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MANUAL DA FORMAÇÃO

I D E N T I F I C A Ç Ã O

CURSO: EFA – DUPLA CERTIFICAÇÃO – Operador/a de Informática

MÓDULO 0748-Informática - Evolução


DURAÇÃO: 25H
FORMADOR
JOSÉ LUÍS PINTO FERREIRA
:
DATA:
ASSINATUR
A:
Objectivos do Manual:

RECONHECER AS DIFERENTES FASES DE EVOLUÇÃO SOFRIDA PELA INFORMÁTICA AO LONGO DOS TEMPOS

Índice
Índice.........................................................................................................................................................................2
Introdução..................................................................................................................................................................5
Génese da Informática...............................................................................................................................................6
Conceito de Informação........................................................................................................................................6
Era da Informação.................................................................................................................................................6
A transição da Era Industrial para a Era da Informação.......................................................................................7
O início da Era da Informação..............................................................................................................................9
A INVENÇÃO DA ESCRITA
.................................................................................................................................................................................14
A escrita foi inventada já há mais de 5000 anos pelo povo sumério......................................................................14
Este povo vivia numa região chamada Mesopotâmia, local onde surgiram as primeiras civilizações urbanas,
trabalhavam na agricultura e criavam animais. ......................................................................................................14
.................................................................................................................................................................................14
Não se sabe exactamente como fizeram tal invenção, mas como estas civilizações eram formadas por pequenas
comunidades sob a autoridade de um rei e perante a necessidade de controlar os seus bens, surgem então os
primeiros registos relacionados com as quantidades de sacos de grãos ou cabeças de gado..................................14
Breve história dos Computadores...........................................................................................................................17
Índice de Figuras
Ilustração 1...................................................................................................................................................14
Ilustração 2...................................................................................................................................................14
Ilustração 3...................................................................................................................................................15
Ilustração 4...................................................................................................................................................15
Ilustração 5...................................................................................................................................................15
Ilustração 6...................................................................................................................................................15
Ilustração 7...................................................................................................................................................15
Ilustração 8...................................................................................................................................................16
Ilustração 9...................................................................................................................................................17
Ilustração 10.................................................................................................................................................17
Ilustração 11.................................................................................................................................................18
Ilustração 12.................................................................................................................................................18
Ilustração 13.................................................................................................................................................19
Ilustração 14.................................................................................................................................................20
Ilustração 15.................................................................................................................................................20
Introdução
Não há dúvida de que hoje em dia não podemos viver sem os
computadores. Eles estão infiltrados em todos os aspectos das nossas
vidas, são eles que nos permitem levantar dinheiro nas caixas
multibanco, controlam o tráfego nas grandes cidades e permitem que
façamos transacções comerciais em qualquer parte do mundo. Isto so
para citar alguns exemplos. Mas como nasceram?
Génese da Informática

Conceito de Informação

Informação é o resultado do processamento, manipulação e


organização de dados de tal forma que represente uma modificação
(quantitativa ou qualitativa) no conhecimento do sistema (pessoa,
animal ou máquina) que a recebe.
Informação enquanto conceito, carrega uma diversidade de
significados, do uso quotidiano ao técnico. Genericamente, o conceito
de informação está intimamente ligado às noções de restrição,
comunicação, controle, dados, forma, instrução, conhecimento,
significado, estímulo, padrão, percepção e representação de
conhecimento.
É comum nos dias de hoje ouvir-se falar sobre a Era da
Informação, o advento da "Era do Conhecimento" ou sociedade do
conhecimento. Como a sociedade da informação, a tecnologia da
informação, a ciência da informação e a ciência da computação em
informática são assuntos e ciências recorrentes na actualidade, a
palavra "informação" é frequentemente utilizada sem muita
consideração pelos vários significados que adquiriu ao longo do
tempo.

