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2ª FASE OAB | TRABALHO | 39º EXAME

Teoria Geral dos Recursos


Prof.ª Dra. Cleize Kohls

SUMÁRIO
1. Teoria Geral dos Recursos 3

1.1 Características dos Recursos Trabalhistas 3

1.2 Efeito 4

2. Agravo Interno 6

2.2 Modelo de Agravo Interno 7

3. Agravo Regimental 9

4. Recurso Extraordinário 10

4.1 Modelo de Recurso Extraordinário 13

5. Embargos Infringentes 15

5.1 Modelo de Embargos Infringentes 16

6. Incidente de Julgamento dos Recursos de Revista e de Embargos Repetitivos 18

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em setembro 2023.

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1. Teoria Geral dos Recursos

Prof.ª Dra. Cleize Kohls


@prof.cleizekohls
1.1 Características dos Recursos Trabalhistas

a) Unirrecorribilidade: só é possível um recurso de cada vez.


Exceção: algumas decisões podem comportar mais de um recurso como, por exemplo, o
despacho que contém manifesto equívoco no juízo de admissibilidade de recurso, podendo ser
objeto de agravo de instrumento e embargos de declaração.

b) Fungibilidade: dúvida sobre o recurso cabível; inexistência de erro grosseiro;


apresentado no prazo do recurso cabível.

Súmula nº 421 do TST. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO.


DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 932 DO CPC
DE 2015. ART. 557 DO CPC DE 1973. (Atualizada em decorrência do CPC
de 2015) – Res. 208/2016, DEJT divulgado em 22, 25 e 26.04.2016
I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator
prevista no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte
pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não,
modificação do julgado.
II – Se a parte postular a revisão no mérito da decisão monocrática, cumpre
ao relator converter os embargos de declaração em agravo, em face dos
princípios da fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao
pronunciamento do Colegiado, após a intimação do recorrente para, no prazo
de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às
exigências do art. 1.021, § 1º, do CPC de 2015.

c) Variabilidade: possibilidade de substituição de um recurso por outro dentro do prazo


legal.

d) Proibição da Reformatio in Pejus: não se pode agravar a situação do recorrente.


Constituem exceção ao princípio da vedação da reformatio in pejus as matérias que o Tribunal
pode conhecer de ofício, como as matérias de ordem pública.

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1.2 Efeito

Os recursos no processo do trabalho têm efeito devolutivo, conforme estabelece o art. 899
da CLT.
Existem exceções, como a prevista no art. 14 da Lei 10.192/2001:

Art. 899 da CLT - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão
efeito meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título,
permitida a execução provisória até a penhora.

Art. 14 da Lei 10.192/2001 - O recurso interposto de decisão normativa da


Justiça do Trabalho terá efeito suspensivo, na medida e extensão conferidas
em despacho do Presidente do Tribunal Superior do Trabalho.

a) Extensão do Efeito Devolutivo: quantidades de matérias veiculadas nos recursos.

b) Profundidade: qualidade das matérias que são submetidas à apreciação (vários


fundamentos na RT ou contestação e o juiz acolhe só um, silenciando os demais). O RO devolve
todos os fundamentos – art. 1.013 do CPC.

Art. 1.013 do CPC - A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da


matéria impugnada.
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as
questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz
acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento
dos demais.
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal
deve decidir desde logo o mérito quando:
I - Reformar sentença fundada no art. 485.
II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites
do pedido ou da causa de pedir.
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que
poderá julgá-lo.
IV - Decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição,
o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem
determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela
provisória é impugnável na apelação.

Súmula nº 393 do TST. RECURSO ORDINÁRIO. EFEITO DEVOLUTIVO EM


PROFUNDIDADE. ART. 515, § 1º, DO CPC (redação alterada pelo Tribunal
Pleno na sessão realizada em 16.11.2010) - Res. 169/2010, DEJT divulgado
em 19, 22 e 23.11.2010. O efeito devolutivo em profundidade do recurso
ordinário, que se extrai do § 1º do art. 515 do CPC, transfere ao Tribunal a
apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados pela
sentença, ainda que não renovados em contrarrazões. Não se aplica, todavia,

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ao caso de pedido não apreciado na sentença, salvo a hipótese contida no §
3º do art. 515 do CPC.
ATENÇÃO:

Conforme Súmula nº 414 do TST: A tutela provisória concedida na sentença não comporta
impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso
ordinário. É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do Tribunal
recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 1.029, § 5º, do CPC.

