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Introdução

Síntese dos três setores


O primeiro setor é o (governo, o Estado) que é responsável pelas questões
sociais. O segundo setor é o (privado, o mercado) responsável pelas
questões individuais. Com a falência do Estado, o setor privado começou
a ajudar nas questões sociais, através das inúmeras instituições que
compõem o chamado terceiro setor. Ou seja, o terceiro setor é um
conjunto constituído por organizações sem fins lucrativos e não
governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter público.

O Terceiro Setor não é público nem privado, mas sim uma junção do setor
estatal e do setor privado para uma finalidade maior, suprir as falhas do
Estado e do setor privado no atendimento às necessidades da população,
numa relação conjunta. A Lei nº 9.790/99, também denominada Lei do
Terceiro Setor, estabeleceu uma nova disciplina jurídica às entidades
(associações, sociedades civis e fundações) sem fins lucrativos,
possibilitando a sua qualificação, pelo Poder Público, como Organizações
da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP’s, bem como a
possibilidade de firmar, com os governos federal, estadual e municipal,
acordos de cooperação denominados termos de parceria

A sua composição é lastreada por organizações sem fins lucrativos, criadas


e mantidas pela participação voluntária, de natureza privada, não
submetidas ao controle direto do Estado, dando continuidade às práticas
tradicionais da caridade, da filantropia, trabalhando para realizar objetivos
sociais ou públicos, proporcionando à sociedade a melhoria na qualidade
de vida, atendimento médico, eventos culturais, campanhas educacionais,
entre tantas outras atividades.

Dentro das organizações que fazem parte do Terceiro Setor, estão as


ONGs (Organizações Não Governamentais), entidades filantrópicas, OSCIP
(Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, organizações sem
fins lucrativos e outras formas de associações civis sem fins lucrativos.

No âmbito jurídico, no Brasil, em estudo intitulado “As Fundações Privadas


e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil 2002”, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), em parceria com a Associação Brasileira de
Organizações Não-Governamentais (ABONG) e o Grupo de Institutos,
Fundações e Empresas (GIFE), foram identificadas mais de 500 mil
instituições no Terceiro Setor.

Temos poucas fundações no Brasil. Depois de 5 anos, o GIFE - Grupo de


Instituições, Fundações e Empresas - com heróico esforço, conseguiu 66
fundações como parceiras. No entanto, muitas fundações no Brasil têm
pouca atuação na área social.

Nos Estados Unidos já existem 40.000 fundações, sendo que a 10º


colocada tem 10 bilhões de dólares de patrimônio. Nossa maior fundação
tem 1 bilhão.

Devido à inflação, seqüestros de dinheiro e congelamentos, a maioria de


nossas fundações não tem fundos. Vivem de doações anuais das empresas
que as constituíram. Em épocas de recessão, estas doações minguam,
justamente quando os problemas sociais aumentam. O conceito de
fundação é, justamente, o de acumular fundos nos anos bons para poder
usá-los nos anos ruins. A Fundação Bradesco é um dos raros exemplos de
fundação com fundos.

No mundo inteiro, as empresas contribuem somente com 10% da verba


filantrópica global, enquanto as pessoas físicas, notadamente da classe
média, doam os 90% restantes. No Brasil, a nossa classe média doa, em
média, 23 reais por ano, menos que 28% do total das doações. As
fundações doam 40%, o governo repassa 26% e o resto vem de bingos
beneficentes, leilões e eventos.

Uma pesquisa feita pela filantropia.org revela que das 500 maiores
empresas brasileiras, somente 100 são consideradas parceiras do terceiro
setor. Das 250 empresas multinacionais que têm negócios no Brasil,
somente 20 são admiradas. Alguns números das 400 maiores entidades do
Brasil no ano de 2000. Segundo esta pesquisa, o dispêndio social das 400
maiores entidades foi de R$ 1.971.000,00. Ao todo, elas possuem 86.894
funcionários, 400.933 voluntários.
Infelizmente, muitas entidades sem fins lucrativos são, na realidade,
lucrativas ou atendem os interesses dos próprios usuários. Um clube
esportivo, por exemplo, é  sem fins lucrativos, mas beneficia somente os
seus respectivos sócios. Muitas escolas, universidades e hospitais eram no
passado, sem fins lucrativos, somente no nome. Por isto, estes números
chegam a 220.000.

Nem toda entidade beneficente ajuda prestando serviços a pessoas


diretamente. Uma ONG que defenda os direitos da mulher, fazendo
pressão sobre nossos deputados, está ajudando indiretamente todas as
mulheres.

Criação do terceiro setor no Mundo, Brasil e Acre


No final da década de 80, a estrutura sócio-político do “socialismo real” se
erodiu, principalmente com a Queda do Muro de Berlim, em 1989. E por
mais que a crise tenha assombrado o “campo socialista”, cada país tem a
sua peculiaridade (histórica, econômica, social, política e ideo-cultural),
onde os componentes erosivos operam de diferentes formas em cada
Estado Nacional específico. (Netto, 1993: 12-14).

Durante a transição socialista ocorre uma dupla socialização: a do poder


político e a socialização da economia, onde o primeiro decide o segundo.
A crise do “campo socialista” está associada a esta articulação, onde a
limitação da socialização política travou a socialização econômica .

Os sistemas políticos das sociedades pós-revolucionárias mostra realizar


uma transição do padrão de crescimento extensivo para intensivo
produtivas.

