Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
5 — Tendo em vista o cumprimento do disposto no g) Decidir acerca da caução que os pais devam prestar
número anterior, privilegia-se a não utilização de traje a favor dos seus filhos ainda crianças;
profissional aquando da audição da criança. h) Decretar a inibição, total ou parcial, e estabelecer
6 — Sempre que o interesse da criança o justificar, o limitações ao exercício das responsabilidades parentais;
tribunal, a requerimento ou oficiosamente, pode proceder i) Proceder à averiguação oficiosa da maternidade e da
à audição da criança, em qualquer fase do processo, a fim paternidade;
de que o seu depoimento possa ser considerado como meio j) Decidir, em caso de desacordo dos pais, sobre o nome
probatório nos atos processuais posteriores, incluindo o e apelidos da criança;
julgamento. k) Constituir a relação de apadrinhamento civil e decre-
7 — A tomada de declarações obedece às seguintes tar a sua revogação;
regras: l) Regular os convívios da criança com os irmãos e
ascendentes.
a) A tomada de declarações é realizada em ambiente
informal e reservado, com vista a garantir, nomeadamente,
a espontaneidade e a sinceridade das respostas, devendo a Artigo 7.º
criança ser assistida no decurso do ato processual por um Competência acessória das secções de família e menores
técnico especialmente habilitado para o seu acompanha-
mento, previamente designado para o efeito; Compete ainda às secções de família e menores:
b) A inquirição é feita pelo juiz, podendo o Ministério a) Havendo tutela ou administração de bens, determi-
Público e os advogados formular perguntas adicionais; nar a remuneração do tutor ou administrador, conhecer
c) As declarações da criança são gravadas mediante da escusa, exoneração ou remoção do tutor, adminis-
registo áudio ou audiovisual, só podendo ser utilizados trador ou vogal do conselho de família, exigir e julgar
outros meios técnicos idóneos a assegurar a reprodução as contas, autorizar a substituição da hipoteca legal e
integral daquelas quando aqueles meios não estiverem determinar o reforço e substituição da caução prestada,
disponíveis e dando-se preferência, em qualquer caso, à e nomear curador especial que represente a criança ex-
gravação audiovisual sempre que a natureza do assunto a trajudicialmente;
decidir ou o interesse da criança assim o exigirem; b) Nomear curador especial que represente a criança
d) Quando em processo-crime a criança tenha prestado em qualquer processo tutelar;
declarações para memória futura, podem estas ser consi- c) Decidir acerca do reforço e substituição da caução
deradas como meio probatório no processo tutelar cível; prestada a favor dos filhos ainda crianças;
e) Quando em processo de natureza cível a criança tenha d) Exigir e julgar as contas que os pais devam prestar;
prestado declarações perante o juiz ou Ministério Público, e) Conhecer de quaisquer outros incidentes dos proces-
com observância do princípio do contraditório, podem sos referidos no artigo anterior.
estas ser consideradas como meio probatório no processo
tutelar cível;
f) A tomada de declarações nos termos das alíneas an- Artigo 8.º
teriores não prejudica a prestação de depoimento em au- Secções da instância local
diência de julgamento, sempre que ela deva ser possível
e não puser em causa a saúde física e psíquica e o desen- 1 — Fora das áreas abrangidas pela jurisdição das secções
volvimento integral da criança; de família e menores, cabe às secções cíveis da instância
g) Em tudo o que não contrarie este preceito, aplica-se, local conhecer das causas que àquelas estão atribuídas.
com as necessárias adaptações, o regime processual civil 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
previsto para a prova antecipada. em caso de não ocorrer desdobramento, cabe às secções
de competência genérica da instância local conhecer das
Artigo 6.º causas ali referidas, conforme o disposto na alínea a)
Competência principal das secções de famílias e menores
do n.º 1 do artigo 130.º da Lei n.º 62/2013, de 26 de
agosto.