* Para todos verem: esquema

Adia os efeitos da decisão


EFEITO SUSPENSIVO
impugnada

EFEITO TRANSLATIVO Questões de ordem pública

EFEITO SUBSTITUTIVO Substitui a decisão

Em casos de litisconsórcio unitário -


EFEITO EXTENSIVO
decisão deve ser uniforme

EFEITO REGRESSIVO Possibilidade de retratação

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2. Agravo Interno
Prof.ª Dra. Cleize Kohls
@prof.cleizekohls

A CLT não trata sobre as hipóteses de cabimento do agravo interno, mas podemos
encontrar disposições no CPC e nos Regimentos Internos dos Tribunais.
No CPC, art. 1.021, consta que contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno
para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do
regimento interno do tribunal.
Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos
da decisão agravada.
O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o
recurso, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão
colegiado, com inclusão em pauta.
É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para
julgar improcedente o agravo interno.
Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar
ao agravado uma multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.
Também previsto no Regimento Interno do TST.

Art. 265. Cabe agravo interno contra decisão dos Presidentes do Tribunal e das Turmas,
do Vice-Presidente, do Corregedor-Geral da Justiça do Trabalho ou de relator, nos termos
da legislação processual, no prazo de 8 (oito) dias úteis, pela parte que se considerar
prejudicada.

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2.2 Modelo de Agravo Interno

Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator ... da ... Turma do Egrégio


Tribunal Regional do Trabalho da ... Região

Processo nº ...

NOME DO AGRAVANTE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe,


em que contende com NOME DO AGRAVADO, já qualificado nos autos, vem à
presença de Vossa Excelência, por seu advogado abaixo assinado, interpor

AGRAVO DE INTERNO, com fundamento no art. 1.021 do CPC ao Tribunal


Regional do Trabalho da ...Região.

Presentes os pressupostos de admissibilidade, requer o recebimento do


presente Recurso, com a retração deste juízo. Caso não seja esse o entendimento,
requer a intimação da parte adversa para apresentar resposta, querendo, e após,
remessa ao colegiado do TRT.

Nestes termos, pede deferimento.


Local... data...
Advogado ... OAB ...

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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA ... REGIÃO

PROCESSO DE ORIGEM:
RECORRENTE:
RECORRIDO:
OBJETO:

Eminentes julgadores,

Admissibilidade/ Cabimento
Mencionar estar diante de decisão do relator e estar presente os pressupostos
de admissibilidade.

RAZÕES DE REFORMA
Fatos e fundamentos e pedido.

PEDIDOS
Diante o exposto requer o conhecimento e provimento do presente recurso para
determinar o recebimento e processamento do recurso.

Nestes termos, pede deferimento.

Local ... data...


Advogado...OAB ...

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3. Agravo Regimental

O agravo regimental não está previsto no art. 893 da CLT, encontrando previsão no art.
709, §1º da CLT e na Lei 5. 584/70.
Ele é um recurso previsto nos regimentos internos e, conforme OJ 412 da SBDI-1, não
cabe de decisão colegiada.

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4. Recurso Extraordinário

O STF, além de ser um tribunal constitucional e político, é um tribunal que busca à


preservação e supremacia da Constituição.
O Recurso Extraordinário é um recurso cuja finalidade é, precisamente, a manutenção da
supremacia constitucional.
As hipóteses de cabimento estão expressadas no art. 102, III e alíneas:

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

PRAZO: 15 dias (art. 1.003, § 5º, CPC).

Não precisa de depósito recursal:


Tese de repercussão geral (Tema 679): “Surge incompatível com a Constituição Federal
exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que
não recepcionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das Leis do
Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei nº 8.177/1991 e, por
arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa nº 3/1993 do Tribunal Superior do Trabalho”.

OBSERVAÇÕES:

Súmula nº 279: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.

A peça de interposição será dirigida ao presidente do tribunal recorrido (Tribunal Superior


do Trabalho).
Conforme o CPC:

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na


Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
I - A exposição do fato e do direito.
II - A demonstração do cabimento do recurso interposto.

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III - As razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

O STF poderá desconsiderar certos vícios considerados leves nos recursos.

3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar


vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute
grave.
§ 4º Quando, por ocasião do processamento do incidente de resolução de demandas
repetitivas, o presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça
receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão federal
constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica
ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até
ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.

