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1. Fontes de Direito ........................................... 3 Artigo 219.º (Liberdade de forma) – CC ........................................................

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Artigo 875.º (Forma) – CC.............................................................................. 7
Artigo 1.º (República Portuguesa) - CR .......................................................... 3
Artigo 763.º (Realização integral da prestação) – CC .................................... 7
Artigo 1.º (Fontes imediatas) - CC ................................................................. 3
Artigo 772.º (Princípio geral) - CC.................................................................. 7
Artigo 288.º (Limites materiais da revisão) - CR ............................................ 3
Artigo 777.º (Determinação do prazo) – CC .................................................. 8
Artigo 3.º (Soberania e legalidade) - CR ........................................................ 3
Artigo 830.º (Contrato-promessa) – CC ........................................................ 8
Artigo 3.º (Valor jurídico dos usos) - CC ........................................................ 3
Artigo 1591.º (Ineficácia da promessa) – CC ................................................. 8
ARTIGO 218.º (O silêncio como meio declarativo) - CC ................................ 3
Artigo 1594.º (Indemnizações) – CC ............................................................ 8
Artigo 8º (Direito internacional) - CR............................................................. 3
Artigo 4.º - Dec.Lei 10/2003 de 18 de Janeiro. (Recusa de venda de bens ou
Artigo 164.º (Reserva absoluta de competência legislativa) - CR ................. 4
de prestação de serviços) .................................................................................... 8
Artigo 165.º (Reserva relativa de competência legislativa) - CR ................... 4
Artigo 1091.º (Regra geral) - CC .................................................................. 8
2. Relação Jurídica ............................................. 5
Artigo 2194.º (Médicos, enfermeiros e sacerdotes) – CC ........................... 9
Artigo 397.º (Noção) - CC............................................................................... 5 Artigo 2196.º (Cúmplice do testador adúltero) – CC .................................. 9
Artigo 66.º (Começo da personalidade) - CC ................................................. 5 Artigo 877.º (Venda a filhos ou netos) – CC ................................................ 9
Artigo 158.º - (Aquisição da personalidade) – CC.......................................... 5 Artigo 1095.º (Estipulação de prazo certo) – CC ......................................... 9
Artigo 67.º (Capacidade jurídica) - CC ........................................................... 5 Artigo 817.º (Princípio geral) – CC ............................................................... 9
Artigo 69.º (Renúncia à capacidade jurídica) – CC ........................................ 5 Artigo 601.º (Princípio geral) – CC ............................................................... 9
Artigo 160.º (Capacidade) – CC ..................................................................... 5 Artigo 224.º (Eficácia da declaração negocial) – CC .................................... 9
Artigo 122.º (Menores) – CC .......................................................................... 5 Artigo 230.º (Irrevogabilidade da proposta) – CC ....................................... 9
Artigo 123.º - (Incapacidade dos menores) – CC ........................................... 5 Artigo 577.º - (Admissibilidade da cessão) - CC ........................................ 10
Artigo 124.º - (Suprimento da incapacidade dos menores) .......................... 6 Artigo 512.º - (noção)...................................................................................... 10
Artigo 125.º (Anulabilidade dos atos dos menores) – CC ........................... 6
4. Contratos de Distribuição ............................ 10
Artigo 126.º - (Dolo do menor) - CC ............................................................ 6
Artigo 127.º (Exceções à incapacidade dos menores) – CC ........................ 6 Artigo 1.º - Dec. Lei 118/93 de 3 de Julho (Noção e forma) ....................... 10
Artigo 132.º (Emancipação) – CC ................................................................. 6 Artigo 4.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de Julho (Agente exclusivo) . 10
Artigo 138.º (Pessoas sujeitas a interdição) – CC ........................................ 6 Artigo 16.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de Julho (Direito à comissão)
Artigo 152.º (Pessoas sujeitas a inabilitação) – CC ...................................... 6 ........................................................................................................................... 10
Artigo 398.º (Conteúdo da prestação) – CC ................................................ 6 Artigo 33.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de Julho (Indemnização de
...................................................................................................................... 6 clientela) ............................................................................................................ 10
Artigo 280.º (Requisitos do objecto negocial) – CC ..................................... 6 Artigo 34.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de Julho (Cálculo da
Artigo 817.º (Princípio geral) – CC ............................................................... 6 indemnização de clientela)................................................................................ 11
Artigo 601.º (Princípio geral) – CC ............................................................... 7 5. Contratos de Cooperação empresarial: Consórcio 11
Artigo 913.º - (Remissão) - CC ..................................................................... 7 ARTIGO 1.º (Noção) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho .................................. 11
3. NOÇÕES DE CONTRATO ................................. 7 ARTIGO 2.º (Objecto) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho ................................ 11
Artigo 406.º (Eficácia dos contratos) - CC...................................................... 7 ARTIGO 3.º (Forma) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho .................................. 11
Artigo 405.º (Liberdade contratual) – CC ...................................................... 7 ARTIGO 5.º (Modalidades de consórcio) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho .. 11

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ARTIGO 7.º (Conselho de orientação e fiscalização) - DL n.º 231/81, de 28 de Artigo 19.º - Garantias ............................................................................... 16
Julho ...................................................................................................................12 Artigo 20.º - Antecipação das rendas ........................................................ 16
Artigo 9 (Reuniões) ......................................................................................12 Artigo 21.º - Providência cautelar de entrega judicial .............................. 16
ARTIGO 12.º (Chefe do consórcio) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho ............12 Artigo 22.º - Operações anteriores ao contrato ....................................... 17
Artigo 10 (contrato em causa). ....................................................................12 Artigo 23.º - Operações de natureza similar ............................................. 17
ARTIGO 15.º (Denominação do consórcio externo) - DL n.º 231/81, de 28 de Artigo 24.º - Disposições finais .................................................................. 17
Julho ...................................................................................................................12 Artigo 25.º - Norma revogatória ............................................................... 17
ARTIGO 9.º (Exoneração de membros) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho ..12 Artigo 1424.º - Encargos de conservação e fruição .................................. 17
ARTIGO 11.º (Extinção do consórcio) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho .....13 8. Contratos Financeiros: Factoring .................. 18
ARTIGO 19.º (Relações com terceiros) - DL n.º 231/81, de 28 de Julho ...13 Decreto-Lei nº 171/95, de 18 de julho ........................................................ 18
ARTIGO 513º (Fontes de Solidariedade) - CC ............................................13 Artigo 1.º - Âmbito ...................................................................................... 18
6. Contratos de Cooperação Empresarial: ACE .. 13 Artigo 2.º - Atividade de factoring............................................................... 18
BASE I - Lei n.º 4/73 .....................................................................................13 Artigo 3.º - Outras noções ........................................................................... 18
BASE II - Lei n.º 4/73 ....................................................................................13 Artigo 4.º - Exclusividade............................................................................. 18
BASE IV - Lei n.º 4/73 ...................................................................................13 Artigo 5.º - Recursos .................................................................................... 18
BASE III - Lei n.º 4/73 ...................................................................................13 Artigo 6.º - Operações cambiais .................................................................. 18
7. Contratos Financeiro: Leasing ...................... 14 Artigo 7.º - Contrato de factoring ............................................................... 18
Artigo 1.º - Noção ........................................................................................14 Artigo 8.º - Pagamento dos créditos transmitidos ...................................... 18
Artigo 2.º - Objecto ......................................................................................14 3 - Os pagamentos antecipados de créditos, efetuados nos termos do
Artigo 3.º - Forma e publicidade..................................................................14 número anterior, não poderão exceder a posição credora do aderente na data da
Artigo 4.º - Rendas e valor residual .............................................................14 efetivação do pagamento.................................................................................. 18
Artigo 5.º - Redução das rendas ..................................................................15 Artigo 9.º - Direito subsidiário ................................................................... 18
Artigo 6.º - Prazo..........................................................................................15 Artigo 577.º - (Admissibilidade da cessão) - CC ........................................ 19
Artigo 7.º - Destino do bem findo o contrato ..............................................15 Artigo 583.º - (Efeitos em relação ao devedor) - CC ................................. 19
Artigo 8.º - Vigência .....................................................................................15 Artigo 7.º - Contrato de factoring/legislação DL 171/95 .......................... 19
Artigo 9.º - Posição jurídica do locador .......................................................15
Artigo 10.º - Posição jurídica do locatário .................................................15
Artigo 11.º - Transmissão das posições jurídicas.......................................16
Artigo 12.º - Vícios do bem locado ............................................................16
Artigo 13.º - Relações entre o locatário e o vendedor ou o empreiteiro..16
Artigo 14.º - Despesas ...............................................................................16
Artigo 15.º - Risco ......................................................................................16
Artigo 16.º - Mora no pagamento das rendas ...........................................16
Artigo 17.º - Resolução do contrato por incumprimento e cancelamento do
registo ................................................................................................................16
Artigo 18.º - Casos específicos de resolução do contrato .........................16
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1. FONTES DE DIREITO m) A independência dos tribunais;
n) A autonomia das autarquias locais;
Artigo 1.º (República Portuguesa) - CR o) A autonomia político-administrativa dos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na
vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e Artigo 3.º (Soberania e legalidade) - CR
solidária. 1. A soberania, una e indivisível, reside no povo, que a exerce segundo as formas
previstas na Constituição.
2. O Estado subordina-se à Constituição e funda-se na legalidade democrática.
Artigo 1.º (Fontes imediatas) - CC
3. A validade das leis e dos demais atos do Estado, das regiões autónomas, do
1. São fontes imediatas do direito as leis e as normas corporativas. poder local e de quaisquer outras entidades públicas depende da sua
2. Consideram-se leis todas as disposições genéricas provindas dos órgãos conformidade com a Constituição.
estaduais competentes; são normas corporativas as regras ditadas pelos
organismos representativos das diferentes categorias morais, culturais, Artigo 3.º (Valor jurídico dos usos) - CC
económicas ou profissionais, no domínio das suas atribuições, bem como os 1. Os usos que não forem contrários aos princípios da boa fé são juridicamente
respetivos estatutos e regulamentos internos. atendíveis quando a lei o determine.
3. As normas corporativas não podem contrariar as disposições legais de carácter 2. As normas corporativas prevalecem sobre os usos.
imperativo.
ARTIGO 218.º (O silêncio como meio declarativo) - CC
Artigo 288.º (Limites materiais da revisão) - CR O silêncio vale como declaração negocial, quando esse valor lhe seja atribuído por
As leis de revisão constitucional terão de respeitar: lei, uso ou convenção.
a) A independência nacional e a unidade do Estado;
b) A forma republicana de governo; Artigo 8º (Direito internacional) - CR
c) A separação das Igrejas do Estado; 1. As normas e os princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte
d) Os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos; integrante do direito português.
e) Os direitos dos trabalhadores, das comissões de trabalhadores e das 2. As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas
associações sindicais; ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto
f) A coexistência do sector público, do sector privado e do sector cooperativo e vincularem internacionalmente o Estado Português.
social de propriedade dos meios de produção; 3. As normas emanadas dos órgãos competentes das organizações internacionais
g) A existência de planos económicos no âmbito de uma economia mista; de que Portugal seja parte vigoram diretamente na ordem interna, desde que tal
h) O sufrágio universal, direto, secreto e periódico na designação dos titulares se encontre estabelecido nos respetivos tratados constitutivos.
eletivos dos órgãos de soberania, das regiões autónomas e do poder local, bem 4. As disposições dos tratados que regem a União Europeia e as normas emanadas
como o sistema de representação proporcional; das suas instituições, no exercício das respetivas competências, são aplicáveis na
i) O pluralismo de expressão e organização política, incluindo partidos políticos, e ordem interna, nos termos definidos pelo direito da União, com respeito pelos
o direito de oposição democrática; princípios fundamentais do Estado de direito democrático.
j) A separação e a interdependência dos órgãos de soberania;
I) A fiscalização da constitucionalidade por ação ou por omissão de normas
jurídicas;
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Artigo 164.º (Reserva absoluta de competência legislativa) - CR Artigo 165.º (Reserva relativa de competência legislativa) - CR
É da exclusiva competência da Assembleia da República legislar sobre as seguintes 1. É da exclusiva competência da Assembleia da República legislar sobre as
matérias: seguintes matérias, salvo autorização ao Governo:
a) Eleições dos titulares dos órgãos de soberania; a) Estado e capacidade das pessoas;
b) Regimes dos referendos; b) Direitos, liberdades e garantias;
c) Organização, funcionamento e processo do Tribunal Constitucional; c) Definição dos crimes, penas, medidas de segurança e respetivos pressupostos,
d) Organização da defesa nacional, definição dos deveres dela decorrentes e bases bem como processo criminal;
gerais da organização, do funcionamento, do reequipamento e da disciplina das d) Regime geral de punição das infrações disciplinares, bem como dos atos ilícitos
Forças Armadas; de mera ordenação social e do respetivo processo;
e) Regimes do estado de sítio e do estado de emergência; e) Regime geral da requisição e da expropriação por utilidade pública;
f) Aquisição, perda e reaquisição da cidadania portuguesa; f) Bases do sistema de segurança social e do serviço nacional de saúde;
g) Definição dos limites das águas territoriais, da zona económica exclusiva e dos g) Bases do sistema de proteção da natureza, do equilíbrio ecológico e do
direitos de Portugal aos fundos marinhos contíguos; património cultural;
h) Associações e partidos políticos; h) Regime geral do arrendamento rural e urbano;
i) Bases do sistema de ensino; i) Criação de impostos e sistema fiscal e regime geral das taxas e demais
j) Eleições dos deputados às Assembleias Legislativas das regiões autónomas; contribuições financeiras a favor das entidades públicas;
l) Eleições dos titulares dos órgãos do poder local ou outras realizadas por sufrágio j) Definição dos sectores de propriedade dos meios de produção, incluindo a dos
direto e universal, bem como dos restantes órgãos constitucionais; sectores básicos nos quais seja vedada a atividade às empresas privadas e a outras
m) Estatuto dos titulares dos órgãos de soberania e do poder local, bem como dos entidades da mesma natureza;
restantes órgãos constitucionais ou eleitos por sufrágio direto e universal; l) Meios e formas de intervenção, expropriação, nacionalização e privatização dos
n) Criação, extinção e modificação de autarquias locais e respetivo regime, sem meios de produção e solos por motivo de interesse público, bem como critérios de
prejuízo dos poderes das regiões autónomas; fixação, naqueles casos, de indemnizações;
o) Restrições ao exercício de direitos por militares e agentes militarizados dos m) Regime dos planos de desenvolvimento económico e social e composição do
quadros permanentes em serviço efetivo, bem como por agentes dos serviços e Conselho Económico e Social;
forças de segurança; n) Bases da política agrícola, incluindo a fixação dos limites máximos e mínimos
p) Regime de designação dos membros de órgãos da União Europeia, com exceção das unidades de exploração agrícola;
da Comissão; o) Sistema monetário e padrão de pesos e medidas;
q) Regime do sistema de informações da República e do segredo de Estado; p) Organização e competência dos tribunais e do Ministério Público e estatuto dos
r) Regime geral de elaboração e organização dos orçamentos do Estado, das respetivos magistrados, bem como das entidades não jurisdicionais de
regiões autónomas e das autarquias locais; composição de conflitos;
s) Regime dos símbolos nacionais; q) Estatuto das autarquias locais, incluindo o regime das finanças locais;
t) Regime de finanças das regiões autónomas; r) Participação das organizações de moradores no exercício do poder local;
u) Regime das forças de segurança; s) Associações públicas, garantias dos administrados e responsabilidade civil da
v) Regime da autonomia organizativa, administrativa e financeira dos serviços de Administração;
apoio do Presidente da República. t) Bases do regime e âmbito da função pública;
u) Bases gerais do estatuto das empresas públicas e das fundações públicas;
v) Definição e regime dos bens do domínio público;
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x) Regime dos meios de produção integrados no sector cooperativo e social de 2. RELAÇÃO JURÍDICA
propriedade;
z) Bases do ordenamento do território e do urbanismo; Artigo 397.º (Noção) - CC
aa) Regime e forma de criação das polícias municipais. Obrigação é o vínculo jurídico por virtude do qual uma pessoa fica adstrita para
2. As leis de autorização legislativa devem definir o objeto, o sentido, a extensão e com outra à realização de uma prestação.
a duração da autorização, a qual pode ser prorrogada.
3. As autorizações legislativas não podem ser utilizadas mais de uma vez, sem
Artigo 66.º (Começo da personalidade) - CC
prejuízo da sua execução parcelada.
1. A personalidade adquire-se no momento do nascimento completo e com vida.
4. As autorizações caducam com a demissão do Governo a que tiverem sido
2. Os direitos que a lei reconhece aos nascituros dependem do seu nascimento.
concedidas, com o termo da legislatura ou com a dissolução da Assembleia da
República.
Artigo 158.º - (Aquisição da personalidade) – CC
5. As autorizações concedidas ao Governo na lei do Orçamento observam o
1. As associações e fundações adquirem personalidade jurídica pelo
disposto no presente artigo e, quando incidam sobre matéria fiscal, só caducam
reconhecimento, salvo disposição especial da lei.
no termo do ano económico a que respeitam.
2. O reconhecimento é individual e da competência do Governo, ou do seu
representante no distrito quando a atividade da associação ou fundação deva
confinar-se na área dessa circunscrição territorial.

Artigo 67.º (Capacidade jurídica) - CC


As pessoas podem ser sujeitas de quaisquer relações jurídicas, salvo disposição
legal em contrário; nisto consiste a sua capacidade jurídica.

Artigo 69.º (Renúncia à capacidade jurídica) – CC


Ninguém pode renunciar, no todo ou em parte, à sua capacidade jurídica.

Artigo 160.º (Capacidade) – CC


1. A capacidade das pessoas coletivas abrange todos os direitos e obrigações
necessários ou convenientes à prossecução dos seus fins.
2. Excetuam-se os direitos e obrigações vedados por lei ou que sejam inseparáveis
da personalidade singular.

Artigo 122.º (Menores) – CC


É menor quem não tiver ainda completado dezoito anos de idade.

Artigo 123.º - (Incapacidade dos menores) – CC


Salvo disposição em contrário, os menores carecem de capacidade para o
exercício de direitos.
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Artigo 124.º - (Suprimento da incapacidade dos menores) Artigo 132.º (Emancipação) – CC
A incapacidade dos menores é suprida pelo poder paternal e, subsidiariamente, O menor é, de pleno direito, emancipado pelo casamento.
pela tutela, conforme se dispõe nos lugares respetivos.
Artigo 138.º (Pessoas sujeitas a interdição) – CC
Artigo 125.º (Anulabilidade dos atos dos menores) – CC 1. Podem ser interditos do exercício dos seus direitos todos aqueles que por
1. Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 287.º, os negócios jurídicos anomalia psíquica, surdez-mudez ou cegueira se mostrem incapazes de governar
celebrados pelo menor podem ser anulados: suas pessoas e bens.
a) A requerimento, conforme os casos, do progenitor que exerça o poder paternal, 2. As interdições são aplicáveis a maiores; mas podem ser requeridas e decretadas
do tutor ou do administrador de bens, desde que a ação seja proposta no prazo dentro do ano anterior à maioridade, para produzirem os seus efeitos a partir do
de um ano a contar do conhecimento que o requerente haja tido do negócio dia em que o menor se torne maior.
impugnado, mas nunca depois de o menor atingir a maioridade ou ser
emancipado, salvo o disposto no artigo 131.º; Artigo 152.º (Pessoas sujeitas a inabilitação) – CC
b) A requerimento do próprio menor, no prazo de um ano a contar da sua Podem ser inabilitados os indivíduos cuja anomalia psíquica, surdez-mudez ou
maioridade ou emancipação; cegueira, embora de carácter permanente, não seja de tal modo grave que
2. A anulabilidade é sanável mediante confirmação do menor depois de atingir a justifique a sua interdição, assim como aqueles que, pela sua habitual
maioridade ou ser emancipado, ou por confirmação do progenitor que exerça o prodigalidade ou pelo uso de bebidas alcoólicas ou de estupefacientes, se
poder paternal, tutor ou administrador de bens, tratando-se de ato que algum mostrem incapazes de reger convenientemente o seu património.
deles pudesse celebrar como representante do menor.
Artigo 398.º (Conteúdo da prestação) – CC
Artigo 126.º - (Dolo do menor) - CC 1. As partes podem fixar livremente, dentro dos limites da lei, o conteúdo positivo
Não tem o direito de invocar a anulabilidade o menor que para praticar o ato ou negativo da prestação.
tenha usado de dolo com o fim de se fazer passar por maior ou emancipado. 2. A prestação não necessita de ter valor pecuniário; mas deve corresponder a um
interesse do credor, digno de proteção legal.
Artigo 127.º (Exceções à incapacidade dos menores) – CC
1. São excecionalmente válidos, além de outros previstos na lei: Artigo 280.º (Requisitos do objeto negocial) – CC
a) Os atos de administração ou disposição de bens que o maior de 1. É nulo o negócio jurídico cujo objeto seja física ou legalmente impossível,
dezasseis anos haja adquirido por seu trabalho; contrário à lei ou indeterminável.
b) Os negócios jurídicos próprios da vida corrente do menor que, estando 2. É nulo o negócio contrário à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes.
ao alcance da sua capacidade natural, só impliquem despesas, ou disposições de Artigo 817.º (Princípio geral) – CC
bens, de pequena importância; Não sendo a obrigação voluntariamente cumprida, tem o credor o direito de exigir
c) Os negócios jurídicos relativos à profissão, arte ou ofício que o menor judicialmente o seu cumprimento e de executar o património do devedor, nos
tenha sido autorizado a exercer, ou os praticados no exercício dessa profissão, arte termos declarados neste código e nas leis de processo.
ou ofício.
2. Pelos atos relativos à profissão, arte ou ofício do menor e pelos atos
praticados no exercício dessa profissão, arte ou ofício só respondem os bens de
que o menor tiver a livre disposição.
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Artigo 601.º (Princípio geral) – CC 3. NOÇÕES DE CONTRATO
Pelo cumprimento da obrigação respondem todos os bens do devedor suscetíveis
de penhora, sem prejuízo dos regimes especialmente estabelecidos em Artigo 406.º (Eficácia dos contratos) - CC
consequência da separação de patrimónios. 1. O contrato deve ser pontualmente cumprido, e só pode modificar-se ou
extinguir-se por mútuo consentimento dos contraentes ou nos casos admitidos na
Artigo 913.º - (Remissão) - CC lei.
1. Se a coisa vendida sofrer de vício que a desvalorize ou impeça a realização 2. Em relação a terceiros, o contrato só produz efeitos nos casos e termos
do fim a que é destinada, ou não tiver as qualidades asseguradas pelo vendedor especialmente previstos na lei.
ou necessárias para a realização daquele fim, observar-se-á, com as devidas
adaptações, o prescrito na secção precedente, em tudo quanto não seja Artigo 405.º (Liberdade contratual) – CC
modificado pelas disposições dos artigos seguintes. 1. Dentro dos limites da lei, as partes têm a faculdade de fixar livremente o
2. Quando do contrato não resulte o fim a que a coisa vendida se destina, conteúdo dos contratos, celebrar contratos diferentes dos previstos neste código
atender-se-á à função normal das coisas da mesma categoria. ou incluir nestes as cláusulas que lhes aprouver.
2. As partes podem ainda reunir no mesmo contrato regras de dois ou mais
negócios, total ou parcialmente regulados na lei.

