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APOSTILA

Cálculo Numérico

Universidade Tecnológica Federal


do Paraná

- UTFPR -

Professores: Lauro César Galvão


Luiz Fernando Nunes
Cálculo Numérico – (Lauro / Nunes) ii

Índice
1 Noções básicas sobre Erros ................................................................................ 1-1
1.1 Erros............................................................................................................ 1-1
1.2 Erros Absolutos e Relativos........................................................................ 1-1
1.2.1 Erro Absoluto............................................................................................ 1-1
1.2.2 Erro Relativo ou Taxa de Erro .................................................................. 1-2
1.3 Erros de Arredondamento e Truncamento.................................................. 1-2
1.3.1 Erro de Arredondamento .......................................................................... 1-2
1.3.2 Erro de Truncamento ................................................................................ 1-2
1.4 Aritmética de Ponto Flutuante .................................................................... 1-2
1.5 Conversão de Bases .................................................................................... 1-3
1.5.1 Conversão da Base β para a Decimal (β⇒10) ......................................... 1-3
1.5.2 Conversão da Base Decimal para a β (10⇒β) ......................................... 1-4
1.5.3 Exercícios: Conversão de Bases ............................................................... 1-6
1.6 Operações de Pontos Flutuantes ................................................................. 1-7
1.6.1 Representações ......................................................................................... 1-7
1.6.2 Exercícios ................................................................................................. 1-7
1.6.3 Exercícios complementares ...................................................................... 1-8
2 Zeros reais de funções reais ................................................................................ 2-1
2.1 Introdução ................................................................................................... 2-1
2.2 Fase I: Isolamento das raízes ...................................................................... 2-1
2.3 Fase II: Refinamento - Critérios de Parada................................................. 2-5
2.3.1 Método da Bissecção (ou Método da Dicotomia) .................................... 2-5
2.3.2 Método do Ponto Fixo (ou Método da Iteração Linear ou Método das
Aproximações sucessivas) ........................................................................ 2-8
2.3.3 Método de Newton, Newton-Raphson (ou Método das Tangentes)....... 2-15
2.3.4 Comparação entre os métodos ................................................................ 2-18
3 Resolução de sistemas de equações lineares ...................................................... 3-1
3.1 Introdução ................................................................................................... 3-1
3.1.1 Forma Algébrica de Sn .............................................................................. 3-1
3.1.2 Forma Matricial de Sn .............................................................................. 3-1
3.1.3 Matriz Aumentada ou Matriz Completa do Sistema ................................ 3-1
3.1.4 Solução do Sistema ................................................................................... 3-1
3.1.5 Classificação de um Sistema Linear ......................................................... 3-1
3.1.6 Classificação quanto ao Determinante de A............................................. 3-2
3.2 Métodos diretos .......................................................................................... 3-2
3.2.1 Método de Eliminação de Gauss .............................................................. 3-2
3.2.2 Estratégia de Pivoteamento Completo ...................................................... 3-5
3.2.3 Refinamento de Soluções ......................................................................... 3-6
3.3 Métodos iterativos ...................................................................................... 3-7
3.3.1 Testes de parada........................................................................................ 3-8
3.3.2 Método de Gauss-Jacobi........................................................................... 3-8
3.3.3 Método de Gauss-Seidel......................................................................... 3-10
3.3.4 Comparação entre os métodos ................................................................ 3-11
3.3.5 Critério de Sassenfeld ............................................................................. 3-13
4 Interpolação ........................................................................................................ 4-1
4.1 Interpolação polinomial.............................................................................. 4-1
4.1.1 Existência e Unicidade do Polinômio Interpolador Pn (x) ......................... 4-1
4.1.2 Forma de Lagrange ................................................................................... 4-2
4.1.3 Forma de Newton ..................................................................................... 4-4
4.2 Estudo de erro na interpolação ................................................................... 4-5
Cálculo Numérico – (Lauro / Nunes) iii
4.2.1 Estimativa para o Erro .............................................................................. 4-6
4.3 Interpolação inversa: casos existentes ........................................................ 4-7
4.3.1 Encontrar x tal que Pn ( x ) ...................................................................... 4-7
4.3.2 Interpolação inversa .................................................................................. 4-8
4.4 Funções spline em interpolação .................................................................. 4-9
4.4.1 Função Spline ......................................................................................... 4-10
4.4.2 Spline linear interpolante ........................................................................ 4-10
4.4.3 Spline cúbica interpolante....................................................................... 4-11
5 Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados ...................................... 5-1
5.1 Introdução ................................................................................................... 5-1
5.2 Caso Discreto .............................................................................................. 5-2
5.3 Caso Contínuo ............................................................................................ 5-6
5.4 Família de Funções Não Lineares nos Parâmetros ..................................... 5-9
6 Integração Numérica........................................................................................... 6-1
6.1 Fórmulas de Newton-Cotes ........................................................................ 6-1
6.1.1 Regra dos Trapézios ................................................................................. 6-1
6.1.2 Regra dos Trapézios repetida.................................................................... 6-3
6.1.3 Regra 1/3 de Simpson............................................................................... 6-4
6.1.4 Regra 1/3 de Simpson repetida ................................................................. 6-7
7 Solução numérica de equações diferenciais ordinárias ...................................... 7-1
7.1 Introdução ................................................................................................... 7-1
7.2 Problema de valor inicial (PVI).................................................................. 7-2
7.2.1 Solução numérica de um PVI de primeira ordem..................................... 7-2
7.2.2 Método de Euler ....................................................................................... 7-2
7.2.3 Métodos de Runge-Kutta .......................................................................... 7-5
7.2.4 Método de Euler Aprimorado (Método de Runge-Kutta de Segunda
Ordem) ...................................................................................................... 7-7
7.2.5 Fórmulas de Runge-Kutta de Quarta Ordem............................................ 7-7
8 Referências Bibliográficas .................................................................................. 8-1
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-1

1 Noções básicas sobre Erros


Fenômenos da natureza podem ser descritos através do uso de modelos matemáticos.
MODELAGEM RESOLUÇÃO
MODELO
PROBLEMA SOLUÇÃO
MATEMÁTICO
• MODELAGEM: é a fase de obtenção de um modelo matemático que descreve o
comportamento do problema que se quer estudar.
• RESOLUÇÃO: é a fase de obtenção da solução do modelo matemático através da
aplicação de métodos numéricos.

1.1 Erros
Para se obter a solução do problema através do modelo matemático, erros são
cometidos nas fases: MODELAGEM e RESOLUÇÃO.

1. Calcular a área da superfície terrestre usando a formulação A =4π r 2 .


Resolução: Aproximações (ERROS):
MODELAGEM:

RESOLUÇÃO:

OBS. 1: Características do planeta Terra.


• Características Físicas:
Diâmetro Equatorial: 12756Km;
Diâmetro Polar: 12713Km;
Massa: 5,98× 1024 Kg;
Perímetro de Rotação Sideral: 23h 56min 04seg;
Inclinação do Equador Sobre a Órbita: 23o 27’.
• Características Orbitais:
Raio da Órbita, isto é, 1U.A. (unidade astronômica): 149897570Km;
Distância Máxima do Sol: 152100000Km;
Distância Mínima do Sol: 147100000Km;
Período de Revolução Sideral: 365dias 6h 9min 9,5seg;
Velocidade Orbital Média: 29,79Km/seg.

1.2 Erros Absolutos e Relativos


1.2.1 Erro Absoluto
É o módulo da diferença entre um valor exato x de um número e seu valor
aproximado x .
EAx = x − x ,
onde x é o valor exato e x é o valor aproximado.
Geralmente não se conhece o valor exato x . Assim, o que se faz é obter um limitante
superior ( k1 majorante) ou uma estimativa para o módulo do erro absoluto.

EAx ≤ k1 .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-2
1.2.2 Erro Relativo ou Taxa de Erro
Erro relativo de x é o módulo do quociente entre o erro absoluto EAx e o valor exato
x ou o valor aproximado x , se x ou x ≠ 0.
EAx x−x EAx x − x
ERx = = ou ERx = = .
x x x x

2. Calcular os erros absoluto e relativo, nos itens a) e b).


a) x =1,5 e x =1,49; b) y =5,4 e y =5,39.
Resolução:

1.3 Erros de Arredondamento e Truncamento


1.3.1 Erro de Arredondamento
Arredondar um número na casa d i é desconsiderar as casas d i + j ( j =1,…,∞) de tal
forma que:
d i seja a última casa se d i +1 <5;
d i +1 seja a última casa se d i +1 ≥5.

3. Arredondar π na quarta casa decimal, sendo que π=3,1415926535…


Resolução:

1.3.2 Erro de Truncamento


Truncar um número na casa d i é desconsiderar as casas d i + j ( j =1,…,∞).

4. Aproximar π truncando na quarta casa decimal, sendo que π=3,1415926535…


Resolução:


xi
5. Sabendo-se que e x pode ser escrito como e x = ∑ , faça a aproximação de e 2 através
i =0 i!
de um truncamento após quatro termos da somatória.
Resolução:

1.4 Aritmética de Ponto Flutuante


Um número é representado, internamente, na máquina de calcular ou no computador
através de uma seqüência de impulsos elétricos que indicam dois estados: 0 ou 1, ou seja, os
números são representados na base 2 ou binária.
De maneira geral, um número x é representado na base β por:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-3

d d d d 
x =±  1 + 22 + 33 +…+ tt  ∗ βexp .
β β β β 
Onde:
• d i ⇒ são números inteiros contidos no intervalo 0≤ d i <β; i =1, 2, …, t ;
• exp ⇒ representa o expoente de β e assume valores entre I ≤ exp ≤ S ;

• I , S ⇒ limite inferior e limite superior, respectivamente, para a variação do expoente;


d d d d 
•  1 + 22 + 33 +…+ tt  ⇒ é chamada de mantissa e é a parte do número que representa
β β β β 
seus dígitos significativos;
• t ⇒ número de dígitos do sistema de representação.

6. Considerando no sistema de base 10, β=10, represente os seguintes números, em


aritmética de ponto flutuante:
a) 0,34510 ; b) 31,41510 .
Resolução:

OBS. 2: Os números assim representados estão NORMALIZADOS, isto é, a mantissa é


um número entre 0 e 1.

7. Considerando no sistema binário, β=2, represente o número 1012 em aritmética de ponto


flutuante.
Resolução:

1.5 Conversão de Bases


1.5.1 Conversão da Base β para a Decimal (β⇒10)
Um número na base β pode ser escrito, na base decimal, como:
m
∑ aiβi = am βm + am −1β m−1 +…+ a2β2 + a1 β+ a0 + a−1β−1 + a− 2β−2 +…+ an +1βn +1 + anβn .
i=n
Onde:
• ai ⇒ 0≤ ai <β;

• n , m ⇒ números inteiros, com n ≤0 e m ≥0.


Para a conversão, faz-se a operação entre a mantissa do número normalizado e a base
β .
exp

Nos exercícios a seguir, faça a conversão da base indicada para a decimal,


determinando o valor da variável x .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-4
8. 10112 = x10 .
Resolução:

9. 11,012 = x10 .
Resolução:

10. 403,125 = x10 .


Resolução:

1.5.2 Conversão da Base Decimal para a β (10⇒β)


Aplica-se um processo para a parte inteira e um outro para a parte fracionária.
• a) PARTE INTEIRA ( N ):
• a.1) N <β
⇒ N10 = Nβ .

• a.2) N ≥β
N β
r1 q1 β
r2 q2
O
O O
qn −1 β

rn qn Até que q n <β

⇒ N10 =( q n rn rn −1 … r3 r2 r1 ) β

11. Converta 5910 para a base 2.


Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-5
12. Converta 5910 para a base 3.
Resolução:

• b) PARTE FRACIONÁRIA ( F ):
Multiplica-se F por β e toma-se a parte inteira do produto como o primeiro dígito do
número na base β. Repete-se o processo com a parte fracionária do produto tomando sua parte
inteira. Continua-se até que a parte fracionária seja igual a zero.
Nos exercícios a seguir, determinar o valor de x :

13. 0,187510 = x2 .
Resolução:

14. 0,610 = x2 .
Resolução:

15. 13,2510 = x2 .
Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-6
1.5.3 Exercícios: Conversão de Bases
Transforme para a base que se pede (determine o valor de x ).

16. 100101,10012 = x10 .


Resolução:

17. 19,3867187510 = x4 .
Resolução:

18. Transforme a medida 35 h 48 min 18 seg para minutos.


DICA: 35:48,1860 = x10 min .
Resolução:

19. Transforme 35,805 horas para horas, minutos e segundos.


DICA: 35,80510 = x60 .
Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-7

1.6 Operações de Pontos Flutuantes


1.6.1 Representações
• Precisão dupla: “dobra” a mantissa (2∗ t );
• O zero em ponto flutuante é em geral representado com o menor expoente ( exp = I )
possível na máquina;
• Ao converter um número para determinada aritmética de ponto flutuante, emprega-se
sempre o arredondamento;
• Não é possível representar todos os números reais em determinada aritmética de ponto
flutuante (reta furada).
OBS. 3: Um exemplo da reta furada é: Considere a aritmética de pontos flutuantes com
parâmetros β=10 e t =3. Tome os números consecutivos 3,57 e 3,58. Existem infinitos
números reais entre 3,57 e 3,58 que não podem ser representados nesta aritmética de pontos
flutuantes. Por exemplo: 3,571 ou 3,57437.

1.6.2 Exercícios

20. Preencher a tabela a seguir, com base nos parâmetros: t =3, β=10, I =−5, S =5 e
−5≤ exp ≤5.

Número Truncamento Arredondamento


−6,48
0,0002175
3498,3

−0,00000001452
2379441,5
OBS. 4: Deve-se converter os valores para a aritmética de ponto flutuante com 3
algarismos significativos.
Nos exercícios seguintes, calcular o valor das expressões utilizando aritmética de
ponto flutuante com 3 algarismos significativos.

21. (4,26 + 9,24) + 5,04


Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-8
22. 4,26 + (9,24 + 5,04)
Resolução:

23. (4210 − 4,99) − 0,02


Resolução:

24. 4210 − (4,99 + 0,02)


Resolução:

2
25. ∗(4,0237 − 6,106)
7
Resolução:

2 ∗ ( 4,0237 − 6,106)
26.
7
Resolução:

OBS. 5: Em aritmética de ponto flutuante não valem as propriedades associativas nem


distributivas.

27. Sendo β=10, t =4 e exp ∈[−5,5], calcule:


10 10
a) 42450 + ∑3; b) ∑ 3 + 42450.
i =1 i =1
Resolução:

1.6.3 Exercícios complementares


Nos exercícios seguintes, converter os números para a base decimal, determinando o
valor da variável x :

28. 11000112 = x10 .


Resolução:

29. 11111112 = x10 .


Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-9
30. 10101012 = x10 .
Resolução:

31. 101,00112 = x10 .


Resolução:

32. 0,01111112 = x10 .


Resolução:

33. 1,0100112 = x10 .


Resolução:

Nos exercícios seguintes, converter os números para a base binária, determinando o


valor da variável x :

34. 3710 = x2 .
Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Noções básicas sobre Erros 1-10
35. 234510 = x2 .
Resolução:

36. Determine x com 36 dígitos: 0,121710 = x2 .


Resolução:

37. Determine x com 8 dígitos: 2,4710 = x2 .


Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-1

2 Zeros reais de funções reais


2.1 Introdução
Dada uma função real f definida e contínua em um intervalo aberto I , chama-se de
zero desta função em I , a todo x ∈ I , tal que f( x ) = 0.
Neste capítulo são apresentados alguns processos iterativos para calcular de forma
aproximada os zeros reais de uma função real f dada. Por um processo iterativo entende-se
um processo que calcula uma seqüência de aproximações x1 , x 2 , x3 ,… da solução desejada. O
cálculo de uma nova aproximação é feito utilizando aproximações anteriores. Dizemos que a
seqüência x1 , x 2 , x3 ,… converge para x , se dado ε>0, ∃ N ∈ ( números naturais), tal
que qualquer que seja n > N , xn − x <ε. Neste caso tem-se que lim xn = x , o que também
n →∞
poderá ser indicado por xn → x . Nos processos iterativos que serão apresentados, a
determinação dos zeros de uma função real de variável real será feita em duas etapas:
Fase I: Isolar cada zero que se deseja determinar da função f em um intervalo [ a , b ], sendo
que cada intervalo deverá conter um e somente um zero da função f .
Fase II: Cálculo dos zeros aproximados utilizando um método iterativo, com precisão
prefixada ou não.

2.2 Fase I: Isolamento das raízes


Teorema 1 Seja f (x) uma função contínua num intervalo [a, b]. Se f (a)⋅f (b)<0, então
existe pelo menos um zero de f (x) entre a e b.
y
y = f(x)

a x
b

OBS. 1: Sob as hipóteses do teorema 1, o zero x =α será definido e único em [ a , b ] se


a derivada f ' ( x ) existir e preservar o sinal dentro do intervalo ] a , b [, isto é se f ' ( x )>0,
∀x ∈] a , b [ ou f ' ( x )<0, ∀x ∈] a , b [. Isto significa dizer que a função f ( x ) é estritamente
crescente ou estritamente decrescente, respectivamente, no intervalo ] a , b [.
y
y = f(x )

a x
b

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-2
Na pesquisa dos zeros reais de funções reais é muito útil o uso do Teorema 1 (que
fornece condições de existência de zeros em um intervalo), bem como da OBS 1. (que garante
a unicidade, isto é, garante que no intervalo considerado existe um e somente um zero da
função f ).
Outro recurso bastante empregado é: a partir da equação f ( x )=0, obter a equação
equivalente g ( x )= h ( x ) e esboçar os gráficos destas funções obtendo os pontos onde as
mesmas se intersectam, pois f (α)=0 ⇔ g (α)= h (α).

