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1 —.....................................
150/2015 de 10
2 — A instituição por atos entre vivos deve
de setembro constar de escritura pública, salvo o disposto em lei
especial, e torna -se irrevogável logo que seja requerido
Altera o Código Civil, aprovado pelo Decreto- Lei n.º o reconhecimento ou principie o respetivo processo
47 344, de 25 de novembro de 1966, e procede à oficioso.
primeira alteração à Lei -Quadro das Fundações, 3 —.....................................
aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 de julho. 4 — O ato de instituição, bem como os seus
A Assembleia da República decreta, nos termos da estatutos e suas alterações devem ser publicitados nos
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: termos legalmente previstos para as sociedades
comerciais, não produzindo efeitos em relação a
Artigo 1.º terceiros enquanto não o forem.
Objeto
Artigo 186.º
A presente lei altera o Código Civil, aprovado pelo [...]
Decreto- Lei n.º 47 344, de 25 de novembro de 1966, e
procede à primeira alteração à Lei -Quadro das 1 —.....................................
Fundações, aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 de julho. 2 — No ato de instituição ou nos estatutos deve o
instituidor providenciar ainda sobre a sede, organização
Artigo 2.º e funcionamento da fundação, regular os termos da sua
Alteração ao Código Civil transformação ou extinção e fixar o destino dos
respetivos bens.
Os artigos 166.º, 168.º, 185.º, 186.º, 188.º, 190.º- A e
193.º do Código Civil, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 47 Artigo 188.º
344, de 25 de novembro de 1966, passam a ter a seguinte [...]
redação:
1 —.....................................
«Artigo 166.º 2 —.....................................
Destino dos bens em caso de extinção 3 —.....................................
1 — Extinta a pessoa coletiva, se existirem bens 4 — A entidade competente para o
reconhecimento promove a publicação no jornal oficial
que lhe tenham sido doados ou deixados com qualquer
encargo ou que estejam afetados a um certo fim, o da decisão de reconhecimento ou da sua recusa.
5 —.....................................
tribunal, a requerimento do Ministério Público, dos
liquidatários, de qualquer associado ou interessado, ou
ainda de herdeiros do doador ou do autor da deixa Artigo 190.º -A
testamentária, atribui -los -á, com o mesmo encargo ou [...]
afetação, a outra pessoa coletiva. Sob proposta das respetivas administrações, ou em
2 — Os bens não abrangidos pelo número anterior alternativa à decisão referida no n.º 2 do artigo
têm o destino que lhes for fixado pelos estatutos ou por anterior, e após as audições previstas no n.º 1 do
deliberação dos associados, sem prejuízo do disposto em mesmo artigo, a entidade competente para o
leis especiais; na falta de fixação ou de lei especial, o reconhecimento pode determinar a fusão de duas ou
tribunal, a requerimento do Ministério Público, dos mais fundações, de fins análogos, contanto que a tal
liquidatários ou de qualquer associado ou interessado, não se oponha a vontade dos fundadores.
determinará que sejam atribuídos a outra pessoa coletiva
ou ao Estado, assegurando, tanto quanto possível, a Artigo 193.º
realização dos fins da pessoa extinta.
[...]
Artigo 168.º 1 — (Anterior corpo do artigo.)
[...] 2 — A declaração de extinção proferida pela
entidade competente para o reconhecimento é
1 —.....................................
publicitada nos termos previstos no n.º 4 do artigo
2 —..................................... 188.º.»
3 — O ato de constituição, os estatutos e as suas
alterações não produzem efeitos em relação a terceiros, Artigo 3.º
enquanto não forem publicados nos termos do número
Alteração à Lei -Quadro das Fundações
anterior.
Os artigos 2.º, 3.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º, 15.º,
Artigo 185.º 17.º, 20.º, 22.º, 23.º, 24.º, 26.º, 33.º, 36.º, 39.º, 40.º, 41.º,
43.º, 46.º, 53.º, 56.º, 57.º, 58.º, 60.º e 61.º da Lei- Quadro
2 Diário da República, 1.ª série — N.º 177 — 10 de setembro de 2015
das Fundações, aprovada pela Lei n.º 24/2012, de 9 de indireta do Estado, regiões autónomas, autarquias
julho, passam a ter a seguinte redação: locais, outras pessoas coletivas da administração
autónoma e demais pessoas coletivas públicas;
«Artigo 2.º d) ‘Rendimentos’, os aumentos nos benefícios eco-
[...] nómicos durante o período contabilístico, na forma de
influxos ou aumentos de ativos ou diminuições de
1 —..................................... passivos que resultem em aumentos nos fundos
2 — A presente lei- quadro é também aplicável às patrimoniais.
fundações de solidariedade social abrangidas pelo
Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade 4 — Para efeitos do disposto na alínea c) do
Social, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 119/83, de 25 de número anterior, não se consideram financiamento os
fevereiro, alterado pelos Decretos- Leis n. os 9/85, de 9 de pagamentos efetuados a título de indemnização ou
janeiro, 89/85, de 1 de abril, 402/85, de 11 de outubro, derivados de obrigações contratuais, nem as verbas
29/86, de 19 de fevereiro, e 172- A/2014, de 14 de decorrentes de candidaturas a fundos comunitários.
novembro.
