26.º, 27.º, 28.º, 43.º, 47.º, 48.º, 50.º, 52.º, 53.º, 54.º, 55.º e Artigo 6.º
57.º da Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro, alterada pela Responsabilidade dos pais e encarregados de educação
Lei n.º 3/2008, de 18 de Janeiro, passam a ter a seguinte
redacção: 1 — Aos pais e encarregados de educação incumbe,
para além das suas obrigações legais, uma especial res-
«Artigo 2.º ponsabilidade, inerente ao seu poder-dever de dirigirem
[...] a educação dos seus filhos e educandos, no interesse des-
tes, e de promoverem activamente o desenvolvimento
O Estatuto prossegue os princípios gerais e orga- físico, intelectual e cívico dos mesmos.
nizativos do sistema educativo português, conforme 2— .....................................
se encontram estatuídos nos artigos 2.º e 3.º da Lei de
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Bases do Sistema Educativo, promovendo, em especial, b) Promover a articulação entre a educação na família
a assiduidade, o mérito, a disciplina e a integração dos e o ensino na escola;
alunos na comunidade educativa e na escola, o cum- c) Diligenciar para que o seu educando beneficie,
primento da escolaridade obrigatória, a sua formação efectivamente, dos seus direitos e cumpra rigorosamente
cívica, o sucesso escolar e educativo e a efectiva aqui- os deveres que lhe incumbem, nos termos do presente
sição de saberes e competências. Estatuto, procedendo com correcção no seu comporta-
mento e empenho no processo de aprendizagem;
Artigo 3.º d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...] f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— .....................................
h) Contribuir para a preservação da segurança e inte-
2— ..................................... gridade física e psicológica de todos os que participam
3 — O Estatuto aplica-se aos agrupamentos de esco- na vida da escola;
las e escolas não agrupadas da rede pública. i) Integrar activamente a comunidade educativa no de-
4 — Os princípios que enformam o Estatuto aplicam- sempenho das demais responsabilidades desta, em espe-
-se ainda aos estabelecimentos de ensino das redes pri- cial informando-se e informando sobre todas as matérias
vada e cooperativa, que devem adaptar os respectivos relevantes no processo educativo dos seus educandos;
regulamentos internos aos mesmos. j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
k) Conhecer o estatuto do aluno, bem como o regula-
Artigo 4.º mento interno da escola e subscrever declaração anual
de aceitação do mesmo e de compromisso activo quanto
[...] ao seu cumprimento integral.
1 — A autonomia dos agrupamentos de escolas e 3 — Os pais e encarregados de educação são respon-
escolas não agrupadas pressupõe a responsabilidade sáveis pelos deveres de assiduidade e disciplina dos seus
de todos os membros da comunidade educativa pela filhos e educandos.
salvaguarda efectiva do direito à educação, à igualdade
de oportunidades no acesso à escola e na promoção Artigo 7.º
de medidas que visem o empenho e o sucesso escolar, [...]
pela prossecução integral dos objectivos dos referidos
projectos educativos, incluindo os de integração sócio- 1 — Os alunos são responsáveis, em termos adequa-
-cultural e desenvolvimento de uma cultura de cidada- dos à sua idade e capacidade de discernimento, pelos
nia capaz de fomentar os valores da pessoa humana, direitos e deveres que lhe são conferidos pelo presente
de democracia no exercício responsável da liberdade Estatuto, pelo regulamento interno da escola e demais
legislação aplicável.
individual e no cumprimento dos direitos e deveres que 2 — A responsabilidade disciplinar dos alunos implica
lhe estão associados. o respeito integral do presente Estatuto, do regulamento
2 — A escola é o espaço colectivo de salvaguarda interno da escola, do património da mesma, dos demais
efectiva do direito à educação, devendo o seu funcio- alunos, funcionários e em especial dos professores.
namento garantir plenamente aquele direito. 3 — Os alunos não podem prejudicar o direito à edu-
3— ..................................... cação dos restantes alunos.