1. Isolar os zeros da função f ( x )= x 3 −9 x +3.


Resolução: Pode-se construir uma tabela de valores para f ( x ) e analisar os sinais:
x −4 −3 −2 −1 0 1 2 3
f (x)

y = f (x)

α1 α2 α3 x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4

y
g(x) h(x )

α1 x
-4 -3 -2 -1 α2 1 2 α3 3 4

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-3

y = f ’( x)

- 3 3 x
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4

2. Isolar os zeros da função f ( x ) = x ln x − 3,2 .


Resolução: Pode-se construir uma tabela de valores para f ( x ) e analisar os sinais:
x 1 2 3 4
f ( x)

y y = f(x)
0,3
0,2
0,1 3,2 x
2,6 2,8 3,0 3,4
0
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
-0,5
-0,6
-0,7
-0,8
-0,9
-1,0

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-4
y f’ (x )

1 x

3. Isolar os zeros da função f ( x ) = 5 log x − 2 + 0,4 x .


Resolução: Pode-se construir uma tabela de valores para f ( x ) e analisar os sinais:
x 1 2 3
f ( x)

y g (x)
2

1
h(x)

1 α2 3 x

4. Isolar os zeros da função f ( x ) = x − 5e − x .


Resolução: Pode-se construir uma tabela de valores para f ( x ) e analisar os sinais:
x 0 1 2 3
f ( x)

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-5
y
2
g (x)

h(x)

1 α 2 3 x

2.3 Fase II: Refinamento - Critérios de Parada


2.3.1 Método da Bissecção (ou Método da Dicotomia)
Este método é normalmente utilizado para diminuir o intervalo que contém o zero da
função, para a aplicação de outro método, pois o esforço computacional cresce
demasiadamente quando se aumenta a precisão exigida.
O processo consiste em dividir o intervalo que contém o zero ao meio e por aplicação
do Teorema 1, aplicado aos subintervalos resultantes, determinar qual deles contém o zero.
 a + b  a + b 
a, 2  ,  2 , b 
   
O processo é repetido para o novo subintervalo até que se obtenha uma precisão
prefixada. Desta forma, em cada iteração o zero da função é aproximado pelo ponto médio de
cada subintervalo que a contém.
y
f (x)

m3
a m2 m1 b x
α

Assim, na figura anterior tem-se:


a +b a + m1 m + m1
m1 = , m2 = , m3 = 2 ,…
2 2 2
Desta forma, o maior erro que se pode cometer na:
(b − a )
• 1a iteração ( n =1): é
2
(b − a )
• 2a iteração ( n =2): é
22
(b − a )
• 3a iteração ( n =3): é
23
Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-6
M M
(b − a )
• n a iteração: é
2n
Se o problema exige que o erro cometido seja inferior a um parâmetro ε, determina-se
(b − a )
a quantidade n de iterações encontrando o maior inteiro que satisfaz a inequação: ≤ε
2n
que se resolve da seguinte maneira:
(b − a ) (b − a )
n
≤ε ⇒ log n
≤ log ε ⇒ log( b − a ) − log 2 n ≤ log ε ⇒ log( b − a ) − n log 2 ≤
2 2
log( b − a ) − log ε
log ε ⇒ n ≥
log 2

5. Determinar um valor aproximado para 5 , com erro inferior a 10−2 .


Resolução: Determinar 5 é equivalente a obter o zero positivo da função f ( x ) = x 2 −5.

n a x b f (a ) f (x) f (b ) ( b − a )/2
1
2
3
4
5
6
7
Portanto 5≅

6. Um tanque de comprimento L tem uma secção transversal no formato de um


semicírculo com raio r (veja a figura). Quando cheio de água até uma distância h do
 h 
topo, o volume V da água é: V= L ⋅ 0,5 ⋅ π ⋅ r 2 − r 2arcsen  − h ( r 2 − h 2 )  . Supondo
 r 
que L =10 ft , r=1 ft e V=12,4 ft 3 , encontre a profundidade da água no tanque com
precisão de 0,01 ft .

r θ
h h

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-7
Resolução:

Pode-se construir uma tabela de valores para f ( x ) e analisar os sinais:


h −1 0 1
f (h )

Para se confirmar a unicidade deste zero neste intervalo, pode-se utilizar a OBS. 1, isto é,
calcula-se a derivada f , ( h) de f (h ) para verificar que a mesma preserva o sinal no
intervalo ]0,1[.

n a h b f (a ) f (h ) f (b) (b−a)/2
1
2
3
4
5
6
7
Assim, h =

Algoritmo do Método da Bissecção


Seja f (x ) uma função contínua em um intervalo [a,b], com f (a ) . f (b) <0 e a raiz de
f (x ) isolada em [ a , b ].

• Dados de Entrada : Pontos extremos a e b do intervalo; precisão ou tolerância (ε) e o


número máximo de iterações (ITMAX).
• Saída: Solução aproximada x ou mensagem de "solução não encontrada" com a precisão
desejada no número máximo de iterações.
PASSO 1
Faça i =1
FA= f (a )
PASSO 2
Enquanto i ≤ ITMAX execute os passos de 3 a 6
Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-8
PASSO 3
( a + b)
Faça x = e FX = f ( x )
2
PASSO 4
(b − a )
Se FX = 0 ou < ε, então
2
Saída ( x ) (Procedimento executado com sucesso)
FIM
PASSO 5
Faça i = i +1
PASSO 6
Se FA·FX > 0 então faça a = x e FA = FX
Caso contrário faça b = x
PASSO 7
Saída (Solução não encontrada com a precisão exigida)
FIM

2.3.2 Método do Ponto Fixo (ou Método da Iteração Linear ou Método das
Aproximações sucessivas)
Neste método a seqüência de aproximações do zero α de uma função f (x )
( f (α) = 0 ) é obtida através de uma relação de recorrência da forma:
x n+1 = φ ( x n ) , n = 0, 1, 2, …
O ponto x 0 será considerado uma aproximação inicial do zero α da função f (x ) e
φ( x) é uma função que tem α como ponto fixo, isto é, α= φ (α ) .
A primeira pergunta a ser respondida é: dada uma função f (x ) com zero α, como
encontrar uma função φ( x) que tenha α como ponto fixo ? Isto pode ser feito através de uma
série de manipulações algébricas sobre a equação f (x ) =0, transformando-a em uma equação
equivalente da forma x = φ( x) . Nestas transformações deve-se tomar os devidos cuidados
para que φ( x) esteja definida em α e para que α pertença à imagem de φ . Como o zero α é
desconhecido, é necessário determinar um intervalo I que contenha α e que esteja contido
tanto no domínio quanto na imagem de φ . É necessário que o zero α de f (x ) seja único no
intervalo I, caso contrário não será possível discernir qual o zero determinado.
y y= x
φ (x)

Ponto fixo de φ (x)


(Zero de f (x) )

α x

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-9

7. Obter algumas funções de ponto fixo para a função f (x ) = x 2 + x − 6 .


Resolução: Efetuando diferentes manipulações algébricas sobre a equação f (x ) =0 ou
x 2 + x − 6 =0, podem-se obter diferentes funções de ponto fixo, como por exemplo:

No próximo passo algumas destas funções serão utilizadas na tentativa de gerar


seqüências aproximadoras dos zeros α de f (x ) .

8. Aproximar o maior zero da função f (x ) = x 2 + x − 6 , utilizando a função


φ 2 ( x ) = 6 − x , e x 0 =1,5.
Resolução: Neste caso a fórmula de recorrência x n+1 = φ ( x n ) , n = 0, 1, 2, … será:
x n+1 = φ 2 ( x n ) = 6 − x n , e pode-se construir a seguinte tabela:
n xn x n +1 = φ 2 (x n ) = 6 − x n
0
1
2
3
4
M M M

y y= x

φ 2 (x)

x0 x2 x3 x1 6 x
α =2

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-10

9. Aproximar o maior zero da função f (x ) = x 2 + x − 6 , utilizando a função


φ1 ( x) = 6 − x 2 , e x 0 =1,5.
Resolução: Neste caso a fórmula de recorrência x n+1 = φ ( x n ) , n =0, 1, 2, … será:
x n+1 = φ1( x n ) = 6 − xn2 , e pode-se construir a seguinte tabela:
n xn x n+1 = φ1 ( x n ) = 6 − x 2
0
1
2
3
M M M

y
6 y= x

x2
x0 x1 x
α =2

φ1 (x )

Assim, os dois exercícios anteriores mostram que dependendo da transformação


x = φ( x) escolhida, a relação de recorrência x n+1 = φ ( x n ) pode ou não fornecer uma
seqüência {x n } convergente. Desta forma, como determinar a priori, quais transformações
fornecerão seqüências convergentes? As figuras que seguem ilustram alguns casos onde
ocorrem convergência e alguns casos onde não ocorre convergência.
A seqüência {x k } converge para o zero α (Convergência do tipo escada).
y y= x
φ (x)

α x3 x2 x1 x0 x

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-11
A seqüência {x k } converge para o zero α (Convergência do tipo caracol).
y y= x
φ(x)

x1 x3 α x 4 x 2 x0 x

A seqüência {x k } não converge para o zero α.


y y= x
φ (x)

α x0 x1 x2 x3 x

A seqüência {x k } não converge para o zero α.

y φ (x) y= x

x3 x1 α x0 x2 x

O Teorema que segue estabelece condições suficientes para garantir a convergência do


processo iterativo.
OBS. 2: Como as condições que o teorema que segue são apenas suficientes, dada uma
função φ que não satisfaça estas condições, não se pode garantir que a seqüência gerada
x1 , x 2 , x3 , … diverge.

Convergência do Método das Aproximações Sucessivas


Teorema 2 Seja α um zero de uma função f, isolada em um intervalo I=[a,b], e seja φ
uma função tal que φ(α ) = α . Se:
Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-12

i) φ e φ ' são funções contínuas em I;


ii) k = max φ' (x ) < 1
x∈I
iii) x 0 ∈ I e x n+1 = φ ( x n ) ∈ I , para n = 0, 1, 2, …
Então a seqüência {x n } converge para o zero α .
OBS. 3: Para se resolver um problema com o método das aproximações sucessivas,
utiliza-se o teorema anterior da seguinte forma: inicialmente determina-se um intervalo I
onde o zero α de f (x ) esteja isolado, e uma função φ que tenha α como ponto fixo.
Analisando φ e φ' , pode-se verificar se as condições i) e ii) do Teorema 2 estão satisfeitas.
Estas condições podem não estar satisfeitas pelo fato do intervalo I ter sido
superdimensionado. Neste caso procura-se por um intervalo I ’ satisfazendo as condições do
teorema. Na demonstração do Teorema 2 , que pode ser vista em HUMES, Ana Flora C., et
al. Noções de Cálculo Numérico. São Paulo: McGraw-Hill, p. 16, 1984, tem-se que as
condições i) e ii) garantem que se x n−1 ∈ I então α − x n < α − xn −1 . Entretanto, isto não
implica que x n ∈ I . Uma maneira simples para garantir que x n ∈ I = [a, b] ∀n ≥ 0 é tomar
como valor inicial x0 o extremo de I mais próximo do zero α. Na seqüência, será mostrado
que neste caso x1 = φ( x 0 ) ∈ I : Supondo que a seja o extremo de I mais próximo de α, tem-
se: x1 − α < x0 − α = a − α ≤ b − α , logo x1 ∈ I . A demonstração é análoga para o caso em
que b o extremo de I mais próximo de α.
OBS. 4: A condição iii) do Teorema 2 pode ser substituída por: iii’) o zero α é o ponto
médio do intervalo I . Na verdade, se para o intervalo I = [a, b ] , estão satisfeitas as condições
i) e ii) do Teorema 2, e se a estiver mais próximo de α do que de b então, denotando a − α
por r, tem-se que para qualquer x0 ∈ [a, α + r ] a hipótese iii) do teorema é verificada. Mais
ainda, para todo I = [a, b ] nas condições do teorema 2, existe I ’⊂ I tal que qualquer que seja
x0 ∈ I ’ tem-se que x n ∈ I ’, n ≥1.
OBS. 5: A determinação do extremo de I = [a, b] mais próximo do zero α pode ser feito
da seguinte maneira: Suponhamos satisfeitas as hipóteses i) e ii) do Teorema 2. Nestas
(a + b )
condições, seja x̂ = (ponto médio do intervalo I ). Sabe-se que φ( xˆ ) está mais
2
próximo de α do que x̂ . Se x̂ < φ( xˆ ) , então α está entre x̂ e b , ou seja, b é o extremo de I
mais próximo de α . Analogamente, se x̂ > φ( xˆ ) , então a é o extremo de I mais próximo de
α. Se x̂ = φ( xˆ ) , então x̂ é o zero procurado.
a x b
φ (x) x
α

a x b
φ (x) x
α
Este é o caso em que b é o extremo mais próximo de α.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-13

OBS. 6: Sejam dados φ( x ), α e k = max φ' ( x ) satisfazendo as hipóteses do teorema


x∈I
k
anterior. Se xn =φ( xn−1 ), então α − xn ≤ xn − xn−1 . Desta forma, obtém-se um limitante
1− k
superior para o erro cometido na n -ésima iteração ( xn ).

10. Verificar as condições i) e ii) do teorema anterior quando do uso da função


φ 2 ( x ) = 6 − x no exercício anterior.
Resolução:
Verificação da condição i):

Verificação da condição ii):

Logo,

11. Verificar as condições i) e ii) do teorema anterior quando do uso da função


φ1 ( x) = 6 − x 2 .
Resolução:
Verificação da condição i):

Verificação da condição ii):

Logo,

Algoritmo do Método das aproximações sucessivas


Para encontrar uma solução para p = φ( p ) dada um aproximação inicial p 0 .

• Dados de Entrada : Aproximação inicial p 0 , precisão ou tolerância (ε) e o número


máximo de iterações (ITMAX).
• Saída: Solução aproximada p ou mensagem de “solução não encontrada”.
PASSO 1
Faça i = 1
PASSO 2
Enquanto i ≤ ITMAX, execute os passos 3 – 6
PASSO 3
Faça p = φ( p ) (calcular pi )
PASSO 4
Se p − p 0 < ε então
Saída ( p ) (procedimento efetuado com sucesso)

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-14
FIM
PASSO 5
Faça i = i + 1
PASSO 6
Faça p 0 = p (atualize p 0 )
PASSO 7
Saída (solução não encontrada após ITMAX iterações)
FIM
OBS. 7: Outros critérios de parada podem ser utilizados:
• pn − pn −1 < ε

pn − p n−1
• <ε
pn

• f ( pn ) < ε

12. Encontrar o zero de f (x ) = e x − x 2 + 4 com precisão ε = 10 −6 , utilizando o método do


ponto fixo.
Resolução: Pode-se construir uma tabela de valores para f ( x ) e analisar os sinais:
x −3 −2 −1
f (x )

y h(x ) = e x
5 g (x) = x 2 - 4
4
3
2
1

-3 α -2 -1 1 2 3 x
-1
-2
-3

-4

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-15
Procurando uma função de ponto fixo adequada pode-se fazer:

Verificando as hipóteses i) e ii) do Teorema 2:

n xn x n+1 xn+1 − x n
0
1
2
3
Portanto, x =

2.3.3 Método de Newton, Newton-Raphson (ou Método das Tangentes)


Este método é uma particularidade do método das aproximações sucessivas. A idéia é
construir uma função φ( x) para a qual exista um intervalo contendo o zero α , onde
φ ' ( x) < 1 . Esta construção é feita impondo φ' (α ) = 0 . Como φ' ( x) deve ser uma função
contínua, existe sempre uma vizinhança I de α onde max φ' ( α) <1.
x∈I
Obtenção da função φ( x) : A forma mais geral de x = φ( x) equivalente a f (x ) =0 é
dada por:
x = x + A( x) f ( x) = φ( x)

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-16
onde A( x) é uma função contínua tal que A( α) ≠ 0 . Escolhe-se A( x) de forma que
φ' (α ) = 0 . Derivando-se a 0, obtém-se φ' ( x) =1+ A( x) f ' ( x ) + A' ( x) f ( x) . Calculando esta
derivada no ponto α , obtém-se: φ ' (α ) =1+ A( α) f ' (α ) . Supondo que f ' (α)?0, para que
1
φ' (α ) = 0 , deve-se ter A(α) = − . Assim, uma escolha satisfatória para A( x) será
f ' ( α)
portanto:
1
A( x) = − , uma vez que x ≅ α .
f '( x)
Substituindo 0 em 0, tem-se:
f ( x)
φ( x ) = x −
f '( x )
Assim, o processo iterativo de Newton é definido por:
f ( xn )
xn+1 = x n − , n = 0, 1, 2, …
f '( x n )

OBS. 8: A (Eq. 10) é válida mesmo que f ' ( α ) = 0, uma vez que x n ≠ α .

