Você está na página 1de 40
QULEMENIO 08 TODO AVANCALDOR COMITE DE EQTUDOS DE CHENCIAG FINGAL CAP Vil cone ' a Eisica TOPICOS AVANCADOS DO_PSS¢ fNDicE SAE NIE TRANSFORMACOES EM ATOMOS E EM NUCLEOS A conservagao de energia A conservagao do momentum linear e do momentum gular Outras leis de conservagao Fisséo Uma andlise mais profunda do decaimento alfa Mod@lo ondulatério cldssico. Tempo de vida e pene- tragao de barreiras Decaimento alfa e penetragao de barreiras Tempo de vida e energia liberada A emisSao de Fotons Apéndice Exerc{cios: Para casa, classe e Laboratorio OBSERVACOES: Esta publicagao @ para uso interno e ex- clusivo da EPCAR, nao sendo permitida reprodugao ou venda da mesma, soeecce capfTuLo 7 TRANSFORMACOES EM ATOMOS E EM NGCLEOS Temos realgado até agora a estabilidade dos atomos, da igual dade dos nfveis de energia de dtomo para tomo do mesmo elemento, as energias definidas e invariaveis dos niveis dos atomos, molecu las e nucleos. Mas sabemos muito bem que o mundo nao esta estavel, especialmente o mundo do’atomo e do niicleo. Realmente, o que sabemos sobre seus niveis de energia é a- prendido através da observacgao de atomos passando de um nivel pa- ra outro de energia, muito frequentemente emitindo um foton. Agora vamos olhar um pouco mais atentamente do que temos fei to, para saber como estas transformagoes ocorrem nos sistemas quanticos. Por que alguns nucleos decaem radioativamente? Por que aquelas razGes de decaimento sao independentes de condigoes externas e sempre exponenciais no tempo? Por que algumas moléculas se combinam e outras se decompoem? Como, quando, e por que um atomo abandona um estado excitado pela emissao de um fdton? Todas estas questoes sao centrais na compreensao do mundo, cuja mudanga @ nao menos real que a estabi- lidade. Tentaremos explicar estas questoes, que sao diffceis, por todos simples e aproximados. Nos vamos abordar as questoes de m canica quantica utilizando suas imperfeitas mas muito uteis analo gias ondulatérias - as ondas numa mola e na agua = discutir o que acontece nas ondas de probabilidade sera o objeto de nosso interes se neste capitulo. Iremos também ver quao importante e simples sao as aplica- goes das leis de conservagao,as quais nao podem elas m jas contar nos quais reagoes sao rapidas e quais vagarosas, po poderao es- tabelecer regras fundamentais que determinam quais reagoes podem ou nao ocorrer. A _conservacao da energia Se um sistema tende a dividir-se espontaneamente em duas pa tes as quais entdo podem se separar com energia cinética tal que a energia total.permanega constante, mais cedo ou mais tarde isto se realizara. Tlustraremos isto com dois exemplos com vasta diferenca de e nergia. Primeiro considere uma molécula de oxigénio, 02. Desde que a energia deve ser fornecida para separar os dois atomos de oxigénio, a energia da molécula no seu estado fundamental ¢ menor do que a energia dos dois atomos separados (far apart) em repouso. Uma molécula de oxigénio no estado fundamental nunca se dissociara por si. Mase a molécula é excitada a um alt{ssimo nfvel de energia, por exemplo, pela absorgao de um féton ou por uma colisao inelastica com um elétron - a molé- cula pode romper-se, Esse processo é descrito esquematic te na Figura Ia. A ordenada é uma escala de -energi'a para a e nergia total da moléecula. Na esquerda temos o n{fvel fundamen tal e um nivel excitado da molécula. A linha tracejada repre Senta a energia total dos dois atomos, quando éles nao estao interagindo um com o outro e estao em repouso. Quando nao es téo ligados Sstes dtomos podem ter qualquer energia cinéti- ca. Isto é representado pelo espectro continuo a direita, 0 estado fundamental da molécula esta abaixo do estado funda mental dos dois atomos; energia tem de ser adicionada a mol cula para separar os dtomos. Mas se a molécula esté no esta- do excitado mostrado no diagrama, ha suficiente energia para Separar os dois atomos e dar a les alguma energia cinética, de acdrdo com o n{vel de excitagao. Processo similar ocorre no mundo dos nucleos. Podemos usar um diagrama semelhante ao da fig Ia para ilustrer a situa- Gio. Ao inves de uma molécula de oxigénio, iremos considerar um niicleo de L*® ¢ as partes dos dois stomos iremos substi- tuir para um micleo de He’ (partfeula % ) e um H® (deutex ron). ae + asi exghins a pata dos com energy +4 fetal Cov) 42 ei Sema ctat & eapéchrs continua de etedo Nihal wae gael com energie pesteun aside nuitile dois muichess om pode aie eee As massas désses micleos sao 6,0151, 4,0026 e 2,0141 u.m respectivamente. A soma das massas de H” e He4 excede a massa do Li® de 0,0016 u.m.a, a qual corresponde a 1,5 Mev numa escala de energia. ae Lif ato estado Seeunencey nao pode desinte- grar-se em He’ e H?. Mas o nucleo de Li® tem u nivel dee nergia, quando excitado, préximo de 2,2 Mev acima de seu es tado fundamental. Ble pode ser excitado a éste nfvel pela ppsasren de um f6- ton de 2,2 Mev; e entao romper-se-s em H* Hed » com os dois micleos separando-se e participando de uma energia ei nética de 0,7 Mev. Este processo tem sido constatado. A constatagao do proces So esta ilustrada na Figura 1(b). Observe que a Fig la e oF sa0 fundamentalmente as mesmas, exceto pelo fator de 10° na escala de energia (Veja Cap 6, secgao 11). Atualmente estas sao as m®sSas dos atomos neutros. Mas des de que o numero de elétrons no 1itio é 0 mesmo daquele do H+ He, nao precisamos nos preocupar com éles. Veja Cap{tu lo 5, Tabela 2. A _conservagao do momento li Te do momentum gu Até agora considerou-se sdmente a conservagao da energia.0 que se sabe sobre a conservagao do momento linear? Uma mo= lécula de oxigénio excitada em repouso nao possui momento linear, de tal forma que a soma dos momentos lineares to- tal dos atomos deve ser também igual a zero. Esta condigao & obedecida somente se os dois dtomos se separarem em dire gOes opostas e dividirem a energia cinética existente de tal forma que seus momentos sejam iguais em modulo e opos- tos em sentido. Isto € 0 que acontece, e assim a conservacgao do momento nao ird se opor ao rompimento da molécula. A Situagao @ ¢ xatamente a mesma na escala nuclear: os dois nicleos irao Separar-se com momentos iguais e opostos. Isto pode ser testado experimentalmente. Do mesmo modo que a conservagao do momento linear, a conser vagao do momento angular pode tambem ser satisfeita;tanto na dissociacao de uma molécula em dois atomos como na desin tegragao de um niicleo em dois nicleos menores, Estudemos a