ao Ministério Público junto do tribunal competente em 2 — É aditado à Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro,
matéria de família e menores ou às entidades policiais. alterada pela Lei n.º 3/2008, de 18 de Janeiro, o capítulo VI,
3— ..................................... com o artigo 51.º-A, com a seguinte redacção:
4— .....................................
caso de esta não se encontrar instalada, ao magistrado do g) Beneficiar, no âmbito dos serviços de acção social
Ministério Público junto do tribunal competente. escolar, de um sistema de apoios que lhe permitam su-
4 — Se a escola, no exercício da competência referida perar ou compensar as carências do tipo sócio-familiar,
nos n.os 1 e 2, não conseguir assegurar, em tempo adequado, económico ou cultural que dificultam o acesso à escola
a protecção suficiente que as circunstâncias do caso exijam, ou o processo de aprendizagem;
cumpre ao director do agrupamento de escolas ou escola h) Poder usufruir de prémios que distingam o mérito;
não agrupada comunicar a situação às entidades referidas i) Beneficiar de outros apoios específicos, necessários
no número anterior. às suas necessidades escolares ou às suas aprendizagens,
através dos serviços de psicologia e orientação ou de outros
Artigo 11.º serviços especializados de apoio educativo;
Matrícula j) Ver salvaguardada a sua segurança na escola e res-
peitada a sua integridade física e moral;
O acto de matrícula, em conformidade com as dispo- k) Ser assistido, de forma pronta e adequada, em caso
sições legais que o regulam, confere o estatuto de aluno, de acidente ou doença súbita, ocorrido ou manifestada no
o qual, para além dos direitos e deveres consagrados na decorrer das actividades escolares;
presente lei, integra, igualmente, os que estão contempla- l) Ver garantida a confidencialidade dos elementos e
dos no regulamento interno da escola. informações constantes do seu processo individual, de
natureza pessoal ou familiar;
m) Participar, através dos seus representantes, nos ter-
CAPÍTULO III
mos da lei, nos órgãos de administração e gestão da escola,
Direitos e deveres do aluno na criação e execução do respectivo projecto educativo,
bem como na elaboração do regulamento interno;
Artigo 12.º n) Eleger os seus representantes para os órgãos, cargos
e demais funções de representação no âmbito da escola,
Direitos e deveres de cidadania
bem como ser eleito, nos termos da lei e do regulamento
No desenvolvimento dos princípios do Estado de di- interno da escola;
reito democrático e de uma cultura de cidadania capaz o) Apresentar críticas e sugestões relativas ao funciona-
de fomentar os valores da dignidade da pessoa humana, mento da escola e ser ouvido pelos professores, directores
da democracia, do exercício responsável, da liberdade de turma e órgãos de administração e gestão da escola
individual e da identidade nacional, o aluno tem o direito em todos os assuntos que justificadamente forem do seu
e o dever de conhecer e respeitar activamente os valores interesse;
e os princípios fundamentais inscritos na Constituição p) Organizar e participar em iniciativas que promovam
da República Portuguesa, a Bandeira e o Hino, enquanto a formação e ocupação de tempos livres;
símbolos nacionais, a Declaração Universal dos Direitos do q) Ser informado sobre o regulamento interno da escola
Homem, a Convenção Europeia dos Direitos do Homem, a e, por meios a definir por esta e em termos adequados à sua
Convenção sobre os Direitos da Criança e a Carta dos Di- idade e ao ano frequentado, sobre todos os assuntos que
reitos Fundamentais da União Europeia, enquanto matrizes justificadamente sejam do seu interesse, nomeadamente
de valores e princípios de afirmação da humanidade. sobre o modo de organização do plano de estudos ou curso,
o programa e objectivos essenciais de cada disciplina ou
Artigo 13.º área disciplinar, os processos e critérios de avaliação, bem
Direitos do aluno como sobre matrícula, abono de família e apoios sócio-
-educativos, normas de utilização e de segurança dos ma-
O aluno tem direito a: teriais e equipamentos e das instalações, incluindo o plano
a) Ser tratado com respeito e correcção por qualquer de emergência, e, em geral, sobre todas as actividades e
membro da comunidade educativa; iniciativas relativas ao projecto educativo da escola;
b) Usufruir do ensino e de uma educação de qualidade r) Participar nas demais actividades da escola, nos ter-
de acordo com o previsto na lei, em condições de efectiva mos da lei e do respectivo regulamento interno;
igualdade de oportunidades no acesso, de forma a propiciar s) Participar no processo de avaliação, através dos me-
a realização de aprendizagens bem sucedidas; canismos de auto e hetero-avaliação.
