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nº 96 • SETEMBRO de 2010

Distribuição gratuita aos sócios STAL


20 de Setembro

Greve
nas autarquias
• Progressão com 5 anos
• Integração dos contratados
• Contratação colectiva
•R
 espeito pelo horário
e trabalho nocturno

29 de Setembro
Protesto europeu
A CGTP-IN promove acções em
todo o país, no âmbito da jornada
europeia contra as políticas de
austeridade.
Pág. 2-3

Opção gestionária Vínculo público Bombeiros


Pressões ilegais Luta prossegue Urgem respostas
As pressões do Governo sobre as autar- O STAL repudia acórdão do TC e insiste na repo- Os bombeiros profissionais exigem a regulamentação
quias questionando decisões por opção sição do vínculo público e revogação do contrato da carreira única e das condições de trabalho nas AHBV
gestionária não têm fundamento legal. de trabalho. associações de voluntários.
Pág. 4 Págs. 8-9 Pág.12
2 jornal do STAL SETEMBRO 2010

Pelos direitos e pelos salários, contra a arrogância e

20 de Setembro é
Prosseguindo a política de degradação No seguimento do Plenário
dos salários, de roubo dos direitos e de Nacional e antecipando a greve
de 20 de Setembro, activistas
destruição dos serviços, o executivo sindicais das diversas regiões do
de José Sócrates ingere-se agora STAL realizaram uma semana de
vigílias junto à residência oficial
nas competências do Poder Local do primeiro-ministro, de 23 a 27 de
para, através da chantagem, bloquear Agosto, para exigir que o Governo
as decisões de opção gestionária e cumpra a sua própria lei.

condicionar a contratação colectiva,


procurando impor a adaptabilidade dos decisão sobre as opções gestio-
nárias respeitantes à alteração do
horários de trabalho das autarquias. posicionamento remuneratório
Em resposta a esta nova ofensiva, o dos trabalhadores e assim fazer
STAL convocou uma greve nacional vingar uma interpretação abusiva
na Administração Local para 20 de que se pretende colocar acima da
Setembro. própria Lei.
Em circular enviada às autar-

A
greve foi decidida no Plená- quias, o Sindicato entende que
rio Nacional do STAL realiza- «em matéria orçamental, as medi-
do, dia 30 de Junho, no Ter- das gestionárias, tomadas pela
reiro do Paço. Na resolução apro- autarquias, sob o contexto legisla-
vada salienta-se que esta é a res- tivo referenciado, se conformam
posta dos trabalhadores à «política no subverte o papel das institui- ção para o crime de peculato. plenamente com os imperativos
injusta e imoral do Governo PS de ções do Estado para as colocar ao Por seu turno, o Secretário de legais que regem a matéria», e
José Sócrates», que não olha a serviço de interesses particulares, Estado da Administração Local afirma que «nem o referido comu-
meios para levar por diante «os «num exercício de abuso de poder homologou um despacho da Di- nicado nem o mencionado pare-
seus intentos destruidores da Ad- sem precedentes nas últimas dé- rectora Geral da Direcção Geral da cer, objecto de homologação do
ministração Pública, dos serviços cadas, manipulando e desrespei- Administração Local (DGAL), que secretário de Estado, se podem
públicos essenciais e de degrada- tando a legalidade». pretende tornar ilegal qualquer sobrepor à lei, actuando de forma
ção das condições de vida dos tra- É assim que no plano específico
balhadores». da Administração Local «tem vin-
O STAL considera que o Gover- do a recorrer abusiva e ilegalmen- PRC/2011
Recuperar
te às instituições que controla e a
fazer chantagem sobre as autar-

Seminário
quias para impor os aspectos mais
graves da sua política e, subver-
tendo a lei, evitar que os trabalha- poder de compra
Internacional dores, de uma ou de outra forma,
consigam atenuar os impactos A Proposta Reivindicativa Comum para 2011 (PRC) será aprovada

nos Açores
profundamente negativos que tem em cimeira de sindicatos da Administração Pública agendada para 22
vindo a provocar nos seus direitos de Setembro.
e qualidade de vida». No ante-projecto (ver em www.stal.pt), salienta-se que durante
Com o apoio do Governo Regional dos Açores O STAL protestou de imediato o período 2000-2010 os trabalhadores com remunerações inferio-
e integrado nas comemorações do 35.º aniver- contra tais intervenções abusivas res a 1050 euros sofreram uma redução no seu poder de compra
sário do sindicato, o STAL promoveu, no dia 3 de do Governo, solicitou audiências de 4,4 por cento, valor que ascende a 7,6 por cento no caso dos
Junho, um Seminário Internacional com o lema aos grupos parlamentares e equa- restantes. A média ponderada das perda de salários atingiu os 7,6
«Serviços Públicos, qualidade de vida das popu- ciona ainda accionar os meios ju- por cento.
lações». diciais necessários para as con- Para o ano de 2011, a Frente Comum reivindica:
No seminário, que decorreu em Ponta Delgada, testar. - Aumento de 50 euros em todas as posições remuneratórias;
no Teatro Micaelense, intervieram, entre outros - Aumento de 50 euros em todas as pensões;
participantes, um representante do Governo Re- - Afectação no orçamento de cada serviço de um mínimo de 10 por
gional dos Açores, o presidente do STAL, Fran- Chantagem sobre a cento das despesas com pessoal para mudanças de posições re-
cisco Braz, a coordenadora da CGTP-Açores e opção gestionária muneratórias;
também dirigente nacional do Sindicato, Graça - Actualização do subsídio de refeição para 6,50 euros;
Silva, e Rosa Pavanneli, vice-presidente da Fe- Recentemente o Inspector-Geral e) Fixação da pensão de sobrevivência em 65 por cento da pensão
deração Europeia de Sindicatos de Serviços Pú- da Inspecção Geral da Administra- do cônjuge falecido, tal como se verifica no regime geral;
blicos (FSESP/EPSU). ção Local (IGAL) divulgou na inter- f) A
 umento de quatro por cento nas restantes prestações pecuniárias
Esta iniciativa decorreu também no âmbito net e fez distribuir junto das autar- A Frente Comum apresenta ainda um ponto destinado à reivindica-
da 32.ª reunião do Grupo do Mediterrâneo da quias um comunicado, através do ção de direitos, de que se salienta, entre outros, a reposição do vínculo
FSESP/EPSU e da Internacional de Serviços Pú- qual qualifica a opção gestionária público de nomeação, a regularização das situações de trabalho pre-
blicos (PSI), estruturas internacionais que o STAL como acto temerário e ameaça cário, a reposição do horário nocturno entre as 20 e as 7 horas e o fim
integra, realizada, dia 4, no mesmo local. mesmo os autarcas que recorram a das quotas na avaliação de desempenho.
este instrumento legal com a puni-
SETEMBRO 2010 jornal do STAL 3

o autoritarismo do Governo Editorial

dia de greve! D
Autoritarismo
e arrogância
ecididamente o Governo PS de José Sócrates
ficará na história como o promotor do maior
ataque de sempre contra os trabalhadores da Ad-
intimidatória sobre os autarcas,
ministração Pública e contra os serviços públicos.
29 de Setembro
com o objectivo de impedirem a
concretização de um direito dos Os direitos de aposentação foram dos primeiros a
trabalhadores consagrado na ser sujeitos a actos de autêntica espoliação gover-
Lei».
Dia europeu de luta namental, penalizando gravemente milhares de
trabalhadores que estavam à beira da justa e me-
recida compensação pelos anos de efectivo ser-
Ingerências na Face à crise do capitalismo, os governos da União Europeia, sob a viço prestado, bem como frustrando as legítimas
contratação colectiva batuta da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu, adoptam expectativas dos restantes, a quem, um dia destes,
as mesmas receitas anti-sociais e anti-laborais, que se traduzem num se o deixarmos, será exigido trabalhar para além
No início de Junho, o secretário agravamento das condições de vida da população, na consequente dos limites razoáveis para acederem a uma pen-
de Estado da Administração Pú- contracção do mercado interno e contínua diminuição da actividade são que lhes permita sobreviver.
blica protagonizou uma inadmissí- económica, que lança milhões para o desemprego. Seguiram-se os ataques à ADSE, a destruição
vel e vergonhosa chantagem so- Procurando manter os lucros do grande capital, os governos ao
do regime de carreiras e do vínculo público, o
bre a Câmara Municipal de Oeiras, seu serviço investem contra os trabalhadores, reduzem o poder de
SIADAP repressivo e com quotas de avaliação,
impondo-lhe, com a passividade compra das massas, aumentando impostos e reduzindo salários, so-
a degradação do emprego, a possibilidade de
desta, a introdução da adaptabili- bem a idade da reforma, desmantelam e privatizam serviços públicos
dade dos horários de trabalho essenciais. despedimentos na Administração Pública e o
num Acordo de Entidade Empre- Por toda a Europa, os povos têm combatido estas medidas de aus- quadro de excedentes.
gadora negociado com o STAL, teridade, sendo de realçar o exemplo de coragem e determinação Depois foi o roubo nos salários, seja pelo congela-
onde esta matéria, por acordo das dos trabalhadores gregos nesta luta tão difícil quanto necessária. mento seja pelo aumento dos impostos. Tudo feito
partes (Câmara e Sindicato), não No dia 29 de Setembro, os sindicatos de todos os países europeus em nome da crise do capitalismo, ao qual as polí-
estava incluída. promovem acções de protesto contra as políticas de austeridade, no ticas de direita dos últimos anos deram livre curso,
O STAL recusou-se a assinar o âmbito da jornada europeia Confederação Europeia de Sindicatos. estimulado a euforia especulativa da alta finança
acordo e promoveu uma acção de No nosso País estão marcadas manifestações, concentrações e gre- ao mesmo tempo que estrangulavam o poder de
protesto e denúncia no dia em que ves, convocadas pela CGTP-IN, nas quais o STAL e os trabalhadores compra das amplas massas de trabalhadores.

F
o documento prejudicial aos inte- das autarquias participarão activamente.
resses dos trabalhadores foi subs- inalmente, vendo que muitas autarquias apro-
varam medidas de opção gestionária, permi-
crito pelos sindicatos da UGT, a
tindo a progressão de parte dos trabalhadores em
edilidade e o secretário de Estado
total conformidade com a lei, e que está em curso
da Administração Pública.
a negociação de acordos colectivos de entidade
O Sindicato contesta a legalida-
de deste acto, sublinhando que o empregadora pública sem a adaptabilidade dos
secretário de Estado da Adminis- horários de trabalho, (mecanismo prejudicial aos
tração Pública não pode sobrepor- trabalhadores que o SINTAP/UGT fez o «frete»
se à autonomia do Poder Local de incluir no acordo geral de carreiras) – o Gover-
consagrada na Constituição da no decidiu ingerir-se nas competências do Poder
República e muito menos pode Local, recorrendo à chantagem, para dificultar a
substituir-se a estas na contrata- opção gestionária e inviabilizar acordos colectivos
ção colectiva. negociados pelo STAL que salvaguardam o direito
Deste modo, «o STAL irá recor- ao horário de trabalho.
rer a todos os meios disponíveis – Os acessos de arrogância e autoritarismo, os méto-
judiciais, institucionais e políticos, dos obscuros e bafientos, a que o Governo recorre
não descurando naturalmente a cada vez com mais frequência contra os direitos e
luta dos trabalhadores – para pu-
interesses dos trabalhadores, trazendo à memória
nir este acto ilegal que fere grave-
o odioso passado salazarista derrotado pelo povo
mente os princípios basilares da
português, contrastam com a sua afeiçoada sub-
contratação colectiva e a autono-
mia do Poder Local consagrada serviência aos interesses do capital financeiro e
na Constituição da República Por- desnudam assim o profundo carácter de classe das
tuguesa.» políticas governamentais.