Artigo 219.º (Liberdade de forma) – CC


A validade da declaração negocial não depende da observância de forma especial,
salvo quando a lei a exigir.

Artigo 875.º (Forma) – CC


Sem prejuízo do disposto em lei especial, o contrato de compra e venda de bens
imóveis só é válido se for celebrado por escritura pública ou por documento
particular autenticado.

Artigo 763.º (Realização integral da prestação) – CC


1. A prestação deve ser realizada integralmente e não por partes, exceto se outro
for o regime convencionado ou imposto por lei ou pelos usos.
2. O credor tem, porém, a faculdade de exigir uma parte da prestação; a exigência
dessa parte não priva o devedor da possibilidade de oferecer a prestação por
inteiro.

Artigo 772.º (Princípio geral) - CC


1. Na falta de estipulação ou disposição especial da lei, a prestação deve ser
efetuada no lugar do domicílio do devedor.

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2. Se o devedor mudar de domicílio depois de constituída a obrigação, a prestação direito objeto do contrato e dos juros respetivos, vencidos e vincendos, até
será efetuada no novo domicílio, exceto se a mudança acarretar prejuízo para o pagamento integral.
credor, pois, nesse caso, deve ser efetuada no lugar do domicílio primitivo. 5. No caso de contrato em que ao obrigado seja lícito invocar a exceção de não
cumprimento, a ação improcede, se o requerente não consignar em depósito a
Artigo 777.º (Determinação do prazo) – CC sua prestação no prazo que lhe for fixado pelo tribunal.
1. Na falta de estipulação ou disposição especial da lei, o credor tem o direito de
exigir a todo o tempo o cumprimento da obrigação, assim como o devedor pode a Artigo 1591.º (Ineficácia da promessa) – CC
todo o tempo exonerar-se dela. O contrato pelo qual, a título de esponsais, desposórios ou qualquer outro, duas
2. Se, porém, se tornar necessário o estabelecimento de um prazo, quer pela pessoas de sexo diferente se comprometem a contrair matrimónio não dá direito
própria natureza da prestação, quer por virtude das circunstâncias que a a exigir a celebração do casamento, nem a reclamar, na falta de cumprimento,
determinaram, quer por força dos usos, e as partes não acordarem na sua outras indemnizações que não sejam as previstas no artigo 1594.º, mesmo quando
determinação, a fixação dele é deferida ao tribunal. resultantes de cláusula penal.
3. Se a determinação do prazo for deixada ao credor e este não usar da faculdade
que lhe foi concedida, compete ao tribunal fixar o prazo, a requerimento do Artigo 1594.º (Indemnizações) – CC
devedor. 1. Se algum dos contraentes romper a promessa sem justo motivo ou, por culpa
sua, der lugar a que outro se retrate, deve indemnizar o esposado inocente, bem
Artigo 830.º (Contrato-promessa) – CC como os pais deste ou terceiros que tenham agido em nome dos pais, quer das
1. Se alguém se tiver obrigado a celebrar certo contrato e não cumprir a promessa, despesas feitas, quer das obrigações contraída na previsão do casamento.
pode a outra parte, na falta de convenção em contrário, obter sentença que 2. Igual indemnização é devida, quando o casamento não se realize por motivo de
produza os efeitos da declaração negocial do faltoso, sempre que a isso não se incapacidade de algum dos contraentes, se ele ou os seus representantes
oponha a natureza da obrigação assumida. houverem procedido com dolo.
2. Entende-se haver convenção em contrário, se existir sinal ou tiver sido fixada 3. A indemnização é fixada segundo o prudente arbítrio do tribunal, devendo
uma pena para o caso de não cumprimento da promessa. atender-se, no seu cálculo, não só à medida em que as despesas e obrigações se
3. O direito à execução específica não pode ser afastado pelas partes nas mostre razoáveis, perante as circunstâncias do caso e a condição dos contraentes,
promessas a que se refere o nº 3 do artigo 410.º; a requerimento do faltoso, mas também às vantagens que, independentemente do casamento, umas e outras
porém, a sentença que produza os efeitos da sua declaração negocial pode possam ainda proporcionar.
ordenar a modificação do contrato nos termos do artigo 437.º, ainda que a
alteração das circunstâncias seja posterior à mora. Artigo 4.º - Dec. Lei 10/2003 de 18 de janeiro. (Recusa de venda de bens ou
4. Tratando-se de promessa relativa à celebração de contrato oneroso de de prestação de serviços)
transmissão ou constituição de direito real sobre edifício, ou fração autónoma 1 - É proibido a um agente económico recusar a venda de bens ou a prestação de
dele, em que caiba ao adquirente, nos termos do artigo 721.º, a faculdade de serviços a outro agente económico, segundo os usos normais da respetiva
expurgar hipoteca a que o mesmo se encontre sujeito, pode aquele, caso a atividade ou de acordo com as disposições legais ou regulamentares aplicáveis,
extinção de tal garantia não preceda a mencionada transmissão ou constituição, ainda que se trate de bens ou de serviços não essenciais e que da recusa não
ou não coincida com esta, requerer, para efeito da expurgação, que a sentença resulte prejuízo para o regular abastecimento do mercado.
referida no nº 1 condene também o promitente faltoso a entregar-lhe o montante
do débito garantido, ou o valor nele correspondente à fração do edifício ou do Artigo 1091.º (Regra geral) - CC
1 - O arrendatário tem direito de preferência:
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a) Na compra e venda ou dação em cumprimento do local arrendado há mais de Artigo 1095.º (Estipulação de prazo certo) – CC
três anos; 1 - O prazo deve constar de cláusula inserida no contrato.
b) Na celebração de novo contrato de arrendamento, em caso de caducidade do 2 - O prazo referido no número anterior não pode, contudo, ser inferior a 5 nem
seu contrato por ter cessado o direito ou terem findado os poderes legais de superior a 30 anos, considerando-se automaticamente ampliado ou reduzido aos
administração com base nos quais o contrato fora celebrado. referidos limites mínimo e máximo quando, respetivamente, fique aquém do
2 - O direito previsto na alínea b) existe enquanto não for exigível a restituição do primeiro ou ultrapasse o segundo.
prédio, nos termos do artigo 1053.º 3 - O limite mínimo previsto no número anterior não se aplica aos contratos para
3 - O direito de preferência do arrendatário é graduado imediatamente acima do habitação não permanente ou para fins especiais transitórios, designadamente
direito de preferência conferido ao proprietário do solo pelo artigo 1535.º por motivos profissionais, de educação e formação ou turísticos, neles exarados.
4 - É aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos artigos 416.º a 418.º
e 1410.º Artigo 817.º (Princípio geral) – CC
Não sendo a obrigação voluntariamente cumprida, tem o credor o direito de exigir
Artigo 2194.º (Médicos, enfermeiros e sacerdotes) – CC judicialmente o seu cumprimento e de executar o património do devedor, nos
É nula a disposição a favor do médico ou enfermeiro que tratar do testador, ou do termos declarados neste código e nas leis de processo.
sacerdote que lhe prestar assistência espiritual, se o testamento for feito durante
a doença e o seu autor vier a falecer dela. Artigo 601.º (Princípio geral) – CC
Pelo cumprimento da obrigação respondem todos os bens do devedor suscetíveis
Artigo 2196.º (Cúmplice do testador adúltero) – CC de penhora, sem prejuízo dos regimes especialmente estabelecidos em
1. É nula a disposição a favor da pessoa com quem o testador casado cometeu consequência da separação de patrimónios.
adultério.
2. Não se aplica o preceito do número anterior: Artigo 224.º (Eficácia da declaração negocial) – CC
a) Se o casamento já estava dissolvido, ou os cônjuges estavam separados 1. A declaração negocial que tem um destinatário torna-se eficaz logo que chega
judicialmente de pessoas e bens ou separados de facto há mais de seis anos, à data ao seu poder ou é dele conhecida; as outras, logo que a vontade do declarante se
da abertura da sucessão; manifesta na forma adequada.
b) Se a disposição se limitar a assegurar alimentos ao beneficiário. 2. É também considerada eficaz a declaração que só por culpa do destinatário não
foi por ele oportunamente recebida.
Artigo 877.º (Venda a filhos ou netos) – CC 3. A declaração recebida pelo destinatário em condições de, sem culpa sua, não
1. Os pais e avós não podem vender a filhos ou netos, se os outros filhos ou netos poder ser conhecida é ineficaz.
não consentirem na venda; o consentimento dos descendentes, quando não possa
ser prestado, ou seja, recusado, é suscetível de suprimento judicial. Artigo 230.º (Irrevogabilidade da proposta) – CC
2. A venda feita com quebra do que preceitua o número anterior é anulável; a 1. Salvo declaração em contrário, a proposta de contrato é irrevogável depois de
anulação pode ser pedida pelos filhos ou netos que não deram o seu ser recebida pelo destinatário ou de ser dele conhecida.
consentimento, dentro do prazo de um ano a contar do conhecimento da 2. Se, porém, enquanto a proposta, ou antes dela, o destinatário receber a
celebração do contrato, ou do termo da incapacidade, se forem incapazes. retratação do proponente ou tiver por outro meio conhecimento dela, fica a
3. A proibição não abrange a dação em cumprimento feita pelo ascendente proposta sem efeito.
3. A revogação da proposta, quando dirigida ao público, é eficaz, desde que seja
feita na forma da oferta ou em forma equivalente.
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4. CONTRATOS DE DISTRIBUIÇÃO
Artigo 577.º - (Admissibilidade da cessão) - CC
1. O credor pode ceder a terceiro uma parte ou a totalidade do crédito, Artigo 1.º - Dec. Lei 118/93 de 3 de julho (Noção e forma)
independentemente do consentimento do devedor, contanto que a cessão não 1 - Agência é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a promover por conta
seja interdita por determinação da lei ou convenção das partes e o crédito não da outra a celebração de contratos, de modo autónomo e estável e mediante
esteja, pela própria natureza da prestação, ligado à pessoa do credor. retribuição, podendo ser-lhe atribuída certa zona ou determinado círculo de
2. A convenção pela qual se proíba ou restrinja a possibilidade da cessão não é clientes.
oponível ao cessionário, salvo se este a conhecia no momento da cessão. 2 - Qualquer das partes tem o direito, a que não pode renunciar, de exigir da outra
um documento assinado que indique o conteúdo do contrato e de posteriores
Artigo 1154.º - (Noção) aditamentos ou modificações.
Contrato de prestação de serviço é aquele em que uma das partes se obriga a
proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com Artigo 4.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de julho (Agente exclusivo)
ou sem retribuição. Depende de acordo escrito das partes a concessão do direito de exclusivo a favor
do agente, nos termos do qual a outra parte fique impedida de utilizar, dentro da
Artigo 512.º - (noção) mesma zona ou do mesmo círculo de clientes, outros agentes para o exercício de
1. A obrigação é solidária, quando cada um dos devedores responde pela atividades que estejam em concorrência com as do agente exclusivo.
prestação integral e esta a todos libera, ou quando cada um dos credores tem a
faculdade de exigir, por si só, a prestação integral e esta libera o devedor para com Artigo 16.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de julho (Direito à comissão)
todos eles. 1 - O agente tem direito a uma comissão pelos contratos que promoveu e, bem
2. A obrigação não deixa de ser solidária pelo facto de os devedores estarem assim, pelos contratos concluídos com clientes por si angariados, desde que
obrigados em termos diversos ou com diversas garantias, ou de ser diferente o concluídos antes do termo da relação de agência.
conteúdo das prestações de cada um deles; igual diversidade se pode verificar 2 - O agente tem igualmente direito à comissão por atos concluídos durante a
quanto à obrigação do devedor relativamente a cada um dos credores solidários. vigência do contrato se gozar de um direito de exclusivo para uma zona geográfica
ou um círculo de clientes e os mesmos tenham sido concluídos com um cliente
pertencente a essa zona ou círculo de clientes.
3 - O agente só tem direito à comissão pelos contratos celebrados após o termo
da relação de agência provando ter sido ele a negociá-los ou, tendo-os preparado,
ficar a sua conclusão a dever-se, principalmente, à atividade por si desenvolvida,
contanto que em ambos os casos sejam celebrados num prazo razoável
subsequente ao termo da agência.

Artigo 33.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de julho (Indemnização de


clientela)
1 - Sem prejuízo de qualquer outra indemnização a que haja lugar, nos termos das
disposições anteriores, o agente tem direito, após a cessação do contrato, a uma

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indemnização de clientela, desde que sejam preenchidos, cumulativamente, os 5. CONTRATOS DE COOPERAÇÃO EMPRESARIAL: CONSÓRCIO
requisitos seguintes:
a) O agente tenha angariado novos clientes para a outra parte ou aumentado ARTIGO 1.º (Noção) - DL n.º 231/81, de 28 de julho
substancialmente o volume de negócios com a clientela já existente; Consórcio é o contrato pelo qual duas ou mais pessoas, singulares ou coletivas,
b) A outra parte venha a beneficiar consideravelmente, após a cessação do que exercem uma atividade económica se obrigam entre si a, de forma
contrato, da atividade desenvolvida pelo agente; concertada, realizar certa atividade ou efetuar certa contribuição com o fim de
c) O agente deixe de receber qualquer retribuição por contratos negociados ou prosseguir qualquer dos objetos referidos no artigo seguinte.
concluídos, após a cessação do contrato, com os clientes referidos na alínea a).
ARTIGO 2.º (Objeto) - DL n.º 231/81, de 28 de julho
Artigo 34.º (Contratos) - Dec. Lei 118/93 de 3 de julho (Cálculo da O consórcio terá um dos seguintes objetos:
indemnização de clientela) a) Realização de atos, materiais ou jurídicos, preparatórios quer de um
A indemnização de clientela é fixada em termos equitativos, mas não pode determinado empreendimento, quer de uma atividade contínua;
exceder um valor equivalente a uma indemnização anual, calculada a partir da b) Execução de determinado empreendimento;
média anual das remunerações recebidas pelo agente durante os últimos cinco c) Fornecimento a terceiros de bens, iguais ou complementares entre si,
anos; tendo o contrato durado menos tempo, atender-se-á à média do período produzidos por cada um dos membros do consórcio;
em que esteve em vigor. d) Pesquisa ou exploração de recursos naturais;
e) Produção de bens que possam ser repartidos, em espécie, entre os membros
do consórcio.

ARTIGO 3.º (Forma) - DL n.º 231/81, de 28 de julho


1 - O contrato está apenas sujeito a forma escrita, salvo se entre os membros do
consórcio houver transmissão de bens imóveis, caso em que só é válido se for
celebrado por escritura pública.
2 - A falta de escritura pública só produz nulidade total do negócio quando for
aplicável a parte final do artigo 292.º do Código Civil e caso não seja possível aplicar
o artigo 293.º do mesmo Código, de modo que a contribuição se converta no
simples uso dos bens cuja transmissão exige aquela forma.

ARTIGO 5.º (Modalidades de consórcio) - DL n.º 231/81, de 28 de julho


1-O consórcio diz-se interno quando:
a) As atividades ou os bens são fornecidos a um dos membros do consórcio e só
este estabelece relações com terceiros;
b) As atividades ou os bens são fornecidos diretamente a terceiros por cada um
dos membros do consórcio, sem expressa invocação dessa qualidade.

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2 - O consórcio diz-se externo quando as atividades ou os bens são fornecidos Artigo 10 (contrato em causa).
diretamente a terceiros por cada um dos membros do consórcio, com expressa Chefe do Consórcio.
invocação dessa qualidade. Compete ao Chefe do Consórcio:
a) Assegurar a direção técnica, administrativa e jurídica do Consórcio;
ARTIGO 7.º (Conselho de orientação e fiscalização) - DL n.º 231/81, de 28 de b) Implementar a execução das deliberações do COF;
julho c) Assegurar a representação do Consórcio perante terceiros, nos termos das
1 - O contrato de consórcio externo pode prever a criação de um conselho de procurações que lhe sejam conferidas;
orientação e fiscalização do qual façam parte todos os membros. d) Coordenar as atividades e os trabalhos implementados pelas Partes
2 - No silêncio do contrato: Outorgantes no âmbito do Consórcio.
a) As deliberações do conselho devem ser tomadas por unanimidade; e) Receber e enviar todas as informações e correspondência dirigida ao
b) As deliberações do conselho, tomadas por unanimidade ou pela maioria Consórcio e às Partes Outorgantes.
prevista no contrato, vinculam o chefe do consórcio como instruções de todos os f) Convocar o COF e a Comissão Técnico-científica.
seus mandantes, desde que se contenham no âmbito dos poderes que lhe são
atribuídos ou lhe forem conferidos nos termos dos artigos 13.º e 14.º; ARTIGO 15.º (Denominação do consórcio externo) - DL n.º 231/81, de 28 de
c) O conselho não tem poderes para deliberar a modificação ou resolução de julho
contratos celebrados no âmbito do contrato de consórcio, nem a transação 1 - Os membros do consórcio externo podem fazer-se designar coletivamente,
destinada quer a prevenir, quer a terminar litígios. juntando todos os seus nomes, firmas ou denominações sociais, com o aditamento
'Consórcio de ...' ou, '... em consórcio', sendo, no entanto, responsável perante
Artigo 9 (Reuniões) terceiros apenas o membro do consórcio que tenha assinado o documento onde
1. O COF reunirá trimestralmente, mediante o envio de convocatória com a a denominação for usada ou aquele por quem o chefe do consórcio tenha
antecedência mínima de 48 horas. assinado, no uso dos poderes conferidos.
2. Compete ao Chefe do Consórcio o envio da convocatória e a elaboração da 2 - Todos os membros do consórcio são solidariamente responsáveis para com
respetiva agenda. terceiros por danos resultantes da adoção ou uso de denominações do consórcio
3. O COF poderá ainda reunir-se por solicitação do Chefe do Consórcio ou de suscetíveis de criar confusão com outras existentes.
qualquer das Partes Outorgantes.
4. As deliberações do COF são adotadas por unanimidade, correspondendo a cada ARTIGO 9.º (Exoneração de membros) - DL n.º 231/81, de 28 de julho
Parte Outorgante um voto. 1 - Um membro do consórcio pode exonerar-se deste se:
5. O COF só poderá deliberar com a presença de todas as Partes Outorgantes. a) Estiver impossibilitado, sem culpa, de cumprir as obrigações de realizar certa
6. Deverão ser elaboradas atas das reuniões do COF. atividade ou de efetuar certa contribuição;
7. Nas reuniões do COF poderão estar presentes assessores dos Presidentes das b) Tiverem ocorrido as hipóteses previstas no artigo 10.º, n.º 2, alíneas b) ou c),
Direções das Partes Outorgantes, a menos que uma das Partes se oponha. relativamente a outro membro e, havendo resultado prejuízo relevante, nem
todos os membros acederem a resolver o contrato quanto ao inadimplente.
ARTIGO 12.º (Chefe do consórcio) - DL n.º 231/81, de 28 de julho 2) No caso da alínea b) do número anterior, o membro que se exonere do
No contrato de consórcio externo um dos membros será designado como chefe consórcio tem direito a ser indemnizado, nos termos gerais, dos danos
do consórcio, competindo-lhe, nessa qualidade, exercer as funções internas e decorrentes daquele facto.
externas que contratualmente lhe forem atribuídas.

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ARTIGO 11.º (Extinção do consórcio) - DL n.º 231/81, de 28 de julho 6. CONTRATOS DE COOPERAÇÃO EMPRESARIAL: ACE
1 - O consórcio extingue-se:
a) Por acordo unânime dos seus membros; BASE I - Lei n.º 4/73
b) Pela realização do seu objeto ou por este se tornar impossível; 1. As pessoas singulares ou coletivas e as sociedades podem agrupar-se, sem
c) Pelo decurso do prazo fixado no contrato, não havendo prorrogação; prejuízo da sua personalidade jurídica, a fim de melhorar as condições de exercício
d) Por se extinguir a pluralidade dos seus membros; ou de resultado das suas atividades económicas.
e) Por qualquer outra causa prevista no contrato. 2. As entidades assim constituídas são designadas por «agrupamentos
2 - Não se verificando nenhuma das hipóteses previstas no número anterior, o complementares de empresas».
consórcio extinguir-se-á decorridos dez anos sobre a data da sua celebração sem
prejuízo de eventuais prorrogações expressas. BASE II - Lei n.º 4/73
1. Os agrupamentos complementares de empresas não podem ter por fim
ARTIGO 19.º (Relações com terceiros) - DL n.º 231/81, de 28 de julho principal a realização e partilha de lucros e constituir-se-ão com ou sem capital
1 - Nas relações dos membros do consórcio externo com terceiros não se presume próprio.
solidariedade ativa ou passiva entre aqueles membros. 2. As empresas agrupadas respondem solidariamente pelas dívidas do
2 - A estipulação em contratos com terceiros de multas ou outras cláusulas penais agrupamento, salvo cláusula em contrário do contrato celebrado por este com um
a cargo de todos os membros do consórcio não faz presumir solidariedade destes credor determinado.
quanto a outras obrigações ativas ou passivas. 3. Os credores do agrupamento não podem exigir das empresas agrupadas o
3 - A obrigação de indemnizar terceiros por facto constitutivo de responsabilidade pagamento dos seus créditos sem prévia excussão dos bens do próprio
civil é restrita àquele dos membros do consórcio externo a que, por lei, essa agrupamento.
responsabilidade for imputável, sem prejuízo de estipulações internas quanto à 4. O agrupamento pode emitir obrigações, se apenas for composto de sociedades
distribuição desse encargo. por ações; a emissão é feita nas condições gerais aplicáveis à emissão desses
títulos pelas sociedades.
ARTIGO 513º (Fontes de Solidariedade) - CC
A solidariedade de devedores ou credores só existe quando resulte da lei ou da BASE IV - Lei n.º 4/73
vontade das partes. O agrupamento adquire personalidade jurídica com a inscrição do seu ato
constitutivo no registo comercial.

