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Tradutor: Psicólogo da Saúde Artur Pereira

Email: psicologiasaude@msn.com
Data da tradução: 2009
Autores: Andrew E. Reed, Joseph A. Mikels, and Kosali I. Simon
Ano da publicação: 2008
Afiliação dos autores: Cornell University
Título original do artigo: Older Adults Place Lower Value on Choice Relative to Young Adults
Fonte: http://psychsocgerontology.oxfordjournals.org
Nota: Possui direitos de autor

Adultos mais velhos dão menos valor à escolha do que adultos mais jovens

A Pesquisa anterior demonstrou que adultos mais velhos preferem menos autonomia e
procuram menos informação ao tomarem decisões por si mesmo comparativamente com adultos
mais novos (para revisão,ver M. Mather, 2006). Deverão adultos mais velhos também preferir
menos opções das quais possam escolher? Os autores testaram esta hipótese no contexto de
diferentes domínios de decisão. Os participantes completaram uma avaliação de preferência de
escolha no qual eles indicam o seu número ideal de escolhas através de 6 domínios de cuidados de
saúde e decisões do dia-a-dia. A hipótese foi confirmada ao longo de todos os domínios de decisões.
Os autores discutem implicações destes resultados como elas se relacionam com as teorias do
envelhecimento e politicas de cuidados de saúde.

Palavras-Chave: envelhecimento, escolha, tomada de decisão, preferência.


“. . . Nós iremos providenciar uma prescrição medicamentosa com benefícios, e enquanto isso, nós
iremos dar aos seniores mais escolhas e mais opções a partir das quais escolham.”— Presidente
George W. Bush, Fevereiro 17, 2006.
“Eu tenho 85 anos, terei eu de passar por este disparate? Eu estou tentando absorver toda a
informação, mas é ridículo. Não é só ridículo, é assustador. Se houvesse um único cartão, e
administrado pela Medicare, e se baixa-se o custo dos medicamentos – esplêndido, maravilhoso.”—
Cidadão sénior citado no The New York Times, Maio 12, 2004.
15 de Novembro de 2005, marcou o inicio do que é sem dúvida o maior pseudo-experimento
alguma vez conduzido em tomada de decisão entre uma população envelhecida: 43 milhões de
idosos já inscritos na Medicare deram-lhes a oportunidade sob o incipiente programa parte D da
Medicare de seleccionar o plano de prescrição de medicamentos a partir de dezenas de
alternativas1. O número médio de opções aumentou para 42 em 2006 e continuou a crescer para 55
escolhas no ano seguinte (Simon, 2007), manchetes de instigação tal como “Medicare Part D:
Tyranny of Choice” (Oakland Tribune, 2006) aparecem na imprensa popular. Surpreendentemente,
dos 43 milhões de indivíduos elegíveis para inscrição na Parte D da Medicare, apenas pouco mais
de metade deles (22.5 milhões) recebeu cobertura nos 7 meses a partir do inicio do programa
(Henry J. Kaiser Foundation, 2006). Além disso, entre estes 22.5 milhões, é provável que menos de
metade (um pouco mais de 10 milhões) realmente façam uma decisão activa de inscrição num
plano, enquanto um pouco menos de metade deste número (4.4 milhões) não fazem uma escolha e
mantêm-se não assegurados para a prescrição de fármacos.
Como podem tantos idosos deixarem de se inscrever em planos de prescrição de medicamentos
quando se tem dezenas de opções da qual se pode escolher? E como provavelmente são aqueles que
não se inscrevem em um plano que tenha menos escolhas preferidas que aquelas que são
apresentadas a eles? A proliferação de opções parece que surge de uma assumpção tácita, como é
ilustrado pela citação de abertura do Presidente Bush, que os adultos mais velhos deverão
certamente beneficiar (ambas financeiramente e psicologicamente ) de terem mais escolhas.
Realmente, a noção de que uma escolha não é só benéfica para o nosso bem-estar, mas também um
componente essencial da vida moderna parecendo profundamente enraizado na consciência da
sociedade americana. Para ser claro, há suporte para o valor da escolha em reforçar o nosso sentido
de identidade e individualismo (e.g. Markus & Kitayama, 1991), e de acordo com os defensores da

