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Quinta Feira, 22 de Maio de 2014 Número 41

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

DIÁRIO DA REPÚBLICA

SUMÁRIO
GOVERNO

Decreto Lei n.º 9/2014


Cria a Universidade de São Tomé e Príncipe.
N.º 41 – 22 de Maio de 2014 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 197

GOVERNO 4. Fica extinto o Instituto de Ciências de Saúde Dr.


Victor Sá Machado e, assim, revogados o Decreto n.º
Decreto-Lei n.º 9/2014 36/2007 e os artigos n.º 3, ponto 5, alínea e), e nºs 35, 36
e 37 do Decreto que aprova a orgânica do Ministério da
A institucionalização da Universidade de São Tomé e Saúde e Assuntos Sociais.
Príncipe assume como principais desígnios a produção e
a difusão de cultura e de conhecimento científico e a Artigo 3.º
criação de um espaço de formação dinâmico e aberto a
todas as áreas das humanidades, artes, ciências e tecnolo- 1. Todo o património, material e imaterial, pertencente
gias, devendo promover relações privilegiadas com gru- aos extintos Instituto Superior Politécnico de S. Tomé e
pos e instituições de referência e procurar atrair os me- Príncipe, Escola de Formação de Professores e Educado-
lhores estudantes, professores e investigadores res, Centro de Aperfeiçoamento Técnico Agro-pecuário e
oferecendo-lhes condições para um pleno desenvolvi- Instituto de Ciências de Saúde Dr. Victor Sá Machado
mento das suas capacidades e dos seus talentos. passa a pertencer à Universidade de S. Tomé e Príncipe.

A Universidade define como rumo estratégico a aber- 2. O pessoal dos quadros das instituições referidas no
tura à sociedade e uma política activa de transferência de nº 1 deste artigo será integrado, conforme os casos, no
conhecimento e de inovação tecnológica, designadamen- quadro da Universidade nas categorias semelhantes ou na
te em domínios de fronteira e em programas de ligação instituição de origem, devendo os órgãos de governo da
entre diferentes grupos e disciplinas, centrando a sua universidade proceder, caso a caso, a sua integração.
acção numa cultura de sustentabilidade, de cidadania
responsável e de partilha, que valoriza o pensamento Artigo 4.º
crítico e a liberdade de expressão, as vivências culturais,
artísticas e desportivas, a complementaridade dos sabe- O presente decreto-lei entra imediatamente em vigor
res, a diversidade de culturas e a afirmação da língua
portuguesa e da cultura santomense no mundo. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de
Dezembro de 2013.- Primeiro-Ministro, Gabriel Arcanjo
Assim: Ferreira da Costa, Ministro de Defesa e Ordem Interna,
Óscar Aguiar Sacramento e Sousa, Ministra de Negócios
No uso das competências conferidas pela alínea c) do Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Natália Pedro
artigo 111.º da Constituição, o Governo decreta o seguin- da Costa Umbelina Neto, Ministro do Plano e Finanças,
te: Hélio Silva Vaz Almeida, Ministro de Obras Públicas,
Infra-estruturas, Recursos Naturais e do Meio Ambiente,
Artigo 1.º Osvaldo Cravid Viegas d´Abreu, Ministro de Agricultu-
ra, Pescas e Desenvolvimento Rural, António Álvaro da
Nos termos dos números 1 e 3 do artigo 14.º, e do Graça Dias, Ministro do Comércio, Indústria e Turismo,
número 6 do artigo 39.º, da Lei nº 2/2003, «Lei de Bases Demóstene Vasconcelos Pires dos Santos, Ministra da
do Sistema Educativo», publicado no Diário da Repúbli- Justiça, Administração Publica e Assuntos Parlamenta-
ca n.º 7 de 2 de Junho de 2003, é aprovado o estatuto da res, Edite Ramos da Costa Ten Jua, Ministro de Saúde e
Universidade de São Tomé e Príncipe, que é anexo ao Assuntos Sociais, Leonel Pinto Assunção Pontes, Minis-
presente Decreto-Lei. tro de Educação, Cultura e Formação, Jorge Lopes Bom
Jesus, Ministro da Juventude e Desporto, Danilson Al-
Artigo 2.º cântara Cotú.

1. Fica extinto o Instituto Superior Politécnico de S. Promulgado em 14 de Maio de 2014.


Tomé e Príncipe e, assim, revogados os Decretos nº
88/96 que cria este instituto e o nº 19/2007 que procedeu Publique-se:
a alteração dos respectivos estatutos.
O Presidente da República, Manuel Pinto da Costa.
2. Fica extinta a Escola de Formação de Professores e
Educadores e assim, revogado o Decreto-lei nº 5/2000 ESTATUTO DA
que cria esta escola. UNIVERSIDADE DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE

3. Fica extinto o Centro de Aperfeiçoamento Técnico Preâmbulo


Agro-pecuário e, assim, revogados o Decreto n.º 32/86
que cria este centro e os artigos nº 3, ponto 4, alínea b) e A Universidade de S. Tomé e Príncipe é uma institui-
n.º 17 do Decreto que aprova a orgânica do Ministério da ção pública de ensino superior, que assume a sua respon-
Agricultura Pescas e Desenvolvimento Rural. sabilidade e o seu papel central na dinâmica do desen-
volvimento económico e social do país. A inovação e a
valorização social e económica do conhecimento são
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referências fundamentais da sua matriz e da forma como através de uma fertilização mútua entre disciplinas, é o
se organiza para responder às missões definidas neste elemento central de uma Universidade que, a partir da
Estatuto. transformação, abrange o conjunto das áreas de conheci-
mento.
A Universidade de S. Tomé e Príncipe resulta, sobre-
tudo, da transformação do Instituto Superior Politécnico A vida da instituição organiza-se em torno dos estu-
de S. Tomé e Príncipe – até então concentrado especial- dantes e de um ensino de qualidade, inicial e pós-
mente em formações vocacionais e em formações técni- graduado, enriquecida por um ambiente de cultura e de
cas avançadas, orientadas profissionalmente – propondo, ciência, pela mobilidade interinstitucional e pelas vivên-
a partir de agora, enquanto instituição de ensino universi- cias associativas, desportivas, artísticas, científicas e
tário, orientar-se também para a oferta de formações culturais.
científicas sólidas, juntando esforços e competências de
unidades de ensino e investigação. É um lugar da vida académica e necessita, para a rea-
lização das suas actividades, de uma ampla autonomia.
Este processo decorre da vontade de juntar, numa Para que o programa da Universidade se cumpra plena-
mesma instituição, diversas áreas de conhecimento, cri- mente é decisiva a acção dos centros e unidades de inves-
ando assim melhores condições para acompanhar a evo- tigação com maior dinâmica e capacidade de intervenção
lução contemporânea da ciência, da tecnologia, das artes nacional e internacional. O presente Estatuto prevê um
e das humanidades. A nova instituição procura reforçar a novo grau de liberdade organizacional que se destina a
capacidade de ensino e de investigação, particularmente promover formas de cooperação entre as unidades e
em áreas de fronteira e de convergência interdisciplinar, grupos de professores e investigadores, designadamente
abrir novas oportunidades de educação superior e pro- no âmbito científico e da pós-graduação.
mover as dinâmicas de internacionalização.
A Universidade de S. Tomé e Príncipe assegura a
O Instituto Superior Politécnico de S. Tomé e Prínci- existência de um sistema de garantia da qualidade, orga-
pe, doravante ISP, criado ao abrigo do decreto nº 88/96 nizado de acordo com as melhores práticas internacio-
de 31 de Dezembro de 1996 foi a primeira instituição nais. A autoavaliação, a avaliação externa independente e
pública de ensino superior no País. No quadro de desen- a regular prestação de contas à comunidade académica e
volvimento das suas atribuições o ISP desempenhou o à sociedade, são elementos decisivos para o desenvolvi-
seu papel, formando professores para o sistema nacional mento da instituição e para a sua afirmação como univer-
de ensino e técnicos em várias áreas do saber, realizando sidade de referência.
cursos de caris meramente universitários e outros poli-
técnicos. Na procura de solução para a formação de qua- A defesa e a valorização da língua portuguesa, bem
dros no país e redução do custo de formação de nível como do nosso património histórico e cultural, são bases
superior de jovens santomenses no estrangeiro, necessá- centrais da identidade institucional. Para serem levados à
rio se torna o alargamento do leque da oferta formativa e prática, estes princípios necessitam de uma organização
criação de melhores condições de investigação (laborato- dotada de grande autonomia institucional, de um ambien-
riais, bibliográficas), de instalações e de material à dispo- te de pensamento crítico e de liberdade intelectual e de
sição dos professores. um compromisso forte com o futuro de S. Tomé e Prín-
cipe.
O presente Estatuto define a natureza, os princípios e a
organização da Universidade de S. Tomé e Príncipe, Assim, consideram-se criadas todas as condições bási-
estabelecendo nas disposições finais um regime de tran- cas para, ao abrigo do disposto na Lei n.º 2/2003, de 2 de
sição, de modo a assegurar o normal funcionamento dos Junho, ser aprovado o seguinte Estatuto:
cursos e serviços, enquanto, de facto, perdurar a fase de
instalação da universidade. Capítulo I

