Você está na página 1de 14

Relatório de Visita Técnica ao SEBRAE/RS

Bruno Montenegro Belo Leal Chagas

Brasília – DF
2010

Sumário

1. Introdução 3
1.1. A Economia do Rio Grande do Sul 3
1.2. A Atuação do SEBRAE/RS 3
2. Projetos Desenvolvidos pelo SEBRAE/RS 5
2.1. Artesanato Mar de Dentro 5
2.2. Mais Varejo 6
2.3. Litoral Norte Gaúcho 7
2.3.1. O Impacto na Micro Empresa Local: O Caso da Pousada
8
Sítio da Esperança
3. Atendimento no SEBRAE/RS 9
3.1. Balcão de Atendimento 9
3.2. Call Center 9
4. Conclusão 11
5. Anexos 12

1. Introdução

2
1.1. A Economia do Rio Grande do Sul

O estado gaúcho caracteriza-se por uma estrutura econômica

diversificada. Dados disponibilizados pela Fundação de Economia e Estatística do

Rio Grande do Sul revelam que o setor de serviços responde por mais de 61% do

Valor Adicionado Bruto do estado, seguido pela indústria e pela agropecuária com

27,5% e 11,2% respectivamente.

A participação do setor terciário na economia local é particularmente forte

na Serra Gaúcha devido ao turismo. Já a área metropolitana de Porto Alegre em

conjunto com a região do Vale dos Sinos concentra a maior parte das indústrias do

Rio Grande do Sul, passando do setor calçadista ao automobilístico. Este eixo

dinâmico contrapunha-se à região sul do estado, que até a recente instalação do

porto de Rio Grande era marcada pela estagnação econômica.

A renda per capita do estado em 2009 foi mais de 10% superior à média

nacional, totalizando R$ 18.771,00. Ainda que a pobreza não se faça tão presente

quanto nas demais unidades da federação; o Rio Grande do Sul ainda apresenta

grandes desafios para dinamizar a economia de determinadas regiões,

principalmente nas áreas litorâneas.

1.2. A Atuação do SEBRAE/RS

O SEBRAE Rio Grande do Sul segue os preceitos da missão estabelecida

pelo SEBRAE Nacional; as prioridades locais estratégicas, contudo, são definidas de

forma independente. Desta forma, visto que a questão da desigualdade regional não

é premente no estado, o SEBRAE/RS optou por priorizar ações nas áreas de maior

PIB com o intuito de mantê-las como dínamos da economia local. Desta forma, as
3
Regionais Metropolitana, Serra Gaúcha e Vale dos Sinos concentram mais de 52%

do orçamento destinado aos projetos coletivos. (Figura 1 – Anexos)

Para desempenhar tal tarefa, contudo, tornou-se imprescindível que a

sede regional desenvolvesse uma nova gestão de inteligência estratégica. O

aprofundamento da análise de dados socioeconômicos, em conjunto com o cenário

institucional para as micro e pequenas empresas e o perfil do trabalhador local criou

uma nova base para as tomadas de decisão, em especial com o auxílio do

georreferenciamento, também desenvolvido pela equipe local.

2. Projetos Desenvolvidos pelo SEBRAE/RS1

1
As seções que seguem são baseadas nas apresentações técnicas e atividades realizadas nas cidades de

Porto Alegre, Osório e Balneário Pinhal nos dias 14 e 15 de julho de 2010.


4
2.1. Artesanato Mar de Dentro

Voltado para um grupo de aproximadamente 300 artesãos da zona rural,

da periferia urbana e de colônias de pescadores de 25 municípios da regional sul

(Figura 2 – Anexos), o Projeto Mar de Dentro é um dos poucos do SEBRAE Rio

Grande do Sul com foco exclusivo no artesanato.