3 —..................................... Artigo 5.º
[...]
solidariedade social o Estatuto das Instituições qual deve ser remetido no prazo de 15 dias aos serviços
Particulares de Solidariedade Social, aprovado pelo competentes do Ministério da Solidariedade, Emprego e
Decreto- Lei n.º 119/83, de 25 de fevereiro, alterado Segurança Social.
pelos Decretos-Leis n.os 9/85, de 9 de janeiro, 89/85, de 6 —.....................................
1 de abril, 402/85, de 11 de outubro, 29/86, de 19 de 7 —.....................................
fevereiro, e 172 -A/2014, de 14 de novembro.
4 — As fundações de solidariedade social Artigo 41.º
constituídas como instituições particulares de [...]
solidariedade social estão também sujeitas, consoante os
casos, ao Regulamento de Registo das Instituições A entidade competente para o reconhecimento, os
Particulares de Solidariedade Social do Âmbito da Ação serviços competentes do Ministério da Solidariedade,
Social do Sistema de Segurança Social e ao Emprego e Segurança Social e a Inspeção- Geral de
Regulamento do Registo das Instituições Particulares de Finanças podem ordenar a realização de inquéritos,
Solidariedade do Âmbito do Ministério da Educação, sindicâncias, inspeções e auditorias às fundações de
previstos no artigo 7.º do Decreto- Lei n.º 119/83, de 25 solidariedade social, sem prejuízo do disposto no
de fevereiro, alterado pelos Decretos- Leis n. os 9/85, de 9 Estatuto das Instituições Particulares de Solidariedade
de janeiro, 89/85, de 1 de abril, 402/85, de 11 de Social, aprovado pelo Decreto- Lei n.º 119/83, de 25
outubro, 29/86, de 19 de fevereiro, e 172- A/2014, de 14 de fevereiro, alterado pelos Decretos- Leis n. os 9/85,
de novembro, e aprovados, respetivamente, pela Portaria de 9 de janeiro, 89/85, de 1 de abril, 402/85, de 11 de
n.º 139/2007, de 29 de janeiro, e pela Portaria n.º outubro, 29/86, de 19 de fevereiro, e 172- A/2014, de
860/91, de 20 de agosto. 14 de novembro.
5 — Às fundações de solidariedade social
constituídas como instituições particulares de Artigo 43.º
solidariedade social com fins principais ou exclusivos de [...]
promoção e proteção da saúde é ainda aplicável o
disposto na Portaria n.º 466/86, de 25 de agosto. 1 — Sem prejuízo das competências das regiões
autónomas nos termos do disposto nos respetivos
Artigo 40.º estatutos político- administrativos, o reconhecimento das
fundações de cooperação para o desenvolvimento é da
[...]
competência do Primeiro- Ministro, com a faculdade de
1 — Sem prejuízo das competências das regiões delegação.
autónomas nos termos do disposto nos respetivos 2 — O procedimento de reconhecimento inicia- se
estatutos político- administrativos, o reconhecimento das com a apresentação do respetivo pedido junto da
fundações de solidariedade social é da competência do entidade competente para o reconhecimento e é efetuado
Primeiro- Ministro, com a faculdade de delegação. 2 — exclusivamente através do preenchimento do formulário
O procedimento de reconhecimento inicia- se com a eletrónico adequado e de acordo com as indicações
apresentação do respetivo pedido junto da entidade constantes do portal da Presidência do Conselho de
competente para o reconhecimento e é efetuado Ministros, na Internet.
exclusivamente através do preenchimento do formulário 3 —.....................................
eletrónico adequado e de acordo com as indicações 4 — A entidade competente para o
constantes do portal da Presidência do Conselho de reconhecimento solicita aos serviços competentes do
Ministros, na Internet. Ministério dos Negócios Estrangeiros a emissão de
3 — O pedido de reconhecimento é instruído com parecer sobre o pedido de reconhecimento, o qual deve
os elementos referidos no artigo 22.º, bem como de ser remetido junto com o respetivo processo à entidade
declaração, se for caso disso, da pretensão de competente para o reconhecimento no prazo máximo de
constituição como instituição particular de solidariedade 45 dias.
social. 5 —.....................................
