em Jesus, tendo as palavras dele permanecendo em
mim, tudo o que preciso fazer é, simplesmente, pedir, crer e receber
pela fé, e Ele sempre responderá minha oração. Jesus pagou por
minhas necessidades na cruz e não há nada que eu possa
acrescentar ao seu trabalho consumado no Calvário. Quero usar
minhas energias em orações que tenham propósitos maiores para o
reino de Deus, e não para consertar os meus problemas, uma vez
que já foram todos eliminados na cruz. O apóstolo Paulo pediu à
igreja em Roma para lutarem com ele em oração (Romanos 15:30),
mas ele não lutou em oração nem pediu para a igreja lutar com ele
em oração por suas necessidades pessoais, antes, ele pediu que
orassem para que o propósito do reino de Deus fosse cumprido
através de sua vida.

SINAIS DE UMA ORAÇÃO RADICAL


1. Ore sem cessar. I Tessalonicenses 5:17: “Orai sem cessar”. O
grande apóstolo da fé, Smith Wigglesworth, que inclusive
ressuscitou mortos, disse que ele nunca orou mais que 20
minutos, mas, também, disse que nunca havia ficado mais que
20 minutos sem orar. O significado de orar sem cessar não é
orar 24 horas por dia, mas, sim, ter uma vida constante de
oração. Precisamos de desenvolver o hábito de, em qualquer
situação, antes de mais nada, voltarmos nossos corações para
Deus em oração. Quando isso se tornar um estilo de vida para
nós, nos divertiremos com a oração.
2. Um hábito de oração firme e consolidado. Marcos 1:35, “E,
levantando-se de manhã, muito cedo, fazendo ainda escuro,
saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava”. Apesar de
acreditar que a oração deva ser constante em nossas vidas,
também precisamos estabelecer o hábito de gastar os primeiros
momentos de nossos dias, diariamente, em oração. Se Jesus
precisou fazer isso, quanto mais nós. Precisamos de nos
levantar pela manhã, encontrar um lugar solitário e orar, antes
de fazermos qualquer outra coisa. Isso é oração radical. Nunca
foi tão difícil quanto hoje de se encontrar um lugar solitário; não
porque tais lugares não existem, mas porque carregamos
conosco todas as preocupações do dia quando oramos. O que
quero dizer com isso é que, ao orarmos, deixamos nossos
celulares ligados e nos conectamos com o mundo antes de nos
conectar com Deus. De repente, nossos lugares solitários não
são mais tão solitários assim.
3. Liberando suas preocupações na oração - I Pedro 5:7,
“Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem
cuidado de vós”. A oração radical não se prenderá nem às
necessidades nem às preocupações da vida, pois as libera para
as mãos de Deus e as deixa lá. Se compreendêssemos essa
simples verdade, que precisamos escolher entre carregar nosso
fardo ou o fardo do Senhor, nossas vidas seriam radicalmente
diferentes. Não quero que minha mente nem meu coração se
ocupem com meus problemas pessoais. Quero viver por um
propósito maior. Quero gastar meu tempo orando por nossa
nação, pelas crianças que não têm esperança e para o reino de
Deus se manifestar em qualquer lugar em que eu estiver. Isso é
oração radical.
4. Orar no Espírito - Romanos 8:26. “E da mesma maneira
também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não
sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo
Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis”. Não
podemos orar na carne, mas no Espírito. A Bíblia diz aqui que
“não sabemos o que havemos de pedir como convém”. Amo
este versículo, porque ele mostra que o poder em nossa oração
não está em nós nem em nossa força. A oração radical sempre
origina no coração de Deus que nos usa como um canal e,
depois, volta para o Pai. Quantas vezes já experimentei isso em
minha vida? Fui confrontado com uma situação que deixou-me
tão atônito que orei: “Senhor, entrego-me ao Senhor. Por favor,
Espírito Santo, ajude-me a orar e orar por mim”. Experimentei o
poder de orações que não podiam ser expressas com palavras,
mas que foram resultadas em milagres. Quando você ora, não
pense que você sabe sobre tudo o que ora. Rende-se
totalmente ao Espírito Santo e aprenda a cooperar com Ele.
Isso é oração radical.

A VIDA DE GEORGE MULLER


George Muller orou por milhões de reais e abrigou, alimentou e
educou milhares de crianças sem nunca pedir um centavo a
ninguém. Sua vida é um exemplo incrível de fé e oração. Ele disse
que queria provar aos cristãos que nada é impossível através da fé
e da oração. Veja a razão pela qual suas orações foram tão bem
sucedidas.
1. Eu procuro, de início, levar meu coração a um estado de não
der vontade própria em relação a algum determinado assunto.
Nove a cada dez dos problemas com as pessoas, geralmente,
iniciam aqui. Nove a cada dez das dificuldades são superadas
quando nossos corações estão prontos para fazer a vontade do
Senhor, seja ela qual for. Quando se está realmente neste
estado que, geralmente, chegaremos ao conhecimento do que
seja a sua vontade.
2. Tendo feito isso, não deixo o resultado ao sentimento nem às
simples impressões. Caso esteja fundamentado em
sentimentos e impressões, fico vulnerável às grandes
decepções.
3. Procuro a vontade do Espírito de Deus através ou em conexão
com a Palavra de Deus. O Espírito e a Palavra precisam estar
alinhados. Se olhar para o Espírito somente, sem a Palavra de
Deus, coloco-me aberto à grandes decepções também. Se o
Espírito Santo nos guia plenamente, Ele fará isso através das
Escrituras, e nunca contrário a elas.
4. Posteriormente, considero as circunstâncias providenciais.
Elas, frequentemente, apontam a vontade de Deus em linha
com a Palavra e com o Espírito Santo.
5. Peço a Deus, em oração, para revelar sua vontade para mim
corretamente.
6. Assim, através da oração a Deus, do estudo da Palavra e
meditação, chego a uma conclusão deliberada de acordo com a
melhor de minhas habilidades e conhecimento, e se minha
mente estiver em paz, e assim permanecer após duas, três ou
mais petições, ajo naquele sentido específico. Em assuntos
triviais e em transações envolvendo os assuntos mais
importantes, sempre tive resultados eficientes neste método.
A vida deste homem de Deus tem me inspirado profundamente.
Como desejo que todo cristão, inclusive eu, possa viver como ele
viveu. A oração é uma ferramenta poderosa que Deus nos deu, e
devemos usá-la radicalmente. Vivemos em tempos de desespero e
precisamos ser a resposta para um mundo sem esperança.
Precisamos compreender que não podemos desperdiçar nossa
energia em orações sem fé. Vamos orar radicalmente.

Á
PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Veja cuidadosamente como está sua vida de oração e escreva
quantas orações você ora e quanto tempo você gasta orando por
suas necessidades pessoais; depois, escreva quantas orações você
ora e quanto tempo você gasta orando pelo reino de Deus, por sua
nação, etc.
2. Quais orações por suas necessidades especiais você orou
repetidamente e não recebeu respostas a elas? Escreva-as abaixo.
Quanto tempo você permaneceu orando essas orações. Então,
medite em Mateus 6:33, deixe de pensar em suas necessidades e
creia na Palavra de Deus.
3. Observe e anote nessas próximas duas semanas a quantidade
de vezes no dia que você eleva seu coração ou voz em oração ao
Senhor. Escreva a quantidade de tempo que você orou cada uma
delas e, depois, veja se você vive uma vida radical de oração. Se
não for o caso, escreva como você pode mudar essa situação em
sua vida. Tome passos práticos hoje.
4. Escreva quais orações você orou, crendo que Deus iria
respondê-las. Depois, busque nas Escrituras e encontre promessas
específicas que tratam das coisas pelas quais você tem orado.
Gaste tempo, assentando-se quietamente na presença de Deus e
pergunte para Ele qual é a sua vontade em cada uma dessas
circunstâncias. Escreva o que o Senhor disse ao seu coração e
certifique-se de que aquilo ouvido por você não entra em
contradição com a Bíblia. Pare de orar qualquer oração, e passe a
orar somente orações de fé.
ORAÇÃO: Querido Pai celestial. A sua Palavra é muito
clara em relação à oração. Desejo viver uma vida de
oração em que todas elas sejam respondidas por ti. Está
é a promessa de Jesus. O Senhor é um Pai bondoso,
que se preocupa comigo. Vou escolher orar
continuamente durante o dia todo. Espírito Santo, por
favor, ajude-me a desenvolver este estilo de vida de
oração. Amém.
8
LOUVOR RADICAL
Há um versículo em I Coríntios 10 que fala sobre o povo de Israel
no deserto. Ele fala sobre as coisas que o povo de Israel não
deveria ter feito, mas fizeram e, por isso, lhes custou muitos
problemas. O versículo 11 conclui que essas coisas foram escritas
para que pudéssemos aprender e não cometer os mesmos erros.
Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais
estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram
pelo mar. E todos foram batizados em Moisés, na nuvem
e no mar, e todos comeram de uma mesma comida
espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida
espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os
seguia; e a pedra era Cristo. Mas Deus não se agradou
da maior parte deles, por isso foram prostrados no
deserto. E estas coisas foram-nos feitas em figura, para
que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram.
Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles,
conforme está escrito: o povo assentou-se a comer e a
beber, e levantou-se para folgar. E não nos forniquemos,
como alguns deles fizeram; e caíram num dia vinte e três
mil. E não tentemos a Cristo, como alguns deles também
tentaram, e pereceram pelas serpentes. E não
murmureis, como também alguns deles murmuraram, e
pereceram pelo destruidor. Ora, tudo isto lhes sobreveio
como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para
quem já são chegados os fins dos séculos. (I Coríntios
10:1-11)
Muitos cristãos estão em uma prisão de circunstâncias. Eles
oram, jejuam e clamam a Deus, mas nada muda. Creio que isso
acontece porque eles não compreenderam uma importante verdade,
que é o louvor radical. Na passagem acima é falado sobre idolatria,
imoralidade sexual e sobre tentar a Cristo, que são coisas terríveis;
mas este versículo acrescenta uma coisa a mais que é, obviamente,
tão ruim quanto as demais. O verso 10 diz: “E não murmureis, como
também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor”.
Lembre-se de que essas coisas foram escritas para que
pudéssemos aprender com elas.

A IMPORTÂNCIA DO FOCO
Por que não murmurar é tão importante? A murmuração retira
nosso foco da bondade de Deus e nos faz estar centrados em
nossas circunstâncias. Em cada situação de nossas vidas, termos
coisas específicas para olharmos e, também, para estarmos
atentamente focados. Não há nada de errado em olhar para as
terríveis circunstâncias, uma vez que elas não sejam o foco. Não
creio que deveríamos ignorar nossas circunstâncias, mas creio que
não deveríamos nos concentrar nelas. É uma estratégia do inimigo
fazer-nos desviar nosso foco para as circunstâncias, quando
deveríamos estar concentrados na solução, que é Deus.
Quando Jesus andou sobre as águas e disse para Pedro que ele
deveria fazer o mesmo, Pedro caminhou sobre as águas pela fé.
Quando ele mudou o seu foco, e olhou para as ondas, começou a
afundar. Em Mateus 14:29-30, temos a descrição desta cena.
Então Pedro saiu do barco, andou sobre a água e foi na
direção de Jesus. Mas, quando reparou no vento, ficou
com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor,
salva-me! (Mateus 14:29,30)
É importante observarmos que quando Pedro ainda estava no
barco, o vento e as ondas não estavam calmas, mas, sim, agitadas
pelo vento. Mesmo quando Pedro saiu do barco e andou sobre as
águas, aquelas ondas ainda estavam furiosas. Se você ler essa
história, perceberá que as ondas somente se acalmaram depois que
tanto Jesus quanto Pedro entraram no barco. Desde o momento em
que Pedro estava no barco até o momento que ele caminhou sobre
as águas, ele atentou-se às circunstâncias, mas, depois, as coisas
mudaram repentinamente. O verso 30 diz que quando Pedro
reparou no vento, começou a afundar. Esse versículo deixou-me
intrigado por muito tempo, pois Pedro havia visto o vento antes de
descer às águas. O problema foi que o foco dele foi retirado de
Jesus para as circunstâncias. Um dos significados da palavra “viu”,
no original em grego é “colocar os olhos fixamente em algo”. Muitos
cristãos fazem assim em suas vidas de oração, eles focam nas
circunstâncias e olham para Deus, em vez de se focarem em Deus
e olharem para as circunstâncias.

O PECADO DA MURMURAÇÃO
Lembre-se da advertência em I Coríntios 10? “E não murmureis,
como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo
destruidor. Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão
escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos
séculos.” A murmuração é pecado, porque a Bíblia nos ordena a
não murmurar. Em Filipenses 2:14 está escrito: “Façam tudo sem
queixas nem discussões”. Isso não é uma sugestão ou uma boa
ideia, mas, sim, um mandamento das Escrituras. Se
desobedecermos esse mandamento, pecamos. Lembre-se de que
em I Coríntios 10, a murmuração é descrita numa situação conjunta
à idolatria e imoralidade sexual; veja que a Bíblia os coloca na
mesma categoria.

RAZÕES PELAS QUAIS NUNCA DEVERIA RECLAMAR


1. A reclamação é sinal de incredulidade. Em Êxodo 15:22-25,
nos é contada a história sobre o povo de Israel. “Depois fez
Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao
deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam
água. 23 Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das
águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o
lugar Mara. 24 E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que
havemos de beber? 25 E ele clamou ao Senhor, e o Senhor
mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se
tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali
os provou”. Aqui, o povo de Israel reclamou contra Moisés e,
consequentemente, murmuraram contra Deus, pois fora Ele
quem havia usado Moisés como um instrumento para a retirada
do povo do Egito. A murmuração do povo foi a expressão de
um coração incrédulo. Sempre que reclamamos sobre qualquer
circunstância, expressamos um coração de incredulidade. Se
verdadeiramente crêssemos que todas as coisas cooperam
para o nosso bem, não murmuraríamos. Na verdade, a
murmuração é apenas o fruto produzido por uma raiz de
incredulidade.
2. A murmuração é um sinal de ingratidão. A Bíblia adverte sobre
a ingratidão. As Escrituras dizem que devemos entrar na
presença de Deus com ações de graças. Há muitos anos,
quando nossos filhos ainda eram crianças, decidimos introduzir
a lei da “ingratidão” em nossa casa. A lei era muito simples: se
alguém reclamasse ou fosse ingrato sobre qualquer coisa que
recebesse, independente do que fosse, aquela coisa seria
retirada da pessoa que tivesse reclamado para ser dada a outro
membro da família que soubesse ser grato. Um de nossos
filhos, que tinha o problema da ingratidão, aprendeu a lição
rapidamente, pois continuamente, sempre que ele reclamava
por algo recebido, tomávamos as coisas que ele recebia e as
dávamos a outra pessoa. Acho que isso nos serve de lição: a
próxima vez que você reclamar por ficar preso no trânsito
devido a um acidente, seja grato por tão ter sido você o
envolvido naquela confusão. A próxima vez que você reclamar
por causa da água fria no chuveiro, agradeça porque você tem
água para se banhar. A próxima vez que você reclamar pelo
desconforto de seu colchão, agradeça pelo fato de você não ser
morador de rua. A próxima vez que você reclamar sobre comida
ruim, agradeça por você não passar fome.
3. A murmuração é focada no negativo. Já mencionei isso
anteriormente, mas quis falar sobre o assunto mais uma vez,
pois essas coisas são muito típicas da natureza humana. Em
inglês há um ditado que diz: “A grama é sempre mais verde do
outro lado da cerca”, que quer dizer que as pessoas sempre
acham que os outros têm coisas melhores na vida que elas
próprias, ainda, esse ditado fala sobre o quanto desejamos o
que os outros têm, ignorando todas as coisas boas que temos.
Não é estranho que os altos desejam ser mais baixos? Não é
estranho que os baixos querem ser mais altos? E os gordos?
Eles desejam ser mais magros, enquanto os magros desejam
engordar. As pessoas escuras querem ficar mais claras e as
mais claras sonham em escurecer. Raramente encontro
pessoas que são completamente contentes e satisfeitas com
todas as áreas de sua vida.
4. A murmuração desagrada a Deus. Em Números 11:1 está
escrito: “E aconteceu que, queixou-se o povo falando o que era
mal aos ouvidos do Senhor.” Números 11:1 Conheço uma
médica no Brasil que trabalha em hospitais públicos e, certa
vez, contou-me a seguinte história: numa manhã, depois de
trabalhar muito, por três dias, em uma conferência de sua
igreja, ela voltou ao trabalho no hospital. Ela estava tão
cansada que chegou a reclamar ao Senhor dizendo: “eu não
quero ir ao trabalho hoje”. No meio de seu expediente, uma
mulher entrou em seu consultório e, ao perguntar à paciente
sobre seu problema, ela simplesmente disse que precisava de
uma prescrição. Antes de a médica fazer qualquer coisa, a
mulher lhe disse em Português: “Não reclame, Deus não gosta
disso. Ele quer que você trabalhe aqui”. Depois, ela falou a
mesma sentença em inglês, Espanhol e em Italiano, que são as
línguas que aquela médica compreendia. A médica ficou
surpresa, pois ela nunca havia encontrado ninguém num
hospital público que pudesse falar quatro idiomas; além disso,
ela não havia reclamado com sua boca, somente em seu
coração. Quando, então, a médica voltou para atender aquela
paciente, ela simplesmente havia desaparecido de seu
consultório. Ao contar-me a história, a médica me disse: “Deus
enviou um anjo para eu parar de reclamar”. Discípulos radicais
não reclamam, porque eles não querem desagradar o Senhor.
5. A murmuração mantém você no deserto. Em Números 14:29,
está escrito: “Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como
também todos os que de vós foram contados segundo toda a
vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra
mim murmurastes.” A murmuração do povo de Israel fez com
que eles permanecessem no deserto e fez com que todos
morressem ali. Se você estiver em um deserto espiritual, você
deveria perguntar-se se há murmuração em sua vida. Nunca
deveríamos morrer no deserto, mas, sim, entrar na terra
prometida.

MUDE SUA RECLAMAÇÃO


Não deveríamos simplesmente parar de murmurar, mas
deveríamos desenvolver um estilo de vida de louvor radical. Louvor
radical significa que devemos agradecer a Deus e louvá-lo em cada
circunstância, independente do quão terrível ela pareça. O inimigo
não pode suportar uma atmosfera de louvor e de ação de graças
que vem de um coração grato. Precisamos estar atentos da
realidade do mundo espiritual. Alguns cristãos colocam CD’s com
músicas de louvor em seus aparelhos de som e pensam que isso é
uma arma contra o inimigo, enquanto eles mesmos vivem uma vida
de reclamação. A arma contra nosso inimigo não é o som vindo das
ondas sonoras, mas, sim, a expressão de um louvor radical vindo de
um coração cheio de gratidão, independentemente das
circunstâncias. Em Colossenses 2:7, está escrito: “Arraigados e
sobreedificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes
ensinados, nela abundando em ação de graças”. Não deveríamos
somente dar graças, mas deveríamos abundar em ação de graças.
Isso é o que chamo de louvor radical.
Anteriormente falei sobre oração radical, o que é muito
importante, mas eu creio que cada oração precisa ser equilibrada
com louvor radical. As Escrituras nos dizem que em Colossenses
4:2 que: “Continue orando severamente, sendo vigilante na oração
com ações de graça.5” A oração e a ação de graças não são
somente mencionadas na mesma sentença, mas a Bíblia diz que
deveríamos ser vigilantes em orar com ações de graça. Isso
significa que nossas orações nunca deveriam ser sem ações de
graças, que é uma forma de louvor. Em I Tessalonicenses 6:16-18,
há uma ênfase a esta verdade: “Regozijai-vos sempre. Orai sem
cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em
Cristo Jesus para convosco”. (I Tessalonicenses 5:16-18)
Aqui, encontramos uma verdade interessante. Dois terços dos
versículos tratam de regozijo e ações de graça, sendo somente um
terço dedicado à oração. Quando a Bíblia nos pede para regozijar
sempre, ela não utiliza um substantivo, mas, sim, um verbo. Isso
significa que não precisamos nos sentir felizes para regozijarmos;
precisamos somente decidir por regozijar e pronto. Na gramática
grega, este verbo está escrito como um mandamento que precisa
ser obedecido. Não foi dito a nós que devemos sentir alegres em
todas as circunstâncias, mas foi-nos dito que devemos escolher
regozijar em toda circunstância, independente qual seja ela.
Eu costumava me preocupar intensamente sobre várias coisas
diferentes, até que um dia, Deus, em sua graça, abriu meus olhos
para esta verdade. Isso aconteceu através do versículo escrito em
Filipenses 4:6: “Fique ansioso por nada, mas em todas as coisas,
pela oração e súplica, com ações de graças, deixe seu pedido ser
conhecido por Deus.6” Não nos foi dito para não nos preocuparmos
sobre nada, mas, em vez de preocupar, foi nos dito para trazer
todas as nossas petições diante de Deus em oração com ação de
graças. Quando compreendi essa verdade, ela realmente mudou
minha vida e me trouxe a um lugar em que vivo livre de qualquer
preocupação.
Quando nos mudamos para o Brasil em 2014, ainda tínhamos
uma casa que precisava ser vendida nos EUA. Essa casa estava a
venda por 6 meses e havíamos abaixado-lhe o preço três vezes,
mas ninguém se interessou por ela. O mercado imobiliário entrou
em colapso nos EUA num período entre a compra de nossa casa e
nossa mudança para o Brasil. Parecia-nos ser impossível vendê-la.
Já havia entregado o caso ao Senhor e, portanto, de acordo com
Filipenses 4:6, recusava-me a orar outra vez sobre o assunto. Eu
simplesmente continuei a agradecer a Deus pelas circunstâncias e
me regozijava nele. Não fiz nada disso com base em meus
sentimentos, mas fui grato e me regozijei em obediência à Palavra
de Deus. Então, num belo dia, recebi uma notícia muito ruim.
Havíamos concordado em vender nossa casa por um preço mais
baixo a uma mulher que estava interessada em comprá-la, mas,
aquela senhora resolveu contratar alguém para fazer uma inspeção
em toda casa e, após todo trabalho do inspetor, ela nos disse que
ficaria com o imóvel se consertássemos todos os estragos da casa.
Essa reforma custaria-nos muito dinheiro. Assim que recebi essa
notícia, agradeci ao Senhor dizendo: “Obrigado Jesus por essa
notícia. Obrigado Jesus por este email”. Isso foi tudo o que continuei
dizendo repetidamente. Então, Deus começou a mover. No final das
contas, tudo foi consertado para nós sem custo algum e vendemos
a casa. Além desta, poderia lhes contar outras tantas histórias que
mostram que a simples escolha de viver uma vida de louvor radical
ativa os poderes do céu em nosso favor.

A RAZÃO DO LOUVOR RADICAL


1. O louvor radical muda nosso foco do presente para o futuro.
Como cristãos, podemos regozijar nas mais difíceis
circunstâncias, porque cremos que, em Jesus, sempre temos a
vitória e nosso futuro está seguro.
2. O louvor radical muda nosso foco de nossa força para a força
de Deus. Nossa própria força, frequentemente, atrapalha nosso
caminho para nossa vitória. Deus não quer que vivamos em
nossa força, mas, sim, na dele. Quando não temos o controle
sobre nossas circunstâncias e não podemos fazer nada em
nossas forças, devemos, então, fazer nosso louvor radical. É
justamente quando estamos no final de nossas forças que
estamos no início da força de Deus, que é perfeita em nossa
fraqueza. Nossa vitória vem através da força do Senhor, e não
da nossa própria força.
3. O louvor radical expressa nossa fé. Se crermos,
verdadeiramente, que todas as coisas cooperam para o nosso
bem (Romanos 8:28), não temos outra escolha além de viver
uma vida de louvor radical. Deus irá usar nossa fraqueza,
nossas falhas e as circunstâncias mais difíceis para retirar delas
coisas boas, caso expressarmos nossa fé através do louvor
radical.

O DESAFIO DA AÇÃO DE GRAÇAS


Efésios 5:20 nos diz: “Dando sempre graças por tudo a nosso
Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo.” Este versículo
não nos pede para somente dar graças a Deus em todas as
circunstâncias, mas ele diz por todas as circunstâncias. Alguns
cristãos acham muito difícil compreender este versículo, porque eles
não conseguem ver como podem dar graças pelas dificuldades.
Todos podem agradecer ao Senhor quando as coisas estiverem
bem, mas somente os discípulos radicais irão dar graças a Deus por
cada situação difícil. Em I Timóteo 2:1 está escrito: “Admoesto-te,
pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações,
intercessões, e ações de graças, por todos os homens.” Nunca
deveríamos reclamar de outras pessoas, mas devemos agradecer a
Deus por todos os homens, pois é isso que a Bíblia pede para
fazermos; isso é louvor radical.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Escreva abaixo todas as coisas, situações e pessoas de quem
você reclamou nessas últimas semanas. Não justifique a razão de
suas murmurações.
2. Escreva todas as coisas que você consegue pensar; coisas
que você teria uma razão pela qual ser agradecido em relação
àquilo que foi escrito na pergunta anterior. Peça ao Espírito Santo
ajudar você.
3. Escreva abaixo todas as coisas pelas quais você se preocupou
nessas últimas 4 semanas. Depois, entregue-as ao Senhor em
oração e fé. Agora, escreva orações de ação de graça sobre cada
coisa com que você se preocupou. Escreva, com suas próprias
palavras, como você entregou essas ao Senhor e, depois, não se
preocupe mais com elas.
4. Anote por esses próximos 5 dias todas as coisas que você
murmurar, mesmo as que você pensa que são justificáveis. Não dê
desculpas às suas murmurações. Peça a seu cônjuge ou a um
amigo próximo para ajudar você nesta tarefa. Depois, decida
claramente a parar, radicalmente, toda reclamação e estabeleça o
hábito de dizer: “Obrigado Jesus”, em toda e qualquer circunstância.
Conte para alguns amigos sobre esta decisão e peça a eles para
avisá-lo sempre que você reclamar.
ORAÇÃO: Querido Senhor, sua Palavra não poderia ser
mais clara ao dizer que não devemos reclamar e que
devemos ser gratos em todas as circunstâncias. Minha
carne e minha mente natural não gostam disso, mas hoje
decido mudar minha vida. Por favor, ajude-me a fazer
cumprir essa minha decisão de não reclamar e sempre
ser agradecido, independente das circunstâncias. Amém.