BASE III - Lei n.º 4/73


1. O contrato constitutivo será reduzido a escritura pública e determinará a firma,
o objeto, a sede e a duração, quando limitada, do agrupamento, bem como as
contribuições dos agrupados para os encargos e a constituição do capital, se o
houver. A firma deve conter o aditamento «agrupamento complementar de
empresas» ou as iniciais «A. C. E.».
2. O contrato pode também regular os direitos e as obrigações dos agrupados, a
administração, a fiscalização, a prorrogação, a dissolução e a liquidação e partilha

13
do agrupamento e ainda os poderes, os deveres, a remuneração e a destituição 7. CONTRATOS FINANCEIRO: LEASING
dos administradores, bem como a entrada e saída de elementos do agrupamento,
cumpridas as suas obrigações sociais. Artigo 1.º - Noção
3. Qualquer dos administradores, agindo nessa qualidade, obriga o agrupamento Locação financeira é o contrato pelo qual uma das partes se obriga, mediante
em relação a terceiros; são imponíveis a terceiros de boa fé as limitações retribuição, a ceder à outra o gozo temporário de uma coisa, móvel ou imóvel,
estabelecidas ao poder de representação dos administradores. adquirida ou construída por indicação desta, e que o locatário poderá comprar,
decorrido o período acordado, por um preço nele determinado ou determinável
mediante simples aplicação dos critérios nele fixados.

Artigo 2.º - Objeto


1 - A locação financeira tem como objeto quaisquer bens suscetíveis de serem
dados em locação.
2 - Quando o locador construa, em regime de direito de superfície, sobre terreno
do locatário, este direito presume-se perpétuo, sem prejuízo da faculdade de
aquisição pelo proprietário do solo, nos termos gerais.

Artigo 3.º - Forma e publicidade


1 - Os contratos de locação financeira podem ser celebrados por documento
particular.
2 - No caso de bens imóveis, as assinaturas das partes devem ser presencialmente
reconhecidas, salvo se efetuadas na presença de funcionário dos serviços do
registo, aquando da apresentação do pedido de registo.
3 - Nos casos referidos no número anterior, a existência de licença de utilização ou
de construção do imóvel deve ser certificada pela entidade que efetua o
reconhecimento ou verificada pelo funcionário dos serviços do registo.
4 - A assinatura das partes nos contratos de locação financeira de bens móveis
sujeitos a registo deve conter a indicação, feita pelo respetivo signatário, do
número, data e entidade emitente do bilhete de identidade ou documento
equivalente emitido pela autoridade competente de um dos países da União
Europeia ou do passaporte.
5 - A locação financeira de bens imóveis ou de móveis sujeitos a registo fica sujeita
a inscrição no serviço de registo competente.

Artigo 4.º - Rendas e valor residual


(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 285/2001, de 3 de novembro).

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Artigo 5.º - Redução das rendas c) Fazer suas, sem compensações, as peças ou outros elementos acessórios
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 285/2001, de 3 de novembro). incorporados no bem pelo locatário.

Artigo 6.º - Prazo Artigo 10.º - Posição jurídica do locatário


1 - O prazo de locação financeira de coisas móveis não deve ultrapassar o que 1 - São, nomeadamente, obrigações do locatário:
corresponde ao período presumível de utilização económica da coisa. a) Pagar as rendas;
2 - O contrato de locação financeira não pode ter duração superior a 30 anos, b) Pagar, em caso de locação de fração autónoma, as despesas correntes
considerando-se reduzido a este limite quando superior. necessárias à fruição das partes comuns de edifício e aos serviços de interesse
3 - Não havendo estipulação de prazo, o contrato de locação financeira considera- comum;
se celebrado pelo prazo de 18 meses ou de 7 anos, consoante se trate de bens c) Facultar ao locador o exame do bem locado;
móveis ou de bens imóveis. d) Não aplicar o bem a fim diverso daquele a que ele se destina ou movê-lo para
4 - (Eliminado pelo Decreto-Lei n.º 285/2001, de 3 de novembro). local diferente do contratualmente previsto, salvo autorização do locador;
e) Assegurar a conservação do bem e não fazer dele uma utilização imprudente;
Artigo 7.º - Destino do bem findo o contrato f) Realizar as reparações, urgentes ou necessárias, bem como quaisquer obras
Findo o contrato por qualquer motivo e não exercendo o locatário a faculdade de ordenadas pela autoridade pública;
compra, o locador pode dispor do bem, nomeadamente vendendo-o ou dando-o g) Não proporcionar a outrem o gozo total ou parcial do bem por meio da cessão
em locação ou locação financeira ao anterior locatário ou a terceiro. onerosa ou gratuita da sua posição jurídica, sublocação ou comodato, exceto se a
lei o permitir ou o locador a autorizar;
Artigo 8.º - Vigência h) Comunicar ao locador, dentro de 15 dias, a cedência do gozo do bem, quando
1 - O contrato de locação financeira produz efeitos a partir da data da sua permitida ou autorizada nos termos da alínea anterior;
celebração. i) Avisar imediatamente o locador, sempre que tenha conhecimento de vícios no
2 - As partes podem, no entanto, condicionar o início da sua vigência à efetiva bem ou saiba que o ameaça algum perigo ou que terceiros se arrogam direitos em
aquisição ou construção, quando disso seja caso, dos bens locados, à sua tradição relação a ele, desde que o facto seja ignorado pelo locador;
a favor do locatário ou a quaisquer outros factos. j) Efetuar o seguro do bem locado, contra o risco da sua perda ou deterioração e
dos danos por ela provocados;
Artigo 9.º - Posição jurídica do locador k) Restituir o bem locado, findo o contrato, em bom estado, salvo as deteriorações
1 - São, nomeadamente, obrigações do locador: inerentes a uma utilização normal, quando não opte pela sua aquisição.
a) Adquirir ou mandar construir o bem a locar; 2 - Para além dos direitos e deveres gerais previstos no regime da locação que não
b) Conceder o gozo do bem para os fins a que se destina; se mostrem incompatíveis com o presente diploma, assistem ao locatário
c) Vender o bem ao locatário, caso este queira, findo o contrato; financeiro, em especial, os seguintes direitos:
2 - Para além dos direitos e deveres gerais previstos no regime da locação que não a) Usar e fruir o bem locado;
se mostrem incompatíveis com o presente diploma, assistem ao locador b) Defender a integridade do bem e o seu gozo, nos termos do seu direito;
financeiro, em especial e para além do estabelecido no número anterior, os c) Usar das ações possessórias, mesmo contra o locador;
seguintes direitos: d) Onerar, total ou parcialmente, o seu direito, mediante autorização expressa do
a) Defender a integridade do bem, nos termos gerais de direito; locador;
b) Examinar o bem, sem prejuízo da atividade normal do locatário; e) Exercer, na locação de fração autónoma, os direitos próprios do locador, com
exceção dos que, pela sua natureza, somente por aquele possam ser exercidos;
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f) Adquirir o bem locado, findo o contrato, pelo preço estipulado. Artigo 16.º - Mora no pagamento das rendas
(Revogado pelo Decreto-Lei n.º 285/2001, de 3 de novembro).
Artigo 11.º - Transmissão das posições jurídicas
1 - Tratando-se de bens de equipamento, é permitida a transmissão entre vivos, Artigo 17.º - Resolução do contrato por incumprimento e cancelamento do
da posição do locatário, nas condições previstas pelo artigo 115.º do Decreto-Lei registo
n.º 321-B/90, de 15 de outubro, e a transmissão por morte, a título de sucessão 1 - O contrato de locação financeira pode ser resolvido por qualquer das partes,
legal ou testamentária, quando o sucessor prossiga a atividade profissional do nos termos gerais, com fundamento no incumprimento das obrigações da outra
falecido. parte, não sendo aplicáveis as normas especiais, constantes de lei civil, relativas à
2 - Em qualquer dos casos previstos nos números anteriores, o locador pode opor- locação.
se à transmissão da posição contratual, provando não oferecer o cessionário 2 - Para o cancelamento do registo de locação financeira com fundamento na
garantias bastantes à execução do contrato. resolução do contrato por incumprimento é documento bastante a prova da
3 - Em qualquer dos casos previstos nos números anteriores, o locador pode opor- comunicação da resolução à outra parte nos termos gerais.
se à transmissão da posição contratual, provando não oferecer o cessionário
garantias bastantes à execução do contrato. Artigo 18.º - Casos específicos de resolução do contrato
4 - O contrato de locação financeira subsiste para todos os efeitos nas O contrato de locação financeira pode ainda ser resolvido pelo locador nos casos
transmissões da posição contratual do locador, ocupando o adquirente a mesma seguintes:
posição jurídica do seu antecessor. a) Dissolução ou liquidação da sociedade locatária;
b) Verificação de qualquer dos fundamentos de declaração de falência do
Artigo 12.º - Vícios do bem locado locatário.
O locador não responde pelos vícios do bem locado ou pela sua inadequação face
aos fins do contrato, salvo o disposto no artigo 1034.º do Código Civil. Artigo 19.º - Garantias
Podem ser constituídas a favor do locador quaisquer garantias, pessoais ou reais,
Artigo 13.º - Relações entre o locatário e o vendedor ou o empreiteiro relativas aos créditos de rendas e dos outros encargos ou eventuais indemnizações
O locatário pode exercer contra o vendedor ou o empreiteiro, quando disso seja devidas pelo locatário.
caso, todos os direitos relativos ao bem locado ou resultantes do contrato de
compra e venda ou de empreitada. Artigo 20.º - Antecipação das rendas
A antecipação das rendas, a título de garantia, não pode ser superior a 6 ou a 18
Artigo 14.º - Despesas meses, conforme o contrato tenha por objeto, respetivamente, bens móveis ou
Salvo estipulação em contrário, as despesas de transporte e respetivo seguro, imóveis.
montagem, instalação e reparação do bem locado, bem como as despesas
necessárias para a sua devolução ao locador, incluindo as relativas aos seguros, se Artigo 21.º - Providência cautelar de entrega judicial
indispensáveis, ficam a cargo do locatário. 1 - Se, findo o contrato por resolução ou pelo decurso do prazo sem ter sido
exercido o direito de compra, o locatário não proceder à restituição do bem ao
Artigo 15.º - Risco locador, pode este, após o pedido de cancelamento do registo da locação
Salvo estipulação em contrário, o risco de perda ou deterioração do bem corre por financeira, a efetuar por via eletrónica sempre que as condições técnicas o
conta do locatário.

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permitam, requerer ao tribunal providência cautelar consistente na sua entrega Artigo 24.º - Disposições finais
imediata ao requerente. 1 - O disposto no artigo 21.º é imediatamente aplicável aos contratos celebrados
2 - Com o requerimento, o locador oferece prova sumária dos requisitos previstos antes da sua entrada em vigor e às ações já propostas em que não tenha sido
no número anterior, exceto a do pedido de cancelamento do registo, ficando o decretada providência cautelar destinada a obter a entrega imediata do bem
tribunal obrigado à consulta do registo, a efetuar, sempre que as condições locado.
técnicas o permitam, por via eletrónica. 2 - Aos contratos de locação financeira celebrados nos termos do Decreto-Lei n.º
3 - O tribunal ouvirá o requerido sempre que a audiência não puser em risco sério 10/91, de 9 de janeiro, não é aplicável o disposto no artigo 21.º
o fim ou a eficácia da providência.
4 - O tribunal ordenará a providência requerida se a prova produzida revelar a Artigo 25.º - Norma revogatória
probabilidade séria da verificação dos requisitos referidos no n.º 1, podendo, no É revogado o Decreto-Lei n.º 171/79, de 6 de junho.
entanto, exigir que o locador preste caução adequada.
5 - A caução pode consistir em depósito bancário à ordem do tribunal ou em Artigo 1424.º - Encargos de conservação e fruição
qualquer outro meio legalmente admissível. 1. Salvo disposição em contrário, as despesas necessárias à conservação e fruição
6 - Decretada a providência e independentemente da interposição de recurso pelo das partes comuns do edifício e ao pagamento de serviços de interesse comum
locatário, o locador pode dispor do bem, nos termos previstos no artigo 7.º são pagas pelos condóminos em proporção do valor das suas frações.
7 - Decretada a providência cautelar, o tribunal ouve as partes e antecipa o juízo
sobre a causa principal, exceto quando não tenham sido trazidos ao
procedimento, nos termos do n.º 2, os elementos necessários à resolução
definitiva do caso.
8 - São subsidiariamente aplicáveis a esta providência as disposições gerais sobre
providências cautelares, previstas no Código de Processo Civil, em tudo o que não
estiver especialmente regulado no presente diploma.
9 - O disposto nos números anteriores é aplicável a todos os contratos de locação
financeira, qualquer que seja o seu objeto.

Artigo 22.º - Operações anteriores ao contrato


Quando, antes de celebrado um contrato de locação financeira, qualquer
interessado tenha procedido à encomenda de bens, com vista a contrato futuro,
entende-se que atua por sua conta e risco, não podendo o locador ser, de algum
modo, responsabilizado por prejuízos eventuais decorrentes da não conclusão do
contrato, sem prejuízo do disposto no artigo 227.º do Código Civil.

Artigo 23.º - Operações de natureza similar


Nenhuma entidade pode realizar, de forma habitual, operações de natureza
similar ou com resultados económicos equivalentes aos dos contratos de locação
financeira.

17
8. CONTRATOS FINANCEIROS: FACTORING b) Financiamentos concedidos por outras instituições de crédito, nomeadamente
no âmbito do mercado interbancário, se a regulamentação aplicável a este
Decreto-Lei nº 171/95, de 18 de julho mercado o não proibir, bem como por instituições financeiras internacionais;
Artigo 1.º - Âmbito c) Financiamentos previstos nas alíneas a) e d) do n.º 2 do artigo 9.º do Regime
Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, aprovado pelo Decreto-
O presente diploma regula as sociedades de factoring e o contrato de factoring.
Lei n.º 298/92, de 31 de dezembro.
Artigo 2.º - Atividade de factoring
1 - A atividade de factoring ou cessão financeira consiste na aquisição de créditos Artigo 6.º - Operações cambiais
a curto prazo, derivados da venda de produtos ou da prestação de serviços, nos As sociedades de factoring podem realizar as operações cambiais necessárias ao
mercados interno e externo. exercício da sua atividade.
2 - Compreendem-se na atividade de factoring ações complementares de
colaboração entre as entidades referidas no artigo 4.º e os seus clientes, Artigo 7.º - Contrato de factoring
designadamente de estudo dos riscos de crédito e de apoio jurídico, comercial e 1 - O contrato de factoring é sempre celebrado por escrito e dele deve constar o
contabilístico à boa gestão dos créditos transacionados. conjunto das relações do fator com o respetivo aderente.
2 - A transmissão de créditos ao abrigo de contratos de factoring deve ser
Artigo 3.º - Outras noções acompanhada pelas correspondentes faturas ou suporte documental equivalente,
Para os efeitos do presente diploma, designam-se por: nomeadamente informático, ou título cambiário.
a) «Fator» ou «cessionário», as entidades referidas no n.º 1 do artigo 4.º;
b) «Aderente», o interveniente no contrato de factoring que ceda créditos ao Artigo 8.º - Pagamento dos créditos transmitidos
fator; 1 - O pagamento ao aderente dos créditos por este transmitidos ao fator deverá
c) «Devedores», os terceiros devedores dos créditos cedidos pelo aderente ao ser efetuado nas datas de vencimento dos mesmos ou na data de um vencimento
fator. médio presumido que seja contratualmente estipulado.
2 - O fator poderá também pagar antes dos vencimentos, médios ou efetivos, a
Artigo 4.º - Exclusividade totalidade ou parte dos créditos cedidos ou possibilitar, mediante a prestação de
1 - Só as sociedades de factoring e os bancos podem celebrar, de forma habitual, garantia ou outro meio idóneo, o pagamento antecipado por intermédio de outra
como cessionários, contratos de factoring. instituição de crédito.
2 - As designações «sociedade de factoring», «sociedade de cessão financeira» ou 3 - Os pagamentos antecipados de créditos, efetuados nos termos do
quaisquer outras que sugiram essa atividade só podem ser usadas pelas número anterior, não poderão exceder a posição credora do aderente na data
sociedades referidas no número anterior. da efetivação do pagamento.

Artigo 5.º - Recursos Artigo 9.º - Direito subsidiário


As sociedades de factoring só podem financiar a sua atividade com fundos próprios Em tudo o que não esteja disposto no presente diploma sobre as sociedades de
e através dos seguintes recursos: factoring é aplicável o Regime Geral das Instituições de Crédito e das Sociedades
a) Emissão de obrigações de qualquer espécie, nas condições previstas na lei e sem Financeiras e legislação complementar.
obediência aos limites fixados no Código das Sociedades Comerciais, bem como
de «papel comercial»;

18
Artigo 577.º - (Admissibilidade da cessão) - CC
1. O credor pode ceder a terceiro uma parte ou a totalidade do crédito,
independentemente do consentimento do devedor, contanto que a cessão não
seja interdita por determinação da lei ou convenção das partes e o crédito não
esteja, pela própria natureza da prestação, ligado à pessoa do credor.
2. A convenção pela qual se proíba ou restrinja a possibilidade da cessão não é
oponível ao cessionário, salvo se este a conhecia no momento da cessão.

Artigo 583.º - (Efeitos em relação ao devedor) - CC


1. A cessão produz efeitos em relação ao devedor desde que lhe seja
notificada, ainda que extrajudicialmente, ou desde que ele a aceite.
2. Se, porém, antes da notificação ou aceitação, o devedor pagar ao cedente
ou celebrar com ele algum negócio jurídico relativo ao crédito, nem o pagamento
nem o negócio é oponível ao cessionário, se este provar que o devedor tinha
conhecimento da cessão.

Artigo 7.º - Contrato de factoring/legislação DL 171/95


1 - O contrato de factoring é sempre celebrado por escrito e dele deve constar o
conjunto das relações do fator com o respetivo aderente.
2 - A transmissão de créditos ao abrigo de contratos de factoring deve ser
acompanhada pelas correspondentes faturas ou suporte documental equivalente,
nomeadamente informático, ou título cambiário.

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1. Código das Sociedades Comerciais ............... 24 26.1.1 Artigo 11.º Objecto ............................................................................ 28
Sociedades Comerciais ................................................................................ 24 27.1.1 Artigo 12.º Sede ................................................................................. 28
1.1.1 Artigo 1.º Âmbito geral de aplicação ................................................... 24 28.1.1 Artigo 5.º Personalidade .................................................................... 28
2.1.1 Artigo 270.º-A Constituição ................................................................. 24 SOCIEDADES EM NOME COLETIVO ............................................................. 28
3.1.1 Artigo 142.º Causas de dissolução administrativa ou por deliberação 1.1.1 Artigo 175.º Características ................................................................. 28
dos sócios ...................................................................................................... 24 2.1.1 Artigo 180.º Proibição de concorrência e de participação noutras
4.1.1 Artigo 4.º A Forma escrita ................................................................... 24 sociedades..................................................................................................... 28
5.1.1 Artigo 35.º Perda de metade do capital .............................................. 24 3.1.1 Artigo 192.º Competência dos gerentes .............................................. 28
6.1.1 Artigo 32.º Limite da distribuição de bens aos sócios ......................... 24 4.1.1 Artigo 191.º Composição da gerência ................................................. 28
7.1.1 Artigo 33.º Lucros e reservas não distribuíveis ................................... 24 5.1.1 Artigo 189.º Deliberações dos sócios .................................................. 29
8.1.1 Artigo 5.º Personalidade ...................................................................... 25 6.1.1 Artigo 190.º Direito de voto................................................................. 29
9.1.1 Artigo 160.º (Capacidade) - CC ............................................................ 25 Sociedades por Quotas................................................................................ 30
1.1.1 Artigo 197.º Características da sociedade ........................................... 30
10.1.1 Artigo 6.º Capacidade ........................................................................ 25
2.1.1 Artigo 239.º Execução da quota .......................................................... 30
11.1.1 Artigo 260.º Vinculação da sociedade ............................................... 25
3.1.1 Artigo 198.º Responsabilidade directa dos sócios para com os credores
12.1.1 Artigo 243.º Contrato de suprimento ................................................ 25
sociais ............................................................................................................ 30
13.1.1 Artigo 209.º Obrigações de prestações acessórias ........................... 25
4.1.1 Artigo 201.º Montante do capital ........................................................ 30
14.1.1 Artigo 21.º Direitos dos sócios........................................................... 25
5.1.1 Artigo 252.º Composição da gerência ................................................. 30
15.1.1 Artigo 22.º Participação nos lucros e perdas ..................................... 26
6.1.1 Artigo 248.º Assembleias gerais .......................................................... 30
16.1.1 Artigo 181.º Direito dos sócios à informação .................................... 26
7.1.1 Artigo 263.º Relatório de gestão e contas do exercício ...................... 30
17.1.1 Artigo 214.º Direito dos sócios à informação .................................... 26
8.1.1 Artigo 262.º Fiscalização ...................................................................... 30
18.1.1 Artigo 215.º Impedimento ao exercício do direito do sócio ............. 26
Sociedades Anónimas .................................................................................. 31
19.1.1 Artigo 288.º Direito mínimo à informação ........................................ 26 1.1.1 Artigo 271.º Características ................................................................. 31
20.1.1 Artigo 292.º Inquérito judicial ........................................................... 27 2.1.1 Artigo 273.º Número de accionistas .................................................... 31
21.1.1 Artigo 380.º Representação de accionistas - SA ................................ 27 3.1.1 Artigo 278.º Estrutura da administração e da fiscalização .................. 31
22.1.1 Artigo 189.º Deliberações dos sócios ................................................ 27 4.1.1 Artigo 376.º Assembleia geral anual .................................................... 31
23.1.1 Artigo 249.º- Representação em deliberação de sócios ................... 27 Sociedades Em Comandita .......................................................................... 32
24.1.1 Artigo 7.º Forma e partes do contrato .............................................. 27 1.1.1 Artigo 465.º Noção............................................................................... 32
25.1.1 Artigo 9.º Elementos do contrato ...................................................... 27 MODIFICAÇÃO E EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES............................................ 32
20
FUSÃO DE SOCIEDADES ............................................................................... 32 1.1.1 Artigo 18.º (Força jurídica) ................................................................... 35
2.1.1 Artigo 98.º Projecto de fusão power point slide 84 – vale a pena??’ . 32 2.1.1 Artigo 13.º (Princípio da igualdade) ..................................................... 35
CISÃO DE SOCIEDADES ................................................................................ 33 3.1.1 Artigo 58.º (Direito ao trabalho) .......................................................... 35
1.1.1 Artigo 118.º Noção - Modalidades ...................................................... 33
4.1.1 Artigo 54.º (Comissões de trabalhadores) ........................................... 35
Sociedades Coligadas .................................................................................. 33
1.1.1 Artigo 482.º Sociedades coligadas ....................................................... 33 5.1.1 Artigo 16.º (Âmbito e sentido dos direitos fundamentais) ................. 36
2.1.1 Artigo 483.º Sociedades em relação de simples participação............. 33 6.1.1 Artigo 8.º (Direito internacional) ......................................................... 36

