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Estudo comparativo do equilíbrio

estático entre
crianças surdas e ouvintes de 8 a 10
anos de idade
Estudio comparativo del equilibrio
estático entre niños sordos y oyentes
de 8 a 10 años de edad
Comparative study of static balance in
deaf children and listeners of 8 to 10
years of old
*Licenciatura Diego Sarmento de
Plena em Sousa* ** ***
Educação Ilma Manoela Corrêa da
Física, UEPA/PA Gama*
**Especialização Joelma de Sousa Silva*
em Fisiologia do **
Exercício, Manuel Elbio Aquino
Faculdade de Sequeira****
ANICUNS/GO Dr. Ricardo Figueiredo
***Acadêmico de Pinto*****
Fisioterapia, diego_uepa@hotmail.com
UEPA/PA
****Docente do
Curso de
Educação
Física, UEPA
/PA
***** Doutorado
em Educação
Física,
UNICAMP/SP
(Brasil)

Resumo
Objetivo: Comparar o equilíbrio
estático entre crianças surdas e ouvintes
de 08 a 10 anos de idade matriculadas em
uma escola da rede municipal de ensino na
cidade de Santarém, Pará, Brasil.
Metodologia: A amostra foi composta de 6
crianças com idade entre 08 e 10 anos
(8,0±1,3 anos), divididas em dois grupos
(GS: Grupo com surdez; GO: Grupo
ouvinte) compostos de 3 sujeitos cada.
Foram aplicados, nos dois grupos, testes
de equilíbrio estático (TEE) da Escala de
Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa
Neto (2002). Os resultados foram
processados através de recursos da
estatística descritiva, mediante utilização
dos programas Excel (Office 2007), para
Windows. Posteriormente, alguns dados
foram transferidos para o aplicativo
Bioestat® 5.0, de modo a estabelecer a
diferença entre os grupos, através da
aplicação do teste ANOVA (dois critérios),
seguida do teste post-hoc de t de Student,
com p<0.05. Resultados: Observou-se
que as crianças do GO alcançaram o
máximo rendimento nos cinco primeiros
testes, correspondendo às faixas etárias
de 02 a 06 anos
(TEE02,03,04,05,06anos=100±0,0%). A
partir daí, ocorreu um leve declínio nos
resultados dos testes para as idades de 07
e 08 anos (TEE07,08anos=83±29,2%),
diminuindo até valores médios nos demais
testes (TEE09,10,11anos=50±0,0%). Já
para as crianças do GS, o desempenho foi
satisfatório apenas nos três primeiros
testes (TEE02,03,04anos=100±0,0%),
diminuindo significativamente nos testes de
05 a 08 anos (TEE05 =83±29,2%;
TEE06,07anos=50±0,0%;
TEE08,09,10,11anos=17±2,9%). Foram
notadas diferenças estatísticas
significativas entre os resultados dos testes
obtidos entre os grupos (p=0.0470),
principalmente entre os testes de 06 a 11
anos. Conclusão: A partir da análise dos
resultados, sugere-se que crianças com
surdez apresentam desempenho
significativamente baixo em TEE, em
comparação com crianças ouvintes.
Unitermos: Surdez. Equilíbrio
estático. Desenvolvimento motor

Abstract
Objective: Compare the static
balance in deaf children and listeners of 08
to 10 years of old enrolled in a school in the
municipal education network in the city of
Santarém, Pará, Brazil. Methodology: The
sample consisted of 06 children with a
mean age of 8,0±1,3 years (p>0.05),
divided into 02 groups (GD: Group
deafness; GL: Group listener) with 03
subjects each. Were applied the Static
Balance Test (SBT) of the Motor
Development Scale (MDS) of Rosa Neto
(2002) the two groups. The results were
processed using descriptive statistical
methods, by using the program Excel
(Office 2007) for Windows. Later, some
data were transferred to the application
Bioestat® 5.0, in order to establish the
difference between the study variables by
applying the ANOVA test (two criteria),
followed by post-hoc Student t test, p<0.05.
Results: was observed that the children of
the GO group reached the maximum
performance in the first five tests,
corresponding the ages from 02 to 06
years
(SBT02,03,04,05,06years=100±0,0%).
From there, occurred a slight decline in test
results for the ages of 07 and 08 years
(SBT07,08years=83±29,2%), decreased to
average values in remainder of the tests
(SBT09,10,11years=50±0,0%). Already for
the children of GS group, performance was
satisfactory only in the first three tests
(SBT02,03,04years=100±0,0%),
decreasing significantly in the tests 05 to
08 years (SBT05 =83±29,2%;
SBT06,07years=50±0,0%;
SBT08,09,10,11years=17±2,9%). Were
noted differences statistically significant in
the results of tests of static balance
between the children of groups GS and GO
(p=0.0470), mainly between tests 06 to 11
years. Conclusion: From the analysis and
discussion of results, we suggest that deaf
children have poor performance on SBT,
compared with listeners children.
Keywords: Deafness. Static
balance. Motor development

