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Quinta - feira, 29 de Novembro de 2018 Número 176

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

DIÁRIO DA REPÚBLICA

SUMÁRIO
GOVERNO

Decreto - Lei n.º 15/2018


Primeira Alteração ao Decreto-Lei n.º
21/2014 de 18 de Dezembro, que aprova o Re-
gime Jurídico de Gestão de Bens Públicos.
Republicação.
2472 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

GOVERNO Artigo 126.º todos do Regime de Gestão de Bens


públicos aprovado pelo Decreto – Lei n.º 21/2014,
Decreto – Lei n.º 15/2018 publicado no Diário da República n.º 175, de 18 de
Dezembro de 2014, que passam a ter a seguinte
Primeira Alteração ao Decreto-Lei n.º 21/2014 redacção:
de 18 de Dezembro, que aprova o Regime
Jurídico de Gestão de Bens Públicos Artigo 7.º
(…)
Havendo necessidade de se prosseguir com as re-
formas visando dotar o Estado de um sistema único 1. (…)
de gestão dos seus bens, mais adequado à realidade
actual; 2. A autonomia patrimonial compreende o poder
de praticar de forma definitiva, através dos seus
Considerando que os dois últimos diplomas nesta órgãos e serviços, os actos de aquisição, gestão e
matéria, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 47/2009, disposição de bens, dentro dos limites consagrados
de 18 de Novembro e o Decreto – Lei n.º 21/2014 no presente diploma e demais legislações aplicá-
de 18 de Dezembro constituíram um marco na re- veis.
forma das finanças públicas em São Tomé e Prínci-
pe, em particular na gestão dos bens que integram o Artigo 23.º
património público, introduzindo novos mecanis- 1. (…)
mos de gestão e procedimentos de alienação mais a) (…)
transparentes; b) (…)
c) (…)
Considerando, entretanto, a necessidade de intro- d) (…)
duzir algumas inovações e uma sistematização que e) (…)
permita disciplinar, adequadamente, o uso mais f) (…)
eficiente dos recursos públicos através de um regi- g) (…)
me único e fiável, quanto a gestão de bens públicos, h) Celebração dos contratos de seguros, quan-
em que o Governo representado pela Direcção do do se aplique;
Património do Estado seja o único gestor dos bens,
proporcionando racionalidade e rendibilidade nas i) (…)
operações patrimoniais e, consequentemente, um j) (…)
reforço da eficácia e rigor financeiro;
2. Ao nível da Administração Central do Estado,
Nestes termos, o Governo, no uso das faculdades os poderes compreendidos no número anterior ca-
conferidas pela alínea c) do artigo 111.º da Consti- bem à Direcção do Património do Estado, incluin-
tuição da República Democrática, decreta o seguin- do-se a alienação dos bens dos Serviços dotados de
te: autonomia patrimonial.

Artigo 1.º 3. (…)


Alteração
Artigo 38.º
São alterados o n.º 2 do artigo 7.º; a alínea h) do (…)
n.º 1 e o n.º 2 do artigo 23.º; o n.º 3 do artigo 38.º; o
n.º 2 do artigo 39.º; o n.º 1 do artigo 40.º; o n.º 1 e 4 1. (…)
do artigo 42.º; a epígrafe e o n.º 1 e 4 do artigo 42; 2. (…)
n.º 1 e 2 do artigo 46.º; a epígrafe da Subsecção II
da Secção IV do Capitulo III; o n.º 1 do artigo 60.º; 3. O procedimento previsto no número anterior,
a epígrafe e o parágrafo único do artigo 61.º; o pa- realiza-se previamente à utilização dos bens, caben-
rágrafo único do artigo 62.º, as alíneas a) e b) do n.º do ao Exator assegurar a conformidade desses bens
1 e o próprio n.º 1 do Artigo 79.º; a epígrafe e o n.º com os termos da respectiva aquisição. As incon-
1, 2 e 3 do artigo 99.º; a epígrafe e o parágrafo úni- formidades não são aceites e devem ser relatadas à
co do artigo 100.º; o n.º 3 do artigo 113.º; o n.º 3.º DAF ou Organismo adquirente, para a imediata
do artigo 119.º; e a alínea b) do n.º 2 e n.º 3 e 4 do substituição do bem.
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4. (…) Artigo 46.º


5. (…) (…)
6. (…)
7. (…) 1. As pessoas privadas que detenham a posse titu-
8. (…) lada ou não de imóveis pertencentes ao património
público, obrigam-se a pagar ao Estado, uma renda a
Artigo 39.º ser apurada e cobrada pela entidade pública compe-
(…) tente.
1. (…)
2. Para o apuramento do montante da dívida, as
2. O Exator patrimonial deve ser detentor de for- rendas em atraso deverão ser actualizadas mediante
mação superior na área de direito, ciências econó- a taxa de inflação registada no último dia do perío-
micas ou sociais, ou ainda em outra área desde que do a que disser respeito.
seja a mesma considerada adequada ao efectivo
exercício das funções nos termos de referência da SUB-SECÇÃO II
contratação. Deve ter experiência profissional de 2 Arrendamento de Imóveis para Instalação de
anos no sector para o qual é nomeado. Serviços

3. (….) Artigo 47.º


4. (….) (…)
5. (…)
Artigo 60.º
Artigo 40.º (…)
(…)
1. A utilização de todos os veículos que fazem
1. Os Exactores Patrimoniais dependem operaci- parte do património do Estado bem como das de-
onalmente da Direcção do Património e hierarqui- mais entidades públicas está sujeita às regras da
camente à DAF do Ministério ou Organismo Públi- presente secção.
co a que estiverem afectos.
2. (…)
2. (…)
Artigo 61.º
Artigo 42.º Veículos de função e de representação
Direitos
1. Para efeitos do presente diploma considera-se
1. Para além do salário do sector onde estão inse- veículos de função:
ridos também têm direito a um complemento salari-
al mensal de 50% sobre o salário de base, cujos a) Os veículos afectos ao Presidente da Repú-
encargos serão suportados pelos Ministérios e Or- blica;
ganismos a que estiverem afectos.
b) O veículo afecto ao Presidente da Assem-
2. (…) bleia Nacional;
3. (…)
c) Os veículos afectos ao Primeiro-Ministro e
4. Pelo exercício efectivo da actividade, assiste Chefe do Governo;
aos operadores o direito a um complemento salarial
mensal, equivalente a 25% do seu salário de base, d) O veículo afecto ao Presidente do Supremo
cujos encargos serão suportados pelos Ministérios e Tribunal de Justiça;
Organismos a que estiverem afectos.
e) O veículo afecto ao Presidente do Tribunal
5. (…) de Contas;

f) O veículo afecto ao Presidente do Tribunal


Constitucional;
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g) O veículo afecto ao Procurador-Geral da pública, os mesmos são vendidos por preço não
República; inferior a um quarto (1/4) do valor base de licitação
inicial, ao interessado que oferecer o maior valor.
h) O veículo afecto ao Presidente do Governo
Regional. Artigo 113.º
(…)
Artigo 62.º 1. (…)
(…) 2. (…)
a) (…)
Os veículos não abrangidos pelo regime de viatu- b) (…)
ras de função e de representação são considerados c) (…)
para todos efeitos veículos de serviço, estando a sua d) (…)
disponibilização sujeita à gestão do Parque de Veí-
culos de Estado. 3. Os bens cedidos nos termos do número ante-
rior, revertem-se automaticamente a todo o tempo,
Artigo 79.º ao património público em caso de falta de cumpri-
(…) mento da finalidade prevista com a cedência.

1. Salvos os casos expressamente previstos em Artigo 119.º


legislação especial, a competência para autorizar a (…)
alienação de bens pertencentes ao Património Públi-
co, cabe: 1. (…)
2. (…)
a) Ao Conselho de Ministros, relativamente a
todos os bens imóveis, navios e aeronaves; 3. Quando o regulamento da hasta preveja o pa-
gamento de sinal, esse deverá ser pago no ato da
b) Ao Ministro tutelar da área das finanças, re- arrematação, sob pena de perda do direito ao bem,
lativamente aos restantes; sem prejuízo da sua cobrança coerciva, nos termos
da lei.
2. (…)
4. (…)
Artigo 99.º
Da venda em segunda e terceira praça Artigo 126.º
(…)
1. A hasta deve ser repetida, em segunda e tercei-
ra praça, no caso de não ser possível adjudicar o 1. (…)
bem na primeira e segunda praça respectivamente. 2. (…)
a) (…)
2. Aplica-se à segunda e terceira praça os mes-
mos requisitos previstos para a primeira, salvo o b) 35% (Trinta e Cinco porcento) para a cober-
disposto nos números seguintes. tura de despesas e emolumentos correntes
da Direcção do Património do Estado, sen-
3. Quando o objecto da hasta pública não for ad- do que até 20% será para pagamento de
judicado a nenhum dos interessados em primeira despesas não salariais e até 15% para os
praça, é presente em segunda praça tendo como emolumentos correntes da DPE nos termos
base de licitação 75% do valor inicial arredondado do Decreto n.º 4/2009, de 15 de Maio que
por excesso à ordem das dezenas. imprime uma nova dinâmica na Adminis-
tração Financeira do Estado.
Artigo 100.º
Destino dos bens não alienados em hasta 3. No caso de alienação de bens pertencen-
pública tes às demais entidades públicas, cuja aqui-
sição tenha sido parcialmente financiada ou
Quando não for possível a alienação de veículos comparticipada com fundos do OGE, as re-
e bens móveis em terceira praça no regime da hasta ceitas revertem-se ao Estado e à Entidade
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Autónoma nas proporções idênticas às suas Artigo 7.º


comparticipações; (…)

4. No caso de alienação de bens pertencen- 1. (…)


tes às demais entidades públicas, as receitas 2. (…)
revertem na sua totalidade para os cofres
das referidas entidades, excepto nos casos 3. Excluem-se dos actos de gestão referidos no
em que a aquisição dos bens foi totalmente número anterior, a alienação de bens públicos, sen-
financiada através do OGE, devendo cem do esta competência adstrita à Direcção do Patri-
porcento do valor reverter-se ao Tesouro mónio do Estado.
Público.
Artigo 22.º
Artigo 2.º (…)
Aditamento ao Decreto-Lei n.º 21/2014,
publicado no Diário da República n.º 175, de 1. (...)
18 de Dezembro de 2014
2. O Estado São-tomense fica isento da obrigação
São aditados ao Decreto-Lei n.º 21/2014 que de segurar os seus bens, salvo as excepções cons-
aprova o Regime de Gestão de Bens Públicos, pu- tantes de acordos e convenções internacionais de
blicado no Diário da República n.º 175, de 18 de que o Estado seja parte e os casos em que por Deli-
Dezembro de 2014, a alínea K ao artigo 3.º; o n.º 3 beração do Conselho de Ministros for determinado
ao artigo 7.º; o n.º 2 e 3 ao artigo 22.º; o n.º 4 e 5 ao o contrário.
artigo 24.º; o n.º 2 ao artigo 30.º; o n.º 5 ao artigo
45.º; n.º 3, 4 e 5 ao artigo 46.º; o n.º 3 ao artigo 60; 3. As pessoas isentas da obrigação de segurar
o n.º 2, 3, 4, e 5 ao artigo 61; o n.º 4 e 5 ao artigo respondem nos termos em que responde o segurador
90; o n.º 3 ao artigo 95.º; o n.º 4 ao artigo 99.º; o n.º e gozam, no que for aplicável, dos direitos que a
2, 3, 4, 5 e 6 ao artigo 100.º; o n.º 5 e 6 ao artigo estes assistem, incluindo-se o direito de regresso
126.º e o n.º 2 ao artigo 138.º que passam a ter a sobre os agentes cujo comportamento doloso ou
seguinte redacção: negligente cause custos ao Estado.

Artigo 3.º Artigo 24.º


(…) (…)

a) (…) 1. (…)
b) (…) 2. (…)
c) (…) 3. (…)
d) (…)
e) (…) 4. A Direcção do Património é também responsá-
f) (…) vel pelo abate de bens público por alienação ou
g) (…) inutilização.
h) (…)
i) (…) 5. No caso de abate por inutilização nos termos
j) (…) do número anterior, deve ser feito mediante audiên-
cia dos sectores especializados, de forma a ter sua
k) Inutilização – consiste na destruição total ou eficácia assegurada; e verificada a impossibilidade
parcial de material que ofereça ameaça vital ou a inconveniência da alienação de material classi-
para pessoas, risco de prejuízo ecológico ou ficado como irrecuperável, após a retirada das par-
inconvenientes, de qualquer natureza, para a tes economicamente aproveitáveis, porventura exis-
Administração Pública. tentes, que serão incorporados ao patrimônio.
Envolvendo bens Semoventes, os órgãos competen-
tes externos devem ser formalmente comunicados,
observando a necessidade de acompanhamento
destes, tais como representantes do Ministério da
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Agricultura, Pecuária, Abastecimentos ou seus ór- Artigo 60.º


gãos subordinados. (…)

Artigo 30.º 1. (…)


1. (…) 2. (…)

2. O Fundo servirá também para a aquisição de 3. Nos termos da presente norma, os veículos de
veículos com vista à renovação de parque automó- Estado são classificados para fins de utilização da
vel do Estado. seguinte forma: veículos de Função, de Representa-
ção e Veículos de Serviço.
Artigo 45.º
(…) Artigo 61.º
Veículos de função e de representação
1. (…)
2. (…) 1. (…)
3. (…)
4. (…) 2. São veículos de representação:

5. Pode, entretanto, o Governo, mediante Despa- a) Os veículos afectos aos Membros do Go-
cho do Ministro responsável pela área das Finanças, verno;
autorizar por ajuste directo, a cedência de explora-
ção de prédios rústicos ou urbanos que sejam pro- b) Os veículos afectos aos Assessores do Pre-
priedade do Estado e se mostrem adequados à reali- sidente da República;
zação de projectos de investimento privado, pelo
período de duração destes, desde que o montante c) Os veículos afectos aos vices Presidentes da
global corresponda ao valor igual ou superior a Assembleia Nacional;
1.000.000 EUR (Um milhão de Euros).
d) O veículo afecto ao Secretário;
Artigo 46.º
(…) e) Geral da Assembleia Nacional;
1. (…)
2. (…) f) O veículo afecto ao Presidente do Conselho
de Administração da Assembleia Nacional;
3. As dívidas resultantes do previsto nos números
anteriores podem ser liquidadas até o máximo de g) Os veículos afectos aos Presidentes das
cinco prestações mensais e consecutivas, acrescidas Comissões Especializadas da Assembleia
de juros de 5% ao ano, conforme prevê o artigo Nacional;
559.º do Código Civil.
h) O veículo afecto ao Procurado Geral Adjun-
4. Os frutos, rendas, ou receitas de qualquer clas- to;
se ou natureza, produzidos pelo património do Esta-
do, darão entrada nos cofres do Tesouro, nas cor- i) Os veículos afectos aos Membros do Go-
respondentes rubricas do Orçamento Geral do verno Regional;
Estado.
j) Os veículos afectos aos Presidentes das
5. No caso da Região Autónoma do Príncipe, das Câmaras Distritais;
autarquias locais, das empresas públicas e dos Insti-
tutos Públicos com autonomia financeira, as receitas 3. Os veículos de função a que se refere o número
referidas no presente artigo constituem receitas um do presente artigo estão adstritos aos seus titula-
próprias dessas entidades públicas sempre que se res a todo tempo, enquanto durar o exercício do
tratarem de bens próprios dessas entidades. mandato para o cargo que exercem.

