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CAPÍTULO II - ORDEM DOS PROCESSO S NO TRIBUNAL a) Alternatividade: a distribuição deve ser alternada entre

os membros do tribunal, obedecendo-se rigorosa


ART. 929 A 946, CPC
igualdade, para que haja equânime divisão de trabalho.
b) Sorteio eletrônico: ocorre em decorrência da garantia
Em geral, o procedimento no tribunal tem duas fases constitucional do juiz natural, que impede a "escolha",
distintas: uma perante o relator, a quem se atribui a exigindo-se o atendimento a critérios objetivos,
função de praticar todos os atos até a sessão de previamente estabelecidos.
julgamento, e a outra, perante o colegiado, que tem por
finalidade o debate e o julgamento do caso. c) Publicidade: permite-se que as partes, seus
procuradores e outros interessados conheçam o órgão
REGIMENTO INTERNO DO S TRIBUNAIS julgador e o relator, de modo que possam fiscalizar a
distribuição e, até mesmo, corrigir eventual erro.
Art. 96. Compete privativamente: I - aos tribunais: a) eleger seus
órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com
ELABORAÇÃO DO VOTO DO RELATOR
observância das normas de processo e das garantias processuais
das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos
ao relator, que, em 30 dias, depois de elaborar o voto, restituí-
los-á, com relatório, à secretaria.
A CF, atribui aos tribunais o poder de elaborar seus
regimentos, com observância das normas constitucionais e
O artigo confirma o imediatismo da distribuição, de modo
legais, dispondo sobre a competência e o funcionamento
a conferir celeridade. Feita tal exposição por meio do
dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos.
relatório, serão os autos restituídos à secretaria do
tribunal. Quanto a este dispositivo Frederico Neves traça
PROCEDIMENTO críticas, pois, na pratica tal prazo é inviável, principalmente
ELABORAÇÃO
JULGAMENTO quando há interferência do MP (que tem prazo dobrado).
PROTOCOLO DISTRIBUIÇÃO DO VOTO DO
COLEGIADO
RELATOR

Enunciado 41 - (arts. 931 e 947 e 984, I) - Nos Incidentes de


PROTOCOLO Resolução de Demandas Repetitivas e no de Assunção de
Competência o relatório conterá os fundamentos
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no
determinantes da controvérsia, possuindo função
dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com
preparatória para a formação do precedente.
imediata distribuição. Parágrafo único. A critério do tribunal, os
serviços de protocolo poderão ser descentralizados, por
delegação a ofícios de justiça de primeiro grau. FUNÇÃO DO RELATOR

O protocolo é livro oficial, sua principal função é de Art. 932. Incumbe ao relator:
autenticar a data de apresentação dos autos ou petições,
sendo permitida, a partir de então, a obtenção de certidões I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação
à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar
ou de recibo. O registro consiste na anotação de chegada
autocomposição das partes;
do recurso no setor designado. Deve ser feito no mesmo
dia da apresentação da petição ou da chegada dos autos
II - apreciar o pedido de tutela provisória (e efeito suspensivo)
ao tribunal. Além da finalidade estatística, fiscal, nos recursos e nos processos de competência originária;
administrativa e processual, tem por objetivo garantir a
publicidade. III - não conhecer de recurso inadmissível (sem os requisitos),
prejudicado (agravo que não tem objeto, ou seja, o juiz se
retratou) ou que não tenha impugnado especificamente os
DISTRIBUIÇÃO
fundamentos da decisão recorrida (desrespeito a dialeticidade
recursal);
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento
interno, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e
IV - negar provimento a recurso que for contrário a:
a publicidade. Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado
no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso
a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;
subsequente interposto no mesmo processo ou em processo
conexo.
b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STF em julgamento de
recursos repetitivos (RESP E REX);
c) entendimento firmado em IRDR ou de IAC;
Quando ocorrer situação superveniente ou questão ainda
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar não apreciada nos autos, que possa influir no julgamento
provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
do mérito deverá o relator conceder às partes a
a) súmula do STF, do STJ ou do próprio tribunal;
oportunidade de manifestação, para que o julgamento
b) acórdão proferido pelo STF ou pelo STF em julgamento de
reflita exatamente o estado de fato da lide no momento da
recursos repetitivos (RESP E REX); decisão. A constatação pelo relator poderá ocorrer de
ofício ou de forma provocada por qualquer das partes,
c) entendimento firmado em IRDR ou de IAC; hipótese em que o contraditório se aperfeiçoará com a
intimação.
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade
jurídica, quando este for instaurado originariamente no tribunal;
JULGAMENTO
VII - determinar a intimação do MP, quando for o caso;
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente,
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as
interno do tribunal. hipóteses previstas, a publicação da pauta no órgão oficial.

Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de
relator concederá o prazo de 5 dias ao recorrente para que seja julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 dias, incluindo-
sanado vício ou complementada a documentação exigível. se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados,
salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado
para a primeira sessão seguinte.
Juiz relator é o membro de um tribunal que é o responsável
por analisar precipuamente um processo, sendo de sua §1º Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a
competência apresentar o relatório (resumo sobre o que publicação da pauta de julgamento.
ocorreu no processo) e o voto (a sua decisão a respeito do
caso) aos demais membros da sua respectiva turma. Com §2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a
base nesse relatório e voto, os demais membros do sessão de julgamento.
tribunal apresentarão o seu voto, que pode se limitar a
acompanhar o voto do relator. Havendo algum outro Os julgamentos, nos tribunais, devem, em princípio, ser
magistrado que discorde da posição do relator, poderá realizados de forma colegiada. Porém, existem situações
proferir seu voto em contrário (podendo antes disso expressamente dispostas em lei que o processo será
solicitar vistas). julgado monocraticamente. Ex. os embargos infringentes
monocrático e os embargos de declaração contra ao
Enunciado administrativo n. 6: recursos tempestivos próprio juiz prolator são submetidos ao próprio órgão.
interpostos com fundamento no CPC, somente será
concedido o prazo previsto no art. 932, do novo CPC para Súmula 117 STJ: A inobservância do prazo de 5 dias entre a
que a parte sane vício estritamente formal. publicação de pauta e o julgamento sem a presença das
partes, acarreta nulidade.
FATO SUPERVINIENTE
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os
recursos, a remessa necessária e os processos de competência
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato
originária serão julgados na seguinte ordem:
superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão
apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser
I – aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem
considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para
dos requerimentos;
que se manifestem no prazo de 5 dias.

II – os requerimentos de preferência apresentados até o início da


§ 1o Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento,
sessão de julgamento;
esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se
manifestem especificamente.
III – aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior;

§ 2o Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que


IV – os demais casos.
a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências
do caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta
para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa
nova questão aos julgadores. pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao
recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao § 3o O voto vencido será necessariamente declarado e
membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais,
minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas inclusive de pré-questionamento.
seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art.
1.021: Uma vez proferidos todos os votos, incumbirá ao
Presidente proclamar o resultado do julgamento,
§ 1 A sustentação oral no incidente de resolução de demandas
designando o desembargador competente que redigirá os
repetitivas observará o art. 984, no que couber.
§ 2 O procurador que desejar proferir sustentação oral poderá
votos dos membros da turma, descrevendo vencedores e
requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em vencidos.
1º lugar, sem prejuízo das preferências legais.
JULGAMENTO ESTENDIDO
§ 3 Nos processos de competência originária previstos no inciso
VI, caberá sustentação oral no agravo interno interposto contra Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o
decisão de relator que o extinga. julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com
a presença de outros julgadores, que serão convocados nos
§ 4o É permitido ao advogado com domicílio profissional em termos previamente definidos no regimento interno, em número
cidade diversa onde está sediado o tribunal realizar sustentação suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado
oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de
em tempo real, desde que o requeira até o dia anterior da sessão. sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.

Diante da garantia constitucional do contraditório, § 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na


permite-se que no julgamento possam as partes sustentar mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que
oralmente, contribuindo para a reflexão dos julgadores, ao porventura componham o órgão colegiado.
mesmo tempo em que tentam convencê-los do acerto de
suas teses. Não se admite sustentação oral em embargos § 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus
votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
de declaração, em agravo interno (ressalvada §3° do art.
937) e em agravo de instrumento (ressalvados incisos I e II
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se,
do art. 1.015, 937, VIII, e 942, §30, II). igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:

Art. 940. O relator ou juiz que não se considerar habilitado a I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença,
proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de
máximo de 10 dias, após o qual o recurso será reincluído em maior composição previsto no regimento interno;
pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução.
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão
§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se que julgar parcialmente o mérito.
não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo
mais 10 dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará § 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente,
com publicação da pauta em que for incluído. I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de
demandas repetitivas (IAC e IRDR);
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que
fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o II - da remessa necessária;
presidente convocará substituto para proferir voto, na forma
estabelecida no regimento interno do tribunal. III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela
corte especial.
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado
do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se
O NCPC eliminou os embargos infringentes, mas criou uma
vencido este, o autor do 1º voto vencedor.
nova técnica de julgamento. Nela chama-se outros
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação desembargadores, que não integravam originalmente o
do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz órgão colegiado, para que completem aquele julgamento.
afastado ou substituído. O julgamento, neste caso, deverá prosseguir em sessão, a
ser designada, com a presença de outros julgadores, que
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a serão convocados em termos previamente definidos no
decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 juízes. regimento, em número suficiente para garantir a
possibilidade de inversão do resultado, assegurado às
partes e a eventuais terceiros o direito de apresentar
sustentação oral, agora perante os novos integrantes.

Apelação Basta divergência

Ação Rescisória Divergência + decisão de


rescisão

Agravo de Instrumento Divergência + julgamento


parcial do mérito

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