Será possível efeito suspensivo (isto é, obter o resultado do recurso, ao evitarse que a
decisão recorrida produza efeitos) requerendo-se tanto ao tribunal a quo como ao STF, a
depender do momento.

§ 5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso


especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:
I – Ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão
de admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame
prevento para julgá-lo.
II - Ao relator, se já distribuído o recurso.
III – Ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido
entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do recurso, assim
como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.

Recebida a petição de recurso no Tribunal a quo, o recorrido será intimado para


apresentar contrarrazões, no mesmo prazo para a interposição do recurso. O Presidente ou Vice
do Tribunal a quo terá poderes para negar seguimento a recurso, nas hipóteses das alíneas a e
b do inciso I. Desta decisão cabe agravo.
Caso o Presidente ou Vice note que a decisão recorrida contraria entendimento do STF,
fará o processo voltar ao órgão julgador (turma ou câmara). Desta decisão cabe agravo interno.

II – Encaminhar o processo ao órgão julgador para realização do juízo de retratação, se o


acórdão recorrido divergir do entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça exarado, conforme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de
recursos repetitivos.

Poderá, finalmente, sobrestar o recurso. Desta decisão também cabe agravo.

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III – Sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não
decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se
trate de matéria constitucional ou infraconstitucional.

Finalmente, o Presidente ou Vice despachará o recurso nas seguintes situações:

IV – Selecionar o recurso como representativo de controvérsia constitucional ou


infraconstitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036.
V – Realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribunal
Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça, desde que:
a) o recurso ainda não tenha sido submetido ao regime de repercussão geral ou de
julgamento de recursos repetitivos;
b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou
c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação.
§ 1º Da decisão de inadmissibilidade proferida com fundamento no inciso V caberá agravo
ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042.
§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos
termos do art. 1.021.

Na petição de razões, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral, ou seja,


porque o julgamento daquele recurso é importante não só para as partes, mas também para a
sociedade, com base em argumentos jurídicos, econômicos, políticos ou sociais. A decisão que
não conhece recurso no que toca à repercussão geral é irrecorrível.
A repercussão geral é um dos requisitos de admissibilidade do recurso extraordinário que
tem por objetivo restringir o acesso ao STF, restringindo-o analisar casos de flagrante cunho
constitucional e que tenham a relevância econômica, jurídica e social.

Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso
extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral,
nos termos deste artigo.
§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de questões
relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapassem os
interesses subjetivos do processo.
§ 2º O recorrente deverá demonstrar a existência de repercussão geral para apreciação
exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.
§ 8º Negada a repercussão geral, o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem
negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre
matéria idêntica.
§ 9º O recurso que tiver a repercussão geral reconhecida deverá ser julgado no prazo de
1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu
preso e os pedidos de habeas corpus.
§ 11. A súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada
no diário oficial e valerá como acórdão.

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4.1 Modelo de Recurso Extraordinário

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO TRIBUNAL


SUPERIOR DO TRABALHO

Processo nº ...

RECORRENTE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu


procurador, nos autos que lhe foi proposta por RECORRIDO, vem, à presença de
Vossa Excelência, interpor

RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com fundamento no art. 102, III, a, da CF/88, pelas


razões que passa a expor.
Requer o processamento do apelo com a regular intimação da parte contrária e a
remessa dos autos ao Supremo Tribunal Federal.

Nestes termos, pede deferimento.

Local... e data...
Advogado... OAB...

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SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Recorrente: ...
Recorrido: ...
Razões do Recurso Extraordinário
Eminentes Julgadores,

ADMISSIBILIDADE/CABIMENTO (prequestionamento, esgotamento das vias


recursais, tempestividade, competência, legitimidade, repercussão geral)

RAZÕES DE REFORMA: DA VIOLAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO


fatos e fundamentos e pedido.

PEDIDOS

Diante do exposto, o presente recurso deverá ser conhecido e provido para


reconhecer a ofensa à Constituição Federal, e reformar a decisão para...

Nestes termos, pede deferimento.


Local...Data ...
Advogado .... OAB ...

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5. Embargos Infringentes

Os embargos infringentes são de competência da SDC – Seção Especializada em


Dissídios Coletivos.
Cabe de decisão não unânime proferida em dissídio coletivo de competência originária do
TST, como nos casos que as empresas exercem atividades extrapolam a jurisdição de um TRT.
Previsão: Art. 894, I, a, da CLT e no art. 262 do RITST.

Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias:
I - de decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar
conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais
Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior
do Trabalho, nos casos previstos em lei;
Art. 262. Cabem embargos infringentes das decisões não unânimes proferidas pela Seção
Especializada em Dissídios Coletivos, no prazo de 8 (oito) dias úteis, contados da
publicação do acórdão no Órgão Oficial, nos processos de Dissídios Coletivos de
competência originária do Tribunal.
Art. 263. Registrado o protocolo na petição a ser encaminhada à Secretaria do órgão
julgador competente, esta juntará o recurso aos autos respectivos e abrirá vista à parte
contrária, para impugnação, no prazo legal. Transcorrido o prazo, o processo será
remetido à unidade competente, para ser imediatamente distribuído.
Art. 264. Não atendidas as exigências legais relativas ao cabimento dos embargos
infringentes, o relator denegará seguimento ao recurso, facultada à parte a interposição
de agravo interno.

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5.1 Modelo de Embargos Infringentes

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO RELATOR


SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

Processo nº ...

RECORRENTE, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu


procurador, nos autos que lhe foi proposta por RECORRIDO, vem, à presença de
Vossa Excelência, interpor

EMBRAGOS INFRINGENTES, com fundamento no art. 894, I, a, da CLT, pelas razões


que passa a expor.
Requer o processamento do recurso com a regular intimação da parte contrária e
remessa dos autos.

Nestes termos, pede deferimento.


Local... e data...
Advogado... OAB...

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À SEÇÃO DE DISSÍDIOS COLETIVOS
Recorrente: ...
Recorrido: ...
Razões de Recurso
Eminentes Julgadores,

ADMISSIBILIDADE/CABIMENTO

DOS MOTIVOS DE REFORMA


Fatos e fundamentos e pedido.

PEDIDOS

Diante do exposto, requer o conhecimento e provimento do recurso para reformar a


decisão.

Nestes termos, pede deferimento.


Local...Data ...
Advogado .... OAB ...

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6. Incidente de Julgamento dos Recursos de Revista e de
Embargos Repetitivos

Art. 896-C. Quando houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idêntica


questão de direito, a questão poderá ser afetada à Seção Especializada em Dissídios
Individuais ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples de seus membros,
mediante requerimento de um dos Ministros que compõem a Seção Especializada,
considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre
os Ministros dessa Seção ou das Turmas do Tribunal.
§ 1o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada, por indicação dos relatores,
afetará um ou mais recursos representativos da controvérsia para julgamento pela Seção
Especializada em Dissídios Individuais ou pelo Tribunal Pleno, sob o rito dos recursos
repetitivos.
§ 2o O Presidente da Turma ou da Seção Especializada que afetar processo para
julgamento sob o rito dos recursos repetitivos deverá expedir comunicação aos demais
Presidentes de Turma ou de Seção Especializada, que poderão afetar outros processos
sobre a questão para julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global
da questão.
§ 3o O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais
Regionais do Trabalho para que suspendam os recursos interpostos em casos idênticos
aos afetados como recursos repetitivos, até o pronunciamento definitivo do Tribunal
Superior do Trabalho.
§ 4o Caberá ao Presidente do Tribunal de origem admitir um ou mais recursos
representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do
Trabalho, ficando suspensos os demais recursos de revista até o pronunciamento
definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.
§ 5o O relator no Tribunal Superior do Trabalho poderá determinar a suspensão dos
recursos de revista ou de embargos que tenham como objeto controvérsia idêntica à do
recurso afetado como repetitivo.
§ 6o O recurso repetitivo será distribuído a um dos Ministros membros da Seção
Especializada ou do Tribunal Pleno e a um Ministro revisor.
§ 7o O relator poderá solicitar, aos Tribunais Regionais do Trabalho, informações a
respeito da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias.
§ 8o O relator poderá admitir manifestação de pessoa, órgão ou entidade com interesse
na controvérsia, inclusive como assistente simples, na forma da Lei nº 5.869, de 11 de
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
§ 9o Recebidas as informações e, se for o caso, após cumprido o disposto no § 7o deste
artigo, terá vista o Ministério Público pelo prazo de 15 (quinze) dias.
§ 10. Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos
demais Ministros, o processo será incluído em pauta na Seção Especializada ou no
Tribunal Pleno, devendo ser julgado com preferência sobre os demais feitos.
§ 11. Publicado o acórdão do Tribunal Superior do Trabalho, os recursos de revista
sobrestados na origem:
I - terão seguimento denegado na hipótese de o acórdão recorrido coincidir com a
orientação a respeito da matéria no Tribunal Superior do Trabalho; ou
II - serão novamente examinados pelo Tribunal de origem na hipótese de o acórdão
recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior do Trabalho a respeito da matéria.
§ 12. Na hipótese prevista no inciso II do § 11 deste artigo, mantida a decisão divergente
pelo Tribunal de origem, far-se-á o exame de admissibilidade do recurso de revista.
§ 13. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também
contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o
conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional.
§ 14. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho
será aplicado o procedimento previsto no art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de