4 — Quando se trate de fundações de
solidariedade social que se pretendam constituir como
Artigo 46.º
instituições particulares de solidariedade social, a
entidade competente para o reconhecimento solicita aos [...]
serviços competentes do Ministério da Solidariedade, 1 — Sem prejuízo das competências das regiões
Emprego e Segurança Social a emissão de parecer sobre autónomas nos termos do disposto nos respetivos
o pedido de reconhecimento, o qual deve ser remetido estatutos político- administrativos, o reconhecimento das
junto com o respetivo processo à entidade competente fundações para a criação de estabelecimentos de ensino
para o reconhecimento no prazo máximo de 45 dias. superior privados é da competência do Primeiro-
5 — No caso das fundações de solidariedade Ministro, com a faculdade de delegação.
social com fins principais ou exclusivos de promoção e 2 — O procedimento de reconhecimento inicia- se
proteção da saúde e das fundações de solidariedade com a apresentação do respetivo pedido junto da
social do âmbito do Ministério da Educação, é ainda entidade competente para o reconhecimento e é efetuado
solicitado aos serviços competentes do Ministério da exclusivamente através do preenchimento do formulário
Saúde ou do Ministério da Educação e Ciência, eletrónico adequado e de acordo com as indicações
consoante os casos, a emissão de parecer vinculativo, o
6 Diário da República, 1.ª série — N.º 177 — 10 de setembro de 2015
c) «Apoio financeiro», todo e qualquer subsídio, 3 — Persistindo dúvidas sobre a natureza privada ou
sub- pública da fundação, prevalece a qualificação que
venção, auxílio, ajuda, patrocínio, garantia, concessão, resultar da pronúncia do Conselho Consultivo, nos
doação, participação, vantagem financeira ou qualquer termos da alínea c) do n.º 5 do artigo 13.º
outro financiamento independentemente da sua
designação, temporário ou definitivo, que sejam Artigo 5.º
concedidos pela administração direta ou indireta do Fundações estrangeiras
Estado, regiões autónomas, autarquias locais, outras
pessoas coletivas da administração autónoma e demais 1 — A fundação criada ao abrigo de uma lei
pessoas coletivas públicas; diferente da portuguesa que pretenda prosseguir de
d) «Rendimentos», os aumentos nos benefícios forma estável em Portugal os seus fins deve ter uma
eco- representação permanente em território português,
nómicos durante o período contabilístico, na forma de conforme previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 4.º do
influxos ou aumentos de ativos ou diminuições de Registo Nacional de Pessoas Coletivas, aprovado pelo
passivos que resultem em aumentos nos fundos Decreto -Lei n.º 129/98, de 13 de maio.
patrimoniais. 2 — A abertura de representação permanente
depende de prévia autorização da entidade competente
4 — Para efeitos do disposto na alínea c) do número para o reconhecimento e pressupõe a verificação dos
anterior, não se consideram financiamento os requisitos estabelecidos na lei ao abrigo da qual a
pagamentos efetuados a título de indemnização ou fundação foi criada ou, na falta destes, dos requisitos
derivados de obrigações contratuais, nem as verbas constantes do artigo 22.º
decorrentes de candidaturas a fundos comunitários 3 — Às fundações abrangidas pela Convenção
Europeia sobre o Reconhecimento da Personalidade
Artigo 4.º Jurídica das Organizações Internacionais não
Governamentais referida no n.º 1 do artigo 2.º aplica -se
Tipos de fundações
o regime nela previsto.
1 — As fundações podem assumir um dos seguintes
tipos: Artigo 6.º
a) «Fundações privadas», as fundações criadas por Aquisição da personalidade jurídica
uma ou mais pessoas de direito privado, em conjunto ou 1 — As fundações adquirem personalidade
não com pessoas coletivas públicas, desde que estas, jurídica pelo reconhecimento.
isolada ou conjuntamente, não detenham sobre a 2 — Sem prejuízo das competências das regiões
fundação uma influência dominante; autónomas nos termos do disposto nos respetivos
b) «Fundações públicas de direito público», as estatutos político- administrativos, o reconhecimento das
fundações criadas exclusivamente por pessoas coletivas fundações privadas é individual e compete ao Primeiro-
públicas, bem como os fundos personalizados criados Ministro, com a faculdade de delegação.
exclusivamente por pessoas coletivas públicas nos 3 — O reconhecimento das fundações públicas
termos da lei -quadro dos institutos públicos, aprovada resulta diretamente do ato da sua criação.
pela Lei n.º 3/2004, de 15 de janeiro, alterada pela Lei
n.º 51/2005, de 30 de agosto, pelo Decreto- Lei n.º Artigo 7.º
200/2006, de 25 de outubro, pelo Decreto-Lei n.º
Defesa do instituto fundacional
105/2007, de 3 de abril, pela Lei n.º 64 -A/2008, de 31
de dezembro, pelo Decreto- Lei n.º 40/2011, de 22 de 1 — As fundações devem aprovar e publicitar
março, pela Resolução da Assembleia da República n.º códigos de conduta que autorregulem boas práticas,
86/2011, de 11 de abril, pela Lei n.º 57/2011, de 28 de nomeadamente sobre a participação dos destinatários da
novembro, e pelo Decreto- Lei n.º 5/2012, de 17 de sua atividade na vida da fundação, a transparência das
janeiro, doravante designada por lei- quadro dos suas contas, os conflitos de interesse, as
institutos públicos; incompatibilidades e a limitação, no caso das fundações
c) «Fundações públicas de direito privado», as públicas ou públicas de direito privado, ao número de
funda- mandatos dos seus órgãos, devendo ainda prever, de
ções criadas por uma ou mais pessoas coletivas públicas, entre outras matérias relevantes em função da atividade
em conjunto ou não com pessoas de direito privado, desenvolvida pela fundação, as consequências
desde que aquelas, isolada ou conjuntamente, detenham decorrentes do incumprimento das disposições aí
uma influência dominante sobre a fundação. previstas.
