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DIÁRIO DA REPÚBLICA
SUMÁRIO
GOVERNO
A Universidade define como rumo estratégico a aber- 2. O pessoal dos quadros das instituições referidas no
tura à sociedade e uma política activa de transferência de nº 1 deste artigo será integrado, conforme os casos, no
conhecimento e de inovação tecnológica, designadamen- quadro da Universidade nas categorias semelhantes ou na
te em domínios de fronteira e em programas de ligação instituição de origem, devendo os órgãos de governo da
entre diferentes grupos e disciplinas, centrando a sua universidade proceder, caso a caso, a sua integração.
acção numa cultura de sustentabilidade, de cidadania
responsável e de partilha, que valoriza o pensamento Artigo 4.º
crítico e a liberdade de expressão, as vivências culturais,
artísticas e desportivas, a complementaridade dos sabe- O presente decreto-lei entra imediatamente em vigor
res, a diversidade de culturas e a afirmação da língua
portuguesa e da cultura santomense no mundo. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de
Dezembro de 2013.- Primeiro-Ministro, Gabriel Arcanjo
Assim: Ferreira da Costa, Ministro de Defesa e Ordem Interna,
Óscar Aguiar Sacramento e Sousa, Ministra de Negócios
No uso das competências conferidas pela alínea c) do Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Natália Pedro
artigo 111.º da Constituição, o Governo decreta o seguin- da Costa Umbelina Neto, Ministro do Plano e Finanças,
te: Hélio Silva Vaz Almeida, Ministro de Obras Públicas,
Infra-estruturas, Recursos Naturais e do Meio Ambiente,
Artigo 1.º Osvaldo Cravid Viegas d´Abreu, Ministro de Agricultu-
ra, Pescas e Desenvolvimento Rural, António Álvaro da
Nos termos dos números 1 e 3 do artigo 14.º, e do Graça Dias, Ministro do Comércio, Indústria e Turismo,
número 6 do artigo 39.º, da Lei nº 2/2003, «Lei de Bases Demóstene Vasconcelos Pires dos Santos, Ministra da
do Sistema Educativo», publicado no Diário da Repúbli- Justiça, Administração Publica e Assuntos Parlamenta-
ca n.º 7 de 2 de Junho de 2003, é aprovado o estatuto da res, Edite Ramos da Costa Ten Jua, Ministro de Saúde e
Universidade de São Tomé e Príncipe, que é anexo ao Assuntos Sociais, Leonel Pinto Assunção Pontes, Minis-
presente Decreto-Lei. tro de Educação, Cultura e Formação, Jorge Lopes Bom
Jesus, Ministro da Juventude e Desporto, Danilson Al-
Artigo 2.º cântara Cotú.
referências fundamentais da sua matriz e da forma como através de uma fertilização mútua entre disciplinas, é o
se organiza para responder às missões definidas neste elemento central de uma Universidade que, a partir da
Estatuto. transformação, abrange o conjunto das áreas de conheci-
mento.
A Universidade de S. Tomé e Príncipe resulta, sobre-
tudo, da transformação do Instituto Superior Politécnico A vida da instituição organiza-se em torno dos estu-
de S. Tomé e Príncipe – até então concentrado especial- dantes e de um ensino de qualidade, inicial e pós-
mente em formações vocacionais e em formações técni- graduado, enriquecida por um ambiente de cultura e de
cas avançadas, orientadas profissionalmente – propondo, ciência, pela mobilidade interinstitucional e pelas vivên-
a partir de agora, enquanto instituição de ensino universi- cias associativas, desportivas, artísticas, científicas e
tário, orientar-se também para a oferta de formações culturais.
científicas sólidas, juntando esforços e competências de
unidades de ensino e investigação. É um lugar da vida académica e necessita, para a rea-
lização das suas actividades, de uma ampla autonomia.