Localizado em meio ao maior complexo lagunar da América Latina,

formado pela Laguna dos Patos e pelas lagoas Mirim e Mangueira, a região do Mar

de Dentro caracteriza-se pela biodiversidade. Assim as ações do projeto visam, além

da geração de renda para os artesãos, promover a adoção de práticas sustentáveis

como a reciclagem e o uso de matéria prima local, de modo a alcançar os seguintes

resultados:

 Aumentar a renda dos artesãos participantes do projeto em 30% até 2010,

sendo 5% em 2008, 10% em 2009 e 15% em 2010;

 Aumentar em 15% o número de artesãos ocupados através do projeto até

2010, sendo 5% em 2008, 5% em 2009 e 5% em 2010;

 Criação de uma associação regional dos artesãos do Projeto até o final de

2010;

 Aumentar o número de pontos de vendas dos produtos em 15% até 2010,

sendo 3% até dezembro de 2008, 5% em 2009 e 7% em 2010.

2.2. Mais Varejo

O Programa Mais Varejo é um projeto de abordagem setorial com foco no

fortalecimento do ambiente do comércio visando à melhoria da atratividade local e

da competitividade das empresas por meio do associativismo.Tendo por público alvo

as empresas de comércio varejista e de serviços concentradas em um espaço

5
delimitado, as denominadas aglomerações comerciais, o projeto destaca-se pelo uso

do método da abordagem.

Dividido em oito etapas (Figura 3 – Anexos), o processo inicia-se com a

escolha do aglomerado comercial a ser desenvolvido, sendo seguido pela integração

com os parceiros e posteriormente pelo levantamento dos dados secundários.

Vencidas estas três primeiras fases, parte-se para o Diagnóstico Mais Varejo (DMV)

em que os pontos fortes e fracos do comércio local são levantados e documentados

por um cliente oculto. Em seguida, é desenvolvido um trabalho de sensibilização do

empreendedor local em três etapas para que, por fim, seja posto em prática o plano

de ação criado.

Os resultados esperados do programa mudam de acordo com a realidade

do aglomerado comercial trabalhado. No caso da ação mais recente, desenvolvida

nos bairros Cohab e Nova Santa Rita do município de Guaíba, região metropolitana

de Porto Alegre, foram traçadas as seguintes metas:

 Implantação de ferramentas de controle gerencial em 80% dos empresários,

sendo 30% em 2010 e 50% em 2011;

 Aumentar a variação percentual do ticket médio em 20% até dezembro de

2011;

 Aumentar o número de clientes das empresas em 10% até dezembro de 2010

e 10% até dezembro de 2011.

2.3. Litoral Norte Gaúcho

Economicamente, a região do litoral norte gaúcho caracteriza-se pela

sazonalidade. Passado o curto período de verão do estado, as cidades litorâneas e

na encosta da Serra Geral feneciam. Com o intuito de dinamizar a região (Figura 4 –

Anexos), o SEBRAE/RS desenvolveu um projeto de fomento da competitividade do

6
destino turístico do Litoral Norte Gaúcho ao longo de todo o ano, por meio da

inovação, excelência, hospitalidade e desenvolvimento sustentável das micro e

pequenas empresas engajadas.

Iniciado em janeiro de 2009 sob a gerência de André Luiz Fialho Blos e

tendo por gestora a técnica Camila Ferraz Jacques o projeto definiu as seguintes

metas:

 Aumentar em 15% o consumo dos produtos e serviços, sendo 5% até o final

de 2009; 5% até o final de 2010 e 5% até o final de 2011;

 Aumentar em 5% a taxa de ocupação hoteleira até o final de 2009; 5 % até

final de 2010 e 5% até final de 2011;

 Aumentar em 5% o número de refeições servidas até o final de 2009; 5% até

final de 2010 e 5% até final de 2011;

 Estimular ações de forma cooperada entre poder público e empreendedores.

Ao final do primeiro ano, o projeto Turismo do Litoral Norte Gaúcho

atendia 238 empresas nos 23 municípios participantes. Ainda em 2009 foi lançada e

entregue oficialmente à Associação dos Municípios do Litoral Norte a logomarca do

destino turístico.