Compete às secções de família e menores da instância 3 — Nos casos previstos nos números anteriores, o tri-
central do tribunal de comarca em matéria tutelar cível: bunal constitui-se em secção de família e menores.
a) Instaurar a tutela e a administração de bens;
b) Nomear pessoa que celebre negócios em nome da Artigo 9.º
criança e, bem assim, nomear curador geral que represente, Competência territorial
extrajudicialmente, a criança sujeita às responsabilidades
parentais; 1 — Para decretar as providências tutelares cíveis é
c) Regular o exercício das responsabilidades parentais competente o tribunal da residência da criança no momento
e conhecer das questões a este respeitantes; em que o processo foi instaurado.
d) Fixar os alimentos devidos à criança e aos filhos 2 — Sendo desconhecida a residência da criança, é com-
maiores ou emancipados a que se refere o artigo 1880.º petente o tribunal da residência dos titulares das respon-
do Código Civil e preparar e julgar as execuções por ali- sabilidades parentais.
mentos; 3 — Se os titulares das responsabilidades parentais
e) Ordenar a entrega judicial de criança; tiverem residências diferentes, é competente o tribunal
f) Autorizar o representante legal da criança a praticar da residência daquele que exercer as responsabilidades
certos atos, confirmar os que tenham sido praticados sem parentais.
autorização e providenciar acerca da aceitação de libera- 4 — No caso de exercício conjunto das responsabilida-
lidades; des parentais, é competente o tribunal da residência daquele
7190 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
presentar as crianças em juízo, intentando ações em seu d) Sem prejuízo da alínea anterior, solicita informações
nome, requerendo ações de regulação e a defesa dos seus às equipas multidisciplinares de assessoria técnica ou,
direitos e usando de quaisquer meios judiciais necessá- quando necessário e útil, a entidades externas, com as
rios à defesa dos seus direitos e superior interesse, sem finalidades previstas no RGPTC, a realizar no prazo de
prejuízo das demais funções que estão atribuídas por lei. 30 dias;
3 — O Ministério Público está presente em todas as e) Solicita a elaboração de relatório, por parte da equipa
diligências e atos processuais presididos pelo juiz. multidisciplinar de assessoria técnica, nos termos previstos
no n.º 4, no prazo de 60 dias.
Artigo 18.º
2 — Para efeitos do disposto na alínea c) do número
Constituição de advogado
anterior, o tribunal notifica o técnico com a antecedência
1 — Nos processos previstos no RGPTC é obrigatória mínima de 10 dias, remetendo-lhe toda a informação re-
a constituição de advogado na fase de recurso. levante constante do processo.
2 — É obrigatória a nomeação de advogado à criança, 3 — As entidades públicas e privadas têm o dever de
quando os seus interesses e os dos seus pais, represen- colaborar com o tribunal, prestando as informações de que
tante legal ou de quem tenha a guarda de facto, sejam disponham e que lhes forem solicitadas.
conflituantes, e ainda quando a criança com maturidade 4 — Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo an-
adequada o solicitar ao tribunal. terior, as entidades públicas e privadas colaboram com
as equipas multidisciplinares de assessoria técnica,
Artigo 19.º disponibilizando a informação relevante que lhes seja
solicitada.
Juiz singular
5 — Só há lugar a relatório nos processos e nos casos
As causas referidas nos artigos 6.º e 7.º são sempre expressamente previstos no capítulo seguinte, quando a
julgadas por juiz singular, com exceção da constituição sua realização se revelar de todo indispensável depois
do vínculo do apadrinhamento civil. de esgotadas as formas simplificadas de instrução, no-
meadamente se forem insuficientes os depoimentos e
Artigo 20.º as informações a que se referem as alíneas a), c) e d)
do n.º 1.
Assessoria técnica 6 — O despacho que ordena o relatório deve circuns-
1 — As secções de família e menores são assessoradas crever o seu objeto.
por equipas técnicas multidisciplinares, funcionando, de
preferência, junto daquelas. Artigo 22.º
2 — Compete às equipas técnicas multidisciplinares Assessoria técnica externa
apoiar a instrução dos processos tutelares cíveis e seus
incidentes, apoiar as crianças que intervenham nos pro- 1 — Em qualquer fase do processo e sempre que o en-
cessos e acompanhar a execução das decisões, nos termos tenda necessário, o juiz pode nomear ou requisitar asses-
previstos no RGPTC. sores técnicos externos, a fim de assistirem a diligências,
3 — Por razões de segurança, os técnicos das equipas prestarem esclarecimentos, realizarem exames ou elabo-
multidisciplinares podem ser ouvidos sem a presença das rarem pareceres.