3.1.1 Artigo 485.º Sociedades em relação de participações recíprocas ...... 33 7.1.1 CÓDIGO DO TRABALHO - Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro .............. 36
4.1.1 Artigo 486.º Sociedades em relação de domínio ................................ 33 8.1.1 Artigo 1.º Fontes Específicas ................................................................ 36
A firma ou denominação social - Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de Maio - 9.1.1 Artigo 2.º - Instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho .. 36
RNPC .................................................................................................................. 33 10.1.1 Artigo 3.º Relações entre fontes de regulação .................................. 36
1.1.1 Artigo 3.º Firmas e denominações - Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de
11.1.1 Contrato de Trabalho ......................................................................... 37
Maio .............................................................................................................. 33
12.1.1 Livre circulação de trabalhadores - TRATADO SOBRE O
2.1.1 Artigo 13.º Número de identificação - Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de
FUNCIONAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA ..................................................... 37
Maio .............................................................................................................. 33
13.1.1 Artigo 45.º (ex-artigo 39.o TCE) ......................................................... 37
3.1.1 Artigo 53.º Validade do certificado - Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de
Maio .............................................................................................................. 34 14.1.1 Lei n.º 37/2006 de 9 de Agosto ......................................................... 37
4.1.1 Artigo 55.º Nulidade do acto - Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de Maio 15.1.1 Artigo 4.º Entrada no território nacional ........................................... 37
...................................................................................................................... 34 16.1.1 Artigo 6.º Direito de residência até três meses ................................. 38
5.1.1 Artigo 32.º Princípio da verdade - Decreto-Lei nº129/98, de 13 maio 34 17.1.1 Artigo 7.º Direito de residência dos cidadãos da União e dos seus
6.1.1 Artigo 38.º Comerciantes individuais - Decreto-Lei nº129/98, de 13 familiares ....................................................................................................... 38
maio .............................................................................................................. 34 18.1.1 Artigo 10.º Direito de residência permanente dos cidadãos da União e
7.1.1 Artigo 44.º Comerciantes individuais - Decreto-Lei nº129/98, de 13 dos seus familiares ........................................................................................ 38
maio .............................................................................................................. 34 19.1.1 Código do Trabalho - Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro ................... 38
8.1.1 Artigo 33.º Princípio da Novidade - Decreto-Lei nº129/98, de 13 maio 20.1.1 Artigo 128.º Deveres do trabalhador................................................. 38
...................................................................................................................... 34
21.1.1 Artigo 101.º Pluralidade de empregadores ....................................... 38
9.1.1 Artigo 177.º Firma - Código das Sociedades Comerciais ..................... 35
22.1.1 Artigo 259.º Retribuição em espécie ................................................. 39
10.1.1 Artigo 200.º Firma - Código das Sociedades Comerciais ................... 35
23.1.1 Artigo 1152.º (Noção) - CC ................................................................. 39
11.1.1 Artigo 275.º Firma - Código das Sociedades Comerciais ................... 35
24.1.1 Artigo 11.º Noção............................................................................... 39
2. Direito do trabalho...................................... 35
25.1.1 Artigo 1154.º (Noção) - CC ................................................................. 39
21
26.1.1 Artigo 12.º Presunção de contrato de trabalho ................................ 39 49.1.1 Cessação ............................................................................................. 43
27.1.1 Artigo 110.º Regra geral sobre a forma de contrato de trabalho ..... 39 50.1.1 Artigo 349.º Cessação de contrato de trabalho por acordo .............. 43
28.1.1 Artigo 153.º Forma e conteúdo de contrato de trabalho a tempo 51.1.1 Artigo 350.º Cessação do acordo de revogação ................................ 43
parcial............................................................................................................ 39 52.1.1 Artigo 343.º Causas de caducidade ................................................... 43
29.1.1 Artigo 157.º Admissibilidade de trabalho intermitente .................... 39 53.1.1 Artigo 388.º Caducidade do contrato a termo certo ......................... 43
30.1.1 Artigo 158.º Forma e conteúdo de contrato de trabalho intermitente 54.1.1 Artigo 389.º Caducidade do contrato a termo incerto ...................... 43
...................................................................................................................... 39
55.1.1 Artigo 351.º Noção de justa causa de despedimento ....................... 43
31.1.1 Artigo 111.º Noção de período experimental ................................... 40
56.1.1 Artigo 353.º Nota de culpa ................................................................ 44
32.1.1 Artigo 112.º Duração do período experimental ................................ 40
57.1.1 Artigo 355.º Resposta à nota de culpa .............................................. 44
33.1.1 Artigo 114.º Denúncia do contrato durante o período experimental
...................................................................................................................... 40 58.1.1 Artigo 357.º Decisão de despedimento por facto imputável ao
trabalhador ................................................................................................... 44
34.1.1 Artigo 140.º Admissibilidade de contrato de trabalho a termo
resolutivo ...................................................................................................... 40 59.1.1 Artigo 389.º Efeitos da ilicitude de despedimento ............................ 44
35.1.1 Artigo 147.º Contrato de trabalho sem termo .................................. 41 60.1.1 Artigo 387.º Apreciação judicial do despedimento ........................... 44

36.1.1 Artigo 141.º Forma e conteúdo de contrato de trabalho a termo .... 41 61.1.1 Artigo 392.º Indemnização em substituição de reintegração a pedido
do empregador ............................................................................................. 44
37.1.1 Artigo 148.º Duração de contrato de trabalho a termo .................... 41
62.1.1 Artigo 382.º Ilicitude de despedimento por facto imputável ao
38.1.1 ............................................................................................................ 41 trabalhador ................................................................................................... 44
39.1.1 Artigo 344.º Caducidade de contrato de trabalho a termo certo ..... 41 63.1.1 Artigo 354.º Suspensão preventiva de trabalhador .......................... 45
40.1.1 Artigo 149.º Renovação de contrato de trabalho a termo certo ...... 41 64.1.1 Artigo 367.º Noção de despedimento por extinção de posto de
41.1.1 Artigo 142.º Casos especiais de contrato de trabalho de muito curta trabalho ......................................................................................................... 45
duração ......................................................................................................... 41 65.1.1 Artigo 373.º Noção de despedimento por inadaptação .................... 45
42.1.1 Artigo 366.º Compensação por despedimento coletivo ................... 42 66.1.1 Artigo 374.º Situações de inadaptação.............................................. 45
43.1.1 Artigo 143.º Sucessão de contrato de trabalho a termo ................... 42 67.1.1 Artigo 375.º Requisitos de despedimento por inadaptação ............. 45
44.1.1 Artigo 145.º Preferência na admissão ............................................... 42 68.1.1 Tempo de Trabalho – Faltas e Férias ................................................. 46
45.1.1 Artigo 345.º Caducidade de contrato de trabalho a termo incerto .. 42 69.1.1 Artigo 59.º (Direitos dos trabalhadores) - CRP .................................. 46
46.1.1 Artigo 128.º Deveres do trabalhador ............................................... 42 70.1.1 Artigo 198.º Período normal de trabalho .......................................... 47
47.1.1 Artigo 136.º Pacto de não concorrência ............................................ 42 71.1.1 Artigo 203.º Limites máximos do período normal de trabalho ......... 47
48.1.1 Artigo 137.º Pacto de permanência .................................................. 42 72.1.1 Artigo 204º Adaptabilidade por regulamentação colectiva .............. 47

22
73.1.1 Artigo 205.º Adaptabilidade individual ............................................. 47 99.1.1 Artigo 238.º Duração do período de férias ........................................ 51
74.1.1 Artigo 201.º Período de funcionamento ........................................... 47 100.1.1 Artigo 241.º Marcação do período de férias ................................... 51
75.1.1 Artigo 212.º Elaboração de horário de trabalho ............................... 47 101.1.1 Artigo 237.º Direito a férias ............................................................. 51
76.1.1 Artigo 213.º Intervalo de descanso ................................................... 47 102.1.1 Artigo 264.º Retribuição do período de férias e subsídio ............... 51
77.1.1 Artigo 218.º Condições de isenção de horário de trabalho .............. 47 103.1.1 Artigo 405.º Liberdade Contratual - CC ........................................... 51
78.1.1 Artigo 226.º Noção de trabalho suplementar ................................... 47
79.1.1 Artigo 227.º Condições de prestação de trabalho suplementar ....... 47
80.1.1 Artigo 228.º Limites de duração do trabalho suplementar ............... 47
81.1.1 Artigo 229.º Descanso compensatório de trabalho suplementar ..... 48
82.1.1 Artigo 268.º Pagamento de trabalho suplementar ........................... 48
83.1.1 Artigo 150.º Noção de trabalho a tempo parcial .............................. 48
84.1.1 Artigo 153º Forma e conteúdo de contrato de trabalho a tempo parcial
...................................................................................................................... 48
85.1.1 Artigo 157.º Admissibilidade de trabalho intermitente .................... 48
86.1.1 Artigo 160.º Direitos do trabalhador ................................................. 49
87.1.1 Artigo 182.º Duração de Contrato de Trabalho Temporário............. 49
88.1.1 Artigo 248.º Noção de falta ............................................................... 49
89.1.1 Artigo 249.º Tipos de faltas ............................................................... 49
90.1.1 Artigo 253.º Comunicação de ausência ............................................. 49
91.1.1 Artigo 254.º Prova de motivo justificativo de falta ........................... 49
92.1.1 Artigo 255.º Efeitos de falta justificada ............................................. 50
93.1.1 Artigo 256.º Efeitos de falta injustificada .......................................... 50
94.1.1 Artigo 213.º Intervalo de descanso ................................................... 50
95.1.1 Artigo 232.º Descanso semanal ......................................................... 50
96.1.1 Artigo 234º Feriados obrigatórios ..................................................... 50
97.1.1 Artigo 237.º Direito a férias ............................................................... 50
98.1.1 Artigo 239.º Casos especiais de duração do período de férias ......... 51

23
9. CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS ARTIGO 4.º A FORMA ESCRITA
A exigência ou a previsão de forma escrita, de documento escrito ou de
Sociedades Comerciais documento assinado, feita no presente Código em relação a qualquer ato jurídico,
considera-se cumprida ou verificada ainda que o suporte em papel ou a assinatura
ARTIGO 1.º ÂMBITO GERAL DE APLICAÇÃO sejam substituídos por outro suporte ou por outro meio de identificação que
2 - São sociedades comerciais aquelas que tenham por objeto a prática de atos assegurem níveis pelo menos equivalentes de inteligibilidade, de durabilidade e
de comércio e adotem o tipo de sociedade em nome coletivo, de sociedade por de autenticidade.
quotas, de sociedade anónima, de sociedade em comandita simples ou de
sociedade em comandita por ações. ARTIGO 35.º PERDA DE METADE DO CAPITAL
3 - As sociedades que tenham por objeto a prática de atos de comércio devem 1 - Resultando das contas de exercício ou de contas intercalares, tal como
adotar um dos tipos referidos no número anterior. elaboradas pelo órgão de administração, que metade do capital social se
4 - As sociedades que tenham exclusivamente por objeto a prática de atos não encontra perdido, ou havendo em qualquer momento fundadas razões para
comerciais podem adotar um dos tipos referidos no n.º 2, sendo-lhes, nesse caso, admitir que essa perda se verifica, devem os gerentes convocar de imediato a
aplicável a presente lei. assembleia geral ou os administradores requerer prontamente a convocação da
mesma, a fim de nela se informar os sócios da situação e de estes tomarem as
ARTIGO 270.º-A CONSTITUIÇÃO medidas julgadas convenientes.
1 - A sociedade unipessoal por quotas é constituída por um sócio único, pessoa 2 - Considera-se estar perdida metade do capital social quando o capital próprio
singular ou coletiva, que é o titular da totalidade do capital social. da sociedade for igual ou inferior a metade do capital social.
2 - A sociedade unipessoal por quotas pode resultar da concentração na 3 - Do aviso convocatório da assembleia geral constarão, pelo menos, os seguintes
titularidade de um único sócio das quotas de uma sociedade por quotas, assuntos para deliberação pelos sócios:
independentemente da causa da concentração. a) A dissolução da sociedade;
b) A redução do capital social para montante não inferior ao capital próprio da
ARTIGO 142.º CAUSAS DE DISSOLUÇÃO ADMINISTRATIVA OU POR sociedade, com respeito, se for o caso, do disposto no n.º 1 do artigo 96.º;
DELIBERAÇÃO DOS SÓCIOS c) A realização pelos sócios de entradas para reforço da cobertura do capital.
1 - Pode ser requerida a dissolução administrativa da sociedade com fundamento
em facto previsto na lei ou no contrato e quando: ARTIGO 32.º LIMITE DA DISTRIBUIÇÃO DE BENS AOS SÓCIOS
a) Por período superior a um ano, o número de sócios for inferior ao mínimo Sem prejuízo do preceituado quanto à redução do capital social, não podem ser
exigido por lei, exceto se um dos sócios for uma pessoa coletiva pública ou distribuídos aos sócios bens da sociedade quando a situação líquida desta, tal
entidade a ela equiparada por lei para esse efeito; como resulta das contas elaboradas e aprovadas nos termos legais, for inferior à
b) A atividade que constitui o objeto contratual se torne de facto impossível; soma do capital e das reservas que a lei ou o contrato não permitem distribuir aos
c) A sociedade não tenha exercido qualquer atividade durante dois anos sócios ou se tornasse inferior a esta soma em consequência da distribuição.
consecutivos;
d) A sociedade exerça de facto uma atividade não compreendida no objeto ARTIGO 33.º LUCROS E RESERVAS NÃO DISTRIBUÍVEIS
contratual. 1 - Não podem ser distribuídos aos sócios os lucros do exercício que sejam
necessários para cobrir prejuízos transitados ou para formar ou reconstituir
reservas impostas pela lei ou pelo contrato de sociedade.
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2 - Não podem ser distribuídos aos sócios lucros do exercício enquanto as da sociedade, mas constituem os órgãos da sociedade no dever de não
despesas de constituição, de investigação e de desenvolvimento não estiverem excederem esse objeto ou de não praticarem esses atos.
completamente amortizadas, exceto se o montante das reservas livres e dos 5 - A sociedade responde civilmente pelos atos ou omissões de quem legalmente
resultados transitados for, pelo menos, igual ao dessas despesas não a represente, nos termos em que os comitentes respondem pelos atos ou
amortizadas. omissões dos comissários.
3 - As reservas cuja existência e cujo montante não figuram expressamente no
balanço não podem ser utilizadas para distribuição aos sócios. ARTIGO 260.º VINCULAÇÃO DA SOCIEDADE
4 - Devem ser expressamente mencionadas na deliberação quais as reservas 1 - Os atos praticados pelos gerentes, em nome da sociedade e dentro dos
distribuídas, no todo ou em parte, quer isoladamente quer juntamente com poderes que a lei lhes confere, vinculam-na para com terceiros, não obstante as
lucros de exercício. limitações constantes do contrato social ou resultantes de deliberações dos
sócios.
ARTIGO 5.º PERSONALIDADE 2 - A sociedade pode, no entanto, opor a terceiros as limitações de poderes
As sociedades gozam de personalidade jurídica e existem como tais a partir da resultantes do seu objeto social, se provar que o terceiro sabia ou não podia
data do registo definitivo do contrato pelo qual se constituem, sem prejuízo do ignorar, tendo em conta as circunstâncias que o ato praticado não respeitava essa
disposto quanto à constituição de sociedades por fusão, cisão ou transformação cláusula e se, entretanto, a sociedade o não assumiu, por deliberação expressa
de outras. ou tácita dos sócios.