situagao, primeiro sob um ponto de vista puramente neutonia no. Uma molécula (ou um nicleo) em repouso tem momento angu lar orbital zero. Se houver qualquer momento angular, éste deve ser o spin, que € um momento angular interno. (veja cap 1, segao 10). Suponha que o nucleo que se desintegra tem um spin apontando para fora como na Fig 2a. Os dois fragmentos se deslocarao em diregdes opostas poden- do dividir o spin inicial de diversos modos, Cada um déles podera ter um spin propio, a soma dos dois forma o spin ori ginal Fig 2b. Se os fragmentos nao tiverem spin, éles se separaram com um momento angular orbital em relagao ao seu centro de massa igual ao spin original, Fig 2c. Um mecanismo mais geral pa- ra a conservagao do momento angular é do spin original ser dividido entre o momento angular orbital e o spin dos frag- ‘mentos. A natureza ondulatoria das part{culas modifica esta descrigao simplificada e impoe algumas restrigoes para os possiveis valores do momento angular, mas o mecanismo da conservagao do momento angular discutido acima permanece poss{vel. Fig 2 - A conservagao do momento angular quando um sistema com spin quebra-se em duas partes. 0 sistema original em (a) tem spin, mas nenhum momento angular orbital. Em (b) os fragmentos se separam em linha reta de tal modo que nao e- xiste momento angular orbital. Cada fagmento tem spin, e seus spins totais adicionados dao-nos o spin original. EM (ce) os fragmentos se separam ao longo de duas linhas pa lalelas de forma tal que é@les tem um momento angular orbi- tal. Desde que nenhum déles tem spin, éste momento angular orbital € igual ao momento angular de spin original. 0 caso geral é 0 de fragmentos que tem tanto spin quanto momento an z Ja 3 4 5 B a > Srergia le bigags gular orbital... Outras leis de Conservacao Em tédas as observagies até hoje, a carga elétrica tem sido Sempre conservada, lias, a conservagao da carga elétrica, ener gia, momento linear e momento angular ndo sao os Unicos fato- res que determinam se uma reagdo pode ou nao ocorrer. Por exem Plo, compare um nicleo de gkr/°s um par de nicleos picaae se veo) +. As nageeh gee 77,948; 44,967 © 31,901 u.m.a. respectiva mente. A soma des duas “ultimas massas 6 muito menor que a primeira, energeticamente o nucleo de gokr® pode desintegrar- se em o,Ca4> c 1.59. pe tato a energia dispon{vel existente e mator que 10°Nev. Energia, momento linear e angular, e carga elétrica poderao facilmente serem conservadas na reacao. NOTA - 0 sf{mbolo gokr Oe notagao sombolica para o nucleo de cripténio contendo 78 protons e neutrons, e com um nu- mero de massa A = 78.A carga nuclear para todos os isé- =36. topos do criptonio é Podemos ent4o, perguntar o que impede o nucleo de ght de Gy ub 4 G8 Sounbadeyqueloencseeaeieece 178 desintegrar-se em 45 trons no + difere do mimero de neutrons no 208" ES 30% de um, entao um neutron desopareceria nesta reagao. Sua cner= Gia de repouso de 10°Mev seria entdo dividida pelos dois frag- mentos na Torna’ de energia| cinéticas oul telwexsi unl f6¢ogide al ta energia seria emitido, Qualquer dos casos seria facilmente observado, mas nunca o foi. Nem algum outro rompimento tem sido visto no qual a ener- Gia desprendida é igual a energia de repouso de um neutron. Igualmente nao se tem observado Teagoes nas quais o nimero de Protons seja reduzido e nas quais sua energia de repouso tenha Sido lebertada na reagao. Todos os nossos dados experimentais indicam que o numero total de neutrons mais Protons ou nucleos tenha sido conservado. Isto é uma outra lei de conservagao fundamental a qual deve ser adicionada as leis de conservagao de:energia, momento li. near, momento angular e carga elétrica. A conservagao da energia impede que, "um nucleo lev como Li® em seu estado fundamental desintegre-se. Se o nucleo ¢ su ficientemente excitado, ¢le rompe-se facilmente, como vimos na segao 1. A situagao é bem diferente quando o micleo é mui- to pesado. Por exemplo, o nucleo de uranio, com numero de massa A=236 po deria se quebrar e reorganizar-se em dois outros nucleos: um de A=90 (o qual poderia ser um isdtopo do metal zirconio) e um do A=146 (o qual poderia ser um elemento raro, o neudimio) Desde que 90 + 146 = 236, temos exatamente o mesmo numero de nucleons. Como a energia total de ligagao déstes produtos, is to &, como a energia necessaria para separar o nucleo em nu- cleons, esta relacionada com a energia de ligagao do uranio 236 em seu estado fundamental? A energia de ligagao por nu- cleon pode ser grosseiramente tirada da figura 3, mas nao te- mos entao precisao maior que dois algarismos significativos. , Energia total de ligagao em Mev vase, 236 nucleons com 7,6 Mev/nucleon 1 800 Zr]4@ 90 nucleons com 8,7 Mev/nucleon 780 Ne 146 nucleons com 6,2 Mev/nucleon 1 200 Na soma da energia de ligagao dos dois nucleos menores obte- mos 1980 Mev.Consequentemente na recomposigao do nucleo de 236 temos um excesso de energia de ligagao de cérca de 200 Mev. Desde que a energia de ligagao @ agora maior, os nucleos dao-nos 200 Mev. Estes 200 Nev devem ser transformados em al- guma outra forma de energia, se de algum modo 0 nucleo de u*36 aissocia-se em duas partes separando-se uma sendo um nu- cleo de Zr e outra um nucleo de Nd, os dois fragmentos irao se separar com uma energia cinética de cerca de 200 Nev. Real mente, uma parte desta energia é sempre utilizada ma excita- ee. mentos ou na liberacao de alguns neutrons ou de uma part{cula alfa, mas a maior parte é transformada em energia cinética para os dois fragmentos. Esta fonte agao de rompimento, chamada fissao, ocorre em mui cleos pesados. Grosseiramente falando, 0 nucleo divide-s em dois grandes fragmentos, como se fosse uma ameba, A transformagao faz-se expontaneamente, de acordo com uma lei exponencial de decaimento. Isto é, 0 numero de nicleos.a que decaem por unidade de tempo € proporcionai ao numero de Micleos que nao decaem. Pa Fa os niicleos de uranio no estado fundamental, a razio é in crivelmente lenta. 0 decaimento necessita um tempo o qual ¢ um bilhdo de vézes maior que o total tempo da historia da terra. Ja quando em estados excitados éstes mesmos nucleos de ura- io rompen-se em 107!