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Resumo de Histologia – 4° bimestre

O desenvolvimento embrionário tem inicio na primeira divisão mitótica do zigoto e


pode ser dividida em:

a) Segmentação (ou clivagens): Tem inicio na formação do zigoto. Conhecido


como mórula. As células resultantes da divisão do zigoto são chamadas de
blastômeros, que logo se dividem, formando quatro, depois oito, até formar um maciço
de células, caracterizando assim, a mórula. Os blastômeros se diferenciam em 3
conjuntos de células (ectoderma, endoderma e mesoderma)

b) Gastrulação: processo em que as células embrionárias sofrem um profundo


rearranjo, originando uma estrutura remodelada, a gástrula, em que o plano corporal
do futuro ser é definido. Portanto, nessa fase há o desenvolvimento da blástula, ate a
formação da gástrula, onde começa o processo de diferenciação celular, ou seja, as
células vão adquirindo posições e funções biológicas diferentes. Nesse estágio, ocorre:
- Desaparecimento da blastocela;
- uma nova cavidade cheia de líquidos é formada: arquêntero (esboço do tubo
digestório). O arquentero se comunica com o meio externo através de uma abertura
chamada blastóporo, no qual este dá origem ao ânus e boca.
- Os folhetos estão definidos (mesoderma, endoderma, ectoderma)

c) Organogênese: formação dos órgãos do animal em que as células que compõem


os respectivos tecidos se especializam.

Tipos de ovos:
Alécitos ou isolécitos ou oligolécitos: possui pouco vitelo e esse é igualmente
distribuído pelo ovo. Este tipo de ovo pode ser encontrado nos mamíferos e
equinodermos. Ex: ser humano e estrela do mar, respectivamente.
Heterolécito: Possui pouco vitelo no pólo animal e muito vitelo no pólo vegetativo (o
que dificulta a divisão da célula). São encontrados nos anfíbios, moluscos e anelídeos.
Ex: sapos.
Telolécito: Possui o pólo vegetativo coberto de vitelo. São encontrados nas aves,
peixes e répteis. Ex: Galinha.
Centrolécito: Neste, as células embrionárias ficam dispostas na superfície do ovo.
Estes possuem o vitelo concentrado ao redor do núcleo. São encontrados nos insetos.
Ex: mosca.
Nos animais, o processo de desenvolvimento embrionário é divido em três
fases, podendo variar bastante entre diferentes grupos de animais. São elas:
fecundação, segmentação, gastrulação e organogênese.

Tipos de Segmentação:
O desenvolvimento dos ovos oligolécitos, heterolécitos e telolécitos, ocorre de
formas diferentes por causa da distribuição do vitelo (o vitelo é uma reserva nutritiva,
ou seja, é uma reserva de alimento para os embriões, porém alguns ovos não
possuem grande quantidade, pois o embrião se alimenta através da placenta que figa
ligada à mãe) em cada um. Onde tem mais vitelo na região do ovo mais difícil será a
divisão nessa parte do ovo, e consequentemente, onde não tem muita quantidade de
vitelo em uma determinada região do ovo, mais rápido essa região se dividirá.
Nos ovos Oligolécitos, como a distribuirão do vitelo é pouca e igual pelo ovo todo,
teremos uma segmentação holoblástica igual, logo, na primeira divisão, os dois
blastômeros formados tem mesmo tamanho, logo em seguida quando a célula se
divide em quatro, elas continuam com o mesmo tamanho, e assim acontece até a
mórula. Ao chegar à fase de blástula, observa-se uma concentração pequena de
células no pólo animal e uma parede fina ao redor do ovo e ao decorrer do
desenvolvimento, os tamanhos celulares permanecerão os mesmos.
Nos ovos Heterolécitos, o vitelo se concentra mais no pólo vegetativo, ou seja,
em baixo do ovo, teremos uma segmentação holoblástica desigual, logo, na primeira
divisão os dois blastômeros serão iguais, porém, quando a célula se divide em quatro,
o pólo vegetal terá um tamanho maior do que o pólo animal, pois neste, tinha uma
quantidade de vitelo menor. A mórula desse ovo, fica um tanto quanto diferente,
porque no pólo animal as células conseguiram se dividir mais rapidamente, e no pólo
vegetativo elas se dividem tão lentamente que ainda estão em um tamanho grande.
Na blastulação, o pólo vegetatibo terá uma quantidade maior de células do que o pólo
animal, e o tamanho da cavidade nesse ovo é menor do que no Oligolécito. Portanto,
pelo fato do ovo ter mais vitelos no pólo vegetativo, no decorrer do desenvolvimento,
essa região sempre terá uma tamanho maior em relação a outras.
Nos ovos Telolécitos, como a distribuição de vitelos ocupa totalmente o pólo
vegetativo do ovo, nós teremos uma segmentação meroblástica discoidal, logo, a uníca
regiao que vai se dividir é a regiao do polo animal, que nesse ovo, é um pequeno disco
que fica o núcleo, assim toda o desenvolvimento ocorrerá nessa parte.