Interpretação Geométrica do Método de Newton


O ponto xn+1 é obtido traçando-se a tangente ao gráfico da função f (x ) no ponto
( xn , f ( x n )) . A intersecção da reta tangente com o eixo das abscissas fornece a nova
aproximação xn+1 . Esta interpretação justifica o nome de método das tangentes.
y
f (xn)

θ
xn +1 xn
f (x) α x2 x1 x0 x

f (x n ) f ( xn )
tgθ = f ' ( xn ) = ⇒ x n+1 = x n −
x n − x n+1 f ' (x n )

Convergência do Método de Newton


Teorema 3 Seja f : [a , b] → ℜ , duas vezes diferenciável, com f " (x ) contínua. Suponha
que:
i) f (a ) ⋅ f (b ) < 0
ii) f ' ( x ) ≠ 0, ∀x ∈ [ a, b]
iii) f ' ' ( x) não troca de sinal em [a, b]
Então, a seqüência gerada pelas iterações do método de Newton-Raphson utilizando a
f (x ) f ( xn )
função φ( x ) = x − que equivale a x n+1 = xn − converge para o único zero α de
f '( x ) f ' ( xn )
f , isolado em [a, b] , se x0 ∈ [a , b] for escolhido convenientemente.
Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-17
OBS. 9: Para se escolher o ponto inicial x 0 , pode-se, por exemplo, fazer x 0 = a se
φ(a ) ∈ [a , b] ou x0 = b caso contrário.

Algoritmo do Método de Newton


Para encontrar uma solução para f (x ) =0, dada a derivada de f (x ) e uma
aproximação inicial p 0 .

• Dados de Entrada : Aproximação inicial p 0 , precisão ou tolerância (ε) e o número


máximo de iterações (ITMAX).
• Saída: Solução aproximada p ou mensagem de “solução não encontrada”.
PASSO 1
Faça i =1
PASSO 2:
Enquanto i ≤ ITMAX, execute os passos 3 – 6
PASSO 3
Faça p = p0 − f ( p 0 ) / f ' ( p0 ) (calcular pi )
PASSO 4
Se p − p 0 < ε então
Saída (p) (procedimento efetuado com sucesso)
FIM
PASSO 5
Faça i = i + 1
PASSO 5
Faça p 0 =p (atualize p 0 )
Passo 7:
Saída (solução não encontrada após ITMAX iterações)
FIM
OBS. 10: Outros critérios de parada podem ser utilizados:
• pn − pn −1 < ε

p n − p n−1
• <ε
pn

• f ( pn ) < ε

OBS. 11: O Método de Newton irá falhar se para algum n, f ' ( p n−1 ) = 0.

13. Encontrar a solução para a equação x = cos x com precisão ε = 10 −6 .


Resolução:
Pode-se construir uma tabela de valores para f ( x ) e analisar os sinais:
π
x 0
2
f ( x)

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-18

y g (x) = x

1
3π h(x )= cos x
π 2
α π 2π x
2

-1

n xn xn +1 xn+1 − xn
0
1
2
Portanto, x =

2.3.4 Comparação entre os métodos


Nos exercícios seguintes, considerando cada método especificado, determine uma
aproximação para o zero da função.

14. Pelo método da Bissecção, determine uma aproximação para x ∈(1,2) da função
f ( x )= e − x − cos x com aproximação ε1 = 10 −4 tal que ( b − a )/2< ε1 .
2

Resolução:
n a x b f (a ) f ( x ) f (b ) ( b − a )/2
1
2
3
4
5
6

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Zeros reais de funções reais 2-19
7
8
9
10
11
12
13
14
Logo, x =

15. Pelo método do Ponto Fixo ou Aproximações Sucessivas, determine uma aproximação
para x ∈(1,2) da função f ( x )= e − x − cos x com aproximação ε1 = ε 2 =10 −4 tal que
2

| f ( x n )|< ε1 ou | xn+1 − x n |< ε 2 . Utilize x 0 =1,5.


Resolução:

n xn xn+1 | xn+1 − x n | | f ( xn+1 )| Parada


0
1
2
3
4
5
Logo, x =

16. Pelo método de Newton-Raphson, determine uma aproximação para x ∈(1,2) da função
f ( x )= e − x − cos x com aproximação ε1 = ε 2 = 10 −4 tal que | f ( x n )|< ε1 ou
2

| xn+1 − x n |< ε 2 . Utilize x 0 =1,5.


Resolução:

n xn xn+1 | xn+1 − x n | | f ( x n )| Parada


0
1
Logo, x =

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-1

3 Resolução de sistemas de equações lineares


3.1 Introdução
Vários problemas, como cálculo de estruturas de redes elétricas e solução de equações
diferenciais, recorrem a resolução numérica de um sistema linear S n de n equações com n
incógnitas.

3.1.1 Forma Algébrica de Sn


 a11x1 + a12 x2 + L + a1n xn = b1
a x + a 22 x2 + L + = b2
 a2n xn
S n =  21 1
 M M M M
 an1 x1 + an 2 x2 + L + ann x n = bn
ou
n
S n = ∑ aij x j = bi , i =1, 2, …, n .
j =1

3.1.2 Forma Matricial de Sn


A⋅ x=b
 a11 a12 L a1n   x1   b1 
a a22 L a2n   x2  b2 
 21 ⋅ = .
 M M M  M M
     
an1 an2 L ann   xn  bn 
Onde:
• A ⇒ matriz dos coeficientes;
• x ⇒ vetor das incógnitas (ou vetor solução);
• b ⇒ vetor dos termos independentes.

3.1.3 Matriz Aumentada ou Matriz Completa do Sistema


 a11 a12 L a1n b1 
a 
 21 a22 L a2 n b2 
B =[ A : b ]= .
 M M M M
 
an1 an2 L ann bn 

3.1.4 Solução do Sistema


x =( x1 , x2 , …, xn ) T .

3.1.5 Classificação de um Sistema Linear


• COMPATÍVEL: apresenta soluções;
• INCOMPATÍVEL: caso contrário.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-2
3.1.6 Classificação quanto ao Determinante de A
• det A ≠0 (SPD) ⇒ sistema linear possível e determinado (SOLUÇÃO ÚNICA);
• det A =0 (SPI) ou (SI): a matriz A é SINGULAR.
(SPI) ⇒ Sistema possível e indeterminado,
(SI) ⇒ Sistema impossível.
OBS. 1: Se bi =0, i =1, 2, …, n , isto é, se b =0, o sistema é dito HOMOGÊNEO. Todo
sistema homogêneo é compatível, pois admite sempre a solução x =0. A solução é chamada
TRIVIAL.

3.2 Métodos diretos


São métodos que determinam a solução de um sistema linear com um número finito de
operações.
Definição: Dois sistemas lineares são equivalentes quando possuem a mesma solução.

3.2.1 Método de Eliminação de Gauss


Com ( n −1) passos, o sistema linear A ⋅ x = b é transformado num sistema triangular
superior equivalente. Tome det A ≠0 como hipótese.
A ⋅ x = b ≈ U ⋅ x = c , o que se resolve por substituição.
[ A : b ] ≈ [U : c ]
 a11 a12 L a1n b1  u11 u12 L u1n c1 
a   
 21 a22 L a2n b2  ≈  0 u22 L u 2n c2  .
 M M M M  M M M M
   
an1 an2 L ann bn   0 0 L unn cn 

2 x1 + 3x2 − x3 = 5

1. Resolver o sistema S3 , com S3 = 4 x1 + 4 x2 − 3 x3 = 3 .
2 x − 3x + x3 = − 1
 1 2

Resolução:

• Etapa 1: em B0 , tome L(i 0) , com i =1,2,3, como as linhas de B0 e a11


(0 )
como pivô e
calculam-se os multiplicadores m(i10) ( i =2,3).

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-3

• Etapa 2: Repete-se o processo para o próximo pivô, situado na diagonal da matriz B1 .


Em B1 , tome L(1i ) , com i =2,3 e a (1)
22 como pivô.

• Método compacto para a TRIANGULAÇÃO U ⋅ x = c :


Linha Multiplicador m Matriz Aumentada Transformação
(1) B0 ⇒ 2 3 -1 5
(0 )
(2) m21 = 4 4 -3 3
(0 )
(3) m31 = 2 -3 1 -1
(2) B1 ⇒
(1)
(3) m32 =
(3) B2 ⇒
As linhas contendo os pivôs formam o sistema U ⋅ x = c .

2. Resolver o sistema S4 com arredondamento em duas casas decimais, na matriz


aumentada.

 8,7 x1 + 3,0 x 2 + 9,3x 3 + 11,0 x4 = 16,4


24,5 x − 8,8 x 2 + 11,5 x 3 − 45,1x4 = − 49,7

S4 ⇒ A ⋅ x = b ⇒  1

52,3 x1 − 84,0 x 2 − 23,5x 3 + 11, 4 x 4 = − 80,8


 21,0 x1 − 81,0 x 2 − 13,2 x3 + 21,5 x 4 = − 106,3

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-4
Resolução:
Linha Multiplicador m Matriz Aumentada
(1) B0 ⇒ 8,70 3,00 9,30 11,00 16,40
(0 )
(2) m21 = 24,50 -8,80 11,50 -45,10 -49,70
(0 )
(3) m31 = 52,30 -84,00 -23,50 11,40 -80,80
(0 )
(4) m41 = 21,00 -81,00 -13,20 21,50 -106,30
(2) B1 ⇒
(1)
(3) m32 =
(1)
(4) m42 =
(3) B2 ⇒
(2 )
(4) m43 =
(4) B3 ⇒
Então A ⋅ x = b ≈ U ⋅ x = c ⇒ [ A : b ] ≈ [ U : c ].

U ⋅ x=c ⇒

Logo: x =

Cálculo do Resíduo
Uma medida para avaliar a precisão dos cálculos é o resíduo, que é dado por:
r = b − Ax .

3. Com base no exercício anterior, calcular o resíduo r do sistema A ⋅ x = b .


Resolução: r = b − Ax .

r=

Algoritmo de Eliminação de Gauss


Seja o sistema A ⋅ x = b , com An×n , xn×1 e bn×1 .
Sempre supor que akk ≠0 na etapa k .
TRIANGULARIZAÇÃO: A ⋅ x = b ≈ U ⋅ x = c .
Para k =1, 2, …, ( n −1)
Para i =( k +1), …, n
a
m = ik
akk
aik =0
Para j =( k +1), …, n

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-5
aij = aij − m ∗ akj
bi = bi − m ∗ bk
FIM
FIM
FIM
RESOLUÇÃO DO SISTEMA U ⋅ x = c .
bn
xn =
ann
Para k =( n −1), …, 2, 1
s =0
Para j =( k +1), …, n
s = s + akj ∗ x j
FIM
b −s
xk = k
akk
FIM

3.2.2 Estratégia de Pivoteamento Completo


No momento de se calcular o multiplicador mik , se o pivô estiver próximo de zero, o
método pode ampliar os erros de arredondamento. Para se contornar estes problemas, escolhe-
se como pivô MAX aij , com i , j =1, 2, …, n .
Dado A ⋅ x = b , tome B =[ A : b ].
 a11 a12 L a1q L a1n b1 
 
 a21 a22 L a2 q L a2 n b2 
 M M M M M
B= .
a p1 a p 2 L a pq L a pn bp 
 M M M M M
 
 an1 an2 L anq L ann bn 
Seja a pq = MAX aij , (i , j =1, 2, …, n ) o pivô da linha p . Então, calcula-se o
aiq( 0)
multiplicador m(iq0) = − , em cada linha, ∀i ≠ p com i =1, 2, …, n . Assim, anulam-se os
a(pq0)
elementos aij da coluna q através da operação:
L(1i ) ← m(iq0) ∗ L(p0) + L(i 0) .
Eliminando-se a linha pivotal p , repete-se o processo até que se obtenha L(i k ) com k
conjuntos de operações elementares aplicadas sobre B , onde k =1, 2, …, ( n −1).

4. Resolva S4 com arredondamento em duas casas decimais, utilizando eliminação de


Gauss com pivoteamento completo.
 8,7 x1 + 3,0 x 2 + 9,3x 3 + 11,0 x4 = 16,4
24,5 x − 8,8 x 2 + 11,5 x 3 − 45,1x4 = − 49,7

S4 ⇒ A ⋅ x = b ⇒  1
.
 52 ,3 x1 − 84,0 x 2 − 23,5x 3 + 11, 4 x 4 = − 80,8
 21,0 x1 − 81,0 x 2 − 13,2 x3 + 21,5 x 4 = − 106,3

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-6
Resolução:
Linha Multiplicador m Matriz Aumentada
(0 )
(1) m12 = 8,70 3,00 9,30 11,00 16,40
(0 )
(2) m22 = 24,50 -8,80 11,50 -45,10 -49,70
(3) B0 ⇒ 52,30 -84,00 -23,50 11,40 -80,80
(0 )
(4) m42 = 21,00 -81,00 -13,20 21,50 -106,30
(1)
(1) m14 =
(2) B1 ⇒
(1)
(4) m44 =
(2 )
(1) m11 =
(4) B2 ⇒
(1) B3 ⇒
Então A ⋅ x = b ≈ U ⋅ x = c ⇒ [ A : b ] ≈ [ U : c ].

U ⋅ x=c ⇒

3.2.3 Refinamento de Soluções


Seja x (0) a solução aproximada para A ⋅ x = b . Obtém-se a solução melhorada x (1)
aplicando-se a correção δ( 0) em x (0) .
x (1) = x (0) + δ( 0)
Se A ⋅ x (1) = b , então
A ⋅( x (0) + δ( 0) )= b
A ⋅ x (0) + A ⋅ δ( 0) = b
⇒ A ⋅ δ( 0) = b − A ⋅ x (0)
⇒ A ⋅ δ( 0) = r (0 ) . Assim, δ( 0) vem de [ A : r (0 ) ].
Obtido o δ( 0) , calcula-se x (1) = x (0) + δ( 0) .
Repete-se o processo para se obter x (2) , x (3) , …, x ( k ) , até que se tenha a precisão
desejada. Logo, obtém-se o refinamento de forma iterativa pela seguinte equação:
x (i ) = x ( i −1) + δ(i −1) , com i =1, 2, … k .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-7
5. Considerando a resposta x do exercício 2, faça o refinamento de x até que se obtenha
o resíduo r (k ) =0, considerando precisão dupla ( 10−4 =0,0001), quatro casas decimais.
 8,7 x1 + 3,0 x 2 + 9,3x 3 + 11,0 x4 = 16,4
24,5 x − 8,8 x 2 + 11,5 x 3 − 45,1x4 = − 49,7

A⋅ x=b⇒
1

52,3 x1 − 84,0 x 2 − 23,5x 3 + 11, 4 x 4 = − 80,8


 21,0 x1 − 81,0 x 2 − 13,2 x3 + 21,5 x 4 = − 106,3
x (0) = [1,01 2,01 − 1,01 1,00 ]T
r (0 ) = b − A ⋅ x (0) ⇒ r (0 ) = [− 0,024 − 0,042 0,082 0,468]
T

REFINAMENTO:
x ( k ) = x (k −1) + δ( k −1) A ⋅ δ( k −1) = r (k −1) ⇒ [ A : r (k −1) ] ⇒ δ( k −1)
Resolução:
• k =1 [ A : r (0 ) ] ⇒ δ( 0) ⇒ x (1) = x (0) + δ( 0)
Linha Multiplicador m Matriz Aumentada
(1) B0 ⇒ 8,7000 3,0000 9,3000 11,0000 -0,0240
(0 )
(2) m21 = 24,5000 -8,8000 11,5000 -45,1000 -0,0420
(3) (0 ) =
m31 52,3000 -84,0000 -23,5000 11,4000 0,0820

(4) (0 ) =
m41 21,0000 -81,0000 -13,2000 21,5000 0,4680
(2) B1 ⇒
(3) m(1
32
) =
(4) m(1
42
) =
(3) B2 ⇒
(4) (2 ) =
m43
(4) B3 ⇒
Considerando 4 casas decimais:

[ A : r (0 ) ] ≈

Então:
[ A : r (0 ) ] ⇒ δ( 0) ⇒

Como:
x (1) = x (0) + δ( 0) ⇒

r (1 ) = b − A ⋅ x (1) ⇒
• Logo,

3.3 Métodos iterativos


A solução x de um sistema de equações lineares A⋅ x = b pode ser obtido resolvendo,
de forma iterativa, o sistema equivalente da forma x = F ⋅ x + d , onde F é uma matriz n × n ,

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-8
x e d vetores n ×1. Isto pode ser feito tomando φ( x ) = F ⋅ x + d ,
x ( k +1) = φ( x ( k ) ) = F ⋅ x ( k ) + d , onde k =0, 1, …, M , e M é o número máximo de iterações e
x ( 0) é o vetor inicial.

3.3.1 Testes de parada


O processo iterativo x ( k +1) gera aproximações até que:
• máx x (i k +1) − xi( k ) ≤ ε , sendo ε a tolerância; ou
1≤i≤ n

• k > M , sendo M o número máximo de iterações.