Este processo decorre da vontade de juntar, numa Para que o programa da Universidade se cumpra plena-
mesma instituição, diversas áreas de conhecimento, cri- mente é decisiva a acção dos centros e unidades de inves-
ando assim melhores condições para acompanhar a evo- tigação com maior dinâmica e capacidade de intervenção
lução contemporânea da ciência, da tecnologia, das artes nacional e internacional. O presente Estatuto prevê um
e das humanidades. A nova instituição procura reforçar a novo grau de liberdade organizacional que se destina a
capacidade de ensino e de investigação, particularmente promover formas de cooperação entre as unidades e
em áreas de fronteira e de convergência interdisciplinar, grupos de professores e investigadores, designadamente
abrir novas oportunidades de educação superior e pro- no âmbito científico e da pós-graduação.
mover as dinâmicas de internacionalização.
A Universidade de S. Tomé e Príncipe assegura a
O Instituto Superior Politécnico de S. Tomé e Prínci- existência de um sistema de garantia da qualidade, orga-
pe, doravante ISP, criado ao abrigo do decreto nº 88/96 nizado de acordo com as melhores práticas internacio-
de 31 de Dezembro de 1996 foi a primeira instituição nais. A autoavaliação, a avaliação externa independente e
pública de ensino superior no País. No quadro de desen- a regular prestação de contas à comunidade académica e
volvimento das suas atribuições o ISP desempenhou o à sociedade, são elementos decisivos para o desenvolvi-
seu papel, formando professores para o sistema nacional mento da instituição e para a sua afirmação como univer-
de ensino e técnicos em várias áreas do saber, realizando sidade de referência.
cursos de caris meramente universitários e outros poli-
técnicos. Na procura de solução para a formação de qua- A defesa e a valorização da língua portuguesa, bem
dros no país e redução do custo de formação de nível como do nosso património histórico e cultural, são bases
superior de jovens santomenses no estrangeiro, necessá- centrais da identidade institucional. Para serem levados à
rio se torna o alargamento do leque da oferta formativa e prática, estes princípios necessitam de uma organização
criação de melhores condições de investigação (laborato- dotada de grande autonomia institucional, de um ambien-
riais, bibliográficas), de instalações e de material à dispo- te de pensamento crítico e de liberdade intelectual e de
sição dos professores. um compromisso forte com o futuro de S. Tomé e Prín-
cipe.
O presente Estatuto define a natureza, os princípios e a
organização da Universidade de S. Tomé e Príncipe, Assim, consideram-se criadas todas as condições bási-
estabelecendo nas disposições finais um regime de tran- cas para, ao abrigo do disposto na Lei n.º 2/2003, de 2 de
sição, de modo a assegurar o normal funcionamento dos Junho, ser aprovado o seguinte Estatuto:
cursos e serviços, enquanto, de facto, perdurar a fase de
instalação da universidade. Capítulo I
A decisão tomada pelo Governo tem como desígnio a 1. A Universidade de S. Tomé e Príncipe, adiante
construção de uma universidade centrada nas pessoas, abreviadamente designada por USTP, é um estabeleci-
comprometida com a investigação e o ensino, a inovação mento público de ensino superior.
e a transferência de tecnologia, que valoriza o conheci-
mento, o mérito e a participação. 2. A Universidade de S. Tomé e Príncipe resulta da
transformação do Instituto Superior Politécnico se S.