Formação dos tecidos e órgãos:

 Tubo nervoso: tem inicio quando células do mesoderma dorsal e do


endoderma anterior liberam substancias que induzem as células ectodérmicas a se
diferenciar. O ectoderma dorsal adquire o aspecto de uma placa achatada, a placa
neural. A placa neural vai se dobrando, até que suas bordas laterais (cristas neurais)
se tocam e se fundem, isolando um tubo de células ao longo do dorso do embrião, o
tubo nervoso, regenerando o revestimento ectodérmico dorsal. O estágio de
desenvolvimento embrionário em que ocorre a formação do tubo nervoso é chamado
de nêurula.
 Notocorda: é uma estrutura típica dos cordados. Além de dar suporte ao tubo
nervoso, sua principal função é de orientar a diferenciação do sistema nervoso. Ela
libera substancias que induzem as células do tubo nervoso a se diferenciarem em
sistema nervoso central e a controlar a diferenciação dos nervos ligados à musculatura
do futuro ser.
 Mesoderma: Enquanto o tubo nervoso está sendo formado, o mesoderma
desenvolve-se e passa a preencher todos os espaços entre o ectoderma e o
endoderma.
- O mesoderma localizado ao longo do dorso do embrião, dos lados do tubo nervoso e
da notocorda em formação, chama-se epímero, que divide-se em blocos transversais,
chamados de somitos, a qual determina a formação de vértebras, dos nervos e dos
músculos ao longo do corpo.

- Cada somito diferencia-se em três partes básicas: esclerótomo, miótomo e


dermátomo. O primeiro é constituído pelas células da porção mediana ventral dos
somitos, perto do tubo neural. Essas células diferenciam-se em condroblastos, que
originam a cartilagem constituinte inicial das vértebras e das costelas. O segundo
diferencia-se em células musculares estriadas, que originam os músculos da caixa
torácica, da parede do corpo, da língua, dos braços e das pernas. O ultimo diferencia-
se nos componentes celulares da derme dorsal.

- Durante o estágio de neurula, as regiões laterais e ventral do embrião também são


ocupadas por mesoderma, diferentemente do epímero. Porém, o mesoderma dessas
regiões não se divide em segmentos transversais. Junto ao epímero, nas laterias do
embrião, forma-se o mesômero ou mesoderma intermediário. É dessa parte do
mesoderma que se origina o sistema urogenital embrionário, constituído pelos rins,
pela percela não germinativa das gônadas e por seus respectivos ductos. A região
ventral do mesoderma, ligada ao mesômero constitui o hipômero ou mesoderma
ventral. Ao longo do desenvolvimento, o hipômero separa-se em duas laminas de
células, uma mais externa em contato com o ectoderma, a somatopleura e uma mais
interna, em contato com a endoderma, a esplancnopleura. O espaço entre essas duas
camadas é chamado de celoma.

 Endoderma: dá origem ao revestimento interno do tubo digestório, além das


estruturas que se formam a partir dele: glândulas salivares, pâncreas, fígado e
vesícula biliar. Forma também o revestimento das brânquias dos peixes e anfíbios, e o
revestimento dos ductos respiratórios e dos pulmões em anfíbios, répteis, aves e
mamíferos.