ARTIGO 160.º (CAPACIDADE) - CC ARTIGO 243.º CONTRATO DE SUPRIMENTO


1. A capacidade das pessoas coletivas abrange todos os direitos e obrigações 1 - Considera-se contrato de suprimento o contrato pelo qual o sócio empresta à
necessários ou convenientes à prossecução dos seus fins. sociedade dinheiro ou outra coisa fungível, ficando aquela obrigada a restituir
2. Excetuam-se os direitos e obrigações vedados por lei ou que sejam inseparáveis outro tanto do mesmo género e qualidade, ou pelo qual o sócio convenciona com
da personalidade singular. a sociedade o diferimento do vencimento de créditos seus sobre ela, desde que,
ARTIGO 6.º CAPACIDADE em qualquer dos casos, o crédito fique tendo carácter de permanência.
1 - A capacidade da sociedade compreende os direitos e as obrigações necessários
ou convenientes à prossecução do seu fim, excetuados aqueles que lhe sejam ARTIGO 209.º OBRIGAÇÕES DE PRESTAÇÕES ACESSÓRIAS
vedados por lei ou sejam inseparáveis da personalidade singular. 1 - O contrato de sociedade pode impor a todos ou a alguns sócios a obrigação de
2 - As liberalidades que possam ser consideradas usuais, segundo as efetuarem prestações além das entradas, desde que fixe os elementos essenciais
circunstâncias da época e as condições da própria sociedade, não é havidas como desta obrigação e especifique se as prestações devem ser efetuadas onerosa ou
contrárias ao fim desta. gratuitamente. Quando o conteúdo da obrigação corresponder ao de um
3 - Considera-se contrária ao fim da sociedade a prestação de garantias reais ou contrato típico, aplica-se a regulamentação legal própria desse tipo de contrato.
pessoais a dívidas de outras entidades, salvo se existir justificado interesse
próprio da sociedade garante ou se se tratar de sociedade em relação de domínio ARTIGO 21.º DIREITOS DOS SÓCIOS
ou de grupo. 1 - Todo o sócio tem direito:
4 - As cláusulas contratuais e as deliberações sociais que fixem à sociedade a) A quinhoar nos lucros;
determinado objeto ou proíbam a prática de certos atos não limitam a capacidade b) A participar nas deliberações de sócios, sem prejuízo das restrições previstas
na lei;
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c) A obter informações sobre a vida da sociedade, nos termos da lei e do contrato; fazerem incorrer o seu autor em responsabilidade, nos termos da lei, ou quando
d) A ser designado para os órgãos de administração e de fiscalização da sociedade, a consulta tiver por fim julgar da exatidão dos documentos de prestação de contas
nos termos da lei e do contrato. ou habilitar o sócio a votar em assembleia geral já convocada.
2 - É proibida toda a estipulação pela qual deva algum sócio receber juros ou outra 3 - Podem ser pedidas informações sobre atos já praticados ou sobre atos cuja
importância certa em retribuição do seu capital ou indústria. prática seja esperada, quando estes sejam suscetíveis de fazerem incorrer o seu
autor em responsabilidade, nos termos da lei.
ARTIGO 22.º PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E PERDAS 4 - A consulta da escrituração, livros ou documentos deve ser feita pessoalmente
1 - Na falta de preceito especial ou convenção em contrário, os sócios participam pelo sócio, que pode fazer-se assistir de um revisor oficial de contas ou de outro
nos lucros e nas perdas da sociedade segundo a proporção dos valores nominais perito, bem como usar da faculdade reconhecida pelo artigo 576.º do Código Civil.
das respetivas participações no capital. 5 - O sócio pode inspecionar os bens sociais nas condições referidas nos números
2 - Se o contrato determinar somente a parte de cada sócio nos lucros, presumir- anteriores.
se-á ser a mesma a sua parte nas perdas. 6 - O sócio que utilize as informações obtidas de modo a prejudicar injustamente
3 - É nula a cláusula que exclui um sócio da comunhão nos lucros ou que o isente a sociedade ou outros sócios é responsável, nos termos gerais, pelos prejuízos
de participar nas perdas da sociedade, salvo o disposto quanto a sócios de que lhes causar e fica sujeito a exclusão.
indústria. 7 - À prestação de informações em assembleia geral é aplicável o disposto no
4 - É nula a cláusula pela qual a divisão de lucros ou perdas seja deixada ao critério artigo 290.º
de terceiro. 8 - O direito à informação conferido nesta secção compete também ao
usufrutuário quando, por lei ou convenção, lhe caiba exercer o direito de voto.
ARTIGO 181.º DIREITO DOS SÓCIOS À INFORMAÇÃO
1 - Os gerentes devem prestar a qualquer sócio que o requeira informação ARTIGO 215.º IMPEDIMENTO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DO SÓCIO
verdadeira, completa e elucidativa sobre a gestão da sociedade, e bem assim 1 - Salvo disposição diversa do contrato de sociedade, lícita nos termos do artigo
facultar-lhe na sede social a consulta da respetiva escrituração, livros e 214.º, n.º 2, a informação, a consulta ou a inspeção só podem ser recusadas pelos
documentos. A informação será dada por escrito, se assim for solicitado. gerentes quando for de recear que o sócio as utilize para fins estranhos à
3 - A consulta da escrituração, livros ou documentos deve ser feita pessoalmente sociedade e com prejuízo desta e, bem assim, quando a prestação ocasionar
pelo sócio, que pode fazer-se assistir de um revisor oficial de contas ou de outro violação de segredo imposto por lei no interesse de terceiros.
perito, bem como usar da faculdade reconhecida pelo artigo 576.º do Código Civil. 2 - Em caso de recusa de informação ou de prestação de informação
presumivelmente falsa, incompleta ou não elucidativa, pode o sócio interessado
ARTIGO 214.º DIREITO DOS SÓCIOS À INFORMAÇÃO provocar deliberação dos sócios para que a informação lhe seja prestada ou seja
1 - Os gerentes devem prestar a qualquer sócio que o requeira informação corrigida.
verdadeira, completa e elucidativa sobre a gestão da sociedade e bem assim ARTIGO 288.º DIREITO MÍNIMO À INFORMAÇÃO
facultar-lhe na sede social a consulta da respetiva escrituração, livros e 1 - Qualquer acionista que possua ações correspondentes a, pelo menos, 1% do
documentos. A informação será dada por escrito, se assim for solicitado. capital social pode consultar, desde que alegue motivo justificado, na sede da
2 - O direito à informação pode ser regulamentado no contrato de sociedade, sociedade:
contanto que não seja impedido o seu exercício efetivo ou injustificadamente a) Os relatórios de gestão e os documentos de prestação de contas previstos na
limitado o seu âmbito; designadamente, não pode ser excluído esse direito lei, relativos aos três últimos exercícios, incluindo os pareceres do conselho fiscal,
quando, para o seu exercício, for invocada suspeita de práticas suscetíveis de da comissão de auditoria, do conselho geral e de supervisão ou da comissão para
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as matérias financeiras, bem como os relatórios do revisor oficial de contas arquivados na sociedade pelo período obrigatório de conservação de
sujeitos a publicidade, nos termos da lei; documentos.
b) As convocatórias, as atas e as listas de presença das reuniões das assembleias
gerais e especiais de acionistas e das assembleias de obrigacionistas realizadas ARTIGO 189.º DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS
nos últimos três anos; 4 - Nas assembleias gerais, o sócio só pode fazer-se representar pelo seu cônjuge,
c) Os montantes globais das remunerações pagas, relativamente a cada um dos por ascendente ou descendente ou por outro sócio, bastando para o efeito uma
últimos três anos, aos membros dos órgãos sociais; carta dirigida à sociedade.
d) Os montantes globais das quantias pagas, relativamente a cada um dos últimos
três anos, aos dez ou aos cinco empregados da sociedade que recebam as ARTIGO 249.º- REPRESENTAÇÃO EM DELIBERAÇÃO DE SÓCIOS
remunerações mais elevadas, consoante os efetivos do pessoal excedam ou não 5 - A representação voluntária do sócio só pode ser conferida ao seu cônjuge, a
o número de 200; um seu ascendente ou descendente ou a outro sócio, a não ser que o contrato de
e) O documento de registo de ações. sociedade permita expressamente outros representantes.
2 - A exatidão dos elementos referidos nas alíneas c) e d) do número anterior deve
ser certificada pelo revisor oficial de contas, se o acionista o requerer. ARTIGO 7.º FORMA E PARTES DO CONTRATO
3 - A consulta pode ser feita pessoalmente pelo acionista ou por pessoa que possa 1 - O contrato de sociedade deve ser reduzido a escrito e as assinaturas dos seus
representá-lo na assembleia geral, sendo-lhe permitido fazer-se assistir de um subscritores devem ser reconhecidas presencialmente, salvo se forma mais
revisor oficial de contas ou de outro perito, bem como usar da faculdade solene for exigida para a transmissão dos bens com que os sócios entram para a
reconhecida pelo artigo 576.º do Código Civil. sociedade, devendo, neste caso, o contrato revestir essa forma.
4 - Se não for proibido pelos estatutos, os elementos referidos nas alíneas a) a d) 2 - O número mínimo de partes de um contrato de sociedade é de dois, exceto
do n.º 1 são enviados, por correio eletrónico, aos acionistas nas condições ali quando a lei exija número superior ou permita que a sociedade seja constituída
previstas que o requeiram ou, se a sociedade tiver sítio na Internet, divulgados no por uma só pessoa.
respetivo sítio na Internet.
ARTIGO 9.º ELEMENTOS DO CONTRATO
ARTIGO 292.º INQUÉRITO JUDICIAL 1 - Do contrato de qualquer tipo de sociedade devem constar:
6 - O inquérito pode ser requerido sem precedência de pedido de informações à a) Os nomes ou firmas de todos os sócios fundadores e os outros dados de
sociedade se as circunstâncias do caso fizerem presumir que a informação não identificação destes;
será prestada ao acionista, nos termos da lei. b) O tipo de sociedade;
c) A firma da sociedade;
ARTIGO 380.º REPRESENTAÇÃO DE ACCIONISTAS - SA d) O objeto da sociedade;
1 - O contrato de sociedade não pode proibir que um acionista se faça representar e) A sede da sociedade;
na assembleia geral. 2 - Como instrumento de representação voluntária basta um f) O capital social, salvo nas sociedades em nome coletivo em que todos os sócios
documento escrito, com assinatura, dirigido ao presidente da mesa; tais contribuam apenas com a sua indústria;
documentos ficam arquivados na sociedade pelo período obrigatório de g) A quota de capital e a natureza da entrada de cada sócio, bem como os
conservação de documentos. pagamentos efetuados por conta de cada quota;
2 - Como instrumento de representação voluntária basta um documento escrito, h) Consistindo a entrada em bens diferentes de dinheiro, a descrição destes e a
com assinatura, dirigido ao presidente da mesa; tais documentos ficam especificação dos respetivos valores;
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i) Quando o exercício anual for diferente do ano civil, a data do respetivo SOCIEDADES EM NOME COLETIVO
encerramento, a qual deve coincidir com o último dia do mês de calendário, sem
prejuízo do previsto no artigo 7.º do Código do Imposto sobre o Rendimento das ARTIGO 175.º CARACTERÍSTICAS
Pessoas Coletivas. 1 - Na sociedade em nome coletivo o sócio, além de responder individualmente
pela sua entrada, responde pelas obrigações sociais subsidiariamente em relação
ARTIGO 11.º OBJECTO à sociedade e solidariamente com os outros sócios.
1 - A indicação do objeto da sociedade deve ser corretamente redigida em língua 2 - O sócio não responde pelas obrigações da sociedade contraídas
portuguesa. posteriormente à data em que dela sair, mas responde pelas obrigações
contraídas anteriormente à data do seu ingresso.
ARTIGO 12.º SEDE 3 - O sócio que, por força do disposto nos números anteriores, satisfizer
1 - A sede da sociedade deve ser estabelecida em local concretamente definido. obrigações da sociedade tem direito de regresso contra os outros sócios, na
2 - Salvo disposição em contrário no contrato da sociedade, a administração pode medida em que o pagamento efetuado exceda a importância que lhe caberia
deslocar a sede da sociedade dentro do território nacional. suportar segundo as regras aplicáveis à sua participação nas perdas sociais.
3 - A sede da sociedade constitui o seu domicílio, sem prejuízo de no contrato se
estipular domicílio particular para determinados negócios. ARTIGO 180.º PROIBIÇÃO DE CONCORRÊNCIA E DE PARTICIPAÇÃO NOUTRAS
SOCIEDADES
ARTIGO 5.º PERSONALIDADE 1 - Nenhum sócio pode exercer, por conta própria ou alheia, atividade
As sociedades gozam de personalidade jurídica e existem como tais a partir da concorrente com a da sociedade nem ser sócio de responsabilidade ilimitada
data do registo definitivo do contrato pelo qual se constituem, sem prejuízo do noutra sociedade, salvo expresso consentimento de todos os outros sócios.
disposto quanto à constituição de sociedades por fusão, cisão ou transformação
de outras. ARTIGO 192.º COMPETÊNCIA DOS GERENTES
1 - A administração e a representação da sociedade competem aos gerentes.
2 - A competência dos gerentes, tanto para administrar como para representar a
sociedade, deve ser sempre exercida dentro dos limites do objeto social e, pelo
contrato, pode ficar sujeita a outras limitações ou condicionamentos.
5 - A gerência presume-se remunerada; o montante da remuneração de cada
gerente, quando não excluída pelo contrato, é fixado por deliberação dos sócios.
ARTIGO 191.º COMPOSIÇÃO DA GERÊNCIA
1 - Não havendo estipulação em contrário e salvo o disposto no n.º 3, são gerentes
todos os sócios, quer tenham constituído a sociedade, quer tenham adquirido
essa qualidade posteriormente.
2 - Por deliberação unânime dos sócios podem ser designadas gerentes pessoas
estranhas à sociedade.
3 - Uma pessoa coletiva sócia não pode ser gerente, mas, salvo proibição
contratual, pode nomear uma pessoa singular para, em nome próprio, exercer
esse cargo.
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4 - O sócio que tiver sido designado gerente por cláusula especial do contrato de
sociedade só pode ser destituído da gerência em ação intentada pela sociedade
ou por outro sócio, contra ele e contra a sociedade, com fundamento em justa
causa.
5 - O sócio que exercer a gerência por força do disposto no n.º 1 ou que tiver sido
designado gerente por deliberação dos sócios só pode ser destituído da gerência
por deliberação dos sócios, com fundamento em justa causa, salvo quando o
contrato de sociedade dispuser diferentemente.
6 - Os gerentes não sócios podem ser destituídos da gerência por deliberação dos
sócios, independentemente de justa causa.
7 - Se a sociedade tiver apenas dois sócios, a destituição de qualquer deles da
gerência, com fundamento em justa causa, só pelo tribunal pode ser decidida, em
ação intentada pelo outro contra a sociedade.

ARTIGO 189.º DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS


1 - Às deliberações dos sócios e à convocação e funcionamento das assembleias
gerais aplica-se o disposto para as sociedades por quotas em tudo quanto a lei ou
o contrato de sociedade não dispuserem diferentemente.
2 - As deliberações são tomadas por maioria simples dos votos expressos, quando
a lei ou o contrato não dispuserem diversamente.

ARTIGO 190.º DIREITO DE VOTO


1 - A cada sócio pertence um voto, salvo se outro critério for determinado no
contrato de sociedade, sem, contudo, o direito de voto poder ser suprimido.
2 - O sócio de indústria disporá sempre, pelo menos, de votos em número igual
ao menor número de votos atribuídos a sócios de capital.

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Sociedades por Quotas ARTIGO 252.º COMPOSIÇÃO DA GERÊNCIA
1 - A sociedade é administrada e representada por um ou mais gerentes, que
ARTIGO 197.º CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE podem ser escolhidos de entre estranhos à sociedade e devem ser pessoas
1 - Na sociedade por quotas o capital está dividido em quotas e os sócios são singulares com capacidade jurídica plena.
solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato 2 - Os gerentes são designados no contrato de sociedade ou eleitos
social, conforme o disposto no artigo 207.º posteriormente por deliberação dos sócios, se não estiver prevista no contrato
2 - Os sócios apenas são obrigados a outras prestações quando a lei ou o contrato, outra forma de designação.
autorizado por lei, assim o estabeleçam.
3 - Só o património social responde para com os credores pelas dívidas da ARTIGO 248.º ASSEMBLEIAS GERAIS
sociedade, salvo o disposto no artigo seguinte. 1 - Às assembleias gerais das sociedades por quotas aplica-se o disposto sobre
assembleias gerais das sociedades anónimas, em tudo o que não estiver
ARTIGO 239.º EXECUÇÃO DA QUOTA especificamente regulado para aquelas.
1 - A penhora de uma quota abrange os direitos patrimoniais a ela inerentes, com 2 - Os direitos atribuídos nas sociedades anónimas a uma minoria de acionistas
ressalva do direito a lucros já atribuídos por deliberação dos sócios à data da quanto à convocação e à inclusão de assuntos na ordem do dia podem ser sempre
penhora e sem prejuízo da penhora deste crédito; o direito de voto continua a ser exercidos por qualquer sócio de sociedades por quotas.
exercido pelo titular da quota penhorada. 3 - A convocação das assembleias gerais compete a qualquer dos gerentes e deve
2 - A transmissão de quotas em processo executivo ou de liquidação de ser feita por meio de carta registada, expedida com a antecedência mínima de 15
patrimónios não pode ser proibida ou limitada pelo contrato de sociedade nem dias, a não ser que a lei ou o contrato de sociedade exijam outras formalidades
está dependente do consentimento desta. Todavia, o contrato pode atribuir à ou estabeleçam prazo mais longo.
sociedade o direito de amortizar quotas em caso de penhora.
ARTIGO 263.º RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS DO EXERCÍCIO
ARTIGO 198.º RESPONSABILIDADE DIRECTA DOS SÓCIOS PARA COM OS 1 - O relatório de gestão e os documentos de prestação de contas devem estar
CREDORES SOCIAIS patentes aos sócios, nas condições previstas no artigo 214.º, n.º 4, na sede da
1 - É lícito estipular no contrato que um ou mais sócios, além de responderem sociedade e durante as horas de expediente, a partir do dia em que seja expedida
para com a sociedade nos termos definidos no n.º 1 do artigo anterior, a convocação para a assembleia destinada a apreciá-los; os sócios serão avisados
respondem também perante os credores sociais até determinado montante; essa deste facto na própria convocação.
responsabilidade tanto pode ser solidária com a da sociedade, como subsidiária 2 - É desnecessária outra forma de apreciação ou deliberação quando todos os
em relação a esta e a efetivar apenas na fase da liquidação. sócios sejam gerentes e todos eles assinem, sem reservas, o relatório de gestão,
as contas e a proposta sobre aplicação de lucros e tratamento de perdas, salvo
ARTIGO 201.º MONTANTE DO CAPITAL quanto a sociedades abrangidas pelos n. os 5 e 6 deste artigo.
A sociedade por quotas não pode ser constituída com um capital inferior a (euro)
5000 nem posteriormente o seu capital pode ser reduzido a importância inferior ARTIGO 262.º FISCALIZAÇÃO
a essa. 1 - O contrato de sociedade pode determinar que a sociedade tenha um conselho
fiscal, que se rege pelo disposto a esse respeito para as sociedades anónimas.

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2 - As sociedades que não tiverem conselho fiscal devem designar um revisor Sociedades Anónimas
oficial de contas para proceder à revisão legal desde que, durante dois anos
consecutivos, sejam ultrapassados dois dos três seguintes limites: ARTIGO 271.º CARACTERÍSTICAS
a) Total do balanço - (euro) 1500000; Na sociedade anónima, o capital é dividido em ações e cada sócio limita a sua
b) Total das vendas líquidas e outros proveitos - (euro) 3000000; responsabilidade ao valor das ações que subscreveu.
c) Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício - 50.
ARTIGO 273.º NÚMERO DE ACCIONISTAS
1 - A sociedade anónima não pode ser constituída por um número de sócios
inferior a cinco, salvo quando a lei o dispense.
2 - Do disposto no n.º 1 excetuam-se as sociedades em que o Estado, diretamente
ou por intermédio de empresas públicas ou outras entidades equiparadas por lei
para este efeito, fique a deter a maioria do capital, as quais podem constituir-se
apenas com dois sócios.

ARTIGO 278.º ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO E DA FISCALIZAÇÃO


1 - A administração e a fiscalização da sociedade podem ser estruturadas segundo
uma de três modalidades:
a) Conselho de administração e conselho fiscal;
b) Conselho de administração, compreendendo uma comissão de auditoria, e
revisor oficial de contas;
c) Conselho de administração executivo, conselho geral e de supervisão e revisor
oficial de contas.

ARTIGO 376.º ASSEMBLEIA GERAL ANUAL


1 - A assembleia geral dos acionistas deve reunir no prazo de três meses a contar
da data do encerramento do exercício ou no prazo de cinco meses a contar da
mesma data quando se tratar de sociedades que devam apresentar contas
consolidadas ou apliquem o método da equivalência patrimonial para:
a) Deliberar sobre o relatório de gestão e as contas do exercício;
b) Deliberar sobre a proposta de aplicação de resultados;
c) Proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da sociedade e, se
disso for caso e embora esses assuntos não constem da ordem do dia, proceder
à destituição, dentro da sua competência, ou manifestar a sua desconfiança
quanto a administradores;
d) Proceder às eleições que sejam da sua competência.

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Sociedades Em Comandita a) A modalidade, os motivos, as condições e os objetivos da fusão, relativamente
ARTIGO 465.º NOÇÃO a todas as sociedades participantes;
1 - Na sociedade em comandita cada um dos sócios comanditários responde b) A firma, a sede, o montante do capital e o número de matrícula no registo
apenas pela sua entrada; os sócios comanditados respondem pelas dívidas da comercial de cada uma das sociedades;
sociedade nos mesmos termos que os sócios da sociedade em nome coletivo. c) A participação que alguma das sociedades tenha no capital de outra;
d) O balanço de cada uma das sociedades intervenientes, donde conste
designadamente o valor dos elementos do ativo e do passivo a transferir para a
MODIFICAÇÃO E EXTINÇÃO DAS SOCIEDADES sociedade incorporante ou para a nova sociedade;
Artigo 85.º Deliberação de alteração e) As partes, ações ou quotas a atribuir aos sócios da sociedade a incorporar nos
1 - A alteração do contrato de sociedade, quer por modificação ou supressão de termos da alínea a) do n.º 4 do artigo anterior ou das sociedades a fundir nos
alguma das suas cláusulas quer por introdução de nova cláusula, só pode ser termos da alínea b) desse número e, se as houver, as quantias em dinheiro a
deliberada pelos sócios, salvo quando a lei permita atribuir cumulativamente essa atribuir aos mesmos sócios, especificando-se a relação de troca das participações
competência a algum outro órgão. sociais;
f) O projeto de alteração a introduzir no contrato da sociedade incorporante ou o
projeto de contrato da nova sociedade;
FUSÃO DE SOCIEDADES g) As medidas de proteção dos direitos de terceiros não sócios a participar nos
Artigo 97.º Noção - Modalidades lucros da sociedade;
1 - Duas ou mais sociedades, ainda que de tipo diverso, podem fundir-se mediante h) As modalidades de proteção dos direitos dos credores;
a sua reunião numa só. i) A data a partir da qual as operações da sociedade incorporada ou das
2 - As sociedades dissolvidas podem fundir-se com outras sociedades, dissolvidas sociedades a fundir são consideradas, do ponto de vista contabilístico, como
ou não, ainda que a liquidação seja feita judicialmente, se preencherem os efetuadas por conta da sociedade incorporante ou da nova sociedade;
requisitos de que depende o regresso ao exercício da atividade social. j) Os direitos assegurados pela sociedade incorporante ou pela nova sociedade a
4 - A fusão pode realizar-se: sócios da sociedade incorporada ou das sociedades a fundir que possuem direitos
a) Mediante a transferência global do património de uma ou mais sociedades para especiais;
outra e a atribuição aos sócios daquelas de partes, ações ou quotas desta, l) Quaisquer vantagens especiais atribuídas aos peritos que intervenham na fusão
incorporação; e aos membros dos órgãos de administração ou de fiscalização das sociedades
b) Mediante a constituição de uma nova sociedade, para a qual se transferem participantes na fusão;
globalmente os patrimónios das sociedades fundidas, sendo aos sócios destas m) Nas fusões em que seja anónima a sociedade incorporante ou a nova
atribuídas partes, ações ou quotas da nova sociedade, concentração. sociedade, as modalidades de entrega das ações dessas sociedades e a data a
partir da qual estas ações dão direito a lucros, bem como as modalidades desse
ARTIGO 98.º PROJECTO DE FUSÃO POWER POINT SLIDE 84 – VALE A PENA??’ direito.
1 - As administrações das sociedades que pretendam fundir-se elaboram, em 2 - O balanço referido na alínea d) do número anterior é:
conjunto, um projeto de fusão donde constem, além de outros elementos a) O balanço do último exercício, desde que tenha sido encerrado nos seis meses
necessários ou convenientes para o perfeito conhecimento da operação visada, anteriores à data do projeto de fusão; ou
tanto no aspeto jurídico, como no aspeto económico, os seguintes elementos: b) Um balanço reportado a uma data que não anteceda o primeiro dia do terceiro
mês anterior à data do projeto de fusão.
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3 - O projeto ou um anexo a este indicará os critérios de avaliação adotados, bem
como as bases de relação de troca referida na alínea e) do nº 1. ARTIGO 486.º SOCIEDADES EM RELAÇÃO DE DOMÍNIO
1 - Considera-se que duas sociedades estão em relação de domínio quando uma
delas, dita dominante, pode exercer, diretamente ou por sociedades ou pessoas
CISÃO DE SOCIEDADES
que preencham os requisitos indicados no artigo 483.º, n.º 2, sobre a outra, dita
ARTIGO 118.º NOÇÃO - MODALIDADES
dependente, uma influência dominante.
1 - É permitido a uma sociedade:
2 - Presume-se que uma sociedade é dependente de uma outra se esta, direta ou
a) Destacar parte do seu património para com ela constituir outra sociedade;
indiretamente:
b) Dissolver-se e dividir o seu património, sendo cada uma das partes resultantes
a) Detém uma participação maioritária no capital;
destinada a constituir uma nova sociedade;
b) Dispõe de mais de metade dos votos;
c) Destacar partes do seu património ou dissolver-se, dividindo o seu património
c) Tem a possibilidade de designar mais de metade dos membros do órgão de
em duas ou mais partes, para as fundir com sociedades já existentes ou com
administração ou do órgão de fiscalização. 3 - Sempre que a lei imponha a
partes do património de outras sociedades, separadas por idênticos processos e
publicação ou declaração de participações, deve ser mencionado, tanto pela
com igual finalidade.
sociedade presumivelmente dominante, como pela sociedade presumivelmente
2 - As sociedades resultantes da cisão podem ser de tipo diferente do da
dependente, se se verifica alguma das situações referidas nas alíneas do n.º 2
sociedade cindida.
deste artigo.