O reforço e a necessidade da investigação científica, Tomé e Príncipe conservando a totalidade das atribui-
particularmente em áreas de fronteira e de convergência,
N.º 41 – 22 de Maio de 2014 SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - DIÁRIO DA REPÚBLICA 199
b) Fomentar actividades de investigação funda- iii. Garantir o livre exercício das funções de investiga-
mental e aplicada que visem contribuir, de for- ção, da docência e da extensão universitária e bem assim
ma criadora, para o desenvolvimento do País; assegurar um amplo acesso às fontes de informação exi-
gidas pelo processo de promoção activa do conhecimen-
c) Promover a capacidade empreendedora da soci- to;
edade santomense, contribuindo para a capacita-
ção dos recursos humanos nas áreas prioritárias d) A qualidade – A USTP assume as seguintes di-
do desenvolvimento; mensões como constitutivas do conceito da qua-
lidade:
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1. A USTP reconhece o papel e apoia as associações 3. No âmbito da autonomia patrimonial, a USTP dis-
de estudantes, proporcionando-lhes os espaços e as con- põe do seu património sem outras limitações além das
dições para o exercício autónomo das suas actividades. estabelecidas por lei.
2. As associações de estudantes têm o direito a ser ou- 4. O património da USTP e das suas unidades orgâni-
vidas sobre a actividade da Universidade nos termos da cas é constituído pela universalidade dos direitos e obri-
lei. gações constituintes das esferas jurídicas do Instituto
Superior Politécnico, Escola de Formação de Professores
Artigo 6.º e Educadores, Centro de Aperfeiçoamento Técnico Agro-
Autonomia estatutária, científica e cultural Pecuário e Instituto de Ciências de Saúde Dr. Victor Sá
Machado e pelos bens, móveis e imóveis, direitos e obri-
No âmbito da sua autonomia estatutária, científica e gações de conteúdo económico, submetidos ao comércio
cultural, a USTP tem a capacidade de livremente elaborar jurídico privado, afectos à realização dos seus fins, inclu-
e rever o seu estatuto e das suas unidades orgânicas, indo os que lhe tenham sido cedidos pelo Estado ou por
definir, programar e executar actividades de ensino, in- outras entidades públicas ou privadas ou que lhe estejam
vestigação e de extensão, de natureza científica e cultu- a qualquer título afectos para a prossecução, directa ou
ral, necessárias à prossecução dos seus fins. indirecta, das suas atribuições e competências.
1. Nos termos da lei, a USTP pode promover, com o e) Fiscalizar o funcionamento da USTP, ordenando
objectivo de assegurar a realização das suas actividades inquéritos e sindicâncias para a verificação da
através de fontes alternativas de financiamento, a consti- legalidade, da actuação dos respectivos órgãos e
tuição de um fundo, do qual será titular, financiado por serviços;
doações, heranças ou legados.
f) Aprovar as alterações ao presente Estatuto por
2. O estatuto do Fundo e o respectivo regulamento de despacho, ouvido o Conselho da Universidade,
gestão são aprovados pelo Conselho da Universidade, ou por proposta deste;
sob proposta do Reitor.
g) O mais que lhe seja cometido por lei ou resultar
3. O capital realizado e intangível e os rendimentos do estatuto e regulamentos da USTP.
obtidos com a gestão do Fundo constituem receita pró-
pria da Universidade, integrando o respectivo orçamento Artigo 12.º
privativo. Organização em rede
4. O Fundo tem a natureza de património autónomo, 1. Para a prossecução cabal dos seus fins, a USTP
gerido e administrado pela Universidade ou por entidade adopta o modelo de organização em rede, que consiste
por esta designada. em integrar e potenciar a capacidade das suas diversas
unidades orgânicas e bem assim das organizações de
5. O Conselho da Universidade, por proposta do Rei- diferentes níveis e de natureza variada a que estiver asso-
tor, pode decidir a liquidação do Fundo e, nesse caso, o ciada, independentemente da sua localização geográfica,
seu capital constitui receita própria da Universidade, para promover actividades de ensino, investigação e
devendo ser aplicado na construção, reabilitação ou aqui- extensão acessíveis aos cidadãos dos diversos pontos do
sição de bens ou serviços destinados a actividades de nosso território nacional e da diáspora santomense.
ensino, investigação ou desenvolvimento.