c) Usufruir do ambiente e do projecto educativo que
proporcionem as condições para o seu pleno desenvolvi- Artigo 14.º
mento físico, intelectual, moral, cultural e cívico, para a Representação dos alunos
formação da sua personalidade;
d) Ver reconhecidos e valorizados o mérito, a dedicação, 1 — Os alunos podem reunir-se em assembleia de alu-
a assiduidade e o esforço no trabalho e no desempenho nos ou assembleia geral de alunos e são representados
escolar e ser estimulado nesse sentido; pela associação de estudantes, delegado ou subdelegado
e) Ver reconhecido o empenhamento em acções meri- de turma e pela assembleia de delegados de turma, nos
tórias, em favor da comunidade em que está inserido ou termos da lei e do regulamento interno da escola.
da sociedade em geral, praticadas na escola ou fora dela, 2 — A associação de estudantes tem o direito de solicitar
e ser estimulado nesse sentido; ao director da escola ou do agrupamento de escolas a reali-
f) Usufruir de um horário escolar adequado ao ano fre- zação de reuniões para apreciação de matérias relacionadas
quentado, bem como de uma planificação equilibrada das com o funcionamento da escola.
actividades curriculares e extracurriculares, nomeadamente 3 — O delegado e o subdelegado de turma têm o di-
as que contribuem para o desenvolvimento cultural da reito de solicitar a realização de reuniões da turma para
comunidade; apreciação de matérias relacionadas com o funcionamento
3872 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de Setembro de 2010
3 — O regulamento interno da escola pode qualificar 3 — O director de turma ou o professor titular da turma
como falta a comparência do aluno às actividades escolares pode solicitar aos pais ou encarregado de educação, ou
sem se fazer acompanhar do material necessário. ao aluno, quando maior, os comprovativos adicionais que
4 — Para os efeitos do número anterior, o regulamento entenda necessários à justificação da falta, devendo, igual-
interno da escola deve prever os efeitos, a graduação e o mente, qualquer entidade que para esse efeito for contac-
procedimento tendente à respectiva justificação. tada, contribuir para o correcto apuramento dos factos.
4 — A justificação da falta deve ser apresentada previa-
Artigo 19.º mente, sendo o motivo previsível, ou, nos restantes casos,
até ao 3.º dia útil subsequente à verificação da mesma.
Justificação de faltas
5 — (Revogado.)
1 — São consideradas justificadas as faltas dadas pelos
seguintes motivos: Artigo 20.º
a) Doença do aluno, devendo esta ser declarada por Faltas injustificadas
médico se determinar impedimento superior a cinco dias 1 — As faltas são injustificadas quando:
úteis;
b) Isolamento profiláctico, determinado por doença a) Não tenha sido apresentada justificação, nos termos
infecto-contagiosa de pessoa que coabite com o aluno, do n.º 1 do artigo 19.º;
comprovada através de declaração da autoridade sanitária b) A justificação tenha sido apresentada fora do prazo;
competente; c) A justificação não tenha sido aceite;
c) Falecimento de familiar, durante o período legal de d) A marcação da falta resulte da aplicação da ordem
justificação de faltas por falecimento de familiar, previsto de saída da sala de aula ou de medida disciplinar sancio-
no regime do contrato de trabalho dos trabalhadores que natória.