Era da Informação
Era da Informação é o nome dado ao período que vem após a
Era Industrial, especialmente após a década de 1980, embora suas
bases tenham começado no princípio do século XX e,
particularmente, na década de 1970, com invenções tais como o
microprocessador, a rede de computadores, a fibra óptica e o
computador pessoal.
A transição da Era Industrial para a Era da
Informação

A passagem de uma Era importante para outra não acontece do


dia para a noite. A transição se dá a partir da sucessão de uma série
de fatos que vão modificando a sociedade. Para mostrar essa
mudança vamos analisar o crescimento e a queda dos operários, a
classe trabalhista que mais caracterizou a Era Industrial. Entender
esse processo de ascensão e queda dos operários é compreender a
transição dessas duas eras, a Industrial para a da Informação.
A história mostrou-nos que as verdadeiras e perenes
transformações não acontecem a partir de imposições violentas e
repentinas. Hitler, Stalin e Mao, três génios do mal deixaram isso
muito claro. Mataram milhares de pessoas e nada criaram, só
destruíram com suas tentativas de revolução. Foi a mudança do
trabalho ao longo desses últimos anos que produziu as maiores
modificações na nossa sociedade.
Voltemos um pouco no tempo para entender o movimento
social mais transformador do século XX. Antes da Primeira Guerra
Mundial, os agricultores eram o maior grupo isolado em todos os
países, seguidos pelos empregados de serviços domésticos. Só para
se ter uma ideia da quantidade do segundo colocado, nos sensos
praticados no ocidente no início do século XX, uma pessoa que
tivesse apenas três desses serviçais em casa era classificada como
classe média baixa.
Como esses dois grupos não possuíam capacidade de se
organizar, eles fizeram pouco alarde histórico e passaram quase
despercebidos ao longo dos anos. Os agricultores dessa época
organizaram apenas duas revoltas realmente expressivas, a rebelião
de Taiping, em meados do século XIX, e a Guerra dos Boxers, no seu
final. As duas aconteceram na China, no resto do mundo, pouco se
fez. Já os empregados domésticos nunca apareceram em uma
passeata pública de sua classe.
Por esse motivo, esses dois grupos foram desprezados por Karl
Marx (1818-1883) em seu estudo O Capital. Contrariando o que este
autor previu décadas antes, em 1900, eles não haviam se tornado
maioria. Portanto, não conseguiriam subjugar os capitalistas somente
pelo número. A força desse grupo cresceu na medida em que
aumentava a sua organização. Eles foram a primeira classe na
história que podia se organizar, e mais importante que isso,
permanecer unida por bastante tempo.
Georges Sorel (1847-1922), o escritor mais radical do período
anterior à I Guerra, ex-marxista e revolucionário sindicalista, lhes
atribui grande poder quando afirmou que os proletários iriam tomar o
poder através de uma greve geral e com a violência. Esse autor foi
usado pelos ditadores Lênin, Hitler, Mussolini e mais tardiamente por
Mao para gerar guerras. Os operários de 1913 não possuíam quase
nenhum benefício, e 50 anos depois eram o maior grupo isolado de
todos os países desenvolvidos com vantagens trabalhistas, que iam
desde a segurança no emprego até assistência de saúde e educação.
Os seus sindicatos se tornaram forças políticas no mundo todo.
Esse crescimento ocorreu a partir da migração dos camponeses
e funcionários domésticos para a indústria. De forma alguma isso foi
imposto. Eles viam na dedicação à essa nova ocupação mais
vantagens do que em seus antigos ofícios.
Começamos pela análise de que as primeiras fábricas eram de
fato “Usinas Satânicas” do grande poema de Willian Blake (1757-
1827). Mas o campo não era “terra verde e agradável da Inglaterra”,
do mesmo poema, na verdade era um cortiço ainda mais satânico. O
que comprova isso é que a mortalidade infantil caiu drasticamente
com o êxodo rural e com a consequente preocupação em manter as
pestes longe das cidades. Outro ponto que favoreceu o crescimento
dos operários foi o fato de que realmente eles viviam na miséria e
eram explorados, mas viviam melhor do que nas fazendas e casas de
famílias onde eram ainda mais mal tratados. Os proletários também
tinham um tempo definido para trabalhar, o que restava era seu para
fazer o que bem entendesse. Isso não acontecia com os que
trabalhavam no campo ou em casas familiares, em que a toda hora
poderiam ser solicitados.
Para os agricultores e empregados domésticos o trabalho na
indústria era uma oportunidade - de fato a primeira que lhes havia
dado - para melhorar de vida sem precisar emigrar. Cada geração via
a anterior um pouco melhor. E isso estimulava ainda mais essa
migração.
Durante o século XIX a produtividade dessa classe aumentou
cerca de 4% ao ano, o que gerou praticamente todos os ganhos dessa
época. Boa parte desse resultado ficou nas mãos dos próprios
trabalhadores, que multiplicaram seu salário cerca de vinte e cinco
vezes e reduziram quase pela metade as suas horas de trabalho.
Portanto, havia razões de sobra para que a ascensão do trabalhador
industrial fosse pacífica e não violenta como previra Marx.
A queda dessa expressiva classe vem acontecendo
rapidamente desde o final da II Guerra Mundial. O trabalhador
industrial tradicional tem sido substituído por um tipo de trabalhador
que Peter Drucker chamou em seu livro Landmarks of Tomorrow, de
1959, de trabalhador do conhecimento. Este funcionário é uma
pessoa que alia o trabalho manual com o teórico. São exemplos dessa
classe: técnicos de raios-X, fisioterapeutas, anestesistas, técnicos de
computador, etc. Esse é o grupo de trabalho que mais rapidamente
cresce no mundo. No presente momento 75% da riqueza mundial é
gerada por trabalhadores dessa natureza e em 1975 eles geravam
apenas 25%.