Adopta-se um modelo simples, a acompanhar docu- Natureza, Missão e Fins


mentos de orientação, em particular uma Carta de Direi-
tos e Garantias, um Código de Conduta e Boas Práticas e Artigo 1.º
os Regulamentos. Denominação e Sede

A decisão tomada pelo Governo tem como desígnio a 1. A Universidade de S. Tomé e Príncipe, adiante
construção de uma universidade centrada nas pessoas, abreviadamente designada por USTP, é um estabeleci-
comprometida com a investigação e o ensino, a inovação mento público de ensino superior.
e a transferência de tecnologia, que valoriza o conheci-
mento, o mérito e a participação. 2. A Universidade de S. Tomé e Príncipe resulta da
transformação do Instituto Superior Politécnico se S.
O reforço e a necessidade da investigação científica, Tomé e Príncipe conservando a totalidade das atribui-
particularmente em áreas de fronteira e de convergência,
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ções, competências, direitos e obrigações existentes à d) Prestar serviços diversificados à comunidade,


data da transformação. numa perspectiva de valorização recíproca;

3. A Universidade de S. Tomé e Príncipe tem a sua e) Desenvolver o intercâmbio científico, técnico e


sede no Bairro da Quinta de Santo António, podendo cultural com instituições de investigação e de
criar estruturas e formas de representação em qualquer ensino superior, nacionais e estrangeiras;
parte do território nacional ou no estrangeiro.
f) Contribuir para o desenvolvimento da coopera-
4. As questões relativas aos símbolos, datas comemo- ção internacional e para a aproximação entre os
rativas, cerimónias e trajes académicos são objecto de povos, designadamente nos domínios da educa-
regulamento próprio, a aprovar pelo Conselho da Univer- ção e do conhecimento, da ciência e da tecnolo-
sidade. gia;

Artigo 2.º g) Contribuir para a modernização do sistema edu-


Natureza cativo de santomense a todos os níveis, designa-
damente através da pesquisa, adopção e disse-
1. A USTP é uma pessoa colectiva de direito público e minação de novas metodologias de ensino e de
goza de autonomia estatutária, cultural, científica, peda- promoção do conhecimento, tirando partido das
gógica, administrativa, financeira, patrimonial e discipli- Tecnologias de Informação e Conhecimento
nar. (TIC).

2. A USTP dispõe ainda do poder regulamentar para Artigo 4.º


desenvolver disposições deste estatuto e para aprovar os Valores
respectivos regulamentos internos.
1. A USTP respeita e promove na sua acção os valores
3. Para a prossecução dos seus fins, a USTP pode ce- essenciais que derivam dos princípios e direitos consa-
lebrar convénios, protocolos, contratos e outros acordos grados na Constituição da República Democrática de S.
com instituições públicas ou privadas, nacionais, estran- Tomé e Príncipe e na Lei de Bases do Sistema Educativo.
geiras ou internacionais.
2. A USTP adopta ainda os seguintes princípios:
4. A USTP pode criar ou promover a criação de pes-
soas colectivas de direito privado ou delas fazer parte, no a) A liberdade – A USTP deve assumir-se e ser en-
âmbito da prossecução dos seus fins. tendida como um espaço privilegiado de criação
e circulação livre de ideias, não estando subme-
Artigo 3.º tida a constrangimentos ideológicos de qualquer
Missão e fins espécie;

1. A USTP é um centro de criação, difusão e promo- b) A excelência – A USTP compromete-se com a


ção da cultura, ciência e tecnologia, articulando o estudo busca incessante do conhecimento, situando-se
e a investigação, de modo a potenciar o desenvolvimento no limiar da inovação científica e tecnológica;
humano, como factor estratégico do desenvolvimento
sustentável do país. c) A autonomia – A USTP é uma instituição autó-
noma, na medida em que lhe são conferidos os
2. A USTP prossegue, entre outros, os seguintes fins: poderes e os meios necessários que lhe permi-
tam, nos termos da lei e do presente Estatuto:
a) Promover o desenvolvimento humano na sua in-
tegralidade, relevando as dimensões científica, i. Definir os seus objectivos e metas;
técnica, ética, social e cultural, e tendo por para-
digma a busca incessante de padrões elevados ii. Elaborar os respectivos planos e programas e asse-
de qualidade; gurar a sua execução e avaliação;

b) Fomentar actividades de investigação funda- iii. Garantir o livre exercício das funções de investiga-
mental e aplicada que visem contribuir, de for- ção, da docência e da extensão universitária e bem assim
ma criadora, para o desenvolvimento do País; assegurar um amplo acesso às fontes de informação exi-
gidas pelo processo de promoção activa do conhecimen-
c) Promover a capacidade empreendedora da soci- to;
edade santomense, contribuindo para a capacita-
ção dos recursos humanos nas áreas prioritárias d) A qualidade – A USTP assume as seguintes di-
do desenvolvimento; mensões como constitutivas do conceito da qua-
lidade:
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i. Relevância, no sentido de que o fazer universitário tendo em consideração as orientações e prioridades de


