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23/09

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS


São autônomas e substituem a pena privativa de liberdade por ceras restrições ou obrigações.
Possuem caráter substitutivo, ou seja, não são previstas em abstrato no tipo penal, e, assim,
não podem ser aplicadas diretamente.
Possuem a mesma duração da pena privativa de liberdade aplicada, não podendo ser aplicadas
cumulativamente com a pena privativa de liberdade.

REQUISITOS:
CRIMES CULPOSOS: qualquer que seja a pena fixada na sentençapode haver a substituição da
pena privativa de liberdade.
CRIMES DOLOSOS: pena privativa de liberdade aplicada pelo juiz não pode ser superior a 4
anos, e o crime não pode ter sido cometido com emprego de violência ou grave ameaça a
pessoa.
Quanto o réu não for reincidente em crimes dolosos. – reincidência especifica. Para haverá
substituição não pode haver a reincidência naquele mesmo delito.
REQUISITOS SUBJETIVOS: culpabilidade, antecedentes, conduta social e a personalidade do
agente, bem como, os motivos e as circunstancias do crime indicarem que essa substituição
seja suficiente para a prevenção e repressão do crime.

ESPÉCIES:
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: pagamento em $ a vitima, a seus dependentes ou a entidade publica
ou privada com destinação social, de uma importância fixada pelo juiz.
O valor não pode ser inferior a 1 salário mínimo, nem superior a 360 salários mínimos.
Se houver concordância do réu, pode consistir em prestação de outra natureza.
Se o pagamento for para a vitima ou seus dependentes, poderá ser descontado.
Lei 11.340/2006 – veda a substituição.
PERDA DE BENS OU VALORES: refere-se a bens ou valores pertencentes ao condenado e que
reverterão em favor do fundo penitenciário nacional.
TETO MÁXIMO: o montante do prejuízo causado ou o provento obtido pelo agente ou terceiro
em conseqüência da prática do crime, o que for maior.
22/09
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS A COMUNIDADE OU ENTIDADES PÚBLICAS: consiste na atribuição
ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos
ou outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatuais.
A prestação de serviços não é remunerada.
As tarefas são atribuídas pelo juiz de acordo com as aptidões do condenado, devendo ser
cumpridas á razão de uma hora por dia de condenação, para não prejudicar a jornada normal
de trabalho.
Se a pena for superior a um ano, é facultado cumpri-la em período menor, nunca inferior á
metade da pena originariamente imposta.
É o juiz da execução penal quem designa a entidade.
INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS:
Proibição de exercício de cargo, função pública, bem como mandato eletivo.
Proibição de exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial,
de licença ou autorização do poder público.
Suspenção de autorização ou de habilitação para dirigir veiculo.
Proibição de frequentar determinados lugares.

LIMITAÇÃO PARA FIM DE SEMANA: consiste na obrigação de permanecer aos sábados e


domingos, por 5 horas diárias, em casa do albergado ou outro estabelecimento adequado.
REGRAS PARA A SUBSTITUIÇÃO
Se a pena for igual ou inferior a 1 ano, a substituição pode ser feita por multa ou por pena
restritiva de direitos.
Se a pena for inferior a 6 meses, não poderá ser fixada a pena de prestação de serviços à
comunidade.
Se a condenação for superior a 1 ano e não superior a 4 anos, poderá ser substituída por uma
pena restritiva de direitos e multa por duas restritivas de direito.
Poderá haver a conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade?

PENA DE MULTA
O CP adota o sistema do dia-multa, revogando todos os dispositivos que fixavam a pena de
multa em valores expressos em cruzeiros.

ESPÉCIES:
Aquela expressamente prevista no preceito secundário do tipo penal.
Aquela aplicada em substituição a uma pena privativa de liberdade não superior a 1 ano – Art.
44 § 2º CP.
CALCULO DO VALOR DA MULTA
Inicialmente o juiz fia o número de dias-multa – 10 a 360.
Posteriormente fixa o valor de cada dia-multa, 1/30 do salário mínimo, até 5 X o valor do
salário mínimo.
Para fixação do valor de cada dia-multa, deve-se levar em consideração a situação econômica
do sentenciado.
Consequência do não pagamento da pena multa? Transforma-se em dívida com a União.