°seg ou menos, liberando no processo alguns poucos neutrons. Sao @stes estados que tornam possi- vel a reagdo en cadeia, a qual libera energia nuclear numa Grande escala; numa bomba nuclear ou num reator nuclear. A curva de energia de ligagao da fig 3, sugere nao somente uma iinica espécie de fissao, mas, sim, uma grande varieda- de de rompimentos. até mesmo um singular rompimento como o estilhago de uma part{cula alfa, A=4, é possiyel em muitos nicleos, Todo niicleo de alto A pode decair, por si mesmo, em um nu- cleo com menos 4 nucleous e emitir uma part{cula alfa. Tox dos estes niicleos sao ditos como sendo radioativos, De fato a maior parte dos niicleos que tem A acima de 140 sdo instaveis. A meia vida daqueles mais leves que o chumbo € tao arande que a atividade nao pode ser comumente observa da, Entretanto existem meios através os quais podemos obser Var a emissao radioativa de part{culas alfa de nucleos que decaem tao vagarosamente que sua meia vida é da ordem de 1olManos. Realmente existem alguns nicleos excepeionai's (mais leve que 0 chumbo) que decaem menos vagarosamente; es Se tipo de decaimento alfa ji foi observado. dbviamente, as leis de conservagdo nao nos dizem a completa histéria dos sistemas que decaem. Para ver que espécie de fatéres adicionais estao envolvidos e como éles atuam ire- mos mos concentrar em um processo = decaimento alfa. Uma_analise mais profunda do decaimento alfa Temos sempre mencionado que dentre o fissionamento e 0 de- caimento alfa de nicleos ha um variado numero de tempo de vida, tendo sempre sido satisfeitas as leis de conservagao. Alguns deles sao presumivelmente tao longos que nao foram determinados ainda, e alguns sao tao rapidos que so podem ser deduzidos indiretamente como veremos mais tarde neste capitulo. Que fatores outros devemos adicionar as leis de conservagao a fim de entender éstes fatos? Um fator adicional que sem pre ressalta de algum modo, determinando 0 tempo de vida dos sistemas de decaimento é muito bem ilustrado no caso do decaimento alfa, onde um grande numero de dados tem sido acumulado, Na Figura 4 colocamos o logar{tmo da meia vida de varios emissores de part{cula alfa como uma fungao da e- nergia cinética das part{culas alfa. As diferentes curvas correspondem a diferentes famflias de isotopos com a mesma carga nuclear (radonio, radio, torio, uranio, pluténio e curium). Podemos ver entao que para uma carga fixa, a ener gia cinética da part{cula alfa parece somente controlar a razao de decaimento. Isto é: a meia vida quando colocada em grafico, contra a energia de desintegragao, forma uma curva Suave, contanto que a carga seja fixa. A forte dependéncia da meia vida com relagao a energia liberada ¢ uma caracte- r{stica geral de decaimento de todos os tipos de sistemas, @ assim nos iremos prosseguir em nosso exemplo de decaimen- to alfa para ver se podemos obter alguma explicagao déste 2 feito, No caso do decaimento alfa notamos também um outro aspecto. FIG 4 EVN Para uma certa energia cinética liberada, a carga nuclear controla a razao, de decaimento. Por exemplo, a 6,3 Mev a meia vida vai de um minuto, no radonioacerca de um més no curium, Este é um fator de aproximadamente 10°em tempo de vida para uma variagao de carga de cérca de 10% Como podemos compreender éstes efeitos? Primeiro olhemos mais atentamente a dinamica do nosso problema. Para fazer is toperguntemos que espécies de forgas auam na particula alfa. Sabemos que quando a part{cula alfa esta muito longe do nu- cleo, a unica forga que age nela é a forga eletrostatica que vem da carga do nucleo. Isto, vocé se recorda, foi desco berto por Rutherford na sua famosa experiencia de espalhamen to de particula alfa. Quando a partfcula alfa esta dentro do nucleo, hd uma forca nuclear (CAP 6, segao 12) além da forga eletrostatica. De experiéncias de espalhamento de prticulas pesadas, sabemos que # forcga nucleares sao de muito pequeno aleance e afetam o movimento da partfcula alfa somente quan- do a partfcula esta muito perto da superff{cie nuclear. Segue que a curva de energia potencial tem o aspecto da energia po tencial eletrostatica até que a part{cula alfa esteja muito perto da superficie nuclear. No caso de um. nucleo pesado se melhante ao curium o raio é de cérca de 107}4 me o potencial repulsivo coulombiano alcanga cerca de 15 Mev proximo da su= perficie do nucleo, Por outro lado, part{feula alfa ejetada, quando esta muito longe do nucleo do curium onde a energia potencial é negligfvel (desprez{vel) tem uma energia cinéti- ca de 6,3 Mev. Se a partfcula alfa existe por algum tempo dentro do niicleo com uma energia total positiva de 6,3 Mev, a fOrga nuclear deve ser atrativa e mais intensa do que a forga eletrostatica repulsiva, tal tipo de forga nuclear pro duz um potencial bem dentro do nucleo e podemos dizer que a curva representativa da energia potencial de uma part{eula alfa tem um aspecto similar aquele mostrado na figura 5. Quando fazemos esta dedugao estamos estabelecendo um modelo do decaimento alfa. Realmente, a situagao é mais complicada do que temos assumido. Todavia, a part{cula alfa @ constituida de quatro mucléons,e quando entram no interior do nucleo nao ha garantias que ela se rompera em virtude da forte forga nuclear la e- xistente, A descrigao teria de ser entao mais complicada. Entretanto, os resultados de nosso modelo sa liteis para previsdes sdbre o decaimento alfa, e também indi atualmente cam um caminho geral de racioc{nio. A linha tracejada na Figura 5 representa a energia cinética da prtfcula alfa no infinito, Com base na mecanica neutonia naesta part{cula alfa nao pode estar mais proxima que duas vézes o raio nuclear se estiver exteriormente. Igualmente falando uma part{cula alfa com esta energia dentro de um po go de potencial nunca seria capaz de ir para o exterior. zemos que ha uma barreira de potencial segurando a prt{cula dentro ou fora, conforme o caso. Classicamente, nao temos decaimento alfa. Isto ira corresponder “a espectativa até que # energia cinética aumente de modo a alcangar um valor igual ou maior que a altura da barreira, Isto nao é absolu tamente o que acontece, como vimos na Fig 4. A mecanica neu toniana nao explica absolutamente o decaimento alfa. De fa- to, em todos os casos na Fig 4 ela os proibe. Assim iremos voltar ao nosso modelo ondulatorio quantico. Resulta que a analogia ondulatéria da probabilidade de se encontrar part{culas € muito verdadeira na explicagao do ca so de decaimento alfa, e esta é a razao de termos escolhido a analise do decaimento alfa. Mas antes de podermos realmente estabelecer nossa discussao, sera necessario voltar ao failiar sistema ondulatorio de ma neira a discutir os efeitos analogos ali. Modé@lo ondulatorio classico Tempo de vida e penetracao de barreiras Suponha agora que consideremos uma onda estacionaria num fio o qual esta préso a um suporte rfgido, passando através as oid Ba dchome ete Dilinwe de patede ells de cenie denice: dectameie Wantirna. dk ener obroxrmejiis PE neta muddeaw mais © fro wuts Yonge onda comichacti de um furo pequeno de um outro suporte rigido e estendendo- se além déle infinitamente (Fig 6). Se desprezarmos os efeitos de fricgoes externas e da resis- tencia do ar, a onda se mantera entre os suportes para sem- pre, oscilando constantemente na forma original. 