seja socialmente pertinente; política de ensino superior definidas pelo Governo.
ii. Equidade, no sentido do alargamento das oportuni-
dades de acesso e sucesso educativos a todos os santo- 2. A USTP tem autonomia na elaboração dos planos
menses, independentemente da sua condição social e do de estudo e programas das disciplinas, definição dos
local de residência e; métodos de ensino e aprendizagem, escolha dos proces-
sos de avaliação de conhecimentos e ensaio de novas
iii. Abordagem por competências, no sentido de orien- experiências pedagógicas.
tar os processos pedagógicos para a construção de capa-
cidades do aprendente; 3. No uso desta autonomia, a USTP e suas unidades
asseguram a pluralidade de doutrinas e métodos que
e) O empreendedorismo – A USTP promove a garantam a liberdade de ensinar e aprender.
educação para a iniciativa e assume-se como um
espaço privilegiado de promoção de uma cultura Artigo 8.º
de iniciativa empresarial, contribuindo para o Autonomia administrativa, financeira e patrimoni-
desenvolvimento da iniciativa criadora e da ca- al
pacidade empreendedora da sociedade santo-
mense; 1. A USTP exerce autonomia administrativa no qua-
dro da legislação aplicável.
f) A sustentabilidade – No desempenho da sua
missão e na prossecução dos seus fins, a USTP 2. No âmbito da sua autonomia financeira, a USTP ge-
deve assegurar que as respectivas actividades e re livremente as verbas anuais que lhe são atribuídas no
iniciativas tenham o devido suporte gerencial e Orçamento Geral de Estado e outras que pelos seus pró-
financeiro, em ordem a salvaguardar-se a sua prios meios conseguir angariar:
eficácia, como garante do desenvolvimento ulte-
rior da Universidade; a) Tem a capacidade de transferir verbas entre as
diferentes rubricas e capítulos orçamentais;
g) A Internacionalidade - A USTP orienta-se no
sentido da sua inserção em espaços regionais e b) Elabora o seu plano plurianual;
mundiais de ensino superior e ciência que se
pautem por elevados padrões de qualidade e ex- c) Tem capacidade para obter receitas próprias,
celência. que gere anualmente através de orçamentos pri-
vativos conforme critérios por si estabelecidos, e
Artigo 5.º pode arrendar directamente edifícios indispen-
Associações de Estudantes sáveis ao seu funcionamento.

1. A USTP reconhece o papel e apoia as associações 3. No âmbito da autonomia patrimonial, a USTP dis-
de estudantes, proporcionando-lhes os espaços e as con- põe do seu património sem outras limitações além das
dições para o exercício autónomo das suas actividades. estabelecidas por lei.

2. As associações de estudantes têm o direito a ser ou- 4. O património da USTP e das suas unidades orgâni-
vidas sobre a actividade da Universidade nos termos da cas é constituído pela universalidade dos direitos e obri-
lei. gações constituintes das esferas jurídicas do Instituto
Superior Politécnico, Escola de Formação de Professores
Artigo 6.º e Educadores, Centro de Aperfeiçoamento Técnico Agro-
Autonomia estatutária, científica e cultural Pecuário e Instituto de Ciências de Saúde Dr. Victor Sá
Machado e pelos bens, móveis e imóveis, direitos e obri-
No âmbito da sua autonomia estatutária, científica e gações de conteúdo económico, submetidos ao comércio
cultural, a USTP tem a capacidade de livremente elaborar jurídico privado, afectos à realização dos seus fins, inclu-
e rever o seu estatuto e das suas unidades orgânicas, indo os que lhe tenham sido cedidos pelo Estado ou por
definir, programar e executar actividades de ensino, in- outras entidades públicas ou privadas ou que lhe estejam
vestigação e de extensão, de natureza científica e cultu- a qualquer título afectos para a prossecução, directa ou
ral, necessárias à prossecução dos seus fins. indirecta, das suas atribuições e competências.

Artigo 7.º 5. Integram ainda o património imobiliário da USTP


Autonomia pedagógica os imóveis adquiridos ou construídos, mesmo que em
terrenos pertencentes ao Estado.
1. No exercício da sua autonomia pedagógica, a USTP
goza da faculdade de criar, suspender e extinguir cursos,
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Artigo 9.º d) Aprovar os montantes das propinas a praticar na


Fundo da USTP USTP, sob proposta do Reitor;

1. Nos termos da lei, a USTP pode promover, com o e) Fiscalizar o funcionamento da USTP, ordenando
objectivo de assegurar a realização das suas actividades inquéritos e sindicâncias para a verificação da
através de fontes alternativas de financiamento, a consti- legalidade, da actuação dos respectivos órgãos e
tuição de um fundo, do qual será titular, financiado por serviços;
doações, heranças ou legados.
f) Aprovar as alterações ao presente Estatuto por
2. O estatuto do Fundo e o respectivo regulamento de despacho, ouvido o Conselho da Universidade,
gestão são aprovados pelo Conselho da Universidade, ou por proposta deste;
sob proposta do Reitor.
g) O mais que lhe seja cometido por lei ou resultar
3. O capital realizado e intangível e os rendimentos do estatuto e regulamentos da USTP.
obtidos com a gestão do Fundo constituem receita pró-
pria da Universidade, integrando o respectivo orçamento Artigo 12.º
privativo. Organização em rede

4. O Fundo tem a natureza de património autónomo, 1. Para a prossecução cabal dos seus fins, a USTP
gerido e administrado pela Universidade ou por entidade adopta o modelo de organização em rede, que consiste
por esta designada. em integrar e potenciar a capacidade das suas diversas
unidades orgânicas e bem assim das organizações de
5. O Conselho da Universidade, por proposta do Rei- diferentes níveis e de natureza variada a que estiver asso-
tor, pode decidir a liquidação do Fundo e, nesse caso, o ciada, independentemente da sua localização geográfica,
seu capital constitui receita própria da Universidade, para promover actividades de ensino, investigação e
devendo ser aplicado na construção, reabilitação ou aqui- extensão acessíveis aos cidadãos dos diversos pontos do
sição de bens ou serviços destinados a actividades de nosso território nacional e da diáspora santomense.
ensino, investigação ou desenvolvimento.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, a
Artigo 10.º USTP apoia-se, nomeadamente, nas oportunidades ofere-
Autonomia disciplinar cidas pelas Novas Tecnologias de Informação e Conhe-
cimento.
1. A USTP dispõe do poder de punir, nos termos da lei
e dos respectivos regulamentos, as infracções disciplina- Capítulo II
res praticadas por docentes, discentes, investigadores e Ensino e Investigação
demais pessoal.
Artigo 13.º
2. Das penas aplicadas ao abrigo da autonomia disci- Graus e diplomas
plinar há sempre direito de recurso, nos termos da lei.
1. À USTP compete a concessão de graus, diplomas e
Artigo 11.º títulos académicos e honoríficos, bem como outros certi-
Tutela ficados previstos na lei, nomeadamente os graus de ba-
charel, licenciado, mestre e doutor.
No desempenho da sua missão e na prossecução dos
seus fins, a USTP está sujeita à tutela do membro do 2. A USTP pode ainda conceder diplomas ou certifi-
Governo responsável pelo ensino superior, ao qual com- cados de formação profissionalizante, de natureza pós
pete: secundária, pós-graduada ou de outro nível, nos termos
fixados na lei.
a) Aprovar, tendo em vista a respectiva adequação
à política educativa, quando tal se justifique, o Artigo 14.º
número máximo de matrículas anuais, por curso, Acesso e ingresso
sob proposta da USTP;
1. O regime de acesso e ingresso na USTP é o fixado
b) Aprovar os projectos de orçamento da USTP na lei para a generalidade dos estabelecimentos de ensino
dependentes do Orçamento Geral de Estado; superior.

c) Apreciar e homologar o plano estratégico, o pla- 2. Para além dos requisitos fixados na lei, pode ainda a
no anual e plurianual de actividades, bem como USTP exigir aos candidatos a demonstração da capacida-
o relatório anual de actividades e as contas de de para a frequência através de provas de conhecimentos
gerência;
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ou de aptidão por si elaboradas, de acordo com o cons- com outras entidades dotadas de reconhecida competên-
tante no Regulamento da Universidade. cia científica e técnica na área da investigação.

