Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina
OBJETIVOS:
Fornecer orientações sobre o diagnóstico
e tratamento da Esclerose Múltipla (EM).
IN T R O D U Ç Ã O
D IAG N Ó S T I C O
prováveis e possíveis são reservadas a situações e sarcoidose podem ter comportamento seme-
em que a evolução em surtos pode estar presen- lhante a EM, tanto no padrão temporal como
te, mas não há evidência clínica definida de espacial dos sinais e sintomas neurológicos;
lesões distintas3,5(D).
Doença vascular cerebral como embolia de
Recentemente, os critérios de diagnóstico origem cardíaca em jovens, endocardite, síndrome
passaram a contar com o auxílio laboratorial, como do anticorpo anti-cardiolipina e cadosil;
exemplo os Critérios de Poser et al, de 1983. Esses
critérios estão representados por pesquisa de bandas Síndromes infecciosas como sífilis me-
oligoclonais nas imunoglobulinas do LCR, de ningovascular, doença de Lyme, Sida, mielopa-
estudo da imagem do encéfalo e medula espinal por tia pelo HTLV-I;
ressonância magnética. Estes exames permitem
evidenciar a existência de processo inflamatório no Síndromes paraneoplásicas, quando os
LCR e lesões em estruturas do SNC sem tradução sintomas neurológicos precedem o aparecimento
clínica, permitindo que as exigências para os crité- da neoplasia, apresentando anticorpos antineu-
rios de diagnóstico definido venham a ser pre- ronal (anticélula de Purkinje), anti-Yo na síndro-
enchidas. Quando o diagnóstico se realiza com me cerebelar subaguda; encefalite do troncocere-
auxílio laboratorial recebe a denominação de EM bral, mielite, encefalomielite, apresentando anti-
laboratorialmente definida5(D). corpos anti-Hu e anticorpo antinúcleo neuronal
(ANNA-2);
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
O diagnóstico diferencial deve ser a conduta Malformações venosas, encefálicas ou
clínica mais importante e que precede a confir- medulares, da transição occípto-cervical (mal-
mação da EM. Várias são as doenças que tem formação de Chiari);
uma apresentação temporal e espacial de seus
sinais e sintomas: Processos expansivos encefálicos ou me-
dulares, principalmente os de natureza benig-
Doenças desmielinizantes com padrão de na;
evolução monofásico como a encefalomielite
aguda disseminada, a mielite transversa aguda e Doenças carenciais como mielose funi-
a neurite óptica; sendo que nesta última, em cular, que pode envolver tratos mielinizados da
aproximadamente dois terços dos pacientes, há medula, apresentando características progres-
infecção viral precedente; sivas simulando a esclerose múltipla progressiva
primária;
A mielinóse pontina e extrapontina, leucodis-
trofias (adrenoleucodistrofia), mielopatia pós-radiação A neurite óptica como sintoma inicial da
são exemplos de doenças crônicas que apesar de não esclerose múltipla tem como característica fun-
terem caráter inflamatório, lesam a mielina e podem damental a presença de dor ocular, princi-
apresentar evolução monofásica ou progressiva; palmente à movimentação do olho, devendo ser
diferenciada de outras perdas oculares agudas
As vasculites sistêmicas, lúpus eritematoso que embora não apresentem dores, entram no
sistêmico, doença de Sjöegren, doença de Behçet diagnóstico diferencial tais como: neuropatia
9,16 22,25
Posologia (A) (B) 18(D):
Formas de administração:
Os 3 esquemas terapêuticos utilizando interferon beta serão aceitos na
seguinte forma:
O interferon beta 1a está sendo prescrito na dose semana, dose atualmente preconizada, seguindo
de 11µg, subcutânea três vezes por semana. Será cronograma estabelecido pelo médico assistente.
aceita a continuação da prescrição nessa dosagem
somente por mais 1 ano, a fim de facilitar o ajuste Acetato de Glatiramer deverá ser utilizado,
de dose para 44µg, subcutânea três vezes por da seguinte forma:
R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Rudick RA. Disease Modifying drugs for 8. Reder AT, Antel JP. Injecting rationale into
relapsing-remitting multiple sclerosis and interferon-beta therapy. Neurology 2000;
future directions for multiple sclerosis 54:2034-5.
therapeutics. Arch Neurol 1999; 56:1079-
84. 9. Rudick RA, Goodkin DE, Jacobs LD, et al.