4. Os beneficiários dos veículos de representação


nos termos do número dois supra, só podem circular
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com os mesmos durante as horas normais de expe- Artigo 100.º


diente ou mediante outras condições previstas no Destino dos bens não alienados em hasta
artigo 66.º e seguintes da presente norma, enquanto pública
durar o exercício do mandato para o cargo que
exercem. 1. (…)

5. A posse dos veículos de função e de represen- 2. Quando se verificar que ¼ do valor de licitação
tação detida pelos seus titulares, nos termos do pre- não condiz com o real valor do bem, tal será apura-
sente artigo, cessa imediatamente findo o mandato do mediante reavaliação.
para o cargo que exercem, devendo os veículos em
causa retornarem à posse do Estado. 3. É aberto um período de 10 dias úteis a contar
da primeira manifestação de interesse, para recep-
Artigo 90.º ção de propostas em cartas fechadas dos possíveis
(…) interessados.

1. (…) 4. Deverá a Direcção do Património, diligenciar


2. (…) com vista a garantir a devida divulgação da infor-
3. (…) mação.

4. Caso as propostas de preço não atinjam o valor 5. O vencedor será aquele que apresentar a maior
base de licitação, deve ser aberta nova licitação, proposta.
considerando-se como base o valor da proposta
mais alta. 6. Em caso de empate das melhores propostas,
proceder-se-á de imediato ao leilão presencial entre
5. Nos concursos onde não haja um valor base de os respectivos proponentes.
licitação, o Estado reserva-se no direito de não ad-
judicar o bem caso as propostas não convirem. Artigo 126.º
(…)
Artigo 95.º
(…) 1. (…)

1. (…) 2. (…)
2. (…)
a) (…)
3. Para efeitos dos procedimentos com vista à re- b) (…)
gularização junto a Direcção Geral das Alfândegas,
e a Direcção dos Transportes Terrestres, os veículos 3. (…)
do Estado alienados ou a serem alienados em hasta 4. (…)
pública estarão livres de quaisquer ónus ou encar-
gos. 5. As somas entregues a título de garantia não
constituem receitas públicas, salvo nos casos em
Artigo 99.º que as mesmas revertam a favor da entidade promo-
Da venda em segunda e terceira praça tora da alienação, nos termos previstos no presente
diploma.
1. (…)
2. (…) 6. Acresce ao valor da alienação dos veículos e
3. (…) bens móveis um imposto especial de 10%, confor-
4. (…) me o previsto no artigo 36-B) n.º4 do Decreto – Lei
n.º 22:793 de 31 de Julho de 1933.
5. Quando o objecto da hasta não for adjudicado
a nenhum dos interessados presentes na segunda
praça, é presente em terceira praça tendo como o
valor base de licitação 50% do valor inicial arre-
dondado por excesso à ordem das dezenas.
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Artigo 138.º Artigo 127.º


(…) (…)

1. (…) 1. Revogado
2. Revogado
2. Todos os valores previstos no presente diplo- 3. Revogado
ma devem ser adequados às normas monetárias em 4. Revogado
vigor.
Artigo 4.º
Artigo 3.º Entrada em Vigor
Revogação
O presente diploma entra em vigor nos termos
Ficam revogados, a alínea a) do n.º 1 do artigo legais.
32.º; o n.º 3 do artigo 42.º; a alínea c) e d) do n.º 1
do artigo 79.º; todos do Decreto - Lei n.º 21/2014 Visto e aprovado em Conselho de Ministros, em
que aprova o Regime de Gestão de Bens Públicos, 16 de Maio de 2018.- Primeiro-Ministro e Chefe do
publicado no Diário da República n.º 175, de 18 de Governo, Dr. Patrice Emery Trovoada; Ministro da
Dezembro de 2014. Presidência do Conselho de Ministros e dos Assun-
tos Parlamentares, Dr. Afonso da Graça Varela da
Artigo 32.º Silva; Ministro dos Negócios Estrangeiros e Comu-
(…) nidades, Sr. Urbino José Gonçalves Botelho; Minis-
tro da Defesa e Administração Interna, Sr. Arlindo
1. (…) Ramos; Ministra da Justiça Administração Pública e
Direitos Humanos, Dr.ª Ilza Maria dos Santos
a) Revogado Amado Vaz; Ministro das Finanças, do Comércio e
da Economia Azul, Dr. Américo d´Oliveira dos
b) (…) Ramos; Ministro das Infra-estruturas, Recursos
c) (…) Naturais e Ambiente, Eng.º. Carlos Manuel Vila
d) (…) Nova; Ministro da Agricultura e do Desenvolvimen-
to Rural, Sr. Teodorico Campos; Ministro da Edu-
Artigo 42.º cação, Cultura e Comunicação, Dr. Olinto da Silva
(…) e Sousa Daio; Ministro do Emprego e Assuntos
Sociais, Dr. Emílio Fernandes Lima; Ministra da
1. (…) Saúde, Dr.ª Maria de Jesus Trovoada dos Santos;
2. (…) Ministro da Juventude e Desporto, Dr. Marcelino
3. Revogado Leal Sanches.
4. (…)
5. (…) Promulgado em 23 de Novembro de 2018.

Artigo 79.º Publique-se


(…)
O Presidente da República, Evaristo do Espírito
1. (…) Santo Carvalho.
a) (…)
b) (…)
c) Revogado
d) Revogado

2. (…)
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ANEXO I 82; Decreto-Lei n.º 32/82, publicado no Diário da


República n.º 18, de 12 de Agosto, e do Decreto n.º
Decreto-Lei n.º 15/2018 21/97, publicado no Diário da República n.º 6, de 4
de Agosto, bem como todas as disposições que con-
Republicação do Regime Jurídico de Gestão trariem os princípios e o regime estatuídos no pre-
de Bens Públicos, aprovado pelo Decreto – Lei sente diploma.
n.º 21/2014 de 18 de Dezembro, com as devidas
alterações
REGIME DE GESTÃO DE BENS
Considerando que os dois últimos diplomas nesta PÚBLICOS
matéria, nomeadamente o Decreto-Lei n.º 47/2009,
de 18 de Novembro e o Decreto – Lei n.º 21/2014 CAPÍTULO I
de 18 de Dezembro constituíram um marco na re- Disposições Gerais
forma das finanças públicas em São Tomé e Prínci-
pe, em particular na gestão dos bens que integram o Artigo 1.º
património público, introduzindo novos mecanis- Objecto
mos de gestão de bens e procedimentos de alienação
mais transparentes; O presente diploma visa estabelecer o regime ge-
ral de gestão dos bens imóveis, veículos e outros
Considerando, entretanto, a necessidade de intro- bens móveis que constituem o património do Estado
duzir algumas inovações e uma sistematização que e das demais entidades públicas.
permita disciplinar, adequadamente, o uso mais
eficiente dos recursos públicos através de um regi- Artigo 2.º
me único e fiável, quanto a gestão de bens públicos, Âmbito de aplicação
em que o Governo representado pela Direcção do
Património do Estado seja o único gestor dos mes- 1. O presente diploma aplica-se ao Estado e aos
mos., proporcionando racionalidade e rendibilidade demais entes públicos, designadamente às autarqui-
nas operações patrimoniais e, consequentemente, as locais, à Região Autónoma do Príncipe e aos
um reforço da eficácia e rigor financeiros; Institutos Públicos.

Nestes termos, o Governo, no uso das faculdades 2. O regime previsto no presente diploma aplica-
conferidas pela alínea c) do artigo 111.º da Consti- se igualmente às Empresas Públicas, salvo disposi-
tuição da República Democrática, decreta o seguin- ção em contrário em lei especial.
te:
3. Não são abrangidos pelo presente diploma os
Artigo 1.º bens que integram o património financeiro do Esta-
Aprovação do, os bens que integram o património cultural, os
documentos e arquivos que integram o património
É aprovado o novo Regime de Gestão de Bens arquivístico, os veículos e outros bens móveis afec-
que integram o Património Público, doravante de- tos às Forças Armadas e às forças de segurança que
signado por Regime de Gestão de Bens Públicos, revistam a natureza de material militar, nos termos
que segue em anexo ao presente diploma e dele faz definidos no presente diploma.
parte integrante.
Artigo 3.º
Artigo 2.º Definições
Legislação revogada
Para efeitos do presente diploma, consideram-se:
São revogadas as disposições da alínea a) do n.º 1
do Artigo 32.º, a alínea c) e d) do n.º 1 do artigo a) Estado: a República Democrática de São
79.º, todos do Decreto-Lei n.º 21/2014, publicado Tomé e Príncipe enquanto Estado Unitário,
no Diário da República n.º 175, de18 de Dezembro representado pelos seus órgãos de soberania
de 2014,mantendo-se revogadas todas as disposi- e que constitui a Administração Central do
ções constantes do Decreto-Lei n.º 47/2009, de 18 Estado;
de Novembro publicado no Diário da República n.º
2480 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

b) Região Autónoma: pessoa colectivas públi- inconvenientes, de qualquer natureza, para a


ca que constitui a Região Autónoma do Administração Pública.
Príncipe, nos termos da Constituição da Re-
pública e do respectivo Estatuto Político- Artigo 4.º
Administrativo; Composição do património público

c) Autarquias Locais: pessoas colectivas pú- O património público é composto pelos bens de
blicas de população e território destinadas à domínio público e pelos bens do domínio privado,
prossecução dos interesses específicos das entendendo-se por:
respectivas populações, representadas na
ilha de São Tomé pelos Distritos; a) Bens do domínio público: as coisas públicas
ou bens dominiais que integram todos os
d) Património: o conjunto de bens e direitos de bens na titularidade do Estado, declarados
que uma pessoa, singular ou colectivas, é insusceptíveis de ser objecto de propriedade
proprietária; privada, inalienáveis, imprescritíveis e im-
penhoráveis, atendendo à sua natureza ou
e) Património Cultural: o conjunto de bens de ao destino de utilidade pública estabelecido
valor cultural, histórico ou artístico que en- por lei;
quanto tal for classificado nos termos da Lei
sobre o Património Cultural - Lei n.º b) Bens do domínio privado: o conjunto cons-
4/2003; tituído pelos restantes bens e direitos corpó-
reos de que uma entidade pública é proprie-
f) Património Público: conjunto de bens e ob- tária, também designados bens patrimoniais.
jectos materiais que pertencem ao Estado,
às autarquias locais e à Região Autónoma Artigo 5.º
do Príncipe; Domínio privado indisponível

g) Propriedade: direito real máximo, tal como 1. Os imóveis que se encontrem afectos a fins de
definido nos termos do Código Civil; utilidade pública, constituem o domínio privado
indisponível, compreendendo:
h) Titulação: ato que representa o título pelo
qual o bem se vincula ao património públi- a) Bens afectos aos departamentos e organis-
co ou se desvincula do mesmo, podendo ser mos da Administração Pública, desprovidos
através de contracto, ato administrativo ou de personalidade jurídica;
qualquer outra forma legalmente admissí-
vel; b) Bens localizados no estrangeiro afectos a
missões diplomáticas, consulados ou dele-
i) Afectação: a detenção de bens públicos a tí- gações;
tulo provisório, em que o bem ainda se
mantém na propriedade da entidade de ori- c) Bens afectos a empresas públicas; e
gem;
d) Outros bens do Estado afectos a quaisquer
j) Equipamento de Natureza Militar: o equi- outras entidades.
pamento bélico constituído por armamento
e munições, ou qualquer equipamento a que 2. Desde que deixem de ser necessários aos fins
o armamento esteja ligado de forma perma- enunciados no número anterior, os imóveis do do-
nente, bem como todos os outros equipa- mínio privado indisponível tornam-se alienáveis
mentos como tal considerados no âmbito da mediante declaração prévia de alienabilidade pelo
legislação do sector; membro do Governo responsável pela área das fi-
nanças, ouvido o Ministro responsável pelo sector
k) Inutilização – consiste na destruição total ou ao qual o bem estiver afecto.
parcial de material que ofereça ameaça vital
para pessoas, risco de prejuízo ecológico ou
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2481

Artigo 6.º Artigo 10.º


Domínio privado disponível Aquisição de bens

O domínio privado disponível é composto pelos 1. O Estado pode adquirir bens e direitos:
bens do património do Estado que não se encontrem
afectos a fins de utilidade pública ou vierem à sua a) Por construção de raiz;
posse ocasionalmente e cuja utilidade é a de produ-
zirem rendimentos. b) Por atribuição da lei;

Artigo 7.º c) Por adjudicação;


Princípio da autonomia patrimonial
d) A título oneroso, com exercício ou não da
1. A aplicação do regime previsto no presente di- faculdade de expropriação;
ploma às autarquias locais, à Região Autónoma do
Príncipe e às empresas e Institutos Públicos não e) Pelo exercício do direito de preferência;
deve prejudicar a respectiva autonomia patrimonial.
f) Por herança, legado ou doação;
2. A autonomia patrimonial compreende o poder
de praticar de forma definitiva, através dos seus g) Por prescrição aquisitiva;
órgãos e serviços, os actos de aquisição, gestão e
disposição de bens, dentro dos limites consagrados h) Por ocupação;
no presente diploma e demais legislações aplicá-
veis. i) Pelo financiamento total ou maioritário do
valor da construção ou aquisição do bem ou
3. Excluem-se dos actos de gestão referidos no direito;
número anterior, a alienação de bens públicos, sen-
do esta competência adstrita à Direcção do Patri- j) Por acessão;
mónio do Estado.
k) Pelos demais modos previstos na lei.
Artigo 8.º
Aplicação aos bens do Domínio Público 2. Os demais entes públicos previstos no presente
diploma podem adquirir bens ou direitos pelas
Salvo disposições específicas sobre a organização mesmas formas previstas para o Estado, salvo os
e competência dos serviços públicos responsáveis casos em que a mesma seja vedada nos termos da
pela gestão patrimonial constantes do presente di- lei ou dos respectivos estatutos.
ploma, os bens que constituem o domínio público
são regulados por lei especial. Artigo 11.º
Casos especiais
CAPÍTULO II
Aquisição de Bens e Direitos 1. Consideram-se igualmente propriedade públi-
Patrimoniais ca, todos os bens móveis adquiridos pelas entidades
públicas ou a elas doados, a qualquer título, por
Artigo 9.º meio dos seus representantes, incluindo os bens
Incorporação de bens e direitos patrimoniais doados aos serviços e aos titulares dos cargos públi-
cos no exercício das suas funções, quando o valor
A incorporação de bens e direitos no património comercial desses bens seja superior a cinco milhões
das entidades abrangidas pelo presente diploma de dobras, e desde que não tenham carácter estrita-
pode resultar dos diversos modos de aquisição ad- mente pessoal.
mitidos no direito comum e ainda de formas priva-
tivas do direito público, penal, fiscal e administrati- 2. Para efeitos do número anterior, consideram-se
vo. bens de carácter estritamente pessoal aqueles bens
que, por natureza, constituam objectos pessoais,
designadamente acessórios de moda, produtos
2482 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

têxteis, canetas, bem como outros artigos de idênti- 2. Os bens e direitos adjudicados ao Estado em
ca natureza. resultado de procedimento judicial, fiscal ou admi-
nistrativo, serão entregues à Direcção do Património
Artigo 12.º do Estado, remetendo-se o translado do ato, provi-
Afectação e desafectação dência ou acordo respectivo.