2. Para efeitos do disposto no número anterior, a
Artigo 10.º USTP apoia-se, nomeadamente, nas oportunidades ofere-
Autonomia disciplinar cidas pelas Novas Tecnologias de Informação e Conhe-
cimento.
1. A USTP dispõe do poder de punir, nos termos da lei
e dos respectivos regulamentos, as infracções disciplina- Capítulo II
res praticadas por docentes, discentes, investigadores e Ensino e Investigação
demais pessoal.
Artigo 13.º
2. Das penas aplicadas ao abrigo da autonomia disci- Graus e diplomas
plinar há sempre direito de recurso, nos termos da lei.
1. À USTP compete a concessão de graus, diplomas e
Artigo 11.º títulos académicos e honoríficos, bem como outros certi-
Tutela ficados previstos na lei, nomeadamente os graus de ba-
charel, licenciado, mestre e doutor.
No desempenho da sua missão e na prossecução dos
seus fins, a USTP está sujeita à tutela do membro do 2. A USTP pode ainda conceder diplomas ou certifi-
Governo responsável pelo ensino superior, ao qual com- cados de formação profissionalizante, de natureza pós
pete: secundária, pós-graduada ou de outro nível, nos termos
fixados na lei.
a) Aprovar, tendo em vista a respectiva adequação
à política educativa, quando tal se justifique, o Artigo 14.º
número máximo de matrículas anuais, por curso, Acesso e ingresso
sob proposta da USTP;
1. O regime de acesso e ingresso na USTP é o fixado
b) Aprovar os projectos de orçamento da USTP na lei para a generalidade dos estabelecimentos de ensino
dependentes do Orçamento Geral de Estado; superior.
c) Apreciar e homologar o plano estratégico, o pla- 2. Para além dos requisitos fixados na lei, pode ainda a
no anual e plurianual de actividades, bem como USTP exigir aos candidatos a demonstração da capacida-
o relatório anual de actividades e as contas de de para a frequência através de provas de conhecimentos
gerência;
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ou de aptidão por si elaboradas, de acordo com o cons- com outras entidades dotadas de reconhecida competên-
tante no Regulamento da Universidade. cia científica e técnica na área da investigação.
2. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, para 1. São órgãos de governo da USTP:
uma ou mais áreas científicas da USTP será criado um
conselho científico. a) O Reitor;
b) O Conselho da Universidade;
3. A USTP, mediante deliberação do Conselho da c) O Conselho de Estratégia e Governo.
Universidade, define o conteúdo das áreas científicas e
bem assim as respectivas normas e directivas de estrutu- 2. Junto do Reitor, funciona ainda o Conselho Admi-
ração e funcionamento, podendo ainda alterar o elenco nistrativo da USTP.
das áreas sempre que tal se revelar de imperiosa necessi-
dade para o desempenho eficiente e eficaz da instituição. Subsecção I
Reitor
4. As áreas científicas referidas no número 1 são tra-
duzidas em unidades orgânicas de ensino, investigação e Artigo 20.º
extensão. Perfil e Eleição
3. O Reitor é eleito por um colégio eleitoral cuja com- d) Dirigir e supervisionar a Universidade e, em es-
posição e funcionamento são aprovados pelo regulamen- pecial, assegurar a coordenação das unidades
to das eleições: orgânicas e a cooperação com instituições con-
géneres;
4. Será proclamado Reitor o candidato que obtiver a
maioria absoluta dos votos validamente expressos. e) Conferir os graus universitários e assinar os res-
pectivos diplomas;
5. Se nenhum candidato tiver obtido os votos exigidos
no número anterior, procede-se a uma segunda votação, à f) Autorizar a contratação do pessoal docente, in-
qual são admitidos os dois candidatos mais votados na vestigador, técnico e administrativo e dar-lhe
primeira votação. posse, nos termos legais e regulamentares;