2 — É condição essencial do reconhecimento de
2 — Considera- se existir «influência dominante» nos qualquer fundação que a disposição de bens ou valores a
termos do número anterior sempre que exista: favor do seu património não seja um ato praticado em
prejuízo dos credores.
a) A afetação exclusiva ou maioritária dos bens que 3 — Previamente ao reconhecimento, os
integram o património financeiro inicial da fundação; ou instituidores, os seus herdeiros ou os executores
b) Direito de designar ou destituir a maioria dos titulares testamentários ou os administradores designados no ato
do órgão de administração da fundação. de instituição declaram, em documento próprio e sob
Diário da República, 1.ª série — N.º 177 — 10 de setembro de 2015 9
compromisso de honra, que não existem dúvidas ou v) Composição atualizada dos órgãos sociais e data
litígios sobre os bens afetos à fundação. de
4 — A existência de dúvidas ou litígios, ainda que início e termo do respetivo mandato;
potenciais, sobre os bens afetos à fundação faz incorrer vi) (Revogada.) vii) Relatórios de gestão e contas e
os seus autores em responsabilidade criminal por falsas pareceres do órgão
declarações e determina a revogação imediata do ato de de fiscalização respeitantes aos últimos três anos;
reconhecimento. viii) Relatórios de atividades respeitantes ao mesmo
5 — Em caso de impugnação pauliana, o
período; ix) Relatório anual de auditoria externa, quando
reconhecimento e todos os seus efeitos suspendem- se
obri-
até ao termo do respetivo processo judicial.
gatório.
6 — O reconhecimento é nulo, caso a impugnação
pauliana seja julgada procedente por sentença transitada 2 — No caso de fundações privadas com estatuto de
em julgado. utilidade pública e de fundações públicas, são ainda
Artigo 8.º disponibilizadas permanentemente na sua página da
Registo Internet as seguintes informações:
1 — Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo a) Descrição do património inicial e, quando for
2.º, a utilização do termo fundação na denominação das caso disso, do património afeto pela administração direta
pessoas coletivas é exclusiva das entidades reconhecidas ou indireta do Estado, regiões autónomas, autarquias
como fundações nos termos da presente lei -quadro. locais, outras pessoas da administração autónoma e
2 — As fundações públicas utilizam demais pessoas coletivas públicas;
obrigatoriamente os acrónimos «IP» ou «FP» no final da b) Montante discriminado dos apoios financeiros
respetiva designação, consoante sejam de direito público recebi-
ou de direito privado. dos nos últimos três anos da administração direta e
3 — As fundações portuguesas e as fundações indireta do Estado, regiões autónomas, autarquias locais,
estrangeiras que desenvolvam os seus fins em território outras pessoas coletivas da administração autónoma e
nacional estão sujeitas a registo nos termos da lei. demais pessoas coletivas públicas.
4 — O registo referido no número anterior consta 3 — Excetuam- se do disposto na alínea c) e nas
de uma base de dados única, mantida e disponibilizada subalíneas i), iv), v), vii), viii) e ix) da alínea d) do n.º 1 e
para consulta pública pelo Instituto dos Registos e do do número anterior as fundações cujos rendimentos
Notariado, I. P. (IRN, I. P.). anuais sejam inferiores ao valor fixado por portaria dos
5 — A concessão de apoios financeiros pela membros do Governo responsáveis pelas finanças e pelo
administração direta ou indireta do Estado, regiões reconhecimento de fundações.
autónomas, autarquias locais, outras pessoas coletivas da 4 — O relatório anual de atividades e de contas
administração autónoma e demais pessoas coletivas deve conter informação clara e suficiente sobre os tipos
públicas depende da inscrição da fundação no registo e os montantes globais dos benefícios concedidos a
nos termos dos números anteriores. terceiros e dos donativos ou dos subsídios recebidos,
Artigo 9.º bem como sobre a gestão do património da fundação.
5 — A informação de caráter anual fica
Transparência
obrigatoriamente disponível para o público no prazo de
1 — As fundações portuguesas e as fundações 30 dias após a aprovação do relatório anual de atividades
estrangeiras que exerçam a sua atividade em território e de contas, a qual deve ocorrer até ao dia 30 de abril.
nacional estão obrigadas a: 6 — As fundações estão sujeitas ao regime
declarativo previsto no Decreto -Lei n.º 8/2007, de 17 de
a) Comunicar aos serviços da Presidência do janeiro, que cria a Informação Empresarial Simplificada
Conse- (IES), alterado pelos Decretos- Leis n.os 116/2008, de 4
lho de Ministros a composição dos respetivos órgãos nos de julho, 69 -A/2009, de 24 de março, e 292/2009, de 13
30 dias seguintes à sua designação, modificação ou de outubro, e ao regime de normalização contabilística
substituição; para as entidades do setor não lucrativo, previsto no
b) Remeter aos serviços da Presidência do Decreto- Lei n.º 36 -A/2011, de 9 de março.