5 Optamos por traduzir esse versículo como a tradução da Bíblia


usada pelo pr. Reinhard Hirtler, pois seu comentário exigiu um
vocabulário específico encontrado somente na versão em inglês, o
que não há em nenhuma das versões em português pesquisadas.
Tradução nossa NKJV

6 Optamos por fazer a tradução literal deste versículo, direto do


inglês da NKJV, para não destoar com as explicações e análises
feitas pelo autor sobre este texto.
9
DISCIPLINA RADICAL
Nunca podemos receber o amor ou a justiça de Deus através da
autodisciplina. Entretanto, a autodisciplina nos ajuda a experimentar
tudo o que Deus tem para nós. Algumas pessoas tentam
impressionar Deus através da autodisciplina ou, ainda, acreditam
que podem receber o amor e o favor de Deus por serem
autodisciplinados; acreditar dessa forma é uma afronta ao trabalho
consumado da cruz e à graça de Deus. Há um equilíbrio que
devemos compreender. A graça sempre precisa de uma resposta,
que foi claramente compreendida pelo apóstolo Paulo. Precisamos
compreender que, porque Paulo viveu pela graça, ele foi
extremamente disciplinado e, portanto, trabalhou mais que todos os
outros. Em II Timóteo 2:3-5 está escrito:
E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste,
confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também
ensinarem os outros. Tu pois, sofre as aflições, como
bom soldado de Jesus Cristo. Ninguém que milita se
embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar
àquele que o alistou para a guerra. E, se alguém também
milita, não é coroado se não militar legitimamente. (2
Timóteo 2:2-5)
Paulo diz para Timóteo que ele precisava viver a vida cristã com a
atitude de um soldado. Soldados têm de ser altamente disciplinados
e, portanto, precisamos nos esforçar para isso. Paulo não somente
compara a vida cristão à vida de um soldado, mas ele também a
compara à vida de um atleta em competição. Lembremo-nos de que
não há atleta bem sucedido se não houver autodisciplina.

PRATICANDO PARA A GRANDE CORRIDA


O profeta Jeremias nos diz no versículo 5 do capítulo 12:
Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como
poderás competir com os cavalos? Se tão-somente numa
terra de paz estás confiado, como farás na enchente do
Jordão? (Jeremias 12:5)
Este princípio se aplica a muitas áreas de nossas vidas; costumo
chamá-lo de “praticando para a grande corrida”. Jeremias nos diz
que não podemos competir com os cavalos se nos fatigamos com
homens que vão a pé. Vamos aplicar esse princípio a diferentes
áreas de nossas vidas diárias: Jesus disse que temos que amar
nossos inimigos. Mas, como iremos amar nossos inimigos se não
aprendermos a amar completamente nossos irmãos e irmãs quando
eles discordam ou entram em algum conflito conosco? Como você
irá jejuar por três semanas sem comida, se você não aprendeu a
disciplinar o seu corpo e jejuar por um ou dois dias na semana?
Como você irá orar por toda a noite, se você não estabeleceu uma
vida regular de oração? Como você irá acreditar que milhões de
pessoas serão salvas, se você não acredita que sua própria família
possa ser salva? Como você confiará que Deus pode prover
milhões de reais para construir o seu Reino, se você não confia que
Ele pode supri-lo em suas necessidades diárias?

CRENÇA NA IMAGEM DE DEUS


Paulo foi, depois de Jesus, provavelmente, o melhor exemplo de
autodisciplina no Novo Testamento. Olhe para o que está escrito em
I Coríntios 9:24:
Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na
verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal
maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo
se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa
corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim
corro, não como a coisa incerta; assim combato, não
como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o
reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu
mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.
(I Coríntios 9:24-27)
Ele compreendeu que fomos criados à imagem de Deus, o que
creio que têm várias implicações. Uma dessas é que Deus é um ser
triuno, o que quer dizer que são três em um, e não podem ser
separados. Enquanto o Pai o Filho e o Espírito Santo são três
pessoas distintas, eles são, também, uma só pessoa. Nós, que
fomos criados à sua imagem, somos, também, seres triunos. Somos
corpo, alma e espírito. É um risco seguir o pensamento filosófico
grego e sua abordagem que separa o corpo, a alma e o espírito.
Esses três, mesmo sendo distintos uns dos outros, afetam um ao
outro. Por exemplo, foi comprovado cientificamente que o
ressentimento e a amargura depositados na alma farão com que o
corpo fique doente. Uma coisa afeta a outra.

DISCIPLINA EM TODAS AS TRÊS ÁREAS


Discípulos radicais são disciplinados em três áreas: no corpo, na
alma e no espírito. Não quero falar muito sobre as disciplinas
espirituais aqui, como mencionei em outro capítulo. É importante
para nós compreendermos que nosso crescimento espiritual não
depende somente do que acreditamos, mas, também, de nossa
disciplina. Em Hebreus 5:14 está escrito:
Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo
exercício constante, tornaram-se aptos para discernir
tanto o bem quanto o mal. (Hebreus 5:14 - grifo do autor)
No original em grego, este verso expressa, claramente, o uso da
auto disciplina em relação à nossa vida espiritual. O significado aqui
é que, pela formação de hábitos, nós exercitamos nossas mentes
para discernir o bem e o mal vigorosamente; isso implica naquilo
que chamo de disciplina radical. Ninguém que seja indisciplinado
pode formar hábitos. Devemos viver uma vida espiritual disciplinada.
A oração, o jejum, a comunhão com Deus, o ofertar e tantas outras
coisas são todas disciplinas espirituais que devemos exercitar
radicalmente.
DISCIPLINA DA ALMA
É geralmente uma unanimidade acreditar-se que a alma é
constituída pela mente, emoções e vontade. Não vou falar sobre
pensamento radical aqui, pois dedicarei um capítulo inteiro para
tratar sobre o assunto. O que quero deixar claro aqui é que o
pensamento é apenas uma parte da mente. Devemos,
constantemente, desenvolver nossas mentes através de uma
disciplina radical. Quando decido ser um discípulo radical de Jesus,
também descido ler a Bíblia exatamente todos os dias. Eu leio a
Bíblia diariamente, como também leio outros livros, independente o
quão ocupado eu esteja. Eu disciplino a mim mesmo a alimentar
minha mente com uma literatura boa, edificante e desafiadora.
Ninguém tem o direito de se desculpar por não ler diariamente.
Todos temos a mesma quantidade de tempo durante o dia, que é 24
horas diárias, pois foi Deus quem nos deu esse tempo. Podemos
escolher disciplinar nossa mente; podemos escolher entre assistir
um filme ou ler um bom livro. Podemos escolher em como passar
nosso tempo livre. Sempre escolho, radicalmente, a disciplinar a
minha mente para o propósito do Reino de Deus.
Não discipline a sua mente somente através da leitura de livros,
mas também opte por estudar. Constantemente recebo mensagens
e emails de pessoas que fazem-me perguntas teológicas que,
facilmente, seriam respondidas a essas pessoas caso estudassem
um pouco e procurassem, pela pesquisa, a resposta a essas
perguntas. Creio que nunca foi tão fácil quanto hoje estudar algum
conteúdo. Temos acesso a tantas ferramentas maravilhosas como
concordâncias bíblicas, internet, e-books, etc. Quando comecei meu
ministério, tínhamos nenhum acesso ao computador. Naquela
época, precisava mergulhar em livros impressos e em
concordâncias bíblicas caso quisesse conhecer mais um pouco
sobre qualquer assunto da Bíblia.
Discipline sua mente radicalmente para memorizar verdades
importantes. Já foi dito e comprovado que usamos somente uma
pequena parte de nosso cérebro. Sendo este um fato científico,
depende de nós desenvolvermos e usarmos as partes de nosso
cérebro que não estão sendo usadas aparentemente. Como
podemos fazer, então? Fazemos isso disciplinando as nossas
mentes. Sempre que aprendemos novas palavras, por exemplo,
novos caminhos neurológicos são desenvolvidos em nosso cérebro.
Pela disciplina de nossas mentes, através do estudo, memorização
e aprendizagem de coisas novas, podemos ampliar nossa
capacidade cerebral.
Quando entrei no seminário em 1982, decidi memorizar dois
versículos bíblicos diariamente. Essa não foi uma tarefa fácil, mas
decidi disciplinar minha mente radicalmente a fazer assim. Depois
do primeiro mês, estava apto para recitar 60 versículos bíblicos
diretamente de minha memória. Ainda, tinha que estudar muito,
além de ter de executar uma série de trabalhos práticos, pois nosso
seminário era internato de tempo integral. As pessoas achavam que
eu era muito inteligente, e quando precisavam saber onde estava
determinado versículo bíblico, perguntavam para mim. Eles me
apelidaram de “concordância ambulante”. A verdade era que eu não
era mais inteligente que os outros estudantes, mas eu era mais
disciplinado que eles. Creio, firmemente, que se quisermos
experimentar tudo o que Deus tem para nós, precisamos ser
radicalmente disciplinados em nossa mente.

SENTIMENTOS RADICALMENTE DISCIPLINADOS


Em Provérbios 29:11 está escrito: “O tolo revela todos seus
sentimentos, mas o sábio os guarda até o fim”. Não há nada errado
com os sentimentos, é o que alguns cristãos acreditam. Deus criou-
nos como espírito, alma e corpo, o que inclui nossos sentimentos.
Mas, como nos diz o versículo acima, deixar-nos controlar pelos
nossos sentimentos, nos tornaremos tolos. Nossos sentimentos
precisam ser disciplinados para um fim maior, que é o Reino de
Deus.
A ira, por exemplo, é um sentimento muito forte. A ira justa é uma
boa coisa, mas irá nos levar a agir em prol do desprivilegiado e do
abusado. Qualquer ira que seja motivada pela ofensa ou ferida
pessoal é ira destrutiva e não deve ser expressa de modo algum.
Jesus expressou seus sentimentos, mas Ele nunca foi controlado
por eles. Em vários momentos dos Evangelhos, vemos Jesus
expressando seus sentimentos; no jardim do Getsêmani, Ele
expressou seus sentimentos de agonia; por Jerusalém, Jesus
chorou e, ao ver o povo denegrindo a Casa de Deus com comércio
expresso à sua porta, Jesus expressou sua ira contra eles. Os
sentimentos são importantes em nossas vidas, mas precisam ser
radicalmente disciplinados.
Deus quer que sejamos emocionalmente estáveis com
sentimentos radicalmente disciplinados. Nossos sentimentos são,
frequentemente, subjetivos, e não objetivos, uma vez que são
influenciados por uma variedade de coisas diferentes. Todos já
tivemos uma experiência interessante ao conhecermos alguém pela
primeira vez; geralmente, sentimos algo sobre essa pessoa e, ao
conhecermos melhor tal pessoa, acabamos por descobrir que
estávamos completamente equivocados àquilo que havíamos
sentido primariamente. O primeiro sentimento que tivemos não foi
objetivo, foi influenciado por diferentes fatores em nossas emoções
como feridas ou por compará-las a outras pessoas que conhecemos
e que pensamos ser semelhantes em alguns pontos. Os
sentimentos mentem para nós e, também, nos engana.
Sempre haverá algo em controle de nossas vidas, seja você,
aplicando uma disciplina radical sobre sua vida, seja outra pessoa,
através da manipulação, seja seus sentimentos. As pessoas
acreditam que não podemos ter controle sobre nossas emoções, o
que é uma inverdade. Eu costumava ser muito instável
emocionalmente, como um ioiô, para cima e pra baixo, minhas
emoções dependiam totalmente das circunstâncias. Não lute nem
negue seus sentimentos, simplesmente viva radicalmente
disciplinado e não permita que seus sentimentos controlem suas
ações.
Você precisa compreender que ou seus sentimentos seguirão
suas escolhas ou suas escolhas seguirão seus sentimentos. Uma
vez que compreendi essa verdade, ela mudou minha vida
radicalmente. Se vivermos uma vida de disciplina, iremos fazer
escolhas a partir de princípios, independente do que iremos sentir.
Nossos sentimentos irão, rapidamente, seguir nossas escolhas e se
adequarão às mudanças. Se fizermos nossas escolhas baseadas
em nossos sentimentos, eles nunca irão mudar, mas, pelo contrário,
irão nos dominar constantemente.
Se eu perguntar a qualquer cristão se eles já sentiram a presença
de Deus e se foi maravilhoso, eles, certamente, responderão que
sim. Nunca faço escolhas fundamentado no fato de ter ou não
sentido a presença de Deus. Eu creio que Deus é onipresente;
Cristo vive em mim, portanto, onde estou, a presença de Deus
também está ali. Ja entrei em reuniões em que tinha de pregar e
que não havia, em mim, nenhum sentimento da presença de Deus,
mas porque sempre cri que na presença de Deus, e não em meus
sentimentos, sempre preguei e orei pelos doentes conforme minha
fé e Deus sempre operou muitos milagres.

COMO DISCIPLINAR NOSSOS SENTIMENTOS


Precisamos entender o poder de escolha e nosso livre arbítrio,
dado a nós por Deus. Somos responsáveis pelas escolhas que
sempre fazemos em nossas vidas. Eis, portanto, algumas coisas
que você pode fazer para disciplinar radicalmente seus sentimentos:
1. Estabeleça valores fundamentais. Um valor fundamental é um
princípio que você firmemente estabeleceu em sua vida. Você
faz suas escolhas por esses valores fundamentais, e não pelos
seus sentimentos. Você precisa estabelecer seus próprios
valores fundamentais; alguns deles são:
a. Sempre obedecerei a Deus prontamente;
b. Nunca permitirei o dinheiro controlar minha vida ou minhas
decisões;
c. Eu amarei, honrarei e perdoarei radicalmente todo homem;
d. Sempre buscarei o reino de Deus em primeiro lugar;
e. Nunca irei considerar o divórcio como uma opção a se tomar.
Uma vez que estabeleci os valores fundamentais, sempre tomarei
minhas decisões baseado nesses princípios, independente de como
me sentir. Isso é uma disciplina radical.
2. Estabelecer bons hábitos. Somente pessoas que estabelecem
bons hábitos viverão uma vida de vitória. Aqui há alguns hábitos
que você precisa estabelecer firmemente, caso você deseje ser
radicalmente disciplinado:
a. Gaste tempo diariamente com o Senhor através da leitura da
Bíblia, da meditação em versículos bíblicos e da oração;
b. Desenvolva um estilo de vida de ação de graças e de louvor;
c. Comece e termine o seu dia meditando em Deus e em sua
Palavra, muito mais que aquilo que você pensa sobre você
mesmo ou sobre as coisas que precisa fazer naquele dia.

DISCIPLINA DA VONTADE
Frequentemente ouço pessoas usarem a estratégia do “jardim do
Éden”, mas Deus se recusa em aceitá-la. Essa estratégia é também
conhecida como “câmbio de culpa”; funciona mais ou menos assim:
Adão culpa Eva, depois Eva culpa a serpente, mas Deus não aceita
nenhuma desculpa, porque Ele deu à humanidade o livre arbítrio.
Ninguém é responsável pelas escolhas que fazemos, exceto nós
mesmos. Você não pode controlar as escolhas dos outros, mas você
é inteiramente responsável por suas escolhas. Você não tem
responsabilidade por aquilo que acontece a você ou sobre como as
pessoas tratam você. Você é responsável, portanto, sobre como
você decide reagir a essas coisas. A frase: “ele ou ela fez-me fazer
isso ou aquilo” é inaceitável, porque ninguém nos obriga a fazer
nada; somos nós quem escolhemos ou não fazer o que fazemos.
Seja radicalmente disciplinado em sua vontade e assuma total
responsabilidade por suas escolhas, enterrando todas suas
desculpas. O problema com a psicologia e com muitos conselheiros
cristãos é que eles sempre encontram alguém para culpar ao invés
de levar a pessoa ao lugar de assumir total responsabilidade de
suas próprias ações. Precisamos nos arrepender das situações em
que fizemos outras pessoas responsáveis pelas escolhas erradas
que tomamos em nossas vidas.

DISCIPLINA FÍSICA
Em I Coríntios 15:46, lemos: “Não foi o espiritual que veio antes,
mas o natural; depois dele, o espiritual”. Quando Deus criou Adão,
Ele primeiro criou o corpo e, depois, soprou o seu Espírito em suas
narinas. O natural foi feito primeiro e o espiritual veio em seguida.
Nossa disciplina física é uma reflexão direta de nossa disciplina
espiritual. Em meus 35 anos de ministério, tenho observado um fato
interessante; as pessoas que são fisicamente disciplinadas,
geralmente, são disciplinadas espiritualmente.
Já testemunhei que o oposto também é verdade; aqueles que são
fisicamente indisciplinados, geralmente, são espiritualmente
indisciplinados também. Pessoas que são preguiçosas e que não
aprenderam a submeter seus corpos a atividades físicas,
frequentemente, são preguiçosas espiritualmente também. Se eles
não aprenderam a disciplinarem a si mesmos fisicamente, através
do exercício, atentando-se ao quanto e como comem, geralmente,
apresentam a mesma atitude de preguiça e desatenção em relação
às suas vidas espirituais. São pessoas que não levantam cedo para
orar nem gastam tempo com o Senhor, tampouco suportam
pressão, pois simplesmente deixam-se levar pela vida.

ANALOGIAS BÍBLICAS
Na Bíblia, somos comparados a soldados, como já mencionei
anteriormente. Em Efésios 6, Paulo nos diz que vivemos em uma
guerra espiritual. Paulo disse a Timóteo que, como um bom soldado
de Jesus Cristo, ele deveria suportar as dificuldades. Não há
soldado fisicamente indisciplinado. Paulo também nos compara a
atletas em uma corrida. Em I Coríntios 9:26-27, ele diz:
Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim
combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu
corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos
outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar
reprovado. (I Coríntios 9:26,27)
Quando Paulo disse que ele disciplinava seu corpo, no sentido
original seria que ele tratava seu corpo com aspereza ou o
disciplinava severamente. O significado original da frase “subjugo o
meu corpo” seria “fazê-lo como um escravo”. Por escolha, o
apóstolo Paulo viveu uma vida de disciplina física.

ADVERTÊNCIAS BÍBLICAS
Em Provérbios 23:2 está escrito: “E se és homem de grande
apetite, põe uma faca à tua garganta”. Este versículo claramente
fala sobre disciplina física de nossos apetites. Provérbios 6:6 e
12:24 nos advertem contra a preguiça:
Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus
caminhos, e sê sábio. A mão dos diligentes dominará,
mas os negligentes serão tributários.
Eu pessoalmente acredito que a disciplina é mais importante que
o talento. Em esportes, vimos pessoas disciplinadas serem mais
bem sucedidas que pessoas talentosas e preguiçosas. Não há,
absolutamente, nenhuma desculpa para qualquer discípulo de Jesus
não ser radicalmente disciplinado em sua vida física. A chave é
nossa atitude. Nunca se compare com perdedores ou com pessoas
que vivem uma vida medíocre. Compare-se com vencedores ou
com aqueles que vivem uma vida de disciplina. A história fala com
alta voz e nos mostra que pessoas de sucesso são pessoas com
disciplina. As pessoas disciplinadas que irão mudar o mundo.
Pessoas que fazem a diferença neste mundo e na vida dos outros,
bem como no Reino de Deus, são as pessoas que são radicalmente
disciplinadas no espírito, na alma e no corpo.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Há alguma área na sua vida física ou natural que falta
disciplina? Escreva-as abaixo.
2. Escreva, por essas próximas duas semanas, sobre quando e
como você disciplinou especificamente o seu corpo. Escreva sobre
o quanto você se exercitou, quando você disse não para a comida
que você não deveria ter comido, quando você disciplinou a si
próprio em não gastar tempo com a Internet ou com outros
equipamentos eletrônicos, bem como qualquer outra disciplina
física.
3. Escreva, por essas próximas duas semanas, quanto tempo e
quantas páginas você lê, diariamente, de um bom e edificante livro
(além da Bíblia). Se não for pelo menos 30 minutos ou 30 páginas
diárias, decida mudar o seu hábito. Escreva o que você eliminará de
sua vida para você alcançar esse objetivo.
4. Será que uso o tempo que o Senhor tem me dado
produtivamente todos os dias? Em que áreas preciso ser mais
disciplinado? Elas podem ser mentalmente, fisicamente ou
espiritualmente. Escreva cada uma dessas áreas. Escreva passos
claros que você dará para alcançar o objetivo de se disciplinar
nessas áreas. Não dê desculpas.
4. Há áreas em sua vida em que seus sentimentos definem suas
decisões? Que áreas são essas? Escreva-as e observe nos
próximos 5 dias quando você tem tomado decisões baseados nos
seus sentimentos em vez de seus princípios. Estabeleça valores
fundamentais e escreva-os aqui. Depois, escreva passos práticos
que você tomará para tomar decisões baseadas em seus valores, e
não em seus sentimentos.
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus. O Senhor foi muito
disciplinado. O Senhor levantou cedo para orar, recusou
comida quando precisou ministrar à mulher no poço,
como escrito em João 4. O Senhor jejuou por 40 dias …
eu quero ser seu discípulo radical. Por favor, ajude-me a
seguir o seu exemplo. Eu escolho, hoje, a dar o primeiro
passo e espero sua graça para me fortalecer todos os
dias. Amém.
10
PERDÃO RADICAL
Durante todos esses anos em meu ministério pastoral, tenho visto,
provavelmente, mais vidas destruídas por causa da falta de perdão
que por qualquer outra coisa. Este é um dos grandes truques que o
inimigo usa para destruir as vidas das pessoas. Um especialista em
câncer, muito conhecido nos EUA, disse certa vez que ele nunca
havia visto um câncer que não fosse de uma ou de outra maneira
relacionado com a falta de perdão. Quero que você perceba que
esta não é minha opinião pessoal, mas estas são as palavras de um
profissional no campo médico.
Por que sofremos dores e desapontamentos? Eu creio que há
várias razões para isso. Uma dessas razões é que vivemos em um
mundo cheio de pecado com pessoas pecadoras e, portanto, a dor é
inevitável. Outra razão é que temos falsas expectativas das
pessoas. Falsas expectativas sempre trazem desapontamentos que
causam muita dor em nossas vidas. Recentemente, um casal na
Polônia me perguntou se eu poderia ser o discipulador deles. Antes
de responder a pergunta que me fizeram, perguntei qual era as
expectativas deles. Expliquei-lhes que se eles tivessem expectativas
que eu não pudesse alcançá-las, certamente seriam profundamente
machucados e desapontados.
Outra razão é que Satanás tem um objetivo claro para destruir
nossas vidas. Haveria um caminho melhor para a destruição de
nossas vidas que a falta de perdão? Ela irá aleijar nossa vida
espiritual, emocional e física, e nos parar de cumprir o propósito
incrível de Deus para nós.

A FALSA SUPOSIÇÃO
Por várias vezes, ouvi a seguinte frase: “o tempo cura as feridas”.
Essa frase é muito aplicada para a cura de feridas emocionais.
Creio que essa frase é absolutamente uma inverdade. Enquanto
gasta-se tempo para curar feridas, na verdade, o tempo, por si
mesmo, não cura nada. Se nossas feridas emocionais são deixadas
para o “tempo curá-las”, sem andarmos no caminho bíblico, elas
serão infectadas e destruirão nossas vidas. Somente o perdão
radical irá iniciar o processo de curar nossas feridas. Se não
perdoarmos radicalmente, iremos nos algemar àqueles que nos
feriram. Esta verdade bruta tem ajudado muitas pessoas a perdoar
aqueles quem as ofenderam.
Quando as pessoas têm problemas em perdoar verdadeiramente,
faço a seguinte pergunta para elas: “Você gostaria de estar
algemada à pessoa que te feriu tão profundamente?” Elas,
geralmente, respondem em choque: “Não, claro que não!” Então
explico a elas que através da falta de perdão elas se algemam
emocionalmente a essas pessoas. Eu digo para elas que essas
pessoas estarão sempre presentes em suas mentes e em suas
emoções. Por causa da falta do perdão, sempre pensarão nas
pessoas que as feriram e, constantemente, sentirão a dor que foi
causada por tais pessoas; de modo algum quem não perdoa
consegue se livrar de seus agressores. A única chave para abrir
essas algemas é o perdão. Manter o ressentimento e a falta de
perdão é como beber veneno e esperar que a outra pessoa irá
morrer. Sabemos que isso é completamente sem sentido, porque o
veneno fará mal a quem o bebeu.

POR QUE PRECISAMOS DE PERDOAR?