1. Quando um bem do domínio público do Estado 3. A Direcção do Património do Estado promove-


é desafetado ou desclassificado, fica por esse facto rá a identificação exaustiva dos bens e direitos ad-
jurídico incorporado no domínio privado do Estado, judicados e a avaliação pericial dos mesmos.
a menos que simultaneamente seja reclassificado
noutra categoria de bens do domínio público. 4. Efectuada a identificação e avaliação dos bens
e direitos adjudicados, será regularizado o seu in-
2. O ato de desafectação ou desclassificação, uma gresso no domínio privado do Estado.
vez publicado no Diário da República, é título sufi-
ciente para efeitos de inscrição matricial e registo 5. Sem prejuízo do disposto em legislação espe-
predial. cial, a perda e abandono de viaturas a favor do Es-
tado reger-se-ão nos termos do presente diploma.
3. A desafectação de bens do domínio público ou
do domínio privado do Estado e posterior afectação Artigo 16.º
ao domínio público ou ao domínio privado das au- Aquisição onerosa
tarquias locais ou da Região Autónoma do Príncipe
deverá ser sempre feita de forma expressa, aplican- As aquisições a título oneroso de carácter volun-
do-se para esse efeito o disposto no número ante- tário reger-se-ão pelos preceitos do presente diplo-
rior. ma, seja qual for a natureza dos bens ou direitos de
que se trata.
Artigo 13.º
Bens vagos Artigo 17.º
Aceitação de bens
1. Os bens imóveis que estiverem vagos e sem
dono conhecido pertencem ao património do Esta- 1. Compete ao membro do Governo responsável
do, nos termos da legislação sobre a propriedade pela área das Finanças aceitar heranças, legados, ou
fundiária. doações a favor do Estado.

2. Os bens a que se refere o artigo anterior consi- 2. A aceitação de herança entender-se-á feita
deram-se adquiridos desde logo pelo Estado e este sempre a benefício de inventário.
tomará posse dos mesmos por via administrativa,
salvo se houver oposição de terceiro com posse 3. A sucessão legítima do Estado rege-se pela lei
superior a cinco anos, caso em que o Estado intenta- civil e de processo civil em vigor.
rá a competente ação judicial.
4. Os funcionários que, no exercício das suas
Artigo 14.º funções, tiverem conhecimento da existência de
Achados e despojos históricos algum testamento ou oferta a favor do Estado, ficam
obrigados a dar conhecimento do facto à Direcção
Pertencem ao Estado como bens patrimoniais os do Património do Estado
achados e despojos históricos nos termos da legisla-
ção em vigor. Artigo 18.º
Prescrição aquisitiva
Artigo 15.º
Adjudicação 1. O Estado beneficiará da prescrição ao abrigo
das leis comuns, sem prejuízo do estabelecido em
1. Para efeitos do presente capítulo, entende-se legislações especiais.
por adjudicação a entrega de um ou mais bens ao
Estado, em consequência de procedimento judicial, 2. É absolutamente proibida a aquisição de bens e
fiscal ou administrativo. direitos patrimoniais do Estado ou de quaisquer
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2483

outras entidades públicas previstas no presente di- 3. A notificação dos possíveis proprietários dos
ploma por usucapião ou prescrição aquisitiva. bens previstos nas alíneas anteriores faz-se nos ter-
mos previstos no artigo seguinte.
Artigo 19.º
Outros casos de prescrição Artigo 20.º
Justificação de domínio
1. A prescrição, com ressalva do disposto no arti-
go anterior, e o abandono de bens ou valores a favor Para efeitos do presente diploma, a justificação
do Estado estão sujeitos a regime especial. de domínio consiste no conjunto de procedimentos
administrativos e legais tendentes a comprovar a
2. Sem prejuízo do disposto em legislação espe- propriedade pública de determinado bem.
cial, consideram-se abandonados a favor do Estado:
Artigo 21.º
a) As obrigações, acções e títulos equivalen- Justificação Administrativa
tes, ainda que provisórios, representativos
de capital de sociedades anónimas ou em 1. Aplicar-se-á o regime da justificação adminis-
comandita por acções, com sede em territó- trativa:
rio nacional, quando, durante o prazo de
vinte anos, os seus titulares ou possuidores a) Quando haja necessidade de justificar o
de dividendos, juros, amortizações ou ou- domínio relativamente a um bem, para efei-
tros rendimentos, não tenham manifestado tos de registo, nos termos da Legislação so-
por qualquer modo legítimo e inequívoco o bre o Registo Predial;
seu direito sobre os títulos;
b) Quando surjam dúvidas acerca do limite ou
b) Os dividendos, juros, amortizações e outros características de qualquer prédio a registar,
rendimentos daqueles títulos, quando, du- e não haja interessado certo que deva ser
rante o prazo de cinco anos, os seus titulares demandado;
ou possuidores não hajam praticado qual-
quer dos factos referidos na alínea anterior; c) À prescrição aquisitiva, com as devidas
adaptações.
c) Os bens ou valores de qualquer espécie de-
positados ou guardados em instituições de 2. A justificação administrativa compreende:
crédito ou parabancárias, quando, durante o
prazo de quinze anos, não haja sido movi- a) Publicação do aviso em pelo menos dois
mentada a respectiva conta, não tenham si- jornais de circulação nacional, incluindo
do pagas taxas de custódia ou cobrados ou meios na internet;
satisfeitos dividendos, juros ou outras im-
portâncias, dívidas ou os titulares não te- b) Escritura de justificação notarial;
nham manifestado por qualquer outro modo
legítimo e inequívoco o seu direito sobre os c) Publicação do resumo da escritura no DR,
bens ou valores; salvo para o caso da prescrição aquisitiva;

d) Veículos, motorizadas, navios e aeronaves, d) Registo;


abandonados na via pública, junto à costa,
no mar, ou ainda nas áreas sob jurisdição e) Inscrição no cadastro de bens públicos;
portuária ou aeroportuária, por um período
superior a dois meses ininterruptos, quando 3. As publicações previstas no presente artigo
essa situação representar perigo de poluição devem conter todas as informações e detalhes sobre
ou risco para a segurança dos transportes; os bens, conforme a regulamentação do cadastro de
bens e estar disponíveis pelo prazo de três meses.
e) Edifícios localizados nas zonas urbanas,
quando abandonados pelos proprietários por 4. Sempre que haja recurso ou impugnação da
prazo superior a três anos, após a notifica- justificação, a decisão sobre a titularidade do bem
ção pela Direcção do Património.
2484 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

deverá ser em conformidade com as regras do Direi- f) Zelar pela boa conservação dos imóveis, as-
to Privado, incluindo o recurso à via jurisdicional. segurando-se que os mesmos se encontram
em condições de utilização;
Artigo 22.º
Encargos g) Diligência com vista a que todas as repara-
ções necessárias sejam efectuadas, solici-
1. Aplicam-se aos encargos com a aquisição, o tando a intervenção dos serviços competen-
disposto quanto à alienação de bens e direitos do tes quando preciso;
Estado.
h) Celebração dos contractos de seguros,
2. O Estado São-tomense fica isento da obrigação quando se aplique;
de segurar os seus bens, salvo as excepções cons-
tantes de acordos e convenções internacionais de i) Abate de bens públicos;
que o Estado seja parte e os casos em que por Deli-
beração do Conselho de Ministros for determinado j) Prática de todos os actos legalmente permi-
o contrário. tidos para assegurar a conservação do pa-
trimónio público.
3. As pessoas isentas da obrigação de segurar
respondem nos termos em que responde o segurador 2. Ao nível da Administração Central do Estado,
e gozam, no que for aplicável, dos direitos que a os poderes compreendidos no número anterior ca-
estes assistem, incluindo-se o direito de regresso bem à Direcção do Património do Estado, incluin-
sobre os agentes cujo comportamento doloso ou do-se a alienação dos bens dos Serviços dotados de
negligente cause custos ao Estado. autonomia patrimonial.

CAPÍTULO III 3. No caso das Administrações Regional e Local,


Da Gestão do Património Público bem como dos institutos públicos, essa tarefa cabe
aos órgãos executivos próprios, em particular aos
SECÇÃO I serviços responsáveis pela administração e finanças.
Âmbito da Gestão Patrimonial
Artigo 24.º
Artigo 23.º Competências exclusivas da Direcção do
Poderes compreendidos no âmbito da gestão Património do Estado

1. Além dos poderes legalmente conferidos, a 1. A Direcção do Património exerce as compe-


gestão do património público compreende: tências estabelecidas no respectivo estatuto orgâni-
co e a tutela sobre a gestão dos bens das entidades e
a) Inscrição dos bens no cadastro de acordo organismos públicos que gozam de autonomia pa-
com o Regulamento de Inventário e Cadas- trimonial.
tro dos Bens do Estado;
2. A Direcção do Património do Estado pode de-
b) Manutenção de um cadastro actualizados de legar a todo o tempo nos Directores Administrativos
bens; e Financeiros de cada um dos Ministérios algumas
das suas competências, nos termos da Legislação
c) Arrendamento, cedência temporária ou de- Administrativa geral.
finitiva e concessão de direitos sobre os
bens imóveis; 3. Compete ainda à Direcção do Património do
Estado a supervisão da utilização dos veículos de
d) Aluguer e cedência temporária dos bens função, nos termos definidos no presente diploma.
móveis e veículos;
4. A Direcção do Património é também responsá-
e) Cobrança das rendas dos imóveis que se en- vel pelo abate de bens público por alienação ou
contram arrendados e ou em concessão e inutilização.
entrega dos valores arrecadados nos Cofres
do Estado;
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2485

5. No caso de abate por inutilização nos termos todas as prerrogativas previstas no presente diploma
do número anterior, deve ser feito mediante audiên- e no respectivo Estatuto Orgânico, independente-
cia dos sectores especializados, de forma a ter sua mente da localização física do bem e do organismo
eficácia assegurada; e verificada a impossibilidade ao qual o bem estiver afecto.
ou a inconveniência da alienação de material classi-
ficado como irrecuperável, após a retirada das par- 3. A Direcção do Património do Estado exercerá
tes economicamente aproveitáveis, porventura exis- o controlo sobre os bens afectos ao património do
tentes, que serão incorporados ao patrimônio. Estado através do Exator Patrimonial, cujas compe-
tências estão definidas na Secção II do presente
6. Envolvendo bens Semoventes, os órgãos com- Capítulo.
petentes externos devem ser formalmente comuni-
cados, observando a necessidade de acompanha- 4. A salvaguarda dos bens das autarquias locais,
mento destes, tais como representantes do da Região Autónoma do Príncipe e dos Institutos
Ministério da Agricultura, Pecuária, Abastecimen- Públicos cabe aos órgãos próprios dessas entidades,
tos ou seus órgãos subordinados. ressalvando-se as competências exclusivas do res-
ponsável pelos serviços do Património.
Artigo 25.º
Âmbito da tutela 5. No caso das embaixadas, a responsabilidade
pela protecção do património público cabe ao Em-
1. A tutela sobre a gestão dos bens que constitu- baixador, sem prejuízo das competências do respon-
em o património da Região Autónoma do Príncipe, sável pelos serviços do Património.
das autarquias locais e das demais entidades e orga-
nismos abrangidos pelo presente diploma compre- 6. Salvo os poderes conferidos aos órgãos pró-
ende os seguintes poderes: prios, a protecção e salvaguarda do património pú-
blico cabe a todos os cidadãos, por todos os meios
a) Acompanhamento do cumprimento das dis- legalmente admissíveis.
posições constantes do presente diploma;
7. Os funcionários públicos têm o dever de de-
b) Supervisão da gestão dos bens do Estado nunciar os factos susceptíveis de danificar, destruir
afectos a essas entidades; ou subtrair bens públicos, e de exigir a reposição da
legalidade, sob pena de procedimento disciplinar.
c) Solicitação de informações sobre os bens
constantes do património dessas entidades Artigo 27.º
quando os mesmos tiverem sido adquiridos Legitimidade
com fundos provenientes do Orçamento Ge-
ral do Estado; 1. Apenas têm legitimidade para utilizar os bens
públicos as pessoas que forem autorizadas mediante
d) Retoma dos bens que lhes tenham sido afec- ato administrativo, contracto ou por força da lei, e
tos nos termos do artigo 12.º; no respeito pelas disposições do presente diploma.

e) Supervisão da utilização dos veículos de 2. A violação do disposto no número anterior é


função e da emissão de credenciais pelas passível de procedimento disciplinar, civil e crimi-
entidades tuteladas. nal, a que ao caso couber.