Conselho de Ministros cópia dos relatórios anuais de 7 — As fundações públicas estão sujeitas ao
contas e de atividades, até 30 dias após a sua aprovação; regime de gestão económico- financeira e patrimonial
c) Submeter as contas a uma auditoria externa; previsto na lei- quadro dos institutos públicos, nos
d) Disponibilizar permanentemente na sua página termos previstos no título III da presente lei -quadro.
da Internet a seguinte informação: 8 — O incumprimento do disposto no presente
i) Cópia dos atos de instituição e de reconhecimento artigo impede o acesso a quaisquer apoios financeiros
da fundação; durante o ano económico seguinte àquele em que se
verificou o incumprimento e enquanto este durar.
ii)Versão atualizada dos estatutos;iii) Cópia do ato de
concessão do estatuto de utilidade
Artigo 10.º
pública, quando for o caso;
iv) Identificação dos instituidores;
10 Diário da República, 1.ª série — N.º 177 — 10 de setembro de 2015
-Ministro, com a faculdade de delegação, e observa o f) Compromisso de honra de que não existem
procedimento estabelecido nos artigos seguintes. dúvidas
2 — O reconhecimento de fundações importa a ou litígios sobre os bens afetos à fundação;
aquisição dos bens e direitos que o ato de instituição lhes g) Avaliação do património mobiliário afetado à
atribui. funda-
3 — Instituída a fundação e até à data do seu ção, por perito idóneo;
reconhecimento, o instituidor, os seus herdeiros, os
h) Declaração bancária comprovativa do montante
executores testamentários ou os administradores
pecu-
designados no ato de instituição têm legitimidade para
praticar atos de administração ordinária relativamente niário inicial afetado à fundação;
aos bens e direitos afetos à fundação, desde que tais atos i) Certidão de autorização, nos termos do artigo
sejam indispensáveis para a sua conservação. 16.º;
4 — Até ao reconhecimento, o instituidor, os seus j) Texto dos estatutos e indicação da data da sua
herdeiros, os executores testamentários ou os publi-
administradores designados no ato de instituição cação;
respondem pessoal e solidariamente pelos atos k) Indicação dos endereços das delegações, se
praticados em nome da fundação. estiverem
previstas;
Artigo 21.º l) Indicação dos nomes das pessoas que integram
Legitimidade para requerer o reconhecimento ou
1 — O reconhecimento de fundações privadas pode vão integrar os órgãos da fundação.
ser requerido:
3 — Salvo no caso das fundações com o propósito
a) Pelo instituidor, instituidores ou seus herdeiros; de criação de estabelecimentos de ensino superior, às
b) Por mandatário dos instituidores; quais podem ser exigidas garantias patrimoniais
c) Pelo executor testamentário do instituidor; reforçadas, presume -se que existe dotação patrimonial
d) Pelo notário que tenha lavrado o ato de instituição. suficiente nos termos da alínea c) do número anterior
quando o património da fundação seja igual ou superior
2 — O reconhecimento deve ser requerido no prazo ao valor fixado na portaria referida no n.º 2 do artigo 9.º
máximo de 180 dias a contar da instituição da fundação 4 — Se a dotação inicial da fundação incluir bens
ou ser oficiosamente promovido pela entidade imóveis, devem ser apresentados, ainda, os seguintes
competente para o reconhecimento. documentos:
a) Comprovativo da situação matricial de cada
Artigo 22.º imóvel;
Pedido de reconhecimento b) Comprovativo da situação predial de cada
1 — O procedimento de reconhecimento inicia- se imóvel;
com a apresentação do respetivo pedido e é efetuado c) Comprovativo da renúncia ao exercício do
exclusivamente através do preenchimento do formulário direito de preferência legal por parte do Estado, regiões
eletrónico adequado e de acordo com as indicações autónomas, municípios e outras pessoas coletivas
constantes do portal da Presidência do Conselho de públicas ou empresas públicas, quando aplicável;
Ministros, na Internet. d) Avaliação dos imóveis por perito idóneo.
2 — O formulário contém, designadamente, os
seguintes elementos: 5 — Na análise do pedido de reconhecimento, o
órgão instrutor pode, no uso da sua competência na
a) Identificação do requerente e justificação da sua matéria, solicitar outros elementos que entenda
legitimidade; necessários para a decisão.
b) Documentos que comprovem a instituição da 6 — O procedimento de reconhecimento pode ser
fun- simplificado quando estejam reunidas as seguintes
dação e a identificação do instituidor ou instituidores e, condições cumulativas:
neste último caso, dos respetivos contributos para o a) A fundação tenha sido criada apenas por pessoas
património da fundação ou para o financiamento da sua de direito privado e não tenha o propósito de ser
atividade; constituída como instituição particular de solidariedade
c) Comprovativo de uma dotação patrimonial social ou de prosseguir os objetivos das fundações de
inicial cooperação para o desenvolvimento ou das fundações
suficiente; para a criação de estabelecimentos de ensino superior;
d) Memorando descritivo do fim ou fins da b) A dotação patrimonial inicial da fundação seja
fundação e das suas áreas de atuação; apenas
e) Relação detalhada dos bens afetos à fundação e constituída por numerário;
indi- c) O texto dos estatutos obedeça a modelo
cação dos donativos atribuídos à mesma e, bem assim, previamente
dos contratos de subvenção duradoura, caso existam; aprovado.