http://www.efdeportes.com/ Revista
Digital - Buenos Aires - Año 15 - Nº 144 -
Mayo de 2010
1/1
Introdução
Equilíbrio é uma complexa tarefa motora que
engloba a detecção sensorial dos movimentos a fim
de manter a postura corporal inalterada em
diferentes posições, tanto em estado estacionário
(equilíbrio estático) quanto em movimento (equilíbrio
dinâmico) (ROSADAS, 1991; GONTIJO et al., 1997;
ROSA NETO, 2002, GALLAHUE; OZMUN, 2005). O
equilíbrio está associado às funções do cerebelo,
que fisiologicamente funciona em nível involuntário e
inconsciente, com função exclusivamente motora
(SCHWEIZER; KOCH, 2000; MACHADO, 2005;
LEONARDI; BEZERRA; BORGES, 2009).
Essa estrutura recebe as informações por meio da
visão, propriocepção e sistema vestibular
(GANANÇA; CAOVILLA, 1998). O sistema vestibular
é um conjunto de componentes que detectam as
sensações de equilíbrio corporal, sendo de
fundamental importância no relacionamento espacial
do organismo com o ambiente (LISBOA et al., 2005).
Vários são os componentes do sistema vestibular
localizados em cada câmara auditiva, o que inclui os
canais semicirculares, utrículos e sáculos. Os canais
semicirculares são divididos em anterior, posterior e
horizontal, dispostos em ângulo reto entre si e
banhados pelo líquido denominado endolinfa, que
estimula às células ciliadas conectadas às ampolas
que se ligam ao nervo vestibular.
O movimento realizado pela endolinfa ativa o
Sistema Nervoso Central (SNC) que aciona
mecanismos para manter o equilíbrio (contrações
musculares). O utrículo e o sáculo possuem um
revestimento interno (órgão sensorial) denominado
de mácula, repletos de células ciliadas que
dependendo do movimento feito pela cabeça envia
as informações sobre a posição da cabeça para o
cérebro (MOSQUERA, 2002; GALLAHUE; OZMUN,
2001; MACHADO, 2005).
A manutenção do equilíbrio depende da
integridade anatômica e funcional do aparelho
vestibular juntamente com os sistemas
proprioceptivos, musculoesquelético e centros
nervosos (GALLAHUE; OZMUN, 2001; ALMEIDA et
al., 2005; BARAÚNA et al., 2006; AZEVEDO;
SAMELLI, 2008; CUSHING et al., 2008).
Uma desordem vestibular pode afetar o processo
de aquisição de habilidades motoras básicas.
Estima-se que 20% a 70% das crianças com perdas
auditivas, por diversas causas, apresentem
disfunções vestibulares (POTTER; SILVERMAN,
1984), sendo a hipoatividade vestibular a mais
frequente entre indivíduos com surdez severa
(LISBOA et al., 2005).
A surdez é um assunto bastante estudado por
pesquisadores e profissionais da saúde e educação,
abordando vários aspectos como: anatomia e
fisiologia da audição, linguagem, comunicação, entre
outros (LISBOA et al., 2005). Mesmo assim, ainda
são poucas as pesquisas que relacionam a surdez
com o desenvolvimento motor e especificamente o
equilíbrio (CASTRO, 2000).
Sendo assim, o objetivo do estudo foi analisar o
equilíbrio estático de crianças surdas e ouvintes de
06 a 11 anos de idade matriculadas em uma escola
da rede municipal de ensino, na cidade de
Santarém, Pará, Brasil.
Metodologia
A amostra foi composta de 06 crianças com média
de idade de 8,0±1,3 anos (p>0.05), divididas em 02
grupos (GS: Grupo com surdez; GO: Grupo ouvinte)
de 03 sujeitos cada, conforme a tabela 01:
Tabela 01. Caracterização da amostra