1
A cobertura de prescrição de fármacos da Medicare foi assinado em lei em Dezembro 2003 ao abrigo do Medicare
Modernization Act, e começou a cobertura a 1 de janeiro de 2006. Seniores poderiam começar a selecção do plano
em 15 De Novembro de 2005.
teoria da escolha racional, ter mais opções deveria conduzir a melhores decisões objectivas (e.g.
ver Payne, Bettman, & Johnson, 1993). Contudo, o amontoado de provas sugerem que a escolha,
quando excessiva, pode prejudicar a qualidade subjectiva das decisões. Ter demasiadas opções não
só mina a satisfação da decisão, mas também pode enfraquecer nossa motivação para decidir (para
uma revisão ver Botti & Iyengar, 2006). Por exemplo, Iyengar & Lepper (2000) mostram numa
série de experimentos que os indivíduos que escolhem de conjuntos de escolhas “excessivas” (24 ou
30 opções) em diversos domínios (desde chocolates a redações opcionais) são significativamente
menos susceptíveis de comprometer-se numa escolha e manifestar menos satisfação com as suas
escolhas, do que pessoas que seleccionam a partir de um conjunto relativamente limitado (6
opções). Esta relação inversa entre escolha e satisfação foi apelidado de “paradoxo da escolha” por
Schwartz (2000, 2004), que sugere três potenciais mecanismos pelo qual o excesso de escolhas
mina a satisfação: expectativas ou normas inflacionadas, um maior sentido de responsabilidade
pessoal pelos maus resultados, e excessiva dificuldade na aquisição e processamento de
informações alternativas. E, embora este último mecanismo parece especialmente relevante para
idosos tendo em conta os declínios associados à idade na capacidade da memória de trabalho (ver,
por exemplo, Mikels, Larkin, Reuter-Lorenz, & Carstensen, 2005), nós ignoramos a existência de
estudos que tenham explorado o impacto do excesso de escolha neste grupo etário.
Além disso, que nós saibamos, não há investigação directa que examine se adultos mais
velhos realmente desejem tantas escolhas como as fornecidas a eles. No entanto, provas de
convergência relacionadas com os declínios da idade na preferência de autonomia e busca de
informações em tomada de decisão (para uma revisão, ver Mather, 2006) sugerem que a
preferência de escolha deverá declinar com a idade. Por exemplo, idosos reportam mais tendências
deferênciais e desejam menos responsabilidade quando fazem decisões hipotéticas de cuidados de
saúde comparativamente com adultos mais novos (Finucane et al., 2002). Além disso, quando
adultos mais velhos fazem decisões independentes, eles procuram menos informação do que os
jovens adultos e confiam mais nas estratégias heurística (Johnson, 1990). Adultos mais velhos
apresentam este padrão de redução da procura, mesmo com a informação que diz respeito às
decisões que deveriam ser de maior relevância pessoal, tais como decisões médicas. Por exemplo,
quando confrontados com uma escolha hipotética do paciente para iniciar a reposição estrogénica
terapêutica, as mulheres idosas eram significativamente menos prováveis do que mulheres mais
jovens a procurar uma segunda opinião ou recolher informação adicional (Zwahr, Parque, &
Shifren, 1999). Na medida em que como acrescentado mais escolhas implicam mais informações,
esperamos que a população idosa deverá desejar menos escolhas. Além de aumentar a quantidade
de informações numa decisão, acrescentam escolhas que podem também aumentar a probabilidade