300 mil trabalhadores de todo o


País, dos mais diversos sectores
É contra estas políticas que em 20 de Setembro
os trabalhadores da Administração Local vão
estar em greve. Estaremos em greve para com-
de actividade, público e privado,
participaram, no dia 29 de Maio, bater e dizer não ao autoritarismo e à arrogância
em Lisboa, numa das maiores deste governo-polícia e exigir políticas verda-
manifestações de sempre em
Portugal, expressando um vigoroso deiramente sociais, que respeitem os direitos e o
protesto contra a política injusta e trabalho, apostem na valorização profissional, na
imoral de José Sócrates e do seu modernização do país, no emprego e nos serviços
Governo sustentado pelo Partido públicos.
socialista.
4 jornal do STAL SETEMBRO 2010

Consultório Jurídico ✓ José Torres

Uma luta justa


Recentes posições
tomadas pelo inspector-
geral da IGAL e pelo Opção gestionária

por um direito legítimo


secretário de Estado
da Administração Local
têm posto em causa
decisões das autarquias
relativas à alteração
do posicionamento
rio por opção gestionária e não à correcta defesa dos direitos
remuneratório dos apenas, como alguns afirmam, dos trabalhadores mas também
trabalhadores por sem a mínima fundamentação, é aquela que se fundamenta
opção gestionária. para alteração obrigatória do nos normativos legais, como
mencionado posicionamento. de resto confirmam diversos

D
ois argumentos têm sido Afirmações desta natureza pareceres que contrariam ma-
utilizados pelo Governo não têm qualquer suporte legal, nifestamente as referidas po-
para dificultar a realiza- porquanto nem o citado precei- sições da Inspecção Geral da
ção da opção gestionária. O to da Lei 12-A/2008 nem qual- Administração Local (IGAL) e
primeiro alega que os respec- quer outro condicionam os efei- da Secretaria de Estado da Ad-
tivos encargos têm de ser pre- tos da mencionada pontuação. ministração Local (SEAL).
vistos aquando da elaboração As pressões do Governo sobre as autarquias questionando A este propósito, relevamos
do Orçamento, não podendo decisões por opção gestionária não têm fundamento legal e serão Todos os pontos contam especialmente a posição assu-
combatidas pelos trabalhadores
este ser objecto de posterior mida pela Associação Nacional
alteração ou revisão. O segun- dacção introduzida pela Lei dores seriam notificados da atri- Assim e exemplificando, de Municípios, constante da
do considera que a pontuação 5-A/2002, de 11/1, regime que buição de um ponto por cada deve entender-se que corres- respectiva página electrónica,
atribuída aos trabalhadores, continua em vigor, pelo que os ano não avaliado, sem prejuízo de pondendo a menção qualita- acolhendo o parecer emitido
nos casos em que o regime de entendimentos em contrário poderem requerer a sua posterior tiva de Bom a 1 ponto, como em 22/7/2010, pela Sociedade
avaliação não foi aplicado, ape- constituem uma interferência ponderação curricular, abran- resulta do artigo 47.º, 6, da Lei de Advogados Veiga e Moura e
nas releva para efeitos de alte- na gestão das autarquias e vio- gendo os anos de 2004 a 2007, 12-A/2008, o contrário também Associados que, de forma la-
ração obrigatória, isto é, para lam não só a lei como também procedimento alargado a 2008 e é verdade, isto é, a menção pidar, destrói a argumentação
acumulação dos dez pontos o princípio da autonomia do 2009, pelo artigo 30.º do Decreto quantitativa de 1 igualmente da IGAL e SEAL e solidifica o
que impõem essa evolução. Poder Local, consagrado na Regulamentar 18/2009 de 4/9. se converte em Bom. entendimento que temos perfi-
Ora, nenhum destes argu- Constituição da República. No fundo, a atribuição dessa Como dissemos, nenhum pre- lhado nesta matéria.
mentos encontra fundamento Quanto à referida pontua- pontuação traduz uma espécie ceito legal permite suportar um Nestes termos, consideramos
na legislação vigente como ção, atribuída aos trabalhado- de confissão da falência do sis- entendimento redutor de que que nada justifica que as autar-
mostraremos de seguida. res que em determinado ano tema de avaliação, porquanto, aquela pontuação apenas é rele- quias se submetam docilmente
A opção gestionária está, não foram avaliados, importa como se sabe, é avultadíssimo vante para alteração obrigatória. às orientações do Governo ou
de facto, legalmente condicio- realçar o seguinte: o número de entidades que Aliás, esse entendimento de quaisquer outras entidades,
nada à existência de verbas A falta de avaliação do desem- não aplicaram este regime, por restritivo, a ser acolhido, signi- nomeadamente da IGAL e, por
destinadas a essa finalidade. penho é da exclusiva responsa- razões da mais variada nature- ficaria uma inconcebível puni- esse motivo, decidam suspen-
No entanto, a aprovação dos bilidade das administrações, no za, a que os trabalhadores são ção dos trabalhadores, sobre der ou revogar as deliberações
orçamentos autárquicos é da caso as autarquias, pelo que os absolutamente estranhos. os quais recairiam inteiramente de «opção gestionária», oportu-
competência dos respectivos trabalhadores não podem ser pe- Assim sendo, a atribuição da todos os prejuízos decorrentes na e legitimamente tomadas.
órgãos deliberativos, nada os nalizados pela omissão dos pro- pontuação acima referida tem do incumprimento do regime de Mas, se se submeterem a es-
impedindo de, sendo neces- cedimentos respeitantes à ade- de ser entendida como supri- avaliação, por exclusiva culpa sas orientações, caberá aos tra-
sário, procederem à respectiva quada aplicação desse regime. mento da avaliação não efec- das entidades empregadoras! balhadores exigir o integral re-
alteração ou revisão. Por isso mesmo, a Lei 12- tuada, relevando para todos os Concluímos, assim, que a po- conhecimento dos seus direitos,
É isto que decorre da Lei A/2008 previu, no artigo 113.º, efeitos, inclusive para alteração sição reiteradamente defendida inclusive, se necessário, através
169/99, de 18/9, com a re- que, nesses casos, os trabalha- do posicionamento remunerató- pelo STAL não só corresponde do recurso à via judicial.

Oliveira do Bairro Ponta Delgada


Comissão sindical Substituição de
obtém locais de afixação grevistas condenada
Um despacho do presidente O pedido foi inicialmen- Ministério Público ter dado um
da Câmara de Oliveira do Bair- te recusado pelo edil, Mário parecer favorável às preten- A Câmara Municipal de Ponta Após mais de quatro anos de
ro, emitido em 23 de Junho, João Oliveira, que conside- sões do STAL, o presidente Delgada foi condenada pelo tri- tramitação, o Tribunal Adminis-
veio dar razão à Comissão rou suficiente a existência de da autarquia reviu a sua posi- bunal por ter procedido à con- trativo e Fiscal daquela ilha aço-
Sindical que desde há muito um placard junto à secção ção e determinou a criação de tratação de terceiros para subs- riana deu razão ao STAL, que en-
se batia pela criação de locais de Recursos Humanos, pre- placares em todos os edifícios tituição dos trabalhadores da trepôs a acção, deliberando, dia
apropriados para o exercício tendendo que a informação onde funcionam serviços mu- recolha de lixo, durante a greve 6 de Maio, que a autarquia agiu
do direito de afixação e infor- sindical fosse afixada unica- nicipais, nos termos da lei que nacional realizada nos dias 13 e ilegalmente, infringindo a legisla-
mação sindical nas diferentes mente naquele local. regula esta matéria (art. 336 Lei 14 Dezembro de 2005. ção que regula o direito à greve.
instalações da autarquia Mais tarde, já depois de o 59/2008 de 11 de Setembro).
SETEMBRO 2010 jornal do STAL 5

Guarda Os trabalhadores
da Administração

Edilidade
Pública têm
sido dos mais
atingidos
pelas políticas

rasgou restricionistas

compromisso
O executivo socialista do município da Guarda assu-
miu, em 17 Novembro de 2009, o compromisso com o
STAL de alterar a posição remuneratória a 150 trabalha-
dores da Câmara e 25 dos SMAS.
Porém, alguns meses depois, os mesmos responsá-
veis decidiram rasgar este compromisso e, de forma ar-
bitrária, reduziram para 34 o número de trabalhadores
da Câmara abrangidos pela medida e para apenas três
nos SMAS.
Administração Pública

Nova ofensiva
Denunciando a falta de palavra e a injustiça de tal de-
cisão, a estrutura regional do STAL esteve presente na
sessão da Assembleia Municipal de 30 de Abril, onde
interveio para dar conta do descontentamento dos tra-
balhadores e exigir o cumprimento integral do acordo.

em curso
Na mesma ocasião, o STAL entregou aos presiden-
tes da Assembleia e Câmara Municipal da Guarda um ✓José
abaixo-assinado subscrito por 216 funcionários da au- Alberto
tarquia, que exige a concretização deste legítimo direito Lourenço
dos trabalhadores. Economista

Se a primeira versão do nómico antes aprovado, o qual já medidas de contenção na Adminis-


Guimarães Programa de Estabilidade
e Crescimento (PEC)
era mau para os trabalhadores, e
propõe-se reduzir o défice orça-
tração Pública.

Valorização impôs duros sacrifícios


ao povo, a sua segunda
mental para três por cento logo em
2012, antecipando assim num ano
o alcance deste objectivo fixado no
Emprego em risco

Entre 2005 e 2009, este Governo

mitigada versão foi ainda mais


longe nos ataques ao
poder de compra, ao
PEC-1.
Para se ter uma ideia da di-
mensão dos cortes programados,
eliminou cerca de 73 mil postos de
trabalho na Administração Pública.
Com isso, nesses quatro anos, fez
Na sequência de um longo processo de luta, que emprego e aos direitos refira-se que o défice orçamental baixar as despesas com pessoal de
incluiu a realização de uma greve em Março e vá- era de 15 512 milhões de euros 21 312 milhões de euros, em 2005,
rias outras acções, os trabalhadores do município
sociais da generalidade em 2009. Ora, o Governo preten- para 20 476 milhões em 2009 – uma
de Guimarães chegaram a um compromisso com a dos portugueses, de baixá-lo para 8014 milhões de «poupança» de 836 milhões de eu-
edilidade, que permite a valorização, por opção ges- em particular aos euros no final de 2011 – uma redu- ros.
tionária, dos salários mais degradados, ou seja, até trabalhadores da ção de 7498 milhões de euros em Agora quer baixar essas mesmas
ao índice remuneratório de nível 2 (532,08 euros). Administração Pública. dois anos. despesas dos tais 20 476 milhões
Evocando constrangimentos orçamentais, a Câ- Nesse sentido, as despesas com de euros, em 2009, para 18 713

O
mara deixou de fora a maioria dos trabalhadores, Relatório de Orientação pessoal na Administração Públi- milhões em 2013 – uma «poupan-
que auferem, também eles, salários baixos. O ple- da Política Orçamental ca baixarão de 12,2 por cento do ça» de 1763 milhões de euros, ou
nário do STAL, realizado em 21 de Junho, recomen- (ROPO), que o Governo PIB, em 2009, para 11,3 por cento seja, mais do dobro que no período
dou à Câmara que inscreva no próximo orçamento apresentou no início de Julho na em 2011, ou seja, uma redução de anterior, que foi marcado por uma
as verbas necessárias para valorizar todos os que Assembleia da República, e que cerca de 790 milhões de euros, e violentíssima ofensiva contra os di-
reúnem os requisito exigidos. com a abstenção do PSD viu as despesas de capital baixarão reitos e salários dos trabalhadores
aprovado, apresenta as perspec- de 3,5 por cento, em 2009, para do sector.
tivas macroeconómicas até 2013, 2,6 por cento em 2011 – um corte Deste cenário resulta com clareza