Artigo 15.º 2. O regulamento a que se refere o número anterior


Regulamento dos cursos deve contemplar, entre outros, os seguintes aspectos:

1. O Conselho da Universidade aprova o regulamento a) Objectivos da estrutura de investigação;


geral dos cursos ministrados na USTP.
b) Gestão da estrutura de investigação;
2. Cada curso é dotado de um regulamento específico
a propor pela respectiva unidade orgânica e aprovado c) Recursos humanos e materiais atribuídos à es-
pelo Conselho da Universidade, o qual deve, no respeito trutura de investigação;
pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis,
definir os respectivos âmbito e objectivos, o seu enqua- d) Unidade operacional, caso aplicável, responsá-
dramento nas estruturas da USTP, a sua direcção e coor- vel pelo acolhimento administrativo e financeiro
denação e modalidades de funcionamento, a organização da estrutura de investigação.
curricular, a duração, as condições específicas de acesso,
o grau ou diploma que concede, bem como as demais Capítulo III
normas necessárias ao seu desempenho eficiente e eficaz. Estrutura Interna

Artigo 16.º Artigo 18.º


Áreas científicas Descrição geral

1. A USTP ministra o ensino e organiza a investigação A USTP estrutura-se internamente em:


científica em torno de grandes áreas científicas, designa-
damente: a) Órgãos;
b) Unidades orgânicas;
a) Ciências da Natureza, da Vida e do Ambiente; c) Serviços.

b) Ciências Humanas, Sociais e Artes; Secção I


Órgãos
c) Ciências Exactas, Tecnologias e Engenharias;
Artigo 19.º
d) Ciências Económicas, Jurídicas e Políticas. Órgãos de governo da universidade

2. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, para 1. São órgãos de governo da USTP:
uma ou mais áreas científicas da USTP será criado um
conselho científico. a) O Reitor;
b) O Conselho da Universidade;
3. A USTP, mediante deliberação do Conselho da c) O Conselho de Estratégia e Governo.
Universidade, define o conteúdo das áreas científicas e
bem assim as respectivas normas e directivas de estrutu- 2. Junto do Reitor, funciona ainda o Conselho Admi-
ração e funcionamento, podendo ainda alterar o elenco nistrativo da USTP.
das áreas sempre que tal se revelar de imperiosa necessi-
dade para o desempenho eficiente e eficaz da instituição. Subsecção I
Reitor
4. As áreas científicas referidas no número 1 são tra-
duzidas em unidades orgânicas de ensino, investigação e Artigo 20.º
extensão. Perfil e Eleição

Artigo 17.º 1. O Reitor é eleito, por escrutínio secreto, de entre


Estruturas de investigação docentes doutorados da USTP, de preferência professores
titulares, com, pelo menos, três anos de experiência do-
1. Sem prejuízo da livre iniciativa individual, a USTP cente, de investigação e ou de gestão no ensino superior.
desenvolve actividades de investigação fundamental ou
aplicada através de estruturas próprias, nos termos cons- 2. O Reitor cessante comunica ao órgão de tutela, no
tantes de regulamento aprovado pelo Conselho da Uni- prazo de 10 dias úteis, o resultado do acto eleitoral, para
versidade, em estruturas inseridas em organismos públi- que proceda à nomeação do Reitor eleito no prazo máxi-
cos ou privados associados à USTP ou ainda em parceria mo de 20 dias úteis.
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3. O órgão de tutela só pode recusar a nomeação do 9. Quando se verifique a incapacidade temporária do


Reitor eleito com fundamento em vício de forma do Reitor, assume as suas funções o Vice-Reitor por ele
processo eleitoral. designado ou, na falta de indicação, o mais antigo na
categoria mais elevada.
4. O Reitor eleito toma posse perante a reunião con-
junta do Conselho da Universidade e do Conselho de 10. Durante a vacatura do lugar de Reitor, e até que o
Estratégia e Governo. Conselho da Universidade delibere acerca da sua substi-
tuição interina, o cargo de Reitor é exercido pelo Vice-
5. O mandato do Reitor é de quatro anos, não podendo Reitor mais antigo na categoria mais elevada.
ser eleito sucessivamente mais de duas vezes.
Artigo 22.º
6. O Reitor fica dispensado da prestação de serviço Competências
docente ou de investigação, sem prejuízo de, por sua
iniciativa, o poder prestar. 1. O Reitor representa, dirige e administra a USTP in-
cumbindo-lhe, designadamente:
Artigo 21.º
Processo eleitoral a) Presidir aos actos universitários e às reuniões
dos órgãos colegiais da USTP, salvo o disposto
1. Sem prejuízo do regulamento de eleições da USTP, no presente Estatuto e nos regulamentos;
a aprovar por despacho do membro do Governo respon-
sável pela área do Ensino Superior, ouvido o Conselho b) Constituir comissões e presidir àquelas a cujas
da Universidade, o Reitor é eleito de acordo com as re- reuniões assistir;
gras previstas nos números seguintes.
c) Manter a entidade de tutela e o Conselho da
2. As eleições são realizadas em data marcada pelo Universidade informados sobre a vida, os pro-
Conselho da Universidade. blemas e o desenvolvimento da USTP;

3. O Reitor é eleito por um colégio eleitoral cuja com- d) Dirigir e supervisionar a Universidade e, em es-
posição e funcionamento são aprovados pelo regulamen- pecial, assegurar a coordenação das unidades
to das eleições: orgânicas e a cooperação com instituições con-
géneres;
4. Será proclamado Reitor o candidato que obtiver a
maioria absoluta dos votos validamente expressos. e) Conferir os graus universitários e assinar os res-
pectivos diplomas;
5. Se nenhum candidato tiver obtido os votos exigidos
no número anterior, procede-se a uma segunda votação, à f) Autorizar a contratação do pessoal docente, in-
qual são admitidos os dois candidatos mais votados na vestigador, técnico e administrativo e dar-lhe
primeira votação. posse, nos termos legais e regulamentares;

6. Na segunda votação, a realizar-se em prazo não su- g) Admitir e excluir alunos, nos termos regulamen-
perior a quinze dias úteis após a realização da primeira tares;
votação, é proclamado Reitor o candidato que obtiver
maior número de votos. h) Exercer o poder disciplinar sobre o pessoal da
Universidade, nos termos legais e regulamenta-
7. O processo de eleição inclui, designadamente: res;
i) Promover a elaboração dos instrumentos de ges-
a) O anúncio público da abertura de candidaturas; tão previsional e dos documentos de prestação
de contas e acompanhar a implementação dos
b) A apresentação de candidaturas, instruídas com primeiros;
currículo e programa de acção;
j) Nomear os presidentes dos conselhos directivos
c) A audição pública dos candidatos, com apresen- das unidades orgânicas e, por proposta destes, os
tação e discussão do programa de acção. demais membros;

8. Se no prazo indicado no número anterior não sur- k) Autorizar despesas, sem prejuízo da competên-
girem candidaturas, a votação pode incidir sobre qual- cia do Conselho Administrativo;
quer docente do quadro da universidade, de acordo com o
número 1 do artigo 20.º. l) Assumir todas as competências que lhe forem
delegadas pela entidade de tutela;
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m) O mais que resultar da lei, do estatuto e regula- em regime de comissão de serviço, com a duração de
mentos da USTP. quatro anos, renovável.

2. Cabem ainda ao Reitor todas as competências que, 6. Os Vice-Reitores ficam dispensados da prestação de
por lei ou nos termos do presente Estatuto, não sejam serviço docente ou de investigação, sem prejuízo de, por
atribuídas a outros órgãos da USTP. sua iniciativa, o poderem prestar.