6. Na segunda votação, a realizar-se em prazo não su- g) Admitir e excluir alunos, nos termos regulamen-
perior a quinze dias úteis após a realização da primeira tares;
votação, é proclamado Reitor o candidato que obtiver
maior número de votos. h) Exercer o poder disciplinar sobre o pessoal da
Universidade, nos termos legais e regulamenta-
7. O processo de eleição inclui, designadamente: res;
i) Promover a elaboração dos instrumentos de ges-
a) O anúncio público da abertura de candidaturas; tão previsional e dos documentos de prestação
de contas e acompanhar a implementação dos
b) A apresentação de candidaturas, instruídas com primeiros;
currículo e programa de acção;
j) Nomear os presidentes dos conselhos directivos
c) A audição pública dos candidatos, com apresen- das unidades orgânicas e, por proposta destes, os
tação e discussão do programa de acção. demais membros;
8. Se no prazo indicado no número anterior não sur- k) Autorizar despesas, sem prejuízo da competên-
girem candidaturas, a votação pode incidir sobre qual- cia do Conselho Administrativo;
quer docente do quadro da universidade, de acordo com o
número 1 do artigo 20.º. l) Assumir todas as competências que lhe forem
delegadas pela entidade de tutela;
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m) O mais que resultar da lei, do estatuto e regula- em regime de comissão de serviço, com a duração de
mentos da USTP. quatro anos, renovável.
2. Cabem ainda ao Reitor todas as competências que, 6. Os Vice-Reitores ficam dispensados da prestação de
por lei ou nos termos do presente Estatuto, não sejam serviço docente ou de investigação, sem prejuízo de, por
atribuídas a outros órgãos da USTP. sua iniciativa, o poderem prestar.
3. Ouvido o Conselho da Universidade, o Reitor pode 7. Os pró-reitores podem ser dispensados, total ou
delegar nos vice-reitores, pró-reitores, administrador parcialmente, da prestação de serviço docente, por des-
geral ou nos órgãos de gestão das unidades orgânicas as pacho do Reitor.
competências que se tornem necessárias a uma gestão
mais eficiente. Artigo 24.º
Incapacidade do Reitor
Artigo 23.º
Vice-reitores, pró-reitores e administrador geral 1. Quando se verifique a incapacidade temporária do
Reitor, assume as suas funções o Vice-Reitor por ele
1. O Reitor é coadjuvado no exercício das suas fun- designado.
ções por vice-reitores, em número máximo de dois, por si
escolhidos, de entre professores do quadro da USTP. 2. Na falta de tal designação, assume funções o Vice-
Reitor que há mais tempo exerça o cargo ou, em situação
2. Os vice-reitores podem ser exonerados a todo o de igualdade, o Vice-Reitor com maior antiguidade como
tempo pelo Reitor e cessam funções com o termo do professor.
mandato do Reitor.
3. Caso a situação de incapacidade se prolongue por
3. Para o desenvolvimento de tarefas específicas a de- mais de 90 dias, o Conselho da Universidade deve pro-
legar pelo Reitor e por tempo limitado, o Reitor pode ser nunciar-se acerca da substituição e da oportunidade de
coadjuvado por pró-reitores, em número máximo de um novo processo eleitoral.
quatro, por si nomeados de entre professores da USTP
habilitados pelo menos com o grau de mestre. 4. Em caso de vacatura, renúncia ou reconhecimento
pelo Conselho da Universidade da incapacidade perma-
4. O Reitor é ainda coadjuvado, em matérias de ordem nente do Reitor, deve aquele órgão determinar a sua
predominantemente administrativa, económica, financei- substituição pelo Vice-Reitor, que organiza o processo
ra e patrimonial, pelo Administrador-geral da Universi- eleitoral, nos mesmos termos estabelecidos pelos n.ºs 2 e
dade, ao qual incumbe, designadamente: 3 do artigo 21º.