29/09
APLICAÇÃO DA PENA
Código penal, no art. 68, consagrou o critério trifásico paraa fixação da pena.
Pena base será fixada de acordo com o critério do art. 59 do CP.
No caso de existência de qualificadoras, altera-se a própria pena em abstrato, partindo o juiz
de outros patamares, e, portanto, não influenciam na fixação da pena.

1º FASE – APLICAÇÃO DAS CIRICUNSTÂNCIAS JUDICIAIS.


Serão consideradas as circunstancias judiciais ou inominadas, constituindo um parâmetro para
o magistrado, diante das características do caso concreto, deverá aplicá-las para fixar a pena
base para o delito.
CULPABILIDADE: grau de reprovabilidade da conduta, de acordo com as condições pessoais do
agente e das características do crime.
ANTECEDENTES: são os fatos bons ou maus da vida pregressa do autor do crime.
CONDUTA SOCIAL: refere-se ao comportamento do agente em relação as suas atividades
profissionais, relacionamento familiar, social, etc.
PERSONALIDADE: o juiz deve analisar o temperamento e o caráter do acusado, levando em
conta sua periculosidade, sua índole, seu perfil psicológico e moral.
MOTIVOS DO CRIME: são os precedentes psicológicos do crime, ou seja, os fatores que o
desencadearam, que levaram o agente a cometê-lo. (ver INTER CRIMINIS).
CIRCUNSTANCIAS DO CRIME: refere-se à maior ou menor gravidade do delito em razão do
MODUS OPERANDI, no que diz respeito aos instrumentos do crime, tempo de duração, forma
de abordagem, local da infração.
CONSEQUENCIAS DO CRIME: referem-se à maior ou menor intensidade da lesão produzida no
bem jurídico em decorrência da infração penal.
COMPORTAMENTO DA VÍTIMA: se ficar demonstrado que o comportamento da vitima de
alguma forma estimulou a pratica do crime, ou de alguma maneira, influenciou negativamente
o agente, a pena deve ser abrandada.

2º FASE – APLICAÇÃO DAS AGRAVANTES E ATENUANTES GENÉRICAS


O montante de aumento ou diminuição da pena pela existência das agravantes ou atenuantes
fica a critério do juiz, não havendo um índice preestabelecido.
Agravantes genéricas – arts. 61 e 62 CP.
Atenuantes genéricas – arts. 65 e 66 CP.

3º FASE – APLICAÇÃO DAS CAUSAS DE AUMENTO E DE DIMINUIÇÃO DE PENA


Podem estar previstas na parte geral ou na parte especial do código penal.
São identificadas quando a lei se utiliza de um índice de soma ou de diminuição da pena fixada
na fase anterior.
Com o reconhecimento de causa de aumento ou de diminuição da pena, o juiz pode aplicar
pena superior á máxima ou inferior a mínima previstas em abstrato.

06/10
CONCURSO DE CRIMES
ESPÉCIES
CONCURSO MATERIAL: ocorre quando o agente, mediante duas ou mais ações ou omissões,
comete dois ou mais crimes, idênticos ou não. Neste caso as penas serão somadas. Pode ser:
Homogêneo ou Heterogêneo.
CONCURSO FORMAL: ocorre quando o agente, mediante uma única ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes. Se os crimes forem idênticos, será aplicada uma pena, aumentada de 1/6
até ½. Se os crimes não forem idênticos, o juiz aplicará a pena do crime mais grave, aumentada
de 1/6 até ½.
CRIME CONTINUADO: ocorre quando o agente, mediante duas ou mais ações ou omissões,
pratica dois ou mais crimes, mas tem aplicada uma só pena, aumentada de 1/6 até 2/3.
REQUISITOS:
Os crimes devem ser da mesma espécie, ou seja, previstos no mesmo tipo penal.
Os crimes devem ter sido cometidos pelo mesmo modo de execução.
Os crimes devem ter sido cometidos nas mesmas condições de tempo.
Os crimes devem ter sido cometidos nas mesmas condições de local.
Deve haver unidade de desígnios, ou seja, o agente deve desejar praticar os crimes em
continuidade, aproveitando as mesmas oportunidades para cometê-los.

Obs:
No caso de crimes com a mesma pena, aplica-se o aumento de 1/6 a 2/3.
Caso os crimes tenham penas diferentes, aplica-se a pena do crime mais grave, aumentada em
1/6 a 2/3.