0 fio sem fim além da abertura permanecera sem movimento, porque o fu ro impede movimento para cima e para baixo no ponto A. Agora diminuimos um pouco a restrigao, Em lugar de um furo, deixe mos 0 fio ser sustentado naquele ponto por um suporte dife- rente, muito forte e quase rigido, mas permitindo uma peque na vibragdo no ponto no qual esta préso. Como a onda esta- cionaria vibra no pequeno segmento do fio, o suporte movel iré oscilar um pouco (Fig 7). Seu movimento imprimira um pequeno movimento ao longo do fio. Gradualmente alguma energia da onda estacionaria entre os dois suportes sera transferida numa vibragao ao longo do fio. Uma pequena onda caminhante sera vista movendo-se ao longo do fio externo até ter terminado todo o movimento do segmento original. A onda penetrou em nosso suporte e ener- gia déle saiu. Hé muitas maneiras de se fazer um suporte penetravel.Um su- porte analogo que pode ser usado demonstrando 0 que aconte- ce num nucleo é aquele que deixa passar uma pequena, mas fi xa fragao (f) da energia da onda estacionaria por unidade de tempo. Se escolhermos o perfodo de vibragao T como sendo a unidade de tempo, podemos descrever o processo de perda da maneira que se seque: Denominemos a energia inicial por Ey. Entao apos uma vibra- Gao fEo tera escoado, e (1 - f)Eg estara armazenado na onda estaciondria. Depois da segunda vibragao (1 - f)Eo que permanecera na onda estacionaria, e assim sucessivamente. Se colocarmos em um grafico a energia da onda estacionaria com uma fungdo do tempo, teremos uma curva t{pica de decai- mento exponencial (Fig 8). Penetragao tem sido observada em onda de todas as espécies -li- < be = 0 ~ os wprped Reus ap aot As vibragoes de um fio levariam um suporte o mais rfgido pos s{vel a absorver uma pequenissima parte. Ondas de luz sem- pre penetram um pouco no interior da regiao em cuja superf{f- cie elas sao totalmente refletidas e voce pode observar que isto ocorre nas ondas de agua também. No tanque de onda, se voce € cuidadoso, voce pode refletir totalmente a superf{cie das ondas em um lugar raso de um li mite definido, onde a agua repentinamente torna-se profunda Entao se construir uma outra regiao rasa colocando um peda- go de vidro ao longo da regiao profunda, proximo do limite da porgao original rasa, ondas comecarao a se mover em dire G40 a segunda regiao rasa avizinhando-se mais e mais da la. (Fig 9). Conforme vocé estreitar a passagem funda da aqua, as ondas que eram totalmente refletidas pela parede, pene~ trarao completamente na segunda parte rasa do tanque. Final mente, quando as duas porgoes rasas se tocarem nao havera reflexao. Ondas de matéria, que dao a probabilidade de se encontrar part {culas, comportam-se de uma maneira similar. Vasamento através de uma regido onde a energia potencial ¢ granie de mais para 0 movimento do ponto de vista da mecanica neutonia na @ sempre possivel para as ondas de probabilidade. © suporte flexivel no nosso modelo de fio e a agua profunda no nosso modelo de ondas de agua sao analogos de qualquer potencial que nao @ infinitamente alto ou infinitamente lar- go. Na f{sica neutoniana, uma barreira de potencial confina uma part{cula constante que seja suficientemente alta, nao im- portando quao estreita seja. 0 resultado neutoniano prediz que uma part{cula, uma vez confinada por um potencial a uma certa regiao do espago, permanece perpetuamente naquela re- giao a menss jie ganhe energia de alguma fonte para vencé- la. Entretanto, a descrigao ondulatoria implica que nunca pode haver uma parede real capaz de confinamento perpétuo. As ondas de probabilidade podem sempre penetrar, mesmo que somenté muito vagarosamente através de uma parede finita fe io fetal de partiaute. a 2’ apne: g z mca da fortzada ats ao Uvhw do mide D Podemos descrever uma nova classe de evento, A onda estacio naria confinada representa uma partfcula numa caixa. Mas n@o permanece no interior por tempo indefinido. A onda "es- coa" para fora da caixa - penetra na barreira de potencial. © tempo passa, a part{cula torna-se mais e mais plaus{fvel de ser encontrada fora, distanciando-se da caixa. A energia da partfcula permanece imutavel, mas a part{eula pode encon trar seu “caminho" através da "parede" da caixa, deslocando se com uma energia cinética tal que a energia total do sis- tema se conserva. Nao podemos predizer exatamente onde pode mos observar a part{cula fora da caka. A intensidade da on da cai gradativamente e a probabilidade de encontrar a par- tfeula la diminui. Mas desde que a part{cula deve ser encon trada em alguma parte, a probabilidade de encontra-la fora eresce. Este crescimento é analogo a um aumento da energia total do trem de onda a direita do suporte na Fig 7. Depois de um tempo suficientemente longo, podemos estar se- guros que a partfeula saiu da caixa. Aproximadamente toda a onda de probabilidade esta do lado de fora. Certamente, a previsao probabilistica dara uma afirmagao direta sobre re- sultados observados somente quando grande nimeros sao consi derados (envolvidos). Se tratarmos, nao com uma unica par- tfoula numa caixa, mas com uma grande colegao de part{culas em caixas distintas, o comportamento observado estaria em perfeito acordo com as indicagdes probabilfsticas. Se lidar mos com somente uma caixa, devemos estar preparados para ob servar um comportamento muito ao acaso. A onda escoa=se con tinuamente mas algumas vezes a prticula é levada a abando- nar a caixa quase que imediatamente, outras vezes, no entan to, permanecera dentro por algum tempo. Uma pequena amos= tra decai desordenadamente, um dnico nucleo desafia a previ. $40; mas 0 comportamento medio de muitas pequenas amostras ou o decaimento real de uma tnica amostra grande, ira sem- pre aproximar-se do estabelecido decaimento exponencial con forme figura 8. Ae No nosso mod@lo de fio a meia vida de decaimento depende de detalhes do suporte de vasamento. Para uma onda de probabi lidade o tempo de vida ira depender da altura e extensao da barreira de potencial. Decaimento Alfa e