exercem funções públicas;
d) Nascimento de irmão, durante o dia do nascimento 2 — Na situação prevista na alínea c) do número ante-
e o dia imediatamente posterior; rior, a não aceitação da justificação apresentada deve ser
e) Realização de tratamento ambulatório, em virtude de devidamente fundamentada.
doença ou deficiência, que não possa efectuar-se fora do 3 — As faltas injustificadas são comunicadas aos pais
período das actividades lectivas; ou encarregados de educação ou, quando maior de idade,
f) Assistência na doença a membro do agregado familiar, ao aluno, pelo director de turma ou pelo professor titular
nos casos em que, comprovadamente, tal assistência não de turma, no prazo máximo de três dias úteis, pelo meio
possa ser prestada por qualquer outra pessoa; mais expedito.
g) Comparência a consultas pré-natais, período de parto
e amamentação, tal como definido na Lei n.º 90/2001, de Artigo 21.º
20 de Agosto; Excesso grave de faltas
h) Acto decorrente da religião professada pelo aluno,
1 — No 1.º ciclo do ensino básico o aluno não pode dar
desde que o mesmo não possa efectuar-se fora do período
mais de 10 faltas injustificadas.
das actividades lectivas e corresponda a uma prática co- 2 — Nos restantes ciclos ou níveis de ensino, as faltas
mummente reconhecida como própria dessa religião; injustificadas não podem exceder o dobro do número de
i) Preparação ou participação em competições desporti- tempos lectivos semanais, por disciplina.
vas de alunos integrados no subsistema do alto rendimento, 3 — Quando for atingido metade do limite de faltas
nos termos da legislação em vigor, bem como daqueles injustificadas, os pais ou encarregados de educação ou,
que sejam designados para integrar selecções ou outras quando maior de idade, o aluno, são convocados, pelo meio
representações nacionais, nos períodos de preparação e par- mais expedito, pelo director de turma ou pelo professor
ticipação competitiva, ou, ainda, a participação dos demais titular de turma.
alunos em actividades desportivas e culturais quando esta 4 — A notificação referida no número anterior deve
seja considerada relevante pelas respectivas autoridades alertar para as consequências da violação do limite de
escolares; faltas injustificadas e procurar encontrar uma solução que
j) Participação em actividades associativas, nos termos permita garantir o cumprimento efectivo do dever de as-
da lei; siduidade.
k) Cumprimento de obrigações legais; 5 — Caso se revele impraticável o referido no número
l) Outro facto impeditivo da presença na escola, desde anterior, por motivos não imputáveis à escola, e sempre
que, comprovadamente, não seja imputável ao aluno ou que a gravidade especial da situação o justifique, a res-
seja, justificadamente, considerado atendível pelo director pectiva comissão de protecção de crianças e jovens deve
de turma ou pelo professor titular de turma. ser informada do excesso de faltas do aluno, assim como
dos procedimentos e diligências até então adoptados pela
2 — O pedido de justificação das faltas é apresentado escola, procurando em conjunto soluções para ultrapassar
por escrito pelos pais ou encarregado de educação ou, a sua falta de assiduidade.
quando o aluno for maior de idade, pelo próprio, ao director 6 — Para efeitos do disposto nos n.os 1 e 2, são também
de turma ou ao professor titular da turma, com indicação contabilizadas como faltas injustificadas as decorrentes da
do dia, da hora e da actividade em que a falta ocorreu, aplicação da medida correctiva de ordem de saída da sala
referenciando-se os motivos justificativos da mesma na de aula, nos termos do n.º 5 do artigo 26.º, bem como as
caderneta escolar, tratando-se de aluno do ensino básico, ausências decorrentes da aplicação da medida disciplinar
ou em impresso próprio, tratando-se de aluno do ensino sancionatória de suspensão prevista na alínea c) do n.º 2
secundário. do artigo 27.º
3874 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de Setembro de 2010
1 — Para os alunos que frequentam o 1.º ciclo do ensino 1 — O professor ou membro do pessoal não docente que
básico, a violação do limite de faltas injustificadas previsto presencie ou tenha conhecimento de comportamentos sus-
no n.º 1 do artigo anterior obriga ao cumprimento de um ceptíveis de constituir infracção disciplinar nos termos do
plano individual de trabalho que incidirá sobre todo o artigo anterior deve participá-los imediatamente ao director
programa curricular do nível que frequenta e que permita do agrupamento de escolas ou escola não agrupada.