Barcelos incorporando já os impactos das


várias medidas aplicadas a partir
de 1383 milhões de euros quase
exclusivamente no investimento
que uma nova e ainda mais violenta
ofensiva será desencadeada contra

Atitude
do segundo semestre. público. a Administração Pública. Aos traba-
Estas incluem o aumento do IRS, Mas a redução do défice será lhadores não resta outra alternati-
do IRC, do IVA, a limitação das de- obtida, na sua maior parte, atra- va que não seja a luta para impedir

incompreensível duções e benefícios em sede de


IRS, a redução das despesas com
pessoal, a introdução de tectos e
vés da subida das receitas fiscais,
as quais, segundo as previsões do
Governo, deverão passar de 21,8
não apenas a anunciada redução e
o congelamento dos seus salários,
mas também o prosseguimento da
Com o argumento da falta de disponibilidade finan- diminuição das despesas sociais, o por cento do PIB em 2009 para destruição do emprego público, que
ceira, a CM de Barcelos fez ouvidos de mercador aos controlo das despesas com a saú- 24,5 por cento em 2011 (+ 6130 tem graves reflexos na manutenção
sucessivos protestos dos trabalhadores, que cumpriram de, cortes no investimento públi- milhões de euros). e qualidade dos serviços públicos,
duas greves, sucessivamente em 18 Junho e 22 em Ju- co e a privatização do pouco que Todavia, tendo em conta a espe- em especial nas áreas da educação,
lho, exigindo a mudança de posição remuneratória. já resta de empresas de sectores rada evolução do PIB, não é crível a da saúde, da cultura, lazer, água e
O STAL sublinha que estão em causa salários de 475 básicos (energia, transportes, cor- receita fiscal evolua de acordo com ambiente e outros serviços básicos.
euros, sobretudo nos sectores operário e auxiliar, con- reios, telecomunicações, indústrias os desejos do Governo, o que de- A última palavra será sempre dos
siderando «incompreensível» que a autarquia recuse da defesa e seguros). verá conduzir a novas tentativas de trabalhadores e da força com que
aplicar a opção gestionária, quando praticamente to- No seguimento do PEC-2, o agravamento da carga fiscal e redu- forem capazes de enfrentar mais
das as câmaras do distrito já o fizeram. ROPO altera o cenário macroeco- ção dos apoios sociais ou a mais estes ataques aos seus direitos.
6 jornal do STAL SETEMBRO 2010

Cerca de meia centena


de dirigentes activistas Encontro nacional de activistas nas empresas

Organizar e intervir
sindicais participaram
num encontro nacional
promovido STAL sobre
a intervenção nas
empresas de serviços

no local de trabalho
públicos locais e
regionais.

O
encontro, que teve lugar,
em 8 de Maio, na cida-
de de Peniche e contou
com a participação de Francis- agravada, pioram as condições dos trabalhadores e a sua dispo-
co Braz, presidente do STAL, de trabalho, multiplicam-se os nibilidade para a luta, dificilmente
analisou as consequências so- ataques aos seus direitos, in- será possível levar a bom termo
ciais e laborais das políticas de tensificam-se os ritmos de pro- um processo negocial. Tal como
liberalização e privatização de dução, agravam-se as desigual- foi referido no encontro, «não nos
serviços públicos essenciais, dades e as discriminações. podemos esquecer que os pa-
definindo como tarefa principal É comum existirem nas em- trões, por regra, só negoceiam se
o reforço da organização sin- presas de serviços públicos a isso forem, de qualquer forma,
dical e da acção reivindicativa trabalhadores com estatutos di- obrigados».
nos locais de trabalho. ferentes em funções idênticas, E mesmo depois de se alcan-
Como foi sublinhado por vá- assim como coexistem efec- çar a celebração de uma con-
rios intervenientes, os proces- tivos e precários, pessoal dos venção colectiva favorável aos
sos de empresarialização e de quadros e outros de empresas trabalhadores, o processo de
privatização de serviços pú- subcontratadas. A organização e intervenção sindical nas empresas foi do encontro do luta não pode parar. É preciso
blicos começam por atingir os Todos estes mecanismos são STAL que reuniu dirigentes e activistas de todo país permanecer vigilante e exigir o
direitos dos trabalhadores, que utilizados para nivelar por abaixo cumprimento de cada uma das
são alvo de pressões por parte direitos e condições, dividir os tra- cia acrescida. É aqui que as de- São disso claros exemplos as cláusulas acordadas.
das administrações para transi- balhadores, dificultando a sua or- sigualdades são mais sentidas propostas do grupo Águas de
tarem sem quaisquer garantias ganização e diminuindo a sua ca- e por isso é aqui que têm de ser Portugal para o Acordo Colec- Sindicato de classe
para as novas entidades. pacidade de luta e reivindicação. combatidas. A sindicalização, a tivo Trabalho (ACT) do sector da
Nas empresas subordinadas O reforço da organização sin- eleição de delegados e a distri- água e resíduos no sentido de Ao longo do encontro foi ainda
à fria lógica do lucro máximo, a dical ganha nos locais de traba- buição de informação sindical introduzir a adaptabilidade, a lembrado o percurso do STAL nos
exploração dos trabalhadores é lho por tudo isto uma importân- são pois tarefas essenciais. flexibilidade e a polivalência. seus 35 anos de vida, enquanto
Refira-se ainda a ingerência sindicato de classe, reivindicativo
Contratação colectiva do governo no domínio da con- e solidário. Empenhado na mobi-
garantir melhorias tratação colectiva no intuito de lização e unidade dos trabalhado-
impor a adaptabilidade de ho- res, o STAL sempre demonstrou
No encontro foi salientada a rários nas autarquias, o conge- capacidade negociadora e de
importância da contratação co- lamento salarial nas empresas diálogo. Mas para o STAL este di-
lectiva como forma de conquis- públicas ou o ACT «cozinhado» álogo só faz sentido se for conse-
tar e salvaguardar os direitos e entre a Liga Bombeiros e sindi- quente e dele resultarem progres-
reforçar a intervenção sindical. catos ao serviço do patronato. sos significativos na resolução
Todavia, sendo um instrumen- A contratação colectiva é um dos problemas dos trabalhadores.
to essencial para defender os processo que deve nascer do co- Contudo, a história e a experiên-
interesses dos trabalhadores, a nhecimento e discussão aprofun- cia quotidiana do Sindicato mos-
contratação também pode e tem dada das reivindicações e aspira- tram que a luta dos trabalhadores
sido manipulada pelo patronato ções dos trabalhadores de cada é factor determinante e decisivo
e pelo divisionismo sindical. local de trabalho. Sem a força em qualquer êxito negocial.
O seminário realizado no Porto foi seguido com interesse por cerca de

STAL no conselho
uma centena de participantes

Campanha sobre stress


assédio, violência de empresa da Veolia
Prevenir riscos
A importância da acção dos representantes dos trabalhadores
Fátima Neves, dirigente do
STAL e trabalhadora do Grupo
Veolia Água – Delegação de
Mafra, integrará como membro
de Empresa Europeu, organis-
mo que visa assegurar o direi-
to à informação e à consulta,
é composto por trabalhadores
Dalkia, sua filial no ramo ener-
gético. Recentemente alargou
as suas actividades através da
compra da empresa Transdev,
na prevenção de riscos nos locais de trabalho é o tema central da efectivo o Conselho de Empre- dos vários estados- membros, um dos maiores operadores
campanha lançada pelo STAL, no seminário realizado em 13 de Ju- sa Europeu do Grupo Veolia cabendo a Portugal um lugar privados no sector dos trans-
lho, no Porto, dedicado à mesma temática. Environnement, no mandato efectivo e respectivo suplente, portes.
Na iniciativa, encerrada pelo presidente do STAL, Francisco Braz, 2010-2014. de acordo com o número de No âmbito do acordo para a
participaram os dirigentes nacionais, João Avelino, António Augusto, Este cargo era até agora as- trabalhadores da multinacional designação dos trabalhadores,
bem com especialistas e profissionais nesta área, caso de Luís Lo- sumido por um trabalhador do em Portugal. o STAL e o SIFOMATE decidi-
pes, coordenador executivo para a Promoção da Segurança e Saúde Grupo Dalkia, representante do O Grupo Veolia dispõe no ram realizar reuniões anuais
no Trabalho da Autoridade para as Condições do Trabalho, Manuela Sindicato dos Fogueiros e Ener- nosso país de uma divisão de conjuntas com o objectivo de
Calado, coordenadora do Ponto Focal Nacional da Agência Europeia gia (SIFOMATE), que passará a água, encarregue das conces- potenciar esta representação
para Segurança e Saúde no Trabalho, Glória Pinto, da empresa For- delegado suplente. sões de Mafra, Paredes, Valon- em defesa dos trabalhadores e
majuda, Isabel Lourenço e ainda Alberto Peliz, jurista do STAL. Criado em 2005, o Conselho go e de várias ETAR, e o Grupo da sua organização.
SETEMBRO 2010 jornal do STAL 7

A aprovação, dia 17 de
Julho, do caderno de STAL contra privatização dos transportes públicos

MoveAveiro à venda
encargos para o concurso
de concessão dos
transportes rodoviários
(Movebus/MoveAveiro),
com redução das

com desconto
contrapartidas financeiras
em um milhão de euros,
é um mau negócio para o
município e prejudica os
interesses dos aveirenses.

O
STAL, que tem vindo a reu- Por outro lado, o sindicato consi-
nir com os partidos políticos dera que a redução em um milhão
com representação na As- de euros no valor das contraparti-
sembleia Municipal de Aveiro e tinha das a pagar pelo futuro concessio-
já enviado à autarquia parecer so- nário, passando de quatro para três
bre o caderno de encargos, no qual milhões, confirma o desnorte e a ir-
incluía um conjunto de questões responsabilidade da maioria autár-
relacionadas com os direitos dos quica, que, em face de problemas
trabalhadores, condenou o executi- financeiros temporários, lesa grave
vo camarário por ter aprovado o do- e duradouramente os interesses do
cumento sem dar qualquer resposta município, dos aveirenses em geral
aos problemas colocados pelo sin- e dos utentes dos transportes pú-
dicato. blicos em particular.
No entender do STAL, a presente
concessão, à qual a autarquia pre- É possível travar a
tende juntar no futuro a exploração privatização
dos parquímetros, dos transportes
fluviais e das bugas, constitui um Com base na disponibilidade
A privatização da
atentado ao património do município manifestada pelos trabalhadores Ao mesmo tempo, o Sindicato res- a partir de vários serviços munici-
MoveAveiro é um
e um grave retrocesso na prestação da MoveAveiro, o STAL reafirma a ponsabiliza a autarquia pela situação palizados, tem ao seu serviço 150 grave retrocesso
dos serviços públicos de mobilidade intenção de combater por todos os de total abandono em que se en- trabalhadores. Tal como outros ser- na prestação dos
aos aveirenses. meios este processo de concessão contra esta empresa municipal, quer viços municipais de transportes pú- serviços públicos
Esta posição é amplamente par- e considera que ainda é possível à devido ao manifesto desinteresse na blicos, a MoveAveiro apresenta uma de mobilidade
aos aveirenses
tilhada pelos os trabalhadores da autarquia encontrar soluções al- maioria PSD/CDS quer em resultado exploração deficitária, dependendo
MoveAveiro, que já manifestaram a ternativas para a manutenção dos da notória incapacidade de gestão exclusivamente das subvenções do
sua disposição para combater a pri- transportes públicos aveirenses, por parte da administração da Move- município, já que, ao contrário dos
vatização dos serviços, admitindo numa lógica de gestão integral- Aveiro. operadores privados e transportado-
inclusive a possibilidade do recurso mente pública, o que pode passar Recorde-se que esta empresa mu- ras públicas de Lisboa e Porto, não
à greve. pela sua remunicipalização. nicipal, criada em Outubro de 2004 beneficia de apoios do Estado.