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1973 (Código de Processo Civil), cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do Trabalho
selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao
Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da
Corte, na forma do § 1o do art. 543-B da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código
de Processo Civil).
§ 15. O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho poderá oficiar os Tribunais Regionais
do Trabalho e os Presidentes das Turmas e da Seção Especializada do Tribunal para que
suspendam os processos idênticos aos selecionados como recursos representativos da
controvérsia e encaminhados ao Supremo Tribunal Federal, até o seu pronunciamento
definitivo.
§ 16. A decisão firmada em recurso repetitivo não será aplicada aos casos em que se
demonstrar que a situação de fato ou de direito é distinta das presentes no processo
julgado sob o rito dos recursos repetitivos.
§ 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando
se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a
segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o
Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado.

IN 38 do TST - Regulamenta o procedimento do Incidente de Julgamento dos Recursos


de Revista e de Embargos à SbDI-1 repetitivos.
Art. 1° As normas do Código de Processo Civil relativas ao julgamento dos recursos
extraordinário e especial repetitivos aplicam-se, no que couber, ao recurso de revista e ao
recurso de embargos repetitivos (CLT, artigos 894, II e 896 da CLT).
Art. 2° Havendo multiplicidade de recursos de revista ou de embargos para a Subseção
de Dissídios Individuais I (SbDI-1) fundados em idêntica questão de direito, a questão
poderá ser afetada a essa Subseção ou ao Tribunal Pleno, por decisão da maioria simples
de seus membros, mediante requerimento de um dos Ministros que a compõem,
considerando a relevância da matéria ou a existência de entendimentos divergentes entre
os Ministros dessa Subseção ou das Turmas do Tribunal.
§ 1º O requerimento fundamentado de um dos Ministros da Subseção de Dissídios
Individuais I de afetação da questão a ser julgada em incidente de recursos repetitivos
deverá indicar um ou mais recursos de revista ou de embargos representativos da
controvérsia e ser formulado por escrito diretamente ao Presidente da SbDI-1 ou,
oralmente, em questão preliminar suscitada quando do julgamento de processo incluído
na pauta de julgamentos da Subseção.
§ 2º De forma concorrente, quando a Turma do Tribunal Superior do Trabalho entender
necessária a adoção do procedimento de julgamento de recursos de revista repetitivos,
seu Presidente deverá submeter ao Presidente da Subseção de Dissídios Individuais I a
proposta de afetação do recurso de revista, para os efeitos dos artigos 896-B e 896-C da
CLT.
§ 3º O Presidente da Subseção submeterá a proposta de afetação ao colegiado, se
formulada por escrito, no prazo máximo de 30 dias de seu recebimento, ou de imediato,
se suscitada em questão preliminar, quando do julgamento de determinado processo pela
SbDI-1, após o que: I – acolhida a proposta, por maioria simples, o colegiado também
decidirá se a questão será analisada pela própria SbDI-1 ou pelo Tribunal Pleno; II –
acolhida a proposta, a desistência da ação ou do recurso não impede a análise da questão
objeto de julgamento de recursos repetitivos; III – na hipótese do inciso I, o processo será
distribuído a um relator e a um revisor do órgão jurisdicional correspondente, para sua
tramitação nos termos do artigo 896-C da CLT; IV – rejeitada a proposta, se for o caso, os
autos serão devolvidos ao órgão julgador respectivo, para que o julgamento do recurso
prossiga regularmente.
§ 4º Não será admitida sustentação oral versando, de forma específica, sobre a proposta
de afetação.
§ 5º A critério do Presidente da Subseção, as propostas de afetação formuladas por escrito
por um dos Ministros da Subseção de Dissídios Individuais I ou pelo Presidente de Turma
do Tribunal Superior do Trabalho poderão ser apreciadas pela SbDI-1 por meio eletrônico,