A Bíblia afirma em II Coríntios 2:10-11 que:
Se vocês perdoam a alguém, eu também perdoo; e
aquilo que perdoei, se é que havia alguma coisa para
perdoar, perdoei na presença de Cristo, por amor a
vocês, a fim de que Satanás não tivesse vantagem sobre
nós; pois não ignoramos as suas intenções. (II Coríntios
2:10-11)
Esses versículos são muito fortes. Paulo nos diz que se não
perdoarmos, Satanás irá ter vantagens sobre nós. É por essa razão
que disse anteriormente, que a falta de perdão é uma das grandes
estratégias usadas pelo diabo para destruir nossas vidas. Sabemos
que o inimigo não é nem bom, nem luta honestamente. Se você
sabe que tem um inimigo que é maldoso e que odeia você, que está
prestes a lutar contra você, porventura, você gostaria de dá-lo
alguma vantagem contra você? Qualquer pessoa que qualquer tiver
um pouco de senso responderá “não” a essa pergunta. Mas o fato é
que há pessoas que dão vantagem ao inimigo, simplesmente
porque se recusam a perdoar alguém.
Há outra razão pela qual precisamos perdoar; tal razão está
escrita na oração do “Pai nosso”, em Mateus 6:14-15, quando Jesus
disse:
Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se,
porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.
(Mateus 6:14,15)
Essas são palavras fortes, que não preciso explicá--las, pois elas
mesmas se explicam.

O QUE É PERDÃO?
Para entendermos o verdadeiro significado de perdão,
precisamos olhar para o original em grego. A palavra grega para
perdão é aphiemi, que significa mandar embora. Esta palavra
também era usada quando um homem se divorciava de sua esposa.
Ele escreveria para ela uma carta de divórcio e a mandaria embora.
Uma vez feito isso, ela não poderia voltar outra vez. Ela havia sido
mandada embora para sempre.
Um dia, eu pedia ao Senhor para ajudar-me a compreender o que
o perdão bíblico realmente era. Ele me fez lembrar de meus tempos
de criança, mais precisamente de um dia em que havia ganhado um
balão cheio com gás hélio. Eu amava balões com gás hélio.
Aconteceu que, naquele dia, depois de ter ganhado o balão, saí
andando com ele na mão, sem prestar muita atenção por onde
passava, quando, de repente, o balão escapuliu da minha mão e
subiu rapidamente para o céu, desaparecendo de minhas vistas. Eu
fiquei parado e chorando, completamente arrasado. Deus disse para
mim: “isto é exatamente o que perdão significa segundo a Bíblia:
deixar ir até não mais poder ser visto”.
Comecei a usar esse exemplo em minha própria vida, e também
nos aconselhamentos que fazia a outras pessoas. Quando todos
estavam profundamente machucados e lutando com a questão do
perdão, pedi que imaginassem o balão com o gás hélio; então,
pedia-lhes que escrevessem, mentalmente, o nome das pessoas
que as haviam machucado naquele balão e, ainda, todas as coisas
que haviam feito para deixarem-nas machucadas e, uma vez que
tudo estivesse escrito, pedia que deixassem o balão voar e se
perder pelo céu afora. Em seguida, sempre pedia que
verbalizassem o que e a quem haviam perdoado, retirando toda
mágoa ou rancor do coração. Minha esposa disse que todo vilarejo
em que morávamos estava cheio com balões dela, por causa de
uma pessoa que havia lhe ferido e por quem ela tinha dificuldades a
liberar perdão. Eventualmente, todos os balões se ergueram e foram
desaparecendo no ar, levando com eles toda mágoa.
O perdão é um ato puro da graça. Ninguém merece o perdão.
Nós não merecemos o perdão de Deus, mas porque ele é
misericordioso e gracioso, Ele nos perdoa. Se alguém merecesse
ser perdoado, o perdão não seria um ato de graça. Sempre que
alguém pecar contra nós, podemos expressar o coração e a graça
de Deus perdoando essa pessoa livremente.

POR QUE PRECISAMOS PERDOAR?


As Escrituras nos ensinam como devemos perdoar. Em
Colossenses 3:13, Paulo escreveu:
Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns
aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim
como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
(Colossenses 3:13)
Perdoar uns aos outros do mesmo modo como Cristo nos
perdoou é um mandamento para nós. Jesus não se lembra de
nossos pecados. Encontrei-me com pessoas que foram feridas por
outros e comportam-se como se nada tivesse acontecido. Elas
suprimem a dor ao invés de liberá-la através do perdão. Para
perdoarmos, verdadeiramente, temos de encarar o fato de as
pessoas terem pecado contra nós. Não há nada a perdoar se não
admitirmos que as pessoas erraram contra nós. É bom enfrentarmos
a dor que foi nos causada para, então, controlarmos nossos
sentimentos e liberarmos perdão radicalmente.

PERDÃO RADICAL
Jesus nunca pregou algo que Ele mesmo não viveu. Ele nos
ensinou e viveu uma vida de perdão radical. Em Mateus 18:21-22, a
Bíblia diz:
Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas
vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar
contra mim? Até sete vezes? Respondeu Jesus: Não te
digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. (Mateus
18:21,22)
Nos dias de Jesus, os rabinos judeus ensinavam que deveria-se
perdoar o irmão três vezes por dia. Eles achavam que assim
estariam sendo justos. Pedro queria ser tão melhor que os fariseus
e, tentando impressionar Jesus, ele perguntou se deveríamos
perdoar o irmão até sete vezes ao dia. Contudo, Jesus não ficou
impressionado com a fala de Pedro, porque Ele ensinou e viveu um
perdão radical. Ele respondeu que não seriam sete vezes, mas, sim,
sete vezes sete. Imediatamente após esse ensino, Jesus lhes
contou a parábola do servo que não conseguia perdoar, como
podemos ver no capítulo 18 de Mateus.
Na cruz, Jesus demonstrou seu perdão radical. Em Lucas 23:34,
encontramos o modo como Jesus respondeu seus inimigos, “Então,
disse Jesus: Pai, perdoa-lhes pois eles não sabem o que fazem”.
Jesus nunca esperou até que alguém pedisse ou merecesse
perdão. Ele estava pronto e desejoso em liberar perdão para seus
inimigos enquanto ainda eram seus inimigos. Quando não há
nenhum remorso nem nenhum arrependimento da pessoa que
pecou contra nós; mesmo quando ainda nem nos pediram perdão,
precisamos livremente e abertamente oferecer aos nossos
transgressores o perdão; isso é perdão radical. Se você estudar a
história da igreja, você irá encontrar muitas histórias de mártires que
desejavam perdoar as pessoas que os torturavam e os mataram.
Ouvi uma história que me tocou profundamente; é sobre uma
garota armena que foi capaz de perdoar um turco. Conta-se que
essa moça e seu irmão haviam sido atacados por turcos em uma
faixa; enquanto ela conseguia escapar por subir em um muro, seu
irmão foi brutalmente morto diante de seus olhos. Essa moça era
uma enfermeira que, tempos mais tarde, durante seu expediente no
hospital em que trabalhava, reconheceu que um de seus pacientes
era o soldado turco que havia assassinado seu irmão. Sua primeira
vontade foi a de vingar-se. O fato é que o estado daquele soldado
era muito grave, verdadeiramente crítico entre a vida e a morte. O
menor descuido seria suficiente para ele morrer e, de tão rui que era
seu estado, ninguém perceberia o erro que o levaria à óbito. A vida
daquele soldado estava, absolutamente, nas mãos daquela moça.
Mas, em vez de vingar, ela decidiu perdoá-lo por amor a Jesus. Ela
esforçou-se pela recuperação daquele paciente e conseguiu
recobrir-lhe a saúde. Quando ele voltou à consciência, ela lhe
contou quem era. O soldado turco olhou assustado para a moça
armena e perguntou: “Então, por que você não deixou-me morrer
enquanto dependia de você para sobreviver?” “Eu não pude fazer
isso.”, respondeu a moça, “não pude, pois sou uma cristã e meu
Mestre perdoou seus próprios inimigos, aqueles que o crucificaram.
Como discípula dele, tenho de fazer o mesmo por amor ao meu
Senhor”. “Bem”, disse o soldado turco completamente atônito, “se
isso é ser verdadeiramente um cristão, quero tornar-me um”. Isso é
perdão radical.

SELE SEU PERDÃO


As Escrituras nos dizem que não é suficiente perdoar, mas
devemos dar um passo além. Em I Pedro 3:8-9 está escrito:
E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento,
compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente
misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou
injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo;
sabendo que para isto fostes chamados, para que por
herança alcanceis a bênção. (I Pedro 3:8,9)
Pedro fala que não devemos tornar o mal com o mal, nem injúria
por injúria. Isso já é perdão verdadeiro. Mas fomos desafiados a dar
um passo a mais e selar nosso perdão abençoando aqueles a quem
nos ofenderam. Quando começamos a orar pela bênção de Deus
sobre as pessoas que pecaram contra nós, selaremos nosso perdão
em relação a elas e fecharemos todas as portas para o inimigo.
Certa vez, em uma reunião, um homem se aproximou de mim; ele
tinha uma ferida em seu ombro provocada por um tiro na manhã
daquele dia. Aconteceu que ele estava em um lugar em que havia
ocorrido um roubo e ele foi ferido durante o tiroteio. Ele estava todo
enfaixado, ainda havia manchas de sangue visíveis sob os tecidos,
e ele estava com muitas dores, incapaz de levantar seu braço. Ele
pediu que eu orasse por sua cura, e orei com alegria. Confesso que
já vi dezenas ou, talvez, centenas de braços sendo curados
instantaneamente; eu estava cheio de fé para ver o milagre na vida
daquele homem. Contudo, depois de cerca de cinco minutos de
oração, nenhum resultado aconteceu. Foi então que percebi que
havia qualquer coisa impedindo o milagre daquele homem
acontecer. Quando perguntei ao Espírito Santo o que era, Ele disse
que aquele senhor não havia perdoado o autor do disparo. Parei a
oração e falei com aquele homem o que o Espírito Santo havia me
falado; então, pedi-lhe que perdoasse completamente o autor do
disparo, liberando a vida dele; assim foi feito. Orei outra vez por
aquele senhor e, imediatamente, ele ficou livre da dor e pode erguer
seu braço bem alto. Vamos obedecer o que está escrito em
Romanos 12:14: “Abençoe aqueles que perseguirem você;
abençoe-os, não os amaldiçoe”.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Há alguém que você diz ter perdoado, mas que você ainda não
orou por ele ou por ela, abençoando-os? Peça ao Espírito Santo
para sondar o seu coração quanto à esta questão e escreva os
nomes que vierem à sua mente. Depois, perdoe cada uma delas e,
durante as próximas 4 semanas, ore por elas diariamente
abençoando-as.
2. Você tem clareza sobre como Deus perdoou você em Cristo?
Há alguma coisa que você fez e que ainda se sente condenado por
ter feito? Caso exista, escreva abaixo e declare que Deus não se
lembra mais dessas coisas, e que não há nenhuma condenação em
sua vida porque você está em Cristo que lhe perdoou. Escreva, com
suas próprias palavras, como você sempre perdoará todas as
pessoas do mesmo modo como Deus perdoou você.
3. Quem feriu você a qualquer tempo e você ainda fala sobre o
que essas pessoas lhe fizeram? Escreva o nome delas. Depois,
escolha mandar embora todas essas falhas que foram feitas contra
você. Aquiete seu coração e, em sua mente, escreva os nomes
dessas pessoas e o que elas fizeram a você em um balão de gás
hélio. Em seguida, em sua mente, solte esse balão e deixe-o voar a
céu aberto. Fale em voz alta: (o nome da pessoa), “eu perdoo você
com todo o meu coração, eu libero tudo o que você fez de errado
para mim, toda a dor que você causou em meu coração; você está
livre”.
ORAÇÃO: Pai, vejo em sua Palavra o quanto o Senhor
tem me perdoou. Eu mereço punição pelo meu pecado,
mas o Senhor não guardou nenhuma acusação contra
mim; pelo contrário, o Senhor puniu seu único filho pelos
meus pecados. o Senhor me perdoou radicalmente;
então, sempre farei o mesmo em relação àqueles que
pecarem contra mim. Por favor, ajude-me a viver o
perdão radical, em nome de Jesus; amém.
11
EVANGELISMO RADICAL
O DESEJO DE DEUS

É claramente expresso nas Escrituras o quanto Deus deseja que


seu povo seja salvo. A maioria dos cristãos concordaria,
teoricamente, com essa afirmação, mas não é o que crêem de todo
coração. Através da Bíblia, vemos esse desejo de Deus sendo
claramente expresso. Em I Timóteo 2:1-4 está escrito:
Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam
deprecações, orações, intercessões, e ações de graças,
por todos os homens; pelos reis, e por todos os que
estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta
e sossegada, em toda a piedade e honestidade; porque
isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,
que quer que todos os homens se salvem, e venham ao
conhecimento da verdade. (I Timóteo 2:1-4)
Deus expressa claramente nesses versículos que Ele deseja que
todo homem alcance o conhecimento da verdade. Isso é importante
para aprendermos, porque podemos somente orar verdadeiramente
para não crentes em fé se estivermos convencidos de que é o
desejo de Deus salvar todos eles. A salvação do homem é o pleno
desejo consumidor de Deus e se ignorarmos isso, Ele se ofenderá
por tal atitude nossa. A única coisa que seremos capazes de levar
para o céu conosco são aqueles a quem ganhamos para Cristo.
Todos nossos bens materiais permanecerão aqui na Terra. Em
Daniel 12:3 está escrito: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão
como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça,
como as estrelas sempre e eternamente.” Estou certo de você e eu
temos o mesmo desejo: brilhar para sempre e eternamente por
termos levados muitos à justiça.
É
FÉ NO PODER DE DEUS
Quando pregamos o Evangelho, devemos fazê-lo em fé absoluta
no poder de Deus. Não serão as nossas palavras que convencerão
as pessoas, mas, sim, as Boas Novas da cruz de nosso Senhor
Jesus Cristo. Paulo obteve muito sucesso em evangelizar, porque
ele creu no poder de Deus. Ele falou sobre isso ao escrever para os
Romanos, conforme escrito no versículo 16 do primeiro capítulo:
Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois
é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê;
primeiro do judeu, e também do grego. (Romanos 1:16)
Por causa desta profunda convicção do poder do Evangelho, que
Paulo foi o maior dos apóstolos e maior dos evangelistas que
conhecemos. O que nos deve ficar claro é que o mesmo poder de
Deus que Paulo experimentou está disponível para nós. Temos o
mesmo Evangelho, que é o poder de Deus para salvar e temos o
mesmo Espírito Santo que nos dá poder para testemunhar. Jesus
disse aos seus discípulos em Atos 1:8:
Mas recebereis o poder do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em
Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos
confins da terra. (Atos 1:8)
Discípulos radicais de Jesus irão evangelizar radicalmente e
acreditarão no poder do Evangelho e no poder do Espírito Santo.
Todo cristão tem o poder de evangelizar efetivamente por causa
deste poder em dose dupla: a mensagem do Evangelho e o Espírito
Santo.

O DESEJO POR FILHOS


Deus quer que todos tenhamos filhos espirituais. Esterilidade
sempre foi considerada uma maldição na Bíblia. A esterilidade
espiritual é uma maldição que nenhum cristão deveria sofrer.
Precisamos clamar a Deus, regularmente, por filhos espirituais. Um
dia, estava em meu quarto de oração e percebi que havia muito
tempo que eu não havia levado alguém para Cristo pessoalmente.
Aquele fato, verdadeiramente, deixou-me entristecido. Comecei a
clamar a Deus para dar-me filhos espirituais. Naquela mesma noite,
um jovem rapaz que trabalhava com um de meus filhos e que
conhecia a mim, ligou-me e disse que precisava conversar comigo
porque ele tinha alguns problemas sérios. Duas horas mais tarde,
ele estava em minha casa e entregou a vida dele para Jesus. Deus
respondeu a minha oração e deu-me um filho espiritual.

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO
Como lemos no primeiro versículo posto neste capítulo, a Bíblia
nos desafia, primeiramente, antes de mais nada, a orar por todos os
homens. A razão dessa oração está no fato de Deus querer que
todo homem seja salvo. Quando Paulo fala sobre guerra espiritual,
ele conclui que deveríamos sempre orar e nos diz a razão de sua
máxima em Efésios 6:18-19:
[…] orando em todo o tempo com toda a oração e súplica
no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e
súplica por todos os santos, e por mim; para que me seja
dada, no abrir da minha boca, a palavra com confiança,
para fazer notório o mistério do evangelho. (Efésios
6:18,19)
Não deveríamos evangelizar se não orássemos regularmente
para que os perdidos fossem salvos. Deixo claro que, em hipótese
alguma, esta seria uma desculpa para não evangelizar, mas, pelo
contrário, um desafio para orar pela salvação dos perdidos. A
oração mostra nossa dependência e confiança em Deus e em seu
poder para cumprirmos tão importante tarefa.

A IMPORTÂNCIA DOS MILAGRES


Nunca deveríamos menosprezar a importância dos milagres na
pregação do Evangelho. Em todo Novo Testamento, podemos ver
claramente o quão relevante os milagres são. Recentemente,
preguei em uma igreja no Brasil em que uma mulher ateia estava
presente no culto. O poder de Deus curou o corpo daquela mulher e,
por causa daquele milagre, ela entregou sua vida para Jesus e,
agora, já é membro da igreja e participa ativamente de uma célula.
Jesus nos mostrou a importância dos milagres na pregação do
Evangelho quando Ele entregou a Grande Comissão aos seus
discípulos, como podemos ler em Marcos 16:15-18:
E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a
toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas
quem não crer será condenado. E estes sinais seguirão
aos que crerem: em meu nome expulsarão os demônios;
falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se
beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano
algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os
curarão. (Marcos 16:15-18 - grifo do autor)
Jesus disse que esses sinais sobrenaturais, como mencionados
nos versículos acima, seguiriam todos os que cressem nele. Não
consigo entender como separamos os milagres do evangelismo.
Esses dois elementos devem caminhar de mãos dadas. O
evangelismo radical nunca acontecerá sem a demonstração do
poder de Deus. Quando Jesus enviou seus discípulos em Mateus
10:7-8, Ele não somente lhes pediu para pregar o Evangelho, mas,
também, para demostrar o seu poder entre o povo.
E, indo, pregai, dizendo: é chegado o reino dos céus.
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os
mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de
graça dai. (Mateus 10:7,8)
Muitas outras pessoas seriam salvas se pudéssemos combinar o
evangelismo com o sobrenatural como elementos normais da
pregação do Evangelho. Esta verdade é vista por várias vezes nas
Escrituras. Podemos vê-la em João 2:23, “E, estando ele em
Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que
fazia, creram no seu nome.” Os milagres foram a razão pela qual as
pessoas creram. Não podemos limitar o sobrenatural apenas aos
nossos cultos, bus precisamos levá-los às ruas em conjunto com
nossas ações evangelísticas. Esta parecia ser a prática da igreja
primitiva, como podemos ver em Atos 8:5-8:
E, descendo Filipe à cidade de Samaria lhes pregava a
Cristo. E as multidões unanimemente prestavam atenção
ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que
ele fazia; pois que os espíritos imundos saíam de muitos
que os tinham, clamando em alta voz; e muitos
paralíticos e coxos eram curados. E havia grande alegria
naquela cidade. (Atos 8:5-8 - grifo do autor)
Havia um avivamento poderoso na cidade de Samaria, porque
havia ali um evangelismo radical. Filipe não somente pregou o
Evangelho, mas ele também o demonstrou com poder e muitos
milagres. A Bíblia disse que eles ouviram e responderam quando
viram e ouviram sobre os milagres feitos ali. Jesus disse em João
14:11 que se eles não acreditassem nEle, deveriam, pelo menos,
acreditar por causa dos milagres que Ele fez.