Sociedades Coligadas
A firma ou denominação social - Decreto-Lei n.º 129/98, de 13 de maio -
ARTIGO 482.º SOCIEDADES COLIGADAS
RNPC
Para os efeitos desta lei, consideram-se sociedades coligadas:
a) As sociedades em relação de simples participação;
b) As sociedades em relação de participações recíprocas; ARTIGO 3.º FIRMAS E DENOMINAÇÕES - DECRETO-LEI N.º 129/98, DE 13 DE
c) As sociedades em relação de domínio; MAIO
d) As sociedades em relação de grupo. A atribuição das firmas e denominações está sujeita à observância dos princípios
da verdade e da novidade nos termos e condições previstos no título III e o
ARTIGO 483.º SOCIEDADES EM RELAÇÃO DE SIMPLES PARTICIPAÇÃO respetivo registo confere o direito ao seu uso exclusivo.
1 - Considera-se que uma sociedade está em relação de simples participação com
outra quando uma delas é titular de quotas ou ações da outra em montante igual ARTIGO 13.º NÚMERO DE IDENTIFICAÇÃO - DECRETO-LEI N.º 129/98, DE 13 DE
ou superior a 10% do capital desta, mas entre ambas não existe nenhuma das MAIO
outras relações previstas no artigo 482.º 1 - A cada entidade inscrita no FCPC (Ficheiro Central Pessoas Coletivas) é
atribuído um número de identificação próprio, designado número de
ARTIGO 485.º SOCIEDADES EM RELAÇÃO DE PARTICIPAÇÕES RECÍPROCAS identificação de pessoa coletiva (NIPC).
1 - As sociedades que estiverem em relação de participações recíprocas ficam 2 - O NIPC é um número sequencial de nove dígitos, variando o primeiro dígito
sujeitas aos deveres e restrições constantes dos números seguintes, a partir do da esquerda entre os algarismos 5 e 9, com exclusão do algarismo 7.
momento em que ambas as participações atinjam 10% do capital da participada.
33
3 - A atribuição do primeiro dígito da esquerda é efetuada de harmonia com b) Expressões que sugiram de forma enganadora uma capacidade técnica,
tabela aprovada por portaria do Ministro da Justiça. financeira ou âmbito de atuação manifestamente desproporcionados
relativamente aos meios disponíveis ou que correspondam a qualidades ou
ARTIGO 53.º VALIDADE DO CERTIFICADO - DECRETO-LEI N.º 129/98, DE 13 DE excelências em detrimento de outrem;
MAIO c) Expressões proibidas por lei ou ofensivas da moral ou dos bons costumes;
d) Expressões incompatíveis com o respeito pela liberdade de opção política,
1 - O certificado de admissibilidade de firma ou denominação é válido pelo religiosa ou ideológica;
período de três meses, a contar da data da sua emissão, para a firma, sede, e) Expressões que desrespeitem ou se apropriem ilegitimamente de símbolos
objeto, requerente e condições de validade nele indicadas. nacionais, personalidades, épocas ou instituições cujo nome ou significado seja
3 - O certificado condicionado à participação de pessoa singular ou coletiva ou de salvaguardar por razões históricas, patrióticas, científicas, institucionais,
de titular de direito de propriedade industrial já registado só é válido quando culturais ou outras atendíveis.
utilizado por pessoa legitimada para o efeito.
ARTIGO 38.º COMERCIANTES INDIVIDUAIS - DECRETO-LEI Nº129/98, DE 13
ARTIGO 55.º NULIDADE DO ACTO - DECRETO-LEI N.º 129/98, DE 13 DE MAIO MAIO
1 - É nulo o ato efetuado: 3 - O nome do comerciante individual não pode ser antecedido de quaisquer
a) Com inobservância do disposto nos n. os 1 e 3 do artigo 53.º; ou expressões ou siglas, salvo as correspondentes a títulos académicos, profissionais
b) Sem a emissão do certificado de admissibilidade de firma ou denominação, ou nobiliárquicos a que tenha direito, e a sua abreviação não pode reduzir-se a
quando este deva ser exigido. um só vocábulo, a menos que a adição efetuada o torne completamente
2 - A nulidade prevista na alínea b) do número anterior é sanável mediante a individualizador.
apresentação do certificado de admissibilidade de firma ou denominação em falta 4 - Os comerciantes individuais que não usem como firma apenas o seu nome
no prazo de três meses a contar da data do ato. completo ou abreviado têm direito ao uso exclusivo da sua firma desde a data do
registo definitivo e no âmbito do concelho onde se encontra o seu
ARTIGO 32.º PRINCÍPIO DA VERDADE - DECRETO-LEI Nº129/98, DE 13 MAIO estabelecimento principal.
1 - Os elementos componentes das firmas e denominações devem ser
verdadeiros e não induzir em erro sobre a identificação, natureza ou atividade do ARTIGO 44.º COMERCIANTES INDIVIDUAIS - DECRETO-LEI Nº129/98, DE 13
seu titular. MAIO
2 - Os elementos característicos das firmas e denominações, ainda quando 1 - O adquirente, por qualquer título entre vivos, de um estabelecimento
constituídos por designações de fantasia, siglas ou composições, não podem comercial pode aditar à sua própria firma a menção de haver sucedido na firma
sugerir atividade diferente da que constitui o objeto social. do anterior titular do estabelecimento, se esse titular o autorizar, por escrito.
3 - Os vocábulos de uso corrente e os topónimos, bem como qualquer indicação 2 - Tratando-se de firma de sociedade onde figure o nome de sócio, a autorização
de proveniência geográfica, não são considerados de uso exclusivo. deste é também indispensável.
4 - Das firmas e denominações não podem fazer parte:
a) Expressões que possam induzir em erro quanto à caracterização jurídica da ARTIGO 33.º PRINCÍPIO DA NOVIDADE - DECRETO-LEI Nº129/98, DE 13 MAIO
pessoa coletiva, designadamente o uso, por entidades com fim lucrativo, de
expressões correntemente usadas na designação de organismos públicos ou de 1 - As firmas e denominações devem ser distintas e não suscetíveis de confusão
associações sem finalidade lucrativa; ou erro com as registadas ou licenciadas no mesmo âmbito de exclusividade,

34
mesmo quando a lei permita a inclusão de elementos utilizados por outras já 10. DIREITO DO TRABALHO
registadas, ou com designações de instituições notoriamente conhecidas.
ARTIGO 18.º (FORÇA JURÍDICA)
ARTIGO 177.º FIRMA - CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS 1. Os preceitos constitucionais respeitantes aos direitos, liberdades e garantias
1 - A firma da sociedade em nome coletivo deve, quando não individualizar todos são diretamente aplicáveis e vinculam as entidades públicas e privadas.
os sócios, conter, pelo menos, o nome ou firma de um deles, com o aditamento, 2. A lei só pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos
abreviado ou por extenso, «e companhia» ou qualquer outro que indique a expressamente previstos na Constituição, devendo as restrições limitar-se ao
existência de outros sócios. necessário para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente
2 - Se alguém que não for sócio da sociedade incluir o seu nome ou firma na firma protegidos.
social, ficará sujeito à responsabilidade imposta aos sócios no artigo 175.º 3. As leis restritivas de direitos, liberdades e garantias têm de revestir carácter
geral e abstrato e não podem ter efeito retroativo nem diminuir a extensão e o
ARTIGO 200.º FIRMA - CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS alcance do conteúdo essencial dos preceitos constitucionais.
1 - A firma destas sociedades deve ser formada, com ou sem sigla, pelo nome ou
firma de todos, algum ou alguns dos sócios, ou por uma denominação particular, ARTIGO 13.º (PRINCÍPIO DA IGUALDADE)
ou pela reunião de ambos esses elementos, mas em qualquer caso concluirá pela 1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
palavra «limitada» ou pela abreviatura «Lda.». 2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer
2 - Na firma não podem ser incluídas ou mantidas expressões indicativas de um direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua,
objeto social que não esteja especificamente previsto na respetiva cláusula do território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução,
contrato de sociedade. situação económica, condição social ou orientação sexual.
3 - No caso de o objeto contratual da sociedade ser alterado, deixando de incluir
atividade especificada na firma, a alteração do objeto deve ser simultaneamente ARTIGO 58.º (DIREITO AO TRABALHO)
acompanhada da modificação da firma. 1. Todos têm direito ao trabalho.

ARTIGO 275.º FIRMA - CÓDIGO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS ARTIGO 54.º (COMISSÕES DE TRABALHADORES)
1 - A firma destas sociedades será formada, com ou sem sigla, pelo nome ou firma 1. É direito dos trabalhadores criarem comissões de trabalhadores para defesa
de um ou alguns dos sócios ou por uma denominação particular, ou pela reunião dos seus interesses e intervenção democrática na vida da empresa.
de ambos esses elementos, mas em qualquer caso concluirá pela expressão 2. Os trabalhadores deliberam a constituição, aprovam os estatutos e elegem, por
«sociedade anónima» ou pela abreviatura «S. A.». voto direto e secreto, os membros das comissões de trabalhadores.
3. Podem ser criadas comissões coordenadoras para melhor intervenção na
reestruturação económica e por forma a garantir os interesses dos trabalhadores.
4. Os membros das comissões gozam da proteção legal reconhecida aos
delegados sindicais.
5. Constituem direitos das comissões de trabalhadores:
a) Receber todas as informações necessárias ao exercício da sua atividade;
b) Exercer o controlo de gestão nas empresas;

35
c) Participar nos processos de reestruturação da empresa, especialmente no 2 - Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho negociais são a
tocante a ações de formação ou quando ocorra alteração das condições de convenção coletiva, o acordo de adesão e a decisão arbitral em processo de
trabalho; arbitragem voluntária.
d) Participar na elaboração da legislação do trabalho e dos planos económico- 3 - As convenções coletivas podem ser:
sociais que contemplem o respetivo sector; a) Contrato coletivo, a convenção celebrada entre associação sindical e
e) Gerir ou participar na gestão das obras sociais da empresa; associação de empregadores;
f) Promover a eleição de representantes dos trabalhadores para os órgãos sociais b) Acordo coletivo, a convenção celebrada entre associação sindical e uma
de empresas pertencentes ao Estado ou a outras entidades públicas, nos termos pluralidade de empregadores para diferentes empresas;
da lei. c) Acordo de empresa, a convenção celebrada entre associação sindical e um
empregador para uma empresa ou estabelecimento.
ARTIGO 16.º (ÂMBITO E SENTIDO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS) 4 - Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho não negociais são a
1. Os direitos fundamentais consagrados na Constituição não excluem quaisquer portaria de extensão, a portaria de condições de trabalho e a decisão arbitral em
outros constantes das leis e das regras aplicáveis de direito internacional. processo de arbitragem obrigatória ou necessária.
2. Os preceitos constitucionais e legais relativos aos direitos fundamentais devem
ser interpretados e integrados de harmonia com a Declaração Universal dos ARTIGO 3.º RELAÇÕES ENTRE FONTES DE REGULAÇÃO
Direitos do Homem 1 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho podem ser afastadas por
instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, salvo quando delas resultar
ARTIGO 8.º (DIREITO INTERNACIONAL) o contrário.
1. As normas e os princípios de direito internacional geral ou comum fazem parte 2 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho não podem ser afastadas
integrante do direito português. por portaria de condições de trabalho.
2. As normas constantes de convenções internacionais regularmente ratificadas 3 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho só podem ser afastadas
ou aprovadas vigoram na ordem interna após a sua publicação oficial e enquanto por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho que, sem oposição
vincularem internacionalmente o Estado Português. daquelas normas, disponha em sentido mais favorável aos trabalhadores quando
respeitem às seguintes matérias:
a) Direitos de personalidade, igualdade e não discriminação;
CÓDIGO DO TRABALHO - Lei n.º 7/2009 de 12 de fevereiro
b) Proteção na parentalidade;
c) Trabalho de menores;
ARTIGO 1.º FONTES ESPECÍFICAS d) Trabalhador com capacidade de trabalho reduzida, com deficiência ou doença
O contrato de trabalho está sujeito, em especial, aos instrumentos de crónica;
regulamentação coletiva de trabalho, assim como aos usos laborais que não e) Trabalhador-estudante;
contrariem o princípio da boa fé. f) Dever de informação do empregador;
g) Limites à duração dos períodos normais de trabalho diário e semanal;
ARTIGO 2.º - INSTRUMENTOS DE REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA DE h) Duração mínima dos períodos de repouso, incluindo a duração mínima do
TRABALHO período anual de férias;
1 - Os instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho podem ser negociais i) Duração máxima do trabalho dos trabalhadores noturnos;
ou não negociais. j) Forma de cumprimento e garantias da retribuição;
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l) Capítulo sobre prevenção e reparação de acidentes de trabalho e doenças Contrato de Trabalho
profissionais e legislação que o regulamenta;
m) Transmissão de empresa ou estabelecimento; LIVRE CIRCULAÇÃO DE TRABALHADORES - TRATADO SOBRE O
n) Direitos dos representantes eleitos dos trabalhadores. FUNCIONAMENTO DA UNIÃO EUROPEIA
4 - As normas legais reguladoras de contrato de trabalho só podem ser afastadas
por contrato individual que estabeleça condições mais favoráveis para o ARTIGO 45.º (EX-ARTIGO 39.O TCE)
trabalhador, se delas não resultar o contrário. 1. A livre circulação dos trabalhadores fica assegurada na União
5 - Sempre que uma norma legal reguladora de contrato de trabalho determine 2. A livre circulação dos trabalhadores implica a abolição de toda e qualquer
que a mesma pode ser afastada por instrumento de regulamentação coletiva de discriminação em razão da nacionalidade, entre os trabalhadores dos Estados-
trabalho entende-se que o não pode ser por contrato de trabalho. Membros, no que diz respeito ao emprego, à remuneração e demais condições
de trabalho.
3. A livre circulação dos trabalhadores compreende, sem prejuízo das limitações
justificadas por razões de ordem pública, segurança pública e saúde pública, o
direito de:
a) Responder a ofertas de emprego efetivamente feitas;
b) Deslocar-se livremente, para o efeito, no território dos Estados-Membros;
c) Residir num dos Estados-Membros a fim de nele exercer uma atividade laboral,
em conformidade com as disposições legislativas, regulamentares e
administrativas que regem o emprego dos trabalhadores nacionais;
d) Permanecer no território de um Estado-Membro depois de nele ter exercido
uma atividade laboral, nas condições que serão objeto de regulamentos a
estabelecer pela Comissão.
4. O disposto no presente artigo não é aplicável aos empregos na administração
pública.

LEI N.º 37/2006 DE 9 DE AGOSTO


Regula o exercício do direito de livre circulação e residência dos cidadãos da União
Europeia e dos membros das suas famílias no território nacional e transpõe para
a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2004/38/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 29 de Abril.

ARTIGO 4.º ENTRADA NO TERRITÓRIO NACIONAL


1 - Aos cidadãos da União é admitida a entrada no território nacional mediante a
simples apresentação de um bilhete de identidade ou de passaporte válidos e sem
qualquer visto de entrada ou formalidade equivalente.

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2 - Os familiares de cidadãos da União que não possuam a nacionalidade de um d) Participar de modo diligente em ações de formação profissional que lhe sejam
Estado membro são admitidos no território nacional mediante a apresentação de proporcionadas pelo empregador;
um passaporte válido, só estando sujeitos à obrigação de visto de entrada nos e) Cumprir as ordens e instruções do empregador respeitantes a execução ou
termos das normas em vigor na União Europeia, beneficiando, porém, de todas disciplina do trabalho, bem como a segurança e saúde no trabalho, que não sejam
as facilidades para a obtenção dos vistos necessários, os quais são concedidos a contrárias aos seus direitos ou garantias;
título gratuito e com tramitação especial que garanta a celeridade na emissão. f) Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente não negociando por conta
própria ou alheia em concorrência com ele, nem divulgando informações
ARTIGO 6.º DIREITO DE RESIDÊNCIA ATÉ TRÊS MESES referentes à sua organização, métodos de produção ou negócios;
1 - Os cidadãos da União têm o direito de residir no território nacional por período g) Velar pela conservação e boa utilização de bens relacionados com o trabalho
até três meses sem outras condições e formalidades além da titularidade de um que lhe forem confiados pelo empregador;
bilhete de identidade ou passaporte válidos. h) Promover ou executar os atos tendentes à melhoria da produtividade da
2 - O disposto no número anterior é igualmente aplicável aos familiares que, empresa;
munidos de um passaporte válido, acompanhem ou se reúnam ao cidadão da i) Cooperar para a melhoria da segurança e saúde no trabalho, nomeadamente
União. por intermédio dos representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;
j) Cumprir as prescrições sobre segurança e saúde no trabalho que decorram de
ARTIGO 7.º DIREITO DE RESIDÊNCIA DOS CIDADÃOS DA UNIÃO E DOS SEUS lei ou instrumento de regulamentação coletiva de trabalho.
FAMILIARES 2 - O dever de obediência respeita tanto a ordens ou instruções do empregador
1 - Qualquer cidadão da União tem o direito de residir no território nacional por como de superior hierárquico do trabalhador, dentro dos poderes que por aquele
período superior a três meses desde que reúna uma das seguintes condições: lhe forem atribuídos.

