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RESUMO DE HISTORIA – 3BI

As primeiras atividades econômicas

 O açúcar
- O Nordeste representou o primeiro centro de colonização e de
urbanização da nova terra. . A empresa açucareira foi o nucleo da
ativação socioeconômica do Nordeste.
- O açúcar possui uma longa e variada historia, tanto no que se refere
ao seu uso, quanto à localização geográfica. No séc. XV, era ainda uma
especiaria, utilizada como remédio ou condimento exótico.
-Os grandes centros açucareiros na colônia foram Pernambuco e Bahia.
Fatores climáticos, geográficos, políticos e econômicos explicam essa
localização.
-As duas capitanias combinavam, na região costeira, boa qualidade de
solos e um, adequado regime de chuvas. Estavam mais próximas dos
centros importadores e contavam com relativa facilidade de escoamento
da produção, na medida em que Salvador e Recife tornaram portos
importantes.
- Os motivos para a escolha do produto foram:
a) alto valor do produto na Europa;
b) experiência anterior dos portugueses em suas colônias africanas
c) adequação do produto ao quadro natural brasileiro
d) sistema produtivo que facilitou a efetivação da colonização ao fixar o
homem à terra..
- O sistema produtivo efetivava a colonização, pois era utilizado o
método de PLANTATION, o que obrigava que a pessoa ficasse no local
para se dedicar à produção.
- Dentro de um engenho, tinha a casa grande (senhor de engenho),
senzala ( escravos) e capela ( igreja para catequizar os escravos)

 O engenho
- A instalação de um engenho constituía um empreendimento
considerável. Em regra, abrangia as plantações de cana, o equipamento
para processá-la, as construções, os escravos e outros itens, como o
gado, pastagens, carros de transporte e a casa grande.
- A estrutura do engenho era a seguinte: Escravos de um lado e
senhores de outro. Os senhores tinham um poder econômico, social e
político na vida da colônia, eles formavam uma aristocracia de riqueza e
poder, mas não uma nobreza hereditária. O rei concedia títulos de
nobreza por serviços prestados ou mediante pagamento. O senhor não
tinha estabilidade em seu poder, pois a cana trazia riscos e dependendo
da oscilação do preço, da administração e do controle de escravos,
poderia entrar em declínio. Os engenhos foram mais permanentes do
que seus senhores. Existiram vários engenhos com o mesmo nome, mas
houveram varias mãos diferentes. Além disso, os senhores estavam
sempre atentos à economia do mercado internacional e com o mundo
urbano.
- Foi no âmbito da produção açucareira que se deu com maior nitidez a
gradativa passagem da escravidão indígena para a africana.
- A mão de obra era constituída por escravos índios ou em muito menor
escala, por índios provenientes das aldeias jesuíticas.
- Os nativos realizavam tarefas pesadas e estavam sempre sujeitos a
perder alguma parte do corpo, como os braços ou as pernas.

 Altos e baixos da atividade açucareira


- Podemos destacar algumas fases básicas da historia do açúcar no
período colonial, demarcadas pelas guerras e invasões estrangeiras e
pela concorrência.
- Do ponto de vista econômico e social, o Nordeste colonial não foi so
açúcar, ate porque o próprio açúcar gerou uma diversificação de
atividades, dentro de certos limites. A tendência à especialização no
cultivo da cana trouxe como conseqüência uma continua escassez de
aliementos, incentivando a produção de gêneros alimentícios,
especialmente da mandioca. A criação de gado esteve também em parte
vinculada às necessidades da economia açucareira. Houve ainda outras
atividades, como a extração de madeira e o cultivo do fumo.

 O fumo
- Foi uma significante atividade destinada à exportação, embora
estivesse muito longe de competir com o acuar. A grande região
produtora localizou-se no Recôncavo Baiano.
- Houve grandes proprietários que combinaram a pratica do fumo com
outras atividades.