DEIXE SUA LUZ BRILHAR


Evangelismo radical não é apenas a pregação com uma
demonstração de poder sobrenatural, mas, também, deveria ser a
expressão do amor de Deus em nossas vidas demonstrado em
nosso amor pelas pessoas radicalmente. Jesus nos disse em
Mateus 5:16 para deixarmos nossas luzes brilharem diante dos
homens para que todos pudessem ver nossas boas obras e que
pudéssemos glorificar nosso Pai que está no céu. Deveríamos
demonstrar nosso amor por Deus através de nossas ações, fazendo
boas obras às pessoas a quem evangelizamos. Precisamos mostrar
o amor de Deus em nossas vidas diárias em relação às pessoas
que ainda não foram alcançadas pelo Evangelho. Isto é
evangelismo radical.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Escreva os nomes das pessoas com as quais você irá
compartilhar o Evangelho nessas próximas semanas, ore por elas
diariamente.
2. Escreva, com suas próprias palavras, o que significa, “O
evangelho é o poder de Deus para a salvação”. Em seguida, peça
ao Espírito Santo para sondar o seu coração e ver se você
realmente acredita nisso. Pegue os nomes escritos na questão
anterior e comece a declarar o poder da Salvação nas vidas delas.
3. Quando você orou pela última vez por algum incrédulo para
que ele pudesse receber um milagre? Escreva os nomes das
pessoas que você sabe que não conhecem Jesus e que precisam
de um milagre. Ore para Deus usar você para demonstrar o poder
do Reino. Escreva, claramente, um plano sobre quando e como
você irá orar por essas pessoas. Escreva o que impede você de orar
e de crer em milagres nas vidas de pessoas incrédulas. Ore
diariamente para Deus ajudá-lo a superar esses impedimentos.
3. O que você fará, na prática, quanto ao pregar o Evangelho e o
orar por milagres mais regularmente?
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus, vejo em Sua Palavra
que o Reino de Deus não é somente palavras, mas
poder. Também vejo que o Senhor enviou seus discípulos
para pregarem o Reino e para curar os enfermos. Desejo
ser um canal de seu poder. Por favor, usa-me segundo a
sua glória. Amém.
12
OBEDIÊNCIA RADICAL
CRIAÇÃO VS HUMANOS
Uma verdade que muitas pessoas não compreendem é que a
Palavra de Deus somente tem poder quando a obedecemos e
cremos nela. Crer somente não irá liberar o potencial da Palavra de
Deus em nossas vidas. É a obediência radical a Deus e à sua
Palavra que libera o poder sobrenatural do Reino.
Há muitos anos, fiz uma decisão radical; já era pastor há vários
anos naquela ocasião e já havia plantado algumas igrejas. Já havia
lido minha Bíblia capa a capa, várias vezes, e tinha bom
conhecimento das escrituras, mas senti que precisava tomar uma
decisão de obediência radical. Peguei uma Bíblia novinha em folha,
sem nenhum versículo sublinhado, e decidi lê-la como se nunca
tivesse lido a Bíblia em minha vida. Deliberadamente, apaguei de
minha mente qualquer conhecimento que tinha sobre o que havia
lido na Bíblia até aquele momento.
Então, decidi acreditar em tudo o que estava escrito na Bíblia
como a verdade absoluta e radicalmente obedeci a tudo o que li.
Você pode até pensar que este é o modo normal que todo cristão
deveria ler a Bíblia, e eu concordo com você. Entretanto, esta não é
a realidade da maioria dos cristãos que encontro. Percebi que
racionalizamos muitos comportamentos e inúmeros versículos
bíblicos por eles não se encaixarem em nosso estilo de vida.
Quando tomei essa decisão, tive minha vida impactada e
transformada.
Deus tem o total controle do universo, mas ao homem Ele deu o
livre arbítrio de obedecer ou não obedecer. Através da Bíblia, vemos
que Deus controlou os animais e os elementos. Eles não tinham
escolhas, deveriam obedecer a Deus. Ele ordenou que os corvos
alimentassem Elias (I Reis 17:4), e eles não tiveram outra escolha,
tiveram que obedecer. Deus ordenou que o peixe engolisse Jonas
(Jonas 1:17), e o peixe não teve outra escolha, ele teve de
obedecer. Ele ordenou que a tempestade se acalmasse (Marcos
4:29), e ela não teve outra escolha; repetidamente, Jesus Falou com
enfermidades e demônios, e eles todos tiveram de obedecer. Mas
ao homem, Deus deu a escolha de obedecer ou desobedecer. Nós
sempre podemos escolher se iremos obedecer a Palavra de Deus
radicalmente, mas nunca podemos escolher as consequências de
nossa desobediência. Filipenses 2:9-11 contém versículos que a
maioria dos crentes conhecem, está escrito:
Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe
deu um nome que é sobre todo o nome; para que ao
nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos
céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda a língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de
Deus Pai. (Filipenses 2:9-11)
Este não é um versículo muito agradável, como alguns cristãos
pensam que seja. Ele fala sobre o dia em que cada ser humano terá
de se pôr de joelhos diante de Jesus Cristo e confessá-lo como
Senhor e Deus. Ele fala sobre o dia do julgamento, quando não
haverá mais escolhas para a humanidade, a não ser colocar-se de
joelhos em obediência ao Senhorio de Jesus; todavia, hoje,
podemos escolhê-lo voluntariamente e obedecê-lo radicalmente.
Os discípulos radicais mostram obediência radical em cada área
de suas vidas. Eles não precisam de sinais nem de confirmação de
Deus quando o Senhor lhes pede para fazer algo. Discípulos
radicais fizeram uma escolha radical de sempre obedecê-lo,
independentemente do custo. Eles nunca verão as escrituras
segundo a razão humana, mas sujeitarão o livre arbítrio à
obediência da Palavra de Deus, independente do que ela diz. Não
são os que gritam alto nos cultos aos domingos que fazem diferença
no Reino de Deus, mas, sim, aqueles que obedecem radicalmente à
Palavra do Senhor.
OBEDIÊNCIA LIBERA MILAGRES
Muitas pessoas têm medo de obedecer a Deus quando o Senhor
lhes pede para fazer alguma coisa, porque têm medo. Certamente
essa seja a razão pela qual muitos não vêem milagres acontecerem.
Esse é um princípio bíblico muito poderoso. Certa vez, enquanto
pregava no estado de Washington, EUA, um amigo meu, que
também é pastor, teve uma palavra de conhecimento durante a
reunião. Ele disse que ali havia pessoas que tinham as pernas
injuriadas, e Deus queria curá-las. Ressalto o detalhe de que
estávamos em uma pequena igreja; então, pedimos às pessoas que
estavam naquela condição para chegarem à frente e três pessoas
atenderam o apelo.
Um homem veio à frente mancando literalmente. Meu amigo
começou a orar pela primeira pessoa à esquerda, e eu comecei a
orar pelo homem que chegara mancando. Quando comecei a orar
por ele, o Senhor falou ao meu coração: “abaixe e beije os pés
dele”. Olhei para as calças dele e vi que estavam muito sujas e os
sapatos deploráveis; de fato, aquele homem parecia um morador de
ruas. Então, diante daquela situação, por segundos, resisti em
obedecer à voz de Deus em beijar aqueles pés. Levantei a cabeça e
olhei às pessoas daquela congregação; todos tinham os olhos fitos
em mim; pensei, então: “todos irão pensar que Reinhard
enlouqueceu!” Confesso que aquela situação foi muito difícil e
desconcertante; olhei para minha esposa, então e pensei: “o que ela
vai pensar?”
Enquanto essa batalha acontecia em minha mente, pensei: “Não
me importo com o que aconteça, sempre obedeço a Deus, porque a
obediência libera milagres.” Ajoelhei e beijei os pés daquele homem
e, em seguida, levantei-me rapidamente. Outra vez, o Senhor disse:
“ajoelhe-se e beije os pés deste homem outra vez”. Assim o fiz, e
procurei ficar em pé rapidamente outra vez. O Senhor disse:
“ajoelhe-se e beije os pés deste homem”. Então, pela terceira vez,
ajoelhei-me e beijei os pés daquele homem, levantando-me
lentamente, porém pensando: “vou ficar de pé mais lentamente, pois
corro o risco de ficar beijando esses pés pelo resto do dia”. Contudo,
Deus não disse mais nada. Daí, olhei para aquele homem e disse o
seguinte: “Senhor, caminhe, por favor”. Eu não orei por ele, mas ele
olhou para mim em choque e começou a andar perfeitamente; eu
disse: “Yes!”
Depois daquele culto, fui orar e perguntar o Senhor sobre o que
havia acontecido. Ele falou ao meu coração que estava testando
minha obediência; não foi o beijo que curou aquele homem, mas a
minha obediência que liberou aquela cura. A obediência libera
milagres. A fé sem obras é morta. A Bíblia é repleta de exemplos
que nos mostram essa verdade.
Deus tem levado minha esposa e eu a esta jornada de obediência
muitas vezes. Mais de uma vez Deus nos disse para darmos aos
outros tudo o que tínhamos. Uma dessas vezes, havíamos
economizado dinheiro por muito tempo, pois queríamos mobiliar um
dos ambientes de nossa casa. Num determinado culto, Deus pediu
que eu entregasse cada centavo economizado atendendo ao pedido
de oferta para alcançar os perdidos. Inclinei-me à minha esposa
disse: “Querida, Deus pediu que eu ofertasse cada centavo do
dinheiro economizado. O que faço?” “Oferte tudo!” disse ela, “Se
Deus disso isso para você, por que está me perguntando?” Sei que
alguns de vocês acham que ela é uma mulher surpreendente, e ela,
de fato, é. Então, ofertamos tudo sem expectativa de retorno algum.
Dois dias depois, o governo nos enviou, inesperadamente, algum
recurso. Entrei em contato com a agência que nos havia enviado
aquele dinheiro e disse que aquele recurso não nos pertencia.
Disse-lhes: “Essa quantia está errada; vocês nos enviaram muito
dinheiro; foi um equívoco”. Eles haviam cometido um erro e eu
queria ser honesto e devolver tudo ao governo. Entretanto, eles se
recusaram a recebê-lo de volta. Geralmente, é o governo que
deseja tomar o seu dinheiro, mas, naquela situação, ele se recusava
em receber, mesmo havendo tentado com todas as nossas forças.
Eles insistiram que ficássemos com aquele recurso que era muito
além do valor economizado e ofertado. Essa foi mais uma das
histórias que nos ensinou que a obediência libera milagre.
Em Lucas 5:1-9, lemos outra história em que a obediência liberou
um milagre. Jesus pediu para Pedro, que havia passado toda noite
sem pegar um peixe, jogar a rede ao mar outra vez. Diferente de
Jesus, que era um carpinteiro, Pedro era um pescador experiente.
Um carpinteiro não seria a pessoa indicada a ensinar um pescador a
pescar, mas seria o pescador quem deveria ser o professor do
carpinteiro sobre a arte de pescar.
Então, Jesus chegou a Pedro e disse: “Eu preciso que você vá
em alto mar e jogue suas redes às águas, do lado esquerdo de seu
barco”. Pedro disse para Jesus, “pescamos a noite toda e não
pegamos nada”. Um pescador sabe que não fazia sentido voltar ao
mar para pescar, uma vez que havia passado a noite sem pescar
nada. Todavia, Pedro disse o seguinte: “Por causa de suas palavras,
voltarei e lançarei as redes”.
Pedro obedeceu. Levou o barco para águas mais profundas e
lançou as redes ao mar; elas voltaram carregadas de tantos peixes
que não conseguiu puxá-las sozinho ao barco. De onde vieram
tantos peixes grandes? Ele havia estado fora toda noite para pescar,
mas não houve um peixe para ser fisgado. A obediência de Pedro
liberou o milagre. Se ele não tivesse voltado em total obediência,
mesmo contrário à lógica e à razão humana, nada teria acontecido e
Pedro nunca teria visto o milagre.
Você pode até perguntar: “Mas, Senhor, por que nos pede para
fazer coisas assim, tão loucas?” Deus faz assim, porque Ele quer
estabelecer um princípio de sua Palavra. O princípio é que a
obediência liberará os milagres de Deus. Repetidamente vemos
esse princípio em operação.
A Bíblia é cheia de histórias como essa. Em João 2:1-12, nos é
contada a história do primeiro milagre feito por Jesus, que foi
transformar a água em vinho. Como Ele fez isso? Ele não tocou na
água e a transformou em vinho. Jesus poderia ter simplesmente
tocado na água e transformado tudo em vinho, mas Ele não fez
assim, pois precisava da obediência para operar o milagre. Portanto,
Jesus pediu aos servos que enchessem as talhas de pedra com
água. Não havia nada de especial naquele pedido, pois eram
simples vasilhas, afinal, talhas de pedra eram feitas para se colocar
água nelas, mas a obediência em enchê-las liberou o milagre.
Jesus pediu que se levasse um pouco da água para o mestre de
cerimônia, o que foi uma má ideia. Observe, eles estavam sem
vinho. Em casamento judaico, não se bebe água. Sou europeu e, na
Europa, bebemos vinho; é parte de nossa cultura. Sempre que
temos uma boa refeição, bebemos vinho, pois nos é totalmente
natural. Portanto, para mim, é fácil compreender esta história
perfeitamente. Talvez essa compreensão seja mais complexa para
americanos e brasileiros, devido à diferentes aspectos culturais,
mas para mim, que sou europeu, a percebo facilmente. Um
casamento sem vinho é um terrível casamento. Então, eis a razão
por que disse ter sido uma má ideia: Jesus não havia transformado
a água em vinho quando ele pediu que levassem uma taça para o
mestre de cerimônia experimentar; Jesus havia pedido que os
servos levassem um pouco de água para o mestre poder beber um
pouco.
Alguns compreendem o princípio da obediência nesta história: a
mãe de Jesus, Maria, veio ao Senhor e disse: “Eles não tem mais
vinho” (João 2:3) . Jesus respondeu: “Mulher, o que tem a sua
preocupação a ver comigo?” (v.4) O que Maria fez? Ela voltou-se
aos servos e disse-lhes: “Faça tudo o que Ele disser para fazerem.
Certifiquem-se de fazerem exatamente como Ele mandar, porque
conheço o meu garoto. A obediência irá liberar o milagre de Deus”
(v.5). Então, Jesus disse para levar a água para o mestre de
cerimônia (v.8). Quando a água foi transformada em vinho?
Somente depois que os sevos obedeceram a Jesus e levaram a
água para o mestre de cerimônia.
Muitos cristãos, constantemente, esperam as bênçãos do Senhor
se manifestarem em suas vidas. Eles jejuam, oram, fazem
declarações de fé, mas nada muda. Precisamos compreender que
somente pela obediência radical a Deus e à sua Palavra que, sem
exceção, a graça de Deus será liberada sobre nós. Há muitos
cristãos que desejam que a graça de Deus seja manifesta a eles
antes de obedecerem ao Senhor, mas essa atitude é caminhar pelo
caminho errado. Em Isaías 1:19 está escrito que se você quiser e
obedecer, comerá o melhor desta terra. Você espera que Deus faça
alguma coisa em sua vida: decida a ser radicalmente obediente
hoje.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Nas próximas três semanas, leia sua Bíblia vagarosamente
todos os dias. Peça ao Espírito Santo para falar com você. Escreva
alguns versículos que você julgar um grande desafio para serem
obedecidos radicalmente e decida a obedecê-los. Escreva os
passos práticos que você tomará para ser obediente a eles.
2. Quando você olha para sua vida, honestamente, há alguma
área que você encontra dificuldade para obedecer a Deus
radicalmente? Escreva essas áreas abaixo. Qual será sua decisão
para você ser um discípulo mais radical e obedecer a Deus
radicalmente sempre?
3. Há alguma área em sua vida que, nos últimos 12 meses, você
tratou as Escrituras ou a voz de Deus segundo a sua razão e, por
isso, não obedeceu ao Senhor radicalmente? Caso haja, escreva-as
abaixo e, em seguida, decida a obedecer radicalmente sempre,
independente do que isso irá lhe causar. Escreva passos práticos
para ajudar você a alcançar esse objetivo.
ORAÇÃO: Querido Pai que está no céu, agradeço o
Senhor pelo seu imenso amor por mim. Posse ver
claramente como não posso experimentar todas as suas
bênçãos se eu não obedecê-lo em todas as coisas
radicalmente. Também reconheço que, caso não lhe
obedeça assim, não conseguirei andar em seu poder
sobrenatural. Hoje, decido obedecê-lo radicalmente,
independente do custo que isso me causar. Sei que
posso contar com sua ajuda; confio no Senhor, amém.
13
DEVOCIONAL MATUTINO RADICAL
Enquanto treinava aproximadamente 550 líderes durante um
seminário profético em uma de nossas igrejas, uma das coisas que
lhes ensinei foi sobre ouvir a voz de Deus. Fiz várias perguntas para
eles e, dentre elas, estava a seguinte: “quantos aqui lêem a Bíblia e
gastam tempo com o Senhor diariamente? Talvez 30 dos 550
presentes levantaram suas mãos. Assustei-me ao ver tão poucas
mãos levantadas, pois não consigo me imaginar vivendo sem ler
minha Bíblia ou sem ter meu tempo com o Senhor diariamente.
Discípulos radicais estabelecem um devocional com o Senhor
diariamente. Ao perguntar cristãos em diferentes nações da terra
sobre o tempo que gastam cultivando o relacionamento deles com
Jesus, percebi que poucos são os que estabeleceram este hábito.
Muitos me chamam de religioso e de legalista, pois recuso-me a
comprometer o tempo que tenho para cultivar meu relacionamento
com Cristo com qualquer outra coisa. Quando recebo esse tipo de
afronta, minha resposta é sempre a mesma: “você chamaria alguém
de religioso ou legalista caso ele insistisse em comer todos os
dias?” Da mesa forma que nossos corpos precisam de comida
regularmente para manterem-se saudáveis, nosso espírito também
precisa receber alimento espiritual diário. A Palavra de Deus, a
meditação e a oração são comida para nosso espírito. Em 1984,
decidi radicalmente que se eu acordasse tarde e não tivesse tempo
de fazer o meu devocional antes de sair de casa, e se tivesse de
escolher entre tomar o café da manhã, escovar os dentes ou ter um
tempo de oração e de leitura bíblica, eu escolheria fazer o meu
devocional. Há mais de trinta anos mantenho-me firme nesta
decisão.
Não acredito que alguém possa cumprir o propósito dado por
Deus nem o seu destino sem separar um tempo pelas manhãs para
ler a Bíblia e meditar nas Palavras nela escritas. São nesses
momentos de quietude, quando nossos corações ainda estão em
paz, que recebemos as direções do dia, ouvimos a voz de Deus e
nos fortalecemos no Senhor. A Bíblia diz que a Palavra de Deus
precisa estar escondida em nossos corações. Não é suficiente
ouvirmos um sermão uma ou duas vezes por semana. Não é
suficiente ouvir as pessoas nos dizer o que a Bíblia diz; nós mesmos
precisamos comer a Palavra de Deus diariamente. Davi, um homem
segundo o coração de Deus, compreendeu esta verdade, como nos
mostra este versículo em Salmos 119:11: “Tenho sua palavra
escondida em meu coração, para eu não pecar contra o Senhor”. A
tradição diz que Davi cantou e ensinou este Salmo a seu filho
Salomão. Davi foi um homem incrível, como podemos ler em outro
Salmo que nos fala como ele se fortaleceu no Senhor.

O EXEMPLO DE TIMÓTEO
Timóteo não foi somente um discípulo do grande apóstolo Paulo,
ele também foi um verdadeiro filho espiritual para ele. Quando
estudamos os escritos de Paulo, descobrimos o quão importante
Timóteo era para o apóstolo. Em II Timóteo 3:14-15, Paulo escreve
uma coisa interessante ao jovem Timóteo:
Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que
foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que
desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que
podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em
Cristo Jesus. (II Timóteo 3:14,15)
O grande apóstolo fala para seu filho espiritual que ele precisa
continuar fazendo as coisas que havia aprendido com ele. O que foi
o que Timóteo aprendeu? Para mim, creio, que Timóteo havia
aprendido a ter um devocional radical. Paulo disse que desde
menino ele havia aprendido sobre as Sagradas Escrituras, que
poderiam fazê-lo sábio.

O QUE É UM DEVOCIONAL DIÁRIO RADICAL


Deixe-me explicar o que quero dizer sempre que escrevo
devocional radical. Se você nunca estabeleceu esse hábito em sua
vida, você certamente não saberá o que fazer. Estou certo de que a
eficácia de nossa vida espiritual está diretamente relacionada com
nosso devocional diário. A primeira coisa pela manhã, antes que os
desafios do dia encham sua cabeça e seu coração, você precisa
encontrar um lugar solitário, sem que haja coisas ao seu redor para
distraí-lo. Pegue sua Bíblia e, antes de começar qualquer tipo de
oração ou intercessão, diga para o Senhor que você está ali para ter
comunhão com Ele e, também, aprender com Ele. Pegue um papel
e uma caneta (ou lápis) e escreva o que Ele falar contigo, uma vez
que você está esperando que Ele fale com você.
Em seguida, comece a ler a Bíblia com o coração aberto, não
como uma atividade ou tarefa religiosa, mas ouça a voz de seu
Amado. Recomendo que seu telefone não esteja no mesmo lugar
em que você estiver fazendo seu devocional, pois pessoas ou
outras urgências do dia poderão distrair você. Não inicie seu dia
falando de seus problemas para o Senhor, nem fique listando as
coisas que você quer que Ele faça por você. Inicie seu dia
perguntando a Deus sobre o que Ele quer que você faça. Direcione
seus pensamentos para a bondade, graciosidade e misericórdia do
Senhor. Medite, ou seja, mastigue e rumine em sua cabeça sobre
quem você é em Cristo Jesus.
Você pode adotar um livro próprio para desenvolver seu
devocional, isso ajuda bastante. Se você permite-me indicar-lhe um,
apresento-lhe o que escrevi há pouco, chamado 365 para alcançar a
vitória espiritual. Leio livros devocionais há mais de 35 anos. Em
meu tempo devocional com o Senhor, tenho sido grandemente
beneficiado com os seguintes passos práticos:
1. Relaxe: Se você não relaxar, você não será receptivo. Relaxe
cada um de seus músculos, cada parte de seu corpo, cada
parte de sua mente. Uma música suave posse ajudá-lo nesse
processo. Eu, por exemplo, preparo uma xícara de chá quente,
retiro todas as distrações do ambiente e assento-me na cadeira
mais confortável da casa.
2. Recorde-se: Faça perguntas a você mesmo sobre o que você
lê. A) Quem escreveu isso? B) Para quem foi escrito? C) Qual
propósito desse texto que leio? D) O que o autor está dizendo?
E) Como isso que leio se aplica à minha vida? F) Como posso
colocar tudo isso em prática? G) Quando começarei a praticar o
que tenho lido?
3. Ensaie: É isso o que a Bíblia quer dizer sempre que fala em
meditação. Muitos lêem suas Bíblias como lêem um jornal ou
informações da internet. Precisamos nos lembrar de que é o
Espírito Santo quem sopra vida à Palavra de Deus. Eu sempre
peço ao Espírito Santo para falar comigo pessoalmente, pois
não preciso de mais informações; preciso de revelação da
Palavra desesperadamente. Quando o Espírito Santo fala
comigo, fico pensando e remoendo em minha mente a
revelação da Palavra, desde o momento em que a tive até o
final do dia. É assim que as revelações bíblicas têm se tornado
parte de mim, podendo ter um efeito real em minha vida.
4. Memorize. Não ensaie somente a passagem que lhe chamar a
atenção. Planeje a reter o máximo da Palavra e comprometa-se
a memorizar versículos. Discípulos radicais têm conhecimento
da Bíblia, porque eles mantém um devocional radical e têm
autodisciplina para memorizar versículos. Se você for
verdadeiramente radical, você poderá recitar versículos sobre
qualquer grande tema da Bíblia a qualquer momento, pois todos
estarão em sua memória.
5. Atitude. Não leia a Bíblia porque você sabe que é sua
obrigação como cristão. Ninguém receberá a justiça ou a
aceitação de Deus por lê-la. Ler a Bíblia expressa o
relacionamento de amor entre você e Deus. Quando abro a
Palavra, espero que Ele revele seu amor por mim. Através
desse amor, Ele leva você aos pés dele, um lugar seguro e
íntimo. Antes de me casar, vivia na Áustria e minha esposa
morava nos EUA. Não nos víamos frequentemente e, naquele
tempo, não existia a facilidade da internet nem dos telefones
celulares. Somente nos comunicávamos através de cartas.
Interessante é que nunca senti a obrigação de ler suas cartas.
Era emocionante sempre que me assentava solitário, num lugar
privado, para ler as cartas de amor que ela escrevia para mim.
Ler a Bíblia deveria ser assim. A Bíblia não é uma linha reta
horizontal que inicia em Gênesis e termina em Apocalipse, mas,
antes, é uma vertical que direciona sua vida para Cristo.
6. Realinhe sua vida sempre que você ler sua Palavra: Continue
realinhando sua vida de acordo com a Palavra. Faça isso como
uma constante em sua vida. Tome uma decisão radical no
sentido de que se sua vida e a Bíblia não estiverem alinhados
em alguma área, não tente reexplicar a Bíblia nem procure
mudar sua teologia tentando adequar a Palavra de Deus às
suas circunstâncias, mas realinhe sua vida em conformidade
àquilo que a Bíblia diz.
7. Compartilhe. Sempre que a Bíblia falar profundamente com
você, compartilhe com alguém naquele mesmo dia. A repetição
ajudará a você reter o que lhe foi revelado; ainda, você trará luz
para outra pessoa também. Hoje, temos muitas maneiras para
fazer isso. Quantas coisas inúteis são passadas por email,
facebook e whatsapp? Use essas maneiras para compartilhar o
que Deus falou com você a cada manhã. Edifique mais alguém,
e essa prática fortalecerá essas verdades em sua vida. Tenha
um devocional radical.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Nas próximas 2 semanas, NÃO ligue nenhum aparelho
eletrônico (celular, computador ou qualquer outra coisa) até que
você dedique um período de sua manhã lendo a Bíblia e orando.
Escreva quanto tempo você gastou todos os dias fazendo isso.
2. Nos próximos 7 dias, escreva o que Deus está dizendo a você
durante seu devocional. Seja claro e vá direto ao ponto. Então,
medite nessas coisas ao longo do dia. Se Ele lhe disser qualquer
coisa, através da Bíblia ou em seu espírito, para ser obedecida,
escreva exatamente como você obedecerá e, em seguida, obedeça.
Escreva, também, como você obedeceu.
3. Nas próximas duas semanas, escreva 2 versos bíblicos
diariamente em um pedaço de papel separado e memorize-os.
NESTE papel, escreva apenas onde as escrituras estão, por
exemplo, I João 3:16. No final de duas semanas, você deve ter
memorizado 14 versículos bíblicos. Faça disso um hábito em sua
vida.
ORAÇÃO: Precioso Jesus, compreendo que, como um
discípulo radical, preciso viver em um relacionamento
íntimo contigo. É meu desejo, a cada dia, conhecê-lo
melhor, ouvir sua voz e receber força para o meu dia do
Senhor, todas as manhãs. Ajuda-me a estabelecer um
devocional radical. Amém.
14
PENSAMENTO RADICAL
TRANSFORMAÇÃO RADICAL

Nossa mente é um campo de batalhas que o diabo usa para nos


trazer tentações. Nossa mente controla nossas ações, mas nossas
ações não controlam nossa mente. Se verdadeiramente quisermos
ser transformados pela Graça e pelo poder de Deus, precisamos
compreender a importância de nossa mente. Paulo nos ensina em
Romanos 12:1-2 como nossa mente é poderosa e como ela
influencia nossos comportamentos:
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que
apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.E não
sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e
perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1,2)
Paulo nos diz no verso 2 que podemos ser transformados pela
renovação de nossa mente. A palavra Grega usada aqui para a
palavra transformada é a raiz da palavra metamorfose. Essa não
nos é uma palavra estranha, pois a aprendemos na escola quando
crianças. A transformação de uma lagarta em uma borboleta se dá
pelo processo que chamamos de metamorfose. Se olharmos para
uma lagarta e a compararmos com uma borboleta, iremos ver duas
criaturas completamente diferentes uma da outra. A lagarta se
rasteja pela terra, enquanto a borboleta voa pelo ar sem esforço
algum. A maioria das pessoas amam as borboletas e até ficam
felizes se alguma pousa neles; mas não sou todos que desejam
sentir uma lagarta se arrastando pelo corpo. Por que as pessoas
preferem ter em suas mãos as borboletas, e não as lagartas?
Porque a borboleta é o resultado maravilhoso da metamorfose
sofrida pela lagarta; é esse o significado da palavra grega
transformada usada nos versículos de Romanos 1:1-2.

ESCOLHA RADICAL
Discípulos radicais usam suas mentes para pensar radicalmente.
Ninguém, além de você mesmo, tem o controle de sua mente. Sem
a renovação de nossas mentes, nossas vidas não podem ser
transformadas. O mais importante a perceber nessas escrituras do
capítulo 12 de Romanos é a que a palavra transformada está escrita
na voz passiva, segundo às normas gramaticais do Grego. Isso é de
extrema relevância porque mostra que não somos nós quem
mudamos a nós mesmos, mas, nossa transformação ocorre pelo
poder da metamorfose que opera em nós quando decidimos
radicalmente usar a nossa mente. A Bíblia tem muito a dizer sobre o
poder de nossa mente. Em Romanos 8:5 está escrito:
Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as
coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para
as coisas do Espírito. (Romanos 8:5)
Aqui, podemos claramente ver que independente da direção que
nossa mente tomar, nossas ações sempre a acompanharão. Se
pusermos nossa mente nas coisas da carne, nossas ações
caminharão de acordo com os pensamentos da mente. Há estudos
científicos comprovando que pensamentos de vingança ou mágoa
que geram reações físicas negativas em nossos corpos. Se
permitimos nossa mente se focar na mágoa ou vingança, nossa
pressão sanguínea sobe, nossos músculos ficam tensos e nosso
sistema imunológico reage negativamente. Por outro lado, se
pensarmos em perdoar aqueles que nos machucaram ou nos
maltrataram, nossos corpos podem responder positivamente,
provocando mudanças neurológicas, cardiovasculares e
musculares. Estudos científicos também nos mostram que a mera
visualização de certas ações estimula algumas partes do cérebro
como também de suas ações.