de arrependimento com uma decisão do próprio (Schwartz, 2000). Segundo a perspectiva teórica de
Schwartz, enquanto o número de opções aumenta, assim como a percepção tradeoffs (oportunidade
- custos) e expectativas para a decisão da qualidade, os quais podem conduzir a afecto negativo
associado com a escolha do próprio (ou seja, pesar e insatisfação). Este mecanismo parece ser
particularmente relevante no contexto do envelhecimento, tendo em conta os resultados de
investigações anteriores de que decisões estratégicas nos adultos mais velhos, em relação aos dos
jovens adultos, podem servir objectivos de regulação emocional. Segundo a teoria da selectividade
sócio-emocional (TSM), jovens adultos têm mais probabilidade de prosseguir objectivos de
conhecimentos relacionados e se engajar na informação que procuram, enquanto que adultos mais
velhos são mais propensos a perseguir objectivos emocionalmente significativos e em engajar em
regulação emocional (Carstensen, Fung, & Charles, 2003).
Em particular, "estratégias de regulação” de adultos mais velhos são marcados pela
optimização de afecto positivo e minimização do afecto negativo, levando a um efeito de
positividade relacionado com a idade (Carstensen & Mikels, 2005). Por exemplo, adultos mais
velhos, prestam mais atenção a e lembram mais informações positivas versus negativas em tarefas
de decisão do que jovens adultos (Lo ckenhoff & Cartensen 2007; Mather, Cavaleiro, & McCaffrey,
2005). Uma via na qual adultos mais velhos engajam na regulação emocional
é através da pesquisa selectiva de informações, como ilustrado por Mather et al. (2005) e Lo ¨
ckenhoff e Carstensen (2007). Contudo, outro meio de prevenir potenciais efeitos negativos na
tomada de decisão pode passar pela restrição do conjunto de escolha. Como tal, seria de esperar
que jovens adultos desejassem mais escolhas (na medida em que quanto mais escolhas representa
mais informações), enquanto que adultos mais velhos desejassem menos possibilidade de escolha,
de modo a preservar a sua satisfação. Embora haja ampla evidência de alterações relacionadas com
a idade em estilo de tomada de decisão e de motivação, não sabemos de investigações que
examinem o modo como a quantidade desejada de escolha varia com a idade ou
como ela varia de acordo com o tipo de decisão. No presente estudo, foram abordados
empiricamente esta lacuna, questionando directamente idosos e jovens
adultos sobre seu nível ideal de escolha em uma variedade de domínios.
Dadas as provas convergentes de investigação sobre cognição e aspectos motivacionais da tomada
de decisão em adultos mais velhos, nós predissemos que eles deveriam desejar menos opções que
jovens adultos. Contudo, à luz da aparente falta de dados de pesquisas anteriores ou teorias relativas
à especificidade no domínio-preferência, nós mantemos-nos “agnósticos” sobre se haveria uma
diferença de grau desejado de escolha entre diferentes domínios.
Método
Participantes
Noventa e nove estudantes na Universidade Cornell, com idades entre 18-24
anos (M = 19,72 anos, DP = 1,29), participaram em troca de
curso extra crédito. Cento e dois adultos mais velhos, com idades entre 60-94
anos (M = 78,36 anos, DP = 7,65), recrutados a partir de dois centros de idosos em Nova York,
receberam $ 10 cada para a sua participação. Não houve diferença em anos de escolaridade entre os
jovens dultos (M = 13,56 anos, DP = 0,97) e idosos (M = 12,97
anos, DP = 3,46), t (184) = - 1,63, ns.