Firmeza e unidade na Resiestrela Beja


Luta por salários e direitos Greve
Os trabalhadores da Resiestre- desproporcionada e atentató- na EMAS
teve forte
la, empresa multimunicipal de tra- ria do legítimo exercício do di-
tamento e valorização de resídu- reito à greve.
os sólidos urbanos, paralisaram A luta na Resiestrela irá conti-
totalmente os serviços operacio-
nais, nos dias 9 e 10 de Agosto.
nuar até que as principais reivin-
dicações sejam satisfeitas. Nes- adesão
Os 14 concelhos abrangidos ta causa justa, os trabalhadores Os trabalhadores da Empresa Mu-
pela empresa Resiestrela, nos contam com a solidariedade do nicipal de Águas e Saneamento de
distritos de Castelo Branco e pessoal de várias autarquias e Beja (EMAS, EEM) cumpriram, no
Guarda, ficaram impedidos de das populações dos concelhos dia 22 de Junho, uma greve de 24
proceder a descargas de lixo abrangidos por estes serviços. horas em defesa de aumentos sa-
na central de tratamento devi- Recorde-se que, já no dia 4 lariais justos e o cumprimento do
do à greve dos trabalhadores Apesar das pressões ilegais, os trabalhadores da Resiestrela não de Maio, os trabalhadores fize- Acordo de Empresa (AE) em vigor.
que paralisou totalmente as permitiram a entrada de nenhum veículo para descarga durante a ram uma greve total em protesto Reivindicando um aumento de 20
instalações durante dois dias. greve de 9 e 10 de Agosto. contra a inflexibilidade da admi- euros por trabalhador e a abertura
A greve registou uma adesão rização profissional e salarial e Resiestrela para descarregar o nistração, que insiste em negar de concursos de promoção a todos
de 100 por cento no sector ope- pelo direito à negociação. lixo, ameaçando processar os direitos básicos como a actuali- que tenham as condições reunidas,
rativo, superando os 80 por cen- trabalhadores que resistissem. zação dos salários, a negociação o pessoal da empresa, reunido de
to no conjunto dos serviços. O Trabalhadores resistem Porém, estes não se deixaram colectiva do caderno reivindica- manhã em plenário, manifestou o
êxito da jornada traduziu o forte às ameaças da GNR intimidar e mantiveram o por- tivo, o pagamento do descanso seu repúdio pelas medidas impositi-
descontentamento dos traba- tão fechado, impedindo a en- compensatório em trabalho su- vas do conselho de administração e
lhadores, e foi um clara demons- No segundo dia da greve, a trada da viatura. plementar realizado em dias de disponibilidade para continuar a lu-
tração da sua unidade, firmeza e GNR tentou forçar a entrada de O STAL condenou esta acção descanso semanal e feriados e tar em defesa dos seus direitos e do
determinação na luta pela valo- um camião nas instalações da ilegal da GNR, considerando-a melhores condições de trabalho. cumprimento integral do AE.
8 jornal do STAL/

o do s di re it os la bo ra is , de sm an te la m ento da
Destruiçã

Tribunal Const
Ao recusar o pedido de
inconstitucionalidade de várias
normas da Lei de Vínculos, Carreiras
e Remunerações (Lei 12-A/2008), o

sanciona polít
Tribunal Constitucional, no seu acórdão
154/2010, tornado público no dia 20 de
Abril, colocou-se claramente ao lado
da política do governo de privatização
dos vínculos dos trabalhadores e da
destruição do regime de carreiras e de

anti-social do
remunerações.

A
posição de imediato assumi-
da pelo STAL face ao acórdão
dos magistrados (ver edição
anterior), para além de repudiar o
teor da decisão, deixou claro que o
Sindicato continuará a bater-se pelo
vínculo público e a exigir a revogação
do contrato de trabalho em funções
públicas. sitória do artigo 88.º. Note-se que se quer que seja o seu nível (do pessoal
A legitimidade desta luta dos traba- Entre as questões então suscita- incluem aqui carreiras tão importan- dirigente ao pessoal auxiliar ou ope-
lhadores da Administração Pública, das, os parlamentares deram parti- tes para o interesse público e o servi- rário). Mais ainda: os actuais traba-
que antes de mais assenta no direito cular ênfase à imposição unilateral ço ao cidadão, como as dos profes- lhadores da AP nomeados vão transi-
inalienável de defesa dos seus interes- da modificação do vínculo de no- sores de todos os ramos de ensino, tar para a modalidade do contrato de
ses, é reforçada pelo texto da Cons- meação, que ficou reservado a um abrangendo o ensino superior, as trabalho, sem qualquer oportunidade
tituição, do qual resulta com clareza reduzido núcleo de trabalhadores da dos médicos e outros profissionais de fazerem uma opção e manterem o
que a isenção exigida no exercício de Administração Pública, enquanto os do Serviço Nacional de Saúde, a dos vínculo da nomeação definitiva, como
funções públicas implica a existência restantes passaram obrigatoriamente funcionários de justiça, a dos funcio- decorre do já citado artigo 88.º, já que
de estatuto específico com garantias para o regime de contrato de trabalho nários do Fisco, etc. Esta solução le- a lei exclui a possibilidade de opção
e deveres diferenciados da contrata- em funções públicas. gislativa constitui inegavelmente um que permitiria pelo menos respeitar a
ção geral. A este propósito, os deputados novo e substancial passo no senti- livre vontade dos trabalhadores.
A subversão Esta leitura do Texto Constitucional subscritores, tendo em conta o dis- do de transferir a regulação jurídica «A conformação que desta forma
do regime
público de é plenamente demonstrada no reque- posto no artigo 10.º da Lei 12-A/2008, da administração pública (AP) e dos é dada à AP não corresponde ao fi-
emprego rimento de fiscalização da constitu- conjugado com o artigo 88.º da mes- seus trabalhadores, do direito admi- gurino constitucional determinado
insere-se na cionalidade de diversos preceitos da ma Lei, salientaram particularmente: nistrativo para o direito privado. pelos nossos constituintes, em es-
ofensiva pri- Lei 12-A/2008, de 27/2, promovido em «A passagem para o contrato por pecial no Título IX, nem corresponde
vatizadora e Abril de 2009 pelo Grupo Parlamentar tempo indeterminado é impositiva e A imposição da à tradição jurídica portuguesa, em
de desman-
telamento da do PCP, com o apoio de deputados de não contempla qualquer hipótese de precariedade que os interesses públicos, ao ser-
Administração outras bancadas, de que aqui publica- opção por parte do trabalhador, nos viço dos cidadãos, implicam uma
Pública mos elucidativos extractos. termos previstos na disposição tran- «Tal significa sobrepor à vitalicie- permanência de funções que agora
dade que está ligada à nomeação se afasta em relação à maioria dos
definitiva dos trabalhadores da AP, trabalhadores.»
em consonância com o papel espe-
cífico que a Constituição lhes atri- TC ignorou jurisprudência
bui, a precariedade acrescida que
corresponde ao contrato de traba- Para além destes argumentos, os
lho, mesmo que seja pomposamente deputados subscritores do requeri-
apelidado de contrato de trabalho mento de inconstitucionalidade invo-
em funções públicas. Com esta le- caram igualmente jurisprudência an-
gislação, e ao arrepio da Constitui- terior do Tribunal Constitucional, que
ção, a função pública, como é tra- importa reter.
dicionalmente conhecida, passará «Na perspectiva do Tribunal Consti-
a ser uma das modalidades (prova- tucional, de cuja jurisprudência ressal-
velmente só residual) de emprego no ta sempre a sensibilidade para a ques-
sector público. tão da “perda da relação do serviço
«Domínios tão essenciais para a público”, quer na vertente do rompi-
sociedade portuguesa, como os da mento da relação de emprego, quer
justiça, das finanças, da saúde, do na vertente da cessação unilateral do
ensino, da segurança social, do am- estatuto de funcionário público – é a
biente, do poder local e do poder re- expressão usada nessa jurisprudência
gional, vão ficar servidos só por tra- – é constantemente reafirmado que:
balhadores da AP contratados, qual – Não podendo dispensar livre-
/SETEMBRO 2010 9

do preenchimento de um lugar do – ainda que o legislador queira res-

a Administração Pública
quadro de pessoal de um qualquer salvar “os regimes de cessação da
organismo público resultar de um relação jurídica de emprego públi-
acto de nomeação” e de o artigo co, de reorganização de serviços e

titucional
47º, n.º 2, da Constituição assegu- de mobilidade especial próprios da
rar a via do concurso)”. nomeação definitiva”, mas sem que
«No mesmo acórdão n.º 683/99 fique assegurada aos interessados
transcrevem-se passagens do uma opção pelo regime anterior ou
acórdão n.º 340/92 (Diário da Re- pelo novo regime, como acontece
pública, II Série, de 17 de Novem- noutros casos de sucessão de regi-
bro de 1992), podendo ler-se numa mes legais – contraria os princípios
delas o seguinte: “A Administração da segurança jurídica e da confiança

tica
(…) é livre para estabelecer as res- ínsitos na ideia de Estado de direito
pectivas formas de organização ou democrático, consagrada no art. 2.º
os meios pelos quais se hão-de sa- de Constituição, e viola os art. 53.º
tisfazer as necessidades que cons- e 58.º da mesma Constituição, que
tituem a sua razão de ser. Simples- garantem o direito à função pública
mente, esta liberdade não pode ser e o segmento do direito ao lugar,
entendida no sentido de, a propó- como ficou dito no texto. Isto porque