recuperar o atraso das aprendizagens. 2 — O aluno que presencie comportamentos referidos
no número anterior deve comunicá-los imediatamente ao
2 — Para os alunos que frequentam o 2.º e 3.º ciclos do professor titular de turma ou ao director de turma, o qual,
ensino básico e o ensino secundário, a violação do limite no caso de os considerar graves ou muito graves, os parti-
de faltas injustificadas previsto no n.º 2 do artigo anterior cipa, no prazo de um dia útil, ao director do agrupamento
obriga ao cumprimento de um plano individual de trabalho, de escolas ou escola não agrupada.
que incidirá sobre a disciplina ou disciplinas em que ultra-
passou o referido limite de faltas e que permita recuperar
SECÇÃO II
o atraso das aprendizagens.
3 — O recurso ao plano individual de trabalho previsto Medidas correctivas e medidas disciplinares sancionatórias
nos números anteriores apenas pode ocorrer uma única vez
no decurso de cada ano lectivo. Artigo 24.º
4 — O cumprimento do plano individual de trabalho Finalidades das medidas correctivas
por parte do aluno realiza-se em período suplementar ao e das disciplinares sancionatórias
horário lectivo, competindo ao conselho pedagógico definir
1 — Todas as medidas correctivas e medidas discipli-
os termos da sua realização. nares sancionatórias prosseguem finalidades pedagógicas,
5 — O previsto no número anterior não isenta o aluno preventivas, dissuasoras e de integração, visando, de forma
da obrigação de cumprir o horário lectivo da turma em que sustentada, o cumprimento dos deveres do aluno, o respeito
se encontra inserido. pela autoridade dos professores no exercício da sua acti-
6 — O plano individual de trabalho deve ser objecto de vidade profissional e dos demais funcionários, bem como
avaliação, nos termos a definir pelo conselho pedagógico a segurança de toda a comunidade educativa.
da escola ou agrupamento de escolas. 2 — As medidas correctivas e as medidas disciplinares
7 — Sempre que cesse o incumprimento do dever de sancionatórias visam ainda garantir o normal prossegui-
assiduidade por parte do aluno, o conselho de turma de mento das actividades da escola, a correcção do comporta-
avaliação do final do ano lectivo pronunciar-se-á, em de- mento perturbador e o reforço da formação cívica do aluno,
finitivo, sobre o efeito da ultrapassagem do limite de faltas com vista ao desenvolvimento equilibrado da sua persona-
injustificadas verificado. lidade, da sua capacidade de se relacionar com os outros,
8 — Após o estabelecimento do plano individual de da sua plena integração na comunidade educativa, do seu
trabalho, a manutenção da situação do incumprimento do sentido de responsabilidade e das suas aprendizagens.
dever de assiduidade, por parte do aluno, determina que o 3 — As medidas disciplinares sancionatórias, tendo em
conta a especial relevância do dever violado e a gravidade
director da escola, na iminência de abandono escolar, possa da infracção praticada, prosseguem igualmente, para além
propor a frequência de um percurso curricular alternativo das identificadas no número anterior, finalidades punitivas.
no interior da escola ou agrupamento de escolas. 4 — As medidas correctivas e as medidas disciplinares
9 — O incumprimento reiterado do dever de assiduidade sancionatórias devem ser aplicadas em coerência com as
determina a retenção no ano de escolaridade que o aluno necessidades educativas do aluno e com os objectivos da
frequenta. sua educação e formação, no âmbito do desenvolvimento
do plano de trabalho da turma e do projecto educativo da
escola, nos termos do respectivo regulamento interno.