3.3.2 Método de Gauss-Jacobi


Adaptação de A⋅ x = b para x = F ⋅ x + d :
 a11x1 + a12 x2 + L + a1n xn = b1
a x + a 22 x2 + L + = b2
 a2n xn
A⋅ x = b ⇒  21 1
 M M M M
 an1 x1 + an 2 x2 + L + ann x n = bn
 b1 − ( a12 x 2 + a13x3 + a14 x4 + L + a1n xn )
 x1 =
a11

 x b2 − ( a21x1 + a 23x3 + a24 x 4 + L + a 2n x n )
=
x = F ⋅ x +d ⇒ 2 a22
M M
 bn − ( an1x1 + an 2 x2 + a n3 x3 + L + an( n−1) x(n−1) )
xn =
 ann

OBS. 2: Para o sistema x = F ⋅ x + d , é necessário que a ii ≠ 0, ∀i . Caso isto não ocorra,


o sistema A⋅ x = b deve ser reagrupado.
Assim, a fórmula recursiva x = F ⋅ x + d é dada na forma matricial por:
 a a a   b1 
 0 − 12 − 13 L − 1n 
a11 a11 a11  a 
 x1    x1   11 
 x  − 21 − 23 L − 2n   x   b2 
a a a
0
 2   a22 a 22 a22   2   a22 
 x 3  =  a31 a32 a3n  ∗  x 3  +  b3 
  −  − 0 L −     
  M  a 33 a 33 a 33   M   a33 
 xn   M M M M  x   M 
 a an 2 a n3   n   bn 
− n1
− − L 0   
 ann a nn a nn   ann 
ou ainda x ( k +1) = F ⋅ x ( k ) + d o que é equivalente a:
 ( k +1) b1 − ( a12 x 2 + a13 x3 + a14 x4 + L + a1n x (nk ) )
(k) (k) (k )
x1 =
 a11
 ( k +1) b2 − ( a21x1 + a 23x3 + a24 x (4k ) + L + a2n xn(k ) )
(k) (k)
x2 =
 a22
 M M

bn − ( an1 x1 + an2 x2 + a n3 x3 + L + a n(n−1) x( n−1) )
(k ) (k ) (k ) (k)
 ( k +1)
xn =
 ann

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-9

6. Resolva o sistema a seguir, utilizando o método de Gauss-Jacobi, com x (0 ) = 0n×1 e


ε = 10− 2 =0,01.
10 x1 + 2 x2 + x3 = 7

A⋅ x = b ⇒  x1 + 5 x2 + x3 = −8 ⇒ x= F ⋅ x+ d
 2x + 3x 2 + 10 x3 = 6
 1
Resolução:

F= e d=

Neste caso a fórmula de recorrência fica:

x ( k +1) = F ⋅ x ( k ) + d ⇒

k x1( k ) x (2k ) x3( k ) max xi(k ) − xi(k −1)


1≤i ≤3
0 0 0 0 -
1
2
3
4
5
6
Com x ( 0) = [0 0 0]T e ε=0,01, o processo convergiu com ........... iterações para:
x=

Critério das linhas


Uma condição suficiente (mas não necessária) para garantir a convergência do método
de Gauss-Jacobi aplicado ao sistema A⋅ x = b , com a ii ≠ 0, ∀i , é
n
∑ aij < aii , i = 1, 2, 3, … , n .
j =1
j ≠i
Neste caso, a matriz dos coeficientes das incógnitas A é dita estritamente diagonal
dominante.

7. Verificar se o critério das linhas é satisfeito no sistema de equações A⋅ x = b , que segue:


10 x1 + 2 x2 + x3 = 7

A⋅ x = b ⇒  x1 + 5 x2 + x3 = − 8
 2 x + 3x + 10 x = 6
 1 2 3

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-10

10 2 1 
Resolução: A =  1 5 1  ⇒
 2 3 10 
Logo, a matriz dos coeficientes A é estritamente diagonal dominante, o que garante a
convergência do método de Gauss-Jacobi aplicado a este sistema com esta ordem de
equações e incógnitas.

8. Verificar se o critério das linhas é satisfeito no sistema de equações A⋅ x = b , que segue:


 x1 + 3x 2 + x3 = − 2

A⋅ x = b ⇒ 5 x1 + 2 x2 + 2 x3 = 3
 6 x2 + 8 x3 = − 6

1 3 1
Resolução: A = 5 2 2 ⇒
0 6 8
Logo a matriz dos coeficientes A não é estritamente diagonal dominante. Isto
significa que não é garantida a convergência do método de Gauss-Jacobi aplicado a este
sistema com esta ordem de equações e incógnitas.
Mas permutando adequadamente as equações do sistema, obtém-se o sistema
equivalente:

A=

Logo, esta nova matriz dos coeficientes A é estritamente diagonal dominante, o que
garante a convergência do método de Gauss-Jacobi aplicado a este sistema com esta nova
ordem de equações e incógnitas.

3.3.3 Método de Gauss-Seidel


É semelhante ao método de Gauss-Jacobi, com a diferença de utilizar xi( k +1) , 1 ≤ i < p ,
para o cálculo de x (pk +1) . Desta forma, as equações recursivas ficam:
 ( k +1) b1 − ( a12 x (2k ) + a13 x3(k ) + a14 x4(k ) + L + a1n x (nk ) )
 x1 =
 a11
 ( k +1) ( k +1)
b2 − ( a21x1 + a 23x3 + a 24x (4k ) + L + a2 n xn( k ) )
(k)
x2 =
 a22
( k +1) ( k +1)
 ( k +1) b3 − ( a31x1 + a32 x 2 + a34 x (4k ) + L + a3n x (nk ) )
 x3 =
 a33
 M M
(k +1) (k +1)
 bn − ( an1 x1 + an 2 x2 + an3 x3( k +1) + L + a n(n−1) x((kn−+11)) )
 x (nk +1) =
 ann

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-11

9. Resolva o sistema a seguir, utilizando o método de Gauss-Seidel, com x (0 ) = 0n×1 e


ε = 10− 2 =0,01.
10 x1 + 2 x2 + x3 = 7

A⋅ x = b ⇒  x1 + 5 x2 + x3 = − 8
 2 x + 3x + 10 x = 6
 1 2 3
Resolução:
Neste caso a fórmula de recorrência fica:
 ( k +1)
 x1 =

 ( k +1)
x2 =

 ( k +1)
 x3 =

k x1( k ) x (2k ) x3( k ) max xi(k ) − xi(k −1)


1≤i ≤3
0 0 0 0 -
1
2
3
4
Com x ( 0) = [0 0 0]T e ε=0,01, o processo convergiu com ......... iterações para:
x=

3.3.4 Comparação entre os métodos

10. Resolva o sistema A⋅ x = b , utilizando o método de Gauss-Jacobi, com x (0 ) = 0n×1 e


ε=0,05.
5 x1 + x2 + x3 = 5

A⋅ x = b ⇒ 3 x1 + 4 x2 + x3 = 6
3 x + 3x 2 + 6 x3 = 0
 1
Resolução:

F= e d=

Neste caso a fórmula de recorrência fica:


 ( k +1)
 x1 =

( k +1) 
x = F ⋅ x + d ⇒  x (2k +1)
(k)
=

 ( k +1)
 x3 =

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-12

k x1( k ) x (2k ) x3( k ) max xi(k ) − xi(k −1)


1≤i ≤3
0 0 0 0 -
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
Com x ( 0) = [0 0 0]T e ε=0,05, o processo convergiu com ......... iterações para:
x=

11. Resolva o sistema A⋅ x = b , utilizando o método de Gauss-Seidel, com x (0 ) = 0n×1 e


ε=0,05.
5 x1 + x2 + x3 = 5

A⋅ x = b ⇒ 3 x1 + 4 x2 + x3 = 6
3 x + 3x + 6 x = 0
 1 2 3
Resolução:
Neste caso a fórmula de recorrência fica:
 ( k +1)
 x1 =

 ( k +1)
x2 =

 ( k +1)
 x3 =

k x1( k ) x (2k ) x3( k ) max xi(k ) − xi(k −1)


1≤i ≤3
0 0 0 0 -
1
2
3
Com x ( 0) = [0 0 0]T e ε=0,05, o processo convergiu com ......... iterações para:
x=

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-13
3.3.5 Critério de Sassenfeld
Uma condição suficiente para garantir a convergência do método de Gauss-Seidel
aplicado ao sistema A⋅ x = b , com a ii ≠ 0, ∀i , é M <1, sendo M = max βi , onde:
1≤i≤ n
n
1
β1 = ⋅ ∑ a1 j
a11 j= 2

1  i −1 n 
βi = ⋅ ∑ aij ⋅ β j + ∑ aij  , i = 2, 3, … , n .
 j =1 
aii j =i +1

OBS. 3: Se o critério das linhas é satisfeito, então o critério de Sassenfeld também será
satisfeito.

12. Verificar se o critério de Sassenfeld é satisfeito no sistema de equações A⋅ x = b , que


 x1 + 0,5 x2 − 0,1x3 + 0,1x4 = 0, 2
 0, 2 x + − 0,2 x 3 − 0,1x4 = − 2,6
 x2
segue: A⋅ x = b ⇒  1

− 0,1x1 − 0,7 x 2 + x3 + 0,2 x4 = 1,0


 0,1x1 + 0,3 x2 + 0,2 x 3 + x4 = − 2,5
 1 0,5 − 0,1 0,1 
 0, 2 1 − 0,2 − 0,1
Resolução: A= 
− 0,1 − 0,7 1 0,2 
 
 0,1 0,3 0,2 1 
1
β1 = ⋅ [ a12 + a13 + a14 ] =
a11
1
β2 = ⋅ [ a 21 ⋅ β1 + a23 + a 24 ] =
a 22
1
β3 = ⋅ [ a 31 ⋅ β1 + a 32 ⋅ β 2 + a 34 ] =
a33
1
β4 = ⋅ [ a 41 ⋅ β1 + a42 ⋅ β2 + a 43 ⋅ β3 ] =
a44
Então, M = max βi = max { ........ ; ........ ; ........ ; ........ } = .................... Logo o critério de
1≤i ≤4
Sassenfe ld está satisfeito, o que garante a convergência do método de Gauss-Seidel
aplicado a este sistema.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Resolução de sistemas de equações lineares 3-14
13. Verificar se o critério de Sassenfeld é satisfeito no sistema de equações A⋅ x = b , que
2 x1 + x2 + 3 x3 = 9

segue: A⋅ x = b ⇒  − x2 + x3 = 1
x + 3 x3 = 3
 1
Resolução: Com esta disposição de linhas e colunas, tem-se que:
1
β1 = ⋅ [ a12 + a13 ] =
a11

1
β1 = ⋅ [ a12 + a13 ] =
a11
1
β2 = ⋅ [ a 21 ⋅ β1 + a 23 ] =
a 22
1
β3 = ⋅ [ a31 ⋅ β1 + a32 ⋅ β 2 ] =
a33

Então, M = max βi =
1≤i ≤3

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-1

4 Interpolação
4.1 Interpolação polinomial
Uma função f ( x ) pode ser conhecida por um conjunto finito e discreto de n +1
pontos.
y ( x4 , y4 ) f (x)
( x0 , y0 )
( x1 , y1 )
( x3 , y3 ) ( x5 , y5 )
( x2 , y2 )
P(x )

x0 x1 x2 x3 x4 x5 x
xi yi
x0 y0
x1 y1
x2 y2
x3 y3
x4 y4
x5 y5
Para se INTERPOLAR os n +1 pontos obtidos da tabela, é utilizado um polinômio
Pn ( x ) de tal forma que:

Pn ( xi )= f ( xi ) para i =0, 1, …, n .

4.1.1 Existência e Unicidade do Polinômio Interpolador Pn(x)


Teorema 1 Existe um único polinômio Pn ( x ), de grau ≤ n , tal que: Pn ( xi )= f ( xi ), com
i =0,1,…, n , desde que xi ≠ x j , i ≠ j .
n
Tome Pn ( xi )= ∑ ak xik = f ( xi ) para i =0,1,…, n . Desenvolvendo o sistema
k =0
n
f ( xi )= ∑ ak xik ( i =0,1,…, n ), obtém-se:
k =0
 a0 + a1x0 + a2 x0
2
+ L + an x0
n
= f ( x0 ) (i = 0 )

 a0 + a1x1 + a2 x12 + L + an x1n = f ( x1 ) ( i = 1)

M M M M M
a + + a2 xn2 + L + an xnn = (i = n )
 0 a1xn f ( xn )
Daí, retira-se a matriz dos coeficientes A para se calcular as incógnitas a0 , a1 ,…, a n .
1 x0 x0 L x0 
2 n
 
x12 L x1n 
A= 
1 x1
.
M M M M
 
1 xn xn2 L xnn 

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-2
A é uma matriz de VANDERMONDE e, sendo xi com i =0,1,…, n , pontos distintos,
o det A ≠0. Assim o sistema admite solução única.
OBS. 1:
det A =( xn − xn−1 )∗( xn − xn −2 )∗…∗( xn − x0 )∗( xn−1 − xn −2 )∗( xn−1 − xn −3 )∗…∗( xn−1 − x0 )
∗…∗
∗( x3 − x2 )∗( x3 − x1 )∗( x3 − x0 )∗( x2 − x1 )∗( x2 − x0 )∗( x1 − x0 ) ⇒ det A = ∏ (xi − x j ) .
i> j
ENTÃO: O polinômio Pn ( x ) existe e é único.

4.1.2 Forma de Lagrange


Seja f uma função tabelada em ( n +1) pontos distintos x0 , x1 ,…, xn e seja Li ( x )
polinômios de Lagrange de grau n , onde Li é dado por:
n (x − xj) 1 , se i = k
Li ( x )= ∏ de tal forma que Li ( xk )= 
j = 0 ( xi − x j ) 0 , se i ≠ k
j≠i

1. Determine Li ( xk ) para i =0,1,2, k =0,1,2 e n =2.


Resolução:
( x − x1 )( x − x2 )
i =0 ⇒ L0 ( x )=
( x0 − x1 )( x0 − x2 )
k =0 ⇒ L0 ( x0 )= .......... .
k =1 ⇒ L0 ( x1 )= .......... .
k =2 ⇒ L0 ( x2 )= .......... .
( x − x0 )( x − x2 )
i =1 ⇒ L1 ( x )=
( x1 − x0 )( x1 − x2 )
k =0 ⇒ L1 ( x0 )= .......... .
k =1 ⇒ L1 ( x1 )= .......... .
k =2 ⇒ L1 ( x2 )= .......... .
( x − x0 )( x − x1)
• i =2 ⇒ L2 ( x )=
( x2 − x0 )( x2 − x1 )
k =0 ⇒ L2 ( x0 )= .......... .
k =1 ⇒ L2 ( x1 )= .......... .
k =2 ⇒ L2 ( x2 )= .......... .
Para x = xk , com k =0,1,2,…, n , temos:
n
Pn ( xk )= ∑ yi Li ( xk )
i =0
⇒ i ≠ k ⇒ yi Li ( xk ) =0
123
=0
⇒ i = k ⇒ yi Li ( xi ) = yi
123
=1

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-3
A forma de Lagrange para o polinômio interpolador é:
n n n (x − xj)
Pn ( x )= ∑ yi Li ( x ) ou Pn ( x )= ∑ yi ∏ (x − xj)
i =0 i =0 j=0 i
j≠i

2. Interpolar o ponto x =1,5 na tabela abaixo, empregando o polinômio interpolador de


Lagrange.
i 0 1 2 3
xi −1 0 1 2
yi 1 3 1 1
Resolução: n =3 é o grau máximo de P3 ( x ).
3
P3 ( x )= ∑ yi Li ( x ) ⇒ P3 ( x )= .......... ⋅ L0 ( x )+ .......... ⋅ L1 ( x )+ .......... ⋅ L2 ( x )+ .......... ⋅ L3 ( x )
i =0
3 (x − x j )
Li ( x )= ∏
j = 0 ( xi − xj)
j≠i
( x − x1)( x − x2 )( x − x3 )
L0 ( x )= =
( x0 − x1 )( x0 − x2 )( x0 − x3 )
( x − x0 )( x − x2 )( x − x3 )
L1 ( x )= =
( x1 − x0 )( x1 − x2 )( x1 − x3 )
( x − x0 )( x − x1 )( x − x3 )
L2 ( x )= =
( x2 − x0 )( x2 − x1 )( x2 − x3 )
( x − x0 )( x − x1 )( x − x2 )
L3 ( x )= =
( x3 − x0 )( x3 − x1 )( x3 − x2 )

Logo:
P3 ( x )=

⇒ P3 ( x )=

P3 (1,5)= P3 ( 32 )=

P3 (1,5)=

P3 (1,5)=

y
3

P3 (x )
2

3
8

-1 0 1 3
2 x
2

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-4
4.1.3 Forma de Newton
A forma de Newton para o polinômio Pn ( x ) que interpola f ( x ) em x0 , x1 ,…, xn ,
( n +1) pontos distintos é a seguinte:
Pn ( x )= f [ x0 ]+( x − x0 )⋅ f [ x0 , x1 ]+( x − x0 )⋅( x − x1 )⋅ f [ x0 , x1 , x2 ]+…
…+( x − x0 )⋅( x − x1 )⋅…⋅( x − xn−1 )⋅ f [ x0 , x1 ,…, xn ].
Onde
ORDEM
f [ x0 ]= f ( x0 )= y0 0
f [ x1 ] − f [ x0 ] f ( x1 ) − f ( x0 ) y1 − y0
f [ x0 , x1 ]= = = 1
x1 − x0 x1 − x0 x1 − x0
f [ x1, x2 ] − f [ x0 , x1]
f [ x0 , x1 , x2 ]= 2
x2 − x0
f [ x1 , x2 , x3 ] − f [ x0 , x1, x2 ]
f [ x0 , x1 , x2 , x3 ]= 3
x3 − x0
M M
f [ x1, x2 ,L , xn ] − f [ x0 , x1,L, xn−1]
f [ x0 , x1 ,…, xn ]= n
xn − x0
f [ x0 , x1 ,…, xn ] é a DIFERENÇA DIVIDIDA de ordem n da função f ( x ) sobre os
n +1 pontos x0 , x1 ,…, xn .