O início da Era da Informação

Vejamos a opinião de dois estudiosos que determinam uma


data exacta e um motivo do início dessa transição. Peter Drucker,
renomado consultor de empresas e autor de dezenas de livros sobre
o assunto, foi a primeira pessoa a chamar o momento que estamos
vivendo de Era da Informação. É dele também o livro Administração
em tempos de grandes mudanças, que expõe claramente esse novo
paradigma social. Este livro demonstra que podemos determinar o
início da Era da informação a partir da atitude dos soldados
americanos que, após voltar da II Guerra Mundial, tinham como uma
das principais exigências as suas colocações imediatas em alguma
universidade. Hoje isso pode parecer óbvio, mas na época foi muito
marcante visto que aqueles que voltaram da I Guerra aspiravam
apenas por um emprego seguro. Neste momento, por volta de 1946,
o conhecimento já estava sendo mais valorizado do que o trabalho
simplesmente operacional.
O sociólogo Daniel Bell (nasceu nos Estados Unidos em 1919)
determina que a Era da Informação tem seu marco primordial uma
década depois, em 1956, quando o número de “colarinhos brancos”
ultrapassou o de operários no seu país. Ao perceber isso ele advertiu:
“Que poder operário que nada! A sociedade caminha em direcção à
predominância do sector de serviços. “Ou seja, o poder se
direccionava àqueles que possuíam algum tipo de conhecimento que
interessava a outros.
Vivemos realmente em um momento de muitas transformações,
não há como negar que estamos em outra Era. O trabalho actual se
parece muito pouco com a forma mecânica adoptada na Era
Industrial.
Vivemos em um mundo extremamente dinâmico onde cada vez
mais o conhecimento será valorizado. Podemos prever que o acúmulo
de informação, muito em breve, terá o mesmo valor que tinha o
acumulo de património há pouco tempo atrás. Algumas tendências já
podem ser determinadas:
1. O aprendizado contínuo se torna imprescindível. Aprender
como aprender é a mais importante lição que podemos desenvolver
em nossos dias.
2. É preciso especializar-se, unindo conhecimento teórico ao
pragmatismo. Quando os agricultores e funcionários domésticos
passaram a trabalhar na indústria eles não precisaram de nenhum
conhecimento específico. Afinal, apertar parafusos era mais simples
que as actividades que eles já faziam. Hoje o operário que queira
migrar para o trabalho do conhecimento necessita adquirir um tipo de
informação específica que lhe valha seu salário. Cada vez mais as
instituições de ensino devem deixar de lado o conhecimento por si só
e ensinar aquilo que poderá ser aplicado no campo de trabalho que a
pessoa deseja actuar.
3. As empresas devem esquecer a premissa de conquistar
resultados com baixos salários. Uma crença generalizada, em
especial por parte dos líderes sindicais, é que a queda do trabalhador
industrial nos países desenvolvidos deveu-se totalmente à passagem
da produção para o exterior, para países de abundância de mão-de-
obra barata. Isso não é verdade.
Para exemplificar, nos anos 90 uma parte insignificante dos
bens manufacturados importados pelos Estados Unidos foi produzida
no exterior devido aos baixos custos de mão-de-obra. Enquanto o
total de importações em 1990 representou cerca de 12 % de renda
bruta americana, as importações de países com baixos salários
representavam menos de 3% e apenas 1,5% eram manufacturados.
Isso não explica porque esse país tinha de 30 a 35% dos empregos
nessa área e hoje tem apenas de 15 a 18%.
A vantagem hoje está na boa aplicação do conhecimento.
Alemanha e Japão têm ganhado a concorrência dos EUA, pois estão
sabendo aplicar melhor o conhecimento nesses sectores do que seus