Além disto foram criados 3 novos roteiros turísticos, são eles: Roteiro dos

Bons Ventos, na região de Osório; Roteiro ECOMEL, Balneário Pinhal; Roteiro da

Lagoa, em Tavares

2.3.1. O Impacto na Micro Empresa Local: O Caso da Pousada Sítio da

Esperança

Aberta oficialmente em 2007, a Pousada Sítio da Esperança originou-se

dois anos antes, com a decisão tomada pelo casal de agricultores aposentados

Valderez e Marino Tatsch (Figura 5 – Anexos) de receberem hóspedes em casa, na

7
zona rural de Osório. Com o rápido crescimento do negócio o filho mais jovem do

casal, Jorge Leonardo, solicitou baixa do exército e buscou capacitação para

comandar o empreendimento.

Após a realização de um Seminário Empretec, Leonardo buscou auxílio

junto ao SEBRAE/RS e obteve o suporte necessário para a abertura da pousada.

Atualmente, embora o Sítio da Esperança tenha se tornado referência de

hospedagem na região, a empresa continua a se aprimorar por meio das

consultorias do SEBRAE; agora, porém, como parte do Roteiro dos Bons Ventos do

Projeto Litoral Norte Gaúcho (Figura 6 – Anexos).

3. Atendimento no SEBRAE/RS

Ainda que o escopo deste relatório seja a análise dos projetos coletivos

desenvolvidos pelo SEBRAE/RS, uma breve avaliação do atendimento individual

8
faz-se necessária para descobrir quais são as necessidades do empreendedor local

e as percepções dos serviços oferecidos na ponta.2

3.1. Balcão de Atendimento

O balcão de atendimento da Regional Metropolitana divide-se em dois

níveis. O primeiro é responsável por efetuar as inscrições em cursos e retirar

dúvidas básicas acerca do SEBRAE; já o outro, executado por técnicos, realiza o

atendimento ao empreendedor e soluciona as reclamações dos clientes.

O perfil do cliente atendido é de candidatos a empresários. Das questões

solucionadas pelos técnicos, a maior parte (80%) refere-se a dúvidas quanto ao

Empreendedor Individual. Destaca-se, também, o relevante número de

empreendedores em busca de financiamento.

3.2. Call Center

O perfil do cliente que busca o Call Center é composto principalmente por

empresários, assim o atendimento é organizado de modo distinto. Ainda que dividido

em dois níveis, a primeira etapa é capaz de sanar dúvidas dos clientes e é efetuada

por funcionários terceirizados. O nível 2 é responsável por questões mais técnicas e

pelo atendimento via e-mail.

O Call Center do SEBRAE/RS é o 3º colocado no número de ligações em

2010, totalizando 74.555 até maio. Em junho foram realizadas 6.442 ligações.

Deve--se destacar que os atendimentos são registrados nos sistema Pronto

Atendimento, sendo posteriormente computados pelo SIACWeb.

2
As seções que seguem foram baseadas em observações realizadas em Porto Alegre no dia 16 de julho de

2010.

9
4. Conclusão

A visita técnica ao SEBRAE Rio Grande do Sul permitiu contato direto

com a realidade dos micro e pequenos empreendedores, fator essencial para a

10
correta parametrização das atividades a serem desempenhadas no SEBRAE

Nacional.

Destaca-se, também, a possibilidade de integração com os diferentes

trabalhos desempenhados pelos colaboradores do sistema. Pode-se afirmar, assim,

que a experiência foi essencial para que se tivesse uma visão ampla de todas as

etapas que envolvem um projeto do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e

Pequenas Empresas.

5. Anexos
Projetos Coletivos
Campanha
Taquari 5,0% Centro
Sul 6,5% Litoral
6,0%
7,3% 5,0%

Sinos
17,6% Metropolit.
17,6%

Serra Noroeste
Planalto
17,6%
9,4%
7,9% 11
Figura1 – Distribuição de Recursos para Projetos Coletivos por Regional
Fonte: SEBRAE/RS

Figura 2 – Municípios que Compõem a Regional Sul

12
Figura 3 – Etapas do Processo do Método de Abordagem do Projeto Mais Varejo

Figura 4 – Litoral Norte Gaúcho

13
Figura 5 – Família Tatsch

Figura 6 – Projeto de Consultor SEBRAE para a Pousada Sítio da Esperança

14

Você também pode gostar