O padrão de crescimento extensivo é compatível com estruturas sócio-


políticas rígidas, mas podem oferecer vantagens se fossem articuladas
com estruturas mais flexíveis, garantindo taxas de acumulação e
crescimento significativas (Idem). É por isso que “nos Estados operários
burocratizados não houve recuo absoluto da produção, nem desemprego
massivo” (Mandel apud Netto, 1993: 16).
Então, o esgotamento desse padrão de crescimento extensivo ocorre nos
anos 80, levando a maioria dos países do “campo socialista” à crise, com
risco de ruptura das estruturas sociais (Netto, 1993: 18).

Neste momento de ruptura ocorre a passagem para o padrão de


crescimento intensivo. O padrão de crescimento intensivo é incompatível
com o ordenamento econômico estatizado burocraticamente ou com
ordenamento político de baixa participação autônoma da principal força
produtiva.

Não é apenas a crise do “socialismo real” que peculiariza a história


contemporânea, mais também a crise do capitalismo democrático, na sua
acabada configuração do Estado de bemestar social (Przeworki apud
Netto, 1993: 68).

O Estado burguês, após a 2° Guerra Mundial, adquire um novo perfil,


social-democrata, com fortes iniciativas no campo de políticas sociais. De
fato, o que se efetiva neste modelo é uma proposta política de controle,
redução e reforma dos aspectos mais brutais da ordem burguesa, mas não
afetando suas estruturas (Netto, 1993: 48).

O projeto social-democrata recebeu uma dupla pressão, internacional


(existência do campo socialista) e nacional (movimento operário). Onde os
partidos comunistas se transformaram em partidos nacionais de massa,
centralizados no proletariado, e que contribuíram para importantíssimas
conquistas dos trabalhadores e da cidadania.

O fracasso do projeto social-democrata resulta da natureza da sua própria


concepção, que coloca como limites a aceitação das estruturas básicas da
ordem capitalista (como por exemplo: a desigualdade que gera pobreza).

Nos anos 80 e 90, a ordem burguesa vem experimentando uma curva


decrescente na sua eficácia econômico-social, onde reside o núcleo
elementar da sua problematicidade, gerando custos ascendentes a massa
trabalhadora e restringindo os direitos e as conquistas, oferecendo
crescentes instabilidades e insegurança (Mandel apud Netto, 1993: 44).

E na medida em que não efetiva a crítica da ordem burguesa, a reforma


desloca o seu caráter para manutenção desta ordem. Mas, para superar, é
preciso de iniciativa política que, mediante novos padrões organizativos,
possa mobilizar e direcionar massas de homens para empreender a
construção de uma ordem vigente. E implementar reformas que abram
caminho.

A implementação de políticas sociais efetivas na saúde e educação


pública, em boa parte da Europa Ocidental, na fase do Estado Social,
criou condições para a população se informar, organizar-se,
transformando-a em um agente social apta a exigir do Estado
políticas econômicas mais justas. Assim, o Estado social europeu de
uma perspectiva clientelista passa a um Estado includente, com uma
população organizada.

No Brasil, foi diferente. O Estado do bem-estar social brasileiro não


atingiu políticas sociais de resultados efetivos. Enquanto a sociedade
européia já se organizava, a sociedade brasileira ainda lutava contra
políticas clientelistas. Os primeiros movimentos sociais organizados
foram sentidos no Brasil entre a década de 60 e 70.

Assim, o espaço que o Terceiro Setor precisa cobrir na América-latina é


bem maior do que nos países do ocidente europeu. Isso devido à
ineficácia das políticas sociais desenvolvidas, no que se pode chamar
período do “Estado Social brasileiro”, e pela organização tardia da
sociedade civil.

Por tudo isso, algumas medidas de reestruturação ao modelo do Estado,


a partir de reformas de ordem constitucional, só foram sentidas agora.

Destaca-se, por exemplo, entre estas medidas, a Emenda nº 19 de 4 de


junho de 1998, à Constituição de 1988, que procurou instituir novas
capacidades reguladoras do Estado, alterando a estrutura e a filosofia da
administração pública. É a chamada Reforma Gerencial, que iniciou
mudanças de ordem de gestão, aplicando o princípio da eficiência na
busca de melhores resultados. A desburocratização, aliada a uma
administração mais flexível e o fim do regime único dos servidores, é
algumas das medidas adotadas.
Sem falar na Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei Federal Complementar n.
101/00, que com o fim de equilibrar as contas públicas, instituiu um
rigoroso controle aos gastos das entidades estatais. Além disso, visando
separar a esfera técnica da política, a reforma gerencial construiu
novos arranjos institucionais, como os modelos de agências reguladoras
independentes que atuam em atividades exclusivas do Estado.

APHAC - Associação dos portadores de Hepatite do estado do Acre


Rio Branco, Acre. Rua Farropilha Nº 268, Bairro Bosque Tel: (68)3224-3828

Núcleos da APHAC

Cruzeiro do Sul, Acre

Epitaciolândia, Acre

Sena Madureira, Acre

Feijó, Acre

Plácido de Castro, Acre

Objetivos da Entidade
A entidade tem como seu principal objetivo atender a todos os portadores
de Hepatite, as classes sociais mais atendidas são as classes mais baixas
que procuram a entidade para auxílio do tratamento do vírus da Hepatite,
aproximando a população com os médicos especialistas no assunto.

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