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nos termos e para os efeitos do § 3º, I, deste artigo, do que serão as partes cientificadas
pelo Diário da Justiça.
§ 6º Caso surja alguma divergência entre os integrantes do colegiado durante o julgamento
eletrônico, este ficará imediatamente suspenso, devendo a proposta de afetação ser
apreciada em sessão presencial.
Art. 3º O Presidente da Subseção de Dissídios Individuais I que afetar processo para
julgamento sob o rito dos recursos repetitivos devera? expedir comunicação aos demais
Presidentes de Turma, que poderão afetar outros processos sobre a questão para
julgamento conjunto, a fim de conferir ao órgão julgador visão global da questão.
Art. 4º Somente poderão ser afetados recursos representativos da controvérsia que sejam
admissíveis e que, a critério do relator do incidente de julgamento dos recursos repetitivos,
contenham abrangente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.
Parágrafo único. O relator desse incidente não fica vinculado às propostas de afetação de
que trata o artigo anterior, podendo recusá-las por desatenderem aos requisitos previstos
no caput deste artigo e, ainda, selecionar outros recursos representativos da controvérsia.
Art. 5º Selecionados os recursos, o relator, na Subseção Especializada em Dissídios
Individuais ou no Tribunal Pleno, constatada a presença do pressuposto do caput do art.
896-C da CLT, proferirá decisão de afetação, sempre fundamentada, na qual: I –
identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento; II – poderá determinar
a suspensão dos recursos de revista ou de embargos de que trata o § 5º do artigo 896-C
da CLT; III – poderá solicitar aos Tribunais Regionais do Trabalho informações a respeito
da controvérsia, a serem prestadas no prazo de 15 (quinze) dias, e requisitar aos
Presidentes ou Vice-Presidentes dos Tribunais Regionais do Trabalho a remessa de até
dois recursos de revista representativos da controvérsia; IV – concederá o prazo de 15
(quinze) dias para a manifestação escrita das pessoas, órgãos ou entidades interessados
na controvérsia, que poderão ser admitidos como amici curiae. V – Informará aos demais
Ministros sobre a decisão de afetação; VI – poderá conceder vista ao Ministério Público e
às partes, nos termos e para os efeitos do § 9º do artigo 896-C da CLT
Art. 6º O Presidente do Tribunal Superior do Trabalho oficiará os Presidentes dos Tribunais
Regionais do Trabalho, com cópia da decisão de afetação, para que suspendam os
recursos de revista interpostos em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos
e ainda não encaminhados a este Tribunal, bem como os recursos ordinários interpostos
contra as sentenças proferidas em casos idênticos aos afetados como recursos repetitivos,
até o pronunciamento definitivo do Tribunal Superior do Trabalho.
Art. 7º Caberá ainda ao Presidente do Tribunal de origem, caso receba a requisição de
que trata o inciso III do artigo 5º desta Instrução Normativa, admitir até dois recursos
representativos da controvérsia, os quais serão encaminhados ao Tribunal Superior do
Trabalho.
Art. 8º Se, após receber os recursos de revista selecionados pelo Presidente ou Vice-
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho, não se proceder à sua afetação, o relator,
no Tribunal Superior do Trabalho, comunicará o fato ao Presidente ou Vice-Presidente que
os houver enviado, para que seja revogada a decisão de suspensão referida no artigo 896-
C, § 4º, da CLT.
Art. 9º As partes deverão ser intimadas da decisão de suspensão de seu processo, a ser
proferida pelo respectivo relator. § 1º A parte poderá requerer o prosseguimento de seu
processo se demonstrar a intempestividade do recurso nele interposto ou a existência de
distinção entre a questão de direito a ser decidida no seu processo e aquela a ser julgada
sob o rito dos recursos repetitivos. § 2º O requerimento a que se refere o § 1º será dirigido:
I – ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau; II – ao relator, se o processo
sobrestado estiver no tribunal de origem; III – ao relator do acórdão recorrido, se for
sobrestado recurso de revista no tribunal de origem; IV – ao relator, no Tribunal Superior
do Trabalho, do recurso de revista ou de embargos cujo processamento houver sido
sobrestado. § 3º A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento, no prazo de cinco
dias
§ 4º Reconhecida a distinção no caso: I – dos incisos I, II e IV do § 2º, o próprio juiz ou
relator dará prosseguimento ao processo; II – do inciso III do § 2º, o relator comunicará a
decisão ao presidente ou ao vice-presidente que houver determinado o sobrestamento,
para que este dê normal prosseguimento ao processo.

