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Contextualização
1. Concepção do homem
Sujeito é racional quando é capaz de adequar os meios aos fins
Desejo não se limita à necessidade. Envolve apetites, variedade de intensidade, é sujeito a
mudanças; é uma paixão.
A razão é um instrumento para satisfazer a paixão
Igualdade fundamental entre os homens: todos possuem poder de satisfazer desejos e
capacidade de serem violentos.
Perspectiva da escassez e da acumulação.
Só poderão ser detidos por uma força que se mostre superior à sua
2.Estado de Natureza
Estado onde o homem disputa de todas as coisas por direito natural e absoluto.
Direito de Natureza: é o direito e a liberdade de cada um para usar todo o seu poder—
inclusive a força—para preservar a sua natureza e satisfazer os seus desejos.
Lei Natural: é a regra geral, ditada pela razão, que obriga cada um a preservar a sua própria
vida e o proíbe de destruí-la
Primeira Lei da Natureza: todo homem deve esforçar-se para que a paz exista e seja mantida
desde que haja expectativas reais de consegui-lo.
Violação da Primeira Lei da Natureza: faz com que passe a vigorar apenas o Direito de
Natureza: todos recorrem ao livre uso da força para aumentar seu poder ou para impedir que
o seu poder seja controlado por terceiros = Estado de Guerra.
Estado de Natureza = Estado de Guerra
Mesmo que não exista estado de batalha
Plena liberdade e total terror: a violência é iminente e pode ocorrer da forma mais
imprevisível, sem qualquer causa aparente
Homens: Não podem gerar riqueza: ocupam-se durante todo o tempo em atacar outros ou
em protegerem-se da possibilidade de serem atacados.
3. Sociedade política (Estado) é a única alternativa que a razão mostra existir ao estado de guerra
Segunda Lei da Natureza: para que haja paz e segurança, os homens devem concordar
conjuntamente em renunciar ao direito de natureza (uso individual e privado da
força)
Todos renunciam absoluta e simultaneamente
Ao renunciar, os homens transferem esse direito para outra pessoa, externa ao
pacto: como todos os homens pactuam, esta pessoa não é um ser humano
Trata-se de um ser artificial, que se origina do pacto e que recebe os direitos e
poderes naturais de todos os indivíduos: é o soberano = Estado
O pacto cria o soberano: todos os membros se tornam seus súditos, logo, todos
devem obedecer ao soberano
A ordem política resulta do cálculo racional dos homens
Obrigação política (obediência) resulta da Terceira Lei da Natureza: os homens
devem cumprir os pactos que fazem
É lei exigida pela razão e garantida pelo soberano: inclui a noção de consentimento
(razão) e a noção de coerção (poder do soberano)
Soberania: poder do soberano é ilimitado
Por não participar do pacto, o soberano não tem nenhuma obrigação ou
compromisso para com ele
Além disso, o soberano concentra em si toda a força à qual renunciaram todos os
homens.
Mas o soberano, como pessoa artificial, não deverá manifestar as mesmas falhas dos
homens naturais
Por isso o soberano deverá actar às leis da natureza: este é o seu limite
Função do soberano: é fazer valerem as leis da natureza: garantir a paz e a
segurança dos súditos.
A obrigação dos súditos: rua enquanto o soberano cumprir a sua obrigação
Leviatã é um monstro mortal: morre se não realizar a sua missão: segurança dos
súditos e as liberdades privadas que justificam a sua criação e que serão expressas
na lei civil.
A liberdade dos súditos é resguardada em tudo o que não se refere ao pacto e em
tudo aquilo que a lei não se pronuncia
O pacto institui o soberano: é isto que garante condição de paz e segurança para o
exercício da liberdade na esfera privada.
Igualdade: natureza faz homens iguais nas faculdades do corpo e da mente:
igualdade factual e natural
Igualdade política: igualdade de forma perante a lei
Estado de Natureza: todos têm direito a tudo: não há como definir pretensões justas
ou injustas
Não há qualquer critério da natureza para estabelecer a propriedade: não há lei sem
autoridade que estabelece o que é que pertence a cada um; então não pode existir
justiça
Justiça: significa dar a cada um o que lhe pertence: baseada na idéia de propriedade
Se a propriedade não existe no estado de natureza, tampouco pode-se esperar que
exista justiça
Justiça e propriedade: só podem existir na socieade política
É o soberano que atibui a cada homem uma parcela conforme o que ele próprio
considera compatível com a equidade e o bem comum
Propriedade: é um conjunto de direitos artificiais sobre algo, impedindo o seu
desfrute não autorizado por parte de outros—mas sem impedir que o soberano o
faça.