3. Ouvido o Conselho da Universidade, o Reitor pode 7. Os pró-reitores podem ser dispensados, total ou
delegar nos vice-reitores, pró-reitores, administrador parcialmente, da prestação de serviço docente, por des-
geral ou nos órgãos de gestão das unidades orgânicas as pacho do Reitor.
competências que se tornem necessárias a uma gestão
mais eficiente. Artigo 24.º
Incapacidade do Reitor
Artigo 23.º
Vice-reitores, pró-reitores e administrador geral 1. Quando se verifique a incapacidade temporária do
Reitor, assume as suas funções o Vice-Reitor por ele
1. O Reitor é coadjuvado no exercício das suas fun- designado.
ções por vice-reitores, em número máximo de dois, por si
escolhidos, de entre professores do quadro da USTP. 2. Na falta de tal designação, assume funções o Vice-
Reitor que há mais tempo exerça o cargo ou, em situação
2. Os vice-reitores podem ser exonerados a todo o de igualdade, o Vice-Reitor com maior antiguidade como
tempo pelo Reitor e cessam funções com o termo do professor.
mandato do Reitor.
3. Caso a situação de incapacidade se prolongue por
3. Para o desenvolvimento de tarefas específicas a de- mais de 90 dias, o Conselho da Universidade deve pro-
legar pelo Reitor e por tempo limitado, o Reitor pode ser nunciar-se acerca da substituição e da oportunidade de
coadjuvado por pró-reitores, em número máximo de um novo processo eleitoral.
quatro, por si nomeados de entre professores da USTP
habilitados pelo menos com o grau de mestre. 4. Em caso de vacatura, renúncia ou reconhecimento
pelo Conselho da Universidade da incapacidade perma-
4. O Reitor é ainda coadjuvado, em matérias de ordem nente do Reitor, deve aquele órgão determinar a sua
predominantemente administrativa, económica, financei- substituição pelo Vice-Reitor, que organiza o processo
ra e patrimonial, pelo Administrador-geral da Universi- eleitoral, nos mesmos termos estabelecidos pelos n.ºs 2 e
dade, ao qual incumbe, designadamente: 3 do artigo 21º.

a) Superintender na organização e funcionamento Artigo 25.º


dos serviços, velando pela legalidade, eficiência Suspensão ou destituição do Reitor
e eficácia da sua actuação;
1. Em situação de gravidade para a vida da USTP, o
b) Coordenar a elaboração dos instrumentos de Conselho da Universidade, convocada por um terço dos
gestão previsional da USTP e a sua adequada seus membros, desde que representados elementos dos
implementação; diferentes corpos, pode deliberar, por maioria de dois
terços dos seus membros efectivos, a suspensão do Reitor
c) Coordenar a elaboração dos instrumentos de do exercício das suas funções e, após processo regula-
prestação de contas; mentar específico a elaborar pelo Conselho da Universi-
dade, a sua destituição.
d) Assinar conjuntamente com o Reitor os diplo-
mas de concessão de graus académicos; 2. A decisão do Conselho da Universidade de suspen-
der ou destituir o Reitor deve ser precedida de igual deci-
e) Exercer outras competências e atribuições que são do Conselho de Estratégia e Governo, aprovada por
resultarem do presente Estatuto, da lei e dos re- maioria de dois terços dos seus membros efectivos.
gulamentos da USTP ou que lhe forem delega-
das pelo Reitor. Subsecção II
Conselho da Universidade
5. O Administrador-geral é escolhido pelo Reitor da
USTP, de entre o pessoal docente e não docente perten- Artigo 26º
cente ao quadro da Universidade, com formação superior Composição
e experiência profissional relevante nos domínios a que
se refere o número 4, devendo exercer as suas funções 1. Integram o Conselho da Universidade:
N.º 41 – 22 de Maio de 2014 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 205

a) O Reitor, que preside; g) Aprovar os instrumentos de gestão previsional e


de prestação de contas da USTP;
b) Os Vice-Reitores;
h) Pronunciar-se sobre qualquer assunto que, não
c) Os Pró-Reitores, caso existam; se enquadrando na competência específica de
qualquer outro órgão da USTP, lhe seja apresen-
d) O Administrador-geral da USTP; tado pelo Reitor.

e) Os Presidentes dos Conselhos Directivos das Subsecção III


Unidades Orgânicas; Conselho de Estratégia e Governo

f) Quatro representantes dos docentes eleitos pelos Artigo 28.º


respectivos pares, de entre professores doutora- Composição
dos;
1. Integram o Conselho de Estratégia e Governo:
g) Dois representantes dos alunos, eleitos pelos
respectivos pares; a) O Reitor, que preside;

h) Dois representantes do pessoal não docente, b) Os vice-reitores;


eleitos pelos respectivos pares;
c) Os pró-reitores, caso existam;
i) Uma personalidade de reconhecido mérito nos
meios científico cultural e socio-económico, co- d) Os directores das unidades orgânicas;
optados pelos demais membros.
e) Até quatro personalidades de reconhecido méri-
2. Têm assento no Conselho da Universidade, sem di- to nos meios universitário, científico e tecnoló-
reito a voto, os presidentes dos Conselhos Científicos das gico, cultural e económico.
Unidades Orgânicas.
2. É condição preferencial na escolha dos membros re-
3. O Conselho da Universidade reúne-se, ordinaria- feridos na alínea e) do número anterior a sua experiência
mente, uma vez por semestre e, extraordinariamente, universitária e de gestão de alto nível em empresas ou
sempre que convocado pelo Reitor, por iniciativa própria instituições públicas.
ou a pedido de 1/3 dos seus membros.
3. Dos membros referidos na alínea e) do número um,
Artigo 27.º 50% são escolhidos pelo Conselho da Universidade e os
Competências restantes 50% pelo Reitor.

Compete ao Conselho da Universidade: 4. Nenhum dos membros referidos na alínea e) do


número 1 deste artigo deve pertencer à USTP.
a) Aprovar as propostas de estratégia e de desen-
volvimento da USTP; 5. O Conselho de Estratégia e Governo reúne-se, ordi-
nariamente, uma vez por semestre e, extraordinariamen-
b) Aprovar as medidas que assegurem o funciona- te, sempre que convocado pelo seu presidente.
mento articulado entre as unidades orgânicas;
Artigo 29.º
c) Aprovar as propostas de criação, alteração, sus- Competências
pensão ou extinção dos cursos provenientes das
unidades orgânicas; Compete ao Conselho de Estratégia e Governo:
d) Aprovar as propostas de criação, integração,
modificação ou extinção de unidades orgânicas a) Elaborar as propostas de estratégia e de desen-
nas estruturas da universidade; volvimento da USTP a serem aprovadas pelo
Conselho da Universidade;
e) Apresentar propostas de alterações ao presente
Estatuto e submetê-las à entidade governamental b) Estabelecer os procedimentos para a aplicação
de tutela, por iniciativa própria ou mediante so- das orientações estratégicas no âmbito da orga-
licitação desta; nização, ensino e aprendizagem, investigação e
os recursos humanos, económicos e orçamen-
f) Aprovar os regulamentos da USTP e ratificar os tais;
regimentos dos demais órgãos colegiais;
206 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 41–22 de Maio de 2014

c) Pronunciar-se sobre os regulamentos da univer- 8. São isentos de responsabilidade os membros que,