Materiais e Procedimento
Os participantes completaram um conjunto de questionários de caneta e papel,
que incluiu medidas demográficas e um questionário de escolha de preferências. O questionário de
escolha de preferências solicitava aos participantes que indicassem o número desejado de escolhas
em seis domínios. Metade dos domínios (prescrição de planos, médicos e hospitais) envolve
cuidados de saúde e a outra metade (carros, apartamentos, e doces) envolve decisões quotidianas.
Os participantes indicaram o número de opções que eles gostariam de ter disponíveis para cada um
dos domínios-decisões. Além disso, para cada um dos domínios, os participantes foram convidados
a prever qual opção de definir uma lista de conjuntos (sete conjuntos, com o número de opções que
vão de 2 a 26 em intervalos de 4) os tornaria mais satisfeitos.

Resultados
As respostas às duas medidas de escolha (número preferencial de
opções e o número de opções de maior satisfação) foram
altamente correlacionadas (média r » .7). Nós então calculamos as respostas médias
das duas perguntas para criar uma medida compósita de preferência de escolha para cada domínio
Todas as análises posteriores foram realizadas sobre esta medida compósita de escolha. Depois de
observar que a distribuição da medida compósita foi desviada, realizamos um diário de
transformação para normalizar as distribuições2. Para testar a nossa hipótese de que idosos preferem
menos opções ao longo dos 6 domínios-decisões, realizámos uma análise multivariada da variância
de medidas repetidas sobre a medida compósita transformada em diário de bordo de escolha com a
idade (jovens versus mais velhos) como um factor entre-sujeitos e domínio tipo (cuidados de saúde
2
Nós também testámos formas alternativas de controle para o desvio da distribuição, tanto por omissão de outliers na escolha de
dados, como por recodificação deles em dois desvios padrões acima da média. Todos os resultados reportados permaneceram
significativos para estas análises complementares. Dada a equivalência entre os três conjuntos de análises, nós relatámos as análises
log-transformadas a fim de manter a a integridade dos dados originais tanto quanto possível.
vs todos os dias) e de domínio específico (aninhada dentro do domínio tipo) assim como
factores dentro dos temas. Para facilitar a interpretação, nós reportamos as médias, mesmo quando
as análises estatísticas eram conduzidas em dados log transformados. Como previsto, idosos
preferiram significativamente menos opções (M = 4,83, DP = 4,12) do que os jovens adultos (M =
9,81, DP = 15,16) em geral, F (1, 196) = 76,59, p « .001, bem como em cada um dos seis
domínios-decisão (ver Quadro 1). Para analisar a possibilidade de efeitos de domínios específicos,
testámos as diferenças entre o número de opções preferidas entre os cuidados de saúde e os
domínios da vida quotidiana. Como representado na figura 1, ambos, adultos mais velhos e mais
novos preferiram significativamente menos opções de decisão para os cuidados de saúde (M = 5.59,
SD = 5,96) do que para decisões quotidianas (M = 9.13, SD = 14,84), F (1,
966) = 180,65, p « ,001. No entanto, a diferença de preferência entre os domínios dos cuidados de
saúde e domínios quotidiano de jovens adultos excede o dos adultos mais velhos, F (1, 966) = 7,22,
p .01.3 Para investigar melhor a influência da idade sobre o grau de
preferência e para testar a possibilidade de que essas diferenças
foram simplesmente devido aos efeitos do grupo, realizámos análises correlacionais
dentro do grupo dos adultos mais velhos.4 Como esperado, a idade foi negativamente
correlacionada com escolha-preferência para idosos, r = - .45, p « ,001.

3
Embora estes resultados revelam diferenças entre idosos e jovens adultos pareados na educação, um efeito subjacente de grupo pode
ainda estar presente. Provavelmente, como os jovens adultos estão actualmente matriculados na faculdade, provavelmente iram
atingir um nível de educação mais elevado do que a amostra de adultos mais velhos. Para proteger contra essa possível influência,
realizamos uma análise de subconjunto comparando os idosos mais instruídos (excluindo participantes com menos de 12 anos de
escolaridade), com estudantes de faculdade, os resultados não mostraram diferenças entre aquelas da análise de toda a amostra.
4
Dado o restrito leque de idades no grupo de jovens adultos , nós não realizámos um teste semelhante para eles.
Discussão

Como previsto, idosos preferiram significativamente menos escolhas que jovens adultos ao
longo dos seis domínios-decisão em duas categorias, e até mesmo dentro do grupo adultos mais
velhos, esta preferência é reforçada com a idade. Além disso, embora ambos os grupos etários
prefiram menos opções para os cuidados de saúde do que para decisões quotidianas, foi observada
uma menor diferença entre os dois domínios tipos de adultos mais velhos. Os resultados do presente
estudo levantam questões tanto a nível teórico como a nível prático. No actual estudo, adultos mais
velhos desejam (geral) cerca de metade do número de opções que os jovens adultos
preferem. Coerente com o trabalho de Iyengar e Lepper (2000) mostrando um aumento da
satisfação com menos opções e as implicações da SST (Carstensen et al., 2003), a redução na
escolha-preferência dos adultos mais velhos podem reflectir a priorização da regulação emocional.
Como tal, os resultados do presente estudo complementam os de Lo ¨ ckenhoff e Carstensen (2007)
sugerindo meios adicionais pelos quais os adultos mais velhos podem melhorar a experiência
emocional da tomada de decisão.
Alternativamente, a constatação de que adultos mais velhos desejam mais escolhas
manejáveis do que os seus homólogos jovens pode constituir uma resposta adaptativa para o
reconhecimento metacognitivo da redução de competência de tomada de decisão. Finucane et al.
(2002) relataram provas de que o calculo das capacidades de adultos mais velhos na recolha de
informações das tabelas e gráficos - competências que podem ser fundamentais para certas formas
complexas de tomada de decisão - são mais baixas do que em jovens adultos. No entanto, Finucane
et al. não examinou a concordância entre estas avaliações e as capacidades demonstradas dos
participantes por grupo etário. Assim, enquanto os presentes resultados levantam a possibilidade
que adultos mais velhos podem realizar avaliações mais realistas das suas capacidades de tomada de
decisão do que adultos jovens, investigação adicional será necessária para testar directamente esta
implicação.