4. Estado: soberania ilimitada e indivisível: soberano controla tudo
4.1 Três formas de governo soberano: modelo clássico
4.1.2 Monarquia, aristocracia e democracia
4.1.3 Hobbes: prefere monarquia, mas não está preocupado com a forma de governo e sim
com a soberania plena
5. Conceito de representação política: pelo pacto, cada indivíduo reconhece-se como sendo o autor legítimo de
todos os atos do soberano, que passa a ser o ator—o que age em nome dos súditos
Maquiavel
1. Antiguidade Clássica
1.1 Gregos: idéia da sociedade natural: homem é ser poítico: realiza-se pela vida na “polis“-vida em
sociedade; o homem é um animal político. Polis: componente social e político. Como por exemplo em
Aristóteles.
1.1.1 Não há conceito de indivíduo: o cidadão grego representa a síntese do social e do político:
concepção holística, perfeição física, moral e estética.
1.1.2 Perspctiva dinâmica: movimento cíclico de dois termos
1.1.3 Pensamento dualista: mundo das formas ideais vs mundo real (um pálido reflexo do mundo
ideal) Em Platão e no platonismo.
1.2 Helênicos: mantém a idéia da sociabilidade natural, mas a referência já não é a polis, mas a
sociedade.
1.2.1 Surge a concepção de indivíduo: homem como unidade distinta, dotada de valor próprio no seio
da universalidade humana.
1.2.2 Idéia do individualismo helênico: diferente do conceito de individualismo possessivo do
pensamento moderno
1.2.3 Individualismo associado ao universalismo
1.3 Cristianismo primitivo: individualismo e universalismo se compõem na realização do projeto
telelógico: a construção do reino de Deus, a salvação do homem e da humanidade.
1.3.1 Homem: acentua-se a idéia das contradições; dualidade: humano vs divino; material vs
espiritual; pecado vs graça
2. Pensamento Medieval
2.1 Dualismo das concepções cristãs: a Cidade dos Homens (autoridade política) e a Cidade de Deus
(poder divino)
2.2 Autoridade política: instrumento de Deus para a promoção da justiça e do bem: o seu exercício é
humano, mas a sua origem e a sua finalidade são divinos.
2.2.1 Construir o Reino de Deus na Terra
2.2.2 Conduzir à salvação, corrigindo, como castigo e remédio, a natureza decaída do homem
2.2.3 Instituir e fortalecer a fé e a moral cristã
2.3 Obediência: é obrigação civil de ordem divina. Soberanos também têm limites de poder.
2.3.1 Homem medieval: deve obedecer ao governo terreno até o limite do governo divido, através da
idéias de justiça. Define-se, assim, a diferença entre um suserano e um tirano.
2.3.2 Suseranos também têm obrigações: seu poder não é ilimitado: são responsáveis perante Deus
pela tarefa de instaurar o reinado da justiça e da piedade.
2.4 Justiça é o que distingue tiranos dos suseranos legítimos
2.4.1 Suserano medieval: é um juiz e não um legislador.
2.5 Justiça: definida pela lei
2.5.1 Lei: conjunto de costumes baseados no direito natural: inscritos pela fé no coração dos homens:
consciência coletiva
2.6 Ordem medieval: holística, tem natureza moral e religiosa. O conceito que melhor a define é o de
comunidade e não de sociedade.
2.6.1 Fragmentação do poder: não há Estado nacional com poder centralizado, mas grandes
constelações de poderes locais autônomos, articulados em redes de suserania e vassalagem
2.6.2 Sociedade hierárquica: papéis sociais são definidos por origem
2.6.3 Estamentos: códigos distintos de direitos e deveres: relações contratuais: contratos
comunitários que obrigam mutuamente cada categoria social conforme o seu estatuto específico