partes, mas na presença dos advogados destas, garantindo- 2 — Quando o juiz nomear ou requisitar assessores
-se, em qualquer caso, o contraditório. técnicos externos que prestem serviços em instituições
4 — Sem prejuízo de outra ordem que venha a ser defi- públicas ou privadas, devem estas prestar toda a colabo-
nida pelo tribunal, os técnicos das equipas multidiscipli- ração, prevalecendo o serviço do tribunal sobre qualquer
nares são ouvidos em audiência, antes dos demais convo- outro, salvo no caso de escusa justificada.
cados, sendo dispensados logo que possível. 3 — Aos assessores técnicos externos aplicam-se as
5 — Sempre que possível e adequado, a assessoria téc- regras do Código do Processo Civil relativas às causas de
nica prestada ao tribunal relativamente a cada criança e impedimento, de suspeição e de dispensa legal do exercício
respetiva família é assumida pelo mesmo técnico com a da função de perito.
função de gestor de processo, inclusive no que respeita a
processos de promoção e proteção. Artigo 23.º
Audição técnica especializada
Artigo 21.º
1 — O juiz pode, a todo o tempo e sempre que o
Instrução considere necessário, determinar audição técnica es-
1 — Tendo em vista a fundamentação da decisão, o juiz: pecializada, com vista à obtenção de consensos entre
as partes.
a) Toma depoimento às partes, aos familiares e outras 2 — A audição técnica especializada em matéria de
pessoas cuja relevância para a causa reconheça, designada- conflito parental consiste na audição das partes, tendo em
mente, pessoas de especial referência afetiva para a criança, vista a avaliação diagnóstica das competências parentais
ficando os depoimentos documentados em auto; e a aferição da disponibilidade daquelas para um acordo,
b) Ordena, sempre que entenda conveniente, a audição designadamente em matéria de regulação do exercício
técnica especializada e ou mediação das partes, nos termos das responsabilidades parentais, que melhor salvaguarde
previstos nos artigos 23.º e 24.º; o interesse da criança.
c) Toma declarações aos técnicos das equipas multidis- 3 — A audição técnica especializada inclui a prestação
ciplinares de assessoria técnica; de informação centrada na gestão do conflito.
7192 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
não cumprir com o que tiver sido acordado ou decidido, b) Se o regime tiver sido fixado pelo tribunal, o requeri-
pode o tribunal, oficiosamente, a requerimento do Minis- mento é autuado por apenso ao processo onde se realizou
tério Público ou do outro progenitor, requerer, ao tribu- o acordo ou foi proferida decisão final, para o que será
nal que no momento for territorialmente competente, as requisitado ao respetivo tribunal, se, segundo as regras da
diligências necessárias para o cumprimento coercivo e a competência, for outro o tribunal competente para conhecer
condenação do remisso em multa até vinte unidades de da nova ação.
conta e, verificando-se os respetivos pressupostos, em
indemnização a favor da criança, do progenitor requerente 3 — O requerido é citado para, no prazo de 10 dias,
ou de ambos. alegar o que tiver por conveniente.
2 — Se o acordo tiver sido homologado pelo tribunal 4 — Junta a alegação ou findo o prazo para a sua apre-
ou este tiver proferido a decisão, o requerimento é autuado sentação, o juiz, se considerar o pedido infundado, ou
por apenso ao processo onde se realizou o acordo ou foi desnecessária a alteração, manda arquivar o processo,
proferida decisão, para o que será requisitado ao respetivo condenando em custas o requerente.
tribunal, se, segundo as regras da competência, for outro 5 — Caso contrário, o juiz ordena o prosseguimento
o tribunal competente para conhecer do incumprimento. dos autos, observando-se, na parte aplicável, o disposto
3 — Autuado o requerimento, ou apenso este ao pro- nos artigos 35.º a 40.º
cesso, o juiz convoca os pais para uma conferência ou, 6 — Antes de mandar arquivar os autos ou de ordenar
excecionalmente, manda notificar o requerido para, no o seu prosseguimento, pode o juiz determinar a realização
prazo de cinco dias, alegar o que tiver por conveniente. das diligências que considere necessárias.
4 — Na conferência, os pais podem acordar na alte-
ração do que se encontra fixado quanto ao exercício das Artigo 43.º
responsabilidades parentais, tendo em conta o interesse
Outros casos de regulação
da criança.