sidade e das suas unidades orgânicas; tendo estado presentes na reunião, manifestem o seu
desacordo em declaração registada na respectiva acta,
d) Apreciar e emitir parecer sobre os planos de ac- bem como os membros ausentes que tenham declarado
tividades e o orçamento; por escrito o seu desacordo, que igualmente será regista-
do na acta, salvo casos de força maior devidamente justi-
e) Apreciar e emitir parecer sobre os relatórios e ficados.
contas da USTP;
Artigo 31.º
f) Assessorar o Reitor no governo da universidade Competências
em todas as questões que este entenda submeter-
lhe; 1. O Conselho Administrativo exerce a gestão admi-
nistrativa, financeira e patrimonial da USTP.
g) Aprovar o respectivo regimento e submetê-lo à
ratificação do Conselho da Universidade. 2. Compete ao Conselho Administrativo, no âmbito da
gestão financeira e patrimonial:
Subsecção IV
Conselho Administrativo a) Elaborar o orçamento anual e assegurar a res-
pectiva execução;
Artigo 30.º
Composição e funcionamento b) Superintender nas actividades de arrecadação de
receitas e de realização das despesas;
1. Integram o Conselho Administrativo:
c) Elaborar a conta de gerência;
a) O Reitor, que preside;
d) Superintender na gestão do património da uni-
b) Um dos Vice-Reitores, designado pelo Reitor; versidade;

c) O Administrador-geral; e) Aceitar doações, heranças ou legados;

d) Os presidentes dos conselhos directivos das f) Assegurar as condições necessárias ao exercício


Unidades Orgânicas. do controlo financeiro e orçamental pelas enti-
dades legalmente competentes;
2. Tem assento nas reuniões do Conselho Administra-
tivo, sem direito a voto, o Director dos Serviços Admi- g) Aprovar o respectivo regulamento interno e
nistrativos e Financeiros, que assegura o secretariado das submetê-lo à ratificação do Conselho da Univer-
mesmas. sidade;

3. O Reitor pode delegar no Vice-Reitor a que se refe- h) Angariar fundos que suplementem as dotações
re a alínea b) do número 1 a presidência do Conselho orçamentais indispensáveis à satisfação das ne-
Administrativo, sem prejuízo da faculdade de participar cessidades da USTP.
nas reuniões deste órgão, sempre que o entenda.
3. Quando o julgar conveniente à boa gestão da Uni-
4. O Conselho Administrativo reúne-se, ordinariamen- versidade, o Conselho Administrativo pode delegar parte
te, uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que o das suas competências no Reitor ou em outras pessoas
seu presidente o convocar. investidas em cargos de direcção ou de chefia, devendo
as entidades delegadas prestar contas das actividades
5. Nas votações não são admitidas abstenções, poden- realizadas ao Conselho nas condições definidas no ins-
do haver contudo declarações de voto. trumento de delegação.

6. A acta de cada reunião deve ser aprovada e assinada Secção II


por todos os membros presentes, mas os membros dis- Unidades orgânicas
cordantes do teor da acta poderão nela exarar as respecti-
vas declarações de voto. Artigo 32.º
Estrutura geral
7. Os membros do Conselho Administrativo são soli-
dariamente responsáveis pelos actos praticados no exer- 1. Sem prejuízo da criação de outras unidades orgâni-
cício das suas funções. cas que vierem a revelar-se necessárias, integram-se na
USTP as seguintes unidades:
N.º 41 – 22 de Maio de 2014 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 207

a) Departamentos: unidades de ensino, investiga- Secção III


ção e extensão nos domínios científicos que in- Serviços
tegram áreas disciplinares próximas e afins;
Artigo 34.º
b) Escolas/institutos/faculdades: unidades de ensi- Função e direcção
no, investigação e extensão nos domínios cientí-
ficos que agregam áreas de conhecimento com 1. Os serviços da USTP são unidades especializadas
vincada especificidade; de apoio técnico e logístico aos órgãos e às unidades
orgânicas no desempenho das suas funções, designada-
c) Centros: espaços inter-unidades orgânicas ou mente na preparação, execução e avaliação das decisões,
espaços da Universidade vocacionados para a políticas, normas e instrumentos de gestão da universida-
investigação, formação e extensão; de nos diversos domínios de actividade.

d) Unidades Funcionais: unidades que, estruturan- 2. Os serviços da USTP são dirigidos por directores de
do-se sob a forma de núcleos, grupos ou comis- serviços, que dependem directa, hierárquica e funcional-
sões, dependentes directamente do Reitor, visam mente do Administrador-Geral, sem prejuízo das compe-
a execução de programas e projectos específi- tências próprias do Reitor.
cos, permanentes ou temporários, de natureza
específica ou transversal, e que não se enqua- Artigo 35.º
dram nas funções próprias dos Departamentos, Estrutura
Escolas e Centros.
Os serviços da USTP estruturam-se do seguinte modo:
2. A alteração da tipologia e do elenco das unidades
orgânicas que acarrete aumento de encargos financeiros a) Serviços Administrativos e Financeiros;
carece da aprovação do órgão de tutela.
b) Serviços Académicos;
3. A criação e definição das normas de organização e
funcionamento das unidades a que se refere o presente c) Serviços de Documentação e Edições;
artigo são da competência do Conselho da Universidade.
d) Serviços de Acção Social;
4. Pode haver ainda unidades associadas à USTP nos
termos do presente Estatuto. e) Serviços Técnicos;

Artigo 33.º f) Gabinete de Planeamento, Cooperação e empre-


Unidades associadas endedorismo;

1. As unidades associadas a que se refere o número 5 g) Gabinete de Auditoria e Controlo de Qualidade.


do artigo anterior são instituições públicas e privadas,
nacionais ou estrangeiras, que prosseguem fins a nível do Artigo 36º
ensino, da investigação ou da extensão, cooperando com Atribuições gerais dos serviços
a USTP em função da pertinência e adequação dos seus
fins aos prosseguidos pela universidade, embora não 1. Os Serviços Administrativos e Financeiros assegu-
integrem a orgânica da universidade. ram a gestão corrente da Universidade em matéria admi-
nistrativa e financeira, nos termos legais e regulamenta-
2. Salvo o disposto no presente diploma, as unidades res pertinentes e em harmonia com as directivas
associadas mantêm com a USTP relações de parceria emanadas dos órgãos competentes da USTP, competin-
institucional nos termos dos respectivos contratos de do-lhes, designadamente:
associação, assinados entre o Reitor e os respectivos
dirigentes máximos. a) Funções operativas nas áreas do pessoal docente
e não docente e de gestão administrativa, finan-
3. Os contratos de associação a que se refere o número ceira e patrimonial;
anterior definem as formas de colaboração, podendo
incluir a possibilidade de partilha do pessoal docente e b) Serviço de recepção, distribuição e expedição de
investigador, discentes e demais recursos, tendo em vista documentos, bem como o arquivo geral da Uni-
a boa prossecução de objectivos comuns. versidade;

c) Outras actividades superiormente determinadas.