DEUS OU O DIABO?
Deus nos criou, portanto, Ele compreende perfeitamente como
nossa mente influencia nossas ações. Deus não nos deu mentes
poderosas para a usarmos com pensamentos radicais, mas Ele
também nos deu nosso livre arbítrio para escolher onde colocar
nossas mentes e nossos pensamentos; somos livres para escolher
sobre o que quisermos pensar. O Espírito Santo e o diabo, através
dos demônios, tentarão ter o controle sobre nossas vidas. Esse
controle se dá, justamente, através de nossos pensamentos.
Portanto, precisamos de discípulos radicais pensando radicalmente.
Em Efésios 2:1-3, há uma ilustração clara sobre o modo como os
demônios controlam a mente humana.
E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e
pecados, em que noutro tempo andastes segundo o
curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades
do ar, do espírito que agora opera nos filhos da
desobediência; entre os quais todos nós também antes
andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a
vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por
natureza filhos da ira, como os outros também. (Efésios
2:1-3)
Vamos olhar para algumas palavras chave neste versículo; ele
nos diz que antes de sermos salvos, andávamos segundo o curso
deste mundo e segundo o príncipe das potestades do ar. Este
mundo é influenciado pelo príncipe do ar, que é o diabo e seus
demônios. Como ele influencia as pessoas? Os versos 2 e 3 nos
dão a resposta. Ele nos diz que os espíritos malignos trabalham nos
filhos da desobediência que vivem na luxúria da carne, fazendo a
vontade da carne e dos pensamentos. Em outras palavras, Paulo
está dizendo aqui que as pessoas não são salvas e que vivem em
pecado agem como agem devido a forças demoníacas inspiradas e
influenciadas por forças demoníacas, que influenciam suas mentes
forçando-os agirem pecaminosamente. Se compreendermos esta
verdade poderosa, iremos submeter nossas mentes ao Senhorio de
Jesus e permitir a graça a influenciar e transformar nossas mentes.
Em II Coríntios 11:3, Paulo enfatiza esta verdade quando
escreveu: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com
a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os
vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.”
Ele sabia que, uma vez que o diabo levava as pessoas a pensar de
certo modo, suas ações seguiriam seus pensamentos.
Muitos cristãos sofrem para controlarem suas mentes. Já sentei-
me e orei com inúmeras pessoas que compartilharam suas
dificuldades e lutas que enfrentam em relação aos seus
pensamentos e, por isso, pediram minha ajuda e oração. O inimigo
parece controlar as vidas dessas pessoas através de seus
pensamentos. Lembre-se de que agimos segundo o que pensamos.
Interessante que esses irmãos já repreenderam o inimigo, já
tentaram não pensar em coisas negativas, mas nada que tentaram
funcionou. O fato é que precisamos abraçar esta simples verdade:
somos responsáveis pelo que pensamos, e ninguém mais.

PENSANDO RADICALMENTE
Ao invés de ficar tentando parar seus pensamentos negativos,
você precisa compreender que você é quem decide sobre o que
pensar. Lembre-se de que toda criança sonha acordada, pois ela
tem domínio sobre seus pensamentos. Essa habilidade é natural do
homem; é uma habilidade dada a nós pelo próprio Deus. Em
Filipenses 4:8 está escrito:
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o
que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro,
tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.
(Filipenses 4:8)
Em Colossenses 3:2 está escrito: “Pensai nas coisas que são de
cima, e não nas que são da terra”. Esse texto não nos fala para
pedirmos a Deus para fazer qualquer coisa, mas está escrito que
somos nós quem devemos fazer algo. Aqui está claramente dito que
devemos pensar radicalmente; está claro que devemos escolher
pelo poder de nosso livre arbítrio e pensar sobre as coisas celestes
em vez de pensar sobre as coisas da terra. Isso é pensamento
radical. Por alguns instantes, tente sonhar acordado sobre as coisas
celestiais e, depois, observe só como você irá se sentir.
Foi assim que Deus nos criou: livres para pensarmos como
quisermos. Não tente parar seus pensamentos negativos. Ao invés
disso, use sua mente para pensar sobre a simplicidade de Cristo.
Quando você se focar em Cristo, no trabalho consumado da cruz e
no poder da graça em sua vida, você terá a vitória sobre sua mente;
quando sua mente for renovada, sua vida será transformada
poderosamente. É importante ressaltar que eu não estou falando
sobre pensamento positivo, como um método mundano para
transformar nossas vidas. Estamos falando sobre pensar
radicalmente sobre o que Deus diz. Escolha pensar sobre você
mesmo, suas circunstâncias, seu futuro, seu companheiro
ministerial ou sobre qualquer coisa que Deus falar com você; não
procure pensar sobre aquilo que seus olhos naturais veem. Lembre-
se de que a confissão de nossa boca é resultado daquilo que
pensamos previamente. Se você aprender a pensar os
pensamentos de Deus, você irá aprender a fazer a obra de Deus.
Veja os versículos que seguem e poderá, claramente, ver que
eles colocam toda responsabilidade do que pensamos sobre nós. É
uma mentira do diabo que não podemos controlar nossos
pensamentos; essa ideia é completamente antibíblica. O diabo não
tem poder para controlar nossos pensamentos; somos nós quem
escolhemos sobre o que pensar. Se estivermos atentos ao
maravilhoso poder que nossos pensamentos têm, seríamos muito
mais cuidadosos sobre o que pensamos. Ao ler os versículos que
seguem, observe que os trechos que grifei tratam de nossa
responsabilidade sobre tudo o que pensamos.
Sede unânimes entre vós; não apliquem a vossa mente
em coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não
sejais sábios em vós mesmos. (Romanos 12:16)
Aqui a Bíblia nos diz que não devemos aplicar nossas mentes em
coisas altas. Assim, esse versículo coloca sobre nós toda a
responsabilidade de nossos pensamentos.
Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e
agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz
de Cristo. Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e
cuja glória é para confusão deles, que só aplicaram suas
mentes nas coisas terrenas. (Filipenses 3:18-19)
Outra vez, podemos ver claramente que a bíblia fala sobre certas
pessoas que aplicaram suas mentes nas coisas da terra. A Bíblia of
faz totalmente responsáveis pelo que pensam.
Portanto, cingindo os lombos de vossa mente, sede
sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos
ofereceu na revelação de Jesus Cristo. (1 Pedro 1:13)
Amo esse versículo porque ele nos mostra, sem rodeios, toda
nossa responsabilidade em relação a nossos pensamentos.
Discípulos radicais simplesmente decidem em pensar radicalmente.
Veja que está escrito: “cingindo os lombos de vossa mente”, mas, o
que isso significa? Eis uma expressão importante: nos tempos
bíblicos, os homens usavam longas vestes, que chegavam a
arrastarem-se ao chão. Com tais vestimentas, era-lhes impossível
correr ou fazer qualquer tipo de trabalho manual. Quando um
homem precisava fazer uma dessas coisas, tinha que levantar o
vestido e cingi-lo em seus lombos; isso era algo comum de se fazer
entre eles. Quando o apóstolo Paulo fala sobre cingir os lombos de
nossa mente, todos compreendiam claramente o que ele falava;
todos sabiam que Paulo dizia que deveriam controlar seus próprios
pensamentos para que pudessem correr a corrida sem falhas,
fazendo plenamente o trabalho de Jesus Cristo; somos nós quem
escolhemos controlar nossas mentes. Em Romanos 12:3 está
escrito:
Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre
vós que não pense de si mesmo além do que convém;
antes, pense com moderação, conforme a medida da fé
que Deus repartiu a cada um. (Romanos 12:3)
Outra vez está claro que ninguém além de nós mesmos somos
responsáveis pelo que pensamos. Paulo simplesmente nos pediu
para pensar. Se crermos na mentira do diabo, que não temos
controle sobre nossos pensamentos, então sempre nos sentiremos
como vítimas. Uma das razões pela qual o diabo tem medo de
assumirmos o total controle de nossos pensamentos é pelo fato de
que ele entende o poder dinâmico que nossos pensamentos têm. Se
você puder pensar como Deus, então você pode agir como Ele age.

PAZ RADICAL
Em Isaías 26:3 está escrito: “Tu conservarás em perfeita paz
aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti”. Este é
um versículo revolucionário que tem o poder de transformar a vida
de todos os que o colocarem em prática. Se compreendemos que
palavra “conservar” significa “estabelecer guarda”, entenderemos, a
partir deste versículo, que o próprio Deus nos guardará em perfeita
paz. O significado da palavra “paz” no grego é muito mais profundo
que a maioria das pessoas imaginam. Este significado inclui
completude, solidez, segurança, saúde, prosperidade, tranquilidade
e contentamento. Então, imagine comigo que Deus constantemente
guardará os que estiverem firmes nele em todos esses sete
elementos; não seria uma vida maravilhosa? Dessa forma, nunca
ficaríamos estressados, nunca nos preocuparíamos; nossas vidas
simplesmente seriam maravilhosas. Todavia, precisamos estar
certos de que a condição para experimentarmos essa verdade é ter
nossas mentes fixamente firmes em Deus.
Há algo ainda mais poderoso neste verso, que passa
desapercebido numa leitura superficial. A palavra “perfeita” é, na
verdade, a mesma palavra usada para paz. Em outras palavras, a
Bíblia nos diz que “Ele nos conservará em paz com Ele, paz cujas
mentes estiverem nEle”. Lembre-se do significado da palavra paz e,
então, pense comigo: será por que os tradutores não traduziram do
modo como parafraseei, e preferiram usar “perfeita paz”? A resposta
é encontrada na gramática grega; eles possuem uma regra que não
possuímos em nossa língua. A regra gramatical é chamada de
epizeuxis. Essa regra diz que se alguém quiser enfatizar algo com
muita veemência, ele pode repetir, duas vezes, a palavra a ser dada
ênfase, ou seja, a ênfase é dada pela duplicação ou encadeamento.
Assim sendo, Deus está dizendo neste versículo o seguinte: “Se
você escolher a pensar radicalmente e controlar seus pensamentos,
pensando sobre mim, e não sobre seus problemas, dificuldades ou
circunstâncias, Eu (o Senhor) guardarei você em absoluta e perfeita
completude, solidez, segurança, saúde, prosperidade, tranquilidade
e contentamento”. Ainda, ressalto que o significado em Hebraico
para a frase “conserve sua mente nEle” significa “constituir
pensamentos ativamente”. Se você escolher pensar radicalmente,
você viverá uma vida abundante.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Em quais áreas de sua vida você deseja uma mudança
radical? Escreva-as abaixo. Certifique-se de que você anotou cada
área: fisicamente, espiritualmente, mentalmente e emocionalmente.
2. Pegue cada uma dessas áreas e, cuidadosamente, investigue
sobre o que você pensa sobre cada uma dessas coisas. Por
exemplo, você precisa perder peso e quer se exercitar. O que você
pensa sobre isso? Será que você pensa: “É difícil, não consigo me
exercitar …” Escreva todos os seus pensamentos abaixo e conecte-
os às áreas de sua vida que você deseja mudar.
3. Descubra o que a Bíblia diz sobre você em cada uma das
áreas postas acima, como em Romanos 8:37, “eu sou mais que um
vencedor …” Escreva o que a Bíblia diz sobre cada área e, depois,
comece a meditar, pense na verdade da Bíblia. Quando você se
pegar pensando negativamente ou com impureza, simplesmente
mande os pensamentos embora em nome de Jesus, pela autoridade
de Cristo, e comece a ativar o que a Bíblia diz.
4. Vamos entrar juntos numa jornada de 30 dias? Decida não
pensar negativamente nem com impureza sobre nada nem ninguém
pelos próximos 30 dias. Escreva cada pensamento negativo que
tentar você nesse período. Depois, escreva a verdade da Bíblia que
você irá pensar em substituição do pensamento ruim. Lembre-se de
que você tem TOTAL autoridade sobre aquilo que você pensa. É
uma mentira do diabo que você não pode controlar seus
pensamentos. Pare de acreditar nessas mentiras. Ao desenvolver
esses hábitos, você experimentará uma transformação radical em
sua própria vida e em suas circunstâncias.
ORAÇÃO: Querido Deus, o Senhor é um criador
maravilhoso. O Senhor criou-me com uma mente
poderosa. O Senhor me redimiu através da obra
consumada da cruz. Agora, tenho a autoridade de pensar
o que eu escolher pensar. Perdão por todas as vezes que
negligenciei esse poder. De agora em diante, eu escolho
pensar sobre aquilo que sua Palavra diz, e não naquilo
que meus olhos naturais vêem ou naquilo que sinto.
Obrigado por ajudar-me, Amém.
15
SOBRENATURAL RADICAL
A REALIDADE DO MUNDO ESPIRITUAL
O mundo espiritual é absolutamente real, mas não podemos
percebê-lo com nossos sentidos naturais. Estou absolutamente
convicto de que o mundo espiritual é mais real que o natural. Por
que, então, muitas pessoas acreditam mais naquilo que seus olhos
naturais vêem que naquilo que não conseguem ver? É necessário
compreendermos que o único modo como podemos trazer essa
realidade do mundo espiritual para nosso mundo natural é pela fé.
Antes ativarmos o espiritual para o natural, precisamos estar certos
de que tanto o sobrenatural quanto o mundo espiritual existem. Em
Salmos 105:4-5 está escrito:
Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face
continuamente. Lembrai-vos das maravilhas que fez, dos
seus prodígios e dos juízos da sua boca. (Salmos 105:4 -
5)
Já ouvi sermões falando sobre a nossa necessidade de
buscarmos a presença de Deus, e não os seus dons. Enquanto
esse discurso parece muito espiritual, preciso confrontá-lo dizendo
que não é bíblico. É claro que nunca devemos amar mais os dons
que o Senhor dos dons, porque isso entristeceria o Senhor.
Entretanto, não buscar os dons é uma atitude antibíblica. O salmista
nos disse para “buscar o Senhor e a sua força”. O significado
original em Hebraico deste verso é “desejar ardentemente” e “querer
com todas as forças”. Precisamos ter um desejo profundo pelo
sobrenatural antes de experimentar coisas sobrenaturais. Não nos
esqueçamos de que a Bíblia é um livro sobrenatural, tanto que se
você retirar dela cada página que fala sobre qualquer acontecimento
sobrenatural, você terminaria tendo uma Bíblia muito fina, até a
primeira página faltaria, pois seria a primeira a ser arrancada.
A EXPERIÊNCIA DO SOBRENATURAL
Como experiência sobrenaturais se tornam uma parte regular de
nossas vidas? Creio que essa experiência não depende de Deus,
mas totalmente de nós. Deus deixou claro na Bíblia o seu desejo de
manifestar o seu poder através da vida de seus filhos. Eis o que
precisamos fazer para vivermos um estilo de vida sobrenatural:
• Precisamos abandonar a teologia e adotar a realidade
experimental. As pessoas, frequentemente, tem uma teologia
perfeita quando se trata de poder sobrenatural, mas nunca
experimentam desse poder em suas vidas. O cristianismo não
pode ser fundamentado no conhecimento que temos em nossas
mentes; ele deve ser um conhecimento experimental. A maior
parte de nossos pensamentos tem sido influenciada pelo
pensamento Grego, em vez de ser pelo Hebraico. Esta é uma
das razões pela qual a maior parte de nosso conhecimento está
em nossa cabeça, e não em nossas experiências. 7
• Precisamos abandonar a religião para adotarmos o
relacionamento com Deus. O cristianismo não é outra religião,
mas um relacionamento vivo com o Criador do universo. Se
vivermos verdadeiramente em fé neste relacionamento vivo, o
exercício experimental do sobrenatural torna-se inevitável.
Gosto de dizer que não acredito que Deus faz milagres. As
pessoas usualmente reagem muito chocadas com minha
afirmação; sempre preciso explicá-las que Deus é um ser
sobrenatural e, para alguém assim, fazer algo sobrenatural não
é um milagre, mas sim algo totalmente natural para Ele.
• Precisamos abandonar os fatos e adotar a verdade. Grande é a
tentação em acreditar mais nos fatos que na verdade. Se
quisermos ser radicalmente sobrenaturais, precisamos escolher
viver fundamentados na verdade mais que nos fatos. As
circunstâncias nunca são a verdade, elas sempre são os fatos.
É fato, por exemplo, que pessoas não podem andar sobre as
águas; esta é uma das leis da física. A verdade é que tanto
Pedro quanto Jesus andaram sobre as águas. Enquanto Pedro
creu na verdade mais que nos fatos, ele experimentou o
sobrenatural de Deus. Jesus disse que Ele é a verdade;
portanto, tudo o que Ele disse é, também, verdade. Qualquer
coisa que Deus prometer a você será a verdade e desafiará os
fatos, basta ousarmos a crer na verdade. Olhe para todas as
suas circunstâncias, independentemente de quão difíceis
sejam, simplesmente reconheça cada uma delas como fatos.
Depois olhe para as promessas de Deus sobre essas
circunstâncias, vendo-as como a verdade absoluta e, pela fé,
traga todos os milagres de que você precisa do mundo
espiritual pra o mundo natural.

CRIADOS À IMAGEM DE DEUS


A Bíblia diz que fomos criados à imagem de Deus. Uma vez que
Deus não é um ser natural, mas, sobrenatural; uma vez que fomos
criados à imagem dEle, somos, também, seres sobrenaturais.
Então, como seres sobrenaturais, deveríamos experimentar
milagres constantemente. Nossa salvação não é algo natural, mas
uma plena ação sobrenatural de Deus. Cada cristão é chamado
para viver um estilo de vida sobrenatural. Não nos esqueçamos de
que somos filhos do Reino de Deus. O apóstolo Paulo disse em I
Coríntios 4:20 que: “O reino de Deus não consiste em palavras, mas
em poder”.
Leia esse versículo e veja exatamente o que Paulo disse sobre o
que consiste o Reino de Deus. Ele nos afirmou que o Reino é Poder.
Jesus ensinou-nos a orar “venha a nós o teu Reino”. Lembre-se de
que o Reino de Deus é poder. Então, se substituirmos a expressão
“Reino de Deus” pela palavra “poder” e orarmos a oração do Pai
nosso, teremos: “venha a nós o teu poder”. Aqui vemos o desejo de
Deus para que seus filhos clamem pela manifestação do poder de
Deus. Discípulos radicais não viverão no natural, mas tocarão o
mundo espiritual pela fé, trazendo o sobrenatural para suas
realidades e necessidades naturais.

EXPERIÊNCIAS DO SOBRENATURAL
Minha esposa e eu experimentamos o sobrenatural de Deus
constantemente em nossas vidas nos 30 anos de nosso casamento.
Decidimos não viver no natural, mas sermos radicalmente
sobrenaturais. Enfrentamos muitas crises, testes e dificuldades, mas
aprendemos a tocar nas fontes celestiais e trazer milagres para a
terra. Não há páginas suficientes neste livro para contar todas as
histórias em que temos experimentado o sobrenatural, apesar de ter
contado sobre algumas nos livros Fé, o Fugitivo de Deus, e
Sobrenatural, já mencionados anteriormente.
Uma dessas experiências aconteceu quando eu dirigia meu carro,
com meu irmão assentado ao meu lado. De repente, outro carro
veio em nossa direção num local em que não tínhamos nem espaço
pela esquerda nem pela direita para desviarmos dele e evitar uma
colisão frontal. Não havia tempo de pararmos os carros, uma vez
que ambos haviam acabado de acelerar os veículos. Então, gritei:
“Jesus!” e, instantaneamente, meu carro foi transportado para o
outro lado do carro que vinha contra a minha direção; de repente,
deixamos de nos ver frontalmente, e passamos a enxergar um ao
outro pelo retrovisor de cada carro. Meu irmão olhou para trás em
choque e viu o caro, atrás de nós, indo em direção contrária. Eu
poderia contar-lhes incontáveis histórias sobrenaturais como essa,
mas creio que será suficiente para defender que devemos ser,
urgentemente, radicais sobrenaturalmente.

POR QUE DEUS QUER FAZER MILAGRES?


É tão claramente expresso nas escrituras que Deus deseja fazer
milagres e demonstrar seu poder sobrenatural. A principal razão
pela qual Ele quer fazer milagres é porque o Senhor nos ama
apaixonadamente, e o amor sempre precisa ser expresso. Sem uma
ação sobrenatural, é impossível para Deus expressar seu amor por
nós. Devemos desejar expressar o amor de Cristo para um mundo
caído, e isso não pode ser feito sem o sobrenatural de Deus, é
claro.
Outra razão de Deus para querer fazer milagres é porque Ele
amam glorificar seu nome. O sobrenatural não tem nada conosco, é
totalmente ligado à Deus; ele não acontece através de nós para que
possamos parecer importantes ou especiais, mas para que o nome
de Deus seja glorificado e que Jesus Cristo seja exaltado. Essa é a
razão pela qual Deus ama usar canais fracos, pois dessa forma Ele
melhor expressa seu grande poder. Outra razão é que Jesus
manifestou-se para destruir as obras do diabo. A vitória da cruz de
Jesus sobre o diabo foi completamente sobrenatural. Uma vez que
Jesus veio para destruir as obras do diabo, o que não poderia ter
sido feito sem o sobrenatural de Deus, devemos viver radicalmente
no sobrenatural para mantermos o diabo numa posição de derrota
em relação a nós também.

COMO PODMOS CRESCER NO SOBRENATURAL DE DEUS?


Precisamos “perseguir”, ou seja, buscar intensamente o
sobrenatural para podermos experimentá-lo e crescer nele. Lembre-
se do versículo no início deste capítulo: “Busque o Senhor e a sua
força”. Sem buscarmos ativamente o sobrenatural, nunca o teremos
como estilo de vida. Precisamos orar, regularmente e jejuar para
que nossos corações estejam abertos; assim, estaremos prontos
para andarmos no sobrenatural de Deus. Sejamos, radicalmente,
sobrenaturais.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Escreva os fatos de cada área de sua vida que você enfrenta
uma situação difícil. Depois, encontre a verdade em relação a essas
situações e a escreva debaixo de cada verdade. Por exemplo, se
você enfrentar o fato da enfermidade, você, então, precisa encontrar
a verdade na Bíblia que confronte o fato. Faça isso com cada uma
das situações difíceis que você enfrenta. Então, escolha pensar,
meditar, acreditar e declarar cada uma dessas verdades.
2. Escreva 3 coisas na vida de alguns de seus amigos íntimos e
dos membros de sua família relacionadas às áreas em que
precisam de algum milagre. Depois, escreva 3 razões pelas quais
Deus quer fazer um milagre para eles. Comece a orar
especificamente por essas situações todos os dias até você ver o
milagre.
3. Em quais áreas de sua vida você aceita as dificuldades quando
deveria esperar um milagre? Seja muito específico. Escreva,
também, o que você fará para mudar essa situação. Lembre-se de
começar a agir agora!
ORAÇÃO: Pai, sua Palavra é tão clara quanto ao sobrenatural.
Eu não quero limitar nem o Senhor nem seu poder. Eu quer ser uma
expressão de seu reino. Por favor, ajude-me a, constantemente,
caminhar no sobrenatural. Amém.

7 Explico o pensamento grego em detalhe no meu livro chamado


Sobrenatural.
16
VITÓRIA RADICAL
Deus nunca quis que seus filhos vivessem em nenhum tipo de
derrota. É o desejo dEle expressar sua bondade, amor, favor e
graça através da vida de seus filhos. Quando pessoas que não
conhecem a Deus olham para nós, eles deveriam desejar o que
temos, simplesmente por observarem o modo como vivemos nossas
vidas vitoriosamente.

O MAL ENTENDIDO
Há um grande mal entendido na cabeça de muitos cristãos;
infelizmente acreditam enganosamente que viver uma vida de vitória
significa não ter problemas. Se esse fosse o caso, nem Jesus nem
Paulo teriam vivido uma vida de vitória. Ambos tiveram muitas
dificuldades em suas vidas, mas mesmo assim viveram
absolutamente uma vida vitoriosa. É importante ressaltar que a
vitória não depende de nossa força; ela depende totalmente do
trabalho consumado da cruz. O apóstolo Paulo compreendeu isso
ao declarar em I Coríntios 15:57: “Graças sejam a Deus, que nos
deu a vitória através de nosso Senhor Jesus Cristo”.
Se você estudar as vidas dos doze apóstolos, depois da acensão
de Jesus, você verá que as oposições e dificuldades faziam parte de
suas vidas normalmente. A história da igreja diz que todos eles,
exceto um, morreu como um mártir. A vitória deles não dependeu de
suas circunstâncias. Ninguém pode viver uma vida de vitória quando
as circunstâncias são boas. Uma vida assim não representa vitória
radical. Quando aprendemos a direcionar plenamente nossa força a
Cristo, e não somente a tolerar as circunstâncias, mas usando-as
para um propósito maior em Deus, conheceremos e viveremos em
vitória radical. Em I João 5:4 está escrito:
Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e
esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. (I João
5:4)
João afirmou, claramente, que é a nossa fé que nos dá vitória
absoluta; é a nossa fé que vence o mundo. Nunca podemos ser
vencidos pelo mundo, mas deveríamos vencê-lo pela nossa fé na
vitória da cruz. Discípulos radicais se apropriarão da vitória de Cristo
em todo tempo em em todas as circunstâncias. Jesus fez de usa
aparente grande derrota, sua morte na cruz, a maior vitória de toda
história.