Artigo 26.º 3. Cada utilizador deve fazer prova do auto de


Protecção do património público autorização e apresentar o respectivo título sempre
que tal lhe seja solicitado.
1. A responsabilidade primária pela protecção do
património público cabe ao detentor ou utilizador Artigo 28.º
do mesmo, que exerce todos os poderes legalmente Deveres gerais dos utilizadores de bens
admissíveis. públicos

2. Sem prejuízo do previsto no número anterior, a 1. Os utilizadores de bens públicos devem fazê-lo
Direcção do Património do Estado pode exercer com todo o zelo e cuidado de forma a promover a
2486 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

conservação do património público e abster-se de Artigo 31.º


praticar actos susceptíveis de produzir danos ao Capital
mesmo ou qualquer outro que possa lesar os interes-
ses do Estado, sob pena de responsabilidade disci- O capital inicial do fundo bem como o seu res-
plinar, civil ou criminal a que ao caso couber. pectivo aumento são definidos por despacho do
Ministro tutelar da área das Finanças, subscrito
2. O dolo ou negligência grosseira constituem integralmente pelo Estado, através do Orçamento
circunstâncias agravantes da responsabilidade pre- Geral do Estado.
vista no número anterior.
Artigo 32.º
Artigo 29.º Fonte de financiamento
Utilização de bens do Estado por outras
entidades 1. O fundo é financiado pelas seguintes receitas:

1. Os bens móveis que se encontram sob adminis- a) Comissões ou outros proveitos obtidos em
tração da Direcção do Património do Estado podem resultado da sua actividade;
ser afectos a outros serviços do Estado e aos entes
dotados de autonomia patrimonial, sem prejuízo das b) Rendimentos provenientes das suas aplica-
prerrogativas legais dessa Direcção. ções financeiras;

2. A afectação prevista no número anterior faz-se c) Quaisquer outros meios financeiros que lhe
mediante auto específico para o efeito, assinado por venham a ser atribuídos ou consignados;
um representante da Direcção do Património do
Estado e por outro do Serviço ao qual o bem ficará Artigo 33.º
afecto, no momento da entrega do bem ou no mo- Comissão Directiva
mento em que se proceda à inscrição no inventário e
cadastro de bens. 1. O fundo é gerido por uma comissão directiva,
composta por 3 membros, à qual compete efectuar
3. Assim que seja constatado que os Serviços aos em nome e por conta do fundo, as operações neces-
quais os bens estiverem afectos já não carecem des- sárias à realização do seu objecto, designadamente a
tes para o exercício das suas actividades, os mesmos selecção das operações a que se refere o artigo 30.º
são disponibilizados novamente à Direcção do Pa-
trimónio do Estado, que decidirá sobre a sua reafec- 2. Os membros da comissão directiva são nome-
tação a outros Serviços ou alienação. ados por despacho do membro do Governo respon-
sável pela área das finanças, não auferindo qualquer
SESSÃO II remuneração pelo exercício das suas funções e sen-
Fundo de Conservação e Reabilitação do o presidente, por inerência, o Director do Patri-
Patrimonial mónio do Estado.

Artigo 30.º 3. O mandato dos membros da comissão directiva


Objecto e Finalidade do Fundo tem a duração de três anos.

1. O fundo tem como objecto e finalidade o fi- 4. A Direcção do Património do Estado presta à
nanciamento de operações de recuperação, de re- comissão directiva o apoio técnico, administrativo e
construção, de reabilitação e de conservação dos logístico necessário ao respectivo funcionamento,
imóveis da propriedade do Estado nas condições a podendo para o efeito adquirir os bens e serviços
definir por diploma próprio a ser aprovado. que se mostrem necessários.

2. O Fundo servirá também para a aquisição de Artigo 34.º


veículos com vista á renovação de parque automó- Controlo e Fiscalização
vel do Estado.
Sem prejuízo das competências legalmente atri-
buídas a outras entidades, o controlo e fiscalização
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2487

da gestão do Fundo são exercidos pela Inspecção b) Assegurar-se que todos os bens sejam devi-
Geral de Finanças. damente identificados através de etiquetas;

Artigo 35.º c) Zelar pela boa conservação de todos os


Regulamentação bens;

O Diploma regulamentar previsto no artigo 30.º é d) Efectuar todas as operações e movimentos


aprovado por despacho do membro do Governo necessários à boa gestão do património
responsável pela área de finanças, no prazo de 90 afecto ao organismo em que está colocado.
dias a contar da data da entrada em vigor do presen-
te decreto-lei. 3. Sem prejuízo do previsto neste artigo, cabe
também ao próprio Ministério, Serviços e Organis-
SECÇÃO III mo onde o exator estiver destacado, a responsabili-
Do Exator Patrimonial dade pela boa gestão dos bens.

Artigo 36.º 4. O Exator Patrimonial será o interlocutor entre


Exator Patrimonial a Direcção do Património do Estado e o Organismo
a que fica afecto.
1. A forma de nomeação, as responsabilidades e
competências dos exatores patrimoniais estão defi- Artigo 38.º
nidas na presente secção. Competência

2. Em todo o caso, é obrigatória a nomeação de 1. O Exator Patrimonial elabora, constitui e ins-


um exator patrimonial por ministério, por organis- trui os processos de todos os bens afectos ao orga-
mo com autonomia financeira no âmbito da Admi- nismo a que se encontra afecto, para que os mesmos
nistração Central do Estado e por autarquia local, sejam corectamente cadastrados e registados a favor
bem como na Região Autónoma do Príncipe e nas do Estado, através dos Departamentos competentes
empresas e institutos públicos. da DPE.

3. Os Exatores são coadjuvados por operadores, 2. Compete exclusivamente aos Exatores Patri-
que são técnicos destacados no seio das demais moniais, a recepção dos bens adquiridos pelos ser-
Direções do mesmo Ministério ou de outros orga- viços em que estiverem destacados, com vista à
nismos públicos com autonomia patrimonial. devida inventariação e registo do aumento à carga.

Artigo 37.º 3. O procedimento previsto no número anterior,


Funções do Exator Patrimonial realiza-se previamente à utilização dos bens, caben-
do ao Exator assegurar a conformidade desses bens
1. O Exator Patrimonial é o responsável pela com os termos da respectiva aquisição. As incon-
guarda e o controlo dos bens do Estado afectos ao formidades não são aceites e devem ser relatadas à
organismo em que está colocado, respondendo por DAF ou Organismo adquirente, para a imediata
todo o património do mesmo, sempre que se verifi- substituição do bem.
que alguma alteração, nomeadamente aumento ou
diminuição dos bens. 4. O Exator Patrimonial controla todos os bens
dos Ministérios ou serviços em que estiver destaca-
2. Cabe especificamente ao Exator Patrimonial do, em colaboração com os responsáveis pela área
controlar e inventariar todos os bens que estiverem administrativa e financeira.
afectos ao Ministério, Serviços e Organismo aonde
for destacado, nomeadamente: 5. Nos exercícios das competências previstas na
presente secção, os responsáveis de todos os servi-
a) Classificar os bens do Estado segundo o re- ços e Organismos do Estado, devem colaborar com
gulamento anexo ao Decreto-Lei o Exator, independentemente dos condicionalismos
n.º18/2009, que aprovou o Inventário Geral geográficos e hierárquicos, sob pena do crime de
do Estado; desobediência ou de falsas declarações.
2488 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

6. Compete ainda ao Exator Patrimonial: exercício das funções nos termos de referência da
contratação. Deve também ter experiência profis-
a) Efectuar o levantamento de todos os bens sional de 2 anos no sector para o qual é nomeado.
móveis, imóveis e veículos afectos ao orga-
nismo a que se encontra afecto, devendo 3. Salvo o disposto no número seguinte, os Exa-
enviar à Direcção do Património mensal- tores Patrimoniais regularmente nomeados exercem
mente a listagem dos mesmos; as suas funções pelo período de cinco anos, poden-
do ser reconduzidos no cargo.
b) Efectuar a inventariação de todos os bens,
conforme o regulamento do inventário e ca- 4. O cargo de Exator Patrimonial extingue-se
dastro dos bens do Estado e efectuar o re- sempre que exista alteração da estrutura Orgânica
gisto no sistema informático do património do Governo da qual resulte um menor número de
de todos os bens referidos na alínea ante- Ministérios, serviços ou organismos, bem como por
rior; extinção das empresas e institutos públicos. Os Exa-
tores nomeados manter-se-ão em funções com direi-
c) Elaborar e constituir processos de todos os to à respectiva remuneração, até que os bens em sua
bens e propor à Direcção do Património, guarda sejam reafectados.
após despacho do Ministro da tutela, o ca-
dastro de todos os bens imóveis e veículos 5. Os custos inerentes ao exercício do cargo de
que não estiverem devidamente registados a Exator Patrimonial são suportados pelas Direcções
favor do Estado; Administrativas e Financeiras dos respectivos Mi-
nistérios, organismos da Administração Central,
d) Informar obrigatoriamente o responsável Local ou Regional, bem como pelas empresas e
pela área administrativa e financeira do or- Institutos Públicos.
ganismo a que se encontre afecto e a Direc-
ção do Património sempre que haja bens em Artigo 40.º
estado ocioso; Superintendência e tutela

e) Emitir Pareceres nas situações legalmente 1. Os Exatores Patrimoniais dependem operacio-


previstas. nalmente da Direcção do Património e hierarquica-
mente da DAF do Ministério ou Organismo público
7. O Exator deve ser obrigatoriamente informado a que estiverem afectos.
pelos responsáveis dos sectores, sempre que ocor-
ram situações susceptíveis de provocar alterações 2. Só o Ministro das Finanças os pode exonerar,
patrimoniais. por despacho devidamente fundamentado, se for
detectada alguma infracção grave no decurso das
8. Salvo os casos expressamente previstos na Lei, atribuições e funções que lhe estão atribuídas. Deve
é obrigatório parecer do Exator Patrimonial previa- também ter experiência profissional de 2 anos no
mente ao abate e à alienação de bens. sector para o qual é nomeado.

Artigo 39.º Artigo 41.º


Designação do Exator Patrimonial Incompatibilidades

1. Os Exatores Patrimoniais são nomeados por 1. Está vedado aos Exatores Patrimoniais do Es-
despacho do Ministro responsável pela área das tado, sob pena de nulidade, o exercício de qualquer
finanças, mediante proposta do Ministro tutelar da outra função pública, ao longo do exercício das suas
área à qual o Exactor estiver afecto, ou do respon- funções.
sável máximo do organismo, tratando-se de outras
entidades Públicas. 2. Excetua-se o disposto no número anterior o
exercício de funções docentes, em estrita observân-
2. O Exator Patrimonial deve ser detentor de cia do disposto no Estatuto da Função Pública.
formação superior na área de direito, ciências eco-
nómicas ou sociais, ou ainda em outra área desde
que seja a mesma considerada adequada ao efectivo
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2489

Artigo 42.º Artigo 45.º


Direito Formas de exploração dos bens imóveis

1. Para além do salário do sector onde estão inse- 1. Os bens imóveis podem ser objecto de explo-
ridos também têm direito a um complemento salari- ração directa e exploração por particulares, nos
al mensal de 50% sobre o salário de base, cujos termos dos números seguintes.
encargos serão suportados pelos Ministérios e Or-
ganismos a que estiver afecto. 2. A exploração directa poderá ser feita pelo pró-
prio organismo proprietário do bem, ou por outra
2. Os Exatores Patrimoniais devem ser assistidos entidade estatal autónoma, avaliadas as condições
por operadores designados pelos Organismos aos da mesma e adotadas as medidas conducentes à
quais estiverem afectos, que devem suportar os entrega dos bens ao organismo a quem seja confiada
encargos adicionais e complementos salariais decor- a sua exploração, fiscalizando-se o exato cumpri-
rentes desse trabalho. mento das condições impostas.

3. Pelo exercício efectivo da actividade assiste 3. A exploração por particulares deve ser prece-
aos operadores, o direito ao complemento salarial dida de contracto administrativo específico e com-
mensal, equivalente a 25% do seu salário de base, preende o arrendamento, a concessão, a cedência
cujos encargos serão suportados pelos ministérios temporária, e todas as demais formas admissíveis
ou Organismos a que estiverem afectos. por lei.

4. Em tudo o que não estiver previsto no presente 4. Salvo os casos expressamente previstos na lei,
diploma sobre o cargo de Exator Patrimonial, reger- é obrigatório concurso para a selecção dos particu-
se-á pelas disposições do Estatuto da Função Públi- lares interessados na exploração de bens imóveis
ca. públicos.

Artigo 43.º 5. Pode, entretanto, o Governo, mediante Despa-


Aplicabilidade cho do Ministro responsável pela área das Finanças,
autorizar por ajuste directo, a cedência de explora-
As disposições desta secção aplicam-se aos bens ção de prédios rústicos ou urbanos que sejam pro-
imóveis e direitos imobiliários que fazem parte do priedade do Estado e se mostrem adequados à reali-
domínio privado do Estado. zação de projectos de investimento privado, pelo
período de duração destes, desde que o montante
Artigo 44.º global corresponda ao valor igual ou superior a
Registos 1.000.000 EUR (Um milhão de Euros).

1. A Direcção do Património do Estado procederá Artigo 46.º


ao registo e à manutenção do Cadastro dos bens e Rendimentos
direitos que sejam susceptíveis de inscrição, nos
termos da legislação aplicável. 1. As pessoas privadas que detenham a posse titu-
lada ou não de imóveis pertencentes ao património
2. Os Serviços que promovem a construção ou público, obrigam-se a pagar ao Estado, uma renda a
ampliação de edifícios deverão enviar à Direcção do ser apurada e cobrada pela entidade pública compe-
Património do Estado, até ao final do mês seguinte tente.
ao da conclusão das obras, todos os elementos ne-
cessários aos respectivos registos. 2. Para o apuramento do montante da dívida, as
rendas em atraso deverão ser actualizadas mediante
3. Declarada a alienabilidade de determinado a taxa de inflação registada no último dia do perío-
bem imóvel, a Direcção do Património do Estado do a que disser respeito.
deverá verificar se os registos se encontram em
ordem e, caso contrário, promover os registos em 3. As dívidas resultantes do previsto nos números
falta antes de desencadear o processo de alienação. anteriores podem ser liquidadas até o máximo de
cinco prestações mensais e consecutivas, acrescidas
2490 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

de juros de 5% ao ano, conforme prevê o artigo damento será organizado pela Direcção do Patrimó-
559.º do Código Civil. nio do Estado, devendo, para o efeito, o serviço
interessado remeter proposta aprovada pelo Minis-
4. Os frutos, rendas, ou receitas de qualquer clas- tro de que dependa, donde constará:
se ou natureza, produzidos pelo património do Esta-
do, darão entrada nos cofres do Tesouro, nas cor- a) Fim a que se destina o imóvel;
respondentes rubricas do Orçamento Geral do
Estado. b) No caso de se destinar à instalação de servi-
ços, a justificação da necessidade de insta-
5. No caso da Região Autónoma do Príncipe, das lações e demais elementos constantes do ar-
autarquias locais, das empresas públicas e dos Insti- tigo 59.º, com as necessárias adaptações;
tutos Públicos com autonomia financeira, as receitas
referidas no presente artigo constituem receitas c) As disciplinas da verba orçamental que de-
próprias dessas entidades públicas sempre que se verá suportar o encargo, tendo em conside-
tratarem de bens próprios dessas entidades. ração os encargos contratuais existentes;

SUB - SECÇÃO II d) O nome e morada do proprietário do prédio


Arrendamento de Imóveis para Instalações de que se pretende ocupar e a renda proposta;
Serviços
e) Identificação do imóvel, designadamente
Artigo 47.º certidões do registo predial e matricial;
Arrendamento de imóveis para o Estado
f) Comprovativo de situação fiscal regulariza-
A celebração de contractos de arrendamento de da;
imóveis para a instalação de serviços simples ou
integrados do Estado, qualquer que seja o fim a que g) Indicação da existência ou não de outras al-
se destinem, deverá realizar-se na forma e condi- ternativas e sua identificação; e
ções em que for autorizada pela entidade competen-
te, definida da forma seguinte: h) Data previsível do início do contracto de ar-
rendamento e sua duração.
a) Quando a renda mensal proposta for inferior
ou igual a 10.000,00 (Dez Mil Dobras), pelo Artigo 49.º
Ministro de que depende o serviço interes- Representação do Estado
sado no arrendamento;
Os contractos de arrendamento são celebrados
b) Se a renda mensal proposta for superior a em nome do Estado como inquilino, sendo este
10.000,00 (Dez Mil Dobras) e inferior a representado:
50.000,00 (Cinquenta Mil Dobras), pelo
Ministro responsável pela área das Finan- a) Nos arrendamentos em que a renda mensal
ças; é inferior ou igual a 10.000,00 (Dez Mil
Dobras), pelo responsável dos serviços ad-
c) Se a renda mensal proposta for igual ou su- ministrativos e financeiros do ministério em
perior a 50.000,00 (Cinquenta Mil Dobras), que se integra o serviço a instalar; e
pelo Conselho de Ministros.
b) Nos demais arrendamentos, pelo Director
Artigo 48.º do Património do Estado ou funcionário de-
Organização do processo vidamente credenciado que o represente.