governo
sito das formas de provimento dos os "actuais trabalhadores nomeados
funcionários públicos, conduzir a definitivamente” são surpreendidos
uma supressão infundamentada por uma mudança do seu estatuto
dos seus vínculos de efectividade profissional, a qual lhes é desfavo-
e permanência envolvendo a sua rável, que aliás abrange um amplo
substituição por formas de contra- universo, certamente a percentagem
tação precárias, transitórias e sem mais elevada dos trabalhadores da
qualquer expectativa de continui- AP. Há um investimento na confiança
dade profissional”. e na manutenção da ordem jurídica
«Esta regra de transição, consa- vigente que aqueles trabalhadores
mente os seus funcionários, o Estado “diferenças gerais que há que reco- grada no questionado art. 88.º, n.º4, vêem fortemente abalado.»
também não pode livremente retirar- nhecer entre a relação jurídica de
lhes o seu estatuto específico. emprego pública e a relação jurídica
Com efeito, o funcionário público
detém um estatuto funcional típico
quanto à relação de emprego em
laboral de direito privado”.
«”Como resultado da sua orien-
tação (a do Estado) para a satisfa-
STAL continuará a bater-se
pelo vínculo público
que está envolvido, estatuto este que ção do interesse público e da sua
consiste num conjunto próprio de di- integração num corpo ao serviço do
reitos e regalias e de deveres e res- Estado, os trabalhadores da função
ponsabilidades, que o distinguem da pública estão sujeitos a um regime Foi com base numa sólida argumentação que do estatuto da função pública decorre-
relação de emprego típico das rela- jurídico próprio, substancialmente e apoiando-se na jurisprudência do Tribunal ria a impossibilidade de estabelecer a regra
ções laborais comuns (de direito pri- diferente do regime jurídico que dis- Constitucional que os deputados requere- da contratualização em matéria laboral.
vado). Esse estatuto adquire-se auto- ciplina os trabalhadores do sector ram verificação da constitucionalidade da E arrumou o assunto considerando que
maticamente com o próprio acesso à privado” (apontam-se depois, a título Lei 12-A, designadamente em relação aos tais acórdãos anteriores foram proferidos
função pública, passando a definir a exemplificativo, algumas diferenças, artigos 2.º, 53.º e 58.º da Constituição da noutro contexto e a propósito da matéria
relação específica de emprego que o e, entre elas, destacando-se, quanto República. específica de que tratavam.
funcionário mantém com o Estado- ao recrutamento e selecção dos tra- Lamentavelmente, porém, o Tribunal Com esta decisão, que o STAL já quali-
Administração. Ora, a garantia cons- balhadores para o sector público e Constitucional decidiu pronunciar-se pela ficou como «contraditória e parcial», o TC
titucional da segurança no emprego para o sector privado “a que decorre constitucionalidade do diploma em causa, demonstrou estar mais preocupado em de-
não pode deixar de compreender acolhendo uma posição que é claramente in- fender os objectivos da chamada «reforma»
também a garantia de que o empre- coerente com a sua própria jurisprudência. da Administração Pública do que os princí-
A luta pelo restabelecimento do víncu-
gador não pode transferir livremente Para o efeito, entre outros argumentos, in- pios consagrados no Texto Fundamental, tal
lo público é coerente com as exigên-
o trabalhador para outro empregador cias constitucionais no exercício de vocou que nenhum dos acórdãos referidos como até agora os tinha interpretado.
ou modificar substancialmente o pró- funções públicas pelos requerentes permite a inferência de Todavia, deve sublinhar-se que, ao darem
prio regime da relação de emprego luz verde à destruição de direitos essen-
uma vez estabelecida. ciais dos funcionários públicos, os magis-
«Este é o discurso do acórdão n.º trados avalizaram também o processo que
154/86, nos Acórdãos, vol. 7.º, pág. lhe está indissociavelmente ligado de des-
185, referindo ainda o direito à função mantelamento da Administração Pública e
pública, caracterizando-o como “uma de privatização dos serviços públicos – isto
garantia especifica de estabilidade e é, assentiram na demolição de um pilar do
de segurança no emprego quanto aos regime democrático construído pela Revo-
funcionários públicos”, sendo que há lução de Abril de 1974.
“uma flagrante imagem da diferença” Pelo seu lado, os trabalhadores e o STAL
entre o regime da função pública ao continuarão a percorrer os caminhos ne-
serviço do Estado – a segurança e as cessários, por árduos que sejam, na de-
prerrogativas deste regime – e as do fesa dos direitos laborais, dos serviços
regime de direito privado. públicos, por mais justiça social e por um
«E a mesma linha de entendimen- futuro melhor para a grande maioria dos
to é retomada mais recentemente no portugueses – combatendo com todas as
acórdão n.º 683/99, nos Acórdãos, forças as políticas retrógradas do governo
vol. 45.º, págs. 661 e seguintes, com tenham elas ou não a sanção do Tribunal
citação e transcrição de outros arestos Constitucional.
do mesmo Tribunal, registando-se as
10 jornal do STAL SETEMBRO 2010

As Águas do Nordeste
✓Jorge Fael

ingerências Fusão levanta


de Bruxelas preocupações
A
pressão de Bruxelas para submeter os
serviços públicos, sobretudo os mais A fusão de três empresas saneamento no nosso País. qualidade da água e necessaria-
rentáveis, à lógica do mercado e da multimunicipais do Neste momento, a multimuni- mente nas tarifas.
concorrência decorre da própria essência da grupo Águas de cipal apenas fornece água em Para obter economias de es-
integração europeia, que assenta teoricamente na alta, mas está nos seus planos cala, as multimunicipais foram
liberdade de empresa, na circulação de capitais e
Portugal, que deu alargar a actividade também à ligando toda a população a um
na construção de um grande mercado, e na prática origem à recém-criada distribuição em baixa, até agora número reduzido de captações,
tem como objectivo propiciar lucros fáceis aos Águas do Nordeste, assegurada pelos municípios da abandonado origens dispersas,
grandes grupos económicos. levanta fundadas região. muitas delas de qualidade exce-
Assim, apesar da retórica comunitária sobre a preocupações ao STAL, O STAL alerta para o perigo lente, que antes eram utilizadas
importância dos serviços públicos e do direito que que vê este processo real de as autarquias perderem o pelos municípios.
assiste formalmente a cada estado de organizar controlo sobre um serviço públi- Nesta mega-rede, da qual de-
livremente a sua gestão, assistimos a uma
como a antecâmara da co essencial. As consequências pendem mais de 30 municípios
permanente ingerência das instâncias comunitárias privatização. são conhecidas: degradação do da região do Norte, sobretudo
no sentido da desregulamentação e privatização serviço, aumento de preços, di- do Minho, a nova empresa prevê

A
deste sector, que lamentavelmente contam quase nova entidade, que con- minuição de efectivos, eliminação investir um valor superior a 300
sempre com a conivência dos governos nacionais centra as antigas empre- de direitos e intensificação da ex- milhões de euros nos próximos
Dois episódios recentes relativos à água são sas Águas do Ave, Águas ploração. cinco anos, para operacionalizar
reveladores a este respeito. O primeiro refere-se do Cávado e Águas do Minho e De resto, a criação da Águas do pesados sistemas de tratamen-
às declarações do actual Comissário Europeu da Lima, representa uma das maio- Nordeste implica profundas alte- to e abastecimento, cujo custo
Direcção-Geral Mercado Interno, Michel Barnier, res empresas gestoras de siste- rações nos sistemas de captação acrescido será necessariamente
perante o Parlamento Europeu. mas multimunicipais de água e e abastecimento, com reflexos na pago pelos utentes.
Para este responsável, o facto da água que corre
nas torneiras dos cidadãos europeus ser fornecida
maioritariamente por serviços e empresas públicas
(a excepção é a França onde, apesar disso, são
cada vez mais os exemplos de remunicipalização, e
o Reino Unido) deve ser alterado.
Mais de 1,4 milhões
Itália
pelo referendo sobre a água
Com esse objectivo, afirmou que a actual situação
jurídica não é clara porque cria problemas às
autoridades municipais e empresas privadas,
defendendo uma nova legislação para ajudar a
clarificar a situação. O Fórum Italiano pela Água, que assinaturas com o objectivo da da gestão destes serviços por em-
Instado a detalhar as suas afirmações, o reúne vários movimentos em de- convocação de um referendo so- presas exclusivamente públicas
comissário, primeiro respondeu vagamente, fesa da água como um bem pú- bre revogação da legislação apro- até 31 de Dezembro de 2011.
salientando a importância da água e do impacto blico, entregou, dia 19 de Julho, vada pelo governo de Berlusconi O Fórum considera que o êxito do
das alterações climáticas. Em seguida, à pergunta no Tribunal Supremo 1 401 432 que, recorde-se, preconiza o fim abaixo-assinado marca uma etapa
porque quereria ele dar à água um «tratamento importante na história da democra-
especial», respondeu: «Uma proposta legislativa cia participativa do país. Nenhuma
para harmonizar a forma como os serviços petição referendária recolheu no
municipais, incluindo a água, são privatizados em passado um número tão elevado de
toda a União Europeia poderia ser considerada. assinaturas.
O segundo episódio foi suscitado pelas declarações Quando a consulta for convo-
de um porta-voz da Comissão Europeia que, ao cada, o que poderá acontecer na
apresentar um relatório sobre a situação da água Primavera do próximo ano, o mo-
na União Europeia, declarou: «Nós consideramos vimento irá bater-se para que pelo
que a água é uma mercadoria como outra coisa menos 25 milhões de italianos vo-
qualquer». tem favoravelmente à manutenção
Apesar de tudo, a Directiva Quadro da Água dos serviços de água sob proprie-
de 2000 sempre diz que «a água não é um dade e gestão públicas.
produto comercial como outro qualquer». E aqui, Entretanto, o Fórum salienta que
singularmente, não há qualquer nuance ou jogos de um milhão e 400 mil assinaturas
palavras. deslegitimam qualquer tentativa
Mas isso não impede a Comissão Europeia do Sr. de privatização da água. Nesse
Durão Barroso – o qual, é bom lembrar, chegou sentido irá exigir a aprovação de
a dizer que o sector da água na esfera pública uma moratória sobre novas pri-
constituía «uma estatização que repugna uma vatizações, ao mesmo tempo que
sociedade moderna» – de achar que tudo, ou seja, apela às autarquias a que se abs-
a água, o ar, a saúde, a educação, etc., é uma tenham de tomar decisões neste
mercadoria e nesse sentido, pode ser comprado, As caixas com as assinaturas foram transportadas por centenas de activistas domínio até a realização da con-
alugado, vendido, explorado... em desfile pelas ruas de Roma sulta.
SETEMBRO 2010 jornal do STAL 11

Recolha de lixo
Cidade Câmara Estremoz
do Porto remunicipaliza
entregue serviços O município de Estremoz revogou
a concessão da água em alta e
assumiu a recolha de resíduos em
todo o concelho.

a privados A Assembleia Municipal


de Estremoz aprovou,
dia 25 de Junho, a
Com a aprovação do concurso público para a
privatização da recolha do lixo no Centro Histórico
rescisão do contrato de
e na Baixa, dentro em breve cerca de 90 por cento abastecimento de água
do território do concelho do Porto será limpo por em alta com a empresa
operadores privados. De fora apenas fica a Zona Águas do Centro
Oriental, que por enquanto continua a cargo dos Alentejo SA.
serviços municipais.

A
A decisão, tomada em reunião de Câmara no dia proposta tinha sido adopta-
13 de Julho, foi de imediato contestada pelo STAL, da, em 19 Maio, pelo execu-
que manifestou preocupações sobre o futuro dos tivo autárquico, que conside-
trabalhadores e considerou que a população será rou os termos do contrato, assina-
a mais prejudicada, tanto economicamente como do em 2009 pela anterior maioria
em termos de qualidade do serviço. socialista, lesivos para o município
A entrada dos privados neste sector não é de e população.
agora. Na Baixa e no Centro Histórico, as empre- Segundo salienta um comunicado
sas já ali operam ocasionalmente desde há um ano. da autarquia, a permanência naque-
O Sindicato sublinha que o serviço não só piorou le sistema implicaria um aumento
mas também é mais caro, tanto mais que se sabe do preço do metro cúbico dos actu-
que a autarquia está a pagar às empresas mais do ais 1,13 euros para 3,66 euros.
que o valor adjudicado nos contratos. Por outro lado, o município estava
Por outro lado, o STAL exige que o executivo obrigado a pagar anualmente à Águas
social-democrata clarifique a situação dos traba- do Centro Alentejo mais de um milhão directamente, desde 1 de Julho, STAL tinha razão
lhadores camarários e opõe-se a que sejam colo- e 600 mil metros cúbicos de água os serviços de recolha de resíduos
cados na prateleira à espera que saia a legislação quando, na realidade, apenas neces- sólidos urbanos, concessionados à Logo em Julho de 2006, quanto o
da mobilidade. sita de um caudal médio de 650 mil empresa Geriurb no anterior man- então recém-eleito executivo socia-
metros cúbicos anuais para satisfazer dato. lista levou à Assembleia Municipal
as necessidades do concelho. Como afirmou à imprensa o ac- a proposta de adesão à Aguas do

Angra do Heroísmo
A edilidade decidiu assim aban- tual presidente da Câmara, Luís Centro Alentejo, os trabalhadores
donar o sistema considerando que Mourinha, eleito por uma lista de da autarquia, reunidos em plenário