Penetracao de Barreira Retornemos ao nosso problema de decaimento alfa, seja o de- caimento de um nucleo de uranio 236 numa part{culas alfa e num nucleo de numero de massa atomica 234. Inicialmente, a partfoula alfa é descrita por uma onda estacionéria dentro do niicleo, Esta onda estaciondria pode vagarosamente escoar Consequentemente, a part{cula alfa eventualmente alcanga o exterior e @ repelida pelas forgas eletrostaticas. Alcanga uma posigao muito longe do nucleo com uma energia cinética indicada na Pagina 5. No caminho da safda entretanto, passou através da encosta, isto @, através da regido onde a energia potencial é maior que a energia total. A fissao espontanea do uranio em dois grandes fragmentos o- corre da mesma maneira. A energia cinética dos fragmentos é@ maior quando @les estio bem separados; mas para os fraqmen tos ficarem separados éles passaram através de uma regiao onde a energis potencial é maior que a energia total. La ow tra vez, as ondas escoam (deslizam) através dela vagarosa- mente. Tais fissées ocorrem,, mas nunca numa razao controlada pelo escoamento através da barreira, Agora podemos ver como a energia de excitagao pode fazer u- ma diferenga bem grande, Suponha que o niicleo esta num esta do excitado com energia E, (Fig 11). Entao, a evasao ocor~ re proximamente do topo da barreira onde ela @ mais estrei. ta. As ondas penetram mais facilmente ai. Podemos tornar is toplausivel pela seguinte comparagao. Na mecanica neutoniana, quando uma part{cula tem energia ci. nética suficiente para vencer a barreira de potencial ela =e. ra sempre transpo-lo, Se a partfcula nao tiver emergia su-~ ficiente ela sempre estard confinada. A natureza ondulato- ria das part{culas tende a aplainar esta transigao abrup a. Part{culas com energia quase suficiente (isto é, com ener- gia préxima a do topo da barreira) tem uma grande probabili dade de evadir-se através dela. Esta probabilidade decresce quando a energia da part{cula decresce. Uma partfcula com energia muito baixa encontrando uma muito alta, comporta-se quase como da maneira neutoniana ~ dificilmente ira escoar através dela. Isto deu-nos uma explicagao qualitativa dos sistemas de de- caimento alfa da figura 4, Para uma carga fixada, 0 decai- mento alfa com maior energia deve estar proximo do topo da barreira, e assim sua razao de escoamento é aumentada. As- sim, quanto menor a carga, menor a barreira, por que a re~ pulsao Coulombiana @ proporcional as cargas. Assim, para uw ma energia de decaimento fixada, a razao do escoamento @ proporcional 4 diminuigao de carga. Realmente, a teoria de penetragao de barreira por ondas de probabilidade pode ser realizada quantitativamente e a cur va resultante concorda com aquela da figura 4. Penetragao através de uma barreira de potencial € importan te nao somente quando uma part{cula vence uma barreira de potencial, como na desintegragao alfa expontanea; pode ser um fator igualmente importante quando uma part{cula tem de penetrar num pogo de potencial através de uma barreira. Por exemplo, se n}5 @ bombardeado com protons, a absorgao dos protons com a subsequente emissao de uma part{cula al- fa tem sido observado pelo uso de protons com uma energia cinética de cérca de 0,35 Mev. Agora a altura da barreira de potencial coulombiano para penetragao de um proton den tro de um nucleo NI© é de cérea de 1,5 lev e de acérdo com a mecanica neutoniana, um proton de 0,35 Mev nao pode ria estar mais proximo que 4 vézes o raio nuclear. A reagio observada com a emissaos de uma particula alfa éa evidéncia que a onda do proton conduz a penetragao do nu- 8 - da barreira de potencial. cleo de nitrogenio atravé Similar penetragao de barreira é um fator muito importante na determinagao da reagao de fissao nuclear, a qual aconte ce nas estrelas ou na fissao controlada. Tempo de Vida e energia liberada Entre suportes rigidos e fixados, as ondas estaciondrias de nosso mod@lo no fio, pode ter somente certos’ valéres fixos para o comprimento da onda: duas vézes o comprimento entre 0S suportes,exatamente o mesmo comprimento, 2/3, As 2L/n onde n é um inteiro qualquer. Do mesmo modo, uma versio quanti- 2/4, do comprimento: e assim por diant ca com paredes rfgidas d4-nos somente certos valores preci SoS para o comprimento das ondas estacionarias de probabi- lidade, e como consequéncia disto, somente certas energi- as precisas para as part{culas que elas representam. Agora considere o modélo mais real do fio com flex{veis su Portes. Aqui o comprimento de onda da onda estacionaria po de variar um pouco, porque o nodo nao necessita se locali- Zar exatamente no suporte. Figura 12 ilustra a situagao. © fio pode conter uma onda estacionéria com um comprimento de onda em algum lugar do intervalo mostrado na figura. Po de, entretanto, também conter uma onda estaciondria a qual € uma superposigao de tadas as poss{veis ondas estacioné= rias na regiao permitida de comprimentos de onda, Temos es colhido um suporte que permite a passagem de uma fragao fi xa da energia interna. Assim, para grandes amplitudes en- tre os suportes, o suporte absorve mais, permitindo 3 mes- ma fragdo. da energia da onda estacionéria escapar. Déste modo, o dom{nio dos comprimentos de onda permitidos para as ondas estacionarias sera independente da energia das on das entre os suportes. Vimos entao, que um suporte "escoante” tem duas consequen- cias. Primeiro, a onda estacionaria decai cedendo sua ener gia a uma onda caminhante. lee SSSSESS ES SSE VILLI Y Y Yj y y Y G Y Y U U wATETDLIZZILIILLLLLLLLL AOA Segundo, a onda estacionérin pode ser feita de sobreposigao de alguns comprimentos de onda préximos do valor preciso Permitido por um rfgido suporte. A mesma coisa sera entre- tanto verdadeira para a onda caminhante. Neste modélo de fio vibrante a diminuigao da rigidez do Suporte aumenta o desenvolvimento do comprimento que a onda caminhante teré. Tambem quanto menos rigido o suporte, mais répido a onda escoarai Nais precisamente quanto mais répido a onda esco- ar, maior serg sua extensao em comprimento de onda. Um sis tema mec&nico que mostra éste comprimento é@ descrito em detalhes no Apéndice. As mesmas relagées sao levadas ao tratamento quantico. Con tudo, os estados sao somente estaciondrios aproximadamente isto é, @les podem decair pelo escoamento de alguma part{- cula - as partf{culas que escoam nao podem corresponder exa tamente a comprimento de onda definido. Também partfculas emitidas por tal estado tem uma dispersdo de energia acima de uma pequena gama espec{fica. Quando uma onda de probabi lidade escoa rapidamente o estado tem curto tempo de vida. Guanto mais curto o tempo de vida do estado confinado, mai or a dispersao de energia da prt{cula emitida. UM exemplo pone efeito é visto no decaimento radioativo de nicleos Be®, Este nicleo fende-se em duas partfculas al fa quando se encontra nos seus primeiros estados excita- dos, e a largura e altura da barreira de potencial sao ni- tidamente notadas nos decaimentos desses estados excitados € na dispersio de energia das part{culas alfa emitidas. 