MAIS QUE UM VITORIOSO


Muitos cristãos conhecem Romanos 8:37, que diz que nós somos
mais que vencedores através daquele que nos amou. Este verso é
citado muitas vezes por pessoas que verdadeiramente não
compreendem esse contexto. Paulo não escreveu essa afirmação
quando ele estava tendo um maravilhoso momento em sua vida
nem ao final de uma grande conferência. Vejamos na Palavra o
contexto em que ele fez tal afirmação:
Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou
a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou
o perigo, ou a espada? Como está escrito:Por amor de ti
somos entregues à morte todo o dia;Somos reputados
como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas
coisas somos mais do que vencedores, por aquele que
nos amou. (Romanos 8:35-37)
Paulo descreve uma terrível situação aqui. Ele fala sobre
tribulação, aflição, perseguição, fome, nudez, perigo e espada. Foi
neste contexto que ele disse, “Nós somos mais que vitoriosos em
Cristo Jesus que nos amou”. Neste versículo, a palavra chave é a
preposição “em”; isso porque não somos mais que vitoriosos por
sermos cristãos. Somos mais que vitoriosos porque Cristo já venceu
todos os inimigos por nós e nEle (em Ele) podemos, simplesmente,
nos apropriar de sua vitória pela fé. A vitória radical nunca depende
da própria força, mas sempre se apropria da vitória de Cristo.
LIÇÕES DE DAVI
Davi era um homem que sabia como viver em vitória radical. Em I
Samuel 30, lemos a história de um dos momentos mais escuros da
vida de Davi. Quando Davi e seus homens poderosos, que eram
seus amigos mais íntimos e confiáveis, voltaram para casa, viram
que o inimigo havia invadido a cidade, colocado fogo em tudo e
levado as mulheres e crianças cativos como escravos. Quando os
homens chegaram na cidade e viram a situação, choraram
amargamente. A Bíblia nos diz no versículo 6 que Davi estava em
grande aflição.
E Davi muito se angustiou, porque o povo falava de
apedrejá-lo, porque a alma de todo o povo estava em
amargura, cada um por causa dos seus filhos e das suas
filhas; todavia Davi se fortaleceu no Senhor seu Deus. (I
Samuel 30:6)
Imagine a dor de Davi, não somente suas esposas e filhos
haviam sido capturados, mas, agora, seus melhores amigos falavam
em matá-lo; mas mesmo no momento de grande angústia, Davi
viveu em vitória radical. Mas, como ele fez isso?

FORTALEÇA-SE NO SENHOR
No versículo 6, a Bíblia diz que Davi se fortaleceu. Como Ele fez
isso? Ele se fortaleceu no Senhor. Não há um versículo específico
dizendo isso, mas ao estudarmos a vida de Davi, especialmente ao
lermos o livro de Salmos, podemos facilmente encontrar como ele
buscou o Senhor. Em todas as circunstâncias, ele olhou para Deus
com louvor e ação de graças. Ele também se focou na natureza e
bondade de Deus em meio os tempos mais difíceis de sua vida.
Precisamos estar certos de que as circunstâncias mudam, mas
Deus nunca muda. Ele é sempre fiel, Ele sempre nos ama e sempre
está ao nosso lado. As escrituras dizem em II Timóteo 2:13 que, “Se
formos infiéis, Ele permanece fiel; Ele não pode negar a si mesmo”.
As pessoas que vivem em vitória radical sempre acreditarão na
fidelidade de Deus.
RECEBA UMA PROMESSA DE DEUS
Davi sabia que o próprio Deus era a resposta para a sua vitória.
No versículo 8 está escrito:
Então consultou Davi ao Senhor, dizendo: Perseguirei eu
a esta tropa? Alcançá-la-ei? E lhe disse: Persegue-a,
porque decerto a alcançarás e tudo libertarás. (I Samuel
30:8)
Davi sabia muito bem que se ele quisesse viver uma vida de
vitória, então ele teria de ouvir de Deus. Sem fé, nunca podemos ter
vitória e, sem uma promessa de Deus, nunca podemos ter uma fé
bíblica. Se gastássemos mais tempo perguntando ao Senhor para
conhecermos seus propósitos e para alcançarmos uma promessa,
ao invés de somente orar segundo aquilo que desejamos, sempre
viveríamos uma vida em radical vitória.

PERSEVERANÇA
Em tempos de crise, a preguiça espiritual é uma das piores coisas
que podemos ter. Davi e seus homens poderiam ter desistido ou,
simplesmente, poderiam ter assumido uma postura de
autocomiseração, mas, em vez disso, agiram. Nos versos 9 e 10,
temos a seguinte anotação:
Partiu, pois, Davi, ele e os seiscentos homens que com
ele se achavam, e chegaram ao ribeiro de Besor, onde
pararam os que ficaram atrás. E perseguiu-os Davi, ele e
os quatrocentos homens, pois que duzentos homens
ficaram, por não poderem, de cansados que estavam,
passar o ribeiro de Besor. (I Samuel 30:9,10)
Davi sabia que aquele não era o momento de desistir, mas de se
firmar na promessa de Deus e agir. Há outro lado da fé que
devemos entender e viver se quisermos ter uma vitória radical; esse
outro lado é chamado de perseverança. Se eu perguntasse a você
se você gostaria de herdar qualquer coisa incrível, estou certo de
que você responderia “sim”, com todo o seu coração. Mas as
escrituras dizem em Hebreus 6:11-12 que a fé, por si só, não nos
dará nossa herança. Está escrito:
Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo
cuidado até ao fim, para completa certeza da esperança;
para que vos não façais negligentes, mas sejais
imitadores dos que pela fé e paciência herdam as
promessas. (Hebreus 6:11,12)
Há dois trechos chaves nessa passagem. O primeiro está no
versículo 11 que diz: “até ao fim” e o outro está no versículo 12 que
diz: “pela fé e paciência”. Se verdadeiramente quisermos viver em
vitória radical e herdar todas as nossas promessas, temos que
perseverar até o fim. A palavra “perseverar”, no original Grego
significa, “não perder o coração”, “suportar corajosamente o
infortúnio e problemas” e “estar focado em seu objetivo”; não
significa deixar de lado e esperar até as dificuldades passarem, na
verdade, essas expressões significam “ser determinado a ficar de pé
e enfrentar a oposição, e nunca perder a promessa de vista”.
Quando plantei minha primeira igreja, tive de conseguir um
emprego para sustentar minha família. O único trabalho que
encontrei em nossa pequena cidade naquela época foi numa fábrica
de fibra de vidro. O ambiente daquele lugar era horrível.
Constantemente, eu respirava toxinas a ponto de, por vezes, expelir
sangue de meus pulmões devido à tosse contínua. Precisava
trabalhar durante toda noite, até mesmo nos fins de semana e, além
de todo trabalho, precisava pregar aos domingos. Dentro de mim
havia um alto grito pedindo que eu desistisse de tudo e mudasse
para outra cidade, a fim de encontrar um emprego melhor e ter uma
vida mais descente.
A situação era tão ruim que, muitas vezes, deixei meu lugar de
trabalho chorando. Em um daqueles momentos tão difíceis, minha
esposa estava orando por mim e Deus falou com ela sobre mim; o
Senhor havia pedido que ela conversasse comigo e dissesse: “não
desista; persevere porque Deus esta ensinando você a permanecer
firme em todas as circunstâncias”. Naquele momento eu sabia que,
verdadeiramente, era Deus falando comigo. Lembro-me de dizer a
Deus que eu queria trabalhar naquele lugar até o último dia da
minha vida. Depois de ter decidido perseverar, sem desistir, em seis
meses Deus deu-me um emprego muito melhor.

O AMBIENTE PROFÉTICO
Amo ambientes proféticos, o que tem sido parte de minha vida há
35 anos. É sempre emocionante quando as pessoas recebem uma
profecia sobre os grandes propósitos e planos que Deus tem para
elas. Ao recebermos uma profecia, fé e alegria enchem nossos
corações, mas há um grande perigo sempre presente nessas
ocasiões. O que acontece, então, se a promessa dada na profecia
não se cumprir nos próximos 5, 10 ou mais anos? Frequentemente
quando Deus revela seus propósitos para nós, às vezes, eles não
são para o tempo em que recebemos a profecia, mas, por qualquer
outra razão, eles são para um tempo muito específico num futuro
distante. Se quisermos ver essas profecias serem cumpridas,
precisamos não somente da fé, mas de perseverança também.
Não importa o quão talentoso você seja; não importa o quão
ungido você seja nem quantas promessas ou profecias que você
tenha recebido, sem perseverança você nunca pode viver em vitória
radical. Quando decidi perseverar naquela situação difícil de meu
trabalho, algo foi acrescentado ao meu caráter e serviu-me para ser
aplicado em tantas outras situações; naquele tempo cresci em
perseverança. Aqueles que têm fé somente, até saem do barco e
começam a andar por sobre as águas, mas quando as
circunstâncias são terríveis, acabam desistindo e começam a
afundar, ou até voltam para o barco em busca de segurança.
Pessoas com fé e perseverança mantém caminhando sobre as
águas com toda dificuldade, independente quão árduo seja o
caminho; essas pessoas caminharão com Jesus mesmo se
enfrentarem tempestades e ondas altas. É isso o que chamo de
vitória radical.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Que áreas de sua vida são controladas pelas circunstâncias?
Escreva cada uma delas abaixo. Procure na Bíblia e descubra se
Deus prometeu vitória para você nessas áreas. Escreva, para cada
problema específico, a promessa que você encontrou na Bíblia;
(escreva as promessas logo abaixo de cada circunstância).
2. Escreva cada área de sua vida em que você depende de sua
força ou de sua sabedoria para alcançar vitória. Renuncie viver pela
sua foça nessas áreas de sua vida todos os dias, até que você
tenha tido vitória completa sobre a dependência da própria força.
Diariamente, declare que a sua vitória somente depende da obra
consumada da cruz.
3. Em que áreas de sua vida você tem vivido em derrota?
Especifique essas áreas e depois escreva, com suas palavras,
como você irá, a partir de agora, a fortalecer-se no Senhor em cada
uma dessas áreas. Coloque tudo isso em prática diariamente.
4. Escreva em que áreas de sua vida você começou alguma coisa
e acabou desistindo posteriormente? Seja específico; deixo alguns
exemplos como: dieta, oração, jejum, etc.
ORAÇÃO: Jesus, o Senhor nos prometeu a nos guiar em triunfo
sempre. Eu agradeço o Senhor por não ter de viver em minha força
nem em minha vitória, mas posso, pela fé, aplicar sua vitória em
minha vida diariamente. Não mais irei viver nem por minha força
nem por minha sabedoria, mas buscarei no Senhor tudo o que
preciso para viver uma vida de vitória. Ajuda-me a nunca desistir, e
sempre perseverar em todas as dificuldades. Amém.
17
DIFERENÇA RADICAL
A Bíblia nos ordena a não sermos conformados com este mundo.
Em Romanos 12:2 está escrito:
E não sede conformados com este mundo, mas sede
transformados pela renovação do vosso entendimento,
para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e
perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:2)
Quando a Bíblia fala sobre o mundo nesse versículo, ela não fala
sobre pessoas, mas sobre o modo como o mundo faz as coisas
enquanto seres governados pelo diabo. (II Coríntios 4:4). Deve
haver uma diferença radical entre a vida de um cristão e de um não-
cristão. Quando uma pessoa tem contato conosco, elas deveriam
saber, imediatamente, que somos diferentes de qualquer outra
pessoa que ainda não confessou Jesus como salvador de suas
vidas. O apóstolo João traz uma forte exortação em sua primeira
carta, vejamos I João 2:15-17:
Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se
alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da
carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida,
não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua
concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre. (I João 2:15-17)
Nosso amor indivisível deve pertencer ao Senhor, o nosso Deus.
O inimigo tem estratégias para influenciar o pensamento deste
mundo, pois seu objetivo é assumir o controle de tudo. Ele tem
infiltrado com sucesso as mentes de muitos cristãos, controlando-os
sem que eles sejam, pelo menos, alertados deste grande mal.
Precisamos ser radicalmente diferentes deste mundo tanto pelo
modo como pensamos quanto agimos.
Quando tinha 15 anos de idade, consegui meu primeiro emprego.
Antes de meu primeiro dia de trabalho, meu pai me chamou em seu
escritório e me disse: “Filho, todo mundo trabalha para ganhar
dinheiro; seja diferente, vá ao trabalho para servir. Aquelas palavras
ficaram presas em mim desde então. Aos 15 anos, no meu primeiro
emprego, havia decidido ser radicalmente diferente. Todos os dias,
ía ao trabalho para servir, e acabei sendo reconhecido como o
melhor funcionário. Até hoje, eu vivo para servir os outros. Tiago nos
mostra o perigo de sermos conformados com este mundo. Em Tiago
4:4, está escrito:
Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do
mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que
quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.
(Tiago 4:4)
Uma vez que este versículo é autoexplicativo, não vou comentá-
lo. Há muitas áreas em nossas vidas que precisamos ser,
definitivamente, diferentes do mundo. Sou incapaz de falar tudo isso
em um capítulo. Eis aqui somente algumas poucas coisas que são
comuns ao mundo e não devem ser encontradas nas vidas dos
crentes: mentira (mesmo se pensarmos que foi feita por uma boa
causa), roubo (mesmo de nossos empregadores), chegar atrasado
ao trabalho, sair mais cedo do trabalho (roubamos de nossos
patrões sempre que agimos assim), vestir-se indecentemente
(principalmente as mulheres) e não permitir que o mundo pressione
os cristãos aos padrões de beleza deste mundo; essas são algumas
das várias coisas que poderíamos citar.
A seguir, apresento algumas áreas que quero focar, pois creio
que nelas precisamos, ainda mais, sermos diferentes do mundo.
• Precisamos ter a atitude de um peregrino. A Bíblia diz no livro de
Salmos 84:5-7: “Bem-aventurado o homem cuja força está em
ti, cujo coração está posto na peregrinação. Ao passarem pelo
vale de Baca, fazem dele uma fonte; a chuva também o cobre
com seus poços. Eles caminham de força em força; cada um se
apresenta diante de Deus em Sião”8. Este é um versículo
maravilhoso, e muitas versões da Bíblia não o trazem bem
traduzido. O significado deste trecho das Escrituras é muito
claro no original Hebraico. Ao dizer que “bem-aventurado o
homem cujo coração está posto na peregrinação”, o versículo
afirma que o coração deste homem temente a Deus tem seu
coração posto numa jornada, e não faz de lugar algum o seu
lar. Aqui trata-se de um peregrino. Oh! Como esse versículo
alegra o meu coração. A maioria das pessoas que conheço tem
feito desta terra o seu lar. Em seus corações, eles se
assentaram e estabeleceram morada neste mundo. O foco de
seus corações é a família, o emprego, a casa e outras coisas
que são passageiras. O coração dessas pessoas não está na
peregrinação, mas, sim, nas coisas deste mundo, mesmo nas
coisas que são, aparentemente, boas. Os corações dessas
pessoas estão assentados e encontraram um lar na terra. A
segurança deles está nas coisas naturais, mas se esquecem de
que não são cidadãos desta terra, pois somos cidadãos do céu.
Aqui, nesta terra, precisamos permanecer peregrinos; estamos
de passagem rápida. Precisamos retirar nossos corações de
todas as coisas terrenas, como fazem os peregrinos que vivem
em tendas. SOMENTE se vivermos dessa forma que
alcançaremos as promessas postas nos versos 6 e 7. “Ao
passarem pelo vale de Baca, fazem dele uma fonte; a chuva
também o cobre com seus poços. Eles caminham de força em
força; cada um se apresenta diante de Deus em Sião”. No meio
da situação mais terrível, representada aqui pelo Vale de Baca,
que significa vale do choro, faremos dele uma fonte de água
viva que irá refrescar outros e, também, a nós mesmos. A
promessa de Deus é que caminharemos de força em força, mas
a condição é que nossos corações estejam postos na
peregrinação. Oh! Meu coração explode de alegria em meu
peito, sempre que medito nessa bela verdade e desapego meu
coração de TODAS as coisas desta terra. Não sou Austríaco,
nem Brasileiro, nem Americano; SOU cidadão de um país
distante e de muito maior qualidade; sou cidadão da Jerusalém
celestial cujo fundador e construtor é Deus. Sou somente um
peregrino nesta terra; estou aqui de passagem.
• Precisamos viver por algo que seja maior que nós mesmos.
Precisamos viver para o reino de Deus. Quero que você olhe
para essas duas afirmações, feitas por pessoas de grande
influência. Eles falam por si próprios. A primeira é David
Livingstone (o grande e famoso missionário da África); ele
disse: “Não coloco valor nenhum em nada que eu tenha ou
possa possuir, exceto em relação ao reino de Deus. Se
qualquer coisa sobrepor meus interesses ao reino de Deus, que
sejam abandonadas ou guardadas, somente por deixar essas
coisas de lado que posso dar glórias a Ele em quem confio
todas as minhas esperanças para o tempo ou eternidade”. A
segunda é Evangeline Weiner, membro da equipe da Aglow
Internacional, ela disse: “Recentemente, fui a uma reunião em
Hollywood e descobri que, décadas atrás, alguns produtores
enviaram o script de um filme para um conselho de
representantes das principais denominações para
determinarem o que era edificante nos filmes e, ao mesmo
tempo, para censurar o que seria prejudicial à sociedade. Um
dia, o conselho disse aos produtores que eles não tinham mais
tempo para exibir filmes, porque tinham muitas atividades na
igreja. Os produtores advertiram que se o conselho fosse
dissolvido, o padrão moral iria cair. O conselho se dissolveu e,
em um ano, o primeiro filme destinado para maiores de 18 anos
entrou em cartaz. Claramente, podemos ver que quando os
cristãos deixam de ser sal e luz, um dilúvio de imoralidade varre
nossa nação”. Esta afirmação de Weiner, é claro, fala sobre os
Estados Unidos da América, mas os princípios são os mesmos.
Se não vivermos por alguma coisa que seja maior que nós
mesmos, não seremos nem sal nem luz deste mundo. Creio
que esta é uma das razões que, no Brazil, a porcentagem de
cristãos evangélicos tem crescido e os índices de corrupção e
crime não têm decrescido. Discípulos radicais vivem uma vida
radicalmente diferente da do mundo.
• Devemos viver nossas vidas para o bem comum dos outros. Um
dos sinais típicos deste mundo e dos últimos dias é o egoísmo.
Em Filipenses 2:3, está escrito: “Nada façais por contenda ou
por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros
superiores a si mesmo.” Paulo também fala sobre a mesma
coisa, claramente, em sua carta a Timóteo: “Sabe, porém, isto:
que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque
haverá homens amantes de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis,
caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os
bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus. (II Timóteo 3:1-4). A primeira
coisa que é mencionada aqui é que os homens se tornarão
amantes de si mesmos. Isso é totalmente típico ao modo como
o mundo vive hoje. Discípulos radicais são diferentes
radicalmente. Em toda decisão que fazemos, precisamos nos
perguntar: “Será que o que estou fazendo é para o bem comum
de outros ou para o meu próprio bem somente?” Jesus viveu
radicalmente diferente, e nós somos seus discípulos. O Dr. Fritz
Kunkel, o mais famoso dos psicólogos alemães disse: “Todos
os erros, fraquezas e aberrações podem ser rastreadas a partir
do egocentrismo do homem”. (COLOCAR NO RODAPÉ:
KUNKEL, Fritz. God Helps Those … New York: ives Washburn,
1931, page 135). Todas as pessoas centradas em si mesmas,
ao sofrerem qualquer frustração, geralmente sofrem de
autocomiseração interior. Eles sentem que a vida é árdua para
eles. Eles culpam tudo e todos, exceto eles mesmos. Se você
observar, você verá que o mundo pensa somente em si mesmo,
e não sobre o bem comum dos outros. Discípulos radicais são
radicalmente diferentes. Como alguém disse certa vez: “Todos
somente pensam sobre si mesmos; sou o único que pensa
sobre mim”.
• Precisamos abraçar o sofrimento por amor ao reino de Deus. O
mundo evitará o sofrimento a qualquer custo. Precisamos ser
radicalmente diferentes. Não estou falando sobre desejar ficar
doente. Estou falando sobre abraçar o sofrimento pelo amor do
reino de Deus. A primeira profecia que Paulo recebeu em Atos
9:16 foi: “Porque vou mostrar a ele quantas coisas ele deverá
sofrer por amor do meu nome”. A atitude deste grande apóstolo
não foi evitar o sofrimento, mas abraçá-lo por amor ao reino de
Deus. Isso é visto claramente em Atos 20:22-24, “E agora, eis
que, ligado eu pelo espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o
que lá me há de acontecer, senão o que o Espírito Santo de
cidade em cidade me revela, dizendo que me esperam prisões
e tribulações. Mas de nada faço questão, nem tenho a minha
vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha
carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar
testemunho do evangelho da graça de Deus. (Atos 20:22-24).
Gostaria a desafiá-lo a estudar cada versículo do Novo
Testamento que fala sobre o sofrimento. Garanto que você se
surpreenderá com o que lerá.

SOFRIMENTO E GLÓRIA
É uma crença pessoal minha que nosso abraço radical para o
sofrimento pelo reino de Deus está diretamente relacionado com a
glória que iremos receber na eternidade. Tive uma experiência
espiritual em que estive no céu, certa vez, e ali vi grandes santos do
passado, inclusive o apóstolo Paulo. Conheço esses santos como
pessoas que, voluntariamente, abraçaram o sofrimento por amor de
Jesus Cristo; ao vê-los no céu, percebi o quanto eram muito mais
radiantes em glória que qualquer outra pessoa que ali estava
presente. Veja os versículos abaixo, neles pode ser visto uma
relação direta entre sofrimento e glória.
Porque para mim tenho por certo que as aflições deste
tempo presente não são para comparar com a glória que
em nós há de ser revelada. (Romanos 8:18)
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz
para nós um peso eterno de glória mui excelente; não
atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se
não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as
que se não vêem são eternas. (II Coríntios 4:17 - 18)
Paulo está nos dizendo que nossa aflição trabalha por nós,
produzindo um peso de glória eterno e excelente; (nossa
recompensa celestial). Porque ele compreendeu esta verdade, ele
foi diferentemente radical deste mundo e abraçou, com gratidão, o
sofrimento por amor a Cristo. Veja, também o que está escrito em I
Pedro 4:13-14:
Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das
aflições de Cristo, para que também na revelação da sua
glória vos regozijeis e alegreis. Se pelo nome de Cristo
sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre
vós repousa o Espírito da glória e de Deus; quanto a
eles, é ele, sim, blasfemado, mas quanto a vós, é
glorificado. (I Pedro 4:13 - 14)
Pedro também faz uma conecção direta entre o sofrimento por
Cristo e a glória. Discípulos radicais abraçam radicalmente o
sofrimento por amor ao reino e, então, tornam-se radicalmente
diferentes deste mundo. Há várias outras áreas que precisamos ser
radicalmente diferentes, mas não temos tempo nem espaço para
discuti-las neste livro.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Em que áreas de sua vida seus pensamentos ou ações têm
pouca ou nenhuma diferença dos pensamentos e ações dos que
estão no mundo? Escreva exatamente as atitudes que você tomará
sobre cada uma dessas áreas.
2. O seu coração está completamente posto na peregrinação?
Que coisas deste mundo você acharia difícil abandonar? Escreva-as
abaixo e, depois, escreva cada decisão que você tomará para
mudar essa situação. Mude imediatamente.
3. Se Jesus pedisse a você para mudar-se para o lugar mais
remoto da terra e, portanto, você teria de abrir mão de todos os seus
bens materiais, sem ter a possibilidade de um dia tê-los de volta,
você teria dificuldade de obedecer? Escreva por que sim ou por que
não. Também, escreva o que você não conseguiria viver sem. Ore e
peça ao Senhor para você ter forças para abrir mão dessas coisas,
caso um dia você necessite.
4. Você vive por algo que seja maior que você mesmo? Em que
áreas de sua vida você é egoísta? Escreva e, depois, renuncie
todas essas coisas. Decida radicalmente a viver pelo bem comum
dos outros, especialmente nas áreas que você mencionou.
5. Você está disposto a sofrer por Cristo? Escreva em que áreas
de sua vida você preferirá abraçar o conforto pessoal a viver uma
vida de sofrimento. Há alguma coisa que você não estaria disposto
a sofrer por Cristo? Escreva-as abaixo e, então, decida radicalmente
a mudar cada uma delas.
ORAÇÃO: Pai que está no céu, quero ser radicalmente
diferente. Jesus disse que estamos neste mundo, mas
não somos deste mundo. Ele também disse que não
havia se conformado com este mundo e, portanto, se fez
um modelo para nós. A partir de hoje eu escolho ser
radicalmente diferente. Por favor, Senhor, ajude-me a
viver segundo minha escolha. Amém.

8 Tradução literal da versão NKJV, do inglês para o português.


Nenhuma versão em língua portuguesa apresenta a palavra
peregrinação no versículo, que é fundamental para a compreensão
das explicações e justificativas feitas pelo autor neste capítulo.
18
JEJUM RADICAL
O JEJUM É BÍBLICO?
Em minha compreensão da Palavra de Deus, o jejum não é algo
opcional exclusivo para algumas pessoas especiais. O jejum deve
ser parte integrante da vida de cada cristão. Creio que discípulos
radiais irão, também, jejuar radicalmente. Pela graça de Deus,
estabeleci esse importante exercício espiritual em minha vida há 35
anos, e continuo a fazê-lo constantemente desde então. O jejum
tem sido grande benefício em minha caminhada com Jesus.
Apesar de a Bíblia nos dar várias referências sobre o jejum no
Velho Testamento, não há muito ensino sobre esse assunto no Novo
Testamento, apesar de referirem-se muito ao jejum. Na verdade,
nunca encontrei nenhum ensino sobre essa questão nas cartas dos
apóstolos. Em minhas pesquisas sobre o assunto, encontrei
somente oito versículos que comentam sobre o jejum nas cartas
postas no Novo Testamento, mas nenhum deles nos ensina sobre o
jejum; a única informação que nos dão é que as pessoas da época
jejuavam. Creio que a razão de se ter pouco ensino sobre o jejum
no Novo Testamento justifica-se no fato de essa ser uma prática
comum à igreja primitiva. O apóstolo Paulo disse que ele jejuava
frequentemente; Jesus, por exemplo, não somente jejuou por 40
dias, mas Ele também comentou muito sobre essa prática. Vejamos
algumas das coisas que Jesus disse sobre o jejum:
Mas E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados
como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos,
para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade
vos digo que já receberam o seu galardão. (Mateus 6:16)
Observe que Jesus não disse “se jejuardes”, mas, sim, quando
jejuardes; pela fala de Jesus, podemos ver, claramente, que Ele não
propõe o jejum como uma opção nem como algo reservado somente
para pessoas espiritualmente especiais; o fato é que Jesus trata o
jejum como uma prática comum para todos os seus discípulos.
Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o
teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas,
mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em
secreto, te recompensará publicamente. (Mateus 6:17 -
18)
Jesus disse que quando jejuamos, deveríamos confiar que Deus,
nosso Pai, que nos vê em secreto, nos recompensará publicamente.
Nesse versículo, Jesus claramente nos ensina que há uma
recompensa celestial quando jejuamos.
Então, chegaram ao pé dele os discípulos de João,
dizendo: Por que jejuamos nós e os fariseus muitas
vezes, e os teus discípulos não jejuam? E disse-lhes
Jesus: Podem porventura andar tristes os filhos das
bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém,
virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão.
(Mateus 9:14 - 15)
Jesus disse aos discípulos de João Batista que quando Ele
deixasse a Terra, seus discípulos iriam jejuar; essa fala de Jesus,
outra vez, nos deixa clara a ideia de que o Senhor contava o jejum
como parte integrante da vida de cada um de seus seguidores.