Diário da República, 1.ª série — N.º 177 — 10 de setembro de 2015 13
regularizada, nos termos do n.º 2 do artigo 4.º do 3 — O órgão de fiscalização pode ser constituído
Decreto -Lei n.º 114/2007, de 19 de abril; por um fiscal único ou por um conselho fiscal composto
e) Nome e qualidade do responsável pelo por um número ímpar de titulares, dos quais um é o
preenchimento presidente.
do requerimento.
Artigo 28.º
4 — O pedido é indeferido na falta de qualquer Representação
dos requisitos previstos no artigo anterior.
5 — O estatuto de utilidade pública de atribuição 1 — A representação da fundação, em juízo e fora
administrativa é concedido pelo prazo de cinco anos, o dele, cabe a quem os estatutos determinarem ou, na falta
qual pode ser renovado, por iguais e sucessivos de disposição estatutária, à administração ou a quem por
períodos, mediante a apresentação de um pedido de ela for designado.
renovação. 6 — O estatuto de utilidade pública cessa: a) 2 — A designação de representantes por parte da
Com a extinção da fundação; administração só é oponível a terceiros quando se prove
b) Com a caducidade do estatuto de utilidade que estes a conheciam.
pública;
c) Por decisão da entidade competente para a Artigo 29.º
concessão, se tiver deixado de se verificar algum dos Obrigações e responsabilidade dos titulares dos órgãos
pressupostos desta; 1 — As obrigações e a responsabilidade dos
d) Pela violação séria ou reiterada dos deveres que titulares dos órgãos das fundações para com estas são
lhes definidas nos respetivos estatutos, aplicando- se, na falta
estejam legalmente impostos. de disposições estatutárias, as regras do mandato com as
necessárias adaptações.
SECÇÃO III 2 — Os titulares dos órgãos da fundação não
podem deixar de exercer o direito de voto nas
Organização
deliberações tomadas em reuniões em que estejam
presentes e são responsáveis pelos prejuízos delas
Artigo 26.º decorrentes, salvo se houverem registado em ata a sua
Órgãos discordância.
1 — Constituem órgãos obrigatórios das fundações
privadas: Artigo 30.º
a) Um órgão de administração, a quem compete a Responsabilidade civil das fundações
gestão do património da fundação, bem como deliberar As fundações respondem civilmente pelos atos ou
sobre propostas de alteração dos estatutos, de omissões dos seus representantes, agentes ou
modificação e de extinção da fundação; mandatários nos mesmos termos em que os comitentes
b) Um órgão diretivo ou executivo, com funções de respondem pelos atos ou omissões dos seus comissários.
gestão corrente; SECÇÃO IV
c) Um órgão de fiscalização, a quem compete a
Modificação, fusão e extinção
fisca-
lização da gestão e das contas da fundação. Artigo 31.º
Modificação dos estatutos
2 — As fundações podem ainda ter um ou mais
órgãos facultativos, nomeadamente um conselho de Os estatutos da fundação podem a todo o tempo ser
fundadores ou de curadores, com a missão de velar pelo modificados pela entidade competente para o
cumprimento dos estatutos da fundação e pelo respeito reconhecimento, sob proposta da respetiva
pela vontade do fundador ou fundadores. administração, contanto que não haja alteração essencial
3 — Os mandatos dos membros dos órgãos da do fim da instituição e se não contrarie a vontade do
fundação não podem ser vitalícios, exceto os dos cargos fundador.
expressamente criados pelo fundador ou fundadores com
essa natureza no ato de instituição. Artigo 32.º
Transformação
Artigo 27.º
1 — Ouvida a administração, e também o
Designação e composição
fundador, se for vivo, a entidade competente para o
1 — Os estatutos da fundação designam os reconhecimento pode ampliar o fim da fundação, sempre
respetivos órgãos, evitando a sobreposição de que a rentabilização social dos meios disponíveis o
competências, sejam estes obrigatórios ou facultativos. aconselhe.
