Você está na página 1de 1

REUNIÃO DE CAPACITAÇÃO NO HOSPITAL DONA HELENA –

13/10/2010

A dor vem pontuar alguma coisa que precisa ser restaurada, por isso que se não
tivermos “espiritualizando tudo”, vamos entender que algumas vezes a dor é
importante, porque serve como um alerta, geralmente o que dói não é tão perigoso,
pois assim tomamos uma providência. Já o que não causa dor é mais sério, às vezes a
enfermidade se agrava por falta de “alerta”.

Não podemos julgar a dor das pessoas, achar que é “manha”, “exagero”, ou criticá-la
por reclamar da dor. Não cabe a nós, este julgamento, ao contrário temos que
entender e enxergar a realidade que muitas vezes leva a tanta dor, como por exemplo:
uma criança que faz uma “gritaria” antes mesmo de tomar uma injeção, ela não está
sentindo dor, mas o fato de estar sendo invadida, com pessoas estranhas tocando-a e
afastando-a dos seus pais, isso causa uma forma de dor.

Cada pessoa define o tamanho da sua dor. A falta de afeto, principalmente em crianças
e pessoas idosas, muitas vezes causam uma dor muito maior que em outras pessoas
que não estão carente de amor. A dimensão que eu dou pra dor é extremamente
relacionada ao amor que tem faltado na minha vida, a carência afetiva.

Existem duas posturas, em geral, para as pessoas que estão passando por uma
enfermidade, ou elas se queixam e não aceitam o que está acontecendo, ou elas
parecem que não reagem e se conformam. Então vem com perguntas do tipo: “Que
Deus é esse que permite que o meu filho passe por tanta dor, por esse sofrimento?”,
ou afirmam categoricamente: “Deus quis assim!”

Precisamos deixar as pessoas passarem pelo luto, ele faz parte da nossa realidade, ele
é uma fase onde a pessoa expressa a sua dor. Mas, devemos observar até que ponto
isso é normal, ou está saindo do “controle” da pessoa. Não fazer luto pode trazer
problemas sérios mais adiante, no entanto fazer um luto muito longo pode não ser um
resultado bom, e também pode levar a problemas serissímos. Por exemplo: As crianças
fazem lutos por perdas, como a mudança de casa, a reprovação na escola, etc ... e às
vezes crescem carregando “esses lutos” que na sua fase adulta vão representar um
problema.

Como agentes solidários, pessoas dispostas a ajudar outras pessoas que estão
passando ou acompanhando uma enfermidade, devemos deixá-las expressarem as
suas dores, dando liberdade. E , se ainda assim, você for questionada se ela fez tudo
errado e por isso está “pagando” as conseqüências, você deve devolver a pergunta e
deixá-la analisar. Mas, nunca julgá-la, porque além de não caber a nós esta postura,
também devemos nos lembrar que estamos lá para demonstar amor!

Você também pode gostar