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Tnclependente de quem venha a exercer a funcao matema, dais diferengas ideolégicas e do constructo teérico de cada uma das cor- rentes dentro da psicandlise, ao se abordar 0 processo de coustitui- gho da subjetividade, de uma forma geral, hd um niicleo comum ae diz respeito ao peso significativo que o sentimento materno e & 1 quando deseja o filho ¢, posteriormente, a partir de se erar que a dimensto primeira da expe- Como j apontava Lacan (1969), 0 ima grande preocupagae com 0 qu ‘vez mais precocemente como demanda: (© processo de constituigfio de um sujeito, desde 0s momentos fem sido fh bastante tempo um dos temas eom o qual de trabalhat, ainda mais da fungio mater- jesempenhada por crianca e por ela vente, @ maternagem igura da|me bioléeica. . Por matermagem entende-se aqui o exer na, que como o préprio nome ‘qualquer pessca que se disponha se interesse. Neste trabalho, part serd associada diretamente com » pode st C ab Pe oe complexo interjogo foi elaborada & jue se segue: we zgeeta Pawn Monrano og Bimtos © ELxwn Herzsens Figura 1 - Operadores conceituais que auxiliam no estudo da constituigao do sujeito e no estudo das formas de prevengio em satide mental na primeira Infancia A maternagem como relacéo primordial Para além do que se passa entre mae e filho, em um plano que nio se observa a olho nv, encontram-se 03 euidados maternos. Nas préximas linhas, tratar-se-4 de como se di 0 exercicio da fungdo ma- especial como a mie se ocupa do beba. do da época e cultura, é motivada por lheres completas” quando 0 seu primeiro filho nascia, Em Roma ¢ Atenas, a casa da mulher gravida era tia como wm sagrado santudrio, no qual credores e homens da Franga, no|século XVI, isentas de responsabilidade por seus atos. Em geral ‘isto crista, a maternidade era considerada umd espécie de redengio € as relagbes sexuais 86 se justificavam part fins de procriaga. Quando, por algum motivo, ficava ineapacitach de dar uz, a mu [A warERaDA0e € tm ESSENCIA ROBLENITICA NA CONSTIUIGHO SURI. 263 ieabava perdendo dade, pois seu dest gios, seu maior temor era a cera determinado na maternidade (Cama- jonente socio-histérico, € ‘0 advento da gravi- para além do seu co: que a matemidade, ou seja, desejo da gravidez. Em muitos casos, a mulher dese; vyidez. para se sentir segura quanto a sua completude © & 40, fato que confirma a hipdtese de que a gravidez. pode ser uma safda narefsica frente ao desamparo (Camarott propria ou natural dum érgo, apa de cargo, servig, ofcio; posigio: cexerccio de ser mae, ou seja, na matemidade matemna no 6 necessariamente exercida pela mie ‘a mesma remete a um conjunto de obrigagdes e atribuigdes, como we Taneua Pawa Monaro oe Baas © Eun Hetzsens ‘Segundo este mesmo dicionério, “gerador € aquele que i . 847), Pode-se observar que 0 gerador imo 0 cuidar. Segundo’ Outeiral e Grafia rade do século que € humanizadora e abrange 0 conjunto de sensagdes, sen- atitudes (Duvidovieh e Winter, 2004), Assim sendo, & que a mie seja um ser falante, quando se esté do conceito de matemagem. Como ensina Lacan (1957-1958), do & apenas o pequeno r0ga-roca, 0s cuidados com gua de cold € preciso que cla the ‘ata um organismo humano a0 sto, 6 parte integrante do processo de se tornar ie © contato desta com suas préprias vivencias referentes & mater- nagem. A mull tam bem recebeu essa podendo, assim, mostrar-se disponivel e interessada em exercer a seu beb@, segundo a cultura em gue esté situada. Debs, de bebe fa da mie, Para 3s da psiquiatria ‘go de que a qualidade da matemagem