1. Quando a renda mensal for igual ou inferior a Artigo 50.º


10.000,00 (Dez Mil Dobras), o processo é organiza- Objecto do contracto
do pelo Serviço interessado no arrendamento.
Sempre que se trata de instalar um serviço é obri-
2. Quando a renda a fixar for superior a gatório que no contracto conste expressamente que
10.000,00 (Dez mil Dobras), o processo de arren-
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2491

o imóvel se destina à instalação e funcionamento âmbito da regulamentação secundária do presente


desse serviço público. diploma.

Artigo 51.º Artigo 54.º


Formalidades Denúncia dos contractos

1. O contracto depois de aprovado será submeti- 1. O Estado pode, a todo o tempo denunciar os
do ao visto do Tribunal de Contas, nos termos da contractos de arrendamento relativos aos seus pré-
lei. dios antes do término do prazo ou da sua renovação
quando os prédios se destinem à instalação e ao
2. Cópias de todos os contractos de arrendamento funcionamento dos seus serviços ou outros fins de
pelo Estado, com o averbamento da aprovação e do interesse público sem dependência de acção judici-
visto, deverão ser enviadas à Direcção do Patrimó- al.
nio do Estado e à Direcção dos Impostos.
2. O disposto no número anterior não é aplicável
SUB-SECÇÃO III aos prédios rústicos ou mistos, sujeitos ao regime da
Arrendamento de Imóveis do Domínio propriedade fundiária, cujo arrendamento se rege
Privado do Estado por legislação especial.

Artigo 52.º Artigo 55.º


Bens disponíveis para arrendamento Notificação

1. Consideram-se bens disponíveis para arrenda- 1. A denúncia dos contractos de arrendamento


mento: quando efectuada nos termos do artigo anterior, é
autorizada pelo membro do Governo responsável
a) Terrenos; pela área das Finanças, mediante notificação por
carta registada e com aviso de recepção, ou ofício
b) Edifícios ou as respectivas fracções autó- protocolado, pela Direcção do Património do Estado
nomas; ou serviço que superintenda o imóvel arrendado.

c) Outros bens que não estejam proibidos por 2. Se o arrendatário não desocupar o prédio no
lei. prazo previsto para o efeito, a contar da data da
notificação que se refere o número anterior, fica
2. Dos bens referidos no número anterior apenas sujeito a despejo imediato, sem dependência de
podem ser dados em arrendamento os bens do do- acção judicial.
mínio privado do Estado de que este não careça
para imediata instalação dos seus serviços ou para 3. Tanto a notificação como a execução do despe-
qualquer outro fim de interesse ou utilidade pública, jo prevista no número anterior são executadas pela
e que não devam ser alienados por se prever virem a Direcção do Património do Estado, podendo haver
ser necessários para uma daquelas finalidades. recursos a autoridade policial competente.

Artigo 53.º Artigo 56.º


Contractos Indemnização por denúncia de contracto de
arrendamento
1. Os contractos de arrendamento serão efectua-
dos por termo lavrado na Direcção do Património 1. A desocupação dos prédios, resultante de de-
do Estado, quanto aos imóveis objectos de arrenda- núncia por motivos de interesse público, confere ao
mento que sejam propriedades do Estado, e nos respectivo arrendatário o direito a uma indemniza-
serviços competentes da Região Autónoma e dos ção correspondente a uma renda por cada mês de
Distritos, conforme os casos. antecipação relativamente ao tempo previsto para o
contracto, com o limite de 12 rendas e, bem assim, a
2. O modelo dos contractos de arrendamento pre- uma compensação pelas benfeitorias previamente
vistos no presente diploma será aprovado por des- autorizadas e não amortizadas que tenham provoca-
pacho do responsável do sector das finanças, no do um aumento do seu valor locativo.
2492 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

2. O valor da compensação referida no número b) A selecção das soluções com viabilidade e


anterior não pode exceder o valor correspondente ao condução das negociações preliminares com
do referido aumento do valor locativo dos prédios. os respectivos proprietários;

3. O arrendatário não tem direito a qualquer in- c) A avaliação do imóvel ou imóveis que ofe-
demnização ou compensação nos casos em que reçam condições para a finalidade da com-
venha a ocupar imóvel disponibilizado pelo Estado pra ou arrendamento, tendo em vista deter-
ou pelo instituto público que reúna condições funci- minar o respectivo valor venal ou locativo,
onalmente idênticas às do imóvel desocupado. conforme o caso.

SUB-SECÇÃO IV SECÇÃO V
Disposições Diversas Utilização de Veículos e Parque de Veículos do
Estado
Artigo 57.º
Arrendamento de imóveis pelos Organismos Artigo 60.º
autónomos Utilização de veículos

1. A celebração de contractos de arrendamento de 1. A utilização de todos os veículos que fazem


imóveis pelos organismos autónomos, designada- parte do património do Estado bem como das de-
mente institutos e empresas públicas, autarquias mais entidades públicas está sujeita às regras da
locais, Região Autónoma do Príncipe, para instala- presente secção.
ção de serviços fica sujeita a pré-aprovação da res-
pectiva proposta pelo Conselho de Ministros, sem- 2. Aplica-se o disposto no presente artigo aos ve-
pre que a renda mensal proposta por unidade for ículos afectos aos projectos autónomos quando nada
superior a 100.000,00 (Cem mil dobras). em contrário resultar do acordo ou contracto que
deu origem ao supra referido projecto.
2. O valor limite estabelecido no n.º 1 poderá ser
alterado por Resolução do Conselho de Ministros, 3. Nos termos da presente norma, os veículos de
sob proposta do Ministro responsável pela área das Estado são classificados para fins de utilização da
finanças. seguinte forma: veículos de Função, de Representa-
ção e Veículos de Serviço.
Artigo 58.º
Concessões Artigo 61.º
Veículos de função e de representação
1. As concessões de terrenos do Estado estão su-
jeitas ao disposto na legislação sobre a propriedade 1. Para efeitos do presente diploma considera-se
fundiária e demais legislações aplicáveis. veículos de função:

2. Aplica-se à concessão de edifícios o disposto a) Os veículos afectos ao Presidente da Repú-


quanto ao arrendamento de imóveis pertencentes ao blica;
domínio privado do Estado.
b) O veículo afecto ao Presidente da Assem-
Artigo 59.º bleia Nacional;
Disposições comuns à aquisição e ao
arrendamento de imóveis c) Os veículos afectos ao Primeiro-Ministro e
Chefe do Governo;
1. Na instrução de cada operação imobiliária o
serviço competente promoverá: d) O veículo afecto ao Presidente do Supremo
Tribunal de Justiça;
a) A análise das alternativas possíveis, a real e) O veículo afecto ao Presidente do Tribunal
necessidade da operação proposta e a con- de Contas;
veniência de a satisfazer por compra ou ar-
rendamento, com ou sem recurso à oferta f) O veículo afecto ao Presidente do Tribunal
pública, em alternativa à construção de raiz; Constitucional;
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2493

g) O veículo afecto ao Procurador-Geral da Artigo 62.º


República; Veículos de serviço

h) O veículo afecto ao Presidente do Governo Os veículos não abrangidos pelo regime de viatu-
Regional. ras de função e de representação são considerados
para todos efeitos veículos de serviço, estando a sua
2. São veículos de representação: disponibilização sujeita à gestão do Parque de Veí-
culos de Estado.
a) Os veículos afectos aos Membros do Go-
verno; Artigo 63.º
Registos sobre os veículos
b) Os veículos afectos aos Assessores do Pre-
sidente da República; 1. Todos os condutores aos quais estejam afectos
veículos públicos deverão proceder ao registo de
c) Os veículos afectos aos vices Presidentes da todos os percursos e da quilometragem efectuada,
Assembleia Nacional; mediante o preenchimento do livro de bordo, cujo
modelo segue em anexo ao presente diploma.
d) O veículo afecto ao Secretário-Geral da As-
sembleia Nacional; 2. A responsabilidade pela segurança e integrida-
de do livro, bem como pela fidedignidade dos dados
e) O veículo afecto ao Presidente do Conselho nele contidos é da responsabilidade do condutor,
de Administração da Assembleia Nacional; sendo solidariamente responsável a pessoa que o
tiver autorizado a utilizar o veículo.
f) Os veículos afectos aos Presidentes das
Comissões Especializadas da Assembleia 3. As pessoas referidas no número anterior res-
Nacional; pondem disciplinar e criminalmente pelos actos
ilícitos decorrentes da má utilização dos livros dos
g) O veículo afecto ao Procurado Geral Adjun- veículos, sendo correspondentemente aplicável o
to; disposto no artigo 26.º.

h) Os veículos afectos aos Membros do Go- Artigo 64.º


verno Regional; Responsabilidade civil do condutor

i) Os veículos afectos aos Presidentes das 1. A pessoa que conduzir qualquer tipo de veícu-
Câmaras Distritais. lo será responsável pela sua boa utilização, ficando
civilmente responsável por qualquer dano causado
3. Os veículos de função a que se refere o número ao mesmo, se for provada a sua culpa nos termos
um do presente artigo estão adstritos aos seus titula- gerais.
res a todo tempo, enquanto durar o exercício do
mandato para o cargo que exercem. 2. Cabe ao Exator Patrimonial do sector ao qual o
veículo estiver afecto reportar ao respectivo superi-
4. Os beneficiários dos veículos de representação or hierárquico a ocorrência de qualquer facto anó-
nos termos do número dois supra, só podem circular malo e adoptar todas as diligências julgadas neces-
com os mesmos durante as horas normais de expe- sárias com vista à reparação do dano e compensação
diente ou mediante outras condições previstas no do Estado, bem como à responsabilização discipli-
artigo 66.º e seguintes da presente norma, enquanto nar do infractor, se aplicável.
durar o exercício do mandato para o cargo que
exercem. Artigo 65.º
Limites à circulação dos veículos
5. A posse dos veículos de função e de represen-
tação detida pelos seus titulares, nos termos do pre- 1. Os veículos de serviço só podem circular du-
sente artigo, cessa imediatamente findo o mandato rante as horas de expediente e quando em missão
para o cargo que exercem, devendo os veículos em oficial ou em serviço, de acordo com a credencial
causa retornarem à posse do Estado. passada exclusivamente para o efeito.
2494 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

2. Excetuam-se do referido na alínea anterior, os 2. A credencial é emitida pelo período máximo


veículos de representação ou de função e os veícu- de nove meses, mediante aprovação e publicação no
los afectos às forças de segurança pública, serviços Diário da República da lista de veículos por Despa-
de protecção civil e emergência, bem como os veí- cho Conjunto dos Ministros responsáveis pelas
culos detentores de credenciais especiais. áreas das Finanças e da Administração pública.

3. A utilização dos veículos do Estado por enti- 3. São correspondentemente aplicáveis à creden-
dades privadas, cidadãos ou cooperantes estrangei- cial especial as sanções previstas no artigo 66.º e
ros está sujeita ao disposto quanto aos serviços pú- 68.º e 69.º.
blicos e respectivos agentes.
Artigo 68.º
4. Salvo indicação em contrário por despacho Cadastro de condutores
conjunto dos ministros responsáveis pela área das
Finanças e dos transportes, o horário de expediente 1. A Direcção do Património do Estado deve
para efeitos do presente diploma é entre as 07h00 da manter um registo de todas as pessoas autorizadas a
manhã e as 18h00, nos dias úteis. conduzir os veículos abrangidos por esta secção,
independentemente da sua responsabilidade e cargo
Artigo 66.º que ocupe.
Credencial de viagem
2. O Registo de Condutores deve ser mantido por
1. A credencial de viagem visa exclusivamente a um período mínimo de dez anos e deve conter:
realização da viagem descrita na mesma e é limitada
ao tempo no número seguinte. a) A identificação completa do condutor;

2. Cada credencial de viagem tem a duração má- b) Dados da carta de condução, e;


xima de 24 horas, entre as 18h00 de um dia e as
18h00 do dia seguinte. c) Registo de infracções, acidentes e outros
eventos ocorridos na condução de veículos
3. A competência para a emissão das credencias públicos;
de viagem cabe ao responsável máximo do sector ao
qual o veículo estiver afecto. 3. Lei especial definirá as situações que determi-
nam a cessação da autorização de condução.
4. Sem prejuízo da responsabilidade disciplinar
ou criminal que possa advir, bem como da aplicação 4. A falta de registo e de autorização de condução
da penalidade prevista no artigo 69.º, a falta ou in- de veículos públicos constitui contra- ordenação
validade da credencial determina a aplicação de punível com coima de 2.500,00 (Dois mil e Qui-
uma sanção pecuniária de 500,00 (Quinhentas do- nhentas dobras).
bras) ao infractor.
Artigo 69.º
Artigo 67.º Penalidades
Credencial Especial
1. A utilização abusiva de veículo público, para
1. A credencial especial aplica-se aos veículos de fins alheios aos ao serviço público, designadamente
serviços afectos temporária e permanentemente às para o transporte de passageiros, cargas, pondo em
seguintes finalidades: risco a integridade ou por desrespeito pela conser-
vação do veículo, implica o pagamento de uma
a) Serviços de protecção civil e emergência; indemnização ao Estado de 250,00 (Duzentas e
Cinquenta dobras) por cada dia em que a situação se
b) Serviços de saúde pública; mantiver, independentemente da sanção que lhe for
aplicada.
c) Serviços de limpeza pública;
2. A dívida decorrente da aplicação da indemni-
d) Serviços cuja relevância seja reconhecida zação prevista no presente artigo deve ser comuni-
pelo Governo em Decreto específico.
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2495

cada à Direcção dos Impostos para os devidos efei- d) Restrição máxima na distribuição de veícu-
tos legais. los para uso pessoal;