Acordo
os seus custos implicariam aumen- independentes, «o município está do STAL, aprovaram por unanimida-
tos insuportáveis para a população, em condições e tem equipamento de uma resolução que considerava
cada vez com menores recursos, e para fazer o mesmo serviço com «inaceitável a decisão da câmara de

em vista
inviabilizariam os investimentos por um custo mais reduzido». concessionar em alta a água».
parte do município na urgente reno- Lembrando que a empresa ape- «Esta decisão», lia-se no texto,
vação da rede de abastecimento em nas tinha a seu cargo a zona urba- «abre caminho à futura privatização

na Culturangra
baixa, que actualmente apresenta na, o edil observou que «não faz dos serviços de água do concelho,
perdas na ordem dos 50 por cento. sentido que o serviço de recolha de cria apreensões nos trabalhadores e
lixos na cidade seja feito por uma demonstra uma clara desresponsabi-
O STAL e a administração da empresa munici- Recolha voltou à câmara empresa e nas freguesias rurais, lização dos eleitos». Já altura, o STAL
pal Culturangra iniciaram, já este mês de Setem- onde é mais difícil a sua execução, alertava que a concessão implicaria
bro, a negociação de um acordo de empresa que No mesmo sentido, o município seja a autarquia a assumir essa res- um aumento acentuado das tarifas.
visa fixar as regras em matérias como carreiras, de Estremoz passou a assegurar ponsabilidade». Como agora se prova, tinha razão.
horários de trabalho, avaliação entre outras.
Esta via do diálogo foi aberta na sequência de
um plenário de trabalhadores, realizado em 17
Maio, no qual foram identificados vários proble-
Cascais
mas existentes na empresa. Logo nesse dia, uma
delegação do STAL reuniu com o conselho de ad-
ministração, que se comprometeu a resolver as
Direitos salvaguardados
questões apresentadas. Na sequência da assinatura do A proposta apresentada pelo regresso aos quadros da autar-
Entre outros, a empresa liquidou as horas ex- protocolo de entendimento sobre STAL foi inicialmente entravada quia.
traordinárias em dívida e concordou em mudar o acordo de cedência por interesse pelas administrações de várias A autarquia acolheu as propostas
de posição remuneratória os trabalhadores com público, entre o STAL e a Câmara empresas. O impasse levou o Sin- sindicais abrindo assim caminho a
vínculo à Câmara em termos idênticos aos pra- de Cascais, os trabalhadores da dicato a deslocar-se à sessão de um entendimento, na base do qual
ticados pela autarquia, bem como em celebrar autarquia ao serviço de empresas Câmara, no final de 2009, para foram elaborados os acordos de
acordos de cedência por interesse público em municipais ou serviços concessio- expor a sua posição, designada- cedência por interesse público, as-
conjunto com a edilidade. nados da autarquia viram os seus mente em matéria de processos sinados individualmente pelos tra-
direitos salvaguardados. disciplinares e sobre a opção de balhadores abrangidos.
12 jornal do STAL SETEMBRO 2010

Bombeiros profissionais
Uma acção
imprescindível Pela carreira
e condições dignas
Em plena «época de incêndios» é natural que a
atenção do País se concentre no trabalho dos
bombeiros e que o comum cidadão se dê conta da
coragem e abnegação requeridas para o exercício
desta valorosa profissão.
Sendo justo e merecido este reconhecimento
da generalidade da sociedade, já o desvelo que Depois de três anos de
nestes momentos dramáticos os governantes se sucessivos adiamentos
apressam a demonstrar aos bombeiros contrasta por parte do governo, os
com a atitude de indiferença e até de desprezo por
si manifestada durante o resto do ano a esta classe
bombeiros profissionais
profissional. continuam à espera da
Em nota de imprensa, o STAL sublinha que os regulamentação da carreira,
bombeiros não podem ser lembrados apenas nas enquanto nas associações
alturas em que o território está a ser devorado pelas de voluntários perduram as
chamas e a sua acção se revela imprescindível para violações de elementares
a salvaguarda de pessoas e bens.
Lamentando a morte já registada de dois bombeiros
direitos laborais.

E
no combate aos incêndios deste ano e, lembrando m protesto contra os atrasos
ainda os diversos feridos, o STAL insiste na inaceitáveis e desprezo pelo
necessidade de melhorar os equipamentos e direito de negociação, o STAL
generalizar a formação, bem como de adequar e o STML tiveram marcada uma
as remunerações ao elevado grau de risco que a concentração para 30 de Junho,
Os bombeiros profissionais prosseguem a sua luta pela carreira única e a
profissão acarreta. frente à Secretaria de Estado da
regulamentação das condições de trabalho nas associações de voluntários.
Os bombeiros, salienta o Sindicato, devem ser alvo Administração Local. A acção não
do respeito e consideração permanentes por parte chegou a realizar-se porque o Go- de trabalho», promovido pela Associa- da pelo salário mínimo nacional,
do Governo, a quem compete zelar durante todo o verno apressou-se a agendar uma ção Nacional de Bombeiros Profissio- não se estipulando sequer a obriga-
ano pela sua dignificação e valorização profissional reunião com os dois sindicatos, que nais, a Liga Nacional de Bombeiros, o toriedade da sua negociação anual.
e atender às suas reivindicações fundamentais. teve lugar em 6 de Julho. Sindicato Nacional de Bombeiros e Por sua vez, o «modelo» de car-
No encontro, a delegação sindical o Ministério do Trabalho. reiras faz depender de factores
foi informada de que a proposta de O sindicato sublinha que este do- subjectivos a realização do direito à

AHBV Foz Côa diploma de regulamentação da Car-


reira de Bombeiro e Oficial Bombei-
cumento, sem qualquer validade ju-
rídica, é contrário aos interesses dos
promoção e à progressão, enquan-
to a definição de «local de trabalho»

Horas pagas
ro dos profissionais dependentes trabalhadores do sector, devendo permite que os bombeiros possam
dos municípios estava pronta e em por isso ser rejeitado liminarmente. ser enviados para qualquer parte do
breve seria entregue para se dar iní- Na verdade, trata-se de uma tenta- país sem direito a receber ajudas de
cio ao processo negocial. tiva de impor a «obrigatoriedade do custo.

e aberto Recorde-se que o Governo adia


sistematicamente desde 2007, ano
em que foi aprovado o regime jurí-
voluntariado» a estes profissionais,
ao abrigo do qual é estabelecido um
pacote de 275 horas trabalho suple-
O STAL qualifica estas propostas
como um insulto aos trabalhadores
e declara que continuará a bater-se

diálogo
dico dos bombeiros, a negociação mentar, não remunerado nem com- por verdadeiros instrumentos de
de matérias aí contidas, com relevo pensado com dias de descanso. regulamentação colectiva, à seme-
para as carreiras. Também em matéria salarial, o lhança dos já negociados com vá-
Em Setembro do ano passado, objectivo é fixar uma tabela alinha- rias associações.
O STAL e a Associação Humanitária de Bombeiros o STAL e o STML receberam final-
de Vila Nova de Foz Côa concluíram, em 1 de Junho, mente uma proposta de regulamen-
um acordo pondo termo a um conflito que corria no
tribunal sobre o pagamento de horas extraordinárias
tação que, lamentavelmente, estava
desfasada da realidade do sector e
Reivindicações urgentes
devidas a quatro motoristas desde 2007. ignorava por completo as suas rei-
Os termos acordados estabelecem ainda a fixação vindicações. • Participação do STAL nos processos de diálogo, audição e negocia-
do horário de trabalho em oito horas diárias de se- STAL e STML elaboraram então ção para a regulamentação das carreiras dos bombeiros profissio-
gunda a sexta-feira, a regularização a favor dos tra- uma proposta concreta de regula- nais (sapadores e municipais).
balhadores de valores indevidamente descontados mentação, que foi entregue ao Go- • Criação nos municípios de uma carreira única de bombeiros profis-
em 2009, bem como das faltas injustificadas sem verno em Janeiro deste ano, à qual sional, garantindo uma uniformidade nacional no sector.
fundamento. não foi dada qualquer resposta. • A definição de critérios claros de acesso à carreira, cuja concepção
O acordo, que foi homologado pelo Tribunal da Responsabilizando o Governo deverá ter em conta a especificidade das funções desempenhadas,
Guarda, consagra igualmente o compromisso das pelos constantes adiamentos que a necessidade da formação e qualificação, a valorização salarial e a
duas partes de negociarem um protocolo sobre a re- lesam gravemente os interesses compensação do elevado desgaste que a função acarreta.
gulamentação geral das condições de trabalho. dos bombeiros, os dois sindicatos • Integração dos corpos de bombeiros dos municípios exclusivamen-
Em sinal de boa-fé, os quatro trabalhadores ab- exigem o respeito pelo direito de te por elementos profissionais e de carreira.
dicaram por iniciativa própria dos valores relativos negociação, reafirmando a sua de- • Regulamentação das condições de trabalho dos bombeiros profis-
às horas extraordinárias prestadas em 2008 e 2009, terminação na defesa da qualifica- sionais/vínculo privado, através de adequado Instrumento de Re-
poupando assim à associação algumas centenas de ção e valorização dos bombeiros. gulamentação de Trabalho, com base nas propostas apresentadas
euros. pelo STAL.
Por outro lado, desejando manter a sua condição Manobras intoleráveis • Rejeição do «modelo de acordo colectivo», ilegalmente cozinhado
de voluntários, disponibilizaram-se para prestar ser- com a Liga, e reconhecimento do efectivo direito à contratação co-
viços nessa qualidade conforme as condições a es- De igual modo, o STAL repudia o lectiva nas Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários.
tabelecer em futuro acordo. pretenso «modelo de acordo colectivo
SETEMBRO 2010 jornal do STAL 13

Conversas desconversadas
✓ Adventino Amaro

P
Coelhada
assos cautelosos, pata aqui sos aqui passos ali, pec, pec, pec,
pata acolá, pec... pec... pec..., com as quatro patas calçadas já com
o coelho recém desmamado as botas cardadas, o coelho vai sain-
vai saindo, devagar, da toca onde do da toca a farejar o ambiente. E o
foi parido. Do Leite Manuelino que ambiente na quinta é pesado, poluído,
mamou enquanto feto, enquanto cria conspurcado, mal cheiroso quanto
depois e fraldiqueiro mais tarde, já baste para que o nosso coelho se sinta