LIMITE DAS PENAS: o tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser
superior a 30 anos.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA


CONCEITO: é a suspensão da pena privativa de liberdade por determinado tempo, mediante
algumas condições impostas pelo juiz, e, ao término caso não tenha ocorrido causa para
revogação, será declarada extinta a pena.
- não se aplica às restritivas de direito nem à multa.
2) REQUISITOS:
a) A pena fixada na sentença não pode ser superior a 2 anos;
b) O condenado não pode ser reincidente em crime doloso, salvo se foi à pena de multa.
c) Circunstancias judiciais e motivos do crime devem ser favoráveis a concessão do benefício.
3) PERÍODO PROVA: 2 a 4 anos, dependendo da gravidade do delito e das condições pessoais
do agente.
4) AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA: pergunta-se o condenado aceita o regime de suspensão
condicional.
CAUSAS DA REVOGAÇÃO DA SURSIS: (sursis é a suspensão da pena).
OBRIGATÓRIAS
Superveniência d e condenação irrecorrível por crime doloso;
Não reparação do dano sem motivo justificado;
Descumprimento das condições impostas;
FACULTATIVAS:
Condenação por contravenção penal ou crime culposo, exceto se for imposta a pena de multa;
Deverá ocorrer, em qualquer caso a oitiva do sentenciado para que possa justificar-se.

LIVRAMENTO CONDICIONAL
CONCEITO: é um incidente na execução da pena, consiste em uma antecipação provisória da
liberdade do condenado, mediante a imposição de certas obrigações.
REQUISITOS:
Cumprimento de 1/3 da pena para condenado não reincidente em crime doloso.
Cumprimento de ½ da pena para condenado reincidente doloso.
Cumprimento de 2/3 da pena para condenado por crime hediondo, tortura e terrorismo.
Bom comportamento carcerário.
Demonstrar aptidão para prover a sua subsistência.
CONDIÇÕES:
OBRIGATÓRIAS:
Obter ocupação lícita, dentro de um prazo razoável.
Comparecimento periódico em juízo.
Não mudar do território da comarca do juízo, sem previa autorização.
FACULTATIVAS:
Não mudar de residência sem comunicação ao juízo.
Recolher-se a residência na hora fixada pelo juiz.
Não freqüentar determinados lugares, mencionados na sentença pelo juiz.

JURI DIA 29/10


13/10/10
MEDIDAS DE SEGURANÇA
Sistemas de aplicação
Duplo Binário: a medida de segurança era aplicada ao agente considerado perigoso, que viesse
a praticar um crime, cuja execução era iniciada após o condenado cumprir a pena privativa de
liberdade.
Sistema Vicariante ou Substitutivo: a medida de segurança é aplicada, como regra, ao
inimputável que houver praticado uma conduta típica e ilícita, não sendo, porém, culpável.

Finalidade: diferentemente da pena, destinam-se a cura ou, pelo menos, ao tratamento


daquele que praticou um fato típico e ilícito.
Prevenção.
Enseja uma sentença de absolvição – absolutória imprópria, com o objetivo de prevenir a
prática de novos crimes pelo indivíduo que é inimputável.
Espécies:
Detentiva: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou, à falta, em outro
estabelecimento adequado.
Restritiva: sujeição a tratamento ambulatorial.
2.1) Critérios para aplicação da medida de segurança.
O juiz, ao proferir a sentença, deverá aplicar aquela que melhor se adapte ao caso. Art. 97 CP.

Prazo máximo de cumprimento da medida de segurança.


Tratando-se de providencia judicial curativa, a medida de segurança não tem prazo certo de
duração, persistindo enquanto houver necessidade de tratamento destinado à cura ou à
manutenção da saúde mental do inimputável.
Terá duração enquanto não for constatada, por meio de perícia médica, a cessação da
periculosidade do agente, não raras vezes, ser mantida até a morte do agente.

3.1) Críticas e divergências:


Zaffononi e Pirangeli – não admitem a aplicação do tratamento sem prazo determinado, pois a
CF veda a aplicação da prisão perpétua.
César Roberto Bitencourt – a medida não pode ultrapassar o limite máximo da pena
abstratamente cominada ao delito.
STF – período máximo para a aplicação é de 30 anos.
3.2) Prazo mínimo – 3 anos, em qualquer das modalidades.
Após o decurso do prazo, deverá ser realizada perícia médica, a qualquer deverá ser repetida,
anualmente, ou, menor por determinação judicial.