CAPÍTULO V
Disciplina Artigo 25.º
Determinação da medida disciplinar
SECÇÃO I 1 — Na determinação da medida disciplinar correctiva
Infracção ou sancionatória a aplicar, deve ter-se em consideração a
gravidade do incumprimento do dever, as circunstâncias,
atenuantes e agravantes apuradas, em que esse incumpri-
Artigo 23.º
mento se verificou, o grau de culpa do aluno, a sua matu-
Qualificação da infracção ridade e demais condições pessoais, familiares e sociais.
2 — São circunstâncias atenuantes da responsabilidade
A violação pelo aluno de algum dos deveres previstos disciplinar do aluno o seu bom comportamento anterior, o
no artigo 15.º, ou no regulamento interno da escola, em seu aproveitamento escolar e o seu reconhecimento, com
termos que se revelem perturbadores do funcionamento arrependimento, da natureza ilícita da sua conduta.
normal das actividades da escola ou das relações no âm- 3 — São circunstâncias agravantes da responsabilidade
bito da comunidade educativa, constitui infracção passível do aluno a premeditação, o conluio, bem como ao acu-
da aplicação de medida correctiva ou medida disciplinar mulação de infracções disciplinares e a reincidência, em
sancionatória, nos termos dos artigos seguintes. especial se no decurso do mesmo ano lectivo.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de Setembro de 2010 3875
ou o respectivo encarregado de educação, quando o aluno gurança Escolar do Ministério da Educação e à direcção
for menor de idade. regional de educação respectiva, sendo identificados su-
11 — No caso da medida disciplinar sancionatória ser mariamente os intervenientes, os factos e as circunstâncias
a transferência de escola, a mesma é comunicada para que motivaram a decisão de suspensão.
decisão do director regional de educação, no prazo de
um dia útil. Artigo 48.º
12 — A decisão é passível de recurso hierárquico, de
Decisão final do procedimento disciplinar
acordo com o estipulado no artigo 50.º
1 — A decisão final do procedimento disciplinar, de-
Artigo 44.º vidamente fundamentada, é proferida no prazo máximo
de um dia útil, a contar do momento em que a entidade
(Revogado.)
competente para o decidir receber o relatório do instrutor,
sem prejuízo do disposto no n.º 4.
Artigo 45.º 2 — A decisão final do procedimento disciplinar fixa o
(Revogado.) momento a partir do qual se inicia a execução da medida
disciplinar sancionatória, sem prejuízo da possibilidade de
Artigo 46.º suspensão da execução da medida, nos termos do número
seguinte.
(Revogado.) 3 — A execução da medida disciplinar sancionatória, com
excepção da referida na alínea e) do n.º 2 do artigo 27.º, pode
Artigo 47.º ficar suspensa pelo período de tempo e nos termos e condições
Suspensão preventiva do aluno em que a entidade decisora considerar justo, adequado e razoá-
vel, cessando logo que ao aluno seja aplicada outra medida
1 — No momento da instauração do procedimento dis- disciplinar sancionatória no decurso dessa suspensão.
ciplinar, mediante decisão da entidade que o instaurou, ou 4 — Quando esteja em causa a aplicação da medida
no decurso da sua instauração por proposta do instrutor, disciplinar sancionatória de transferência de escola, o prazo
o director pode decidir a suspensão preventiva do aluno, para ser proferida a decisão final é de cinco dias úteis,
mediante despacho fundamentado, sempre que: contados a partir da recepção do processo disciplinar na
a) A sua presença na escola se revelar gravemente per- direcção regional de educação respectiva.
turbadora do normal funcionamento das actividades esco- 5 — Da decisão proferida pelo director regional de edu-
lares; cação respectivo que aplique a medida disciplinar sancio-
b) Tal seja necessário e adequado à garantia da paz natória de transferência de escola deve igualmente constar
pública e da tranquilidade na escola; ou a identificação do estabelecimento de ensino para onde
c) A sua presença na escola prejudique a instrução do o aluno vai ser transferido, para cuja escolha se procede
procedimento disciplinar. previamente à audição do respectivo encarregado de edu-
cação, quando o aluno for menor de idade.