ARTIGO 10.º DIREITO DE RESIDÊNCIA PERMANENTE DOS CIDADÃOS DA UNIÃO ARTIGO 101.º PLURALIDADE DE EMPREGADORES
E DOS SEUS FAMILIARES 1 - O trabalhador pode obrigar-se a prestar trabalho a vários empregadores entre
1 - Têm direito a residência permanente os cidadãos da União que tenham os quais exista uma relação societária de participações recíprocas, de domínio ou
residido legalmente no território nacional por um período de cinco anos de grupo, ou que tenham estruturas organizativas comuns.
consecutivos. 2 - O contrato de trabalho com pluralidade de empregadores está sujeito aforma
escrita e deve conter:
a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
CÓDIGO DO TRABALHO - LEI N.º 7/2009 DE 12 DE FEVEREIRO b) Indicação da atividade do trabalhador, do local e do período normal de
trabalho;
ARTIGO 128.º DEVERES DO TRABALHADOR c) Indicação do empregador que representa os demais no cumprimento dos
1 - Sem prejuízo de outras obrigações, o trabalhador deve: deveres e no exercício dos direitos emergentes do contrato de trabalho.
a) Respeitar e tratar o empregador, os superiores hierárquicos, os companheiros 3 - Os empregadores são solidariamente responsáveis pelo cumprimento das
de trabalho e as pessoas que se relacionem com a empresa, com urbanidade e obrigações decorrentes do contrato de trabalho, cujo credor seja o trabalhador
probidade; ou terceiro.
b) Comparecer ao serviço com assiduidade e pontualidade;
c) Realizar o trabalho com zelo e diligência;
38
4 - Cessando a situação referida no n.º 1, considera-se que o trabalhador fica b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertençam ao
apenas vinculado ao empregador a que se refere a alínea c) do n.º 2, salvo acordo beneficiário da atividade;
em contrário. c) O prestador de atividade observe horas de início e de termo da prestação,
5 - A violação de requisitos indicados nos n. os 1 ou 2 confere ao trabalhador o determinadas pelo beneficiário da mesma;(presença de horário de trabalho)
direito de optar pelo empregador ao qual fica vinculado. d) Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de
atividade, como contrapartida da mesma;
ARTIGO 259.º RETRIBUIÇÃO EM ESPÉCIE e) O prestador de atividade desempenhe funções de direção ou chefia na
1 - A prestação retributiva não pecuniária deve destinar-se à satisfação de estrutura orgânica da empresa.
necessidades pessoais do trabalhador ou da sua família e não lhe pode ser
atribuído valor superior ao corrente na região. ARTIGO 110.º REGRA GERAL SOBRE A FORMA DE CONTRATO DE TRABALHO
2 - O valor das prestações retributivas não pecuniárias não pode exceder o da O contrato de trabalho não depende da observância de forma especial, salvo
parte em dinheiro, salvo o disposto em instrumento de regulamentação coletiva quando a lei determina o contrário.
de trabalho.
ARTIGO 153.º FORMA E CONTEÚDO DE CONTRATO DE TRABALHO A TEMPO
ARTIGO 1152.º (NOÇÃO) - CC PARCIAL
Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante 1 — O contrato de trabalho a tempo parcial está sujeito a forma escrita e deve
retribuição, a prestar a sua atividade intelectual ou manual a outra pessoa, sob a conter:
autoridade e direção desta. a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Indicação do período normal de trabalho diário e semanal, com referência
ARTIGO 11.º NOÇÃO comparativa a trabalho a tempo completo.
Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante 2 — Na falta da indicação referida na alínea b) do número anterior, presume -se
retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de que o contrato é celebrado a tempo completo.
organização e sob a autoridade destas. 3 — Quando não tenha sido observada a forma escrita, considera -se o contrato
celebrado a tempo completo.
ARTIGO 1154.º (NOÇÃO) - CC
Contrato de prestação de serviço é aquele em que uma das partes se obriga a ARTIGO 157.º ADMISSIBILIDADE DE TRABALHO INTERMITENTE
proporcionar à outra certo resultado do seu trabalho intelectual ou manual, com 1 — Em empresa que exerça atividade com descontinuidade ou intensidade
ou sem retribuição. variável, as partes podem acordar que a prestação de trabalho seja intercalada
por um ou mais períodos de inatividade.
ARTIGO 12.º PRESUNÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO 2 — O contrato de trabalho intermitente não pode ser celebrado a termo
1 — Presume -se a existência de contrato de trabalho quando, na relação entre a resolutivo ou em regime de trabalho temporário.
pessoa que presta uma atividade e outra ou outras que dela beneficiam, se
verifiquem algumas das seguintes características: ARTIGO 158.º FORMA E CONTEÚDO DE CONTRATO DE TRABALHO
a) A atividade seja realizada em local pertencente ao seu beneficiário ou por ele INTERMITENTE
determinado; 1 - O contrato de trabalho intermitente está sujeito a forma escrita e deve conter:
a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
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b) Indicação do número anual de horas de trabalho, ou do número anual de dias
de trabalho a tempo completo. ARTIGO 114.º DENÚNCIA DO CONTRATO DURANTE O PERÍODO EXPERIMENTAL
1 — Durante o período experimental, salvo acordo escrito em contrário, qualquer
ARTIGO 111.º NOÇÃO DE PERÍODO EXPERIMENTAL das partes pode denunciar o contrato sem aviso prévio e invocação de justa
1 — O período experimental corresponde ao tempo inicial de execução do causa, nem direito a indemnização.
contrato de trabalho durante o qual as partes apreciam o interesse na sua 2 — Tendo o período experimental durado mais de 60 dias, a denúncia do
manutenção. contrato por parte do empregador depende de aviso prévio de sete dias.
3- O período experimental pode ser excluído por acordo escrito entre as partes. 3 — Tendo o período experimental durado mais de 120 dias, a denúncia do
contrato por parte do empregador depende de aviso prévio de 15 dias
ARTIGO 112.º DURAÇÃO DO PERÍODO EXPERIMENTAL
1 — No contrato de trabalho por tempo indeterminado, o período experimental ARTIGO 140.º ADMISSIBILIDADE DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO
tem a seguinte duração: RESOLUTIVO
a) 90 dias para a generalidade dos trabalhadores; 1 — O contrato de trabalho a termo resolutivo só pode ser celebrado para
b) 180 dias para os trabalhadores que exerçam cargos de complexidade técnica, satisfação de necessidade temporária da empresa e pelo período estritamente
elevado grau de responsabilidade ou que pressuponham uma especial necessário à satisfação dessa necessidade.
qualificação, bem como os que desempenhem funções de confiança, ou 2 — Considera -se, nomeadamente, necessidade temporária da empresa:
trabalhadores à procura de primeiro emprego ou em situação de desemprego de a) Substituição direta ou indireta de trabalhador ausente ou que, por qualquer
longa duração; motivo, se encontre temporariamente impedido de trabalhar;
c) 240 dias para trabalhador que exerça cargo de direção ou quadro superior. b) Substituição direta ou indireta de trabalhador em relação ao qual esteja
2 — No contrato de trabalho a termo, o período experimental tem a seguinte pendente em juízo ação de apreciação da licitude de despedimento;
duração: c) Substituição direta ou indireta de trabalhador em situação de licença sem
a) 30 dias em caso de contrato com duração igual ou superior a seis meses; retribuição;
b) 15 dias em caso de contrato a termo certo com duração inferior a seis meses d) Substituição de trabalhador a tempo completo que passe a prestar trabalho a
ou de contrato a termo incerto cuja duração previsível não ultrapasse aquele tempo parcial por período determinado;
limite. e) Atividade sazonal ou outra cujo ciclo anual de produção apresente
3 - No contrato em comissão de serviço, a existência de período experimental irregularidades decorrentes da natureza estrutural do respetivo mercado,
depende de estipulação expressa no acordo, não podendo exceder 180 dias. incluindo o abastecimento de matéria-prima;
4 - O período experimental, de acordo com qualquer dos números anteriores, é f) Acréscimo excecional de atividade da empresa;
reduzido ou excluído, consoante a duração de anterior contrato a termo para a g) Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e
mesma atividade, ou de trabalho temporário executado no mesmo posto de não duradouro;
trabalho, ou ainda de contrato de prestação de serviços para o mesmo objeto, 3 — Sem prejuízo do disposto no n.º 1, só pode ser celebrado contrato de trabalho
com o mesmo empregador, tenha sido inferior ou igual ou superior à duração a termo incerto em situação referida em qualquer das alíneas a) a c) ou e) a h) do
daquele. número anterior.
5 - A duração do período experimental pode ser reduzida por instrumento de 4 — Além das situações previstas no n.º 1, pode ser celebrado contrato de
regulamentação coletiva de trabalho ou por acordo escrito entre partes. trabalho a termo certo para:
6 - A antiguidade do trabalhador conta-se desde o início do período experimental.
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a) Lançamento de nova atividade de duração incerta, bem como início de contrato considera-se celebrado pelo prazo de seis meses desde que corresponda
laboração de empresa ou de estabelecimento pertencente a empresa com mais à satisfação de necessidades temporárias da empresa.
de 250 trabalhadores; 4 - A duração do contrato de trabalho a termo incerto não pode ser superior a
quatro anos.
ARTIGO 147.º CONTRATO DE TRABALHO SEM TERMO 5 - É incluída no cômputo do limite referido na alínea c) do n.º 1 a duração de
1 — Considera -se sem termo o contrato de trabalho: contratos de trabalho a termo ou de trabalho temporário cuja execução se
a) Em que a estipulação de termo tenha por fim iludir as disposições que regulam concretiza no mesmo posto de trabalho, bem como de contrato de prestação de
o contrato sem termo; serviço para o mesmo objeto, entre o trabalhador e o mesmo empregador ou
2 — Converte -se em contrato de trabalho sem termo: sociedades que com este se encontrem em relação de domínio ou de grupo ou
c) O celebrado a termo incerto, quando o trabalhador permaneça em atividade mantenham estruturas organizativas comuns.
após a data de caducidade indicada na comunicação do empregador ou, na falta
desta, decorridos 15 dias após a verificação do termo. ARTIGO 344.º CADUCIDADE DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO CERTO
1 — O contrato de trabalho a termo certo caduca no final do prazo estipulado, ou
ARTIGO 141.º FORMA E CONTEÚDO DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO da sua renovação, desde que o empregador ou o trabalhador comunique à outra
1 — O contrato de trabalho a termo está sujeito a forma escrita e deve conter: parte a vontade de o fazer cessar, por escrito, respetivamente, 15 ou 8 dias antes
a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes; de o prazo expirar.
b) Atividade do trabalhador e correspondente retribuição;
c) Local e período normal de trabalho; ARTIGO 149.º RENOVAÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO CERTO
d) Data de início do trabalho; 1 — As partes podem acordar que o contrato de trabalho a termo certo não fica
e) Indicação do termo estipulado e do respetivo motivo justificativo; sujeito a renovação.
f) Datas de celebração do contrato e, sendo a termo certo, da respetiva 2 - Na ausência de estipulação a que se refere o número anterior e de declaração
concocessação. de qualquer das partes que o faça cessar, o contrato renova-se no final do termo,
3 — Para efeitos da alínea e) do n.º 1, a indicação do motivo justificativo do termo por igual período se outro não for acordado pelas partes.
deve ser feita com menção expressa dos factos que o integram, devendo 3 - A renovação do contrato está sujeita à verificação da sua admissibilidade, nos
estabelecer-se a relação entre a justificação invocada e o termo estipulado. termos previstos para a sua celebração, bem como a iguais requisitos de forma
no caso de se estipular período diferente.
ARTIGO 148.º DURAÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO 4 - Considera-se como único contrato aquele que seja objeto de renovação.
1 — O contrato de trabalho a termo certo pode ser renovado até três vezes e a
sua duração não pode exceder: ARTIGO 142.º CASOS ESPECIAIS DE CONTRATO DE TRABALHO DE MUITO CURTA
a) 18 meses, quando se tratar de pessoa à procura de primeiro emprego; DURAÇÃO
b) Dois anos nos restantes casos. 1 — O contrato de trabalho em atividade sazonal agrícola ou para realização de
2 - O contrato de trabalho a termo certo só pode ser celebrado por prazo inferior evento turístico de duração (ou situações de acréscimo excecional da atividade
a seis meses em situação prevista em qualquer das alíneas a) a g) do n.º 2 do que não possam ser assegurados pela estrutura permanente da empresa) não
artigo 140.º, não podendo a duração ser inferior à prevista para a tarefa ou superior a 35 dias não está sujeito a forma escrita, devendo o empregador
serviço a realizar. comunicar a sua celebração ao serviço competente da segurança social, mediante
3 - Em caso de violação do disposto na primeira parte do número anterior, o
41
formulário eletrónico que contém os elementos referidos nas alíneas a), b) e d) contrato tenha durado até seis meses, de seis meses a dois anos ou por período
do n.º 1 do artigo anterior, bem como o local de trabalho. superior.
2 — Nos casos previstos no número anterior, a duração total de contratos de
trabalho a termo com o mesmo empregador não pode exceder 70 dias de ARTIGO 128.º DEVERES DO TRABALHADOR
trabalho no ano civil. f) Guardar lealdade ao empregador, nomeadamente não negociando por conta
3 — Em caso de violação do disposto em qualquer dos números anteriores, o própria ou alheia em concorrência com ele, nem divulgando informações
contrato considera -se celebrado pelo prazo de seis meses, contando -se neste referentes à sua organização, métodos de produção ou negócios;
prazo a duração de contratos anteriores celebrados ao abrigo dos mesmos
preceitos. ARTIGO 136.º PACTO DE NÃO CONCORRÊNCIA
1 — É nula a cláusula de contrato de trabalho ou de instrumento de
ARTIGO 366.º COMPENSAÇÃO POR DESPEDIMENTO COLETIVO regulamentação coletiva de trabalho que, por qualquer forma, possa prejudicar
1 — Em caso de despedimento coletivo, o trabalhador tem direito a compensação o exercício da liberdade de trabalho após a cessação do contrato.
correspondente a 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano 2 — É lícita a limitação da atividade do trabalhador durante o período máximo de
completo de antiguidade. dois anos subsequente à cessação do contrato de trabalho, nas seguintes
condições:
ARTIGO 143.º SUCESSÃO DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO a) Constar de acordo escrito, nomeadamente de contrato de trabalho ou de
1 — A cessação de contrato de trabalho a termo, por motivo não imputável ao revogação deste;
trabalhador, impede nova admissão ou afetação de trabalhador através de b) Tratar -se de atividade cujo exercício possa causar prejuízo ao empregador;
contrato de trabalho a termo ou de trabalho temporário cuja execução se c) Atribuir ao trabalhador, durante o período de limitação da atividade, uma
concretize no mesmo posto de trabalho, ou ainda de contrato de prestação de compensação que pode ser reduzida equitativamente quando o empregador tiver
serviços para o mesmo objeto, celebrado com o mesmo empregador ou realizado despesas avultadas com a sua formação profissional.
sociedade que com este se encontre em relação de domínio ou de grupo, ou
mantenha estruturas organizativas comuns, antes de decorrido um período de ARTIGO 137.º PACTO DE PERMANÊNCIA
tempo equivalente a um terço da duração do contrato, incluindo renovações. 1 — As partes podem convencionar que o trabalhador se obriga a não denunciar
o contrato de trabalho, por um período não superior a três anos, como
ARTIGO 145.º PREFERÊNCIA NA ADMISSÃO compensação ao empregador por despesas avultadas feitas com a sua formação
1 — Até 30 dias após a cessação do contrato, o trabalhador tem, em igualdade de profissional.
condições, preferência na celebração de contrato sem termo, sempre que o 2 — O trabalhador pode desobrigar -se do cumprimento do acordo previsto no
empregador proceda a recrutamento externo para o exercício de funções número anterior mediante pagamento do montante correspondente às despesas
idênticas àquelas para que foi contratado. nele referidas.

ARTIGO 345.º CADUCIDADE DE CONTRATO DE TRABALHO A TERMO INCERTO


1 — O contrato de trabalho a termo incerto caduca quando, prevendo -se a
ocorrência do termo, o empregador comunique a cessação do mesmo ao
trabalhador, com a antecedência mínima de sete, 30 ou 60 dias conforme o

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Cessação ARTIGO 389.º CADUCIDADE DO CONTRATO A TERMO INCERTO
1 - O contrato caduca quando, prevendo-se a ocorrência do termo incerto, o
ARTIGO 349.º CESSAÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO POR ACORDO empregador comunique ao trabalhador a cessação do mesmo, com a
1 — O empregador e o trabalhador podem fazer cessar o contrato de trabalho antecedência mínima de 7, 30 ou 60 dias, conforme o contrato tenha durado até
por acordo. seis meses, de seis meses até dois anos ou por período superior.
2 — O acordo de revogação deve constar de documento assinado por ambas as
partes, ficando cada uma com um exemplar. ARTIGO 351.º NOÇÃO DE JUSTA CAUSA DE DESPEDIMENTO
3 — O documento deve mencionar expressamente a data de celebração do 1 — Constitui justa causa de despedimento o comportamento culposo do
acordo e a de início da produção dos respetivos efeitos. trabalhador que, pela sua gravidade e consequências, torne imediata e
praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho.
ARTIGO 350.º CESSAÇÃO DO ACORDO DE REVOGAÇÃO 2 — Constituem, nomeadamente, justa causa de despedimento os seguintes
1 — O trabalhador pode fazer cessar o acordo de revogação do contrato de comportamentos do trabalhador:
trabalho mediante comunicação escrita dirigida ao empregador, até ao sétimo dia a) Desobediência ilegítima às ordens dadas por responsáveis hierarquicamente
seguinte à data da respetiva celebração. superiores;
b) Violação de direitos e garantias de trabalhadores da empresa;
ARTIGO 343.º CAUSAS DE CADUCIDADE c) Provocação repetida de conflitos com trabalhadores da empresa;
O contrato de trabalho caduca nos termos gerais, nomeadamente: d) Desinteresse repetido pelo cumprimento, com a diligência devida, de
a) Verificando-se o seu termo; obrigações inerentes ao exercício do cargo ou posto de trabalho a que está afeto;
b) Em caso de impossibilidade superveniente, absoluta e definitiva de o e) Lesão de interesses patrimoniais sérios da empresa;
trabalhador prestar o seu trabalho ou de o empregador o receber; f) Falsas declarações relativas à justificação de faltas;
c) Com a reforma do trabalhador, por velhice ou invalidez. g) Faltas não justificadas ao trabalho que determinem diretamente prejuízos ou
riscos graves para a empresa, ou cujo número atinja, em cada ano civil, cinco
ARTIGO 388.º CADUCIDADE DO CONTRATO A TERMO CERTO seguidas ou 10 interpoladas, independentemente de prejuízo ou risco;
1 - O contrato caduca no termo do prazo estipulado desde que o empregador ou h) Falta culposa de observância de regras de segurança e saúde no trabalho;
o trabalhador comunique, respetivamente, 15 ou 8 dias antes de o prazo expirar, i) Prática, no âmbito da empresa, de violências físicas, injúrias ou outras ofensas
por forma escrita, a vontade de o fazer cessar. punidas por lei sobre trabalhador da empresa, elemento dos corpos sociais ou
2 - A caducidade do contrato a termo certo que decorra de declaração do empregador individual não pertencente a estes, seus delegados ou
empregador confere ao trabalhador o direito a uma compensação representantes;
correspondente a três ou dois dias de retribuição base e diuturnidades por cada j) Sequestro ou em geral crime contra a liberdade das pessoas referidas na alínea
mês de duração do vínculo, consoante o contrato tenha durado por um período anterior;
que, respetivamente, não exceda ou seja superior a seis meses. l) Incumprimento ou oposição ao cumprimento de decisão judicial ou
3 - Para efeitos da compensação prevista no número anterior a duração do administrativa;
contrato que corresponda a fração de mês é calculada proporcionalmente. m) Reduções anormais de produtividade

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ARTIGO 353.º NOTA DE CULPA trabalhador tem apenas direito a indemnização correspondente a metade do
1 — No caso em que se verifique algum comportamento suscetível de constituir valor que resultaria da aplicação do n.º 1 do artigo 391.º
justa causa de despedimento, o empregador comunica, por escrito, ao
trabalhador que o tenha praticado a intenção de proceder ao seu despedimento, ARTIGO 387.º APRECIAÇÃO JUDICIAL DO DESPEDIMENTO
juntando nota de culpa com a descrição circunstanciada dos factos que lhe são 1 — A regularidade e licitude do despedimento só pode ser apreciada por tribunal
imputados. judicial.
2 — O trabalhador pode opor -se ao despedimento, mediante apresentação de
ARTIGO 355.º RESPOSTA À NOTA DE CULPA requerimento em formulário próprio, junto do tribunal competente, no prazo de
1 — O trabalhador dispõe de 10 dias úteis para consultar o processo e responder 60 dias, contados a partir da receção da comunicação de despedimento ou da
à nota de culpa, deduzindo por escrito os elementos que considera relevantes data de cessação do contrato, se posterior, exceto no caso previsto no artigo
para esclarecer os factos e a sua participação nos mesmos, podendo juntar seguinte.
documentos e solicitar as diligências probatórias que se mostrem pertinentes
para o esclarecimento da verdade. ARTIGO 392.º INDEMNIZAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO DE REINTEGRAÇÃO A
PEDIDO DO EMPREGADOR
ARTIGO 357.º DECISÃO DE DESPEDIMENTO POR FACTO IMPUTÁVEL AO 1 — Em caso de microempresa ou de trabalhador que ocupe cargo de
TRABALHADOR administração ou de direção, o empregador pode requerer ao tribunal que exclua
1 — Recebidos os pareceres referidos no n.º 5 do artigo anterior ou decorrido o a reintegração, com fundamento em factos e circunstâncias que tornem o
prazo para o efeito, o empregador dispõe de 30 dias para proferir a decisão de regresso do trabalhador gravemente prejudicial e perturbador do funcionamento
despedimento, sob pena de caducidade do direito de aplicar a sanção. da empresa.
5 — A decisão deve ser fundamentada e constar de documento escrito.
6 — A decisão é comunicada, por cópia ou transcrição, ao trabalhador, à comissão ARTIGO 382.º ILICITUDE DE DESPEDIMENTO POR FACTO IMPUTÁVEL AO
de trabalhadores, ou à associação sindical respetiva, caso aquele seja TRABALHADOR
representante sindical ou na situação a que se refere o n.º 6 do artigo anterior. 1 - O despedimento por facto imputável ao trabalhador é ainda ilícito se tiverem
decorrido os prazos estabelecidos nos n. os 1 ou 2 do artigo 329.º, ou se o
ARTIGO 389.º EFEITOS DA ILICITUDE DE DESPEDIMENTO respetivo procedimento for inválido.
1 — Sendo o despedimento declarado ilícito, o empregador é condenado: 2 — O procedimento é inválido se:
a) A indemnizar o trabalhador por todos os danos causados, patrimoniais e não a) Faltar a nota de culpa, ou se esta não for escrita ou não contiver a descrição
patrimoniais; circunstanciada dos factos imputados ao trabalhador;
b) Na reintegração do trabalhador no mesmo estabelecimento da empresa, sem b) Faltar a comunicação da intenção de despedimento junta à nota de culpa;
prejuízo da sua categoria e antiguidade, salvo nos casos previstos nos artigos c) Não tiver sido respeitado o direito do trabalhador a consultar o processo ou a
391.º e 392.º responder à nota de culpa ou, ainda, o prazo para resposta à nota de culpa;
2 — No caso de mera irregularidade fundada em deficiência de procedimento por d) A comunicação ao trabalhador da decisão de despedimento e dos seus
omissão das diligências probatórias referidas nos n.os 2 e 3 do artigo 356.º, ou a fundamentos não for feita por escrito, ou não esteja elaborada nos termos do n.º
inobservância do prazo referido no n.º 3 do artigo 357.º, se forem declarados 4 do artigo 357.º ou do n.º 2 do artigo 358.º
procedentes os motivos justificativos invocados para o despedimento, o

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ARTIGO 354.º SUSPENSÃO PREVENTIVA DE TRABALHADOR c) Tenha sido facultado ao trabalhador, após a formação, um período de
1 — Com a notificação da nota de culpa, o empregador pode suspender adaptação de, pelo menos, 30 dias, no posto de trabalho ou fora dele sempre que
preventivamente o trabalhador cuja presença na empresa se mostrar o exercício de funções naquele posto seja suscetível de causar prejuízos ou riscos
inconveniente, mantendo o pagamento da retribuição. para a segurança e saúde do trabalhador, de outros trabalhadores ou de
terceiros;
ARTIGO 367.º NOÇÃO DE DESPEDIMENTO POR EXTINÇÃO DE POSTO DE d) Não exista na empresa outro posto de trabalho disponível e compatível com a
TRABALHO categoria profissional do trabalhador;
1 — Considera -se despedimento por extinção de posto de trabalho a cessação e) (Revogada.)
de contrato de trabalho promovida pelo empregador e fundamentada nessa 2 - O despedimento por inadaptação na situação referida no n.º 1 do artigo
extinção, quando esta seja devida a motivos de mercado, estruturais ou anterior, caso não tenha havido modificações no posto de trabalho, pode ter lugar
tecnológicos, relativos à empresa. desde que, cumulativamente, se verifiquem os seguintes requisitos:
a) Modificação substancial da prestação realizada pelo trabalhador, de que
ARTIGO 373.º NOÇÃO DE DESPEDIMENTO POR INADAPTAÇÃO resultem, nomeadamente, a redução continuada de produtividade ou de
Considera -se despedimento por inadaptação a cessação de contrato de trabalho qualidade, avarias repetidas nos meios afetos ao posto de trabalho ou riscos para
promovida pelo empregador e fundamentada em inadaptação superveniente do a segurança e saúde do trabalhador, de outros trabalhadores ou de terceiros,
trabalhador ao posto de trabalho. determinados pelo modo do exercício das funções e que, em face das
circunstâncias, seja razoável prever que tenham caráter definitivo;
ARTIGO 374.º SITUAÇÕES DE INADAPTAÇÃO b) O empregador informe o trabalhador, juntando cópia dos documentos
1 — A inadaptação verifica -se em qualquer das situações previstas nas alíneas relevantes, da apreciação da atividade antes prestada, com descrição
seguintes, quando, sendo determinada pelo modo de exercício de funções do circunstanciada dos factos, demonstrativa de modificação substancial da
trabalhador, torne praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho: prestação, bem como de que se pode pronunciar por escrito sobre os referidos
a) Redução continuada de produtividade ou de qualidade; elementos em prazo não inferior a cinco dias úteis;
b) Avarias repetidas nos meios afetos ao posto de trabalho; c) Após a resposta do trabalhador ou decorrido o prazo para o efeito, o
c) Riscos para a segurança e saúde do trabalhador, de outros trabalhadores ou de empregador lhe comunique, por escrito, ordens e instruções adequadas
terceiros. respeitantes à execução do trabalho, com o intuito de a corrigir, tendo presentes
ARTIGO 375.º REQUISITOS DE DESPEDIMENTO POR INADAPTAÇÃO os factos invocados por aquele;
1 - O despedimento por inadaptação em situação referida no n.º 1 do artigo d) Tenha sido aplicado o disposto nas alíneas b) e c) do número anterior, com as
anterior só pode ter lugar desde que, cumulativamente, se verifiquem os devidas adaptações.
seguintes requisitos: 3 - O despedimento por inadaptação em situação referida no n.º 2 do artigo
a) Tenham sido introduzidas modificações no posto de trabalho resultantes de anterior pode ter lugar:
alterações nos processos de fabrico ou de comercialização, de novas tecnologias a) Caso tenha havido introdução de novos processos de fabrico, de novas
ou equipamentos baseados em diferente ou mais complexa tecnologia, nos seis tecnologias ou equipamentos baseados em diferente ou mais complexa
meses anteriores ao início do procedimento; tecnologia, a qual implique modificação das funções relativas ao posto de
b) Tenha sido ministrada formação profissional adequada às modificações do trabalho;
posto de trabalho, por autoridade competente ou entidade formadora b) Caso não tenha havido modificações no posto de trabalho, desde que seja
certificada; cumprido o disposto na alínea b) do número anterior, com as devidas adaptações.
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4 - O empregador deve enviar à comissão de trabalhadores e, caso o trabalhador Tempo de Trabalho – Faltas e Férias
seja representante sindical, à respetiva associação sindical, cópia da comunicação
e dos documentos referidos na alínea b) do n.º 2. ARTIGO 59.º (DIREITOS DOS TRABALHADORES) - CRP
5 - A formação a que se referem os n.os 1 e 2 conta para efeito de cumprimento 1. Todos os trabalhadores, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território
da obrigação de formação a cargo do empregador. de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, têm direito:
6 - O trabalhador que, nos três meses anteriores ao início do procedimento para a) À retribuição do trabalho, segundo a quantidade, natureza e qualidade,
despedimento, tenha sido transferido para posto de trabalho em relação ao qual observando se o princípio de que para trabalho igual salário igual, de forma a
se verifique a inadaptação tem direito a ser reafectado ao posto de trabalho garantir uma existência condigna;
anterior, caso não esteja ocupado definitivamente, com a mesma retribuição b) A organização do trabalho em condições socialmente dignificantes, de forma a
base. facultar a realização pessoal e a permitir a conciliação da atividade profissional
7 - O despedimento só pode ter lugar desde que sejam postos à disposição do com a vida familiar;
trabalhador a compensação devida, os créditos vencidos e os exigíveis por efeito c) A prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde;
da cessação do contrato de trabalho, até ao termo do prazo de aviso prévio. d) Ao repouso e aos lazeres, a um limite máximo da jornada de trabalho, ao
8 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto neste artigo. descanso semanal e a férias periódicas pagas;
e) À assistência material, quando involuntariamente se encontrem em situação
de desemprego;
f) A assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de
doença profissional.
2. Incumbe ao Estado assegurar as condições de trabalho, retribuição e repouso
a que os trabalhadores têm direito, nomeadamente:
a) O estabelecimento e a atualização do salário mínimo nacional, tendo em conta,
entre outros fatores, as necessidades dos trabalhadores, o aumento do custo de
vida, o nível de desenvolvimento das forças produtivas, as exigências da
estabilidade económica e financeira e a acumulação para o desenvolvimento;
b) A fixação, a nível nacional, dos limites da duração do trabalho;
c) A especial proteção do trabalho das mulheres durante a gravidez e após o
parto, bem como do trabalho dos menores, dos diminuídos e dos que
desempenhem atividades particularmente violentas ou em condições insalubres,
tóxicas ou perigosas;
d) O desenvolvimento sistemático de uma rede de centros de repouso e de férias,
em cooperação com organizações sociais;
e) A proteção das condições de trabalho e a garantia dos benefícios sociais dos
trabalhadores emigrantes;
f) A proteção das condições de trabalho dos trabalhadores estudantes.
3. Os salários gozam de garantias especiais, nos termos da lei.