 Pecuária
- A criação de gado começou nas proximidades dos engenhos, mas a
tendência à ocupação das terras mais férteis para o cultivo de cana foi
empurrando os produtores para o interior. Em 1701, a administração
portuguesa proibiu a criação em uma faixa de oitenta quilômetros da
costa para o interior. A pecuária foi responsável pelo desbravamento do
“grande sertão”

EXPANSÃO TERRITORIAL PORTUGUESA E RIVALIDADES


INTERNACIONAIS
- Depois da morte de D. Henrique, nos 60 anos seguintes, o território de
Portugal e de todas as suas colônias foram reunidos ao império
espanhol, formando a União Ibérica.
- Essa união teve apoio da classe feudal e da burguesia mercantil
portuguesa que desejava manter o acesso direto aos metais preciosos
da América espanhola.
- Para a Espanha, a União Ibérica era vista como uma forma de
bloquear uma importante fonte de renda de um dos seus principais
rivais: os países baixos – atuais Holanda, Bélgica, e parte da França.
- No que diz respeito à América portuguesa, dois importantes
desdobramentos podem ser percebidos a partir da união ibérica: a maior
interiorização do território, na medida em que as determinações do
Tratado de Tordesilhas foram fortemente fragilizadas, e as invasões
holandesas ao norte em decorrência dos conflitos desenvolvidos entre
Espanha e Holanda.

 Invasões Holandesas
-Filipe II proibiu que navios holandeses mantivesse relações com
qualquer porto espanhol, inclusive o brasileiro e a partir da união ibérica
ocorreram diversas invasões holandesas ao Nordeste.
- Em Salvador, a ocupação se deu em menos de 1 dia. Rapidamente,
porem, os colonos se reorganizaram e a expulsão dos holandeses
assumiu caráter de uma luta contra heréticos calvinistas. Os colonos
contaram com a ajuda de uma luso espanhola e expulsaram a Holanda.
- Em Pernambuco, estavam interessados no comercio açucareiro.
Durante a permanência dos holandeses em Pernambuco, destacou-se a
administração de Mauricio de Nassau. Ele implementou algumas
medidas, cujo objetivo era garantir o apoio dos colonos pernambucanos:
a) empréstimos aos grandes proprietários para modernizar os engenhos
b) tolerância religiosa e política, permitindo cultos católicos e judeus
c) reforma urbana em recife
d) ampliação do prazo de pagamento das dividas dos colonos
pernambucanos.
- O fim do domínio Holandês se deu:
a) com o fim da administração de Nassau, em função das criticas da
companhia das índias ocidentais, que exigia maiores lucros e por
conseqüência, o fim dos benéficos dos grandes proprietários e a
cobrança dos empréstimos
b) cobrança dos empréstimos concedidos aos colonos pernambucanos,
assim como o aumento dos impostos cobrados à eles
c) a organização da Insurreição Pernambucana, já que os
pernambucanos ficaram insatisfeitos com a saída de Nassau que
resultou num aumento das taxas, impostos e juros, bem como a
execução rigorosa das hipotecas.
- Com o fim da união ibérica, Portugal busca retomar a posse de todas
as suas colônias, inclusive as dominadas pelos portugueses.
- Os portugueses aliam-se à Inglaterra, que eram interessados em
prejudicar o comercio holandês.
- A Holanda sai do Brasil e volta para seu território. Porem, utilizou-se
das técnicas de produção açucareira herdados daqui e passaram a
produzir um açúcar melhor e mais barato.
- A queda dos preços, a concorrência internacional e a perda do maior
revendedor (Holanda), começa o declínio da produção açucareira.
- Portugal encontrava-se em profunda crise econômica pelos seguintes
fatores:
a) a participação em sucessivas guerras
b) a fragilização de suas atividades comerciais com o Oriente
c) a concorrência da produção de açúcar nas Antilhas, em função da
transferência de toda a técnica holandesa para aquela região.
- Como saída para tal crise, Portugal implementou uma serie de
reformas com objetivo de aumentar o controle sobre o Brasil, para
garantir maior arrecadação.
As principais medidas adotadas, foram:
a) a proibição em 1661 do comerio do Brasil em navios estrangeiros
b) a criação de companhias de comercio para garantir o monopólio
comercial português sobre o Brasil
c) a criação do conselho ultramarino com o objetivo de centralizar a
administração colonial
d) a redução dos poderes locais, fiscando câmaras municipais
reduzidas juridicamente a meros órgãos de execução das ordens
emanadas dos governadores
e) a nomeação dos juizes de fora, ligados diretamente ao Rei de
Portugal.