5 — Não comparecendo na conferência nem havendo 1 — O disposto nos artigos anteriores é aplicável à
alegações do requerido, ou sendo estas manifestamente regulação do exercício das responsabilidades parentais de
improcedentes, no incumprimento do regime de visitas filhos de cônjuges separados de facto, de filhos de pro-
e para efetivação deste, pode ser ordenada a entrega da genitores não unidos pelo matrimónio e ainda de crianças
criança acautelando-se os termos e local em que a mesma apadrinhadas civilmente quando os padrinhos cessem a
se deva efetuar, presidindo à diligência a assessoria técnica vida em comum.
ao tribunal. 2 — Qualquer das pessoas a quem incumba o exercício
6 — Para efeitos do disposto no número anterior e sem das responsabilidades parentais pode requerer a homo-
prejuízo do procedimento criminal que ao caso caiba, o logação do acordo extrajudicial sobre aquele exercício.
requerido é notificado para proceder à entrega da criança 3 — A regulação prevista neste artigo, bem como as
pela forma determinada, sob pena de multa. diligências executórias da decisão judicial ou do acordo ho-
7 — Não tendo sido convocada a conferência ou quando mologado, podem ser requeridas por qualquer das pessoas
nesta os pais não chegarem a acordo, o juiz manda proceder a quem caiba o exercício das responsabilidades parentais
nos termos do artigo 38.º e seguintes e, por fim, decide. ou pelo Ministério Público.
8 — Se tiver havido condenação em multa e esta não for 4 — A necessidade da intervenção judicial pode ser
paga no prazo de 10 dias, há lugar à execução por apenso comunicada ao Ministério Público por qualquer pessoa.
ao respetivo processo, nos termos legalmente previstos.
Artigo 44.º
Artigo 42.º
Falta de acordo dos pais em questões
Alteração de regime de particular importância
1 — Quando o acordo ou a decisão final não sejam 1 — Quando o exercício das responsabilidades parentais
cumpridos por ambos os pais, ou por terceira pessoa a seja exercido em comum por ambos os pais, mas estes
quem a criança haja sido confiada, ou quando circuns- não estejam de acordo em alguma questão de particular
tâncias supervenientes tornem necessário alterar o que importância, pode qualquer deles requerer ao tribunal a
estiver estabelecido, qualquer um daqueles ou o Ministério resolução do diferendo.
Público podem requerer ao tribunal, que no momento for 2 — Autuado o requerimento, seguem-se os termos
territorialmente competente, nova regulação do exercício previstos nos artigos 35.º a 40.º
das responsabilidades parentais. 3 — O tribunal decide uma vez realizadas as diligências
2 — O requerente deve expor sucintamente os funda- que considere necessárias.
mentos do pedido e:
a) Se o regime tiver sido estabelecido por acordo ex- SECÇÃO II
trajudicial, juntar ao requerimento:
Alimentos devidos a criança
i) Certidão do acordo, e do parecer do Ministério Público
e da decisão a que se referem, respetivamente, os n.os 4 e Artigo 45.º
3 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 272/2001, de 13 de
Petição
outubro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 324/2007, de 28 de
setembro, pela Lei n.º 61/2008, de 31 de outubro, e pelo 1 — Podem requerer a fixação dos alimentos devidos
Decreto-Lei n.º 122/2013, de 26 de agosto; ou a criança, ou a alteração dos anteriormente fixados, o seu
ii) Certidão do acordo e da sentença homologatória; representante legal, o Ministério Público, a pessoa à guarda
7196 Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015
de quem aquela se encontre ou o diretor da instituição de ções necessárias e ficando os notificados na situação de
acolhimento a quem tenha sido confiada. fiéis depositários.
2 — A necessidade da fixação ou alteração de alimentos
pode ser comunicada ao Ministério Público por qualquer 2 — As quantias deduzidas abrangem também os ali-
pessoa. mentos que se forem vencendo e são diretamente entregues
3 — O requerimento deve ser acompanhado de certi- a quem deva recebê-las.
dões comprovativas do grau de parentesco ou afinidade
existentes entre a criança e o requerido, de certidão da SECÇÃO IV
decisão que anteriormente tenha fixado os alimentos e do
rol de testemunhas. Entrega judicial de criança
4 — As certidões podem ser requisitadas oficiosamente
pelo tribunal às entidades competentes, que as passam Artigo 49.º
gratuitamente, quando o requerente, por falta de recursos,
Articulados e termos posteriores
as não possa apresentar.