Limite legal da medida de segurança: enquanto houver periculosidade se aplica a medida de


segurança.
Desinternação ou liberação condicional: quando o laudo pericial assim o determinar.
5.1) Reinternação:
6) Medida de segurança substitutiva aplicada ao semi-imputavel: ser for verificado que o
condenado necessite de tratamento, a pena privativa de liberdade poderá ser substituída pela
internação ou tratamento ambulatorial, pelo prazo de 1 a 3 anos.
Nestes casos, não poderá ser superior ao tempo de condenação do agente.

07) Direitos do internado: todos aqueles não atingidos pela sentença ou pela lei, e deverá ser
recolhido em estabelecimento dotado de características hospitalares e submetido à
tratamento.

20.10.10

AÇÃO PENAL
Pretensão e Lide

Carnelutti: Lide é um conflito de conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
Pretensão punitiva: Pretensão condenatória de imposição da sanção penal ao autor do fato
tido como delituoso.

Condições da ação condicionam o conhecimento e julgamento da pretensão veiculada pela


demanda ao preenchimento de determinadas exigências.

A não observância das condições da ação não impede nem retiram o direito, mas sim, o
julgamento do mérito.
Mérito na ação penal condenatória:
A existência de um fato

- Ser este fato imputável ao acusado

Constituir este fato uma ação típica ilícita e culpável.

2.1) Interesse de Agir: Necessidade de escolha jurisdicional para a composição do conflito


surgido entre quem se alega titular de um direito subjetivo, no sentido de que a um direito
corresponde a ação.

2.2) Legitimidade: O Processo penal dispõe que somente determinadas pessoas possam
promover a ação penal.

Regra geral: Art. 129 – Cf.

2.3) Possibilidade jurídica do pedido: Previsão no ordenamento jurídico da providencia que se


quer ver atendida.

Classificação da Ação Penal

Critério Subjetivo:

_ Ação Penal Privada: Incondicionada: Condicionada

_ Ação Penal Privada: Pluramente Privada: Subsidiária da Pública

Conceito de ação penal: Direito que o estado possui de levar ao conhecimento do juiz um fato
que se reveste de aparência de infração penal, indicando-lhe o pretenso de autor e, ao mesmo
tempo, pedindo-lhe a aplicação do direito penal objetivo.

_ Como saber se tal ou qual crime é de ação pública incondicionada, condicionada ou ação
privada?

Ação Penal nos crimes complexos.

Queixa-Crime

6.1) Conceito: ato processual de iniciativa do ofendido, que dá origem a ação penal
privada.
6.2) decadência – 6 meses.

6.3) Substituição Processual – 31 CPP.

6.4) Requisitos da petição – 41 CPP.

6.5) O ofendido pode desistir da ação penal privada?

6.6) Procuração
21/10
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE art. 107 CP.
Morte do agente.
Anistia, graça ou indulto.
Abolitio criminis.
Decadência é a perda do direito de ação em face do decurso do prazo para o oferecimento da
queixa ou representação.

Prescrição.
5.1) Espécies.
a) Prescrição da pretensão punitiva: ocorre quando a pretensão punitiva estatal não for
exercida dentro dos prazos fixados na lei.
- acarreta a perda do direito de punir do Estado, em face do não exercício desse direito dentro
do prazo legal.
- deve ser verificada de acordo com o Maximo da pena privativa de liberdade em abstrato para
a infração penal, segundo as regras do art. 109 CP.
- contagem do prazo pela metade, art. 115 CP.

5.2) Inicio do prazo prescricional:


- a partir da consumação do crime.
- em caso de tentativa, da data em que cessou a atividade, ou seja, da data em que foi
praticado o último ato executório.
- nos crimes permanentes, na data em que cessou a permanência.
- bigamia, falsificação o alteração de assento de registro civil, da data em que o fato se tornou
conhecido pela autoridade.
- no caso de concurso de crimes, deve ser analisada isoladamente, a partir da data da
consumação de cada um dos delitos.

5.3) Causas de interrupção da prescrição:


- recebimento da denuncia ou da queixa.
- pronuncia.
- decisão confirmatória da pronuncia.
- sentença condenatória recorrível.

5.4) Causas que suspendem a prescrição:


- enquanto não se resolveu em outro processo a questão que dependa o conhecimento da
existência do crime.
- enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
- crime cometido por deputado ou senador após a diplomação.
- durante o período de suspensão condicional do processo.
- se o acusado, citado por edital, não comparece nem constitui advogado.
- quando houver a necessidade de citação por carta rogatória.

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