Tabela Prática (DIFERENÇAS DIVIDIDAS)


x ordem 0 ordem 1 ordem 2 ordem 3 … ordem n
x0 f [ x0 ]
f [ x0 , x1 ]
x1 f [ x1 ] f [ x0 , x1 , x2 ]
f [ x1 , x2 ] f [ x0 , x1 , x2 , x3 ]
x2 f [ x2 ] f [ x1 , x2 , x3 ] O
f [ x2 , x3 ] f [ x1 , x2 , x3 , x4 ]

x3 f [ x3 ] f [ x2 , x3 , x4 ] O
f [ x3 , x4 ] M f [ x0 ,…, xn ]
x4 f [ x4 ] M N

M f [ xn −3 , xn −2 , xn−1 , xn ]

M M f [ xn −2 , xn−1 , xn ]

f [ xn−1 , xn ]

xn f [ xn ]

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-5
3. Interpolar o ponto x =1,5 na tabela abaixo, empregando a forma de Newton.
i 0 1 2 3
xi −1 0 1 2
yi 1 3 1 1
Resolução: n =3 é o grau máximo de P3 ( x ). Tabela de diferenças divididas:
x ordem 0 ordem 1 ordem 2 ordem 3

−1 1
3 −1
=2
0 − ( −1)
−2 −2
0 3 =−2
1 − ( −1)
1−3 1 − ( −2)
=−2 =1
1− 0 2 − ( −1)
0 − ( −2 )
1 1 =1
2−0
1−1
=0
2 −1
2 1

P3 ( x )= f [ x0 ]+( x − x0 )⋅ f [ x0 , x1 ]+( x − x0 )⋅( x − x1 )⋅ f [ x0 , x1 , x2 ]+


+( x − x0 )⋅( x − x1 )⋅( x − x 2 )⋅ f [ x0 , x1 , x2 , x3 ]
P3 ( x )=
P3 ( x )=
P3 ( x )=

4.2 Estudo de erro na interpolação


Sejam x 0 < x1 < x 2 <…< x n , ( n +1) pontos. Seja f ( x ) com derivadas até ordem ( n +1)
para x pertencente ao intervalo [ x 0 , x n ].
Seja Pn ( x ) o polinômio interpolador de f ( x ) nos pontos x 0 , x1 , x 2 ,…, x n .
Então, em qualquer ponto x pertencente ao intervalo [ x 0 , x n ], o erro é dado por:
En ( x )= f ( x )− Pn ( x )

f ( n+1) ( ξ x )
En ( x )=( x − x0 )⋅( x − x1 )⋅…⋅( x − x n )⋅
( n + 1)!
onde ξ x ∈( x 0 , x n ).
Esta fórmula tem uso limitado, pois são raras as situações em que f ( n+1) ( x ) é
conhecida e o ponto ξ x nunca é conhecido.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-6
4.2.1 Estimativa para o Erro
Utilizando a 0, sendo f ( n+1) ( x ) contínua em I =[ x 0 , x n ], pode-se escrever:
| En ( x )|=| f ( x )− Pn ( x )|
n
M n+1
| En ( x )|≤ ∏ ( x − xi ) ⋅ , onde M n+1 = max f (n+1) ( x ) .
i =0 ( n + 1)! x∈I

Ao se construir a tabela de diferenças divididas até ordem n +1, pode-se usar o maior
M n+1
valor em módulo desta ordem como aproximação para no intervalo I =[ x 0 , x n ].
( n + 1)!
Então:

| En ( x )|≈ ∏ ( x − xi ) ⋅ max ( Dd )
n

i =0
sendo Dd os valores da tabela de diferenças divididas de ordem ( n +1).

4. Seja f ( x ) dada em forma de tabela de valores, como segue:


x 0,2 0,34 0,4 0,52 0,6 0,72
f (x) 0,16 0,22 0,27 0,29 0,32 0,37
• a) Obter f (0,47) usando um polinômio de grau 2;
• b) Dar uma estimativa para o erro.
Resolução: Tabela de diferenças divididas:
x ordem 0 ordem 1 ordem 2 ordem 3
0,2

0,34

0,4

0,52

0,6

0,72
Deve-se escolher 3 pontos próximos de 0,47 para a obtenção de P2 ( x ).
P2 ( x )= f [ x0 ]+( x − x0 )⋅ f [ x0 , x1 ]+( x − x0 )⋅( x − x1 )⋅ f [ x0 , x1 , x2 ]
P2 ( x )=
P2 ( x )=
• a) P2 (0,47)= .......... .......... ≈ f (0,47)

• b) | En (0,47)|≈

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-7

| En (0,47)|≈ ..........

5. Prove a igualdade seguinte.


x − x1 x − x0
P1 ( x )= f ( x 0 )⋅ + f ( x1 )⋅ = f [ x0 ]+( x − x0 )⋅ f [ x0 , x1 ]
x0 − x1 x1 − x0
Resolução:
x ordem 0 ordem 1
x0 f [ x0 ]= y0
y1 − y0
f [ x0 , x1 ]=
x1 − x0

x1 f [ x1 ]= y1 ⇒ P1 ( x )= f [ x0 ]+( x − x0 )⋅ f [ x0 , x1 ]
P1 ( x )=
⇔ P1 ( x )=

4.3 Interpolação inversa: casos existentes


O problema da interpolação inversa consiste em: dado y ∈( f ( x0 ), f ( xn )), obter x ,
tal que f ( x )= y .
São duas, as formas de se obter x . A primeira é encontrar x tal que Pn ( x )= y ; A
segunda é fazer a própria interpolação inversa, utilizando para isso, os valores de y .

4.3.1 Encontrar x tal que Pn ( x )


Obter Pn ( x ) que interpola f ( x ) em x 0 , x1 , x 2 ,…, x n e em seguida encontrar x , tal
que f ( x )= y .
OBS. 2: x obtido desta forma não permite se estimar o erro.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-8
6. Encontre x tal que f ( x )=2 pela tabela abaixo:
x 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
f (x) 1,65 1,82 2,01 2,23 2,46 2,72
Resolução:
Fazendo interpolação linear por x 0 =0,6 e x1 =0,7:
x − x1 x − x0
P1 ( x )= f ( x 0 )⋅ + f ( x1 )⋅
x0 − x1 x1 − x0

P1 ( x )=

x = .......... .......... .......... .

4.3.2 Interpolação inversa


Se f ( x ) for inversível num intervalo contendo y , então x = f −1 ( y )= g ( y ).
Condição para a inversão de f ( x ): f é contínua e monótona crescente (decrescente)
num intervalo [ a , b ].
Dado f ( x ) contínua em ( x 0 , x n ), então f ( x ) será admitida monótona crescente se
f ( x 0 ) < f ( x1 ) < … < f ( x n ) e monótona decrescente se f ( x 0 ) > f ( x1 ) > … > f ( x n ).
Respeitadas as condições dadas acima, será obtido o polinômio Pn ( y ) que interpola
g ( y )= f −1 ( y ) sobre [ y0 , yn ].

7. Considere a tabela a seguir:


x 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5
y =e x
1 1,1052 1,2214 1,3499 1,4918 1,6487
Obter x , tal que e x =1,3165, usando um processo de interpolação quadrática. Usar a
forma de Newton para obter P2 ( y ). Construir a tabela de diferenças divididas.
Resolução:
y ordem 0 ordem 1 ordem 2 ordem 3
1

1,1052

1,2214

1,3499

1,4918

1,6487

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Cálculo Numérico Interpolação 4-9
P2 ( y )= g [ y0 ]+( y − y0 )⋅ g [ y0 , y1 ]+( y − y0 )⋅( y − y1 )⋅ g [ y0 , y1 , y2 ]
P2 ( y )=
P2 (1,3165)=

Assim, e .............................≈1,3165 Na calculadora = 1,316359.


Erro cometido:
M3
| E2 ( y )| ≤ |( y − y0 )⋅( y − y1 )⋅( y − y2 )|⋅
3!

| E2 (1,3165)| ≤ ⇒ M 3 = max g' ' ' ( y ) , y ∈[ y0 , y2 ].

M3
• 1o Caso: pode ser aproximado por .......... (tabela de diferenças divididas de ordem 3).
3!
| E2 (1,3165)| ≈ .......... .......... .......... .......... ⇒ | E2 ( y )| ≈ .......... .......... .......... .

• 2o Caso: f ( x )= e x ⇒ g ( y )= f −1 ( y )= ln y

Logo: M 3 =

| E2 (1,3165)| ≤

4.4 Funções spline em interpolação


1 2i
Considere f ( x )= tabelada no intervalo [−1,1] nos pontos xi =−1+ , com
1 + 25 x 2
n
i =0,1,…, n .
No gráfico abaixo, pode ser observada a função f ( x ) e o polinômio P10 ( x ) que
interpola o conjunto discreto de pontos para n =10.
x −1,0 −0,8 −0,6 −0,4 −0,2 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
f ( x ) 0,038 0,059 0,1 0,2 0,5 1,0 0,5 0,2 0,1 0,059 0,038

3
y
2

1
2

P10(x )
f (x )

-1 - 12 0 1 1 x
2

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-10
Em certos casos, a aproximação por Pn ( x ) pode ser desastrosa. Uma alternativa é
interpolar f ( x ) em grupos de poucos pontos, obtendo-se polinômios de graus menores, e
impor condições para que a função de aproximação seja contínua e tenha derivadas contínuas
até uma certa ordem.

4.4.1 Função Spline


Considere a função f ( x ) tabelada nos pontos x 0 < x1 < x 2 <…< x n .
Uma função S p ( x ) é denominada SPLINE DE GRAU p com nós nos pontos xi ,
com i =0,1,…, n , se satisfaz as 3 seguintes condições:
1) Em cada subintervalo [ xi , xi +1 ], com i =0,1,…,( n −1), S p ( x ) é um polinômio de grau p
representado por si ( x ).

2) S p ( x ) é contínua e tem derivada contínua até ordem ( p −1) em [ a , b ].

3) S p ( xi )= f ( xi ), com i =0,1,…, n .
Nestes termos, S p ( x ) é denominada SPLINE INTERPOLANTE.

4.4.2 Spline linear interpolante


É representada por S1 ( x ) .
S1 ( x ) pode ser escrita em cada subintervalo [ xi −1 , xi ], com i =1,2,…, n como:

xi − x x − xi −1
si ( x )= f ( xi −1 ) + f ( xi ) , ∀x ∈[ xi −1 , xi ] (01)
xi − xi −1 xi − xi −1
S1 ( x ) definida dessa forma satisfaz as condições 1) , 2) e 3) .

8. Achar a função spline linear que interpola a função f ( x ) tabelada a seguir.


x0 x1 x2 x3
x 1 2 5 7
y = f (x) 1 2 3 2,5
y s3 (x)
3 f (x )
2,5
s2 (x)
2
s1(x)
1

1 02 3 4 5 6 7 x
Resolução: Pela definição, pode-se definir 3 splines lineares para os 4 pontos: s1 ( x ),
s2 ( x ) e s3 ( x ).
x1 − x x − x0
• s1 ( x )= y0 + y1
x1 − x0 x1 − x0

s1 ( x )= ⇒ s1 ( x )= .......... , x ∈[ .......... , .......... ].

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-11
x2 − x x − x1
• s2 ( x )= y1 + y2
x2 − x1 x2 − x1

s2 ( x )= ⇒ s2 ( x )= .......... .......... .......... , x ∈[ .......... , .......... ].

x3 − x x − x2
• s3 ( x )= y2 + y3
x3 − x2 x3 − x2

s3 ( x )= ⇒ s3 ( x )= .......... .......... .......... , x ∈[ .......... , .......... ].


Então, no intervalo [ a , b ]=[1,7], a spline linear S1 ( x ) é dada por:

S1 ( x )=

4.4.3 Spline cúbica interpolante


É representada por S3 ( x ) .
A spline linear tem derivada primeira descontínua nos nós. A spline quadrática S2 ( x )
tem derivadas contínuas até ordem 1, portanto, pode ter picos ou troca abrupta de curvatura
nos nós.
A spline cúbica S3 ( x ) é mais utilizada por ter derivadas primeira e segunda contínuas,
que faz S3 ( x ) ser mais suave nos nós.
Definição:
Suponha f ( x ) dada por xi , com i =0,1,…, n .
Tome S3 ( x ) como spline cúbica de f ( x ) nos nós xi , caso existam n polinômios de
grau 3 definidos em cada subintervalo k por sk ( x ), com k =1,2,…, n . Então a spline cúbica
S3 ( x ) deve satisfazer as 5 igualdades seguintes:

1) S3 ( x )= sk ( x ) para x ∈[ xk −1 , xk ], k =1,2,…, n .

2) S3 ( xi )= f ( xi ), com i =0,1,…, n .

3) sk ( xk )= sk +1 ( xk ), k =1,2,…,( n −1).

4) sk, ( xk )= sk, +1 ( xk ), k =1,2,…,( n −1).

5) sk,, ( xk )= sk,,+1 ( xk ), k =1,2,…,( n −1).


Em cada intervalo [ xk −1 , xk ], sk ( x ) será dada por:

sk ( x )= a k ( x − xk )3 + bk ( x − xk )2 + ck ( x − xk )+ d k , com k =1,2,…, n (02)


São 4 coeficientes para cada k à serem determinados.
Tome a notação h k = xk − xk −1 , para x = xk −1 .
Condição 1) : é satisfeita pela definição de sk ( x ).
Para a condição 2) , tem-se as equações:
d k = f ( xk )= sk ( xk ), k =1,2,…, n (03)

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-12

s1 ( x0 )= f ( x0 ) ⇒ − a1 h13 + b1 h12 − c1 h1 + d 1 = f ( x0 ), k =1 (04)


Condição 3) para k =1,2,…,( n −1).
sk +1 ( xk )= f ( xk )

− a k +1 h 3k +1 + bk +1 h 2k +1 − ck +1 h k +1 + d k +1 = f ( xk ) (05)
Para as condições 4) e 5) , tome as derivadas:
sk, ( x )=3 a k ( x − xk )2 +2 b k ( x − xk )+ c k (06)

sk,, ( x )=6 a k ( x − xk )+2 b k (07)


Para x = xk ⇒ sk,, ( xk )=2 b k . Assim, o coeficiente b k é dado por:

sk,, ( xk )
bk = (08)
2
Para x = xk −1 ⇒ sk,, ( xk −1 )=−6 a k h k +2 b k .
2bk − sk,, ( xk −1 ) sk,, ( xk ) − s ,k, ( xk −1 )
ak = = .
6h k 6 hk
Impondo a condição 5) , sk,, ( xk −1 )= sk,,−1 ( xk −1 ), obtém-se:

sk,, ( xk ) − s ,k,−1( xk −1 )
ak = , com s0,, ( x0 ) arbitrária (09)
6h k
Na obtenção de c k , utilizam- se as equações (04) e (05):
− f ( xk −1) − ak h3k + bk h2k + d k
ck = , d k = f ( xk )
hk
f ( xk ) − f ( xk −1 )
ck = −( a k h 2k − b k h k ), substituindo a k e b k obtém-se:
hk
f ( xk ) − f ( xk −1 )  sk,, ( xk ) − sk,,−1( xk −1) s ,, ( x ) 
ck = −  hk − k k hk 
hk  6 2 
Daí, c k pode ser dado por:

f ( xk ) − f ( xk −1 ) 2s k ( xk ) ⋅ h k + sk −1( xk −1) ⋅ h k
,, ,,
ck = + (10)
hk 6
Na obtenção dos coeficientes, tome yk = f ( xk ) e g k = sk,, ( xk ).

gk − g k −1
ak = (11)
6h k

gk
bk = (12)
2
y k − yk −1 2hk gk + g k −1hk
ck = + (13)
hk 6

d k = yk (14)

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-13

Impondo a última condição 4) , sk, ( xk )= sk, +1 ( xk ), com k =1,2,…,( n −1), conclui-se


que:
Para x = xk ⇒ sk, ( xk )= c k , então:
c k =3 a k +1 h 2k +1 −2 b k +1 h k +1 + c k +1
⇒ c k +1 = c k −3 a k +1 h 2k +1 +2 b k +1 h k +1 .
Fazendo-se algumas substituições, através das equações (11), (12) e (13):
y k +1 − yk 2h k +1g k +1 + g k hk +1 y k − yk −1 2hk gk + g k −1hk g − gk
+ = + −3 k +1 h k +1 +2
hk +1 6 hk 6 6
gk +1h k +1
2
Daí, chega-se a equação (15):

 y − yk yk − yk −1 
h k g k −1 +2( h k + h k +1 ) g k + h k +1 gk +1 =6  k +1 −  , com k =1,2,…,( n −1) (15)
 hk +1 h 
 k 
A equação (15) é um sistema de equações lineares A g = b , onde k =1,2,…,( n −1).
A ordem do sistema é: A(n −1 )× (n +1 ) , g (n +1)×1 e b( n −1)×1 .
Pela variação de k , o sistema A g = b é indeterminado. Para se resolver o sistema, de
forma única, é necessário impor mais duas condições, apresentadas nas três alternativas a
seguir.
• (1a) Spline Natural ⇒ nos extremos, S3 ( x0 ) é aproximadamente linear.
S3" ( x0 )= g 0 =0
S3" ( xn )= g n =0
• (2a) Nos extremos, S3 ( x ) é aproximadamente parábola.
g 0 = g1
g n = g n−1

• (3a) Nos extremos, é dada uma inclinação I 0 e I n para S3 ( x ).