3. Sempre que for provado o conluio entre o con- e) Controlo e fiscalização do uso dado aos ve-
dutor e o emissor da credencial de viagem o mesmo ículos;
será responsabilizado na metade da pena e da in-
demnização aplicável ao caso. f) Adaptação a outros fins das unidades exce-
dentárias, em condições de eficiência eco-
Artigo 70.º nómica;
Parque de Veículos do Estado
g) Normalização de marcas e modelos e au-
1. O Parque de Veículos do Estado, adiante de- mento progressivo, até ao máximo possível,
signado por PVE, visa a coordenação da gestão da proporção de veículos económicos em
descentralizada dos veículos abrangidos pelo pre- preço, manutenção e consumo;
sente diploma.
h) Restrição de veículos de luxo aos serviços
2. O PVE é constituído por todas as viaturas, má- de representação cuja solenidade o justifi-
quinas e outro material circulante ao serviço perma- que.
nente do Estado e dos seus serviços autónomos.
Artigo 72.º
3. Cabe à Direcção do Património do Estado a Coordenação das aquisições de veículos
gestão do PVE, sendo responsável pela coordenação
da sua aquisição, locação, manutenção e reparação, 1. A Direcção do Património do Estado é o único
seguros, bem como a coordenação do processo de organismo público responsável pela coordenação
abate, alienação e destruição. das aquisições de veículos por todas as entidades
abrangidas pelo presente diploma, independente-
4. A gestão do PVE deve cingir-se ao disposto na mente da natureza do mesmo e do valor da aquisi-
presente secção e não prejudica a gestão descentra- ção.
lizada dos veículos pelos organismos e entidades
públicas aos quais estiverem afectos. 2. Para efeitos do presente diploma, a coordena-
ção das aquisições compreende a verificação da
5. Os veículos pertencentes às demais entidades disponibilidade do veículo no PVE, o controlo da
públicas consideram-se propriedade das mesmas, tipologia do veículo em relação à afectação preten-
sendo vedada ao Estado a realização das despesas dida, bem como a possibilidade de colocação de
previstas no número 3 relativamente a esses veícu- outro veículo em regime mais vantajoso para a Ad-
los, salvo se o contrário resultar de Lei ou Regula- ministração.
mento.
3. É vedada às entidades abrangidas pelo presente
Artigo 71.º diploma a aquisição de veículos sem prévia consulta
Princípios da gestão do PVE ao gestor do PVE.

O P.V.E. será gerido na base dos seguintes prin- Artigo 73.º


cípios: Regime de aquisição de veículos

a) Racionalização da utilização dos veículos Apenas podem ser adquiridos veículos quando
em ordem ao aumento da sua produtividade; não existam veículos disponíveis no PVE e dentro
dos modelos e parâmetros aprovados por Despacho
b) Reajustamento das frotas às reais necessi- Conjunto dos Ministros responsáveis pelos sectores
dades de serviço público de cada ministério; das Finanças e dos Transportes.

c) Gestão centralizada das frotas, sem prejuízo


da autonomia de utilização dos respectivos
contingentes, quando existam;
2496 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

Artigo 74.º e) Terrenos compreendidos no Parque Obô de


Locação de veículos São Tomé e Parque Obô do Príncipe, ou ou-
tras reservas ecológicas.
1. A aquisição de veículos que fazem parte do
PVE compreende também o recurso aos contractos 3. Para os efeitos do presente diploma, a aliena-
financeiros especiais de Aluguer operacional, lea- ção de bens públicos compreende a venda, a permu-
sing e renting, nos termos da legislação em vigor. ta, a dação em cumprimento e outras formas de
disposição de bens e direitos patrimoniais admitidas
2. Sem prejuízo da aplicação de outras disposi- por lei, não permitida tal alienação pelo Governo
ções legais sobre a contratação pública, as condi- que se encontra em gestão.
ções de contratação e os procedimentos de utiliza-
ção de veículos nos termos previstos no artigo 4. As concessões de terrenos compreendidos nas
anterior deverão ser objecto de Regulamento pró- alíneas a), c) e e) do n.º 2 deste artigo devem limi-
prio, a aprovar por despacho conjunto dos Ministros tar-se à fixação de instalações não permanentes,
responsáveis pelos sectores dos Transportes e das cabendo ao órgão adjudicante tomar todas as medi-
Finanças. das no sentido de prevenir a formação de situações
de apropriação privada da totalidade ou parte de
Artigo 75.º bens cuja alienação não seja permitida nos termos
Aplicação Obrigatória gerais.

Os veículos integrados no PVE constituem bens 5. Todos os actos e omissões em violação do dis-
públicos, sendo vinculativas as orientações da Di- posto no presente artigo devem ser denunciados por
recção do Património do Estado relativamente à quem tiver conhecimento dos mesmos e os envolvi-
gestão dos mesmos. dos sujeitos a responsabilidade financeira, civil,
criminal e/ou disciplinar.
CAPÍTULO IV
Da Alienação do Património Público Artigo 77.º
Verificação da incapacidade
SECÇÃO I
Disposições Gerais 1. A incapacidade dos bens pertencentes ao pa-
trimónio público ou a sua não utilização pelos ser-
Artigo 76.º viços é verificada por inspecção directa de dois ou
Bens susceptíveis de alienação três funcionários dos serviços aos quais o bem esti-
ver afecto, devendo constar de auto que contenha a
1. Todos os bens pertencentes ao domínio priva- descrição dos artigos, sua afectação e número de
do disponível são susceptíveis de alienação, nos inventário, bem como o respectivo valor e ano de
termos dos números seguintes. compra, e ainda o destino a ser dado ao mesmo
bem, conforme o modelo da ficha a aprovar no âm-
2. Salvo o disposto em legislação especial, não bito da regulamentação do presente diploma.
são susceptíveis de alienação:
2. Nos serviços em que, por limitação de recursos
a) Os terrenos pertencentes à propriedade fun- humanos, não seja exequível a inspecção nos termos
diária do Estado; do número anterior, esta pode ser substituída por
uma declaração do responsável pela unidade em
b) Os bens classificados como património cul- causa, devidamente datada, assinada, autenticada e
tural; contendo todos os elementos que devem constar do
auto supra referido.
c) Os terrenos incluídos no domínio público
marítimo; 3. A Direcção do Património do Estado pode, a
todo o tempo, decidir sobre o estado de um deter-
d) Todos os demais bens que não integram o minado bem público, quando, verificadas as situa-
domínio privado das entidades públicas ções aludidas no artigo seguinte, o serviço compe-
abrangidas pelo presente diploma; tente não efectuar essa verificação, após ter sido
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2497

notificado por duas vezes para proceder em con- Artigo 79.º


formidade. Autorização para alienação
Artigo 78.º
Conteúdo do auto de verificação de 1. Salvos os casos expressamente previstos em
incapacidade legislação especial, a competência para autorizar a
alienação de bens pertencentes ao Património Públi-
1. No auto a que se refere o número 1 do artigo co, cabe:
antecedente deve indicar-se claramente se a incapa-
cidade resulta de uma das seguintes situações em a) Ao conselho de Ministros, relativamente a
que se encontrar o bem: todos os bens imóveis, navios e aeronaves;

a) Ocioso, quando embora em perfeitas condi- b) Ao Ministro tutelar da área das finanças, re-
ções de uso não estiver sendo aproveitado lativamente aos restantes;
ou tornar-se desnecessário;
2. Apenas podem intervir na alienação dos bens
b) Antieconómico, quando a sua manutenção públicos, pessoas afetas aos Organismos previstos
for onerosa ou a sua reparação exceda 50% no artigo 2.º ou cuja competência esteja prevista no
do valor da compra ou ainda o seu rendi- presente diploma, sob pena de incompetência ou de
mento seja precário, em virtude de uso pro- usurpação de funções.
longado ou desgaste prematuro;
Artigo 80.º
c) Inservível, quando não puder ser utilizado Legitimidade e capacidade para a aquisição de
por já não ter utilidade, por se encontrar bens públicos
inutilizado, incapaz ou ter prestado o tempo
normal de serviço; 1. Têm capacidade para adquirir património pú-
blico, as pessoas que reúnam cumulativamente os
d) Inútil, quando já não tiver utilidade para o seguintes requisitos:
fim a que se destinava, por obsolescência ou
por se ter alterado as formas ou o sistema de a) Maioridade à data da consolidação da alie-
trabalho, por evolução da técnica ou razão nação;
semelhante;
b) Não tenham sido condenados por sentença
e) Inutilizado por culpa de qualquer agente; transitada em julgado por fraude às normas
do presente diploma ou por crime que en-
f) Inutilizado antes do final do seu período de volva o património público.
vida útil, por excesso de utilização imposta
pelo interesse dos serviços; 2. Considera-se que têm legitimidade para adqui-
rir bens públicos as pessoas singulares e colectivas
g) Inutilizado em acidente provocado ou não que:
pelo responsável pela sua guarda e uso;
a) Tenham capacidade para tal, nos termos do
h) Defeituoso, quando tiver defeito de constru- número anterior;
ção que não permita a sua plena utilização.
b) Não sejam pessoas ligadas directamente ao
2. O auto deve igualmente indicar se o bem tem processo de alienação;
algum valor cultural, artístico, histórico, ou de co-
lecção, precisar se é necessária a sua substituição c) Não possuam dívidas de qualquer espécie
por outro e, tratando-se de máquinas, ferramentas, para com o Estado e a Segurança Social ou
material de transporte, equipamento electrónico e ainda perante a entidade pública que pre-
informático ou instrumento de precisão, se a inca- tende alienar o bem;
pacidade foi ou não verificada por técnicos quando
os haja na localidade. d) Não estejam sujeitas a outros impedimentos
legais.
2498 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

Artigo 81.º c) Alienação de veículos, navios, aeronaves e


Procedimentos aplicáveis outros bens móveis cujo valor de aquisição
tenha sido superior a 2.450.000,00 (Dois
A alienação dos bens públicos faz-se exclusiva- Milhões Quatrocentas e Cinquenta Mil Do-
mente em hasta pública ou por concurso público, bras);
mediante proposta em carta fechada, salvo nos ca-
sos em que é admitida tramitação especial. d) Outros bens que o Governo, por Despacho
do Ministro responsável pela área das fi-
Artigo 82.º nanças, assim o determinar.
Preparação da alienação
Artigo 85.º
1. Previamente ao início do procedimento estabe- Tramitação do Concurso Público
lecido devem ser desenvolvidas as seguintes tarefas:
1. O concurso público para a alienação de bens
a) Levantamento da situação jurídica do bem; deve conter as seguintes fases:

b) Avaliação; a) Lançamento;

c) Levantamento topográfico, no caso dos ter- b) Apresentação e abertura das propostas;


renos e loteamentos;
c) Avaliação das propostas;
d) Loteamento, no caso dos lotes para constru-
ção; d) Divulgação dos resultados;

e) Elaboração dos termos de referência ou do e) Recurso;


regulamento consoante a modalidade;
f) Decisão final e;
f) Definição do valor base.
g) Concretização da alienação.
Artigo 83.º
Avaliação dos bens Artigo 86.º
Lançamento do concurso
A avaliação dos bens públicos é feita pela entida-
de competente para a sua gestão e alienação com 1. O concurso é lançado mediante aviso na im-
base no preço de mercado, considerando a deprecia- prensa nacional por, pelo menos, oito dias seguidos.
ção do mesmo com o tempo e o uso.
2. Do aviso do concurso deverá obrigatoriamente
SECÇÃO II constar:
Do Concurso Público
a) Localização e descrição do bem a alienar,
Artigo 84.º nomeadamente todos os elementos constan-
Aplicação tes da sua ficha de identificação;

1. O regime geral de alienação dos bens abrangi- b) Valor base de licitação;


dos pelo presente diploma é o concurso público.
c) Condições e prazo de pagamento para o
2. O Concurso Público deve ser aplicado nos se- vencedor do concurso;
guintes casos:
d) Local, prazo, data e hora limite para a en-
a) Arrendamento dos bens imóveis; trega das propostas;

b) Alienação dos bens imóveis, não incluídos e) Dias e horas em que o bem poderá ser visi-
no artigo 72.º, n.º 2; tado/inspeccionado;
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2499

f) Local, dia e hora em que as propostas serão organismo ou serviço público a que o bem estiver
abertas; afecto.

g) Outras condições, a estabelecer nos termos 2. O Director do Património deverá indicar quem
do presente diploma. secretariará todos os actos do concurso que também
terá a responsabilidade pela redacção da ata.
Artigo 87.º
Entrega das propostas 3. É obrigatória a presença do Director do Patri-
mónio nos actos de avaliação das propostas em
1. As propostas deverão ser apresentadas pelos concursos relativos à alienação de bens que tenham
concorrentes em sobrescrito fechado, identificando- sido objecto de autorização do Conselho de Minis-
se no exterior do mesmo o proponente e o bem a tros.
que respeita, dirigido ao Director do Património do
Estado e entregue no local indicado até à hora limite 4. Tratando-se de bens pertencentes às autarquias
do dia indicado no aviso do concurso. locais e à Região Autónoma, a Comissão deve ser
formada por elementos pertencentes às mesmas,
2. Deverá ser emitida e entregue ao concorrente designados pelos respectivos órgãos executivos.
uma guia de entrega da proposta, conforme modelo
anexo, identificando-o e indicando o dia e a hora em Artigo 90.º
que a mesma foi recepcionada pelos serviços com- Critérios de avaliação
petentes da Direcção do Património do Estado.
1. As propostas serão avaliadas exclusivamente
3. As propostas permanecerão fechadas e guarda- pelo critério do preço mais elevado, devendo o arti-
das em cofre à responsabilidade do Director do go em licitação ser adjudicado ao concorrente que
Património do Estado, até ao dia e hora que tiverem tiver efectuado a oferta mais elevada, salvo o dis-
sido determinados para a sua abertura, conforme o posto no número seguinte.
aviso do concurso.
2. Havendo uma margem de diferença de 10%
4. O prazo para a entrega das propostas a concur- entre as duas maiores propostas de preço, deve ser
so pode ser definido entre trinta e sessenta dias, em aberta nova licitação, passando a base de licitação a
função da complexidade do procedimento, devendo corresponder ao preço mais elevado entre elas.
incluir os fins-de-semana e feriados.
3. Em caso de empate efectivo, ou de manuten-
Artigo 88.º ção da diferença inferior a dez porcento entre as
Abertura das propostas propostas presentes, abre-se de imediato nova lici-
tação entre os concorrentes empatados, por via de
1. O ato de abertura das propostas é público, po- leilão em carta fechada.
dendo estar presente qualquer cidadão, até ao limite
que permita a capacidade do local aonde decorrer a 4. Caso as propostas de preço não atinjam o valor
abertura das mesmas. base de licitação, deve ser aberta nova licitação,
considerando-se como base o valor da proposta
2. A abertura das propostas será efectuada uma a mais alta.
uma, devendo ser anunciado em voz alta, após a
abertura do envelope contendo cada uma das candi- 5. Nos concursos onde não haja um valor base de
daturas, o nome do concorrente e o montante da sua licitação, o Estado reserva-se no direito de não ad-
proposta. judicar o bem caso as propostas não convirem.