3. O Reitor pode delegar no Vice-Reitor a que se refe- h) Angariar fundos que suplementem as dotações
re a alínea b) do número 1 a presidência do Conselho orçamentais indispensáveis à satisfação das ne-
Administrativo, sem prejuízo da faculdade de participar cessidades da USTP.
nas reuniões deste órgão, sempre que o entenda.
3. Quando o julgar conveniente à boa gestão da Uni-
4. O Conselho Administrativo reúne-se, ordinariamen- versidade, o Conselho Administrativo pode delegar parte
te, uma vez por mês e, extraordinariamente, sempre que o das suas competências no Reitor ou em outras pessoas
seu presidente o convocar. investidas em cargos de direcção ou de chefia, devendo
as entidades delegadas prestar contas das actividades
5. Nas votações não são admitidas abstenções, poden- realizadas ao Conselho nas condições definidas no ins-
do haver contudo declarações de voto. trumento de delegação.
d) Unidades Funcionais: unidades que, estruturan- 2. Os serviços da USTP são dirigidos por directores de
do-se sob a forma de núcleos, grupos ou comis- serviços, que dependem directa, hierárquica e funcional-
sões, dependentes directamente do Reitor, visam mente do Administrador-Geral, sem prejuízo das compe-
a execução de programas e projectos específi- tências próprias do Reitor.
cos, permanentes ou temporários, de natureza
específica ou transversal, e que não se enqua- Artigo 35.º
dram nas funções próprias dos Departamentos, Estrutura
Escolas e Centros.
Os serviços da USTP estruturam-se do seguinte modo:
2. A alteração da tipologia e do elenco das unidades
orgânicas que acarrete aumento de encargos financeiros a) Serviços Administrativos e Financeiros;
carece da aprovação do órgão de tutela.
b) Serviços Académicos;
3. A criação e definição das normas de organização e
funcionamento das unidades a que se refere o presente c) Serviços de Documentação e Edições;
artigo são da competência do Conselho da Universidade.
d) Serviços de Acção Social;
4. Pode haver ainda unidades associadas à USTP nos
termos do presente Estatuto. e) Serviços Técnicos;
2. Por conveniência de serviço, a estrutura dos servi- 2. Nos termos do respectivo estatuto de pessoal docen-
ços da USTP pode ser modificada por Despacho do Rei- te, a USTP pode recrutar, por contrato a termo, indiví-
tor, mediante parecer favorável do Conselho Administra- duos habilitados com o grau de mestrado ou de licencia-
tivo, tendo em vista a sua adequação às exigências do tura e que revelem possuir os requisitos indispensáveis
processo de institucionalização da universidade, às dis- para o desempenho de funções docentes na USTP.
ponibilidades de pessoal e de recursos e às prioridades
definidas em determinados contextos. 3. A USTP pode ainda recrutar, por convite, professo-
res ou personalidades nacionais ou estrangeiras de reco-
3. Por conveniência de serviço e tendo em vista o dis- nhecido mérito, para o desempenho de funções docentes,
posto no número anterior, o Administrador-Geral pode nos termos do estatuto referido no número anterior.
atribuir a um director de serviço a chefia de mais de um
serviço. 4. Podem ainda ser recrutados como docentes, em re-
gime de destacamento, requisição, transferência ou de
Capítulo IV mera prestação de serviços, indivíduos cujos conheci-
mentos e competências sejam relevantes para o desen-
Pessoal volvimento das actividades de ensino, investigação e
extensão da USTP.