2. Os Serviços Académicos têm por função a gestão


corrente da Universidade nos assuntos de natureza aca-
208 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 41–22 de Maio de 2014

démica e, designadamente, o apoio técnico-


administrativo aos projectos de ensino da Universidade d) Programação e ou realização das actividades
em matéria de: editoriais da USTP, nomeadamente edição, pu-
blicação e distribuição de revistas, órgãos in-
a) Regime escolar geral dos alunos; formativos, obras científicas, literárias e cultu-
rais.
b) Criação, alteração e extinção dos cursos minis-
trados pela Universidade e dos respectivos pla- 5. Aos Serviços de Acção Social incumbe a execução
nos de estudos, incluindo os cursos não confe- da política de apoio social à comunidade universitária e,
rentes de grau académico; em especial, aos seus estudantes, com vista a assegurar o
direito à igualdade de oportunidades de acesso, frequên-
c) Provas conducentes à concessão de graus e títu- cia e sucesso escolar, pela superação de desigualdades
los académicos; económicas, sociais e culturais, designadamente através
do desenvolvimento de actividades nos domínios de:
d) Processos de equivalência, de reconhecimento e
de registo de habilitações de nível superior; a) Alimentação e alojamento;

e) Emissão de declarações, certificados e diplomas b) Serviços de Saúde;


de estudos;
c) Bolsas de Estudo;
f) Recolha de informação estatística relativa aos
alunos dos diversos cursos de formação inicial e d) Material didáctico e demais recursos pedagógi-
de pós-graduação e de cursos não conferentes de cos;
grau;
e) Actividades desportivas e culturais;
g) Reclamações apresentadas relativamente a maté-
rias da sua competência; f) Outros apoios socio-educativos.

h) Outras actividades superiormente determinadas. 6. O Gabinete de Planeamento, Cooperação e Empre-


endedorismo tem por funções principais:
3. Compete, designadamente, aos Serviços Técnicos
coordenar e executar as actividades relativas a: a) O apoio técnico na preparação e execução dos
planos, programas e projectos de desenvolvi-
a) Concepção, implementação e manutenção de mento da USTP;
sistemas e plataformas de suporte tecnológico à
gestão da universidade; b) A gestão e a dinamização das relações de coope-
ração e parceria da USTP com outras institui-
b) Planeamento, manutenção das infra-estruturas ções, públicas e privadas, nacionais ou estran-
universitárias; geiras, que prossigam fins análogos ou
complementares;
c) Criação das condições técnicas e materiais ade-
quadas à preservação do meio ambiente, da saú- c) Promover o empreendedorismo no seio da co-
de, higiene e segurança das instalações. munidade universitária.

4. Os Serviços de Documentação e Edições têm por 7. O Gabinete de Auditoria e Controlo de Qualidade


função a gestão corrente em matéria de bibliotecas, do- tem por funções essenciais:
cumentação e edições, competindo-lhes, designadamente:
a) A implementação e o acompanhamento da ob-
a) A recolha, sistematização, gestão e disponibili- servância das normas e parâmetros de qualidade
zação a todos os sectores de actividade da Uni- definidos pelo Conselho da Universidade;
versidade de informação ou documentação de
carácter científico, técnico e cultural necessária b) A realização de actividades de controlo interno,
ao desempenho das respectivas funções; designadamente auditorias financeiras, pedagó-
gicas e de gestão, averiguações, inquéritos, sin-
b) A participação em sistemas ou redes de infor- dicâncias e processos disciplinares.
mação bibliográfica, científica e técnica, de
acordo com os interesses da Universidade;
Artigo 37.º
c) Gestão dos recursos bibliográficos e documen-
tais da USTP;
N.º 41 – 22 de Maio de 2014 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 209

Regulamentação, adequação e modificação da es- b) Aprovação em concurso, que inclua requisitos e


trutura critérios de natureza científica e pedagógica, pa-
ra efeitos de ingresso e de promoção na carreira;
1. A organização, o funcionamento e o desenvolvi-
mento das atribuições e competências dos serviços cons- c) Mérito comprovado através de avaliação curri-
tam do regulamento orgânico e de regulamentos específi- cular ou de desempenho na USTP, para efeitos
cos, a aprovar pelo órgão estatutário competente da de acesso ou progressão na carreira, respectiva-
USTP. mente, sem prejuízo do disposto na alínea a).

2. Por conveniência de serviço, a estrutura dos servi- 2. Nos termos do respectivo estatuto de pessoal docen-
ços da USTP pode ser modificada por Despacho do Rei- te, a USTP pode recrutar, por contrato a termo, indiví-
tor, mediante parecer favorável do Conselho Administra- duos habilitados com o grau de mestrado ou de licencia-
tivo, tendo em vista a sua adequação às exigências do tura e que revelem possuir os requisitos indispensáveis
processo de institucionalização da universidade, às dis- para o desempenho de funções docentes na USTP.
ponibilidades de pessoal e de recursos e às prioridades
definidas em determinados contextos. 3. A USTP pode ainda recrutar, por convite, professo-
res ou personalidades nacionais ou estrangeiras de reco-
3. Por conveniência de serviço e tendo em vista o dis- nhecido mérito, para o desempenho de funções docentes,
posto no número anterior, o Administrador-Geral pode nos termos do estatuto referido no número anterior.
atribuir a um director de serviço a chefia de mais de um
serviço. 4. Podem ainda ser recrutados como docentes, em re-
gime de destacamento, requisição, transferência ou de
Capítulo IV mera prestação de serviços, indivíduos cujos conheci-
mentos e competências sejam relevantes para o desen-
Pessoal volvimento das actividades de ensino, investigação e
extensão da USTP.
Artigo 38.º
Pessoal da USTP 5. Aplicam-se ao pessoal não docente, com as devidas
adaptações, o disposto nas alíneas b) e c) do número 1 e
1. O pessoal da USTP está sujeito ao regime jurídico no número 4.
geral das relações de trabalho, aplicável aos funcionários
públicos, designadamente o Estatuto da Função Pública e Artigo 40.º
subsidiariamente regendo-se pelas disposições constantes Incompatibilidades e impedimentos
da Lei do Trabalho na matéria não contraditória, sem
prejuízo do disposto nos números seguintes e no presente 1. O Reitor, Vice-Reitores, Pró-Reitores, Presidentes e
Estatuto. Vice-Presidentes das unidades orgânicas e quaisquer
outros cargos, quer ao nível da Universidade ou das suas
2. A USTP dispõe de pessoal docente e pessoal não unidades orgânicas não podem pertencer a quaisquer
docente, que se regem por estatutos próprios, aprovados órgãos de governo ou de gestão de outras instituições de
por decreto, por proposta do Reitor. ensino superior, público ou privado.

3. Os estatutos a que se refere o número anterior defi- 2. A verificação de qualquer incompatibilidade acarre-
nem as regras de recrutamento, o regime de trabalho e de ta a perda do mandato e a inelegibilidade para os cargos
carreira, os direitos e deveres, o quadro de pessoal, a previstos no número anterior, durante o período de quatro
tabela salarial e demais normas relativas à gestão do anos.
respectivo pessoal.
Artigo 41.º
Artigo 39.º Fiscalização
Pessoal docente e pessoal não docente
Os actos de gestão de pessoal da USTP que tenham
1. Sem prejuízo da fixação em diploma próprio das implicações financeiras estão sujeitos à fiscalização do
regras que definam o estatuto do pessoal docente da Tribunal de Contas.
Universidade, o ingresso, o acesso e o desenvolvimento
profissional na carreira do pessoal docente da USTP
obedecem às regras seguintes:

a) Posse do grau de doutoramento, para efeitos de


ingresso, acesso ou desenvolvimento profissio-
nal na carreira;
Capítulo V
210 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA N.º 41–22 de Maio de 2014