0 tempo de vida do estado fundamental do Be® é mui peque no, mas tem sido medido. Be® decai em duas partfeulas alfa com Waeruie cinética total de 0,096 Mev em um pouco mais de 1077 segundos. Se calewlarmos a altura da barreira de Potencial, encontramos outra vez uma figura com a daquela na figura 5, com uma altura maxima em volta de 1,4 Mev, sé que as duas part{culas alfa podem ligar-se reciprocamente com 050,96 Nev, Quando. éste estado instével decai, a ener Gia total das duas partfeulas alfa tem uma variagao de cer cade 4 ev. Isto é dizer que medidas individuais poderiam dar diferentes respostas, distribuidas ao redor do valor 0,096 Mev com uma dispersao de energia de 4 ev. © valor 4 ev tem sido encontrado em estudos na formagio déste estadoconfinado em experiéncias de espalhamento de particulas alfa. Em contraste o primeiro estado excitado de Be® é cérca de 2 Mev mais alto: tem uma energia de disper- sGo de 2 Mev, Tem uma duragao muito mais curta = muito cure ta para ser medida diretamente. De acérdo com nossa expec- tativa, achamos aqui que quanto mais curto® otempo de vida menos definida @ a energia emitida. fses dois decaimentos sao exemplos duma relagao muito geral en tre o tempo de vida e a energia liberada, a qual é uma con- sequéncia da forma de onda. Esta relagao é tAEzh, ondeTéo tempo de vida, AE & a energia liberada pelas partfeulas e h € a constante de Plank. Uma vez que esta re- lagdo é conhecida, abre-se o caminho de medida de tempo de vida tao curtas que nao se conhecendo instrumentos pode-se contar os tiques. Este método indireto leva nossa escala de tempo abaixo do mais curto tempo conhecido. Aqui nos medi- mos nao o tempo diretamente, mas a energia liberada. A Emissao de Fdtons Isto traz-nos de volta ao assunto dos fétons. Muitos siste- mas atémicos, molecular ou nuclear podem emitir fétons. En- tretanto, os estados sao estacionarios somente em primeira aproximagao - isto é, @les podem decair por escoamento de alguma partfoula - @les nao correspondem a uma energia rigo Tosamente definida. 0 mesmo ocorre quando temos um estado que emite fdtons. Os fdtons também liberam uma pequena gama de energia ou frequéncia. Nao hd nenhuma probabilidade que um 3tomo excitado possa decair emitindo um foton com uma e- nergia em qualquer lugar sem uma estreita gama de energia liberada ao redor do valor esperado como o ideal, conforne © caso estado estacionario, -16- ‘o> 10° 4040 ASA Além disto, a relagao TAE=h, é vélida tanto Para a emissao de foton como para todos 0S outros tipos de decai- mento, Isto significa que cada linha espectral deve Possuir algu- ma dispersao de energia ou nunca Poderia ser observada; por que teria um tempo de vida infinito, Somente se o sistema atOmico estivesse confinado para sempre, sem POSSibilidade de escoamento ou emissao poderia ter um valor de energia bem definido. Somente um estado atOmico pode ter uma ener- gia bem definida; o estado fundamental. Para éste estado n3o ha decaimento. 4 largura da linha - a frequencia de uma linha espectral linica (single) — Podem ser observados dticamente com os me todos espectroscdpicos mais aperfeigoados. Outros efeitos, Por exemplo o deslocamento Doppler nas frequencias observa das, causadas pelo movimento térmico desordenado dos dife- Tentes dtomos emissores ~ usualmente mascaram 0 efeito do tempo de vida finito dos estados emissores. Mas sob condi-~ gées melhores aquele tempo de vida atémico, pode ser obser vado oticamente. Esta "natural largura" como é chamada, po de ser observada e usualmente atingem cerca de uma parte em 107 da energia a qual-est4 na ordem de eletronvolts.Por cutro lado um tipico atomo excitado dura em média cerca de 107 segundos antes de emitir um féton ético. Vemos aqui outra vez nossa relagao Then. A onda de luz oscila naquele tempo cerca de 10” ciclos, as sim o trem de onda emitido por um simples atomo estende-se Sobre uma distancia de cerca de um metro. Em algum luge no trem de ondas, mas nao em um lugar definido, o féton Pode ser levado a induzir seu efeito em atomos de algumas espécies detetoras: G1ho, filme ou célula fotoel ¢trica. Na emissao de fétons Por outros sistemas, por moléculas ou Por niicleos, o tempo de vida pode ser bem diferente em or- dem e grandeza. Ha estados excitados de alguns nicleos que vivem anos antes de emitir seus fétons - @ certamente a e- nergia liberada é correspondentemente baixa, Na fig 13 te mos o grafico seguinte: lo. =. 2a -— e x © numa escate 23 ag 28 espécies regiges onde de cecaineuto e roxin- s varios tipos de dec t u Fodemos de alguns e Ag, ao sistema pede efeite do esccanento de energia: Blo mecinico o qual pode eru estreits relagZo entre o tempo ce eae sSconmento des ondas estacionsrias. On dee de fo geradas pela torsao para 14 e para ca de un Zio de ayo vertical no centro da figura A, a forga de restours,a0 @ a vesist@ncita do fio 4 tersso. Longas varas transversnis marcadas com discos brancos sao atadas fio ’ i os cent{metros com mass=s pesadas. tes 9 Oseilar por an moter a s gura) imente resnitsate 2 fotogrefado com um eicamje de funde como sa figura B, de tai forma que somente ©S Giscos brancos sf0 visfveis, U extremo inferior do fio de ayo est4 atado a um par de pas de remos, perfuradas con pequencs furos, os quais movem na agua quando o fio gira. usta terminagfo tem sido cuidadosamente desenhada e ajusta- de pedir reflexfo da onda do extremo inferiox Jo mo ff0 comporta-se como se fosse infinitamente neira experi@ncia com @ste dispositivo est# arruma de para mostrar como o escoamento de uma onda estacionaria est relrefonado com sua frequéncia de liberagao. ts fotografias na figura € sao tempos de exposigao, nas qusis os discos produzem listas brancas; 0 couprimento da lista feita per cade disco mostra a amplitude da vibragao =20= naquele ponto do fio. Um metro fincado mantido horizontal- mente como @ mostrado no vértice superior do lado esquerdo da figura A, foi usado para medir a