Para além, do efeito principal previsto da idade na escolha-preferência, também observámos


uma interacção entre a idade e o domínio tipo (todos os dias versus saúde), de modo que adultos
jovens apresentaram uma maior diferença na preferência entre os cuidados de saúde e
decisões quotidianas, em relação aos adultos mais velhos. Este efeito pode resultar de saliências
diferenciais dos domínios para os adultos jovens e mais velhos. Embora, os domínios quotidianos
tais como, automóveis e apartamentos, são aparentemente mais significativos do que decisões de
saúde para jovens adultos, a importância dos dois domínios pode ser mais igual para
adultos mais velhos. No entanto, essa conclusão mantêm-se ténue sem medidas directas de
relevância pessoal ou significado.
Tal como com qualquer outro estudo, há uma série de importantes reservas a ter em mente.
Em primeiro lugar, dada a natureza transversal do presente estudo, efeitos de grupo podem ter
influenciado os nossos resultados. Embora nossas amostras não difiram em termos de anos de
educação, alguns dos adultos mais velhos não tinham recebido um diploma colegial, que a maioria
dos jovens adultos irá presumivelmente obter. E embora estes níveis potencialmente discrepantes da
educação poderem parcialmente contar para os presentes resultados, um subconjunto de análise
comparando os adultos mais velhos mais altamente educados com a amostra de estudantes
universitários produziu resultados semelhantes aos da comparação total, sugerindo que um declínio
relacionadas com a idade na escolha-preferência existe independentemente de influências
educacionais. Além disso, provas correlacionais de um declínio de preferência-escolha associado à
idade dentro da amostra de adultos mais velhos alega ainda contra os efeitos de grupo. Estes
resultados sugerem que as garantias não são inteiramente conduzido por efeitos de grupo, mas, sem
uma concepção longitudinal, diferenças geracionais podem ainda influenciar as escolhas-
preferências. Convém notar, porém, que a contemporaneidade das implicações políticas do presente
estudo ainda são altamente pertinentes a essas influências, apesar de influências suplementares
hipotetizadas: Hoje, a população idosa deseja muito menos opções do que aquelas que lhe são
oferecidas.
Outra possível limitação é a de não termos especificado a forma como a qualidade das
opções pode ou não pode mudar com o número de escolhas, quando perguntámos aos participantes
sobre o seu grau de desejo de escolha. Como tal, um mecanismo adicional por detrás das diferenças
observadas na idade-preferência podem ser intuições divergentes como para o correlacionamento
com a função de escolha. Por exemplo, os jovens adultos podem crer que mais escolhas implicam
uma maior qualidade ou opções de preços mais baixos através da concorrência no mercado,
enquanto adultos mais velhos podem não possuir tal optimismo nas teorias de escolha. Em estudos
futuros, os pesquisadores poderão achar benéfico medir directamente as intuições sobre a escolha e
para eliminar potenciais ambiguidade no que respeita ao conjunto de escolhas em questão,
especificando que eles não diferem em termos de custos ou de qualidade.

Se o experimento hipotético de escolha que realizámos e descritos aqui podem ser


extrapoladas para o mundo real da Medicare Parte D das decisões que os idosos enfrentam, estes
dados sugerem que o número de prescrição de planos de cuidados oferecidos aos cidadãos mais
velhos é mais de 10 vezes o número de opções que preferem. À luz dos trabalhos anteriores sobre
os efeitos nocivos do excesso de escolha (por exemplo, Botti & Iyengar, 2006; Schwartz, 2004),
fornecendo um número tão elevado de opções de planos de fármacos para adultos mais velhos
(como aconteceu na Medicare Parte D) podem realmente prejudicar as taxas de inscrição ou a
satisfação da escolha, todos os outros factores mantêm-se constantes.
No início deste artigo, questionou-se como 4,4 milhões de adultos mais velhos possam ter
falhado em escolher planos de prescrição de medicamentos pesadamente subsidiados fora de
dezenas de planos oferecidos através do Medicare Parte D. Dado o desajuste entre as escolhas de
preferências dos adultos mais velhos e o vertiginoso aumento do número de opções da Medicare
Parte D apresentadas a eles, talvez a verdadeira questão a perguntar é como tantos idosos (cerca de
10 milhões) conseguem navegar no mar de opções e seleccionar os seus planos.
Embora tal resposta exija uma investigação mais aprofundada, os resultados do
presente estudo destaca uma realidade simples: Para planos de fármacos ou doces, 55 escolhas
podem ser muitas, especialmente para os idosos.

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