que uma ianga recebe nos ricos: ‘10 do sujeito, estabelecimento da demanda, presengafauséncia e funcio paterna, Estes eixos também e te6rico sentado, ¢ em ae continua com a mi aver. Segundo ele, nesta relagio complexa ase do desenvolv satide mental do sujeito. ‘Ao se aprofundar 0 estudo sobre a importincia e as ridades da maternagem ¢ imprescindivel fazer referéncia a0 sno seado, portanto, necessério retomar um propde: 0 {que seté a partir do comportamento ma tho tomar conhecimento das ideias € sgestos e palavras dirigidas a0 bebé. temente boa 6 aq ser diz respeito & adaptacio da mae, ou seja, aquela que supre as neces sidades do bebé no perfodo da dependéncia, na medida em qué se apresentam (Winnicott, 2005), Essa me, ento, con na diego das conquistas basicas de seu amadureciment saragio dele no tempo e no espago, a personatizago centre a vida psiquica e 0 corpo) € 0 inicio do contato com.a reali- dade (relagbes objetais). bos poderd sofrer diferenciados graus de impacto podendo chegat a ser desfeito. Nestes casos, muitas vezes algo se perde e no pode ser recuperado. Rocha (2006) afirma que seria falta de compreensio sobre o papel de mide supor que, se afastam dela seu bebé por alguns ¢8, a0 devolvé-lo a relago entre ambos seja (0 da carencia: “ums crianga car 6 aquela que, apss tomar conhecimento de falhas que foram corti gidas, vem a experimentar uma falha nfo corrigida, Portanto, a ta- que significa a emergéncia de um verdadeiro eu, um verdadeiro self. Ao contrério de outras pessoas que nfo conseguem saber se 0 bebe sente fome, frio ou est apenas querendo atengio, a mile con- segue, na maior parte do tempo, saber exatamente qual & a necessi- dade dele. Essa simbiose inicial entre mile e behé foi chamada por Winnicott (1988) de “Preoeuy Desejo, fung&o materna e a constituigao psiquica ile no interjogo da constituigo subjetiva, toma-se por definigio que ‘como se dé a flngfio materna, uma vez que estava em um tempo a~ {etior ao pr6prio surgimento do Eu e, portanto, em um tempo em que ‘quico do sujeito em consttuigao nio teria con- ‘Dessa forma, a fungo do desejo materno na cons- é exercida pela nomeagao, pela linguagem e dé as 10 do deseo. Nao $6 fornece clemen- nar esta fungao de Outro para 0 bebé, que ¥ significantes emprestados pelo discurso mat tragos de identidade, Este tomar par aio psfquica que esti na base da formacso do F Lacan (1949), esté no espelho: “Eu sou”, ‘Apesar de se tratar de uma imagem fict(cia, esse provesso vai indo, assim, 0 Eu e © Outro, processo o qual deseneadeia . Acesso em: 25 Jan, 2010. 19 Pregnancy 1 V. 32,0. 5, R. Uso de indicadores em pesquisas de debate conceitval, In: Lew, Re: Kurret, M. C. M, (Orgs.). 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Polen togla e Compromisso Social: unidade na diversidade, Belém, Para, 2009, Sobre os autores ‘Axa Leu Branco Novo taem psicanilise: Peicéloga da Associagio de Asssten de So Paulo, analubranco@ig.com.br ‘AbarANk Mantconors Mactan Professora do Departamento de Aprendizagers, Desenvol nal igo de Psicologia Esco 30 Paulo ~IPUSP, mest © Avousra Mania Moureaio B, Fane Pricéloga; Psicanalista da Assocition Freudieane ‘a Doutora da Universidade Federal de Minas Gerais. ‘e-mail: marafadel@uol.com.be ionale; Professo- Camis Cazouine Sanros Parané Cama 0. Vaz Cass Psic6loga graduada pela Po PUCPR, com Especi (Canouava CaRnoso Tinsst Peicdlogae psicanalista, mestr em Aprendizagem ¢ Desenvolvimento Hc ‘mano pelo Instituto de Psicologia da Universidade de Sao Paclo, menibro da

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