amplitude. Como um padrao para comparagao, 0 caso "nao escoado" é mos trado nas 3 fotografias supriores da figura C. Uma das va- ras ao longo do fio (a 249 a partir do topo), é@ fixada ri- gidamente de tal forma que o fio nao pode torcer-se absolu tamentea até aquéle ponto; isto é, 0 analogo do suporte rf{gido da figura 6. Esta vara travada nao tem disco branco e € mostrada na fotografia superior da figura C. como um buraco no remo da marca branca. Quando o fio esta girando (sendo torcido) periodicamente uma onda estacionaria é produzida entre o dirigente e a va ra travada, Enquanto a frequéncia f da torgao é variada continuamente, a amplitude a da onda estacionaria varia. A amplitude (mostrada em cm) é apreciavel sobre a gama de frequéncia entre 16,5 e 17,5 ciclos por minuto (cpm) e al- canga seu maximo proximo ao ponto médio do seu dom{nio, o que corresponde a uma onda estacionaria com dois nodos en- tre o dirigente e a vara trave. A largura da faixa de fre- quéncia a qual da uma amplitude apreciavel é portanto cer~ ca de Af = 1,0 ciclos/min. Se o sistema fdr ideal, po- deria haver uma apreciavel amplitude, praticamente somente uma frequéncia; nao haveria bandagem, A frequéncia disper- sa observada é devida a perdas devidas ao atrito no siste- ma. ; As fotografias na parte inferior da figura C mostram 0 ca- so no qual nés deliberadamente introduzimos um. apreciavel escoamento da onda estacionaria da parte superior do fio. Isto @ feito por livramento parcial da vara travada. Ao in vés de comegar rigidamente sustentada, ela @ contida por tiras eldsticas como mostrado na figura D. Outra vez a fre qu@ncia de torgao é variada, e pode ser visto na fotogra- fia que a gama de frequenda de uma pequena, mas aprecia- vel amplitude atraves da amplitude maxima até uma pequena amplitude similar @ mais larga do que no casoonde nao ha escoamento. -21- Sem Vazamente Esta ordem de frequéncia ¢ agora Af = 1,9 ciclos/min. A onda caminhante produzida pelo escoamento tem a mesma lar gura de frequencias que a onda estacionadria. Investigamos isto conduzindo o sistema 8 frequencia na qual a maxima am plitude € produzida e entao desviando (afastando) o dirigen te (guia). Quando a 24a. vara é travada - isto é, quando n§o hd escoamento - a onda estaciondria nao permanece para Sempre, por causa de tédas as perdas de friegio previamente mencionadas. Apesar disso, uma comparagao mostra que a amplitude da onda estacionaria decai mais rapidamente no sistema escoante do que naquele no qual nao ha escoamento. Por exemplo, no tes- te com o aparelho descrito aqui, levou somente cerca de 0, 65 para a onda estacionaria perder metade da sua amplitu de original com o escoamento daquéle tempo sem o escoamento Idealmente, a onda estacionaria permaneceria para sempre se nao houvesse escoamento. Figura 3 - A energia média de ligagdo por partfcula para os micleos que ocorrem naturalmente colocados como uma fungao do mimero de massa A. Be foi incluido, ainda que nio ocor- Ya naturalmente, por causa do nosso interésse néle e neste capf{tulo, E Figura 4 ~ A meia vida de alguns emissores de pat{culas al- fa como uma fungao da energia cinética das partfeulas alfa. As diferentes curvas corresponden a diferentes fam{lias de isdtoposs 7 Figura 5 - Uma representagao esquematica da energia poten- cial de uma prtfeula alfa e um niicleo pesado. Além do raio nuclear R, 0 potencial € devido a uma forca de repulsao cou lombiana. Dentro do R, a forga de atragao nuclear comeca a se colocar e a energia potencial efetiva torna-se negativa. Para emissores comuns de alfa a energia cimetica no infini to E, @ menor que a energia potencial coulombiana no raio nuclear R,@6 mostrada pela linha horizontal tracejada na fi Girstivetacteds conyetanceuTes neutoniana, para algum E, e- xiste uma distancia correspondente a maior aproximagio f, que @ também indicada na figura. Figura 6 - Uma onda estacionaria num fio estirado entre dois suportes rf{gidos. Smbora passe o fio sendo através da abertura do suporte, nenhum movimento ondulatério sera imprimido ao extremo do fio a direita naquele ponto porque 0 fio nao pode mover-se para cima e para baixo na abertu- ra. Esta rigidamente préso. Figura 7 - Uma onda estaciondria para o caso onde o suporte nao @ rf{gido. Neste caso a abertura da figura 5 substituida por um par de molas as quais. permitem ao fio mover-se um Pouco para cima e para baixo. Entao’uma onda viajante é Produzida no extremo do fio produzido por este movimento. Se as molas sao muito fortes, o movimento sera pequeno, e também a amplitude da onda viajante. Figura 8 - G decaimento exponencial de uma onda estaciona- ria. 0 tempo € colocado em unidades do perfodo de vibra- gao T. As marcas representam a fragao da energia inicial depois de cada vibragao para o caso onde (1 - f) = 0,933 0? qual da (1 ~ £)1% 0,5. A curva continua € 0 limite quando consideramos a energia escoando continuamente, Figura 9 - Penetragao d> barreira das ondas num tanque de ondas. A linha preta diagonal em (a) é a vara de vidro. Figura 10 - A penetragao das ondas de probabilidade através de uma barreira de potencial, a qual de acérdo com a dinami age ps ca neutoniana reflete a part{cula. Na regiao entre Be C, a onda de probabilidade escoa através da barreira. Na regiao a esquerda de A, a onda esta penetrando também, mas o potenci al continua a elevar-se a esquérda de A, de tal forma que a probabilidade de se encontrar 2 part{cula eli cai rapidamen- te a zero. Figura 11 - Esta figura @ 2 mesma que a figura 5, exceto aquela da energia do estado excitado E’ que foi coloceda na curva para comparagao. Note que w' a largura da barreira, é@ menor. que W, a largura para um niicleo nao excitado. Em adi- gao, a energia h' para o topo da barreira é menor que aquela para o niicleo nao excitado, onde @ h. Ambos éstes fatores controlam a razao de penetragao da barreira. Figura 12 - Estes dois esquemas mostram como um suporte fle= xivel permite uma gama de comprimentos de onda para uma onda estacionaria entre dois suportes. 0 comprimento de onda em (a) @ maior que o de (b) que é menor que aquéle obtido com um suporte rfgido. Qualquer comprimento de onda entre éstes dois sera possf{vel. Figura 13 - Tempos de vida de estados em decaimento. De modo a cobrir enorme gama de conhecidos tempo de vida a largura das linhas sao em escalas logar{tmicas. Varios decaimentos discutidosne texto foram colocados na escala grafica do mais longo (mais estreito) ao menor (mais largo) presentemen te conhecidos na Fisica. Muitas linhas espectrais atomicas caem na regiao mostrada na figura, mas ha também linhas que caem bem externas a esta regiao. Vimos que os decaimentos percorrem a figura totalmente do Gd ao Be. L in lo. oe SESS '’-S lt SE_E LABORATORIO FARA CASA, CLASSE E LABORATORIO Uma molécula de oxigénio ests no estado excitado mostrado na Rig 1 (a), Se ela dissociar, qual é a energie cinética total dos dois atomos que se separaram?