Artigo 89.º Artigo 91.º


Comissão de avaliação Publicação dos resultados provisórios

1. O concurso público deve ser conduzido por 1. A Comissão deve tornar públicos os resultados
uma Comissão constituída por 3 (três) elementos, provisórios até 10 dias após a abertura das propos-
sendo um designado pelo Director do Património e tas.
outros dois designados pelo Ministro da tutela do
2500 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

2. O anúncio dos resultados deve ser feito pela Artigo 94.º


mesma forma e meios utilizados para a publicação Fixação dos resultados definitivos
dos avisos de licitação.
Os resultados definitivos devem ser afixados nos
Artigo 92.º locais de estilo e publicados no Diário da Repúbli-
Recursos ca, sob pena de ineficácia.

1. Da decisão da Comissão de Licitação prevista SECÇÃO III


no artigo anterior cabe reclamação para o superior Hasta Pública
hierárquico do órgão que realizou a alienação, até 3
dias após a publicação dos referidos resultados. Artigo 95.º
Essa reclamação suspende o prazo para a fixação Aplicação
dos resultados finais, que deverá ser tomada no
prazo previsto no artigo anterior. 1. A hasta pública aplica-se à alienação de bens
não sujeitos ao procedimento de concurso público.
2. Cabe recurso contencioso para os Tribunais
Comuns das decisões do órgão de recurso, em caso 2. A hasta pública para a venda de veículos do
de violação das normas do presente diploma. Estado é aberta ao público em geral e o comprador
será escolhido com base no melhor preço, sendo
Artigo 93.º que não poderão ser estabelecidos critérios prefe-
Ata do Concurso renciais a favor de quaisquer sujeitos.

1. A acta do concurso é o documento final que 3. Para efeitos dos procedimentos com vista a re-
consolida as decisões sobre a alienação dos bens gularização junto a Direcção Geral das Alfândegas,
públicos. Nela devem ser transcritos todos os pro- e a Direcção dos Transportes Terrestres, os veículos
cedimentos do concurso e o texto final deve conter, do Estado alienados ou a serem alienados em hasta
sob pena de ineficácia, os seguintes elementos: pública estarão livres de quaisquer ónus ou encar-
gos.
a) Nome, cargo e identificação dos membros
da Comissão; Artigo 96.º
Aviso
b) Data de publicitação do concurso;
1. O aviso da hasta pública faz-se com uma ante-
c) Data e hora que o aviso determinou como cedência mínima de 5 dias seguidos, por anúncio
limite para entrega das propostas; publicado em mais do que um meio da imprensa de
divulgação nacional.
d) Local, data e hora em que se iniciou o ato
de abertura das propostas; 2. Do aviso da hasta deverá obrigatoriamente
constar:
e) Nome de cada concorrente e respectiva
oferta; a) Localização e descrição do bem a alienar,
nomeadamente todos os elementos constan-
f) Concorrente a quem foi adjudicado o bem; tes da sua ficha de identificação;

g) Hora em que se deu por encerrado o con- b) Valor base de licitação;


curso;
c) Dias e horas em que os bens poderão ser
h) Outros comentários ou elementos que sejam vistos;
tidos como pertinentes e que devam constar
na ata. d) Local, dia e hora em que a hasta terá lugar;

e) Outras condições, a estabelecer nos termos


do artigo 105.º do presente diploma.
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2501

Artigo 97.º praça, é presente em terceira praça tendo como o


Exposição dos bens valor base de licitação 50% do valor inicial arre-
dondado por excesso à ordem das dezenas.
Os bens sujeitos à hasta pública devem manter-se
expostos para vista dos interessados em local aces- Artigo 100.º
sível ao público, por um período nunca inferior a 5 Destino dos bens não alienados em hasta
dias úteis antes da hasta. pública

Artigo 98.º 1. Quando não for possível a alienação de veícu-


Da hasta pública los e bens móveis em terceira praça no regime da
hasta pública, os mesmos serão vendidos por preço
1. A hasta pública consiste na venda em praça não inferior a um quarto (1/4) do valor base de lici-
pública do bem em regime de lances individuais, tação inicial, ao interessado que oferecer o maior
sobre o valor de base, cujo montante poderá ser valor.
definido pelo organismo licitante no Regulamento
circunstanciado de cada hasta. 2. Quando se verificar que ¼ do valor de licitação
não condiz com o real valor do bem, tal será apura-
2. O bem é adjudicado ao concorrente que apre- do mediante reavaliação
sentar a proposta mais elevada, podendo ser transfe-
rido aos concorrentes colocados em segundo e ter- 3. É aberto um período de 10 dias úteis a contar
ceiro lugar, respectivamente, no caso de desistência da primeira manifestação de interesse, para recep-
dos antecedentes. ção de propostas em cartas fechadas dos possíveis
interessados.
3. Todos os concorrentes colocados até ao tercei-
ro lugar têm o prazo de dez dias seguidos, a partir 4. Deverá a Direcção do Património, diligenciar
da notificação, para exercer o seu direito. com vista a garantir a devida divulgação da infor-
mação.
4. Para efeitos do número anterior, considera-se
que o primeiro concorrente foi notificado no primei- 5. O vencedor será aquele que apresentar a maior
ro dia útil depois da hasta. proposta.

5. Todos os concorrentes devem pagar o valor do 6. Em caso de empate das melhores propostas,
lance vencedor nos mesmos moldes que o primeiro, proceder-se-á de imediato ao leilão presencial entre
isento de juros. os respectivos proponentes.

Artigo 99.º Artigo 101.º


Da venda em segunda e terceira praça Acta da hasta pública

1. A hasta deve ser repetida, em segunda e tercei- 1. A acta da hasta pública é o documento que re-
ra praça, no caso de não ser possível adjudicar o sume todos os actos praticados na mesma, os valo-
bem na primeira e segunda praça respectivamente. res dos lances vencedores, bem como a identidade
dos concorrentes vencedores, devendo constar os
2. Aplica-se à segunda e terceira praça os mes- seguintes:
mos requisitos previstos para a primeira, salvo o
disposto nos números seguintes. a) Nome, cargo e identificação dos membros
da Comissão;
3. Quando o objecto da hasta pública não for ad-
judicado a nenhum dos interessados em primeira b) Data de publicitação da hasta;
praça, é presente em segunda praça tendo como
base de licitação 75% do valor inicial arredondado c) Local, data e hora em que se iniciou a hasta
por excesso à ordem das dezenas. pública;

4. Quando o objecto da hasta não for adjudicado d) Nome do concorrente que arrematou o bem,
a nenhum dos interessados presentes na segunda seguido dos nomes dos concorrentes colo-
2502 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

cados em segundo e terceiro lugares e res- c) O requerente ou qualquer das pessoas


pectivas ofertas; abrangidas pelo n.º 2 do artigo anterior não
tenha adquirido outro imóvel público desti-
e) Hora em que se deu por encerrada a hasta nado à habitação;
pública;
d) Não esteja pendente sobre o requerente pro-
f) Outros comentários ou elementos que sejam cesso motivado pela violação de disposi-
tidos como pertinentes e que devam constar ções do presente diploma ou afins;
na acta.
e) Estejam preenchidos os demais requisitos
2. Salvo o respeito pelas disposições relativas à exigidos nos termos do presente diploma
consumação da alienação, a certidão da hasta públi- para efeitos de aquisição de bens públicos.
ca serve de documento suficiente para fundamentar
a transferência de propriedade. 3. A Direcção do Património adjudicará o bem ao
requerente pelo valor negociado pelas partes, em
SECÇÃO IV função do valor da avaliação, salvo se houver opo-
Procedimentos Especiais sição ao preço, nos termos do artigo seguinte.

SUBSECÇÃO I 4. Exclui-se do âmbito do presente regime a alie-


Ajuste Directo nação de casas de habitação e outras infra- estrutu-
ras de apoio à produção implantadas nas parcelas de
Artigo 102.º terras agrícolas que foram objecto de cedência, con-
Aplicabilidade cessão ou arrendamento no âmbito do processo de
distribuição de terras.
1. O procedimento de ajuste directo previsto nes-
ta secção aplica-se à alienação de casas do Estado 5. Quando o objecto da alienação tiver sido apos-
arrendadas para habitação. sado ilegalmente há mais de quinze anos é admitida
alienação no âmbito do presente artigo, desde que o
2. O direito de aquisição de casa arrendada pre- interessado se disponha a pagar pela utilização do
visto no presente artigo abrange apenas o arrendatá- bem ao longo daquele período, pelo valor equiva-
rio, o cônjuge sobrevivo, ou a pessoa com o qual o lente a um décimo do valor de avaliação por cada
mesmo vivia em condições análogas às dos cônju- ano de posse ilegal.
ges na habitação em questão, há pelo menos três
anos. Artigo 104.º
Oposição ao preço
Artigo 103.º
Alienação de imóveis arrendados para 1. A Direcção do Património deverá publicar na
habitação imprensa escrita um resumo do projeto de venda,
contendo no mínimo os dados da venda, tais como a
1. A iniciativa para a alienação cabe ao detentor localização do imóvel, sua descrição detalhada e o
do imóvel ou à entidade locadora. preço proposto.

2. Apenas podem ser alienadas no âmbito da pre- 2. O público geral poderá apresentar oposição ao
sente secção as casas ou apartamentos do Estado preço por escrito ou invocar o não cumprimento das
destinados à habitação, desde que: condições previstas no artigo anterior, num prazo
máximo de dez dias a contar da data da publicação.
a) Se tratem de espaços arrendados exclusi-
vamente para habitação por título válido; 3. Caso seja apresentada oposição ao preço, a Di-
recção do Património pode rever o preço inicial ou
b) O requerente resida no mesmo há mais de arquivar o procedimento se for provada a não veri-
dez anos seguidos ou quinze anos interpola- ficação dos pressupostos definidos no artigo ante-
dos; rior. Em alternativa, poderá confirmar a venda fun-
damentando o preço.
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2503

SUBSECÇÃO II SUBSECÇÃO IV
Leilão em Carta Fechada Cessão a Título Definitivo para Instalação de
Missões Diplomáticas Estrangeiras
Artigo 105.º
Aplicabilidade Artigo 108.º
Aplicabilidade
Salvo expressa referência no presente diploma, o
procedimento de leilão em carta fechada é aplicado A presente subsecção aplica-se à cessão de imó-
apenas quando haja empate entre os concorrentes veis do Estado para a instalação de missões diplo-
em concurso público. máticas estrangeiras.

Artigo 106.º Artigo 109.º


Processamento do Leilão Finalidade e encargos

1. O leilão consiste na apresentação das propostas A alienação de bens imóveis do domínio privado
em carta fechada na presença dos interessados. do Estado destinados à instalação de missões di-
plomáticas estrangeiras ou de alguns dos seus servi-
2. Os lances devem ser efectuados em simultâneo ços, pode realizar-se com dispensa de procedimento
por cada concorrente, através de carta fechada, não de licitação, mediante cessão a título definitivo ou
podendo ser alterados os valores depois de escritos temporário, sempre que São Tomé e Príncipe tenha
e inseridos em envelope fechado, sem menção do beneficiado de facilidades similares junto de outro
nome do concorrente no envelope. Estado que justifiquem este procedimento excepci-
onal ou possa delas vir a beneficiar.
3. Aplica-se à modalidade simplificada de leilão
em carta fechada os requisitos previstos para a hasta Artigo 110.º
pública, salvo naquilo que não for compatível. Formalidades

SUBSECÇÃO III A cessão será autorizada por despacho conjunto


Venda em Feira Pública dos membros do governo responsáveis pelas áreas
das Finanças e dos Negócios Estrangeiros, nela se
Artigo 107.º fazendo menção expressa do fim justificativo e das
Aplicabilidade condições e encargos a que fica sujeita, nomeada-
mente, o seu carácter definitivo ou temporário, a
O procedimento de venda em feira pública con- importância devida como retribuição e forma de
siste na venda de bens com preço pré-fixado em pagamento, se não for gratuita, respeitando sempre
feira de acesso livre, organizada exclusivamente o princípio da reciprocidade.
para o efeito, sempre que o volume de artigos acu-
mulado o exigir, devendo ser aplicado quando: Artigo 111.º
Auto de cessão
a) Haja deserção do bem em segunda e tercei-
ra praças na hasta pública; A cessão, depois de autorizada nos termos do ar-
tigo precedente, efectuar-se-á por meio de auto la-
b) Se trate de sucatas de bens móveis ou peças vrado e assinado pela Direcção do Património do
soltas de diversos bens; Estado, documento este que constitui título bastante
para a realização dos registos necessários, nomea-
c) Da alienação conjunta de bens móveis reco- damente do registo predial, se aplicável.
lhidos de serviços dispersos, cuja venda em
hasta pública se revele mais onerosa e inefi-
ciente.
2504 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

SUBSECÇÃO V se fará menção expressa do fim justificativo e das


Cedência Definitiva de Bens condições e encargos a que fica sujeita.