concorrentes. Vemos isso ocorrendo nos processos como o just in
time e o toyotismo. Que tornam a produção mais eficaz reduzindo o
custo da produção. Nestes processos há uma enorme troca de
informações entre os trabalhadores e essa metodologia tem como
premissa o aperfeiçoamento contínuo. Aprendizado contínuo que é
característica da Era da Informação.
O toyotismo mostra nitidamente a diferença entre a Era
Industrial, que tinha o modelo fordista, e o actual. Antigamente não
havia aprimoramento da base para o topo. Os gerentes não
aprendiam com os seus subordinados, apenas lhe davam ordens. As
orientações vinham de cima e o funcionário as seguia. No modelo
actual o conhecimento técnico, além de ser imprescindível, recebe
estímulo ao desenvolvimento. Aprimorando-se sempre e tornando o
processo cada vez melhor.
4. O poder está na mão das pessoas com conhecimento. Mais
uma premissa de Marx que não se concretizou é que o operário não
possui e nem poderá possuir as ferramentas de produção, portanto
ele é "alienado" e o capitalismo sempre o dominará. Hoje, as
ferramentas são os conhecimentos que cada trabalhador
especializado possui. O conhecimento não possui mais uma escala de
valores, cada situação precisará de um tipo de know-how específico.
Se o paciente chega ao hospital com a unha encravada, de nada
adianta um neurocirurgião atendê-lo. Embora esse médico tenha
estudado mais de 15 anos sua especialidade, naquele momento seu
conhecimento não tem valor algum. Quem deve fazer o trabalho é a
pessoa que tem aquele tipo de habilidade. Essas ferramentas estão
acessíveis a todos. Nunca foi tão barato obter informações e ao
mesmo tempo, nenhuma época as atribuiu tanto valor.
De nada adianta uma linda sala de cirurgia se o profissional é
mal pago e não possui conhecimento suficiente a ponto de fazer a
operação a contento. Hoje, as empresas dependem muito mais dos
funcionários do que eles delas, o maior valor agregado das
companhias está na cabeça de seus colaboradores. O mau
desempenho não pode mais ser atribuído a factores como a pobreza
ou conspirações comerciais. Ele só pode vir de ignorância na
aplicação de conhecimento.
5. A Era da Informação está sendo mais do que uma mudança
social. Ela é uma mudança na condição humana. Na nossa época,
quantidade de esforço não significa mais resultado. Mãos calejadas
não são mais sinónimas de trabalho honesto. Será a capacidade
criativa e pensante, que sempre nos diferenciou dos demais animais,
que determinará o sucesso das pessoas na economia mundial.
Quais serão os novos compromissos da sociedade, o que ela vai
significar e para onde rumará nosso trabalho, não temos como saber.
O que podemos afirmar com certeza é que serão diferentes, cada vez
mais.
A INVENÇÃO DA ESCRITA

Ilustração 1

A escrita foi inventada já há mais de 5000 anos pelo povo sumério.

Este povo vivia numa região chamada Mesopotâmia, local onde


surgiram as primeiras civilizações urbanas, trabalhavam na
agricultura e criavam animais.

Ilustração 2

Não se sabe exactamente como fizeram tal invenção, mas como


estas civilizações eram formadas por pequenas comunidades sob
a autoridade de um rei e perante a necessidade de controlar os
seus bens, surgem então os primeiros registos relacionados com
as quantidades de sacos de grãos ou cabeças de gado.
Ilustração 3 Ilustração 4

Os sumérios para contarem os animais que tinham, faziam


recipientes com a mesma forma dos animais que possuíam...

Ilustração 5 Ilustração 6

... e por cada animal, deitavam no recipiente pequenas bolas de


barro.

Ilustração 7
Como este processo era um pouco complicado, um dia
lembraram-se de desenhar os animais numa placa de barro e fazerem
por baixo um tracinho por cada animal.