Gestão Económico-financeira d) As receitas derivadas da prestação de serviços e da


venda de publicações;
Artigo 42º
Princípios gerais e) Os subsídios, subvenções, comparticipações, doações,
heranças e legados;
A gestão económico-financeira da USTP obedece, nomea-
damente, aos seguintes princípios: f) O produto da venda de bens imóveis, nos termos da
lei, bem como de outros bens;
a) Legalidade, rigor e racionalidade na utilização dos
meios e recursos; g) Os juros das contas de depósitos;

b) Eficiência e eficácia dos actos e procedimentos de h) Os saldos da conta de gerência de anos anteriores;
gestão financeira;
i) O produto de taxas, emolumentos, multas e penalida-
c) Sustentabilidade financeira; des;

d) Transparência na gestão e prestação de contas; j) O produto de empréstimos contraídos;

e) Fiscalização concomitante e sucessiva do Tribunal de k) As receitas provenientes da propriedade intelectual;


Contas.
l) Quaisquer outras receitas que legalmente lhe adve-
Artigo 43.º nham.
Financiamento
Artigo 46.º
1. Cabe ao Estado garantir à USTP as verbas necessárias ao Despesas
seu funcionamento que incluem as despesas correntes salariais
e não salariais, compromissos com organizações nacionais e Constituem despesas da USTP as que resultem de encargos
internacionais de que faz parte, nos limites das disponibilidades decorrentes da prossecução dos respectivos fins, sem prejuízo
orçamentais e tendo em conta as receitas próprias auferidas pela do respeito pela lei aplicável.
universidade.
Artigo 47.º
2. Cabe igualmente ao Estado garantir à USTP as verbas ne- Instrumentos de gestão
cessárias ao financiamento das despesas de investimentos, quer
estruturantes ou de manutenção. 1. Na gestão da USTP devem adoptar-se os seguintes ins-
trumentos de gestão:
3. As actividades de investigação e extensão são objecto de
financiamento obrigatório pelo Estado mediante projectos a) Plano Estratégico;
anuais ou plurianuais, apresentados pela USTP.
b) Planos anuais de actividades;
4. Sem prejuízo do financiamento referido nos números an-
teriores, cabe aos órgãos próprios da USTP angariar fundos que c) Orçamento;
suplementem as dotações orçamentais indispensáveis à satisfa-
ção das suas necessidades. d) Relatório anual de actividades, incluindo os relatórios
dos projectos;
Artigo 44.º
Gestão financeira e) Conta de gerência.

1. A USTP arrecada e administra as suas receitas e satisfaz, 2. O plano estratégico, de base móvel e referente a um perí-
por meio delas, as despesas inerentes à prossecução dos seus odo nunca inferior a quatro anos, deve ser actualizado anual-
fins. mente, através dos planos anuais, e nele se tem em considera-
ção o planeamento geral do ensino e das actividades de I&D.
2. A USTP transita de ano os saldos de gerência sem neces-
sidade de os depositar nos cofres do Estado. 3. O relatório anual previsto na alínea d) do número anterior
consiste no balanço circunstanciado das respectivas actividades
Artigo 45.º e deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
Receitas
a) Referência aos planos de desenvolvimento e à sua
São receitas da USTP: execução;

a) As dotações que lhe forem concedidas pelo Estado; b) Análise de gerência administrativa e financeira;

b) Os rendimentos dos bens próprios ou de que tenha c) Indicação dos objectivos prosseguidos e da medida
fruição; em que foram alcançados;

c) As receitas provenientes do pagamento de propinas; d) Inventariação dos fundos disponíveis e referência ao


modo como foram utilizados;
N.º 41 – 22 de Maio de 2014 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 211

Artigo 49.º
e) Descrição dos movimentos de pessoal investigador, Estatutos das unidades
docente e não docente;
1. Logo após a publicação do presente Estatuto os órgãos
f) Elementos sobre a admissão, a frequência e o sucesso competentes da Universidade aprovam os Estatutos das unida-
escolares. des orgânicas.

4. Ao relatório referido no número anterior deve ser dada a 2. Os estatutos das unidades orgânicas devem ser submeti-
devida publicidade. dos a homologação reitoral no prazo máximo de 30 dias após a
tomada de posse do Reitor.
5. A Conta de Gerência é submetida a julgamento do Tribu-
nal de Contas, nos termos da lei. Artigo 50.º
Normas transitórias de nomeação do Reitor, Vice-
Capítulo VI reitores e Pró-reitores

Disposições Finais e Transitorias 1. Após a publicação do presente Estatuto o Governo, com o


objectivo de levar a cabo a instalação da Universidade, proce-
Artigo 48.º derá à nomeação do 1º Reitor, para um mandato de dois anos,
Transição de entre os docentes do quadro do ISP, de maior categoria
profissional, com experiência comprovada na administração de
1. Nos termos do presente estatuto e da lei, é garantido que unidades académicas, findo o qual se procederá à eleição do
os estudantes dos extintos Instituto Superior Politécnico de S. novo Reitor.
Tomé e Príncipe, Escola de Formação de Professores e Educa-
dores e Instituto de Ciências da Saúde Dr. Victor Sá Machado, 2. O Ministro da Tutela, com vista à sua instalação, sob pro-
com matrícula e inscrição à data da criação da USTP, transitem posta do Reitor nomeará as Comissões Directivas das unidades
automaticamente para as respectivas unidades orgânicas, man- orgânicas, para um mandato de dois anos, findo o qual se pro-
tendo todos os direitos e obrigações de que eram titulares na- cederá à eleição dos respectivos corpos dirigentes.
quelas entidades, até a conclusão dos respectivos ciclos de
estudos. 3. Os Vice-Reitores e os Pró-Reitores são nomeados por
Despacho do Reitor.
2. A guarda e a manutenção dos arquivos documentais exis-
tentes nas entidades mencionadas no número 1 deste artigo, 4. Trinta dias antes do fim do mandato do 1º Reitor e dos di-
nomeadamente os relativos a processos de estudantes, docentes, rigentes das unidades orgânicas designados, deve proceder-se à
investigadores e demais trabalhadores, compete as respectivas eleição do novo Reitor e dos dirigentes das unidades orgânicas,
instituições até que o Conselho da Universidade, sob proposta segundo os regulamentos aprovados.
do Reitor, decida definitivamente sobre a matéria.
Artigo 51.º
3. As normas, os regulamentos e os procedimentos vigentes Alterações ao Estatuto da USTP
nas entidades mencionadas no número 1 deste artigo mantêm-se
em vigor até à sua substituição ou revogação expressa. 1. O presente Estatuto pode ser revisto pelo Conselho da
Universidade:
4. Após a entrada em funcionamento dos novos órgãos da
Universidade e das suas unidades, deve ser assegurada a pro- a) Quatro anos após a respectiva entrada em vigor;
gressiva harmonização das normas e regulamentos ao presente
Estatuto e demais documentos vinculativos, garantindo-se que b) Em qualquer momento, por deliberação de dois terços
até final do ano académico de 2014-2015 se proceda à aprova- dos membros do Conselho da Universidade em exer-
ção do Estatuto da Carreira Docente Universitária e dos regu- cício efectivo de funções.
lamentos decorrentes.
2. A alteração do Estatuto carece de aprovação por maioria
de dois terços dos membros do Conselho da Universidade.

Ministro da Educação, Cultura e Formação, Jorge Lopes


Bom Jesus.

DIÁRIO DA REPÚBLICA

AVISO
A correspondência respeitante à publicação de anúncios no Diário da República, a sua assinatura
ou falta de remessa, deve ser dirigida ao Centro de Informática e Reprografia do Ministério da Justi-
ça, Administração Pública, Reforma do Estado e Assuntos Parlamentares – Telefone: 2225693 - Cai-
xa Postal n.º 901 – E-mail: cir-reprografia@hotmail.com São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.

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