2 — A suspensão preventiva tem a duração que o di- 6 — A decisão final do procedimento disciplinar é no-
rector do agrupamento de escolas ou escola não agrupada tificada pessoalmente ao aluno no dia útil seguinte àquele
considerar adequada na situação em concreto, sem prejuízo em que foi proferida, ou, quando menor de idade, aos pais
de, por razões devidamente fundamentadas, poder ser pror- ou respectivo encarregado de educação, nos dois dias úteis
rogada até à data da decisão do procedimento disciplinar, seguintes.
não podendo, em qualquer caso, exceder 10 dias úteis. 7 — Sempre que a notificação prevista no número an-
3 — Os efeitos decorrentes da ausência do aluno no terior não seja possível, é realizada através de carta regis-
decurso do período de suspensão preventiva, no que res- tada com aviso de recepção, considerando-se o aluno, ou,
peita à avaliação das aprendizagens, são determinados em quando este for menor de idade, os pais ou o respectivo
função da decisão que vier a ser proferida no procedimento encarregado de educação, notificado na data da assinatura
disciplinar, nos termos estabelecidos no regulamento in- do aviso de recepção.
terno da escola.
4 — Os dias de suspensão preventiva cumpridos pelo Artigo 49.º
aluno são descontados no cumprimento da medida disci- Execução das medidas correctivas ou disciplinares sancionatórias
plinar sancionatória prevista na alínea d) do n.º 2 do ar-
tigo 27.º a que o aluno venha a ser condenado na sequência 1 — Compete ao director de turma ou ao professor
do procedimento disciplinar previsto no artigo 43.º titular de turma o acompanhamento do aluno na execução
5 — O encarregado de educação é imediatamente infor- da medida correctiva ou disciplinar sancionatória a que foi
mado da suspensão preventiva aplicada ao seu educando sujeito, devendo aquele articular a sua actuação com os
e, sempre que a avaliação que fizer das circunstâncias o pais e encarregados de educação e com os professores da
aconselhe, o director do agrupamento de escolas ou escola turma, em função das necessidades educativas identificadas
não agrupada deve participar a ocorrência à respectiva e de forma a assegurar a co-responsabilização de todos os
comissão de protecção de crianças e jovens. intervenientes nos efeitos educativos da medida.
6 — Ao aluno suspenso preventivamente é também 2 — A competência referida no número anterior é es-
fixado, durante o período de ausência da escola, o plano pecialmente relevante aquando da execução da medida
de actividades previsto no n.º 6 do artigo 27.º correctiva de actividades de integração na escola ou no
7 — A suspensão preventiva do aluno é comunicada, por momento do regresso à escola do aluno a quem foi apli-
via electrónica, pelo director do agrupamento de escolas cada a medida disciplinar sancionatória de suspensão da
ou escola não agrupada ao Gabinete Coordenador de Se- escola.
3878 Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de Setembro de 2010
3 — O disposto no número anterior aplica-se também 3 — Cada escola pode procurar estabelecer parcerias
aquando da integração do aluno na nova escola para que com entidades ou organizações da comunidade educativa
foi transferido na sequência da aplicação dessa medida no sentido de garantir os fundos necessários ao financia-
disciplinar sancionatória. mento dos prémios de mérito.