Estas placas, uma vez escritas, eram secas ao Sol. Os sumérios


utilizavam para escrever, objectos de metal, osso e marfim,
pontiagudos numa das pontas.

Ilustração 8

No início, as placas de barro só serviam para registos contáveis,


mais tarde foram utilizadas para narrações históricas e relatos épicos.
Estas informações chegaram até nós, em virtude do
descobrimento de uma biblioteca daquele tempo, onde se
encontraram documentos administrativos, históricos e religiosos. As
placas encontradas estavam guardadas em cestos e caixas de
madeira com inscrições para poderem ser localizadas.
Este tipo de escrita ficou conhecido por escrita cuneiforme,
porque os caracteres tinham a forma de cunha.
Breve história dos Computadores

O primeiro computador do mundo foi o ENIAC (Electronic


Numerical Integrator and Computer), uma concepção do Professor
John Mauchly, conjuntamente com o professor J. Presper Eckert.
Mauchly e o Eckert propuseram em 1943 ao exército norte-
americano, em plena II Guerra Mundial, a construção deste
primeiro computador, tendo como objectivo o auxílio nos cálculos de
precisão necessários para a balística. Foi anunciada a sua conclusão
em 14 de Fevereiro de 1946 e foi patenteado em 26 de Junho de 1947
com o registo n.º 3,120,606.

Ilustração 9 Ilustração 10

O ENIAC (Electronic Numerical Integrator Da esquerda para a direita:


and Computer) preenchia esta sala, J. Presper Eckert, Jr.; Professor J. G. Brainerd;
incomparável com os miniaturizados e Sam Feltman; Captain H. H. Goldstine; Dr. J.
mais potentes computadores actuais. W. Mauchly; Dean Harold Pender; General G.
M. Barnes; Colonel Paul N. Gillon.
O ENIAC era uma grande máquina para efectuar cálculos e
baseava a sua estrutura nos avanços científicos já anteriormente
desenvolvidos, como as sofisticadas máquinas de cálculos
matemáticos de Charles Babbage, as calculadoras mecânicas de
Blaise Pascal, Leibniz e Charles Xavier Thomas, nos relés
electromagnéticos, nas válvulas e nas máquinas perfuradoras de
cartões. Uma válvula é, de forma simples, um tubo metálico de meia
polegada, selado em vácuo dentro de um tubo de vidro, onde uma
corrente de electrões pode passar entre os eléctrodos. Os tubos de
vácuo foram fundamentais para o desenvolvimento da rádio,
televisão e gravação de sons. Eram também peças grandes e muito
frágeis que tinham uma grande perda de energia por calor.

Ilustração 11

O ENIAC foi construído com 17 468 tubos de vácuo, 70 000


resistências, 10 000 condensadores, 1 500 relés e 6 000
interruptores.
O ENIAC pesava 30 toneladas, consumia 200 000 watts de potência
e ocupava várias salas. Quando em operação produzia tanto calor que
necessitava de um sistema de ar forçado para arrefecimento. Era tão
grande que tinha de ser disposto em U com três painéis sobre rodas,
para que os operadores se pudessem mover à volta dele.

Ilustração 12

Quando em operação, os complexos cálculos de balística


passaram a realizar-se nuns alucinantes 30 segundos, quando com
as calculadoras manuais que até aí se usavam demorava 12 horas
até se obter o mesmo resultado.
O centro de processamento tinha uma estrutura muito simular à
dos processadores mais básicos que actualmente utilizamos nas
nossas calculadoras de bolso. Tinha 20 registos de dez dígitos cada,
onde se podiam efectuar somas, subtracções, multiplicações, divisões
e raízes quadradas.

Ilustração 13

O ENIAC era programado através de milhares de


interruptores, podendo cada um dele assumir o valor 1 ou 0
consoante o interruptor estava ligado ou desligado.
Para o programar era necessário uma grande quantidade de
pessoas que percorriam as longas filas de interruptores dando ao
ENIAC as instruções necessárias para computar, ou seja, calcular.
Existia uma equipa de 80 mulheres na Universidade da Pensilvânia
cuja função era calcular manualmente as equações diferenciais
necessárias para os cálculos de balística. O exército chamava à
função destas pessoas: computadores. Quando o ENIAC ficou pronto
6 mulheres computador foram escolhidas para testarem a nova
máquina.
Ilustração 15
Ilustração 14