 Pecuária
- A criação de gado foi um outro vetor importante para a expansão do
território da América Portuguesa. A atividade pecuária deu suporte tanto
ao impulso colonizador litorâneo, articulando-se à grande lavoura de
exportação, quanto à conquista do interior.
- Apresentou melhores resultados no interior nordestino e no sul da
colônia.
- Ao devassar o vasto território do sertão, os criadores de gado tiveram
que contar com o apoio dos bandeirantes para lutar contra levantes
indígenas.
- A criação de gado no Brasil foi uma atividade complementar. No
nordeste açucareiro, a pecuária fornecia alimentação, transporte e força
motriz. Como as regiões litorâneas eram destinadas à produção de
gêneros para a exportação, o gado foi levado para o interior, sendo
responsável pela ocupação de uma extensa região – o sertão.

 Drogas do sertão e missões jesuíticas

- O controle da Amazônia interessava aos espanhóis, pois seria uma


forma de criar barreiras e impedir que aventureiros europeus
alcançassem as minas de metais preciosos do território peruano.
- Após a vitória militar, a coroa portuguesa envia contínuos esforços
para avançar na conquista do mundo amazônico. Para isso, contou com
a ação das tropas de resgate e de expedições de exploração territorial.
Contou também com a ação evangelizadora dos indígenas empreendida
por varias ordens religiosas.
- As ordens religiosas se estabeleceram em missões ao longo do rio
amazonas. A manutenção das missões dependia em grande parte do
trabalho dos povos indígenas na coleta das chamadas “drogas do
sertão”, que se tornaram a base da economia da região.
- Como características principais desta operação de extração e coleta,
podemos destacar a utilização de mão de obra indígena, o controle
desta atividade pelos jesuítas e o favorecimento da ocupação da região
amazônica.
- Além de auxiliarem na difusão da cristandade frente aos nativos, de
introduzirem um código cultural europeu nos mesmo e, com isso,
facilitar suas subordinações, tais aldeamentos representavam a posse, a
colonização e o controle de terras pela coroa portuguesa.

 Entradas e bandeiras
- Buscavam metais preciosos, além de indígenas a serem escravizados.
- As bandeiras tornaram as direções de Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso e as regiões onde se localizavam as aldeias de índios guaranis
organizadas pelos jesuítas espanhóis.
- Inicialmente, bandeiras iniciavam expedições ao sertão organizadas
por particulares, por colonos, enquanto as entradas eram patrocinadas
pela coroa.
 Conseqüências:
- Com a corrida do ouro, foram muitas pessoas para a região das minas
e isso faz com que haja um crescimento de cidades e há um processo de
urbanização.
- o mercado interno passa a ser desenvolvido: todos os produtos que
eram voltados para o mercado externo, passam a ser voltados para a
região das minas. A região sul tinha como principal atividade a pecuária,
que abastecia as minas.
- Houve grande aumento do trafico de escravos: grande fluxo de
escravos chegados das minas. Mas tinha afluxos vindos também do
nordeste para o sudeste, pois lá tinham escravos que estavam em
decadência e então iam para o sudeste.
- Ao mesmo tempo que cresce a riqueza, cresce a desigualdade.
- O eixo econômico que antes estava no nordeste – açúcar, vai para o
sudeste – mineração. Porem, o açúcar volta a ter importância no
mercado interno de MG , apesar da centralidade estar no sudeste.
- Mudança no eixo político: a capital sai de salvador e vai para o RJ. Isso
ocorre para poder aumentar a fiscalização nas minas, dos ouros que
saiam das minas gerais e, já que minas não tinha porto para escoar o
ouro, tinha que passar obrigatoriamente pelo RJ e assim era feita a
fiscalização.