Artigo 38.º
Pessoal da USTP 5. Aplicam-se ao pessoal não docente, com as devidas
adaptações, o disposto nas alíneas b) e c) do número 1 e
1. O pessoal da USTP está sujeito ao regime jurídico no número 4.
geral das relações de trabalho, aplicável aos funcionários
públicos, designadamente o Estatuto da Função Pública e Artigo 40.º
subsidiariamente regendo-se pelas disposições constantes Incompatibilidades e impedimentos
da Lei do Trabalho na matéria não contraditória, sem
prejuízo do disposto nos números seguintes e no presente 1. O Reitor, Vice-Reitores, Pró-Reitores, Presidentes e
Estatuto. Vice-Presidentes das unidades orgânicas e quaisquer
outros cargos, quer ao nível da Universidade ou das suas
2. A USTP dispõe de pessoal docente e pessoal não unidades orgânicas não podem pertencer a quaisquer
docente, que se regem por estatutos próprios, aprovados órgãos de governo ou de gestão de outras instituições de
por decreto, por proposta do Reitor. ensino superior, público ou privado.
3. Os estatutos a que se refere o número anterior defi- 2. A verificação de qualquer incompatibilidade acarre-
nem as regras de recrutamento, o regime de trabalho e de ta a perda do mandato e a inelegibilidade para os cargos
carreira, os direitos e deveres, o quadro de pessoal, a previstos no número anterior, durante o período de quatro
tabela salarial e demais normas relativas à gestão do anos.
respectivo pessoal.
Artigo 41.º
Artigo 39.º Fiscalização
Pessoal docente e pessoal não docente
Os actos de gestão de pessoal da USTP que tenham
1. Sem prejuízo da fixação em diploma próprio das implicações financeiras estão sujeitos à fiscalização do
regras que definam o estatuto do pessoal docente da Tribunal de Contas.
Universidade, o ingresso, o acesso e o desenvolvimento
profissional na carreira do pessoal docente da USTP
obedecem às regras seguintes:
b) Eficiência e eficácia dos actos e procedimentos de h) Os saldos da conta de gerência de anos anteriores;
gestão financeira;
i) O produto de taxas, emolumentos, multas e penalida-
c) Sustentabilidade financeira; des;
1. A USTP arrecada e administra as suas receitas e satisfaz, 2. O plano estratégico, de base móvel e referente a um perí-
por meio delas, as despesas inerentes à prossecução dos seus odo nunca inferior a quatro anos, deve ser actualizado anual-
fins. mente, através dos planos anuais, e nele se tem em considera-
ção o planeamento geral do ensino e das actividades de I&D.
2. A USTP transita de ano os saldos de gerência sem neces-
sidade de os depositar nos cofres do Estado. 3. O relatório anual previsto na alínea d) do número anterior
consiste no balanço circunstanciado das respectivas actividades
Artigo 45.º e deve conter, designadamente, os seguintes elementos:
Receitas
a) Referência aos planos de desenvolvimento e à sua
São receitas da USTP: execução;
a) As dotações que lhe forem concedidas pelo Estado; b) Análise de gerência administrativa e financeira;
b) Os rendimentos dos bens próprios ou de que tenha c) Indicação dos objectivos prosseguidos e da medida
fruição; em que foram alcançados;
Artigo 49.º
e) Descrição dos movimentos de pessoal investigador, Estatutos das unidades
docente e não docente;
1. Logo após a publicação do presente Estatuto os órgãos
f) Elementos sobre a admissão, a frequência e o sucesso competentes da Universidade aprovam os Estatutos das unida-
escolares. des orgânicas.
4. Ao relatório referido no número anterior deve ser dada a 2. Os estatutos das unidades orgânicas devem ser submeti-
devida publicidade. dos a homologação reitoral no prazo máximo de 30 dias após a
tomada de posse do Reitor.
5. A Conta de Gerência é submetida a julgamento do Tribu-
nal de Contas, nos termos da lei. Artigo 50.º
Normas transitórias de nomeação do Reitor, Vice-
Capítulo VI reitores e Pró-reitores
DIÁRIO DA REPÚBLICA
AVISO
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ça, Administração Pública, Reforma do Estado e Assuntos Parlamentares – Telefone: 2225693 - Cai-
xa Postal n.º 901 – E-mail: cir-reprografia@hotmail.com São Tomé e Príncipe. - S. Tomé.