S3' ( x0 )= I 0 ⇒ s1, ( x0 )= I 0 ⇒ 3 a1 h12 −2 b1 h1 + c1 = I 0
S3' ( xn )= I n ⇒ s ,n ( xn )= I n ⇒ c n = In .
Nas alternativas (1a) e (2a), são eliminadas duas variáveis, g 0 e g n . Assim A g = b é
SPD, sendo que, o sistema é dado na ordem: A(n −1 )× (n −1) , g (n −1)×1 e b( n −1)×1 .
Na alternativa (3a), são acrescentadas duas equações. Assim A g = b é SPD, sendo
que, o sistema é dado na ordem: A(n +1)×(n +1) , g (n +1)×1 e b(n +1)×1 .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-14
9. Encontrar uma aproximação para f (0,25) por spline cúbica natural, interpolando a
tabela:
x0 x1 x2 x3 x4
x 0 0,5 1,0 1,5 2,0
y = f (x) 3 1,8616 −0,5571 −4,1987 −9,0536
Resolução: n =4, logo, procura-se s1 ( x ), s 2 ( x ), s 3 ( x ) e s 4 ( x ).
Spline Natural ⇒ k =1,2,…,( n −1) ⇒ k =1,2,3 ⇒ Utilizando a (15), segue que:
 y − yk yk − yk −1 
⇒ h k g k −1 +2( h k + h k +1 ) g k + h k +1 gk +1 =6  k +1 − 
 hk +1 h 
 k 

Desenvolvendo o sistema A g = b :

g 0 = g 4 = .......... (Spline Natural).


Então,
A g =b ⇒

g=

Forma geral de s i ( x ) ⇒ s i ( x )= ai ( x − xi )3 + bi ( x − xi )2 + ci ( x − xi )+ d i , com i =1,2,3,4.


f (0,25) ≈ s1 (0,25)
g1 − g0
a1 = ⇒ a1 = ..........
6h
g
b1 = 1 ⇒ b1 = ..........
2
y1 − y0 2hg1 + g0h
c1 = + ⇒ c1 = ..........
h 6
d 1 = y1 ⇒ d 1 = ..........
Logo, s1 (0,25)= ..........

⇒ s1 (0,25)= .......... .......... ≈ f (0,25) .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-15
Considerando os próximos 5 exercícios, encontrar uma aproximação para f ( x ) por
spline cúbica natural, interpolando a tabela:
x0 x1 x2 x3 x4
x 0 0,5 1,0 1,5 2,0
y = f (x) 3 1,8616 −0,5571 −4,1987 −9,0536
n =4, logo, procura-se s1 ( x ), s 2 ( x ), s 3 ( x ) e s 4 ( x ).
Do exercício anterior, a forma geral de s i ( x ) é dada por:
s i ( x )= ai ( x − xi )3 + bi ( x − xi )2 + ci ( x − xi )+ d i , com i =1,2,3,4.

10. f (0,8).
Resolução:
f (0,8) ≈ s 2 (0,8)
g − g1
a2= 2 = .......... ⇒ a 2 = ..........
6h
g
b 2 = 2 = .......... ⇒ b 2 = ..........
2
y2 − y1 2hg 2 + g1h
c2= + = .......... ⇒ c 2 = ..........
h 6
d 2 = y2 = .......... ⇒ d 2 = ..........
Logo, s 2 (0,8)= ..........

⇒ s 2 (0,8)= .......... .......... ≈ f (0,8) .

11. f (1,1).
Resolução:
f (1,1) ≈ s 3 (1,1)
g3 − g 2
a3 = = .......... ⇒ a 3 = ..........
6h
g
b3 = 3 = .......... ⇒ b3 = ..........
2
y3 − y2 2hg 3 + g 2h
c3 = + = .......... ⇒ c 3 = ..........
h 6
d 3 = y3 = .......... ⇒ d 3 = ..........
Logo, s 3 (1,1)=−0,7137(−0,4) −3,1260(−0,4)2 −8,6678(−0,4)−4,1987
3

⇒ s 3 (1,1)= .......... .......... ≈ f (1,1) .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Interpolação 4-16

12. f (1,2).
Resolução:
f (1,2) ≈ s 3 (1,2)
g − g2
a3 = 3 = .......... ⇒ a 3 = ..........
6h
g
b3 = 3 = .......... ⇒ b3 = ..........
2
y − y2 2hg 3 + g 2h
c3 = 3 + = .......... ⇒ c 3 = ..........
h 6
d 3 = y3 = .......... ⇒ d 3 = ..........
Logo, s 3 (1,2)= ..........

⇒ s 3 (1,2)= .......... .......... ≈ f (1,2) .

13. f (1,3).
Resolução:
f (1,3) ≈ s 3 (1,3)
g3 − g 2
a3 = = .......... ⇒ a 3 = ..........
6h
g
b3 = 3 = .......... ⇒ b3 = ..........
2
y3 − y2 2hg 3 + g 2h
c3 = + = .......... ⇒ c 3 = ..........
h 6
d 3 = y3 = .......... ⇒ d 3 = ..........
Logo, s 3 (1,3)= ..........

⇒ s 3 (1,3)= .......... .......... ≈ f (1,3) .

14. f (1,7).
Resolução:
f (1,7) ≈ s 4 (1,7)
g4 − g3
a4= = .......... ⇒ a 4 = ..........
6h
g
b 4 = 4 = .......... ⇒ b 4 = ..........
2
y − y3 2hg4 + g3h
c4= 4 + = .......... ⇒ c 4 = ..........
h 6
d 4 = y4 = .......... ⇒ d 4 = ..........
Logo, s 4 (1,7)= ..........

⇒ s 4 (1,7)= .......... .......... ≈ f (1,7) .

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Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-1

5 Ajuste de curvas pelo método dos mínimos


quadrados
5.1 Introdução
Uma forma de se trabalhar com uma função definida por uma tabela de valores é a
interpolacão. Contudo, a interpolação pode não ser aconselhável quando:
• É preciso obter um valor aproximado da função em algum ponto fora do intervalo de
tabelamento (extrapolação).
• Os valores tabelados são resultado de experimentos físicos, pois estes valores poderão
conter erros inerentes que, em geral, não são previsíveis.
Surge então a necessidade de se ajustar a estas funções tabeladas uma função que seja
uma “boa aproximação” para as mesmas e que nos permita “extrapolar” com certa margem de
segurança.
Assim, o objetivo deste processo é aproximar uma função f por outra função g ,
escolhida de uma família de funções em duas situações distintas:
• Domínio discreto: quando a função f é dada por uma tabela de valores.
y

• Domínio contínuo: quando a função f é dada por sua forma analítica.


y
y = f (x)

a x
b

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-2

5.2 Caso Discreto


O problema do ajuste de curvas no caso em que se tem uma tabela de pontos:
x1 x2 x3 … xm
f ( x1 ) f ( x2 ) f ( x3 ) … f ( xm )
com x1 , x 2 , x 3 , … , x m ∈[ a , b ], consiste em: “escolhidas” n funções contínuas g 1 ( x ),
g 2 ( x ), g 3 ( x ), … , g n ( x ), contínuas em [a , b ], obter n constantes α 1 , α 2 , α 3 , … , α n
tais que a função g ( x )= α 1 g 1 ( x )+ α 2 g 2 ( x )+ α 3 g 3 ( x )+ … + α n g n ( x ) se aproxime ao
máximo de f ( x ).
Este modelo matemático é linear pois os coeficientes que devem ser determinados α 1 ,
α 2 , α 3 , … , α n aparecem linearmente, embora as funções g 1 ( x ), g 2 ( x ), g 3 ( x ), …
, g n ( x ) possam ser não lineares.
Surge então a primeira pergunta: Como escolher as funções contínuas g 1 ( x ), g 2 ( x ),
g 3 ( x ), … , g n ( x ) ?
Esta escolha pode ser feita observando o gráfico dos pontos tabelados (diagrama de
dispersão) ou baseando-se em fundamentos teóricos do experimento que forneceu a tabela.
Seja d k = f ( x k )− g ( x k ) o desvio em x k .
O método dos mínimos quadrados consiste em escolher os coeficientes α 1 , α 2 , α 3 ,
… , α n de tal forma que a soma dos quadrados dos desvios seja mínima, isto é:
m m
∑ d k2 = ∑ [ f ( xk ) − g (x k )]2 deve ser mínimo.
k =1 k =1
Assim, os coeficientes α 1 , α 2 , α 3 , … , α n que fazem com que g ( x ) se aproxime ao
máximo de f ( x ), são os que minimizam a função:
m
F ( α 1 , α 2 , α 3 ,…, α n )= ∑ [ f ( xk ) − g ( x k )] 2 =
k =1
m
∑ [ f ( xk ) − α1 g1 ( xk ) − α 2 g 2 (x k ) − α 3 g 3 ( x k ) − L − α n g n ( xk )]2 .
k =1
g
y

f ( x k)
dk

g( xk) x
xk
Para isto é necessário que:
∂F
(α 1 , α 2 , α 3 , L, α n ) =0, j =1, 2, 3, …, n , isto é:
∂α j
∂F
(α 1 , α 2 , α 3 ,L , α n ) =
∂α j
m
2· ∑ [ f ( x k ) − α1 g1 ( xk ) − α 2 g 2 ( xk ) − L − α n g n ( x k )] ⋅ [− g j ( x k )] =0, j =1, 2, 3, …, n
k =1

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Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-3
ou
m
∑ [ f (x k ) − α1g1 ( xk ) − α 2 g 2 ( xk ) − L − α n g n ( xk )] ⋅ [g j ( xk )] =0,
k =1
j =1, 2, 3, …, n
Assim, tem-se o seguinte sistema de n equações lineares com n incógnitas α 1 , α 2 ,
α3 , … , αn :

m
∑ [ f ( x k ) − α1g1 ( x k ) − α 2 g 2 ( xk ) − L − α n g n ( xk )] ⋅[ g1( xk )] = 0
 k =1
m
∑ [ f ( x k ) − α1g1 ( x k ) − α 2 g 2 ( xk ) − L − α n g n ( xk )] ⋅[ g 2 ( x k )] = 0
 k =1
M M

m
∑ [ f ( x k ) − α1g1 ( x k ) − α 2 g 2 ( xk ) − L − α n g n ( xk )] ⋅[ g n ( x k )] = 0
 k =1
Que é equivalente a:
 m  m  m
 ∑ 1 k g ( x ) ⋅ g1 k 
( x ) ⋅ α 1 + L + ∑ 1 k g ( x ) ⋅ g n k 
( x ) ⋅ α n = ∑ g1( xk ) ⋅ f ( xk )
  k =1   k =1  k =1
 m  m  m

∑ 2 k g ( x ) ⋅ g 1 k 
( x ) ⋅ α 1 + L + ∑ 2 k g ( x ) ⋅ g n k 
( x ) ⋅ α n = ∑ g 2 ( xk ) ⋅ f ( x k )
  k =1   k =1  k =1

M M
 m  m  m
 ∑ g n ( xk ) ⋅ g1 ( x k ) ⋅ α1 + L + ∑ g n ( xk ) ⋅ g n ( xk )  ⋅ α n = ∑ g n ( x k ) ⋅ f ( xk )
  k =1   k =1  k =1
As equações deste sistema linear são chamadas de equações normais.
Este sistema pode ser escrito na forma matricial A ⋅ α = b :
 a11α1 + a12α 2 + L + a1n α n = b1
a
 21α1 + a 22α 2 + L + a 2n α n = b2

M M M M

 an1α + an2α + L + ann α n = bn
 1 2

m m
onde A = ( aij ) tal que aij = ∑ g i ( xk ) ⋅ g j ( xk ) = ∑ g j ( xk ) ⋅ g i ( xk ) = a ji , ou seja, A é
k =1 k =1
uma matriz simétrica;
m
α = [α1 , α 2 ,L , α n ]T e b = [b1 , b2 ,L , bn ]T é tal que bi = ∑ gi ( x k ) ⋅ f ( x k ) .
k =1
m
Lembrando que, dados os vetores x e y ∈ ℜm o número real 〈 x, y〉 = ∑ xk ⋅ y k é
k =1
chamado de produto escalar de x por y , e usando esta notação no sistema normal A ⋅ α = b ,
tem-se: a ij = 〈 gi , g j 〉 e bi = 〈 g i , f 〉 onde:
g l é o vetor [ g l ( x1 ) g l ( x2 ) g l ( x3 ) L g l ( x m )]T e
f é o vetor [ f ( x1 ) f ( x 2 ) f ( x 3 ) L f ( x m )]T .
Desta forma o sistema na forma matricial fica:

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Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-4

 〈 g1 , g1〉 〈 g1 , g 2 〉 L 〈 g1 , g n 〉   α1   〈 g1 , f 〉 
〈 g , g 〉 〈 g , g 〉 L 〈 g , g 〉  α   
 2 1 n   2  〈g 2 , f 〉
2 2 2
⋅ =
 M M M   M   M 
     
〈 g n , g1 〉 〈 g n , g 2 〉 L 〈 g n , g n 〉  α n  〈 g n , f 〉 
Demonstra-se que, se as funções g 1 ( x ), g 2 ( x ), g 3 ( x ), … , g n ( x ) forem tais que os
vetores g1 , g 2 , g 3 ,L , g n , sejam linearmente independentes (LI), então det A ≠ 0 e o sistema
de equações é possível e determinado (SPD). Demonstra-se ainda que a solução única deste
sistema, α 1 , α 2 , α 3 , … , α n é o ponto em que a função F ( α 1 , α 2 , α 3 ,…, α n ) atinge seu
valor mínimo.
OBS. 1: Se os vetores g1 , g 2 , g 3 ,L , g n , forem ortogonais entre si, isto é, se
〈 g i , g j 〉 = 0 se i ≠ j e 〈 g i , g j 〉 ≠ 0 se i = j , a matriz dos coeficientes A será uma matriz
diagonal, o que facilita a resolução do sistema A ⋅ α = b .

1. (Regressão Linear) Ajustar os dados da tabela abaixo através de uma reta.


i 1 2 3 4 5
xi 1,3 3,4 5,1 6,8 8,0
f ( xi ) 2,0 5,2 3,8 6,1 5,8
Resolução: Fazendo g ( x ) = α1 ⋅ g1( x ) + α 2 ⋅ g 2 ( x) e considerando g1 (x ) = .......... e
g 2 (x ) = .......... , tem-se: g ( x ) = ..................................................
Assim, a reta que melhor se ajusta aos valores da tabela terá coeficientes α1 e α 2 , que
são solução do seguinte sistema na forma matricial:
 〈 g1, g1〉 〈 g1 , g 2 〉   α1   〈 g1, f 〉 
〈 g , g 〉 〈 g , g 〉  ⋅ α  =  
 2 1 2 2   2 〈 g 2 , f 〉 
g1 =[ .......... .......... .......... .......... .......... ]
T

g 2 =[ .......... .......... .......... .......... .......... ]


T

f =[ .......... .......... .......... .......... .......... ]T


〈 g1 , g1 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g1 , g 2 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 2 , g1 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 2 , g 2 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g1 , f 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g2 , f 〉 = ..............................................................................................................................................................................
Assim,

Logo a equação da reta procurada é:


g ( x ) = .................................................

2. Ajustar os dados da tabela através da parábola g ( x ) = x 2 :


i 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
xi −1 −0,75 −0,6 −0,5 −0,3 0 0,2 0,4 0,5 0,7 1
f ( xi ) 2,05 1,153 0,45 0,4 0,5 0 0,2 0,6 0,512 1,2 2,05

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Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-5
y
2

-1 1 x
Resolução: Fazendo g ( x ) = α1 ⋅ g1 ( x) e considerando g1 (x ) = x 2 , obtém-se
g ( x ) = .................... . Assim, para se obter a parábola que melhor se ajusta aos pontos da
tabela, será necessário encontrar α1 do sistema:
[〈 g1 , g1 〉 ] ⋅ [α 1 ] = 〈 f , g1 〉 [ ]
g1 =[ .................... .................... .................... … .................... .................... ]T
f =[ .................... .................... .................... … .................... .................... ]T
〈 g1 , g1 〉 = ..............................................................................................................................................................................
..............................................................................................................................................................................
〈 g1 , f 〉 = ..............................................................................................................................................................................
..............................................................................................................................................................................

Assim, α1 = .................... .
Logo a equação da parábola procurada é: g ( x ) = .................................................

3. Ajustar os dados da tabela abaixo por um polinômio do segundo grau


g ( x ) = α1 + α2 ⋅ x + α 3 ⋅ x 2 .
i 1 2 3 4
xi −2 −1 1 2
f ( xi ) 1 −3 1 9

Resolução: Neste caso tem-se que: g1 (x ) = .......... , g 2 (x ) = .......... e g 3 ( x) = ..........