 Invasões francesas:
- Quase não ocorreu no RJ, pois eles ficaram localizados somente numa
ilha.
- Os franceses tinham interesse em fazer comercio com os indígenas e
na ilha eles tinham de explorar o pau Brasil.
- A presença francesa no maranhão será um pouco mais extensa do que
no RJ
- A relação do português com o indígena era de aliança, porque os
portugueses se unem aos indígenas para expulsar as invasões
estrangeiras.

 Tratados territoriais:
- Tratado de Lisboa: Trata da devolução da Colônia do sacramento,
ocupada pelos espanhóis no ano de sua fundação. O apoio da Inglaterra
foi decisivo para Portugal conseguir essa vitória diplomática.
- Tratado de Madri: Levou em consideração a ocupação americana
realizada aqui. Portugal garantiu o controle da maior parte da bacia
amazônia enquanto a Espanha controlava parte da bacia do prata. O
Brasil ganhava então, boa parte da configuração territorial atual.
- Tratado de Santo Ildefonso: O expansionismo espanhol chegou ate à
ilha de Santa Catarina, Esse tratado a devolve a Portugal, ficando a
Espanha com sacramento e a região dos sete povos.
- Tratado de Badajoz: Os gaúchos atacam os sete povos e expulsam os
jesuítas espanhóis. A nova situação de fato pede negociações. Este
ultimo tratado do período colonial anula as determinações do Tratado de
santo Ildefonso, colocando em pratica o tratado de Madri.

OURO NO BRASIL

- A descoberta nas minas trouxe uma serie de transformações, dentre


as quais vão se destacar tributos e normatizações.
- São criados impostos para garantir que os metais adquiridos tivessem
o valor destinado somente a coroa portuguesa.
- Juntamente aos impostos, foi criada a fiscalização, para garantir que
os impostos fossem realmente pagos.
- Quinto: de todo metal extraído, 1/5 ia para a coroa portuguesa. O
santo do pau oco era um tipo de contrabando, pois assim eles podiam
esconder o ouro dentro do santo e passar despercebido pela
fiscalização.
- Capitação: imposto pago por cabeça de escravo.
- Peagem: imposto que pagava para atravessar estradas.
- Dizimo: 10 % ia para a igreja
- Talha: 5% para a igreja. A coroa justifica que o dizimo era necessário
para manter a graça divina, logo, o único imposto que realmente ia para
a igreja era a talha (isso o que eles diziam)
- Casas de fundição: a barra de ouro tinha que ter o selo da coroa
portuguesa. As pessoas levavam o ouro até la, e lá ele era derretido e
além de ser extraído os impostos, era posto o selo da coroa. Assim, o
ouro /metal poderia ser legalizado.
- Derrama: imposto tardio, que não era considerado imposto, mas sim
uma estratégia. Então, no séc. XVIII o lucro por metais começou a
diminuir e Portugal vai abolir todos os impostos acima citados e impõe
que cada mina exploradora tinha que dar anualmente 100 arrobas ( 1
arroba = 15 kg). Se não tivesse como pagar imediatamente em ouro, a
pessoa dava seus bens materiais até quitar a divida.

ALGUMAS OBS:
- Os fatores que contribuíram para a configuração territorial alcançada
pelo Brasil no século XVIII, foi a entrada dos bandeirantes, já que estes
caçavam índios para escravizá-los, buscavam metais preciosos e índios
fugitivos além de terem entrado no território brasileiro desrespeitando o
Tratado de Tordesilhas. Outro fator importante, foi a atividade
missionária dos jesuítas, no qual estes fundaram missões dentro da
colônia, com o objetivo de catequizar os nativos para que assim,
pudesse utilizá-los como mão- de- obra, principalmente na região
Amazônica, na extração de drogas do sertão.
- O Tratado de Madrid foi imposto em 1750, com o objetivo de substituir
o Tratado de Tordesilhas, já que este não estava dando certo. Fernando
VI e D. João V se reuniram para definir os limites entre as colônias sul-
americanas. Tais acordos foram baseados no Mapa das Cortes,
privilegiando a passagem por rios e montanhas para a marcação do
limite. O diploma consagrou o princípio do direito privado romano do “uti
possidetis, ita possideatis” (quem possui de fato, deve possuir de
direito), originando assim o mapa brasileiro que temos hoje.

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