Curiosamente, o termo deixou de estar associado às pessoas


que operavam a máquina para dar nome à máquina propriamente
dita, uma vez que de facto a máquina passou a realizar as contas que
antes eram realizadas por essas pessoas.
O ENIAC torna-se obsoleto e economicamente inviável de
manter após 10 anos de operação, tendo sido desmontado. Hoje
encontram-se peças do ENIAC por muitos museus do mundo,
incluindo o Smithsonian em Washington D.C. e no local preciso onde
foi construído, na Moore School for Electrical Engineering da
Universidade da Pensilvânia.
O ENIAC serviu de inspiração para muitos outros computadores
que se seguiram como: o EDVAC (Electronic Discrete Variable
Computer); o ORDVAC (Ordnance Variable Automatic Computer;
SEAC (Standards Automatic Computer) e o UNIVAC, este último
também construído por Eckert e Mauchly para o processamento dos
dados dos censos da população americana.
Em 1955, um computador já só pesava 3 toneladas e
consumia 50 kwatts de potência, tendo um custo de $200 000. Uma
máquina destas podia realizar 50 multiplicações por segundo. Assim,
os primeiros computadores eram também máquinas que só estavam
ao alcance de grandes empresas ou instituições que tinham
necessidades de cálculo muito exigentes e que possuíam as
condições económicas para tão grande investimento.
Com o rápido desenvolvimento dos transístores entre 1952
e 1960, os tubos de vácuo tornaram-se obsoletos e foi este avanço
tecnológico que permitiu a criação de máquinas muito mais rápidas,
mais pequenas e mais baratas.
Com o tempo, os transístores passaram a ser a base da
electrónica, seguindo-se a VLSI (Very Large Scale Integration), ou
seja, a construção de circuitos cada vez mais pequenos de forma a
que possam ser mais leves e despender menos energia, por terem
menos superfície para a dissipação de energia por calor. Esta
miniaturização permitiu que se tivesse a mesma capacidade de
cálculo de um ENIAC na palma de uma mão. A diminuição do
tamanho fez também diminuir a quantidade de energia necessária e o
custo caiu com a produção em série dos novos processadores.
Em 1977 uma calculadora manual pesava menos de meio quilo
e consumia meio watt e podia realizar 250 multiplicações por
segundo, custando $300.
Hoje uma calculadora pesa poucos gramas podendo ser incorporada
em réguas ou agendas, funciona até a energia solar e custa menos de
$5.
Um Pentium a 150Mhz é capaz de realizar 300 milhões de
somas por segundo, enquanto o ENIAC apenas conseguia realizar 5
000. A memória do ENIAC apenas permitia guardar 200 bits,
enquanto qualquer computador tem pelo menos 128 Mbytes, ou seja,
1 073 741 824 bits.
Nos meados da década de 70 os computadores começaram a
ter preços cada vez mais acessíveis. Em 1981 a IBM lançou no
mercado o PC (Personal Computer).
O PC distinguia-se das máquinas existentes até então por estar
dirigido a utilizadores individuais que poderiam passar a ter na sua
secretária uma máquina para uso exclusivo, quando até aí esse
conceito não existia... Os computadores eram mainframe,
centralizados, e os utilizadores tinham apenas um monitor e um
teclado sendo todo o processamento realizado no servidor.
O PC tinha ainda outra característica que o tornou
revolucionário que era o facto de ter uma arquitectura aberta, ou
seja, qualquer fabricante poderia criar peças adaptáveis àquela
máquina dando-lhe uma funcionalidade mais especializada, o que até
aí era sempre privilégio reservado para o fabricante do computador.
Assim o PC passou a ser o standard de facto na indústria.
Uma regra estatística que se tem verificado desde a invenção
do primeiro computador é a Lei de Moore que diz: “A cada 18 a 24
meses é lançada uma nova tecnologia que permite que os
computadores dupliquem o desempenho”.
Isto significa que em 2010 os processadores terão a velocidade
de 50Ghz e em 2020 terão uma velocidade de 2000Ghz. Para os
menos conhecedores desta área, os melhores computadores actuais
(Novembro/2004) funcionam a 3,2Ghz... O desempenho dos
computadores não se mede somente pela velocidade do processador,
mas este exemplo simplista torna mais clara a evolução futura
previsível.

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