4 — Na prossecução das finalidades referidas no n.º 1, a
escola conta com a colaboração dos serviços especializados
de apoio educativo e ou de equipas de integração a definir CAPÍTULO VII
no regulamento interno. Regulamento interno da escola
Artigo 50.º Artigo 52.º
Recurso hierárquico
Objecto do regulamento interno da escola
1 — Da decisão final do procedimento disciplinar cabe
1 — O regulamento interno da escola tem por objecto:
recurso hierárquico nos termos gerais de direito, a interpor
no prazo de cinco dias úteis. a) O desenvolvimento do disposto na presente lei e
2 — O recurso hierárquico só tem efeitos suspensivos demais legislação de carácter estatutário;
quando interposto de decisão de aplicação das medidas b) A adequação à realidade da escola das regras de con-
disciplinares sancionatórias de suspensão da escola e de vivência e de resolução de conflitos na respectiva comu-
transferência de escola. nidade educativa;
3 — (Revogado.) c) As regras e procedimentos a observar em matéria de
4 — O despacho que apreciar o recurso hierárquico é delegação das competências do director, previstas neste
remetido à escola, no prazo de cinco dias úteis, cumprindo Estatuto, nos restantes membros do órgão de administração
ao respectivo director a adequada notificação, nos termos e gestão ou no conselho de turma.
dos n.os 6 e 7 do artigo 48.º
2 — No desenvolvimento do disposto na alínea b) do
Artigo 51.º artigo anterior, o regulamento interno da escola pode dis-
Intervenção dos pais e encarregados de educação por, entre outras matérias, quanto:
Entre o momento da instauração do procedimento dis- a) Aos direitos e deveres dos alunos inerentes à espe-
ciplinar ao seu educando e a sua conclusão, os pais e en- cificidade da vivência escolar;
carregados de educação devem contribuir para o correcto b) À utilização das instalações e equipamentos;
apuramento dos factos e, sendo aplicada medida disciplinar c) Ao acesso às instalações e espaços escolares; e
sancionatória, diligenciar para que a execução da mesma d) Ao reconhecimento e à valorização do mérito, da
prossiga os objectivos de reforço da formação cívica do dedicação e do esforço no trabalho escolar, bem como do
educando, com vista ao desenvolvimento equilibrado da desempenho de acções meritórias em favor da comunidade
sua personalidade, da sua capacidade de se relacionar em que o aluno está inserido ou da sociedade em geral,
com os outros, da sua plena integração na comunidade praticadas na escola ou fora dela.
educativa, do seu sentido de responsabilidade e das suas
aprendizagens. Artigo 53.º
Elaboração do regulamento interno da escola
CAPÍTULO VI
O regulamento interno da escola é elaborado nos termos
Mérito escolar do regime de autonomia, administração e gestão dos esta-
belecimentos da educação pré-escolar e dos ensinos básico
Artigo 51.º-A e secundário, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 75/2008, de
Prémios de mérito
22 de Abril, devendo nessa elaboração participar a comu-
nidade educativa, em especial através do funcionamento
1 — Para efeitos do disposto na alínea h) do artigo 13.º, do conselho geral.
o regulamento interno pode prever prémios de mérito des-
tinados a distinguir alunos que preencham um ou mais dos Artigo 54.º
seguintes requisitos:
Divulgação do regulamento interno da escola
a) Revelem atitudes exemplares de superação das suas
dificuldades; 1 — O regulamento interno é publicitado no Portal das
b) Alcancem excelentes resultados escolares; Escolas e na escola, em local visível e adequado, sendo
c) Produzam trabalhos académicos de excelência ou fornecido gratuitamente ao aluno, quando inicia a frequên-
realizem actividades curriculares ou de complemento cur- cia da escola, e sempre que o regulamento seja objecto de
ricular de relevância; actualização.
d) Desenvolvam iniciativas ou acções exemplares no 2 — Os pais e encarregados de educação devem, no acto
âmbito da solidariedade social. da matrícula, nos termos da alínea k) do n.º 2 do artigo 6.º,
conhecer o regulamento interno da escola e subscrever,
2 — Os prémios de mérito devem ter natureza sim- fazendo subscrever igualmente aos seus filhos e educandos,
bólica ou material, podendo ter uma natureza financeira declaração anual, em duplicado, de aceitação do mesmo
desde que, comprovadamente, auxiliem a continuação do e de compromisso activo quanto ao seu cumprimento in-
percurso escolar do aluno. tegral.
Diário da República, 1.ª série — N.º 171 — 2 de Setembro de 2010 3879