1 — Se a criança abandonar a casa dos pais ou aquela
Artigo 46.º que estes lhe destinaram ou dela for retirada, ou se encon-
Conferência
trar subtraída à responsabilidade da pessoa ou da instituição
a quem esteja legalmente confiada, deve a sua entrega ser
1 — O juiz designa o dia para uma conferência, que se requerida ao tribunal com jurisdição na área em que ela
realiza nos 15 dias imediatos. se encontre.
2 — O requerido é citado para a conferência, devendo 2 — O tribunal emite mandados de comparência para
a ela assistir o requerente e a pessoa que tiver a criança audição imediata da criança na sua presença, podendo
à sua guarda, se não for o autor, que, para o efeito, são ainda ouvir a pessoa que a tiver acolhido, ou em poder de
notificados. quem ela se encontre.
3 — À conferência aplica-se, com as devidas adapta- 3 — Após a realização das diligências previstas anterior-
ções, o disposto no artigo 35.º mente, o juiz decide ou, se o processo tiver de prosseguir,
ordena a citação do Ministério Público e da pessoa que tiver
Artigo 47.º acolhido a criança, ou em poder de quem ela se encontre,
Contestação e termos posteriores para contestarem no prazo de 10 dias.
4 — Os citados podem contradizer os factos que fun-
1 — Se a conferência não se puder realizar ou nela não damentam o pedido, ou mostrar que existe decisão capaz
se chegar a acordo, é imediatamente ordenada a notificação de obstar à diligência, ou que foi requerida a entrega da
do requerido para contestar, devendo, na contestação, ser criança como preliminar ou incidente da ação de inibição
oferecidos os meios de prova. do exercício das responsabilidades parentais ou de remoção
2 — Apresentada a contestação ou findo o prazo para a das funções tutelares.
apresentação desta, o juiz manda proceder às diligências 5 — Não havendo contestação, ou sendo esta manifesta-
necessárias e à elaboração do relatório sobre os meios do mente improcedente, é imediatamente ordenada a entrega
requerido e as necessidades da criança. e designado o local onde deve efetuar-se, só presidindo o
3 — Apresentada contestação, há lugar a audiência de juiz à diligência quando o julgue conveniente.
discussão e julgamento. 6 — No caso previsto no número anterior, o requerido é
4 — Não tendo havido contestação, o juiz decide. notificado para proceder à entrega pela forma determinada,
sob pena de desobediência.
SECÇÃO III 7 — Se houver contestação e necessidade de provas, o
juiz só decide depois de produzidas as provas que admitir.
Da efetivação da prestação de alimentos
Artigo 50.º
Artigo 48.º
Diligências
Meios de tornar efetiva a prestação de alimentos
1 — Antes de decretar a entrega da criança, o juiz pode
1 — Quando a pessoa judicialmente obrigada a prestar ordenar as diligências convenientes, nos termos do ar-
alimentos não satisfizer as quantias em dívida nos 10 dias tigo 21.º
seguintes ao vencimento, observa-se o seguinte: 2 — Se as diligências realizadas mostrarem a falta de
a) Se for trabalhador em funções públicas, são-lhe de- idoneidade do requerente, este é notificado para, no prazo
duzidas as respetivas quantias no vencimento, sob requi- de 10 dias, alegar o que tiver por conveniente e oferecer
sição do tribunal dirigida à entidade empregadora pública; provas.
b) Se for empregado ou assalariado, são-lhe deduzidas 3 — Se não apresentar alegações e não oferecer provas,
no ordenado ou salário, sendo para o efeito notificada a a criança é confiada a pessoa ou família idóneas, prefe-
respetiva entidade patronal, que fica na situação de fiel rindo os familiares obrigados a alimentos, ou é acolhida
depositário; numa instituição de acolhimento, conforme parecer mais
c) Se for pessoa que receba rendas, pensões, subsídios, conveniente.
comissões, percentagens, emolumentos, gratificações, com- 4 — No caso de o requerente apresentar alegações
participações ou rendimentos semelhantes, a dedução é e oferecer provas, o juiz decide, depois de produzidas
feita nessas prestações quando tiverem de ser pagas ou as provas que admitir, ordenando a entrega ou o aco-
creditadas, fazendo-se para tal as requisições ou notifica- lhimento.
Diário da República, 1.ª série — N.º 175 — 8 de setembro de 2015 7197