Impact of interferon beta 1a on neurologic
2. McDonald I. Diagnostic methods and disability in multiple sclerosis. The multiple
investigations in multiple sclerosis. In: sclerosis collaborative research group
Compston A, Ebers G, Lassmann H, (MSCRG). Neurology 1997; 49:358-63.
McDonald I, Matthews B, Wekerle H,
editors. McAlpine’s multiple sclerosis. 3rd 10. Jacobs LD, Cookfair DL, Rudick RA, et al.
ed. New York: Churchill Livingstone; 1999. Intramuscular interferon beta 1a for
p. 251-79. progression in relapsing multiple sclerosis.
Ann Neurol 1996; 39:285-94.
3. Callegaro D. Esclerose múltipla. In: NitriniR
Bacheschi AL, editor. A Neurologia que todo 11. PRISMS (Prevention of Relapses and
médico deve saber. São Paulo: Maltese; Disability by Interferon b-Ia Subcutaneously
2001. in Multiple Sclerosis). Randomized double-
blind placebo-controlled study of interferon
4. Callegaro D, Goldbaum M, Moraes L, et al. beta-1a in relapsing/remitting multiple
The prevalence of multiple sclerosis in the sclerosis. Lancet 1998; 352:1498-504.
city of São Paulo, Brazil,1997. Acta Neurol
Scand 2001; 104:1-6. 12. Interferon ß-1b is effective in relapsing-
remitting multiple sclerosis. I. Clinical
5. Poser CM, Paty DW, Scheinberg L, et al. results of a multicenter, randomized, double-
New diagnostic criteria for multiple sclerosis: blind, placebo-controlled trial. The IFNB
guidelines for research protocols. Ann Neurol Multiple Sclerosis Group.Neurology 1993;
1983; 13:227-31. 43:655-61.
6. Mattews B. Differencial diagnosis of multiple 13. Interferon ß-1b in the treatment of multiple
sclerosis and related disorders. In: Compston sclerosis: final outcome of the randomised,
A, Ebers G, Lassmann H, McDonald I, controlled trial. The IFNB Multiple
Matthews B, Wekerle H, ed. McAlpine’s Sclerosis Study Group and the University of
multiple sclerosis. 3rd ed. New York: British Columbia MS/MRI analysis group.
Churchill Livingstone; 1999. p. 223-50. Neurology 1995; 45:1277-85.
7. Johnson KP. Therapy of relapsing forms. In: 14. Johnson KP, Brooks BR, Cohen JA, et al.
Burks JS, Johnson KP, editors. Multiple Copolymer 1 reduces relapse reta and
Sclerosis. New York: Demos Med Publish; improves disability in relapsing-remitting
2000. multiple sclerosis: results of a phase lll
18. Tilbery CP, Moreira MA, Mendes MF, et al. 24. Evidence of interferon b1-a dose response in
Recomendations for the use of relapsing-remitting MS: OWIMS STUDY
immunomodulatory drugs in multiple The once weekly interferon for MS. Study
sclerosis: the BCTRIMS consensus. group. Neurology 1999; 53:679-86.
Brazilian Committee for Treatment and
Research in Multiple Sclerosis. Arq 25. Rice GP, Oger J, Duquette P, et al.
Neuropsiquiatr 2000; 58:769-76. Treatment with interferon beta-Ib improves
quality of life in multiple sclerosis. Can J
19. Li DK, Paty DW. UBC MS/MRI. Magnetic Neurol Sci 1999; 26:276-82.
resonance imaging results of the PRISMS
trial: a randomized double-blind, placebo- 26. Deisenhammer F, Mayringer A, Dilitz E, et
controlled study of interferon ß1a in al. A comparative study of the relative
relapsing-remitting multiple sclerosis. bioavailability of different interferon beta
Prevention of relapses and disability by preparations. Neurology 2000; 54:2055-60.