2 — O órgão de administração é constituído por 2 — A mesma entidade pode ainda, após as
um número ímpar de titulares, dos quais um é o audições previstas no número anterior, atribuir à
presidente, podendo dele fazer parte o órgão executivo. fundação um fim diferente:
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h) O regime de jurisdição e controlo financeiro do entidade instituidora, nos termos e condições previstos
Tri- na lei -quadro dos institutos públicos.
bunal de Contas e da Inspeção -Geral de Finanças. 2 — O poder de superintendência e de tutela
administrativa nas fundações públicas estaduais é
Artigo 53.º exercido pela entidade pública que mais contribua para o
Órgãos e serviços
seu financiamento ou que tenha o direito de designar ou
destituir o maior número de titulares de órgãos de
1 — As fundações públicas estaduais organizam- administração ou de fiscalização.
se e dispõem de serviços nos termos e condições 3 — Verificando- se uma igualdade de contributos
previstos na lei -quadro dos institutos públicos. para o financiamento de uma fundação ou uma
2 — Sem prejuízo das competências das regiões igualdade quanto ao maior número de direitos de
autónomas nos termos do disposto nos respetivos designação ou de destituição, os poderes referidos no
estatutos político- administrativos, às fundações públicas número anterior são exercidos conjuntamente pelas
regionais e locais aplica- se o disposto na lei- quadro dos entidades públicas que se encontrem em igualdade de
institutos públicos, com as necessárias adaptações e com circunstâncias.
as seguintes especificidades: 4 — A entidade instituidora e a Inspeção- Geral
a) O conselho diretivo é o órgão responsável pela de Finanças podem ordenar a realização de inquéritos,
defini- sindicâncias, inspeções e auditorias às fundações
públicas estaduais e regionais.
ção, orientação e execução das linhas gerais de atuação 5 — A entidade instituidora, a Direção- Geral das
da fundação, bem como pela direção dos respetivos Autarquias Locais e a Inspeção -Geral de Finanças
serviços, em conformidade com a lei e com as podem ordenar a realização de inquéritos, sindicâncias,
orientações dos órgãos regionais ou locais, consoante os inspeções e auditorias às fundações públicas locais.
casos;
b) Os membros do conselho diretivo são
Artigo 56.º
designados pelos órgãos executivos regionais ou locais,
consoante os casos; Extinção 1 — As
c) O despacho de designação dos membros do fundações públicas devem ser extintas:
conse-
lho diretivo, devidamente fundamentado, é publicado, a) Quando tenha decorrido o prazo pelo qual
consoante os casos, no Jornal Oficial da região autónoma tenham
respetiva ou no boletim municipal respetivo, juntamente sido criadas;
com uma nota relativa ao currículo académico e b) Quando tenham sido alcançados os fins para os
profissional dos designados; quais tenham sido criadas, ou se tenha tornado
d) Compete ao conselho diretivo, no âmbito da impossível a sua prossecução;
orientação e gestão da fundação, elaborar pareceres, c) Quando se verifique não subsistirem as razões
estudos e informações que lhe sejam solicitados pelo que
Governo ditaram o seu reconhecimento;
Regional ou pela câmara municipal, consoante os casos; d) Quando o Estado, a região autónoma ou a autar-
e) Compete ao presidente do conselho diretivo quia local tiverem de cumprir obrigações assumidas
assegurar as relações com os órgãos de tutela, os órgãos pelos órgãos da fundação para as quais o respetivo
regionais, os órgãos locais e demais organismos património se revele insuficiente.
públicos;
f) O fiscal único é nomeado de entre revisores 2 — A decisão de extinção é tomada pelas entidades
oficiais instituidoras públicas, devendo ser acautelada, sempre
de contas ou sociedades de revisores oficiais de contas; que possível, a transferência do património da fundação
g) O mandato do fiscal único tem a duração de pública para entidades públicas que prossigam fins
cinco análogos.
anos e é renovável uma única vez. CAPÍTULO II
Fundações públicas de direito privado
Artigo 54.º
Gestão económico -financeira Artigo 57.º
As fundações públicas ficam sujeitas ao regime de Regime aplicável
gestão económico- financeira e patrimonial previsto na 1 — O Estado, as regiões autónomas, as
lei -quadro dos institutos públicos. autarquias locais, as outras pessoas coletivas da
administração autónoma e as demais pessoas coletivas
Artigo 55.º públicas estão impedidos de criar ou participar em novas
Acompanhamento, avaliação de desempenho e fiscalização fundações públicas de direito privado.
1 — As fundações públicas estaduais estão 2 — Às fundações públicas de direito privado já
sujeitas aos poderes de superintendência e de tutela da criadas e reconhecidas é aplicável o disposto no capítulo
anterior, com as especificidades do presente capítulo.
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financeiros e as alterações na composição dos órgãos processo de reconhecimento normativo. Tal significa que
sociais. podem ser titulares de todos os direitos e obrigações
2 — O disposto no número anterior aplica -se à convenientes à prossecução dos seus fins (160º CC) -
publicação obrigatória do relatório e contas anual, vigora o princípio da “especialidade do fim”, dado que
acompanhado do parecer do conselho fiscal ou auditor as associações têm capacidade jurídica consoante o seu
oficial, nos termos legalmente exigidos para as fim (a capacidade tem de ser útil para o fim) e são
sociedades anónimas. titulares daqueles direitos e obrigações permitidos por lei
3 — Recebida a comunicação, a Presidência do (a lei não permite o direito de uso e habitação p. ex.) e
Conselho de Ministros aprecia a conformidade legal dos que são possíveis separar da personalidade singular
atos em questão e, em caso de desconformidade, notifica (direito a constituir casamento não é separável da
os instituidores públicos para a suprir. personalidade singular). Têm ainda alguns direitos de
4 — À publicação dos atos identificados nos personalidade, mas não todos (não têm o direito à vida
números anteriores são aplicáveis as disposições legais nem à integridade física, mas têm o direito ao nome). Os
referentes às sociedades comerciais. atos praticados sem capacidade são nulos (294º CC).