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ARTIGO 198.º PERÍODO NORMAL DE TRABALHO ARTIGO 213.º INTERVALO DE DESCANSO
O tempo de trabalho que trabalhador se obriga a prestar, medido e número de 1 — O período de trabalho diário deve ser interrompido por um intervalo de
horas por dia e por semana, denomina -se período normal de trabalho. descanso, de duração não inferior a uma hora nem superior a duas, de modo que
o trabalhador não preste mais de cinco horas de trabalho consecutivo.
ARTIGO 203.º LIMITES MÁXIMOS DO PERÍODO NORMAL DE TRABALHO 2 — Por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, pode ser permitida
1 — O período normal de trabalho não pode exceder oito horas por dia e quarenta a prestação de trabalho até seis horas consecutivas e o intervalo de descanso
horas por semana. pode ser reduzido, excluído ou ter duração superior à prevista no número
anterior, bem como pode ser determinada a existência de outros intervalos de
ARTIGO 204º ADAPTABILIDADE POR REGULAMENTAÇÃO COLECTIVA descanso.
1 - Por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, o período normal
de trabalho pode ser definido em termos médios, caso em que o limite diário ARTIGO 218.º CONDIÇÕES DE ISENÇÃO DE HORÁRIO DE TRABALHO
estabelecido no n.º 1 do artigo anterior pode ser aumentado até quatro horas e 1 — Por acordo escrito, pode ser isento de horário de trabalho o trabalhador que
a duração do trabalho semanal pode atingir sessenta horas, só não se contando se encontre numa das seguintes situações:
nestas o trabalho suplementar prestado por motivo de força maior. a) Exercício de cargo de administração ou direção, ou de funções de confiança,
2 - O período normal de trabalho definido nos termos previstos no número fiscalização ou apoio a titular desses cargos
anterior não pode exceder cinquenta horas em média num período de dois meses . b) Execução de trabalhos preparatórios ou complementares que, pela sua
natureza, só possam ser efetuados fora dos limites do horário de trabalho;
ARTIGO 205.º ADAPTABILIDADE INDIVIDUAL c) Teletrabalho e outros casos de exercício regular de atividade fora do
1 - O empregador e o trabalhador podem, por acordo, definir o período normal estabelecimento, sem controlo imediato por superior hierárquico.
de trabalho em termos médios.
2 - O acordo pode prever o aumento do período normal de trabalho diário até ARTIGO 226.º NOÇÃO DE TRABALHO SUPLEMENTAR
duas horas e que o trabalho semanal possa atingir cinquenta horas, só não se 1 — Considera -se trabalho suplementar o prestado fora do horário de trabalho
contando nestas o trabalho suplementar prestado por motivo de força maior.
3 - Em semana cuja duração do trabalho seja inferior a quarenta horas, a redução ARTIGO 227.º CONDIÇÕES DE PRESTAÇÃO DE TRABALHO SUPLEMENTAR
pode ser até duas horas diárias ou, sendo acordada, em dias ou meios dias, sem 1 - O trabalho suplementar só pode ser prestado quando a empresa tenha de
prejuízo do direito a subsídio de refeição fazer face a acréscimo eventual e transitório de trabalho e não se justifique para
tal a admissão de trabalhador.
ARTIGO 201.º PERÍODO DE FUNCIONAMENTO 3 — O trabalhador é obrigado a realizar a prestação de trabalho suplementar,
1 — Entende -se por período de funcionamento o período de tempo diário salvo quando, havendo motivos atendíveis, expressamente solicite a sua
durante o qual o estabelecimento pode exercer a sua atividade. dispensa.

ARTIGO 212.º ELABORAÇÃO DE HORÁRIO DE TRABALHO ARTIGO 228.º LIMITES DE DURAÇÃO DO TRABALHO SUPLEMENTAR
1 — Compete ao empregador determinar o horário de trabalho do trabalhador, 1 — O trabalho suplementar previsto no n.º 1 do artigo anterior está sujeito, por
dentro dos limites da lei designadamente do regime de período de trabalhador, aos seguintes limites:
funcionamento aplicável. a) No caso de microempresa ou pequena empresa, cento e setenta e cinco horas
por ano;
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b) No caso de média ou grande empresa, cento e cinquenta horas por ano; b) 50 % por cada hora ou fração, em dia de descanso semanal, obrigatório ou
c) No caso de trabalhador a tempo parcial, oitenta horas por ano ou o número de complementar, ou em feriado.
horas correspondente à proporção entre o respetivo período normal de trabalho 2 - É exigível o pagamento de trabalho suplementar cuja prestação tenha sido
e o de trabalhador a tempo completo em situação comparável, quando superior; prévia e expressamente determinada, ou realizada de modo a não ser previsível
d) Em dia normal de trabalho, duas horas; a oposição do empregador.
e) Em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, ou feriado, um 3 - O disposto nos números anteriores pode ser afastado por instrumento de
número de horas igual ao período normal de trabalho diário; regulamentação coletiva de trabalho
f) Em meio dia de descanso complementar, um número de horas igual a meio
período normal de trabalho diário. ARTIGO 150.º NOÇÃO DE TRABALHO A TEMPO PARCIAL
2 - O limite a que se refere a alínea a) ou b) do número anterior pode ser 1 — Considera -se trabalho a tempo parcial o que corresponda a um período
aumentado até duzentas horas por ano, por instrumento de regulamentação normal de trabalho semanal inferior ao praticado a tempo completo em situação
coletiva de trabalho.
3 - O limite a que se refere a alínea c) do n.º 1 pode ser aumentado, mediante ARTIGO 153º FORMA E CONTEÚDO DE CONTRATO DE TRABALHO A TEMPO
acordo escrito entre o trabalhador e o empregador, até cento e trinta horas por PARCIAL
ano ou, por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, até duzentas 1 - O contrato de trabalho a tempo parcial está sujeito a forma escrita e deve
horas por ano. conter:
4 - O trabalho suplementar previsto no n.º 2 do artigo anterior apenas está sujeito a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
ao limite do período de trabalho semanal constante do n.º 1 do artigo 211.º b) Indicação do período normal de trabalho diário e semanal, com referência
5 - Constitui contraordenação muito grave a violação do disposto no n.º 1 e comparativa a trabalho a tempo completo.
constitui contraordenação grave a violação do disposto no n.º 2. 2 - Na falta da indicação referida na alínea b) do número anterior, presume-se
que o contrato é celebrado a tempo completo.
ARTIGO 229.º DESCANSO COMPENSATÓRIO DE TRABALHO SUPLEMENTAR 3 - Quando não tenha sido observada a forma escrita, considera-se o contrato
3 - O trabalhador que presta trabalho suplementar impeditivo do gozo do celebrado a tempo completo.
descanso diário tem direito a descanso compensatório remunerado equivalente
às horas de descanso em falta, a gozar num dos três dias úteis seguintes. ARTIGO 157.º ADMISSIBILIDADE DE TRABALHO INTERMITENTE
4 - O trabalhador que presta trabalho em dia de descanso semanal obrigatório 1 – Em empresa que exerça atividade com descontinuidade ou intensidade
tem direito a um dia de descanso compensatório remunerado, a gozar num dos variável, as partes podem acordar que a prestação de trabalho seja intercalada
três dias úteis seguintes. por um ou mais períodos de inatividade.
5 - O descanso compensatório é marcado por acordo entre trabalhador e 2 – O contrato de trabalho intermitente não pode ser celebrado a termo
empregador ou, na sua falta, pelo empregador resolutivo ou em regime de trabalho temporário.
Artigo 159.º - Período de prestação de trabalho
ARTIGO 268.º PAGAMENTO DE TRABALHO SUPLEMENTAR 1 - As partes estabelecem a duração da prestação de trabalho, de modo
1- O trabalho suplementar é pago pelo valor da retribuição horária com os consecutivo ou interpolado, bem como o início e termo de cada período de
seguintes acréscimos: trabalho, ou a antecedência com que o empregador deve informar o trabalhador
a) 25 % pela primeira hora ou fração desta e 37,5 % por hora ou fração do início daquele.
subsequente, em dia útil; 2 - A prestação de trabalho referida no número anterior não pode ser inferior a 5
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meses a tempo completo, por ano, dos quais pelo menos 3 meses têm ser 2 — São consideradas faltas justificadas:
consecutivos. a) As dadas, durante 15 dias seguidos, por altura do casamento;
3 - A antecedência a que se refere o n.º 1 não deve ser inferior a 20 dias. b) A motivada por falecimento de cônjuge, parente ou afim, nos termos do artigo
4 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto no número anterior. 251.º;
c) A motivada pela prestação de prova em estabelecimento de ensino, nos termos
ARTIGO 160.º DIREITOS DO TRABALHADOR do artigo 91.º;
1 – Durante o período de inatividade, o trabalhador tem direito a compensação d) A motivada por impossibilidade de prestar trabalho devido a facto não
retributiva em valor estabelecido em instrumento de regulamentação coletiva de imputável ao trabalhador, nomeadamente observância de prescrição médica no
trabalho ou, na sua falta, de 20 % da retribuição base, a pagar pelo empregador seguimento de recurso a técnica de procriação medicamente assistida, doença,
com periodicidade igual à da retribuição. acidente ou cumprimento de obrigação legal;
e) A motivada pela prestação de assistência inadiável e imprescindível a filho, a
ARTIGO 182.º DURAÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO neto ou a membro do agregado familiar de trabalhador, nos termos dos artigos
1 - A duração do contrato de trabalho temporário não pode exceder a do 49.º, 50.º ou 252.º, respetivamente;
contrato de utilização. f) A motivada por deslocação a estabelecimento de ensino de responsável pela
2 - O contrato de trabalho temporário a termo certo não está sujeito ao limite educação de menor por motivo da situação educativa deste, pelo tempo
de duração do n.º 2 do artigo 148.º e pode ser renovado enquanto se estritamente necessário, até quatro horas por trimestre, por cada um;
mantenha o motivo justificativo. g) A de trabalhador eleito para estrutura de representação coletiva dos
3 - A duração do contrato de trabalho temporário a termo certo, incluindo trabalhadores, nos termos do artigo 409.º;
renovações, não pode exceder dois anos, ou seis ou 12 meses quando aquele h) A de candidato a cargo público, nos termos da correspondente lei eleitoral;
seja celebrado, respetivamente, em caso de vacatura de posto de trabalho i) A autorizada ou aprovada pelo empregador;
quando decorra processo de recrutamento para o seu preenchimento ou de j) A que por lei seja como tal considerada.
acréscimo excecional de atividade da empresa. 3 — É considerada injustificada qualquer falta não prevista no número anterior.
4 - O contrato de trabalho temporário a termo incerto dura pelo tempo
necessário à satisfação de necessidade temporária do utilizador, não podendo ARTIGO 253.º COMUNICAÇÃO DE AUSÊNCIA
exceder os limites de duração referidos no número anterior. 1 — A ausência, quando previsível, é comunicada ao empregador, acompanhada
5 - É aplicável ao cômputo dos limites referidos nos números anteriores o da indicação do motivo justificativo, com a antecedência mínima de cinco dias.
disposto no n.º 5 do artigo 148.º 2 — Caso a antecedência prevista no número anterior não possa ser respeitada,
6 - À caducidade do contrato de trabalho temporário é aplicável o disposto no nomeadamente por a ausência ser imprevisível com a antecedência de cinco dias,
artigo 344.º ou 345.º, consoante seja a termo certo ou incerto. a comunicação ao empregador é feita logo que possível.

ARTIGO 248.º NOÇÃO DE FALTA ARTIGO 254.º PROVA DE MOTIVO JUSTIFICATIVO DE FALTA
1 -Considera-se falta a ausência de trabalhador do local em que devia 1 — O empregador pode, nos 15 dias seguintes à comunicação da ausência, exigir
desempenhar a atividade durante o período normal de trabalho diário. ao trabalhador prova de facto invocado para a justificação, a prestar em prazo
razoável.
ARTIGO 249.º TIPOS DE FALTAS 2 — A prova da situação de doença do trabalhador é feita por declaração de
1 — A falta pode ser justificada ou injustificada. estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde ou ainda por atestado médico.
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ARTIGO 255.º EFEITOS DE FALTA JUSTIFICADA ARTIGO 213.º INTERVALO DE DESCANSO
1 - A falta justificada não afeta qualquer direito do trabalhador, salvo o disposto 1 – O período de trabalho diário deve ser interrompido por um intervalo de
no número seguinte. descanso, de duração não inferior a uma hora nem superior a duas, de modo que
2 - Sem prejuízo de outras disposições legais, determinam a perda de retribuição o trabalhador não preste mais de cinco horas de trabalho consecutivo.
as seguintes faltas justificadas: 2 – Por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho, pode ser permitida
a) Por motivo de doença, desde que o trabalhador beneficie de um regime de a prestação de trabalho até seis horas consecutivas e o intervalo de descanso
segurança social de proteção na doença; pode ser reduzido, excluído ou ter duração superior à prevista no número
b) Por motivo de acidente no trabalho, desde que o trabalhador tenha direito a anterior, bem como pode ser determinada a existência de outros intervalos de
qualquer subsídio ou seguro; descanso.
c) A prevista no artigo 252.º; 3 – Compete ao serviço com competência inspetiva do ministério responsável
d) As previstas na alínea j) do n.º 2 do artigo 249.º quando excedam 30 dias por pela área laboral, mediante requerimento do empregador, instruído com
ano; declaração escrita de concordância do trabalhador abrangido e informação à
e) A autorizada ou aprovada pelo empregador. comissão de trabalhadores da empresa e ao sindicato representativo do
3 - A falta prevista no artigo 252.º é considerada como prestação efetiva de trabalhador em causa, autorizar a redução ou exclusão de intervalo de descanso,
trabalho. quando tal se mostre favorável ao interesse do trabalhador ou se justifique pelas
condições particulares de trabalho de certas atividades.
ARTIGO 256.º EFEITOS DE FALTA INJUSTIFICADA
1 - A falta injustificada constitui violação do dever de assiduidade e determina ARTIGO 232.º DESCANSO SEMANAL
perda da retribuição correspondente ao período de ausência, que não é contado 1 – O trabalhador tem direito a, pelo menos, um dia de descanso por semana.
na antiguidade do trabalhador. 2 – O dia de descanso semanal obrigatório pode deixar de ser o domingo, além
2 - A falta injustificada a um ou meio período normal de trabalho diário, de noutros casos previstos em legislação especial, quando o trabalhador presta…
imediatamente anterior ou posterior a dia ou meio dia de descanso ou a feriado, 3 – Por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho ou contrato de
constitui infração grave. trabalho, pode ser instituído um período de descanso semanal complementar,
3 - Na situação referida no número anterior, o período de ausência a considerar contínuo ou descontínuo, em todas ou algumas semanas do ano.
para efeitos da perda de retribuição prevista no n.º 1 abrange os dias ou meios
dias de descanso ou feriados imediatamente anteriores ou posteriores ao dia de ARTIGO 234º FERIADOS OBRIGATÓRIOS
falta. 1 – São feriados obrigatórios os dias 1 de janeiro, de Sexta-Feira Santa, de
4 - No caso de apresentação de trabalhador com atraso injustificado: Domingo de Páscoa, 25 de Abril, 1 de maio, de Corpo de Deus, 10 de Junho, 15 de
a) Sendo superior a sessenta minutos e para início do trabalho diário, o agosto, 5 de outubro, 1 de novembro, 1, 8 e 25 de Dezembro. 2 – O feriado de
empregador pode não aceitar a prestação de trabalho durante todo o período Sexta-Feira Santa pode ser observado em outro dia com significado local no
normal de trabalho; período da Páscoa.
b) Sendo superior a trinta minutos, o empregador pode não aceitar a prestação
de trabalho durante essa parte do período normal de trabalho. ARTIGO 237.º DIREITO A FÉRIAS
1 — O trabalhador tem direito, em cada ano civil, a um período de férias
retribuídas, que se vence em 1 de janeiro.

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2 — O direito a férias, em regra, reporta -se ao trabalho prestado no ano civil ARTIGO 237.º DIREITO A FÉRIAS
anterior, mas não está condicionado à assiduidade ou efetividade de serviço. 1 — O trabalhador tem direito, em cada ano civil, a um período de férias
3 — O direito a férias é irrenunciável e o seu gozo não pode ser substituído, ainda retribuídas, que se vence em 1 de janeiro.
que com o acordo do trabalhador, por qualquer compensação, económica ou
outra, sem prejuízo do disposto no n.º 5 do artigo seguinte. ARTIGO 264.º RETRIBUIÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS E SUBSÍDIO
1 — A retribuição do período de férias corresponde à que o trabalhador receberia
ARTIGO 239.º CASOS ESPECIAIS DE DURAÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS se estivesse em serviço efetivo.
1 — No ano da admissão, o trabalhador tem direito a dois dias úteis de férias por 2 – Além da retribuição mencionada no número anterior, o trabalhador tem
cada mês de duração do contrato, até 20 dias, cujo gozo pode ter lugar após seis direito a subsídio de férias, compreendendo a retribuição base e outras
meses completos de execução do contrato. prestações retributivas que sejam contrapartida do modo específico da execução
do trabalho, correspondentes à duração mínima das férias, não contando para
ARTIGO 238.º DURAÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS este efeito o disposto no n.º 3 do artigo 238.º
1 — O período anual de férias tem a duração mínima de 22 dias úteis. 3 – Salvo acordo escrito em contrário, o subsídio de férias deve ser pago antes do
2 — Para efeitos de férias, são úteis os dias da semana de segunda-feira a sexta- início do período de férias e proporcionalmente em caso de gozo.
feira, com exceção de feriados.
3 - Caso os dias de descanso do trabalhador coincidam com dias úteis, são ARTIGO 405.º LIBERDADE CONTRATUAL - CC
considerados para efeitos do cálculo dos dias de férias, em substituição daqueles, 1. Dentro dos limites da lei, as partes têm a faculdade de fixar livremente o
os sábados e os domingos que não sejam feriados. conteúdo dos contratos, celebrar contratos diferentes dos previstos neste código
5 - O trabalhador pode renunciar ao gozo de dias de férias que excedam 20 dias ou incluir nestes as cláusulas que lhes aprouver.
úteis, ou a correspondente proporção no caso de férias no ano de 2. As partes podem ainda reunir no mesmo contrato regras de dois ou mais
admissão, sem redução da retribuição e do subsídio relativos ao período de férias negócios, total ou parcialmente regulados na lei.
vencido, que cumulam com a retribuição do trabalho prestado nesses dias

ARTIGO 241.º MARCAÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS


1 — O período de férias é marcado por acordo entre empregador e trabalhador.
2 — Na falta de acordo, o empregador marca as férias, que não podem ter início
em dia de descanso semanal do trabalhador, ouvindo para o efeito a comissão de
trabalhadores ou, na sua falta, a comissão intersindical ou a comissão sindical
representativa do trabalhador interessado.
8 — O gozo do período de férias pode ser interpolado, por acordo entre
empregador e trabalhador, desde que sejam gozados, no mínimo, 10 dias úteis
consecutivos.
9 - O empregador elabora o mapa de férias, com indicação do início e do termo
dos períodos de férias de cada trabalhador, até 15 de abril de cada ano e mantém-
no afixado nos locais de trabalho entre esta data e 31 de outubro.

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