Escola secundária da Portela

Alberto Caeiro

Trabalho realizado por :

João Trovoada n º 15
Características do eu Poético
• Nasce em 1889 em Lisboa;
• Morre em 1915 tuberculoso;
• Vive das sensações ( sensacionismo);
• Poeta do real objectivo;
• Homem sábio;
• Bucólico;
• “ Carpe Diem”;
• Poeta do olhar;
• Ingénuo.
Características Estilísticas
• Vocabulário corrente;
• Métrica irregular;
• Frases curtas;
• Verso livre;
• Adjectivação objectiva;
• Predomínio do presente do indicativo;
• Raras metáforas;
• Pontuação lógica;
• Comparações simples.
Poema IX
A primeira estrofe apresenta-se com a
Sou um guardador de rebanhos.
introdução, na qual o sujeito poético diz quem
O rebanho é os meus pensamentos
é e se afirma como aquele que vive apenas
E os meus pensamentos são todos sensações.
pelas sensações;
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
A segunda estrofe apresenta a

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la justificação do significado que ele

E comer um fruto é saber-lhe o sentido. atribui ao acto de pensar: o sentir;

Por isso quando num dia de calor

A última estrofe tem valor conclusivo e,
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva, nela, o sujeito poético apresenta um

E fecho os olhos quentes, exemplo de carácter pessoal sobre a

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, experiência de sentir;

Sei a verdade e sou feliz.
Reflexão
• É através das sensações (dos cinco sentidos referidos nos versos 4, 5 e 6)

que o sujeito poético estabelece a relação com a realidade, seja ela uma

flor, um fruto ou um dia de calor;

• Ao afirmar a sensação como fonte única do conhecimento real, o sujeito

poético nega completamente o pensamento, submetendo-o à sensação;

• O sujeito poético consegue, de certo modo, realizar algo que no ortónimo

era impossível: unir o pensar ao sentir, quando, por exemplo, afirma

“pensar uma flor é vê-la e cheira-la”.