 〈 g1 , g1〉 〈 g1 , g 2 〉 〈 g1 , g 3 〉   α1   〈 g1 , f 〉 
     
〈 g 2 , g1〉 〈 g 2 , g 2 〉 〈 g 2 , g 3 〉  ⋅ α 2  = 〈 g 2 , f 〉 
〈 g 3 , g1 〉 〈 g 3 , g 2 〉 〈 g 3 , g 3 〉   α 3   〈 g 3 , f 〉 
 
g1 =[ .......... .......... .......... .......... ]T

g 2 =[ .......... .......... .......... .......... ]


T

g 3 =[ .......... .......... .......... .......... ]


T

f =[ .......... .......... .......... .......... ]T


〈 g1 , g1 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g1 , g 2 〉 = ..............................................................................................................................................................................

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Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-6
〈 g 2 , g1 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g1 , g 3 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 3 , g1〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 2 , g 2 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 2 , g 3 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 3 , g 2 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 3 , g 3 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g1 , f 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g2 , f 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 3 , f 〉 = ..............................................................................................................................................................................
Assim,

Logo a equação da parábola procurada é:

g ( x ) = .................................................

5.3 Caso Contínuo


No caso contínuo, o problema de ajuste de curvas consiste em: dada uma função
f ( x ) , contínua em [a , b ] e escolhidas as funções g1 ( x ), g 2 ( x ), g 3 ( x ),…, g n ( x ), todas
contínuas em [ a , b ], determinar constantes α 1 , α 2 , α 3 ,…, α n de modo que a função
g ( x )= α 1 g 1 ( x )+ α 2 g 2 ( x )+ α 3 g 3 ( x )+…+ α n g n ( x ) se aproxime ao máximo de f ( x ) no
intervalo [ a , b ].
Seguindo o critério dos mínimos quadrados para o conceito de proximidade entre
f ( x ) e g ( x ), os coeficientes α 1 , α 2 , α 3 ,…, α n a serem obtidos são tais que
b
∫a [ f (x ) − g (x )] dx seja o menor possível.
2

Para achar α tal que g ( x )≈ f ( x ), tome:


b
∫a [ f (x ) − g (x )] dx = F (α)= F ( α 1 , α 2 , α 3 ,…, α n ).
2

Encontram-se os pontos críticos de F (α):


∂F
(α)=0, j =1,2,…, n .
∂α j
b b
Mas, F (α)= ∫ [ f ( x ) − g ( x )]2dx = ∫ [ f ( x )2 − 2 f ( x ) g ( x ) + g ( x )2 ]dx
a a
b b b
⇒ F (α)= ∫ f ( x) 2dx −2 ∫ f ( x ) g ( x)dx + ∫ g ( x) 2dx .
a a a
∂F
Ao desenvolver (α)=0, j =1,2,…, n , obtém-se:
∂α j

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Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-7

  bg 2 ( x) dx α  bg ( x ) g ( x )dx  α b
  ∫a 1  1
+ L +
 ∫a 1 n  n
= ∫a f (x )g1( x)dx
 b
 ∫ g2 ( x ) g1 ( x )dx  α1 + L +  ∫ g 2 ( x ) g n ( x )dx  α n
b b

  a   a 
= ∫a f (x )g 2 ( x)dx .
 M O M M
 b
 ∫a gn ( x ) g1( x ) dx α1 + L  g 2( x )dx  α
b b

 
+  ∫a n  n = ∫a f (x )g n ( x )dx
Este é um sistema linear A α= b de ordem n .
b
A =( aij ) tal que aij = ∫ gi ( x) g j ( x )dx = a ji ⇒ aij = a ji .
a
A é SIMÉTRICA. α=( α 1 , α 2 , α 3 ,…, α n ) e b =( b1 , b2 , b3 ,…, bn ), tal que
b
bi = ∫ f ( x) gi ( x) dx .
a
Usando a definição de produto escalar de duas funções p ( x ) e q ( x ) no intervalo
b
[ a , b ] por 〈 p , q 〉 = ∫ p( x) ⋅ q ( x) dx , o sistema A α= b fica:
a

A =( aij )= gi , g j e b =( bi )= f , gi .

4. Aproximar a função f ( x )=4 x 3 por um polinômio do primeiro grau, uma reta, no


intervalo [0,1].
Resolução:
g ( x )= α 1 g 1 ( x )+ α 2 g 2 ( x )= ................................................., isto é, g1 ( x )= .......... e
g 2 ( x )= .......... .
 a11 a12   α1   b1  〈 g , g 〉 〈 g1 , g 2 〉   α1   〈 f , g1〉 
A α= b ⇒   ⋅  =  ⇒  1 1 ⋅ =
a21 a22  α 2  b2  〈 g2 , g1〉 〈 g 2 , g 2 〉  α 2  〈 f , g2 〉 

a11 = 〈 g1, g1〉 = ..........

a12 = 〈 g1 , g 2 〉 = 〈 g 2 , g1 〉 = a21 = ..........

a22 = 〈 g 2 , g 2 〉 = ..........

b1 = 〈 f , g1〉 = ..........

b2 = 〈 f , g 2 〉 = ..........

A α= b ⇒

Logo:

g ( x )= ................................................. ≈ f ( x )=4 x 3 em [0,1].

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Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-8

5. Aproximar a função f ( x )= e x no intervalo [0,1] por uma reta.


Resolução:
g ( x )= α 1 g 1 ( x )+ α 2 g 2 ( x )= ................................................., isto é, g1 ( x )= .......... e
g 2 ( x )= .......... .

 a11 a12   α1   b1  〈 g , g 〉 〈 g1 , g 2 〉   α1   〈 f , g1〉 


A α= b ⇒   ⋅  =  ⇒  1 1 ⋅ =
a21 a22  α 2  b2  〈 g2 , g1〉 〈 g 2 , g 2 〉  α 2  〈 f , g2 〉 

a11 = 〈 g1, g1〉 = ..........

a12 = 〈 g1 , g 2 〉 = 〈 g 2 , g1 〉 = a21 = ..........

a22 = 〈 g 2 , g 2 〉 = ..........

b1 = 〈 f , g1〉 = ..........

b2 = 〈 f , g 2 〉 = ..........

Usando o método de integração por partes em b2 : ∫ u ⋅ dv = u ⋅ v − ∫ v ⋅ du

g ( x )= ................................................. ≈ f ( x )= e x em [0,1].

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-9

5.4 Família de Funções Não Lineares nos Parâmetros


Em alguns casos, a família de funções escolhidas pode ser não linear nos parâmetros,
m
isto é, g ( x ) não é da forma ∑ α k ⋅ gk (x ) . Nestes casos é preciso efetuar uma “linearização”,
k =1
através de transformações convenientes.
Exemplos:

• 1o ) f ( x )≈ α1 ⋅ e α2 x = g ( x )
ln f ( x )≈ ln α1 ⋅ e α2 x = ln α1 + α 2 ⋅ x = G ( x ).
Fazendo ln α1 = a1 e α 2 = a2 , tem-se: G ( x )= a1 + a 2 ⋅ x ,
Desta forma G ( x )≈ ln f ( x ), sendo que G ( x ) é linear nos parâmetros a1 e a 2 .
1
• 2o ) f ( x )≈ =g (x)
α1 + α 2 ⋅ x
1
≈ α1 + α 2 ⋅ x = G ( x ).
f ( x)
Fazendo α1 = a1 e α 2 = a2 , tem-se: G ( x )= a1 + a 2 ⋅ x ,
1
Desta forma G ( x )≈ , sendo que G ( x ) é linear nos parâmetros a1 e a 2 .
f ( x)

• 3o ) f ( x )≈ α1 + α 2 ⋅ x = g ( x )
f 2 ( x )≈ α1 + α 2 ⋅ x = G ( x ).
Fazendo α1 = a1 e α 2 = a2 , tem-se: G ( x )= a1 + a 2 ⋅ x ,
Desta forma G ( x )≈ f 2 ( x ), sendo que G ( x ) é linear nos parâmetros a1 e a 2 .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Ajuste de curvas pelo método dos mínimos quadrados 5-10

6. Ajustar os dados da tabela que segue por uma função da forma g ( x )= α1 ⋅ e α 2 x .

x 0 1 2
f (x) 1 0,5 0,7
Resolução: Desta forma, “linearizando” a função g ( x )= α1 ⋅ e α 2 x , como no primeiro
exemplo anterior, tem-se:

 〈 g1, g1〉 〈 g1, g 2 〉   a1   〈 , g1 〉 


〈 g , g 〉 〈 g , g 〉  ⋅ a  = 〈 , g 2 〉 
 2 1 2 2   2 
g1 =[ .......... .......... .......... ]
T

g 2 =[ .......... .......... .......... ]


T

.................... =[ .................... .................... .................... ]


T

〈 g1 , g1〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g1 , g 2 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 g 2 , g1〉 = 〈 g1 , g 2〉 = ..........
〈 g 2 , g 2 〉 = ..............................................................................................................................................................................
〈 .............. , g1 〉 =
..............................................................................................................................................................................
〈 ............. , g 2 〉 =
..............................................................................................................................................................................

⇒ g ( x )= ................................................. ≈ f ( x ).
Os parâmetros assim obtidos não são ótimos dentro do critério dos mínimos
quadrados, isto porque estamos ajustando o problema linearizado por mínimos quadrados e
não o problema original. Portanto, os parâmetros a1 e a 2 do exemplo, são os que ajustam a
função G ( x ) à função ln f ( x ), no sentido dos mínimos quadrados. Não se pode afirmar
que os parâmetros α1 e α 2 (obtidos de a1 e a 2 ) são os que ajustam g ( x )= α1 ⋅ e α 2 x à f ( x ),
dentro do critério dos mínimos quadrados.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-1

6 Integração Numérica
Se uma função f ( x ) é contínua em um intervalo [a , b ] e sua primitiva F ( x ) é
conhecida, então

b
∫a f (x )dx = F ( b )− F ( a ) (01)

onde F ' ( x )= f ( x ).
Por outro lado, nem sempre se tem F ( x ) e em alguns casos, a função a ser integrada
é dada por meio de tabela de pontos. Neste caso, torna-se necessária a utilização de métodos
numéricos.
A idéia básica da integração numérica é a substituição da função f ( x ) por um
polinômio que a aproxime no intervalo [ a , b ]. Assim o problema fica resolvido pela
integração de polinômios, o que é trivial de se fazer.

6.1 Fórmulas de Newton-Cotes


Neste caso, o polinômio que interpola f ( x ) o faz em pontos igualmente espaçados de
[ a , b ].
n
f ( x ) dx = ∑ Ai f ( x i ) , sendo Ai coeficientes
b
Fórmulas fechadas: x 0 = a , x n = b e ∫a i =0
determinados de acordo com o grau do polinômio aproximador.

6.1.1 Regra dos Trapézios


f (x )
y p 1(x )
f ( x1)

f ( x0)

0 a= x 0 b = x1 x
h= b - a , h= x1- x 0
A integral de f ( x ) no intervalo [ a , b ] é aproximada pela área de um trapézio.

b h
∫a f (x )dx ≈ 2
[ f ( x 0 )+ f ( x1 )] = I T (02)

A aproximação de f ( x ) pela fórmula de Lagrange é p 1 ( x )= y 0 L0 ( x )+ y1 L1 ( x )


x − x1 x − x0
com L0 ( x )= e L1 ( x )= , logo:
x 0 − x1 x1 − x 0

x − x1 x − x0
p 1 ( x )= f ( x 0 )+ f ( x1 ) (03)
−h h

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-2
Estimativa para o Erro
f ( n+1) ( ξx )
f ( x )= p 1 ( x )+ E ( x ) E n ( x )=( x − x 0 )⋅…⋅( x − x n )⋅
( n + 1)!
f " (ξ x )
E ( x )=( x − x 0 )⋅( x − x1 )⋅ , ξ x ∈( x 0 , x1 )
2
f " (ξ x )
f ( x )= p 1 ( x )+( x − x 0 )⋅( x − x1 )⋅ .
2
Integrando f ( x ):
x1 x1 x1 f " (ξ x ) x = a
∫x f ( x ) dx = ∫ p1 ( x ) dx + ∫ ( x − x 0 )( x − x1 ) dx , com  0
 x1 = b
0 x0 x0 2
b
I T = ∫ p1 ( x ) dx
a

b f " (ξ x )
ET = ∫ ( x − a )( x − b ) dx
a 2
1 " b
ET = f ( c ) ∫ ( x − a )( x − b ) dx
2 a

1 ( b − a )3
ET =− f " ( c )
2 6

h3 "
ET =− f ( c ) com c ∈( a , b ) (04)
12
ou

h3
| ET |≤ max | f " ( x )| (05)
12 x∈[ a,b]
OBS. 1:
b
b  x 3 ax 2 bx 2  (a − b ) 3 ( b − a )3
∫a ( x − a x − b x + a b ) dx =  − − + abx = =−
2
.
 3 2 2 a 6 6

9
1. Calcular ∫1 6x − 5 dx , usando a regra dos trapézios.

Resolução:

9
∫1 6x − 5 dx ≈ I T = .................... .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-3
O erro cometido será, no máximo:

Logo, | ET |≤ .................... .

6.1.2 Regra dos Trapézios repetida


y

f (x )

0 a = x0 x1 x2 x3 x n-1 b = xn x
h = x1 − x 0 = x 2 − x1 = x 3 − x 2 = … = x n − x n −1
b−a
h= , com n sendo o número de subdivisões do intervalo [ a , b ].
n
b
∫a f (x )dx ≈ A1 + A2 + A3 +…+ An tal que Ai =área do trapézio i , com i =1,2,…, n .
h
Ai = [ f ( x i −1 )+ f ( x i )]
2

n −1
h
[ f ( x 0 )+ f ( x n )+2⋅ ∑ f ( x i ) ]
b
∫a f ( x ) dx ≈
2 i =1
(06)

Estimativa para o Erro

(b − a ) 3
| ETR |≤ 2
max | f " ( x )| (07)
12n x∈[ a ,b ]

9
2. Calcular ∫1 6x − 5 dx empregando o método dos trapézios com 8 repetições.
Determine uma aproximação para o erro cometido.
Resolução:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-4

x x 0 = ....... x1 = ....... x 2 = ....... x 3 = ....... x 4 = ....... x 5 = ....... x 6 = ....... x 7 = ....... x 8 = .......


f (x)

9
∫1 6x − 5 dx ≈ .................... .

Erro cometido será, no máximo:

| ETR | ≤ .................... .
Neste caso em particular, f ( x ) pode ser integrada de forma exata:

9
∫1 6x − 5 dx = .................... .

1
3. Seja I = ∫ e x dx . Calcule uma aproximação para I usando 10 subintervalos e a regra
0
dos trapézios repetida. Estimar o erro cometido.
Resolução:

1 x
∫0 e dx ≈ .................... .
Erro cometido será, no máximo:

| ETR | ≤ .................... .

1
4. Seja I = ∫ e x dx . Qual o número mínimo de subdivisões, para a regra dos trapézios
0
repetida aplicada em I , de modo que o erro seja inferior a 10−3 ?
Resolução:

n = .................... .

6.1.3 Regra 1/3 de Simpson


É obtida aproximando-se a função f ( x ) da equação (01) por um por um polinômio
interpolador de 2o grau, p2 ( x ), que é dado pela fórmula de Lagrange:
p2 ( x )= L0 ( x ) f ( x0 )+ L1 ( x ) f ( x1 )+ L2 ( x ) f ( x2 )

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-5
2 (x − x j )
tal que Li ( x )= ∏ , com i =0,1,2.
j = 0 ( xi − x j )
j≠i

y
f (x)
f ( x0) p2 (x )
f ( x2)
f ( x1)

0 a= x 0 m= x 1 b = x2 x
h h
x0 = a , x1 = m e x2 = b
a+b
m = x1 =
2
b−a
h=
2
x0 − x1 =− h , x0 − x2 =−2 h ,
x1 − x0 = h , x1 − x2 =− h ,
x2 − x0 =2 h , x2 − x1 = h .
( x − x1 )( x − x 2 ) ( x − x 0 )( x − x 2 ) ( x − x 0 )( x − x1 )
p 2 ( x )= f ( x 0 )+ f ( x1 )+ f ( x2 )
( − h)( −2h ) ( h )( −h ) ( 2 h)( h )
b x2 x2
∫a f (x )dx = ∫x 0
f ( x )dx ≈ ∫ p2 ( x) dx
x0
f ( x0 ) x2 f ( x1) x2 f ( x2 ) x2
2 ∫x ∫ ∫x (x − x0 )( x − x1)dx
= ( x − x1 )( x − x2 ) dx − 2
( x − x0 )( x − x2 )dx +
2h 0 h x 0 2h2 0

h
= [ f ( x 0 )+4 f ( x1 )+ f ( x2 )]. Logo:
3

b x2 h
∫a f (x )dx = ∫x 0
f ( x )dx ≈
3
[ f ( x 0 )+4 f ( x1 )+ f ( x2 )] (08)

Estimativa para o Erro


x2 x2 x2
∫x 0
f ( x )dx = ∫ p2 ( x) dx + ∫ R2 ( x )dx
x0 x0

b b f ''' ( ξx )
ES = ∫ R2 ( x) dx = ∫ ( x − x0 )( x − x1 )( x − x2 ) dx (09)
a a 3!

