Você está na página 1de 3

Autoria: Dr.

Artur Jorge Vieira Fatia da Silva Pereira Licenciado em Psicologia da Saúde pela
Universidade Independente.
Email de contacto: psicologiasaude@msn.com
Data de Criação: Novembro de 2010.
Direitos de autor a favor de: Dr. Artur Jorge Vieira Fatia da Silva Pereira.
Âmbito da Divulgação: Não lucrativa, divulgação académica.

Apresentação de escalas psicométricas:

Illness Perception Questionnaire-Revised/ Questionário de Percepção da Doença-R

O Ilness Perception Questionnaire-Revised ou Questionário de Percepção da Doença


Revisto (doravante designado de IPQ-R) baseia-se no modelo do senso comum da representação da
doença de de Leventhal.
O IPQ geral e aplicado a doenças especificas (Weinamn, Petrie & Moss-Morris, 1996),
avalia de forma quantitativa as cinco dimensões do modelo, Identidade, Curso temporal,
Consequências, Causas e Controlo/Causa.
A evolução do IPQ para o IPQ-R surge para aprimorar qualidades psicométricas de duas
escalas (Cura/Controlo e Evolução/Curso temporal) e para colmatar certas deficiências do primeiro
(Weinman, Petrie, Moss-Morris et al., 2002).
O IPQ-R contrariamente ao IPQ, inclui a componente emocional contemplada no modelo de
Leventhal, traduzindo-se na escala de Representações Emocionais. A versão R inclui também duas
novas escalas a escala Coerência da Doença que pretende avaliar um tipo de meta-cognição
reflectindo a forma na qual o paciente avalia a coerência da sua doença, a utilidade da sua
representação da doença, e a escala de Somatização, diferenciado assim sintomas experienciados e
aqueles associados à doença, respectivamente Identidade e Somatização.
O IPQ-R possui 9 escalas, Identidade, Consequências, Curso Temporal que se desdobra em
Agudo/Crónico e em Cíclico, Controlo/Cura que se desdobra em Pessoal e Sobre o tratamento,
Causas que se dividem em quatro opções Atribuições psicológicas, Factores de risco, Imunidade
Acidente/Sorte, e ainda as escalas de Coerência da doença, Representações Emocionais e
Somatização.
IPQ IPQ-R
Identidade
Consequências As cinco escalas do IPQ

Curso Temporal – Agudo/Crónico e Cíclico Coerência da Doença


Controlo/Cura – Pessoal e Tratamento Representações Emocionais
Causas – Atribuições Psicológicas; Factores de Risco, Somatização
Imunidade e Acidente/Sorte
Figura I – Escalas do IPQ e do IPQ-R

O estudo de validação da versão revista do IPQ foi feita por Moss-Morris et al. (2002),
incluindo oito amostras com diversas patologias (asma, diabetes, artrite reumatóide, dor crónica, dor
aguda, enfarte do miocárdio, esclerose múltipla, HIV). A tradução do IPQ-R para português esteve a
cargo de Araújo-Soares, Trovisqueira & McIntyre1.
A aferição da qualidades métricas do instrumento para português foram feitas por Pereira
(2007) numa amostra com Polineuropatia Amiloidoica Familiar, nomeadamente por índices de
fidelidade baseados na consistência interna da escala.
Todas as sub escalas demonstraram boa fidelidade interna no estudo de Moss-Morris e
colaboradores (2002), já Pereira (2007) constata que as dimensões “Curso Temporal –
Agudo/Crónico”, “Controlo sobre o tratamento” e “Coerência da doença” obtiveram um alpha de ,
2260, -,0839 e ,2244 respectivamente.

Analise dos principais Alpha (estudo de Moss-Morris et al, Alpha (Pereira, 2007)
componentes do IPQ-R 2001)
Curso temporal - Agudo/Crónico ,89 ,2260
Curso Temporal – Cíclico ,79 ,8035
Consequências ,84 ,6891
Controlo pessoal ,81 ,5995
Controlo sobre o tratamento ,80 -,0839
Coerência da doença ,87 ,2244
Representações emocionais ,88 4964
Identidade ,8019
Somatização ,3935
Causas: Atribuições Psicológicas ,8802
Causas: Factores de Risco ,6438
Causas: Imunidade ,6494
Causas: Acidente/Sorte ,0689
Figura II - alpha do IPQ-R no estudo de Moss-Morris e tal (2001) e de Pereira (2007).

Pais-Ribeiro et al (2003) aferiu a presente escala através de índices de fidelidade e de


validade numa amostra oncológica, conseguindo estabelecer também uma forte relação estrutural
entre as cinco componentes da representação da doença descritas por Leventhal, bem como com
diversas variáveis psicológicas nomeadamente, coping, adesão à terapêutica, qualidade de vida e
funcionalidade.

1 Retirado de www.uib.no
Referências bibliográficas

Moss-Morris, R., Weinman, J., Petrie, K.J., Horne, R., Cameron, L.D., & Buick D. (2002). The
revised illness perception questionnaire (IPQ-R). Psychology and Health, 17, 1-16.
Moss-Morris, R., Weinman, J., Petrie, K. J., Horne, R., Cameron, L.D. & Buick, D. (2001). The
revised illness perception questionnaire (IPQ-R). Psychology and Health, 2002, 17,1, 1–16.
Pereira, A. (2007). A representação da Polineuropatia Amiloidótica Familiar, estratégias de coping
e níveis de ansiedade em portadores de P.A.F. Universidade Independente.
Pais-Ribeiro, J., Santos, C. & Lopes, C. (2003). Adaptação e validação do Revised Ilness Perception
Questionnaire (IPQ-R) em doentes oncológicos. Arquivos de Medicina, 17 (4).
Weinman, J., Petrie, K., Moss-Morris, R, & Horne, R. (1996). The Illness Perception Questionnaire:
A new method for assessing the cognitive representation of illness. Psychology and Health,
11, 431-445.

Você também pode gostar