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§ 5º A decisão que resolver o requerimento a que se refere o § 1º é irrecorrível de imediato,
nos termos do artigo 893, § 1º, da CLT.
Art. 10. Para instruir o procedimento, pode o relator fixar data para, em audiência pública,
ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria, sempre que
entender necessário o esclarecimento de questões ou circunstâncias de fato subjacentes
à controvérsia objeto do incidente de recursos repetitivos. § 1º O relator poderá também
admitir, tanto na audiência pública quanto no curso do procedimento, a manifestação,
como amici curiae, de pessoas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia,
considerando a relevância da matéria e assegurando o contraditório e a isonomia de
tratamento. § 2º A manifestação de que trata o § 1º somente será admitida até a inclusão
do processo em pauta.
Art. 11. Os recursos afetados deverão ser julgados no prazo de um ano e terão preferência
sobre os demais feitos. § 1º Na hipótese de não ocorrer o julgamento no prazo de um ano
a contar da publicação da decisão de que trata o artigo 5º desta Instrução Normativa,
cessam automaticamente, em todo o território nacional, a afetação e a suspensão dos
processos, que retomarão seu curso normal. § 2º Ocorrendo a hipótese do § 1º, é
permitida, nos termos e para os efeitos do artigo 2º desta Instrução Normativa e do artigo
896-C da CLT, a formulação de outra proposta de afetação de processos representativos
da controvérsia para instauração e julgamento de recursos repetitivos para ser apreciada
e decidida pela SbDI-1 deste Tribunal.
Art. 12. O conteúdo do acórdão paradigma abrangerá a análise de todos os fundamentos
da tese jurídica discutida, favoráveis ou contrários. Parágrafo único. É vedado ao órgão
colegiado decidir, para os fins do artigo 896-C da CLT, questão não delimitada na decisão
de afetação.
Art. 13. Decidido o recurso representativo da controvérsia, os órgãos jurisdicionais
respectivos declararão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica
controvérsia ou os decidirão, aplicando a tese firmada. Parágrafo único. Quando os
recursos requisitados do Tribunal Regional do Trabalho contiverem outras questões além
daquela que é objeto da afetação, caberá ao órgão jurisdicional competente, em acórdão
específico para cada processo, decidir esta em primeiro lugar e depois as demais.
Art. 14. Publicado o acórdão paradigma: I – o Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal
de origem negará seguimento aos recursos de revista sobrestados na origem, se o
acórdão recorrido coincidir com a orientação do Tribunal Superior do Trabalho; II – o órgão
que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência
originária ou o recurso anteriormente julgado, na hipótese de o acórdão recorrido contrariar
a orientação do Tribunal Superior do Trabalho; III – os processos porventura suspensos
em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação
da tese firmada pelo Tribunal Superior do Trabalho.
Art. 15. Para fundamentar a decisão de manutenção do entendimento, o órgão que proferiu
o acórdão recorrido deverá demonstrar a existência de distinção, por se tratar de caso
particularizado por hipótese fática distinta ou questão jurídica não examinada, a impor
solução diversa. § 1º Na hipótese de que trata o caput deste artigo, o recurso de revista
será submetido a novo exame de sua admissibilidade pelo Presidente ou Vice-Presidente
do Tribunal Regional, retomando o processo o seu curso normal. § 2º Realizado o juízo
de retratação, com alteração do acórdão divergente, o Tribunal de origem, se for o caso,
decidirá as demais questões ainda não decididas, cujo enfrentamento se tornou
necessário em decorrência da alteração. § 3º Quando for alterado o acórdão divergente
na forma do § 1º e o recurso anteriormente interposto versar sobre outras questões, o
Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal Regional, independentemente de ratificação do
recurso, procederá a novo juízo de admissibilidade, retomando o processo o seu curso
normal.
Art. 16. A parte poderá desistir da ação em curso no primeiro grau de jurisdição, antes de
proferida a sentença, se a questão nela discutida for idêntica à resolvida pelo recurso
representativo da controvérsia. § 1º Se a desistência ocorrer antes de oferecida a defesa,
a parte, se for o caso, ficará dispensada do pagamento de custas e de honorários de
advogado. § 2º A desistência apresentada nos termos do caput deste artigo independe de
consentimento do reclamado, ainda que apresentada contestação.