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-6
Mudança de Variável
x − x0 x0 − x 0
z= ⇒ x = hz + x 0 x = x0 = a ⇒ z = ⇒ z =0
h h
x − x 0 2h
x = x2 = b ⇒ z = 2 = ⇒ z =2
h h
dx
dz = ⇒ dx = h dz
h
h ⋅ f ''' (ξ z ) 2
ES =
6 ∫0 hz ( hz − h )( hz −2 h ) dz
h4 ⋅ f ''' ( ξ z ) 2 h4 ''' 2
ES =
6 ∫ 0
z ( z −1)( z −2) dz =
6
f ( ξ z ) ∫ ( z 3 − 3z 2 + 2 z ) dz
0
2
h4 ''' z4  h4 '''
ES = f (ξ z ) ⋅  − z3 + z2  = f ( ξ z ) ⋅0 = 0.
6  4  6
14424430
=0
Logo, ES =0. Isso quer dizer que ES não depende de R2 (resíduo de 2o grau).
Então:
b b f 4 (ξ x )
ES = ∫ R3 ( x ) dx = ∫ ( x − x0 )( x − x1)( x − x2 )( x − x3 ) dx
a a 4!
h5 ⋅ f 4 ( ξ z ) 2 h5 4 2 4
ES =
24 ∫0
z ( z −1)( z −2)( z −3) dz =
24
f ( ξ z ) ∫0
( z − 6 z 3 + 11z 2 − 6 z ) dz
14444244443
4
=−
15

h5 4
ES = − f (ξ) com ( a ≤ξ≤ b ).
90

h5
| ES | = ⋅ max | f 4 ( x ) | (10)
90 x∈[ a,b]
b−a 5 ( b − a)
5
Considerando h = ⇒h = , tem-se:
2 32

( b − a) 5
| ES | ≤ ⋅ max | f 4 ( x ) | (11)
2880 x∈[ a,b]

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-7

6.1.4 Regra 1/3 de Simpson repetida

f (x)

0 a = x0 x1 x2 x3 x4 x5 x6 xm -2 xm -1 b = x m x
h
b−a
Na figura, tome h = ⇒ h = xi − xi −1 ( i =1,2,… m ), para m =2 n ⇒ m é par.
2n
Aplica-se a regra de Simpson repetidas vezes no intervalo [ a , b ]=[ x0 , xm ].
x0 , x1 ,…, xm são pontos igualmente espaçados.
Então:
b xm
∫a f ( x ) dx = ∫
x0
f ( x ) dx
h h h
≈ [ y 0 +4 y1 + y2 ]+ [ y2 +4 y 3 + y4 ]+…+ [ ym − 2 +4 y m −1 + ym ]
3 3 3
b h
∫a f (x )dx ≈ 3 [ y 0 + ym +2( y2 + y4 +…+ ym − 2 )+4( y1 + y 3 +…+ y m −1 )]
−1 m m
h  2 2 
f ( x ) dx ≈  y 0 + ym +2 ∑ y2i +4 ∑ y2i −1 
b
∫a 3  i =1 i =1 
(12)

Estimativa para o erro: ESR


h5
ESR ≤ n ⋅ ⋅ max | f 4 ( x ) |
90 x∈[ a,b]

h5
ESR ≤ n ⋅ ⋅ max | f 4 ( x ) | (13)
90 x∈[ a,b]
b−a ( b − a)5
Considerando h = ⇒ h5 = , tem-se:
2n 32n 5

( b − a) 5
ESR ≤ ⋅ max | f 4 ( x ) |
4 x∈[ a ,b ]
(14)
2880n

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-8

1
5. Seja I = ∫ e xdx . Calcule uma aproximação para I usando a regra 1/3 de Simpson com
0
m =10. Estime o erro cometido.
Resolução:

1 x
∫0 e dx ≈ ................................................. .
Estimativa do erro:

ESR ≤ ................................................. .
Observe que ESR ≤ ................................................. e ETR ≤ ..................................................

1
6. Seja I = ∫ e xdx . Para que valor de m teríamos erro inferior a 10−3 ?
0

Resolução:

m = .................... ⇒ Para um erro inferior a 10−3 seriam necessários .......... subintervalos.


Obs: na regra dos trapézios com repetição são necessários .......... intervalos.

10
7. Seja I = ∫ log xdx . Aproxime I com a regra dos trapézios com 8 repetições. Estime o
6
erro cometido.
Resolução:

h = ................................................. ⇒ h = .................... .

i 0 1 2 3 4 5 6 7 8
xi

f ( xi )

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Integração Numérica 6-9
10
∫6 log xdx ≈ ................................................. .
Estimativa do erro:

⇒ ETR ≤ ................................................. .

10
8. Seja I = ∫ log xdx . Aproxime I com a regra de Simpson com 8 subintervalos. Estime
6
o erro cometido.
Resolução:

h = ................................................. ⇒ h = .................... . m = .......... e n = .......... .

i 0 1 2 3 4 5 6 7 8
xi

f ( xi )

10
∫6 log xdx ≈ ................................................. .
Estimativa do erro:

⇒ E SR ≤ ................................................. .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-1

7 Solução numérica de equações diferenciais


ordinárias
7.1 Introdução
Se uma equação diferencial tem apenas uma variável independente, então ela é uma
equação diferencial ordinária.
• EXEMPLOS:
dy
= x + y ; y , = x 2 + y 2 ; y ,, +(1− y 2 ) y , + y =0.
dx
Se uma equação diferencial envolve mais que uma variável independente, então ela é
equação diferencial parcial.
• EXEMPLO:
∂ 2u ∂ 2u
+ =0, com u ≡ u ( x , y ).
∂x 2 ∂y 2
A ordem de uma equação diferencial é a mais alta ordem de derivação que aparece na
equação.
Se, dada uma equação diferencial de ordem n , a função, assim como suas derivadas
até ordem n −1, são especificadas em um mesmo ponto, então temos um problema de valor
inicial (PVI).
Se, em problemas envolvendo equações diferenciais ordinárias de ordem n , n ≥2, as
n condições fornecidas não são dadas todas num mesmo ponto, então temos um problema de
valor de contorno (PVC).

dy
1. Resolver a seguinte EDO: =− xy .
dx
Resolução:

⇒ y = .................... , para k ∈ℜ. Que representa uma família de curvas em ℜ2 .

2. Para a mesma EDO anterior, y , =− xy , resolva considerando uma condição inicial


y ( x0 )= y0 , com x0 =0 e y0 =1.
Resolução:

y = .................... .

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-2

7.2 Problema de valor inicial (PVI)


Uma equação diferencial de ordem n se apresenta da seguinte forma:

y (n ) = f ( x , y , y , , y ,, , y (3 ) , y (4 ) ,…, y (n −1 ) ) (01)
onde
dl y
y = l , l =1,2,…, n , x ∈[ a , b ] e y :[ a , b ]→ℜ.
(l )
dx
Associadas a 0, podem existir condições cujo número coincide com a ordem da EDO.
Se tais condições se referem a um único valor x , tem-se um PROBLEMA DE VALOR
INICIAL – PVI. Caso contrário, tem-se um problema de valores de conterno.

7.2.1 Solução numérica de um PVI de primeira ordem


b−a
Toma-se m subintervalos de [a , b ], (m ≥1), e faz-se x j = x0 + j h onde h = ,
m
j =0,1,2,…, m , x j ∈[ a , b ].
I h ={ x0 , x1 ,…, xm } é denominado REDE ou MALHA de [ a , b ]. A solução numérica
ym ( x ) é a função linear por partes.

y (xm )

Solução
Exata ym

y (x3 )
y (x2) Solução
y (x1 ) y3 Numérica
y (x0)
y (x0 ) = y0 y2
y0 y1

x0 x1 x2 x3 xm -1 xm
• NOTAÇÃO: y ( x j )≈ y j significa que y j é aproximação para y ( x j ), x j ∈ I h .

• NO GRÁFICO: y ( x j ) ⇒ valor exato;

• y j ⇒ valor aproximado; j =1,2,…, m .

7.2.2 Método de Euler


Seja o PVI de primeira ordem definido por:

 y , = f ( x , y )
 (02)
 y( x0 ) = y0 = η, sendo η um número dado.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-3
Para se aproximar y j para as soluções exatas y ( x j ), com j =1,2,…, m , procura-se
inicialmente y1 .
T
y1
e1
y (x1 ) y (x )

y (x0 ) = y0

x0 x1
Traça-se a tangente T à curva y ( x ) no ponto ( x0 , y ( x0 )), cuja equação é:

y ( x )= y ( x0 )+( x − x0 ) y , ( x0 ) (03)
Fazendo x = x1 e lembrando que y ( x0 )= y0 , x1 − x0 = h , y , ( x0 )= f ( x0 , y ( x0 )) e
y1 ≈ y ( x1 ), tem-se:

y1 = y0 + h ⋅ f ( x0 , y ( x0 )) (04)

Erro cometido
e1 = y1 − y ( x1 ).

Aproximação e erro de yj de forma geral

 y j +1 = y j + h ⋅ f ( x j , y j )
 , com j =0,1,2,…, m −1 (05)
e j +1 = y j +1 − y ( x j +1)
O método de Euler consiste em calcular RECURSIVAMENTE a seqüência { y j }
através das fórmulas:

( A ) y0 = y( a ) = η
 , com j =0,1,2,…, m −1 (06)
( B ) y j +1 = y j + h ⋅ f ( x j , y j )

 y, = x − y + 2
3. Achar aproximações para a solução do PVI  na malha de [0,1] com
 y( 0 ) = 2
h =0,1.
Resolução:
1− 0
x0 =0, y0 =2, a =0, b =1, m = → m =10.
0,1
Usar 0 para j =0,1,2,…,9.
• j =0:

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-4

• j =1:

• TABELA:
j xj yj y (xj) y j − y ( x j )= e j
0 0 2 2
1 2,004837
2 2,018731
3 2,040818
4 2,07032
5 2,106531
6 2,148812
7 2,196585
8 2,249329
9 2,30657
10 2,367879
Na pratica, não se dispõe da solução exata y ( x j ) do PVI. Daí a necessidade de se
determinar uma expressão matemática para o erro. Usa-se a fórmula de Taylor para
desenvolver y ( x ), solução teórica do PVI, em torno de x0 :

x − x0 , ( x − x0 ) 2 ,, ( x − x0 ) 3 ,,,
y ( x )= y ( x0 )+ y ( x0 )+ y ( x0 )+ y ( x0 )+… (07)
1! 2! 3!
Fazendo x = x1 e lembrando que y ( x0 )= y0 , x1 − x0 = h , y , ( x0 )= f ( x0 , y ( x0 )) e
y1 = y ( x1 ), toma-se os dois primeiros termos da equação (07):
y1 = y0 + h ⋅ f ( x0 , y0 ). Generalizando-se, tem-se equação (05).

Erro local de truncamento - ELT


O erro no método de Euler quando se calcula y1 é obtido a partir do resto da fórmula
( x − x0 ) 2 ,, h2 , ,
de Taylor, que é: y (ξ), x0 <ξ< x1 , ou e1 = y (ξ), para h = x1 − x0 .
2! 2!
Numa etapa j dos cálculos, tem-se:

h2 , ,
ej = y (ξ), x j −1 <ξ< x j , (08)
2!
que é o ERRO LOCAL DE TRUNCAMENTO – ELT.
Na prática, procura-se estabelecer COTAS ou ESTIMATIVAS para que se possa
conduzir o cálculo do erro com segurança.

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-5

Toma-se k = y ,, (ξ), constante, e h suficientemente pequeno para ser tomado como


parâmetro do ELT. Diz-se que ELT é da ordem de h 2 e se escreve ( h 2 ).

7.2.3 Métodos de Runge-Kutta

Métodos de passo simples


Um método para resolver o PVI 0 é de passo simples se a aproximação y j +1 depende
apenas do resultado y j da etapa anterior.
Forma geral para métodos de passo simples:

y j +1 = y j + h φ( x j , y j ; h ), para j =0,1,2,…, m −1. (09)


Onde φ é a função incremento e h o comprimento do passo.
OBS. 1: Para o método de Euler, a função incremento é φ( x j , y j ; h )= f ( x j , y j ). Um
caso especial de Runge-Kutta.

Métodos com Derivadas


O método de Euler possui ordem um pois, foi obtido da fórmula de Taylor com
desenvolvimento até o termo em h .
Ao fazer o mesmo desenvolvimento até o termo em h 2 , obtém-se o método de passo
simples e ordem dois.

h2 , ,
y j +1 = y j + h y , ( x j )+ y ( x j ), para j =0,1,2,…, m −1. (10)
2!

ELT – Erro local de truncamento

h3 , , ,
e j +1 = y (ξ), x j <ξ< x j +1 . (11)
3!
OBS. 2: Em (09), y , ( x j )= f ( x j , y j ).
y ,, ( x j )=? Regra da cadeia de f em relação a x j :
∂f ∂f ∂x ∂f ∂y
(xj, yj )= ( x j , yj ) (xj, y j) + ( x j , yj ) (xj, yj)
∂x4243 ∂x
1 ∂x4243 ∂y
1 ∂x4243
1
= y ,, ( x j ) =1 = f (x j ,y j )

∂f ∂f
y ,, ( x j )= ( x j , y j )+ ( x j , y j ) f ( x j , y j )
∂x ∂y

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-6

 y, = x − y + 2
4. Achar aproximações para a solução do PVI  na malha [0,1] com h =0,1
 y( 0 ) = 2
usando o método da equação (10).
Resolução:
1− 0
x0 =0, y0 =2, a =0, b =1, m = → m =10.
0,1
Usar equação (10) para j =0,1,…,9.
• j =0:

• j =1:

• TABELA:
j xj yj y (xj) y j − y ( x j )= e j
0 0 2 2
1 2,004837
2 2,018731
3 2,040818
4 2,07032
5 2,106531
6 2,148812
7 2,196585
8 2,249329
9 2,30657
10 2,367879

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-7
7.2.4 Método de Euler Aprimorado (Método de Runge-Kutta de Segunda
Ordem)
Retomando a equação (09): y j +1 = y j + h φ( x j , y j ; h ), para j =0,1,2,…, m −1.
1
Fazendo-se φ( x j , y j ; h )= ( k1 + k 2 ) e substituindo na equação, tem-se:
2

h
y j +1 = y j + ( k1 + k 2 ), para j =0,1,2,…, m −1 (12)
2
onde k1 = f ( x j , y j ) e k 2 = f ( x j + h , y j + h k1 ).

 dy
 = − xy
5. Achar aproximações para a solução do PVI  dx na malha [0,1] com h =0,5
 y( 0) = 1
usando o método de Euler Aprimorado.
Resolução:
y ( x j )= e − x | y j − y ( x j )|
2
j xj yj k1 k2 /2

0 0 1
1
2

7.2.5 Fórmulas de Runge-Kutta de Quarta Ordem


Estas fórmulas são normalmente as mais utilizadas.

h
y j +1 = y j + ( k1 +2 k 2 +2 k3 + k 4 ), para j =0,1,2,…, m −1 (13)
6
onde k1 = f ( x j , y j ),
h h
k 2 = f ( x j + , y j + k1 ),
2 2
h h
k3 = f ( x j + , y j + k 2 ) e
2 2
k 4 = f ( x j + h , y j + h k3 ).

Erro local de truncamento: ETL

h5 (5 )
ej = y (ξ), x j −1 <ξ< x j (14)
5!

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Solução numérica de equações diferenciais ordinárias 7-8

 dy
 = − xy
6. Calcular a solução do PVI  dx com h =0,1, no interior do intervalo [0,1], pelo
 y( 0) = 1
método de Runge-Kutta de quarta ordem.
h
Resolução: y j +1 = y j + ( k1 +2 k 2 +2 k3 + k 4 ), para j =0,1,2,…,9.
6
k1 = .........................................................................................
k 2 = .........................................................................................
k3 = .........................................................................................
k 4 = .........................................................................................
j xj yj k1 k2 k3 k4
0 0 1
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

 y, = x − y + 2
7. Achar aproximação para a solução do PVI  na malha [0,1] com h =0,1
 y( 0) = 2
usando o método de Runge-Kutta de segunda ordem (Euler aprimorado).
1− 0
Resolução: x0 =0, y0 =2, a =0, b =1, m = → m =10.
0,1
0,1
y j +1 = y j + ( k1 + k 2 ), para j =0,1,2,…,9.
2
k1 = ......................................................................................... e k 2 = .........................................................................................
j xj yj k1 k2
0 0 2
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10

Lauro / Nunes
Cálculo Numérico Referências Bibliográficas 8-1

8 Referências Bibliográficas
1. Barroso / Barroso / Campos / Carvalho / Mata.
Cálculo Numérico (com aplicações) - (2a. Edição). Editora Harbra, São Paulo,
1987.
2. Gomes-Ruggiero / Lopes, Makron Books. Cálculo Numérico
Aspéctos Teóricos e Computacionais (2a. Edição) - São Paulo, 1996.
3. Burden, Richard L. e Faires, J. Douglas. Análise Numérica (1a. Edição).
Editora Pioneira Thomson, 2003.
4. Humes, A.F.P.C., et al. Noções de Cálculo Numérico.
São Paulo: Mc. Graw Hill, 1984.

Lauro / Nunes

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