Algumas obs importantes:

 Funções de:
Notocorda: originar vértebras e discos intervertebrais
Somito: Originar derme e o esqueleto axial, musculatura
Celoma: dar origem a cavidades internas (pulmões, coração, intestino...)
Placa neural: dar origem ao neurônio, crânio e vértebras
Arquentero: tubo digestorio e vias aéreas.

 Derivados de:
Ectoderma : origina epitélio e glândula da pele, alem do sistema nervoso.
Mesoderma: musculatura, derme, esqueleto, coração, tecido conjuntivo.
Endoderma: forma a parede do arquentero, tubo digestorio, intestino primitivo,
glândulas anexas, epitélio das vias inferiores.

 Anexos embrionários:

- Saco vitelínico: bolsa de material nutritivo estrategicamente unida ao seu futuro


intestino. Ele se forma pelo crescimento conjunto do endoderma e da esplancnopleura
(mesoderma) sobre o vitelo.
- Âminio: é uma membrana formada pelo crescimento conjunto do ectoderma e da
somatopleura (mesoderma) ao redor do embriçao, constituindo uma bolsa
membranosa, a bolsa amniótica, na qual sua função é manter o embrião em um
ambiente liquido, prevenindo dessecação e amortecendo choques mecânicos.
- Alantóide: é uma evaginação membranosa da parede do arquentero, formada pelo
crescimento cinjunto de endoderma e esplancnopleura. Sua principal função é
armazenar substancas excretadas pelos rins do embrião, principalmente ácido úrico.
Alem disso, ele participa da respiração do embrião em parceria com o cório.
- Cório: É uma membrana formada pelo crescimento conjunto da somatopleura e
ectoderma, constituindo uma bolsa que envolve todos os outros anexos embrionários.
O conjunto formado pelo cório-alantóide garante a troca de gases entre os tecidos
embrionários e o ar ao redor da casca.
A entrada de mais de um espermatozóide no ovócito pode ser evitada de duas
formas:
- despolarização da membrana: mudam de carga, fiando com mais sódio fora do que
dentro. Quando o espermatozóide encosta na membrana, são abertos canais para a
entrada de sódio e então a membrana se despolariza. Porém, isso ocorre em
segundos, então essa despolarização faz com que ocorra a reação cortical.
- Reação cortical: possui grânulos que são expelidos e isso faz com que a superfície da
membrana mude completamente sua bioquímica, fazendo com que seja impossível a
passagem de outro espermatozóide.

Diferença entre cordão umbilical e placenta:

A placenta garante ao indivíduo em desenvolvimento, suas necessidades básicas:


respiração, nutrição e eliminação de seus catabólitos. O sangue da mãe se aproxima
com o do filho, mas eles não se misturam. O filho manda excretas para a mãe, que o
elimina através da urina e a mãe manda para o filho anticorpos e nutrientes. Sendo
assim, suas principais funções são: ornecimento de nutrientes via irrigação sanguínea.
Oxigenação do embrião via irrigação sanguínea. Excreção através da retirada de
excretas e gás carbônico. Proteção imunológica – através da passagem de anticorpos
da mãe para o embrião. Endócrina – síntese de hormônios: estrógenos e progesterona.
O cordão umbilical: Este grande vaso conduz sangue rico em oxigênio para o feto.
Transporta o sangue do feto para a placenta e vice versa. Através dele, é realizada a
troca de oxigênio.

Formação de gêmeos
Podem ser:
- gêmeos homozigóticos (ou univitelínicos): oriundos de um mesmo zigoto, na
qual ambos apresentam-se extremamente semelhantes. Cada embrião possui o seu
saco amniótico, mas compartilham a mesma placenta.
- gêmeos dizigóticos (ou bivitelínicos): formados de dupla ovulação, sendo os
gametas femininos fecundados por mais de um espermatozóide. Neste caso, a
semelhança entre os irmãos não é uma regra, uma vez que eles podem até mesmo
nascer de sexos opostos. Nesse caso, cada embrião possui sua placenta e seu saco
amniótico.
- Há ainda, os gêmeos monozigóticos (ou siameses), que podem ser formados
quando o disco embrionário não chega a se dividir por completo, ou podem estar
separados e se unirem depois em alguma fase da gestação por partes semelhantes do
corpo. Estes se formam através de uma única célula-ovo. Existe somente uma
placenta e um saco amniótico.

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