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Art. 17. Caberá revisão da decisão firmada em julgamento de recursos repetitivos quando
se alterar a situação econômica, social ou jurídica, caso em que será respeitada a
segurança jurídica das relações firmadas sob a égide da decisão anterior, podendo o
Tribunal Superior do Trabalho modular os efeitos da decisão que a tenha alterado.
Art. 18. Caso a questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos também
contenha questão constitucional, a decisão proferida pelo Tribunal Pleno não obstará o
conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional.
Art. 19. Aos recursos extraordinários interpostos perante o Tribunal Superior do Trabalho
será aplicado o procedimento previsto no Código de Processo Civil para o julgamento dos
recursos extraordinários repetitivos, cabendo ao Presidente do Tribunal Superior do
Trabalho selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-
los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo
da Corte, na forma ali prevista.
Art. 20. Quando o julgamento dos embargos à SbDI-1 envolver relevante questão de
direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos mas a
respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre as
turmas ou os demais órgãos fracionários do Tribunal Superior do Trabalho, poderá a SbDI-
1, por iniciativa de um de seus membros e após a aprovação da maioria de seus
integrantes, afetar o seu julgamento ao Tribunal Pleno. Parágrafo único. Aplica-se a este
incidente, no que couber, o que esta Instrução Normativa dispõe sobre o incidente de
julgamento de recursos repetitivos.
Art. 21. O Tribunal Superior do Trabalho deverá manter e dar publicidade às questões de
direito objeto dos recursos repetitivos já julgados, pendentes de julgamento ou já
reputadas sem relevância, bem como daquelas objeto das decisões proferidas por sua
composição plenária, nos termos do § 13 do artigo 896 da CLT e do artigo 20 desta
Instrução Normativa.
Parágrafo único. As decisões, organizadas por questão jurídica julgada, serão divulgadas,
preferencialmente, na rede mundial de computadores e constarão do Banco Nacional de
Jurisprudência Uniformizadora – BANJUR, instituído pelo artigo 7º da Instrução Normativa
nº 37/2015, aprovada pela Resolução nº 195, de 02.03.2015, do Tribunal Superior do
Trabalho.

IN 40 DO TST - Dispõe sobre o cabimento de agravo de instrumento em caso de


admissibilidade parcial de recurso de revista no Tribunal Regional do Trabalho e dá outras
providências
Art. 1° Admitido apenas parcialmente o recurso de revista, constitui ônus da parte
impugnar, mediante agravo de instrumento, o capítulo denegatório da decisão, sob pena
de preclusão.
§ 1º Se houver omissão no juízo de admissibilidade do recurso de revista quanto a um ou
mais temas, é ônus da parte interpor embargos de declaração para o órgão prolator da
decisão embargada supri-la (CPC, art. 1024, § 2º), sob pena de preclusão.
§ 2º Incorre em nulidade a decisão regional que se abstiver de exercer controle de
admissibilidade sobre qualquer tema objeto de recurso de revista, não obstante interpostos
embargos de declaração (CF/88, art. 93, inciso IX e § 1º do art. 489 do CPC de 2015).
§ 3º No caso do parágrafo anterior, sem prejuízo da nulidade, a recusa do Presidente do
Tribunal Regional do Trabalho a emitir juízo de admissibilidade sobre qualquer tema
equivale à decisão denegatória. É ônus da parte, assim, após a intimação da decisão dos
embargos de declaração, impugná-la mediante agravo de instrumento (CLT, art. 896, §
12), sob pena de preclusão.
§ 4º Faculta-se ao Ministro Relator, por decisão irrecorrível (CLT, art. 896, § 5º, por
analogia), determinar a restituição do agravo de instrumento ao Presidente do Tribunal
Regional do Trabalho de origem para que complemente o juízo de admissibilidade, desde
que interpostos embargos de declaração.
Art. 2° Após a vigência do Código de Processo Civil de 2015, subsiste o Incidente de
Uniformização de Jurisprudência da CLT (art. 896, §§ 3º, 4º, 5º e 6º), observado o
procedimento previsto no regimento interno do Tribunal Regional do Trabalho.

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