(sec 1). 1° ‘tema nfvel excitado de energia nuclear em 3,6 Mev acima do estado fundamental. Onde na figura 16 poderia voce tragar éste nfvel? (sec 1) (a) Qual € 2 orden de grandeza da temperatura na qual a ener- gia cinética media da molécula de oxigénio € comparavel com a energia de dissociacgao? (b), Por que a dissociagao é observada em temperaturas consi deravelmente baixas? Um pésitron e um eletron em liberdade podem aniquilar um ao dare recom toda a sua energia de repouso sendo cedida para dois fotons.Por que é imposs{vel toda essa energia ser dada a um foton somente? (sec 2) Caleule o momento angular do elétron na teoria ondulatoria dos nfveis de energia do hidrogenio, Na transigao de um nivel Para seu vizinho quanto do momento angular deve o féton "car, regar" se o momento angular é conservado? (sugestdo: recorde que =h/av,e n =2 3. Um deuteron nao decai em um par de protons livres. Que lei de conservagao proibe isto? (Sec 3), De acérdo com as leis dg conservacao neste capftylo, é Possi- vel ao tritio (Nucleo # ) decair num nucleo de HY mais um ele fa reagdo ;gart? —» 2oce + 2 & possiver? (A energia de ligagdo” por partfeula do A4° e ¢a40 sao, respectivamente, 85960 Mev e 8,5526 Mev). EstGo os nicleos Seguintes arranjados em ordem decrescente de total energia de ligacao: He*, 076, 10%, ni (secao 4). Engontre a massa m de um niicleo com niimero de_massa A, niimero atomico 2, @ energia de ligagao por partfcula B, em témos da massa do proton e@ neutron, mp e mn, respectivamente (Sec 4). Use a figura 3 para mostrar que Li° no sey estado fundamental nao pode desintegrar-se em um deuteron (H2) ¢ uma particula (He4) (Sec 4). E25 Use os dados da Tabela 2, cap{tulo 5, para caleular a energia de ligacao por partfeula do Hed. quantos joules de energia cinética seriamliberados nos nucleos de tr’? e Na!4® resuitantes da fissio de um: groma de U235 no estado fundamental? Em 1938, Bethe propos a seguinte sequéncia de reagoes nuclea- res como uma possivel fonte da energia do sol: ae 13 bee > cal ack Tsar Sap teiaush ery ce > en Grete tippy ary 13 1 4 +h 1 cera +X c 6 1 eit Oe P ary. = ee ong, oben pow Bo ta nis 12 4 chal oceee eh) oie) resultante efetivo do ciclo é a conversao de 4 dtomos de hidrogénio em um atomo de helio, produgao de numerosos raios gama e neutrinos (wv), e recuantes micleos pesados. Qual é a energia cinética de todas as partf{culas se 1 mol de atomos de hidrogenio reagir? Da figura 4 qual micleo an??? ov an?!® tem maior probabilida de de emitir uma partfeula alfa durante um dado intervalo de tempo? (Sec 5 Como @ a energia cinética de uma partfeula alfa dentro do nu cleo, figurg 5, comparada com fc, sua energia a uma grande dis tancia do nucleo? (Sec 5). =266. J a 7a 18. 19, 20. a 22. De acdrdo com a mecanica neutonigna qual é 5 i jasatca distan- cia de maior aproximagao de um nucleo de 4 © de uma prt{- cula alfa de 6,3 Mev? 212 4,210 e pr2e® Quaigs dos niicleos Pow ~,_ so estaveis e quais instgveis quanto a nS ea uma partfeula alfa? Dados para os nucleos estao na seguinte tabela onde L é a energia total de ligagao. Niicleos B esho 1657 Mev o2bint? 1646 Nev eae 1637 Mev aim 1622 Mev sols 1609 Mev phe’ 28 Mev Consideremos uma corda présa através de dois suportes “absore ventes” do tipo mostrado na figura 7. Se estabelecermos uma onda estacionaria entre os suportes, como sera seu tempo de vida comparado com o caso da figura 7? Como sera o comprimen- to de onda liberado confrontando? Suponha um longo fio através do suporte escoante da figura 7. 0 que acontecera se um pequeno pulso incide no suporte da di- reita? Um feixe de luz incide ,fum plano de interface vidro, ar com um angulo tal que éle é totalmente feletido. Suponha que colo quemos uma outra pega de vidro acima da interface. 0 que voce poderia esperar que acontecesse quando o vidro ficasse cada véz mais préximo? 0 resultado dependeria do comprimento da on da da luz? (a) Suponha que um fio vibrante de energia inicial E, tem um suporte penetrante tal que apos cada vibracao 0,lo d& sua energia escoe. Depois de quantas vibragoes a energia restante na onda estacionaria sera inferior a 0,75 de Eo? inferior a 0,5 de &,,e inferior a 0,33 E,? (b) Suponha que a onda estacionaria a qual da a probabilidade de se encontrar uma part{cula numa caixa libera-se numa razao tal que a probabilidade decresce de 0,1 de seu valor inicial em um minuto, Qual é a probabilidade de se encontrar a parti~ cula ainda na caixa depois de 2 minutos? Depois de 5 minutos? sora 26. (ce) Suponha que 1000 partfculas sio colocadas em caixas idénti cas, que tem todas a mesma onda de probabilidade,de escoamento como a de (b). Quantas vézes poderia esperar vocé encontrar ainda na caixa depois de 5 minutos? (a) De 1000 partfeulas colocadas nas caixas, quantas voce espe raria que deixassem-nas durante o primeiro minuto? Durante o segundo minuto? Calcule a ordem de grandeza do produto TAE para o estado fun- damental de Be® e compare com o valor de h (Sec 8). Estime o valor relativo AL/E da eneraia de pico do raio gama emitido na transigao do primeiro estado exeitado do niicleo x4l (p21,47 Nev, = 9,5 x 107°seq). Suponha que temos um feixe de7dtomos de sddio movendo-se com uma velocidade de cérca de lo’ cm/seg. fles podem emitir luz de comprimento de onda de cérca de 6000 A. Olhando de diferen- tes pontos ao longo do feixe, notamos que a intensidade da luz gmitida do feixe decai com a distancia ao longo d@le, tal que @ reduzida por um fator de 2 em 1 minuto. Estime o tempo de vi da do atomo excitado» e a natural largura da linha. 0 primeiro estado excitado de een tgn um tempo de vida de 107® seg e emite um raio gama de 1,5 x lo™ ev na transigao para o estado fundamental. Por causag do recwo do micleo quando o f6- ton @ emitido, a energia do foton difere da diferenga de ener- gia entre os dois estados nucleares. a) de quanto a energia do fdton difere? b) compare istocom a energia difundida do estado excitado c) pode &ste modo um féton ser absorvido por um outro nucleo de Fe? em repouso no seu estado fundamental?

Você também pode gostar