de cabidela
poucas lembranças tem, a não ser como que em casa, quer dizer, como
a que lhe vem da casta familiar, do que na toca, ou melhor, como que na
brasão aristocrático dos barões da coelheira onde sempre tem vivido.
coelhada, gente fina e muito esperta, Ele não quer mudar nada, a adminis-
da esperteza de que o Chico tem pa- tração da quinta está mesmo, mesmo
tente registada. a seu gosto, mas é preciso e urgente
Lá vem então o coelho, passos dar-lhe um ar mais convincente, não
aqui passos acolá, pec, pec, pec, deixar que a porcaria que sempre tem
avançando as suas patas já muito de ser feita por imposição das hienas
desenvolvidas para a idade que tem fique exposta à luz do dia, não vão os
(a ponto de ter pedido à mamã que patos reparar e começar a pensar que
o pariu que lhe comprasse umas bo- por isso, eram donos da quinta), era de jeito para a coisa, que nem os pa- é preciso mudar.
tas cardadas a condizer), a sair da tão desastrado que, onde quer que lavrosos discursos em que era mes- E quem melhor do que ele, coelho
coelheira onde nasceu e mamou, tocasse, mesmo conseguindo alcan- tre conseguiam disfarçar, estavam a de pêlo fino, focinho bem acabado
onde brincou e aprendeu os princí- çar os objectivos imediatos que lhe esgotar a paciência das hienas. E o e discurso bem estudado, para con-
pios basilares da fascistoide oratória tinham sido ordenados, deixava a coelho sabia disso. vencer os patos a mudar de dirigente
que o há-de levar à glória do poder porcaria toda à vista. Até porque a última experiência de para que nada mais mude?
na «quinta livre». As donas da quinta estavam a ficar um natural da coelheira como gover- Logo que saiu da toca o coelho diri-
Depois de sair da toca, vai o co- fartas de tamanha incompetência. nante da quinta (a quem chamavam giu-se a todos os megafones (cada um
elho confirmar o que lhe havia sido Não porque o pinto (de Sousa) não de Lopes, não se sabe bem porquê), na sua vez) que as hienas espalharam
dito. A Quinta onde a coelheira foi cumprisse zelosamente as ordens de tão atrapalhada que também foi, pela sua propriedade para «informar os
cavada, 36 anos atrás, depois de recebidas. Disso ninguém o poderia não teve um futuro longo, porque as estimados óvintes de tudo o que é im-
ser libertada da escravidão por uns acusar. Mas a forma aparvalhada de hienas não gostam de ver as suas portante para o bem estar da quinta» e,
malucos idealistas que o coelho nem agir que era a sua imagem de mar- misérias, morais, éticas e políticas, dirigindo-se aos patos distraídos com
conhece, é agora governada, demo- ca, as trapalhadas em que se metia expostas tão cruamente por gestões mais um golo do Benfica, logo ali lhes
craticamente, por um pinto (de Sou- onde quer que mexesse, a total inca- incompetentes. prometeu que, com ele na governação,
sa, segundo dizem) que dirige o gali- pacidade para reconhecer a sua falta É assim que, cautelosamente, pas- as coisas iriam mudar para muito me-
nheiro existente ali ao lado. lhor.
Galinheiro construído na Concretizando: Os patos
Alemanha já lá vão 37 anos iriam ver diminuída a sua
e que foi transladado para ração diária, para combater
a Quinta depois de os tais a obesidade; aos patos iria
malucos lhe terem devolvi- ser negada qualquer assis-
do a segurança necessária tência veterinária, porque a
para fruir do milho que uma vida ou a morte estará sem-
quinta destas lhe poderia pre nas mãos de Deus todo
proporcionar. misericordioso e, contra isso,
É importante que se diga batatas; os patos deixavam
neste momento que, para de ter de se preocupar com
além dos coelhos e dos a educação dos seus filhos,
pintos (descendentes estes porque as escolas passavam
de galináceos bastamente a servir apenas os galináceos
conhecidos), a quinta era e roedores de determinada
maioritariamente habita- casta.
da por patos, que por isso Depois do trabalho feito,
mesmo eram o suporte de- o coelho recolheu à toca, à
mocrático das espécies do- espera dos resultados. E não
minantes. é que os patos, numa sonda-
E o coelho, que é tão es- gem feita à medida, já dão o
perto como o Chico, aper- coelho como vencedor em
cebeu-se depressa da situ- próxima consulta à bichara-
ação reinante. da?
O pinto (de Sousa) que os O Benfica continua a jogar
patos haviam elegido para bem e, se Deus quiser, vai ser
dirigir os destinos da quinta, campeão outra vez.
apesar dos seus desespera- O Quim Barreiros continua
dos esforços para atender a vender muito bem o seu
aos interesses do galinheiro, produto.
da coelheira e das amas de Quanto ao futuro dos pa-
ambos, as hienas (conheci- tos, é só deles que depende.
dos predadores especiali- E é preciso ter esperança
zados em roubar o fruto do porque um dia, é fatal como
trabalho dos outros e que, o destino, eles irão acordar.
14 jornal do STAL SETEMBRO 2010

Internet ✓ Victor Nogueira O Portal da Saúde (www.portaldasaude.

1, 2, 3… clique
N.º 96
pt) depende do Ministério da Saúde e dele
SETEMBRO 2010
destacamos as pastas «informações úteis», Publicação
«enciclopédia da saúde», «serviços on-line», de informação
«farmácias» (existentes e de serviço) e a re- sindical do STAL
lação das entidades particulares convencio-
nadas. Em caso de acidente dispõe de uma
Propriedade
série de indicações em sweet.ua.pt/~helder/
STAL – Sindicato
sos/. Nacional dos
Através internet e ao alcance O Portal das Finanças (http://www.por- Em www.portugal-info.net encontram-se Trabalhadores
dum clique, sem sair de casa, taldasfinancas.gov.pt/) permite tratar de as- informações úteis classificadas por regiões da Administração
podemos ter acesso a um suntos fiscais. Já o Portal Financeiro (http:// de turismo. A Associação Nacional de Mu- Local
www.portal-financeiro.com/) está relaciona- nicípios Portugueses (www.anmp.pt/) permi-
conjunto de serviços públicos e do com o crédito e outras actividades das te aceder aos municípios, em cujas páginas
particulares. entidades bancárias aderentes, incluindo o figuram informações úteis sócio-histórico-
Director:
Santos Braz
home Banking (www.portal-financeiro.com/ culturais e os serviços on-line eventualmente

C
omecemos pelo Portal do Cidadão homebanking.html), isto é, a possibilidade de prestados.
(www.portaldocidadao.pt/), de que des- efectuar on-line múltiplas operações bancá- O Instituto Português de Museus permite Coordenação
tacamos a área dedicada ao cidadão, rias com segurança. na sua página (www.ipmuseus.pt/) conhecer e redacção:
José Manuel Marques
com serviços ao seu alcance de A a Z: pedi- No Portal do Consumidor (www.consumidor. ou saber do património cultural edificado
e Carlos Nabais
dos de certidões várias, alterações de morada, pt/) encontra-se uma série conselhos e infor- e museus, nalguns casos proporcionando
informação organizada por temas ou dossiers. mações, incluindo os direitos do consumidor mesmo visitas virtuais.
Através deste Portal pode aceder-se ao Portal e de reclamação. Os consumidores encon- Notícias sobre o tempo e previsões mete- Conselho
Autárquico (appls.portalautarquico.pt/portalau- tram também na DECO (www.deco.proteste. orológicas encontram-se no Instituto de Me- Editorial:
tarquico/) e ao Portal do Eleitor (www.portaldo- pt/) conselhos úteis e testes comparativos terologia (www.meteo.pt/pt/). Adventino Amaro
António Augusto
eleitor.pt/Eleicoes/Eleicao.aspx), bem como em várias áreas. Se pretende fazer obras em Fazendo a ligação aos jornais impressos,
António Marques
à Loja do Cidadão (www.portaldocidadao.pt/ casa/condomínio ou na sua habitação, nada a Banca dos Jornais (noticias.sapo.pt/ban- Helena Afonso
PORTAL/pt/LojaCidadao/), com serviços idên- perde em passar pelo Portal Obras Em Casa ca/#) permite visualizar a primeira página de Isabel Rosa
ticos aos do Portal. Poderá ver se existe Loja (www.obrasemcasa.pt/). Se pretender vender, inúmeros jornais nacionais e regionais e ace- Jorge Fael
ou Posto de Atendimento na sua localidade e comprar ou alugar uma casa, poderá consul- der ao seu conteúdo, caso estejam disponí- José Torres
Miguel Vidigal
os serviços aí disponíveis. tar o Portal Imobiliário (www.casayes.pt/). veis on-line.
Victor Nogueira

Colaboradores:

Reverso Palavras cruzadas Adventino Amaro


António Marques
Jorge Fael,
Horizontais: 1. Com estes se pode andar mais Verticais: 1. Estava mesmo a lembrar-me do

Amanhã pode ser tarde


José Alberto Lourenço
depressa para o abismo; e é roedor, o bicho. 2. bicho da 1 horizontal; sulcos. 2. Dispare, mas José Torres
São tenebrosos, os gajos que nos governam; escolha bem o alvo; espécie de açordas com Rodolfo Correia
fechais as asas de anjinho, para desceres mais pão migado. 3. Abreviatura de senhoras; castas;
Ai meu povo desgraçado a quem depressa. 3. São as suas apoiantes, são da rés-do-chão (abr.). 4. Pedido de socorro; o
tu andas entregue. quinta da Marinha; O que Sócrates e Coelho coelho não as tem porque não nasceu galinha; Grafismo:
Jorge Caria
Por vontade tua, é certo, ingénuo que sempre foste, formaram para dançarem o tango; agora interpretar. 5. Outra vez eles; contracção da
deixas que quem te despreza continue a governar-te. apertem o embrulho. 4. Pois, é com este nosso preposição por com o artigo definido a (pl.);
Já é tempo de acordares. imposto que os vampiros se empanturram; são ingeri alimentos sólidos. 6. Avarias; impulsos. Redacção
Bem antes que a morte chegue, os pézinhos do Coelho; vai-se um e vem o outro, 7. Espiolham; desgraçado. 8. É um herói e Administração:
dá sentido à tua vida, com a vida a andar para trás. 5. Depois dizem americano que anda a salvar o mundo no R. D. Luís I n.º 20 F
mesmo que o patrão não goste. que é com esta que nos podemos safar; pérola cinema para néscios; lúgubre. 9. Eles, mais uma 1249-126 Lisboa
Tel: 21 09 584 00
P´ra viver de rosto erguido nem precisas de ter arte. com pouco lustro; elas. 6. Recordam. 7. Irmãs, vez; saburra; doença provocada pelo vírus HIV.
Fax: 21 09 584 69
Basta que saibas escolher entre amigos e traidores, com muito carinho; o mesmo que orion. 8. As 10. Ena; fúria; magoe, de pernas para o ar. 11. É Email:
entre os que lutam por ti e os que querem o teu voto camadas protegidas, obscenamente, pelos o que não falta ao governo quando nos mente jornal@stal.pt.
apenas para melhor te poderem explorar. governos que vamos tendo; ovelhum (este não a sorrir; roupa (Angola); isolado. 12. Pessoa Site Internet:
Não andas sempre a dizer que esperas é da família do coelho, mas parece). 9. Nome abjecta (fig.); sobrecarrega. 13. Processo no www.stal.pt
dias melhores? de homem; o termo, mas ao contrário; elo de qual um solvente atravessa uma membrana
Não vais à missa rezar pelo irmão faminto e roto? corrente. 10. Fluido aeriforme; costuras; lavra. selectivamente permeável de uma solução
Composição:
Estás à espera então de quê? 11. Eles; o mesmo que lotaria; avenida (abr). 12. diluída para uma solução mais concentrada; pré&press
Que mais tens a confirmar? Retardados. 13. Intensos. nome próprio masculino. Charneca de Baixo
Armazém L
Não tens justiça nem pão, 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 2710-449
saúde ou educação 1 so. 12. Hiena; onera. 13. Osmose; Olavo. Ral - SINTRA
Todos os anos te roubam 2 sida. 10. Eia; raiva; aod. 11. Lata; maina;
no salário ou na pensão. 3
mísero. 8. Rambo; feral. 9. Os; sarro; Impressão:
Mandam-te para o desemprego 4
pelas; comi. 6. Panes; motos. 7. Catam; Lisgráfica
p´ra proteger o patrão. 3. Sras; raças; rc. 4. Sos; penas; ler. 5. Os; R. Consiglieri
5 Pedroso, nº90,
E depois dão-te a escolher Verticais: 1. Patife; regos. 2. Atire; migas.
entre um biltre e um poltrão. 6 2730-053 Barcarena

Sócrates, Coelho e afins 7 av. 12. Remorados. 13. Acrisolados.


prosseguem os mesmos fins. 8 anel. 10. Gas; coses; ara. 11. Os; loteria;
Tiragem:
Manter a exploração 9
Manas; oriao. 8. Ricas; ovino. 9. Egas; mif;
57 000 exemplares
do pobre e ingénuo «povão» 10 Distribuição gratuita
ano. 5. Fe; penamar; as. 6. Relembram. 7.
Até ao dia em que tu
siais. 3. Tias; par; atem. 4. IRS; patas; aos sócios
11
Consigas gritar-lhes
Horizontais: 1. Passos; coelho. 2. Atros;
12
NÃO!!! A Melga Depósito legal
13 SOLUÇÕES
Nº 43‑080/91
SETEMBRO 2010 jornal do STAL 15