O QUE É O JEJUM?
O que seria o jejum exatamente, e como poderíamos colocá-lo
em prática? O jejum, como comumente compreendido nas
escrituras, é a abstinência de comida (em alguns raros casos, por
um pequeno período de tempo, de bebida também). Para termos
algum entendimento sobre esse assunto, precisamos compreender
o contexto em que Jesus falou sobre o jejum. Ele conversou sobre
tal questão tanto com seus discípulos, quanto com os discípulos de
João e com os fariseus. Todos eles, judeus, compreendiam
plenamente o que Jesus falava sobre o jejum, pois esta era uma
prática muito comum naqueles dias. Todos jejuavam uma vez por
semana de um pôr-do-sol a outro, completando um ciclo completo
de 24 horas em um dia; durante esse período, eles se abstinham de
qualquer tipo de comida.
Os fariseus, contudo, jejuavam duas vezes por semana, todas as
segundas e quintas-feiras. Esses eram os dias em que havia uma
feira em Jerusalém e muitas pessoas compareciam no local
somente para certificarem de que os ali presentes saberiam, de fato,
que jejuavam. Esta é a razão pela qual Jesus disse que não
deveria-se jejuar como faziam os fariseus, que jejuavam diante dos
homens, mas, antes, deveriam jejuar diante de Deus. Estejamos
atentos ao fato de que Jesus nunca disse para não jejuar, mas pediu
que estivéssemos atentos à motivação que nos leva ao jejum. O
jejum é simplesmente abster-se de comida para nos atentar ao
nosso relacionamento com Deus e para as coisas espirituais. Se
você somente deixar de comer e não colocar seu foco nas coisas de
Deus, aumentando seu período diário de oração, então, você não
estará jejuando, somente fará uma dieta.

POR QUANTO TEMPO DEVEMOS JEJUAR?


Há algum poder em nosso jejum? Por quanto tempo deveríamos
jejuar? Essas são algumas das perguntas feitas frequentemente por
crentes fieis. Em meu entendimento, deveria ser uma prática comum
para todo seguidor de Jesus manter um estilo de vida regular de
jejum; também é verdade que todos os seus discípulos deveriam ter
um estilo de vida constante de oração. Lembre-se de que quando
Jesus falou com seus discípulos sobre jejum, Ele usou a palavra
quando, e não a palavra se; naquela ocasião, ele estava
conversando com as pessoas que tinham o costume de jejuar um
dia por semana. Ele nunca pediu que parassem de jejuar, mas falou-
lhes como deveriam exercer tal prática corretamente diante do Pai
celestial, e não diante de homens. Ele disse aos discípulos de João
que quando Ele (Jesus) não mais estivesse entre os seus
discípulos, eles voltariam a jejuar novamente.
Portanto, creio que os seguidores de Jesus deveriam separar um
tempo para dedicarem-se à prática do jejum. Muitos recuam frente a
ideia de absterem-se de comida por um dia inteiro (24 horas) todas
as semanas; atitudes assim somente nos mostra como nossos
corpos estão mal acostumados e que o nosso apetite tem total
controle sobre nós. Nossos corpos são como meninos mimados que
gritam e choram reclamando sempre que não têm imediatamente
aquilo que desejam. Recusar a dar aos nossos corpos o que eles
exigem para estarmos mais focados no reino de Deus seria uma
disciplina relevante para se aprender. Creio que discípulos radicais
jejuam radicalmente pelo menos 24 horas/dia todas as semanas.

HUMILHE-SE
O jejum carrega consigo um significado de auto-humilhação
diante de Deus, o que também é verdade para a oração. Na oração,
nos conscientizamos de que precisamos de Deus, o que acontece
de igual modo quando jejuamos. Com o jejum mostramos a Deus
que o desejamos muito mais que a comida necessária para nossos
corpos. Uma vez que fazemos desta prática uma constância em
nossas vidas, nossos corpos se adaptarão a um novo estilo de vida
e todo seu lado mimado e escandaloso aprenderá que nem sempre
conseguirá aquilo que ele quer; tudo isso é um excelente exercício
espiritual.
Mas sempre atente-se ao motivo pelo qual você está jejuando;
nunca exerça essa prática para perder peso somente, mas para
humilhar nossas almas em oração e nossos corpos em jejum diante
da mão do Todo Poderoso. Tenho praticado o jejum regularmente;
isso já faz parte de minha vida há décadas. Gosto de retirar um dia
de minha semana para dar ao Senhor em oração e em jejum, além
de ter minha vida diária de oração.

QUAL É A INTENSIDADE DE SEU DESESPERO?


O jejum é um sinal de desespero por Deus. Há versículos
mostrando que haviam pessoas com necessidades desesperadoras
que os levaram a jejuar e clamarem pelo Senhor; Jonas, Elias,
Ester, Daniel e outros foram algumas dessas pessoas. O jejum
mostrou que eles não somente fizeram uma rápida oração, mas que
estavam seriamente apresentando uma demanda aos céus para ser
brevemente respondida pelo Senhor.
Precisamos compreende que não é Deus quem olha para o nosso
jejum e muda de ideia para nos dar alguma graça; mas é o nosso
jejum que muda as nossas vidas, abrindo nosso coração para
estarmos espiritualmente atentos àquilo que já pertence a nós e,
portanto, podemos requerer tal demanda dos céus. Ser requeremos
qualquer coisa do céu sem termos a absoluta convicção e certeza
em nossos corações de que o que pedimos já é nosso, não
estaremos orando de fato, mas somente estaremos falando palavras
vazias. Nossa autoridade que temos em Cristo nunca pode ser
aumentada, independente o quanto jejuamos, mas nossa
consciência de que temos tal autoridade, certamente, cresce
significativamente com o jejum. Vale deixar claro que a Bíblia
registra, além do jejum comum de 24 horas/dia semanalmente,
longos períodos dedicados a tal prática. Jesus, guiado pelo Espírito
Santo, jejuou por 40 dias, como fizeram também o profeta Elias e
Moisés; ainda, a Bíblia relata que Daniel jejuou por 21 dias.
Confesso que amo dedicar um dia semanalmente para jejuar ao
Senhor, mas em situações de grande desespero por Ele, jejuo e
clamo a Deus por períodos mais longos. Às vezes o Senhor levou-
me a longos jejuns. Sempre certifico-me de que é Ele quem está
guiando-me ao jejum e, por isso, obedeço sua voz com alegria. Não
entro num longo período de Jejum caso o Senhor não esteja
guiando-me nessa direção ou caso não haja em mim um clamor
desesperado por Deus e por sua ação em qualquer situação
específica. O Senhor, claramente, levou-me a frequentes jejuns de
longa duração desde 1982. Creio que vivemos em tempos
desesperadores, portanto precisamos de medidas desesperadoras e
jejuns radicais.
Quando olho para o Brasil e por toda destruição que o inimigo
tem causado neste país, sinto-me desesperado por clamar ao
Senhor para Ele mudar esta nação. Em meu desespero, faço o que
as pessoas de Deus, bem como os grandes heróis da Bíblia fizeram:
expresso minha agonia através do jejum; jejuo radicalmente.
Você está desesperado para Deus mudar sua nação? Você está
desesperado para ver a manifestação da presença de Deus? Você
está desesperado para experimentar toda graça que Jesus pagou
na cruz por você? Você está desesperado para experimentar João
14:12 e fazer obras ainda maiores que as feitas por Jesus? Você
está desesperado para pregar o Evangelho, curar os enfermos,
limpar os leprosos, expulsar os demônios e ressuscitar os mortos?
Se você disse sim a qualquer uma dessas perguntas, junte-se a
mim em expressar nosso desespero através do jejum radical.
Comece com três dias sem comida alguma, mas certifique-se de
beber bastante líquido; vamos, então, orar e nos aproximar de Deus.
Depois, amplie de três para sete dias e, posteriormente, estabeleça
um estilo de vida de jejum radical.
Ao jejuar por longos períodos, meu corpo reage exatamente como
o corpo de qualquer outra pessoa, mas aprendi a superar toda
fraqueza e necessidade de comida pela graça de Deus e por sua
força. Não fico focado na debilidade de meu corpo nem no sacrifício
que tenho de fazer; mas gasto muito tempo louvando o Senhor,
agradecendo-o, pois Ele graciosamente permitiu-me oferecer-lhe um
pequeno sacrifício tanto para Ele quanto para o benefício do reino
de Deus. Este é um ponto de vista totalmente diferente da obrigação
de ter de jejuar.

DEUS PRECISA DE MEU JEJUM


Deus não precisa de meu jejum. Ele é Deus e tem poder
suficiente para reger o universo. Todavia, em seu maravilhoso amor
e sabedoria, Ele decidiu trabalhar conjuntamente conosco. Por que
jejuamos, então, se Deus não precisa de nosso jejum? Jejuamos
por nós mesmos, e não por Deus. É fato que pelo sacrifício
consumado de Jesus, temos tudo o que precisamos para viver uma
vida de vitória, entretanto, devido a várias distrações que nos
cercam, nossos corações se desordenam por causa de tantas
diferentes coisas como a incredulidade. Precisamos,
constantemente, nos focar no Senhor e em coisas espirituais. Ao
jejuarmos, preparamos nossos corações para maiores revelações,
maiores experiências poderosas com o Espírito Santo e com o
mundo espiritual, porque frequentemente mudamos de foco. Preciso
de jejuar por mim mesmo, e não por Deus. Desejo ser um discípulo
radical e Jesus e segui-lo com todo o meu coração, portanto, desejo
jejuar radicalmente.
Gostaria de encorajar você a jejuar sem comida alguma por 24
horas/dia por semana. Confie em mim, você não morrerá por isso
nem sofrerá algum prejuízo em seu corpo. Jejuar assim somente
trará boas coisas para sua alma e para seu espírito, aquietando
você diante do mestre de sua vida; fazendo assim, você se juntara a
milhares de santos, espalhados em todo mundo, que oferecem esse
lindo sacrifício para Deus. Certamente um dos significados daquilo
que Paulo disse ao escrever “apresentai vossos corpos como
sacrifício vivo ao Senhor” (Romanos 12:1) está ligado ao fato de não
permitirmos nossos corpos nos controlar, mas, antes, que sejamos
nós controlando nossos corpos através do jejum, o que é um
sacrifício. Isso é jejum radical.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Escreva três razões pelas quais você deveria ter um estilo de
vida de jejum e explique-as em suas próprias palavras. Explique,
também, o que você entende por um “estilo de vida de jejum”.
2. Nos próximos 7 dias, ore todos os dias e peça a Deus para
falar com você a respeito do jejum. Deixe o Espírito Santo levar
você a ter um um estilo de vida de jejum. Escreva, todos os dias, o
que Ele falar com você. Depois, decida colocar tudo em prática. Não
espere um dia “perfeito” para começar a viver assim, inicie ainda
nesta semana.
3. Durante as próximas 4 semanas, escolha pelo menos um dia
para você jejuar por 24 horas, abstendo-se de todo tipo de comida.
Beba muito líquido. Durante esse tempo de jejum, intensifique seu
período de oração. Certifique-se de livrar-se de toda distração como
celulares, internet e televisão. Depois, escreva o que você
experimentou em Deus e o que Ele falou com você nesses dias de
jejum.
4. O que você fará, em termos práticos, para mudar o estilo de
sua vida, transformando-o num estilo de vida de jejum? Escreva seu
planto detalhadamente. Depois, compartilhe com alguém que você
confia e que poderá ajudá-lo a manter e colocar seu plano em ação.
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus, vejo como o Senhor
não somente falou sobre jejum, mas como também
jejuou. Você superou a tentação da comida e viveu uma
vida de vitória. Desejo viver um estilo de vida de jejum
para viver completamente todo meu potencial, para que
seu nome seja glorificado. Por favor, ajude-me a jejuar
regularmente em minha vida. Amém.
19
COMUNHÃO RADICAL
Aparentemente, a maioria de nós já participamos de reuniões em
que o líder falou, em determinado momento do culto, que
deveríamos manter comunhão uns com os outros. Diferentes igrejas
possuem a prática da comunhão diferentemente uma da outra.
Algumas têm um pequeno intervalo durante o culto para
cumprimentarem uns aos outros por minutos e, depois, voltam à
reunião normalmente. Outros, aproveitam o tempo no final do culto
para ficarem conversando e tendo comunhão uns com os outros.
Em algumas igrejas, já vi servirem chá, café e até biscoitos no final
ou no início da reunião para usufruírem de um tempo oportuno de
comunhão.
Será que é isso que a Bíblia quer dizer quando ela fala sobre
comunhão? O que é verdadeiramente a comunhão bíblica? Em Atos
2, fomos informados que os cristãos da igreja primitiva
perseveravam na comunhão. Mas, como era essa comunhão entre
esses irmãos? Poderíamos praticá-la também? Como poderíamos
fazer para termos uma comunhão seguindo as instruções bíblicas?
Creio que discípulos radicais praticam comunhão radical.
A palavra usada para comunhão no original Grego é Koinonia ou
uma palavra que deriva desta Grega koinonia. O que se sabe é que
palavra grega usada para comunhão, a mesma usada ao falar da
prática da igreja primitiva ao estarem uns com os outros, não
significa, simplesmente, que temos de passar alguns minutos uns
com os outros e ter algum tipo de conversa superficial em que um
cumprimenta o outro, abraçando uns aos outros para, depois, cada
um voltar para seus lugares e cuidar, cada um, de sua vida. Isso,
claramente, não é o ensino de nosso Senhor Jesus, nem era a
prática da igreja primitiva. Creio que algo precisa mudar em nossa
mente e no modo como cremos, antes de termos nosso
comportamento mudado.
Li uma estatística recentemente que me levou a pensar e a
sondar tanto o meu coração quanto a Palavra de Deus. Na Europa e
nos Estados Unidos, aproximadamente 7700, sendo a maioria
jovens, abandonam a fé cristã diariamente. Recentemente ouvi um
pregador culpar o sistema público de educação por tamanha lástima
estatística. Outros culpam a mídia, outros, o diabo e há aqueles que
dizem que a culpa é do “fim dos tempos” em que vivemos, de
acordo com aquilo que compreendem sobre tempos e épocas. Mas
ainda não ouvi alguém fazer uma pergunta muito importante sobre
essa questão: “será que estamos praticando a comunhão bíblica?”
Achar algum culpado pela situação é a coisa mais fácil e confortável
de se fazer; infelizmente, essa é uma prática tão velha quanto a
raça humana. Até mesmo Adão, no jardim do Eden, quando Deus o
confrontou sobre o pecado, não assumiu sua culpa, mas lançou-a
totalmente sobre Eva, sua esposa; a mulher, por sua vez, culpou a
serpente, mas Deus viu culpa nas três pessoas envolvidas no caso,
cada um responsável por sua ação.
O fato é que a comunhão que os cristãos devem viver e praticar
(não somente na teoria) deve ir além de um abraço ou algumas
palavras bonitas faladas uns aos outros no domingo pela manhã. A
Bíblia diz em I Coríntios 1:9 que “Deus é fiel, por meio do qual fostes
chamados à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.”
Você gostaria de restringir a comunhão de Jesus com você em
apenas algumas palavras ditas uma ou duas vezes por semana e,
talvez lhe abraçasse ou superficialmente lhe perguntasse como tem
passado? Você gostaria de que a comunhão de Jesus com você
fosse tão restrita quanto a comunhão tida pela maioria dos irmãos
na maior parte das igrejas? Na cruz, Jesus deu sua vida por todos
nós. Creio que uma das razões pela qual a igreja primitiva era tão
poderosa a ponto de mudar o mundo em que viviam se deu pelo
fato de viverem uma comunhão bíblica verdadeira. Eles eram
discípulos radicais e praticavam uma comunhão radical.
Deixe-me mostrar-lhes alguns versículos na Bíblia em que se usa
a mesma palavra koinonia, que em outras passagens traduzem-na
como comunhão. Vejamos o que a Bíblia nos diz em Romanos
15:26:
Porquanto pareceu bem às igrejas da Macedônia e da
Acaia levantar uma oferta fraternal para os pobres dentre
os santos de Jerusalém. (Romanos 15:26)
A expressão “levantar uma oferta” é a tradução da palavra
koinonia, vertida como comunhão em outros versículos. Essas
pessoas compartilhavam o dinheiro que tinham uns com os outros,
auxiliando as pessoas que passavam necessidades. Isso é
verdadeira comunhão cristã. Essa é a mesma comunhão que temos
em Jesus. Ele não nos deu a salvação eterna, mas compartilhou
todas as suas bênçãos conosco. De fato, veja o que a Bíblia vala
sobre isso em II Coríntios 8:9;
Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo,
que, sendo rico, tornou-se pobre por vossa causa, para
que fosseis enriquecidos por sua pobreza. (II Coríntios
8:9)
O dicionário grego diz que a palavra comunhão significa
compartilhar o que alguém tem, em todas as coisas. O livro de
Hebreus nos adverte a não abandonarmos a prática da comunhão.
Em Hebreus 13:16 está escrito: “Mas não se esqueça em fazer o
bem e em compartilhar, porque Deus se alegra de tais sacrifícios”.
Observe que a palavra usada em português é sacrifícios, todavia
em grego é a mesma palavra koinonia traduzida como comunhão
em outras passagens. Ninguém pode afirmar que o nível de
comunhão que a maioria das igrejas pratica hoje seja algum tipo de
sacrifício. Constantemente, agradeço a Deus pela Videira, a igreja
da qual faço parte no Brazil. Creio que somos diferentes de muitas
outras igrejas e que temos uma ordem expressa de Deus para
transformar nações. Entretanto, é fácil abandonarmos o que temos e
cairmos na conformidade do pensamento deste mundo. Creio que
há um perigo de isso acontecer, principalmente porque a história já
nos mostrou o quanto coisas assim aconteceram no passado.
Vários brasileiros chegam a mim e dizem que gostariam de deixar
o país para morarem nos EUA, somente porque a economia aqui
está terrível e tem afetado o padrão de vida significativamente. Isso
me deixa muito triste, pois quando falo sobre comunhão radical, não
estou tratando somente de coisas materiais; precisamos
compreender que a comunhão também implica em compartilhar
cada parte de nossas vidas com todos os membros do corpo de
Cristo. Creio que estamos muito distantes de praticar o que nos é
ensinado no Novo Testamento sobre comunhão. A verdade é que
não devemos viver para nós mesmos, mas para o propósito de
Deus. Não devemos andar em busca de nosso próprio bem, mas o
bem de nossos irmãos e irmãs, e o bem para o reino de Deus.
Vamos praticar a comunhão radical, especialmente nos tempos
difíceis. Vamos mostrar ao mundo que desejamos ser diferentes.
Sejamos verdadeiramente um corpo em que cada membro se
importa um com o outro e, quando isso acontecer, mostraremos ao
mundo que somos discípulos radicais de Jesus. Precisamos
aprender a compartilhar todas as coisas uns com os outros, seja
material, emocional, energia e tempo, cumprindo aquilo que a Bíblia,
de fato, considera como comunhão. Quando um membro da igreja
sobre, devemos orar, jejuar e interceder uns pelos outros, como se
fôssemos nós mesmos os que estivéssemos sofrendo o dano.
Os cristãos temem viver uma comunhão radical. Esse medo está
relacionado ao perder ou de alguém tirar vantagens sobre nós.
Compreendo esse medo, porque quando plantei nossa primeira
igreja, vivíamos um estilo de vida de comunhão radical. Nossa casa
estava sempre aberta a qualquer um que viesse e precisasse de
alguma ajuda ou algum apoio. Mesmo naquela época, as pessoas
diziam para mim que o que fazia não era bom, porque as pessoas
iriam tirar vantagens sobre mim; mas havia decidido a viver uma
vida de comunhão radical e nunca me arrependi disso, porque vidas
foram transformadas incontáveis vezes, para a glória de Jesus, por
causa de nossa atitude radical de viver em comunhão com nossos
irmãos em Cristo. Precisamos saber que as pessoas tiravam
vantagens de Jesus. Multidões de pessoas vinham a Ele para
conseguirem milagres de cura ou de provisão e, mesmo assim, no
final de todo seu trabalho na terra, Ele tinha somente 120
seguidores verdadeiros. Mas nada disso o fez parar de derramar
sua vida em favor dos outros que precisassem dEle. Jesus viveu
para ser nosso modelo e, portanto, precisamos seguir seu exemplo
de vida.

COMUNHÃO COM O ESPÍRITO SANTO


Por vários meses tenho pensado e meditado sobre o versículo de
II Coríntios 13:13 que diz: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o
amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco,
amém”. Lembre-se daquilo que escrevi sobre comunhão! A Bíblia
nos encoraja dizendo que a comunhão com o Espírito Santo esteja
conosco.
O Espírito Santo tem sido tão ignorado e abusado pela igreja em
grande escala. Ele quer ter uma comunhão verdadeira e radical
conosco. Ele quer compartilhar tudo o que tem, todos os seus dons,
todo o seu poder e toda sua unção transformadora sobre nós. A
Bíblia fala sobre os dons do Espírito. Esses dons sobrenaturais vêm
dEle e por Ele. O Espírito Santo deseja compartilhar seus dons com
aqueles que desesperadamente os desejam de fato. Ele está
constantemente à procura de cristãos que desejam ardentemente os
dons de seu poder para a glória de Jesus e para edificar a igreja.
Ele deseja expressar-se através de nós.
Um dos significados da palavra comunhão é parceria. O Espírito
Santo deseja ser nosso parceiro em tudo aquilo que fazemos.
Apesar de Ele desejar que fluamos em seus dons, Ele também
deseja ter comunhão conosco, pois Ele é o que nos ensina todas as
coisas que Jesus não pode ensinar para seus discípulos, assim
como Cristo disse em João 16:13-14:
No entanto, quando o Espírito da verdade vier, Ele vos
guiará em toda a verdade; porque não falará por si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos revelará
tudo o que está por vir. O Espírito me glorificará, porque
receberá do que é meu e vos anunciará. (João 16:13-14)
Essa comunhão somente pode tornar-se uma realidade em
nossas vidas quando fazemos dEle nosso verdadeiro parceiro em
todas as coisas. Precisamos dizer para Ele o quanto desejamos
viver perto dEle. Precisamos envolvê-lo em todas as áreas de
nossas vidas e nos recusar a viver nossos dias sem a presença
dEle. Precisamos falar em línguas durante todo o dia, pois esse é o
modo que Ele fala através de nós; precisamos ampliar os espaços
do Espírito Santo em nossas vidas. Quando fazemos dEle nosso
parceiro, devemos aprender a andar em perfeito amor, como escrito
anteriormente neste livro, pois, caso não vivamos no amor de Deus,
iremos entristecer o Espírito Santo e não seremos capazes de andar
em perfeito relacionamento com Ele.
Você pode imaginar o que aconteceria ao Brasil e ao resto do
mundo, quando um exército de jovens se levantassem para viverem
uma comunhão radical com o Espírito Santo? Imaginem o que
aconteceria se cada jovem levantasse pela manhã para ter
comunhão com o Espírito Santo, gastando tempo em sua presença,
permitindo-se ser inspirado por Ele e ouvir sua voz! Você pode
imaginar o que acontecerá quando esse exército aprender a
caminhar perto dEle, fazendo dEle seu parceiro em todas as coisas,
não fazer nada em sua própria força, mas em todas as coisas
confiar nEle como seu parceiro e Senhor?
Ele deseja viver em comunhão radical conosco. Quando vivemos
em comunhão íntima com o Espírito Santo, Ele influenciará nossas
vidas tão radicalmente que iniciaremos a viver e praticar o mesmo
tipo de comunhão uns com os outros. Não somente estaremos
unidos uns aos outros por causa da mesma visão, o que é uma boa
coisa, mas estaremos unidos uns com os outros por uma verdadeira
e radical atitude de comunhão.
Pelo que minha mente consegue recordar-se, tenho orado e
desejado uma igreja que pratica uma comunhão radical, em que
todos os membros se preocupam e cuidam uns dos outros, vivendo
pelo bem uns dos outros e compartilhando fraquezas e força; uma
comunidade em que não seremos somente parceiros no ministério,
na visão e numa missão, mas seremos juntos, vivendo a vida uns
dos outros, em todos os dias e em todas as circunstâncias.
Creio numa comunhão radical, porque a Bíblia ensina sobre isso;
Jesus demonstrou ser possível viver assim e a igreja de Atos viveu
desse modo. Espero e desejo ver a igreja hoje com o mesmo poder
que a igreja primitiva teve, mas creio que para vermos isso
acontecer, temos de aprender a viver em comunhão radical
urgentemente.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Você está praticando uma verdadeira comunhão bíblica com
seus irmãos e irmãs em Cristo? Escreva as áreas em que os
membros de sua igreja têm sofrido tanto em questões materiais,
físicas ou emocionais. Depois, escreva sobre como você pode
auxiliá-los a carregarem seus fardos. Se você não estiver
compartilhando com eles esse fardo, escreva como você planeja
ajudá-los de forma prática. Inicie imediatamente a praticar a
comunhão bíblica verdadeira.
2. Escreva qualquer área de sua vida que você não esteja
disposto a compartilhar com seus irmãos em Cristo. Abra seu
coração e peça ao Senhor para revelar essas áreas para você.
Depois, decida mudá-las, escrevendo suas práticas em relação à
sua decisão.
3. O Espírito Santo é seu parceiro e Senhor verdadeiramente?
Escreva por uma semana, quanto tempo você tem gastado por dia
falando em línguas. Escreva um plano sobre como você deseja
ampliar esse tempo de se falar em línguas todos os dias. Comece a
praticar agora.
4. Em que áreas de sua vida você não envolveu o Espírito Santo
como seu parceiro? Seja bem específico. Escreva abaixo como
você irá mudar isso em sua vida a partir de hoje.
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus, o Senhor desejou
compartilhar tudo o que tinha comigo. O Senhor
abandonou tudo e se fez pobre, somente para que eu me
tornasse rico. Ajude-me a seguir seu exemplo e viver em
verdadeira comunhão com o Espírito Santo; por favor,
seja meu melhor parceiro. Confesso que ignorei o Senhor
por muito tempo, perdão, Senhor. Não mais farei isso;
preciso de sua ajuda. Amém.
20
VIDA E MORTE RADICAIS
Há vários anos que Filipenses 1:21 é meu versículo bíblico
predileto: “Por que para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro”.