Artigo 112.º 2. Ao pedido de cessão é aplicável o procedimen-


Aplicabilidade to de publicidade e de oposição à alienação previsto
no artigo 104.º para a venda por ajuste directo.
A presente subsecção aplica-se à cedência de
bens móveis e imóveis do Estado para outras enti- Artigo 115.º
dades públicas, entidades privadas com estatuto de Auto de cessão
utilidade pública ou para a formação de capital so-
cial das entidades públicas empresariais. 1. A cessão, depois de autorizada nos termos do
artigo precedente, efectuar - se- á por meio de auto
Artigo 113.º lavrado e assinado na Direcção do Património do
Requisitos Estado, documento este que constitui título bastante
para a realização dos registos necessários, nomea-
1. O Estado pode livremente ceder bens públicos damente do registo predial.
a favor de entidades públicas, desde que esses bens
sejam susceptíveis de alienação. Tratando-se de 2. Cabe ao Director do Património do Estado ve-
bens de domínio público, esses bens apenas poderão lar pela publicação oficial do auto de cessão.
ser afectos às Autarquias locais e à Região Autó-
noma do Príncipe. SUBSECÇÃO VI
Disposições Diversas
2. Podem ser cedidos bens do domínio privado do
Estado e das demais entidades públicas abrangidas Artigo 116.º
pelo presente diploma, com dispensa de procedi- Permuta de bens
mento de licitação, mediante cessão a título defini-
tivo, desde que: Compete exclusivamente ao Conselho de Minis-
tros decidir sobre a permuta de bens imóveis do
a) Se tratem de bens susceptíveis de alienação; Estado, observando-se o estabelecido no presente
diploma quanto à aquisição desses bens para o seu
b) A entidade requerente seja detentora do es- património.
tatuto de utilidade pública há mais de cinco
anos; SECÇÃO V
Consumação da Alienação
c) A mesma entidade esteja a realizar serviço
público de cariz social, cultural ou científi- Artigo 117.º
co há pelo menos metade desse mesmo pe- Produção de efeitos
ríodo
1. O procedimento de alienação considera-se
d) No ato de cessão seja factualmente funda- consumado após a liquidação do valor da venda,
mentada a finalidade da atribuição. com a emissão da declaração de quitação e/ou a
celebração de escritura pública, quando aplicável.
3. Os bens cedidos nos termos do número ante-
rior, revertem-se automaticamente a todo o tempo, 2. Salvo disposição em contrário, a posse do bem
ao património público em caso de falta de cumpri- mantém-se no domínio do Estado enquanto não
mento da finalidade prevista com a cedência. forem cumpridas as formalidades relativas ao pa-
gamento dos bens e a emissão do visto prévio do
Artigo 114.º Tribunal de Contas, quando legalmente exigível.
Formalidades
Artigo 118.º
1. A cessão será autorizada por Deliberação do Escritura pública
Conselho de Ministros, sob proposta do membro do
governo responsável pela área das Finanças, em que Salvo o disposto em Lei especial, a alienação de
bens móveis e veículos não está sujeita a escritura
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2505

pública, bastando para a consumação da venda a Artigo 121.º


emissão da certidão, assim que o devedor apresentar Registos
o comprovativo do pagamento de todos os valores
legalmente devidos. 1. Qualquer bem imóvel ou veículo adquirido ao
Estado, pelos procedimentos referidos no presente
Artigo 119.º diploma, deve ser devidamente registado em nome
Pagamento do adquirente vencedor do procedimento de aliena-
ção.
1. O concorrente vencedor de qualquer um dos
procedimentos de alienação deverá proceder ao 2. O registo dos veículos alienados faz-se medi-
depósito do valor adjudicado no prazo máximo ante certidão da compra e venda após liquidação
estipulado no respectivo regulamento, sem prejuízo total do valor da venda.
do disposto nos números seguintes.
3. A Direcção do Património do Estado emitirá
2. Nos actos sujeitos à hasta pública, o vencedor certidão da escritura de compra e venda dos imóveis
tem o prazo de cinco dias, a contar do primeiro dia e a Declaração de quitação dos bens móveis e veí-
útil a seguir à realização da hasta, para proceder ao culos alienados.
pagamento integral do valor adjudicado.
SECÇÃO VI
3. Quando o regulamento da hasta preveja o pa- Disposições Diversas
gamento de sinal, esse deverá ser pago no ato da
arrematação, sob pena de perda do direito ao bem, Artigo 122.º
sem prejuízo da sua cobrança coerciva, nos termos Alienação de bens imóveis com registo
da lei. irregular

4. Nos actos sujeitos a concurso, o pagamento 1. Quando a inscrição matricial e o registo predial
deve ser feito no prazo de um mês a contar da pu- do imóvel não tiver sido efectuada até ao momento
blicação dos resultados definitivos, podendo esse em que o Estado o deseje alienar, os actos necessá-
prazo ser ampliado em função do valor do bem para rios à sua regularização são requeridos pelo seu
um máximo de seis meses, se assim tiver sido esta- adquirente às entidades competentes no prazo e
belecido nos termos de referência. termos legais.

Artigo 120.º 2. Para efeitos da inscrição matricial, o valor pa-


Falta de pagamento trimonial tributário do imóvel é o que resultar da
avaliação a realizar nos termos legais, nomeada-
1. Se após o prazo determinado para o pagamento mente as constantes no Regulamento do Inventário
do objecto da alienação, o concorrente que tenha e Cadastro dos Bens do Estado (ICBE).
efectuado a maior oferta não fizer a liquidação da
importância devida, o mesmo perde o direito de 3. Nos casos previstos no número 1, está dispen-
adquirir o bem. sada a inscrição prévia a favor do Estado.

2. Tratando-se de hasta pública, o concorrente co- Artigo 123.º


locado em segundo lugar será notificado para pagar Cláusulas acessórias
em prazo igual ao estabelecido para o anterior.
Se os objectivos visados pelo Governo com a
3. A falta de pagamento determina automatica- venda assim o determinarem, poderá ser aplicada a
mente perda do valor entregue a título de sinal e a modalidade de venda sob condição resolutiva tácita,
inibição de participação numa licitação similar du- nos termos e com os efeitos previstos na Lei geral.
rante um período não inferior a dois anos.
Artigo 124.º
Reversão dos bens alienados

Não havendo cumprimento de condições previa-


mente estabelecidas nos termos de referência ou no
2506 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

contracto de compra e venda, os bens imóveis alie- 5. As somas entregues a título de garantia não
nados revertem automaticamente para o património constituem receitas públicas, salvo nos casos em
de origem, valendo o auto de reversão assinado pelo que as mesmas revertam a favor da entidade promo-
Director do Património do Estado como título váli- tora da alienação, nos termos previstos no presente
do para a alteração do registo predial. diploma.

Artigo 125.º 6. Acresce ao valor da alienação dos veículos e


Outros negócios de disposição de bens bens móveis um imposto especial de 10%, confor-
me o previsto no artigo 36-B) n.º 4 do Decreto – Lei
Na falta de regras específicas, a disposição de n.º 22:793 de 31 de Julho de 1933.
bens do Estado, das autarquias locais, da Região
Autónoma e dos institutos públicos rege-se de acor- Artigo 127.º
do com o presente capítulo, com as devidas adapta- Revogado
ções.
Artigo 128.º
Artigo 126.º Alienação de bens localizados fora do
Receitas da alienação de património território nacional

1. As receitas da alienação do património público 1. Os bens localizados fora do território nacional


constituem receitas públicas e estão sujeitas às re- devem ser alienados nos mesmos termos aplicados
gras aplicáveis à cobrança e depósito no Tesouro ao património localizado em território nacional.
Público.
2. Sempre que, em virtude das circunstâncias es-
2. Na alienação de bens pertencentes ao patrimó- pecíficas do local, se afigurar ineficiente ou impra-
nio do Estado, as receitas provenientes da alienação ticável a venda mediante o procedimento legalmen-
são distribuídas na seguinte proporção: te estabelecido para alienação de um determinado
bem, ou os custos da sua realização onerarem o
a) 65% (Sessenta e Cinco porcento) para os Tesouro Público, o ministro responsável pela área
cofres do Estado; das finanças poderá autorizar, mediante despacho
fundamentado, o recurso a outra modalidade de
b) 35% (Trinta e Cinco porcento) para a cober- alienação de bens móveis ou veículos localizados
tura de despesas e emolumentos correntes fora do território nacional.
da Direcção do Património do Estado, sen-
do que até 20% será para pagamento de 3. O Conselho de Ministros poderá autorizar
despesas não salariais e até 15% para os igualmente o recurso a outro meio comercial admis-
emolumentos correntes da DPE nos termos sível no local da situação dos bens imóveis perten-
do Decreto n.º 4/2009, de 15 de Maio que centes ao Estado localizados fora do território naci-
imprime uma nova dinâmica na Adminis- onal, desde que cumpridos os requisitos previstos
tração Financeira do Estado. no número anterior.

3. No caso de alienação de bens pertencentes às CAPÍTULO V


demais entidades públicas, cuja aquisição tenha sido Disposições Finais e Transitórias
parcialmente financiada ou comparticipada com
fundos do OGE, as receitas revertem-se ao Estado e Artigo 129.º
à Entidade Autónoma nas proporções idênticas às Penalidades
suas comparticipações;
1. Os concorrentes que, sem causa justificada,
4. No caso de alienação de bens pertencentes às desistirem da compra após a declaração da adjudi-
demais entidades públicas, as receitas revertem na cação provisória, e os que maliciosamente tenham
sua totalidade para os cofres das referidas entidades, apresentado reclamação sem fundamento ou basea-
excepto nos casos em que a aquisição dos bens foi da em factos falsos, com o único objectivo de difi-
totalmente financiada através do OGE, devendo cultar o processo ou de prejudicar o adjudicatário,
cem porcento do valor reverter-se ao Tesouro Pú- ficam inibidos de se candidatarem, por si ou por
blico.
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2507

interposta pessoa, durante dois anos, à aquisição de do pagamento de emolumentos notariais e de qual-
bens públicos. quer outro encargo devido a entidades públicas.

2. Os candidatos que tenham comprovadamente Artigo 133.º


entrado em conluio para viciação do resultado final Edifícios das antigas roças
da licitação, ou usarem de qualquer artifício para
violar as disposições do presente diploma, ficam O Governo deverá promover a classificação co-
inibidos de, por si ou por interposta pessoa, concor- mo património histórico-cultural dos edifícios prin-
rerem às praças abertas para alienação de bens do cipais das antigas roças e adoptar as medidas julga-
Estado durante cinco anos. das necessárias à manutenção dos mesmos no
património público.
3. Para efeitos do presente artigo, admite-se toda
a espécie de prova para demonstrar a participação Artigo 134.º
directa ou indirecta. Regularização do património imobiliário do
Estado
Artigo 130.º
Regularização do património 1. Tendo em vista a regularização da situação ju-
rídica do património imobiliário do Estado, pode a
A regularização patrimonial e o inventário inicial Direcção do Património do Estado proceder à elabo-
dos bens abrangidos pelo presente diploma deverão ração de listas, a homologar pelo Primeiro-Ministro,
incluir os bens das autarquias locais e dos outros com a identificação dos vários bens imóveis por
entes públicos dotados de autonomia patrimonial, regularizar.
bem como a possibilidade de transferência de de-
terminados bens do Estado para o património desses 2. Das listas previstas no número anterior devem
entes públicos e a regularização definitiva da situa- constar todos os elementos de identificação dos
ção de bens móveis e imóveis do Estado afectos a bens imóveis em causa.
essas entidades, para efeitos de separação patrimo-
nial. 3. As listas de bens imóveis referidas no n.º 1 são
publicadas no Diário da República, num jornal de
Artigo 131.º circulação de nível nacional, no portal do Governo
Veículos alienados na Internet e nas embaixadas de São Tomé e Prínci-
pe, em duas rondas de 30 dias cada, separadas por
1. Os actos necessários à regularização do registo um intervalo de noventa dias.
dos veículos em situação de omissão são praticados
oficiosamente pela Direcção do Património do Es- 4. Sem prejuízo do recurso aos meios comuns de
tado, mediante simples comunicação, sobre a qual defesa da propriedade, da homologação da lista pelo
penda despacho autorizador do Ministro das Finan- Primeiro-ministro pode ser apresentada reclamação
ças. pelos interessados no prazo de 60 dias a contar da
última das publicações a que se refere o número
2. As regras de inventariação, registo e avaliação anterior, tendo em vista a eventual exclusão de de-
dos veículos do Estado são aquelas constantes do terminado bem imóvel da lista definitiva a que se
Regulamento do Inventário e Cadastro dos Bens do refere o número seguinte.
Estado (ICBE), publicadas em Diário da República.
5. Após o decurso do prazo previsto no número
Artigo 132.º anterior, são publicadas no Diário da República
Encargos especiais listas definitivas, elaboradas e homologadas nos
termos do n.º 1, que constituem título bastante para
Todos os actos de registo efectuados a favor do efeitos de inscrição matricial e predial dos bens
Estado destinados à regularização do registo de imóveis a favor do Estado.
propriedade de bens omissos no registo respectivo,
bem como a efectivação do inventário e cadastro
dos bens ou à transferência da respectiva proprieda-
de entre as pessoas colectivas públicas estão isentos
2508 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 176 – 29 de Novembro de 2018

Artigo 135.º anos, após o segundo aniversário da entrada em


Regularização matricial vigor do presente diploma.

Os actos necessários à regularização matricial 2. Todos os valores previstos no presente diplo-


dos imóveis em situação de omissão na matriz pre- ma devem ser adequada as normas monetárias em
dial e no registo predial constantes das listas defini- vigor.
tivas previstas no artigo anterior são praticados
oficiosamente pela Direcção do Património do Es- Ministro das Finanças, Comércio e Economia
tado, mediante simples comunicação, acompanhada Azul, Américo d’ Oliveira Ramos.
de cópia da respectiva lista definitiva publicada no
Diário da República.

Artigo 136.º
Destino dos bens alienados ilegalmente

1. Os imóveis do Estado alienados com preteri-


ção das formalidades legalmente exigidas, mantêm-
se no património do Estado, e os contractos são
convertidos em contractos de arrendamento.

2. Os veículos do Estado que à data de publica-


ção do presente diploma, tenham sido alienados há
mais de três anos, sem observância das disposições
legais em vigor, devem ser formalmente alienados
com referência ao presente, desde que:

a) Os veículos adquiridos ao Estado estejam


na posse efectiva do adquirente há mais de
3 anos;

b) Não se tratem de vendas fraudulentas ou cu-


jo objecto seja insusceptível de alienação à
luz da legislação nacional em vigor;

c) A descrição dos veículos conste da lista


submetida pela Direcção do Património do
Estado.

Artigo 137.º
Retoma da posse

Os bens cuja legalização não seja viável à luz do


presente artigo devem retornar imediatamente à
posse do Estado e os seus detentores serem ressar-
cidos das despesas que legitimamente tiverem reali-
zado, não havendo lugar a qualquer indemnização
por danos morais ou patrimoniais.

Artigo 138.º
Actualização monetária

1. Os valores previstos no presente diploma de-


vem ser actualizados, por despacho do ministro
responsável pela área das finanças, de três em três
N.º 176 – 29 de Novembro de 2018 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 2509

ANEXO II

MODELO DE LIVRO DE REGISTOS DE VIATURAS

---CABEÇALHO—

FICHA DE CIRCULAÇÃO DE VIATURAS

MATRICULA MARCA/MODELO SERVIÇO AFECTO

ANO:

MÊS:

Dia Registo de Quilómetros Litros de com- Nome legível e


bustível abaste- assinatura
cidos

Início Fim Efectuados

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DIÁRIO DA REPÚBLICA
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A correspondência respeitante à publicação de anúncios no Diário da República, a sua assinatura ou falta
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tração Pública e Direitos Humanos – Telefone: 2225693 - Caixa Postal n.º 901 – E-mail: cir-reprografia
@hotmail.com São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.

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