O legado
Um livro, um autor
✓ António Marques

de José Saramago
José de Sousa Saramago nasceu na
Azinhaga, concelho da Golegã, em 16
de Novembro de 1922, e veio a falecer
na ilha de Lanzarote a 18 de Julho
de 2010. Prémio Nobel da Literatura
em 1998, dominou a palavra escrita
em português com tal arte e engenho
que se tornou um dos maiores vultos
da nossa literatura, guindando-se que tal significasse terçar armas
contra os seus próprios amigos,
ao génio de nomes como Camões, que tinham por vezes dificuldade
António Vieira, Fernando Pessoa, Eça em aguentar a sua passada firme,
de Queiroz, Aquilino Ribeiro. constante e resoluta.
Amiúde, a sociedade conser-

T
endo percorrido os campos arrojados do vadora, a reboque da igreja, fazia-
jornalismo estendeu o seu amor pelas letras lhe ataques violentos, nunca se
ao argumento, ao drama, ao conto, ao tendo conformado com o facto de
romance e à poesia. Ainda funcionário publico, José Saramago, Prémio Nobel da
em 1947, quando lhe nasce a sua filha Violante, Literatura, não ser um homem de
tinha então 25 anos, publica o seu primeiro religião, mas um homem de um só
livro intitulado Terra do Pecado, romance com partido, o PCP.
acentuado pendor neo-realista, que lhe abriu as As suas profundas convicções e
portas para essa aventura maravilhosa da criação opiniões sobre a Biblia são sempre
literária, numa altura em que para arredondar o fim o fruto do seu pensamento e nesta
do mês traduzia Baudelaire, Tolstoi ou Hegel. matéria a ninguém pertence castrar
A sua verdadeira afirmação surge com a obra o livre pensamento de um homem
Levantados do Chão, escrita em 1980, peça maior honesto. Neste particular, os que
dessa saga incrível vivida pelo povo oprimido a soldo dos breviários atacaram
e pobre do Alentejo. Dois anos passados e eis Saramago deviam ter vergonha
que surge uma das mais importantes obras de pelo dogmatismo primário e
Saramago: Memorial do Convento, que, pela sua preconceito intelectual, mas é bem
importância é incorporada nas nossas escolas provável que o problema resida tão
como referência no ensino da língua portuguesa. somente no simples facto de um
Com este livro, a crítica descobre finalmente português que se ergue do povo,
um autor diferente que talha na pedra do imenso no qual se revê, ter ousado ser
Convento de Mafra um contraste enorme entre a Prémio Nobel e afirmar que não
opulência dos aristocratas e o povo que trabalha acreditava em Deus.
e burila a história dos lutadores, face a uma igreja
que prefere apostar nos opressores. Trata-se afinal Uma escrita reinventada
da eterna luta de classes, fenómeno complexo que
arrasta gerações e leva o ser humano a descrever Jose Saramago reinventou a
as suas mais belas páginas de glória. escrita no compasso da tradição
Saramago, pressente que é o momento de O Ensaio Sobre a Cegueira aparece em 1995, oral com sabor popular, onde comunicar de perto
avançar sem tibiezas, pleno de força e de ano em que foi galardoado com o Prémio Camões, importa mais do que alindar a forma escrita. Os
convicções, ei-lo que nos oferece, em 1984, O e marca a última etapa da vida do grande escritor, instrumentos profundos da oratória ou mesmo o
Ano da Morte de Ricardo Reis, onde a propósito onde destacamos ainda Todos os Nomes, em 1997, sentido dialéctico e por vezes retórico estão ao
de Fernando Pessoa se aventura a reinterpretar A Caverna (2001), O Homem Duplicado (2002), serviço da intervenção e persuasão em frases
a história. Depois, em 1986, escreve Jangada Ensaio Sobre a Lucidez (2004) e Intermitências e períodos que se alongam, servidos por uma
de Pedra, onde a Península Ibérica se quebra da Morte (2005). Cain, outro dos grandes livros pontuação nada convencional que liberta os
da Europa e vai por aí à deriva, pondo em causa polémicos de Saramago, publicado em 1999, diálogos do espartilho da forma. Ousou colocar
a nossa adesão à CEE. Em 1989 é publicada A retoma a luta pela liberdade de consciência e vírgulas no lugar de pontos finais, escrever
História do Cerco de Lisboa, onde através da volta a suscitar novos e velhos ódios. parágrafos de páginas inteiras, orações enormes
introdução de um simples não, o revisor muda o num ritmo que nos lembra Gabriel Garcia Marques,
sentido da história. Lutador de grandes causas ou Camilo José Cela.
Em 1991 surge uma obra particularmente Para o crítico norte-americano Harold Bloom,
polémica, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Toda a sua vida, Saramago foi um homem Saramago foi o mais talentoso romancista da sua
onde o autor questiona o sofrimento e a morte, de grande coerência e honestidade intelectual. época, chamou-lhe O Mestre e um dos últimos
pondo em causa o lugar de Deus e o cristianismo, Controverso, sim, mas nunca virou a cara ao debate titãs de um género sublime.
através da figura de um Cristo que se revolta e por isso soube ganhar um quinhão no peito dos Vítima da leucemia que o consumiu, morreu em
contra o seu destino. portugueses, cujo legado sentem como seu. Lanzarote, ilha onde se refugiou para se bater pelo
Esta atitude de Saramago faz a Igreja conservadora A história, e só ela, julgará Saramago, o lutador, direito de pensar, ser diferente e dizer aos seus
soltar os seus cães de fila aos jarretes do escritor e um aquele que podendo fazer carreira à sombra do esbirros que um homem só morre verdadeiramente
tristemente célebre sub-secretário de Estado impede Estado, preferiu ser um homem livre e bater o se baixar os bracos e desistir de lutar.
a sua candidatura ao Prémio Nobel, com base em pé pelas rotas literárias e intelectuais, onde se As honras que recebeu do Estado eram-
pressupostos religiosos. Além fronteiras, Portugal é abraçam as grandes causas da humanidade lhe devidas, as que o povo inequivocamente
visto através da fina ironia e do desdém como um sem preconceitos, tabus ou ideias feitas. A sua lhe concedeu, essas saíram do coração dos
país menor, em que o Governo subtrai a liberdade do estrada significou sempre o espaço da esperança portugueses, para quem o seu legado permanecerá
pensamento ao povo e aos seus escritores. e da solidariedade num mundo diferente, mesmo sempre vivo: luta e alcançarás.
16 jornal do STAL SETEMBRO 2010

100 organizações, 13 mil assinaturas

«Paz Sim, NATO não!»


Resumo da luta Mais de uma centena de
organizações aderiram à
4 de Maio – Os trabalhadores da Resies- campanha em defesa da paz e
trela levam a cabo uma greve de 24 ho-
ras pelos salários, pelos direitos e pela contra a realização da próxima
negociação. cimeira da Organização
8 de Maio – O STAL realiza um encon-
do Tratado do Atlântico
tro nacional de activistas sindicais das Norte (NATO), prevista para
empresas de serviços públicos locais e Novembro em Portugal
regionais.

A
s organizações promotoras, nas
18 e 19 de Maio – Os trabalhadores das
empresas do grupo Águas de Portugal quais o STAL se integra, lançaram
levam a cabo uma greve por aumentos uma petição que foi subscrita por
salariais justos. mais de 13 mil pessoas. Este documen-
to, entregue em Junho na Assembleia da
20 de Maio – Activistas do STAL e di- República, reclama a retirada das forças
rigentes de CCD exigem junto à AR a
regularização das transferências finan- portuguesas envolvidas em missões
ceiras para os serviços sociais das au- militares da NATO; o fim das bases mi-
tarquias • O STAL realiza em Valença um Em várias iniciativas, os activistas da campanha alertam para a necessidade do
litares estrangeiras e das instalações da
encontro nacional de metrologistas da desarmamento e da dissolução da NATO.
NATO em território nacional; a recusa da
Administração Local. militarização da União Europeia, que a Aliança agressiva va”. Depois de 1991, extintos o Bloco
29 de Maio – Manifestação contra a po- transforma no pilar europeu da NATO; e de Leste e o Pacto de Varsóvia, justi-
lítica do Governo junta em Lisboa mais a efectiva realização de uma política ex- No apelo de lançamento da campa- ficou a sua continuação e reforço com
de 300 mil trabalhadores. terna portuguesa em consonância com nha recorda-se: o pretexto de assegurar a “segurança
os princípios consagrados na Consti- «A NATO é uma aliança militar agressi- global”. Tornou-se abertamente uma
16 de Junho - Os sindicatos da Admi- tuição da República Portuguesa e na va. Formada por 28 países da Europa e organização ofensiva, apostada em es-
nistração Pública de toda a Europa en-
viam uma mensagem conjunta contra os Carta das Nações Unidas, incluindo a da América do Norte, constitui uma ex- magar os direitos dos povos, violar as
cortes drásticos na despesa pública. promoção de iniciativas em prol do de- tensão do poder militar dos EUA e actua soberanias nacionais, subverter o direi-
sarmamento e da dissolução dos blocos em função dos seus interesses. A sua to internacional e sobrepor-se à Organi-
22 de Junho - Os trabalhadores da político-militares. formação, em 1949, pouco após o fim zação das Nações Unidas.» (…)
EMAS, EEM de Beja cumprem um dia de Entre outras actividades em curso, a da Segunda Guerra Mundial e seis anos «As primeiras guerras da NATO fo-
greve em defesa de aumentos salariais
justos e do Acordo de Empresa • Na CM campanha «Paz sim! NATO não!» con- antes do Pacto de Varsóvia, marcou o ram desencadeadas contra a Jugoslá-
de Barcelos, os trabalhadores voltam à vocou para 20 de Novembro, em Lis- início da “guerra-fria” e a submissão dos via, em 1999, contra o Afeganistão, em
greve, uma semana depois da paralisa- boa, uma manifestação de todas as países da Europa Ocidental aos interes- 2001, e, recentemente, no território do
ção de dia 18. organizações e todos os cidadãos e ses estratégicos norte-americanos. Paquistão. Passando da ameaça aos
cidadãs amantes da paz. Uma vigília «A NATO mantém o mundo refém da actos, a NATO tornou-se responsável
3 de Julho – O STAL realiza em Ponta
Delgada um seminário internacional so- será organizada durante a realização da corrida aos armamentos, da ameaça de pela destruição de países e de recur-
bre serviços públicos. Cimeira da NATO, prevista para os dias guerra e do terror nuclear. A sua doutri- sos, e pela liquidação de incontáveis
19 e 20 de Novembro. na foi primeiro afirmada como “defensi- vidas humanas.»
4 de Julho – O Comité do Mediterrâneo
(FSESP/PSI) reúne em Ponta Delgada.

8 de Julho – Milhares de trabalhadores


participam no Dia Nacional de Luta da
Cartoon de: Miguel Seixas

CGTP-IN, em acções descentralizadas.

9 de Julho – Concentração em Oeiras


repudia a interferência do Governo na
negociação do Acordo de Entidade Em-
pregadora com a autarquia local.

30 de Julho – Plenário Nacional em Lis-


boa aprova a convocação de uma greve
nacional para 20 de Setembro e uma se-
mana de vigílias em Agosto.

9 e 10 de Agosto - Os trabalhadores da
Resiestrela cumprem uma greve de 48
horas.

23 a 27 de Agosto – STAL promove uma


semana de vigílias junto à residência ofi-
cial do primeiro-ministro.

24 de Agosto – Assinala-se o 35.º ani-


versário da fundação do STAL.

24 a 31 de Agosto – Os trabalhadores
da HPEM – Sintra Higiene Pública levam
a cabo uma greve contra despedimentos
na empresa.

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