Pode haver um associativo, só ele é que responde pelas
obrigações, trata-se de todos os bens que a associação foi
adquirindo através de contribuições dos associados ou
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE através da suaA Lei de Bases do Sistema Educativo,
MINISTROS aprovada pela Lei n.º 46/86, de 14 de outubro, alterada
pelas Leis n.os 115/97, de 19 de setembro, 49/2005, de 30
Resolução do Conselho de Ministros n.º de agosto, e 85/2009, de 27 de agosto, estabelece que a
73/2015 educação especial se organiza preferencialmente
segundo modelos diversificados de integração em
As corporações têm um substrato integrado pelo estabelecimentos regulares de ensino, tendo em conta as
elemento pessoal, são integradas por pessoas singulares necessidades de atendimento específico, podendo
que visam um interesse comum, egoístico ou altruístico também processar- se em instituições específicas,
(associações, sociedades comerciais…). Esse quando comprovadamente o exijam o tipo e o grau de
agrupamento de pessoas (os associados) subscrevem os deficiência do educando.
estatutos e outorgam no ato constitutivo. Os associados O Decreto- Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, alterado
dominam a vida e o destino da corporação, através dos pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio, define os apoios
órgãos, podendo alterar os estatutos. São, portanto, especializados a prestar na educação pré- escolar, nos
regidas por uma vontade imanente (vontade própria) e ensinos básico e secundário dos setores público,
têm órgãos dominantes. São autoorganizações para um particular e cooperativo. De acordo com os princípios
interesse próprio. Os seus membros são senhores da orientadores previstos no referido decreto- lei as
corporação e sujeitos do interesse ou finalidade respostas educativas a prestar na educação especial
corporacional. As fundações têm um substrato integrado obedecem aos princípios da justiça e da solidariedade
por massas de bens (elemento patrimonial) e têm social, da não discriminação, da inclusão social e da
finalidades de natureza social. São instituídas por um ato igualdade de oportunidades no acesso e sucesso
unilateral do fundador da massa de bens que definiu o educativos, valorizando- se a prossecução destes
interesse social. O fundador indicou no ato da instituição procedimentos em ambiente educativo regular.
o fim da fundação, especificou os bens que lhe são De igual modo, o n.º 7 do artigo 4.º do referido
destinados e estabeleceu para sempre as normas Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, alterado pela
disciplinadoras da vida e o destino da fundação. As Lei n.º 21/2008, de 12 de maio, prevê a possibilidade de
fundações visam um interesse estranho às pessoas que acesso a instituições de educação especial nos casos em
entram na fundação, visam o interesse do fundador. São, que a aplicação das medidas se revele comprovadamente
portanto, regidas por uma vontade transcendente insuficiente em função do tipo e da deficiência dos
(vontade de outrem) e têm órgãos servientes. São hétero- alunos.
organizações para um interesse alheio. Os Os estabelecimentos de ensino particular de educação
administradores são serventuários da vontade do especial que preencham os requisitos de funcionamento
fundador e do escopo por ele designado. Mesmo que o previstos no artigo 2.º da Portaria n.º 1103/97, de 3 de
fundador seja um administrador, se já se tiver novembro, alterada pelo Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de
ultrapassado a fase constitutiva da fundação, o fundador janeiro, e pela Lei n.º 21/2008, de 12 de maio, usufruem
é um órgão serviente, que não pode alterar a lei interna de um apoio financeiro, formalizado mediante a
da fundação. As associações são corporações, de celebração de um contrato de cooperação entre o
substrato pessoal, são compostas por um agrupamento de Ministério da Educação e Ciência e as respetivas
pessoas singulares que se associam. Abrangem as entidades titulares da autorização de funcionamento, nos
corporações de fim desinteressado e as de fim termos do artigo 12.º da referida Portaria n.º 1103/97, de
interessado, ideal ou económico não lucrativo (art. 157º 3 de novembro, e da Portaria n.º 382/2009, de 8 de abril,
CC). As associações adquirem personalidade jurídica e compreendendo subsídios de mensalidade e subsídios
tornam-se consequentemente um centro autónomo de para a alimentação e para o transporte dos alunos.
relações jurídicas independentemente de qualquer ato Neste sentido, revela- se necessária a atribuição de
individual discricionário de uma autoridade pública, é apoio financeiro pelo Estado a estabelecimentos de
necessário apenas preencher os requisitos legais –
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