ASSIM NA VIDA COMO NA MORTE


Pessoalmente, acredito que nossa morte refletirá no modo como
vivemos nossa vida. Se quisermos morrer vitoriosamente, devemos
viver uma vida vitoriosa. Uma vez que meu mais profundo desejo é
morrer em absoluta vitória e glorificar Jesus em minha morte, devo
viver em absoluta vitória e glorificar a Cristo com a minha vida.
Confesso que uma das coisas que não consigo compreender, por
mais que tentem me explicar, é sobre a existência de cristãos que
têm medo da morte. O apóstolo Paulo nos disse claramente que a
morte é lucro. Se você souber que irá receber algo muito benéfico,
não terá sentido algum ter medo a respeito do que irá se ganhar.
Ao olharmos mais atentamente para o versículo de Filipenses
1:21, veremos que Paulo nos diz a mesma coisa ao afirmar que
sendo a vida Cristo, a morte será lucro. Creio na vida radical e na
morte radical. Pensando nisso, é interessante notar uma
curiosidade: você já presenciou a morte de alguém? Já tive a
oportunidade de ver mais de uma pessoa morrendo. Tive um
parente muito querido que morreu em meus braços. Por essas
experiências, pude constatar que a morte dessas pessoas refletia o
modo como elas haviam vivido suas vidas.

UMA EXPERIÊNCIA PROFÉTICA


Seis dias antes deste parente falecer em meus braços, tive uma
experiência profética muito forte com Deus. Estou certo de que foi
uma experiência profética, e não uma revelação bíblica. Contudo, a
experiência foi muito real e impactou minha vida profundamente.
Deus começou a falar claramente comigo por 56 minutos. Durante
aquele tempo, entre tantas outras coisas, Ele mostrou-me uma
relação direta entre a vida radical e a morte radical.
Tem sido o meu desejo, há vários anos, viver uma vida radical por
Jesus como, também, glorificá-lo em minha morte, morrendo como
um mártir. As pessoas ficam chocadas quando ouvem a mim
dizendo tais coisas, todavia, não consigo compreender como
alguém deseja ser um verdadeiro discípulo de Cristo e glorificá-lo
com suas vidas, sem desejar render-lhe glórias através de suas
mortes.
Ao olhar o contexto de Filipenses 1:21, podemos notar que Paulo
estava na prisão enquanto escrevia essa carta. A preocupação do
apóstolo não era sair daquela cadeia e ficar livre, mas sua vontade
era usar aquela situação para pregar o Evangelho de Jesus Cristo.
O foco de Paulo não estava em seu ministério nem na possibilidade
de viver confortavelmente, mas ele queria falar sobre Cristo
independente da circunstância, como ele nos deixa claro nos versos
12 e 13 do mesmo capítulo.
E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me
aconteceram contribuíram para maior proveito do
evangelho; de maneira que as minhas cadeias em Cristo
foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por
todos os demais lugares. (Filipenses 1:12 - 13)
Ele não foi um prisioneiro de suas circunstâncias, mas um
prisioneiro de Jesus Cristo, como disse no versículo 13 que suas
cadeias estavam em Cristo. Se vivermos como prisioneiros de
nossas circunstâncias, não vivemos uma vida radical, portanto nos
será impossível ter uma morte radical. Discípulos radicais nunca
serão, em hipótese alguma, presos às circunstâncias da vida, mas
em todas as circunstâncias, seu desejo primário será glorificar a
Cristo.
Depois da experiência profética que mencionei anteriormente,
quando Deus mostrou-me a relação direta entre o modo como
vivemos e o modo como morremos, fui testado por muitas
circunstâncias. Tive de fazer um cirurgia no seio facial que trouxe-
me vários problemas devido a erro médico tão sério que quase
custou-me a vida. Lembro-me do minuto anterior de perder minha
consciência que eu não estava certo de que conseguiria viver mais
que aquela noite somente. Meu coração não estava somente em
paz, mas estava muito emocionado. Como tudo ao redor de mim
ficou turvo, minhas últimas palavras foram: “Jesus, isso é tão
maravilhoso! O Senhor virá me buscar agora?”; naquela mesma
noite Deus falou com três pessoas, em três continentes diferentes,
para intercederem por mim. A intercessão desses irmãos trouxe-me
de volta à consciência e me mantém vivo nesta terra por mais algum
tempo. Com essa experiência percebi que a morte não é uma
inimiga para mim, mas uma amiga que irá me levar ao destino
eterno, que é a eternidade com meu Senhor Jesus Cristo. Ao
olharmos para os versos anteriores ao 21, encontraremos a reação
de Paulo quanto à morte:
Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa
oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo,
segundo a minha intensa expectação e esperança, de
que em nada serei confundido; antes, com toda a
confiança, Cristo será, tanto agora como sempre,
engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela
morte. (Filipenses 1:19 - 20)
A expectativa de Paulo em ser liberto da prisão e da perseguição
estava na oração da igreja e no Espírito de Jesus. Seu foco não
estava em sua libertação, mas, sim, numa vida radical e numa morte
radical. Tudo o que ele se preocupava era que Cristo pudesse ser
engrandecido no corpo dele, fosse pela vida, fosse pela morte.
Discípulos radicais têm uma atitude radical em relação a vida. Eles
não escolhem o lugar mais confortável para viver, nem a cidade
mais bela e próspera para plantarem uma igreja, mas decidem
seguir Cristo radicalmente em qualquer lugar para onde Ele enviar
para glorificar o nome dele através de suas vidas e mortes.
Há muito tempo atrás, aprendi a não gastar minha energia em
tentar mudar circunstâncias difíceis, mas, pelo contrário, aprendi a
usar todas as circunstâncias para glorificar a Deus. Quando os
duros ventos das circunstâncias soprarem contra sua vida, não
reclame nem clame a Deus para pará-los nem para mudá-los.
Simplesmente erga suas “velas” no sentido correto e use esses
ventos impetuosos para navegar em direção a seu destino que é
glorificar Cristo em sua vida e em sua morte. Em Marcos 15:37 a 39
diz:
E Jesus, dando um grande brado, expirou. E o véu do
templo se rasgou em dois, de alto a baixo. E o centurião,
que estava defronte dele, vendo que assim clamando
expirara, disse: Verdadeiramente este homem era o Filho
de Deus. (Marcos 15:37 - 39)
Que beleza são esses versos ao meu coração! Na hora mais
escura, que pareceu ser a derrota total de Jesus, Ele trouxe a maior
vitória. Quantas pessoas vivem uma vida aparentemente boa, ou até
mesmo parecem viver uma vida de vitória, mas na verdade, o que
vivem não passa de uma vida de derrota. A vitória dessa gente se
restringe à superfície. O fato é que para viver uma vida verdadeira,
completá-la em vitória, precisa-se contar com o fim, e não com o
início ou o meio somente. Precisamos estar certos de que corremos
uma maratona, e não uma arrancada somente. Você não pode viver
uma vida de vitória até que esteja determinado que a terminará em
vitória. Você pode participar da vitória que Cristo conquistou para
você na cruz. Ele viveu e morreu vitoriosamente para compartilhar a
vitória dele com você; é urgente compreendermos que essa vida se
conquista pela fé, obediência e rendição.
Os soldados, as pessoas religiosas e até mesmo os curiosos que
passaram por Ele na cruz, na hora de sua crucificação, criticaram e
blasfemaram contra Jesus, mas Ele recusou-se a respondê-los,
recusou-se a encontrar um atalho para diminuir seu sofrimento e
recusou-se encontrar qualquer alívio para sua enorme dor física,
emocional, espiritual e trevas. Mas, por que Jesus fez assim? Ele
fez isso por você e por mim, para nos mostrar o caminho a frente e
mais elevado: Jesus nos mostrou que não podemos simplesmente
viver em vitória, mas precisamos enfrentar a morte em vitória.
Neste momento da história, há uma grande e brutal guerra de
terrorismo acontecendo; nesta, o ISIS tem assassinado milhares de
pessoas violentamente. A reação de muitos cristãos amigos meus
quanto à situação terrorista me incomoda um pouco. Tudo o que
escuto é “Vamos combater esses terroristas! Vamos pará-los!
Vamos matá-los todos! Vamos acabar com eles!” Mas, não seria
mais coerente se pensássemos: “Vamos lutar por eles com os
joelhos dobrados em jejum e oração?” Que tal perguntar ao Senhor
se Ele desejaria que fôssemos ao Iraque ou à Síria para mostrar a
vida de Cristo para aquele povo, e que não há o medo da morte em
nossos corações, porque nosso Jesus já venceu o inimigo por nós e
por eles?
Será na nossa morte, em nossa morte vitoriosa, que a vitória da
cruz será estabelecida. Olhe os versos 37-39 de Marcos 15. Quando
o centurião viu Jesus morto, Ele se tornou um crente. Suas últimas
palavras foram: “Verdadeiramente este homem era o filho de Deus!”
O que mudou o coração do centurião? Certamente duas coisas
operaram naquele homem: primeiramente, quando ele viu o modo
como Jesus gritou e, em segundo lugar, quando Jesus expirou.
Mas, o que Jesus gritou? Você precisa ler essa história nos 4
Evangelhos para ter um quadro completo desta incrível vitória de
Jesus no momento de sua morte. Ele gritou: 1) Meu Deus, meu
Deus, por que Tu me desamparaste?” 2) “Está consumado.” 3) “Pai,
em tuas mãos entrego o meu Espírito”.
1. Jesus não escondeu nem sua luta emocional nem a espiritual,
mas admitiu que havia se sentido completamente abandonado
por seu Pai de amor com quem sempre esteve junto durante
toda a eternidade. Lembre-se de que haviam criado todo o
universo juntos.
2. Ele sabia que se não tentasse encontrar um atalho para lhe
aliviar a dor do momento mais difícil de sua vida, Ele venceria
tudo e morreria vitoriosamente. Ele sabia que a vitória não
deveria ser estabelecida por sua vida somente, mas, também,
por sua morte. Em total confiança e fé, Ele gritou: “Está
consumado!” Talvez, creio, que essas sejam as palavras mais
poderosas registradas nas Escrituras sagradas.
3. Somente depois de tudo ter sido dito e feito, depois de nenhum
atalho ter sido pego, nenhuma dor ter sido ignorada, mas
admitida abertamente, que Jesus escolheu entregar sua vida
nas mãos daquele por quem havia se sentido abandonado
minutos antes. Ele entregou sua vida nas mãos de Deus.
Ninguém matou Jesus, nem mesmo os Judeus, muito menos os
Gentios; a verdade é que nem mesmo os nossos pecados o
mataram. O fato é que Deus não pode ser morto, e Jesus era
completamente Deus e completamente homem. Ele entregou
seu Espírito como parte total de sua própria escolha.
Quando o centurião contemplou a incrível vitória na morte de
Jesus, ele creu em Cristo também. Como se diz: “O sangue dos
mártires é a semente do avivamento!” Haveria multidões salvas,
mesmo nos países que consideramos difíceis de serem
evangelizados, se mais cristãos seguissem o Cordeiro em sua vida
e em sua morte? Paulo escreveu seu clamor em Gálatas 6:14: “Já
fui crucificado pelo mundo e o mundo foi crucificado para mim”.
Meus amigos, vamos seguir Jesus não somente em vida, mas,
também, na morte. Vamos estar determinados hoje que para nós o
viver é Cristo e o morrer é lucro. Vamos mudar nossas mentes e
termos nelas as palavras de Paulo vivas: “Ele morreu por todos para
que aqueles que vivem, não mais vivam para si mesmos, mas para
aquele que morreu por eles”. Vamos decidir que nenhum de nós
viveremos por nós mesmos, nem morreremos por nós mesmos. Se
vivemos, vivemos para o Senhor; se morremos, morremos para o
Senhor.
Estou dizendo que todos devemos ir para o Iraque ou para a Síria
com o fim de morrermos como mártires? Não, isso não é o que
estou dizendo; mas estou claramente dizendo que deveríamos
todos desejar fazer tal coisa. Deveríamos todos seguir o Cordeiro
para qualquer lugar que Ele nos guiar, a qualquer custo.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Retire um tempo para você meditar sobre sua morte e, em
seguida, escreva , muito honestamente, o que você sente quanto à
essa questão.
2. Você está desejando a não somente viver por Cristo, mas,
também, a morrer por Ele? Se você recuar quanto ao pensamento
de morte, peça ao Senhor para revelar a você quais são as áreas de
sua vida que você ainda não rendeu a Ele. Escreva-as abaixo e
renda-se diariamente à cruz.
3. Durante as próximas semanas, peça a Deus para falar com
você sobre eternidade e sobre o céu. Gaste tempo para ouvir a voz
do Senhor. Também, encontre o que a Bíblia diz sobre o assunto e
escreva essas coisas abaixo. Depois, escolha viver uma vida focado
na eternidade.
ORAÇÃO: Jesus Cristo, o Senhor olhou a morte em seus
olhos e a venceu. Eu lhe agradeço porque o Senhor não
recuou da morte nem clamou os anjos para resgatá-lo de
suas garras cruéis. Mas, pelo contrário, o Senhor
enfrentou a morte e, portanto, salvou-me. Desejo viver
radicalmente pelo Senhor e ser vitorioso tanto em minha
vida quanto em minha morte. Amém.
21
JESUS RADICAL
Neste capítulo, não iremos tratar sobre seguir a Jesus
radicalmente, porque já falamos sobre isso no capítulo primeiro.
Escrevo, portanto, sobre como devemos fazer de Jesus a fonte de
todas as coisas que precisamos para nossas vidas. Não podemos
limitar Jesus como sendo nosso Salvador; mas precisamos
aprender a receber dEle todas as coisas que precisamos para viver.
Jesus disse em João 15:5 que sem Ele não poderíamos fazer nada.
Discípulos radicais começam suas vidas cristãs justamente no
momento em que Cristo disse “Está consumado” (João 19:30), que
na minha opinião são as palavras mais importantes da Bíblia. Na
cruz, uma transformação completa aconteceu: Jesus fez-se fraco
para que pudéssemos ser feitos fortes. Jesus foi rejeitado, para que
pudéssemos ser aceitos. Ele se fez pobre para que pudéssemos ser
feitos ricos. Essas são apenas algumas transformações que
aconteceram na cruz.
Paulo compreendeu que o segredo de seu sucesso, de sua
vitória, de sua vida e de seu ministério era Jesus. Ele disse
claramente que sua suficiência não estava nele mesmo, mas em
Deus. Este é um grande problema que enfrentamos na igreja hoje.
As igrejas estão cheias de pessoas, líderes e ministros que
acreditam em sua autossuficiência. São pessoas que celebradas por
seus dons, talents, conhecimento e sucesso.
Paulo compreendeu a eternidade e o julgamento do trono de
Cristo, em que todas as coisas serão testadas pelo fogo, sendo
somente as que suportarem esse fogo de Deus receberão
recompensa. Tudo o que é construído em nossa autossuficiência,
nossos talentos, nossa força, nossa habilidade ou nossa sabedoria
irá queimar e ser completamente consumida no julgamento do trono
de Cristo. Somente os que forem de Cristo, iniciados por Ele,
sustentados e continuados por Ele, levados à completude por Ele
irão suportar e permanecer.
Cristo deve ser o nosso TUDO. Ele é nossa sabedoria, nossa
força, nosso sucesso, nossa vitória, nosso TUDO EM TUDO.
Mesmo por um minuto que seja, nunca devemos confiar em nossa
força, nem em nossa experiência, nem em nossa sabedoria, nem
em nossas habilidades. Há muitas coisas na igreja sendo
construídas no poder do homem, e são poucas as que são feitas na
suficiência de Cristo. Não podemos edificar a igreja, devemos
edificar o Reino. É Jesus quem prometeu edificar a igreja. Ele
começou a obra, Ele sustenta a obra e ele é quem completa a obra.
Quantos trabalhadores cristãos e igrejas são como a igreja na
Galácia? Eles começaram no Espírito e continuaram na carne; por
causa disso Paulo os chamou de “Gálatas insensatos”.
Você é fraco, então você é qualificado, a menos que você se
esconda em sua fraqueza e faça dela uma desculpa para não fazer
nada. Quando você voltar-se para Cristo, em total dependência de
sua suficiência, você se torna qualificado.
Paulo disse isso belamente numa frase posta em II Coríntios 3:5;
“Não pensamos em nada como se fosse de nós mesmos”9 Toda
ostentação deve parar aqui. Não devemos mais exaltar um ao outro.
“Oh! Olhe para ele (…), olhe para ela (…), que homem e que mulher
de Deus! Veja o quanto são poderosos!” NÃO, NÃO E, OUTRA VEZ,
NÃO! Toda essa ostentação é idiotice! Se a suficiência não vier de
Deus, não há valor eterno, independente o quão impressionante
seja; mas se vier de Deus, não haverá lugar para ostentação.
Oh!, amigos; vamos abandonar toda insegurança, medo do futuro
e limitações que somente vêm porque vivemos e olhamos para
nossa própria suficiência. Vamos nos levantar na suficiência de
Deus, nos posicionando em fé, alcançando o perdido, curando o
doente e libertando os cativos.
Deliberadamente chamo este capítulo de Jesus Radical, porque
Jesus dever ser nosso tudo absoluto. Se você estudar as escrituras,
você descobrirá o que Jesus verdadeiramente se tornou por nós.

SABEDORIA RADICAL
Em I Coríntios 1:30 está escrito:
Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi
feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e
redenção. (I Coríntios 1:30)
Há uma grande diferença se pedirmos a Deus por sabedoria ou
se, por fé, nos apropriarmos de Jesus como nossa sabedoria. Paulo
nos disse que Jesus tornou-se nossa sabedoria. Compreendo que a
Bíblia nos encoraja a pedir por sabedoria caso esta esteja falha em
nós, todavia, Tiago 1:2-5 está situado num contexto diferente, que
podemos observar claramente aqui:
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em
várias tentações;Sabendo que a prova da vossa fé opera
a paciência.Tenha, porém, a paciência a sua obra
perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar
em coisa alguma. E, se algum de vós tem falta de
sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e
o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada. (Tiago 1:2-5)
O contexto é muito claro. Está escrito que devemos nos regozijar
em nossas tentações. Isso é completamente contra nossa natureza
humana. A única forma que podemos fazer isso é se tivermos a
sabedoria de Deus para responder corretamente às nossas
diferentes tenções e tribulações. Quando compreendi essa
passagem em Tiago, comecei a pedir a Deus diariamente para dar-
me sabedoria para me regozijar em todas as minhas tribulações e
tentações. Aquela oração transformou minha vida, porque Deus
respondeu-me generosamente e, ao enfrentar tentações, sua
sabedoria estava presente para auxiliar-me a me alegrar. Isso não
fala sobre sabedoria geral, a que Cristo se tornou por nós. Se
precisamos de sabedoria em nossas vidas, podemos,
simplesmente, pela fé, nos apropriar de toda sabedoria de Cristo.
Uma vez que Jesus vive em nós, Ele se torna nossa sabedoria e
podemos usá-la, diretamente dEle, em qualquer momento.

JUSTIÇA RADICAL
Constantemente, renuncio conscientemente toda justiça pelas
obras. Somente Jesus é nossa justiça. Como escrito em I Coríntios
1:30,
Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi
feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e
redenção. (I Coríntios 1:30)
Discípulos radicais vivem radicalmente santificados, porque Jesus
é a santificação de todos os que o seguem radicalmente.
Precisamos depender de Jesus em 100% , inclusive para nossa
santificação.
Jesus é tudo. Quantas vezes me perguntam qual é o segredo de
meu ministério frutífero! Pessoas esperam todo tipo diferente de
resposta como, quantas oras oro por dia; ou a frequência com que
jejuo. Muitos querem saber a frequência que leio a Bíblia, mas
nenhuma dessas coisas consiste o segredo de minha vida vitoriosa.
O segredo é simples: Jesus radical. Ele é a fonte de minha vida,
minha força, minha sabedoria, meu absolutamente tudo. Ele é como
o centro de uma roda: se o centro sair do lugar um milímetro que
seja, toda a roda perderá o equilíbrio. Minha vida é a roda e Jesus é
o centro.

O CLAMOR DO CORAÇÃO DE PAULO


Em Filipenses 3, Paulo expressa o clamor de seu coração, que é
o fato de Jesus ser o centro de todas as coisas. Ao lermos dos
versos 4 a 14, podemos perceber esse clamor:
Ainda que também podia confiar na carne; se algum
outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu:
circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo
de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui
fariseu; segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a
justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim
era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade,
tenho também por perda todas as coisas, pela excelência
do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual
sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como
escória, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado
nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a
que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de
Deus pela fé; para conhecê-lo, e à virtude da sua
ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo
feito conforme à sua morte; para ver se de alguma
maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos.
Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas
prossigo para alcançar aquilo para o que fui também
preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo
que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando
para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus. (Filipenses 3:4-14)
Mais que qualquer outra coisa, Paulo quer ter Cristo como o
centro de sua vida. Ao olharmos para os versículos anteriores,
podemos observar claramente a confissão de que Jesus era tudo
para ele nos versos 7 e 8.
Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por
Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as
coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus,
meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas
coisas, e as considero como escória, para que possa
ganhar a Cristo. (Filipenses 3:7-8)
Paulo foi altamente inteligente, altamente educado e altamente
cheio de sucesso aos olhos do mundo. Ele seguiu a lei
perfeitamente e, ainda, abandonou tudo para o amor de Cristo
Jesus. Ele disse que as coisas que haviam sido ganho para ele,
agora eram contadas como perda, simplesmente por causa de
Cristo. Ele desejou experimentar Cristo mais que qualquer outra
coisa na vida. Ele viveu Jesus Radical.

PRÁTICAS RELEVANTES
Retire um tempo e, em oração, responda a essas perguntas,
pedindo ao Espírito Santo para revelar o coração dEle para você.
Não faça isso com pressa, mas retire um tempo de qualidade para
esse exercício.
1. Jesus é TUDO para você? Você busca nEle tudo o que precisa
para sua vida? Escreva as áreas de sua vida em que você ainda
depende de outros, seja sua força, seu dinheiro ou qualquer outra
fonte de segurança. Seja muito honesto.
2. Honestamente, responda essa pergunta com suas próprias
palavras. Imagine que você tenha pecado e sinta que você tenha
desapontado a Deus. Quais sentimentos dominam você? Escreva-
os abaixo. Você está 100% convicto no momento de sua falha
(pecado), que você é 100% justo diante de Deus?
3. Escreva em que áreas você precisa da sabedoria de Deus.
Escreva próximo dessas áreas a sentença: “Jesus é minha
sabedoria”. Medite nessas áreas e pense como Jesus, em sua
sabedoria, pode administrá-las. Ao longo do dia, pense sobre cada
área e faça uma declaração de fé sobre elas.
4. Em que área você se sente ineficiente ou incompetente? Em
que áreas de sua vida você se sente sobrecarregado? Escreva-as
abaixo. Depois, comece a declarar diariamente que Cristo é a sua
habilidade. Comece a mudar sua vida radicalmente, colocando toda
sua dependência em Jesus por absolutamente tudo o que você
precisa para viver uma vida piedosa.
ORAÇÃO: Querido Senhor Jesus, amo o Senhor com
todo o meu coração. Perdoa-me se tenho dependido de
mim mesmo, e não do Senhor. Farei do Senhor a fonte
de todas as coisas que preciso em minha vida. Desejo
permanecer no Senhor para poder ser muito frutífero.
Amém.
9 Tradução direta do inglês: “Não que sejamos capazes, por nós,
de pensar alguma coisa, como de nós mesmos.”)

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