Legendas: GS=Grupo com surdez; GO=Grupo


ouvinte; n=Número de indivíduos; ♂=Gênero
masculino; ♀=Gênero feminino.
O GS foi formado por crianças surdas,
selecionadas por conveniência, sendo duas crianças
com surdez congênita, e uma com surdez adquirida;
GO foi formada por crianças sem problemas de
surdez, de mesma faixa etária, selecionadas por
amostragem aleatória simples (FONSECA;
MARTINS, 1996). Esta pesquisa foi aprovada pelo
comitê de ética da Universidade do Estado do Pará,
campus de Santarém (parecer nº 035/2009),
segundo as normas para realização de Pesquisa em
Seres Humanos e os critérios de Ética em Pesquisa
– Resolução 196/96.
Os critérios de inclusão para as crianças com
surdez foram: possuir surdez diagnosticada por um
médico, apresentar faixa etária entre 08 e 10 anos;
estarem devidamente matriculadas e estudando na
escola onde se realizou a pesquisa; não apresentar
qualquer outra deficiência associada; assinatura do
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE)
por parte do responsável. Já para o Grupo Controle,
os principais critérios de inclusão foram: não possuir
surdez diagnosticada por um médico; apresentar
faixa etária entre 08 e 10 anos; estarem
devidamente matriculadas e estudando na escola
onde se realizou a pesquisa; não possuir qualquer
deficiência física, visual, mental, que possam
dificultar a realização dos testes; assinatura do
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE)
por parte do responsável.
Delimitada a amostra, foram aplicados Testes de
Equilíbrio Estático (TEE) da Escala de
Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto (2002)
nos dois grupos. Os testes avaliaram o equilíbrio
estático, sendo dividido por faixa etária que começa
com 02 anos e termina com 11 anos, conforme
apresentado na figura 01.
Figura 01. Testes de Equilíbrio Estático da Escala
de Desenvolvimento Motor (EDM)
Fonte: Rosa Neto (2002)
Para a coleta de dados foi necessária uma fita
adesiva para demarcação de onde deveria ser
realizado o movimento do protocolo, um banco de 15
cm, um cronômetro sexagesimal, uma prancheta e
uma ficha de registro para as devidas anotações e
observações coletadas. Os testes foram realizados
em 05 dias, sendo que o tempo para execução dos
mesmos foi de 30 minutos para cada participante.
Todos os testes foram registrados em vídeo para
análise posterior dos pesquisadores para maior
confiabilidade dos resultados, sendo anotado em
uma ficha de registro, desenvolvida pelos
pesquisadores baseado-se nas orientações de Rosa
Neto (2002).
Para facilitar a avaliação final dos resultados,
elaborou-se uma Escala de Pontuação, adaptando
os códigos para os testes de equilíbrio propostos por
Rosadas (1991) aos da Escala de Desenvolvimento
Motor de Rosa Neto (2002). Conforme a escala de
pontuação apresentada na tabela 02, se a criança
tem êxito em uma prova, será anotado que esta
apresentou equilíbrio estável (EE), sendo registrado
o valor 1 (100%). Se a prova exige habilidade com o
lado direito e esquerdo do corpo, também será
registrado o valor 1 (100%), quando houver êxito
com os dois membros. Se a prova tem resultado
positivo apenas com um dos membros (direito ou
esquerdo), o resultado será registrado como
equilíbrio instável (EI) sendo pontuado com o valor
0,5 (50%). Se a prova tem resultado negativo, será
anotado como não realizado (NR), e registrado a
pontuação 0 (0%).
Tabela 02. Escala de pontuação de acordo com os
códigos dos testes de equilíbrio estático
Fonte: Adaptado de Rosadas (1991)
Os resultados foram processados através de
recursos da estatística descritiva, mediante utilização
dos programas Excel (Office 2007), para Windows.
Posteriormente, alguns dados foram transferidos
para o aplicativo Bioestat® 5.0, de modo a
estabelecer a diferença entre os grupos, através da
aplicação do teste ANOVA (dois critérios), seguida
do teste post-hoc de t de Student, com p<0.05.
Resultados
Ao analisarmos os resultados apresentados na
tabela 03, observamos que as crianças do grupo GO
obtiveram rendimentos de 82% nos testes,
alcançando à maior frequência de resultados
positivos por indivíduo (EE=6,3±1,2; p=0.0185). Já
as crianças do grupo GS alcançaram um rendimento
de 55% nos teste, obtendo a mesma frequência para
os resultados EE e EI e a maior para NR
(EE=3,7±0,6; EI=3,7±2,1; NR=2,7±2,3; p=1918).
Foram notadas diferenças estatísticas significativas
entre os resultados dos grupos GS e GO (p=0.0435).
Tabela 03. Resultados da média aritmética, desvio
padrão e rendimento nos testes de equilíbrio estático
entre os grupos GS e GO

Legendas: GO=Grupo ouvinte; GS=Grupo com


surdez; EE=Equilíbrio estável; EI= Equilíbrio instável;
NR=Não realizado; RE=Rendimento.
Resultado do teste ANOVA (dois critérios):
p=0.0435.
Conforme a análise dos resultados dos testes de
equilíbrio estático entre as crianças dos grupos GS e
GO (gráfico 01), observamos que as crianças do
grupo (GO) obtiveram um desempenho bem mais
satisfatório comparados aos resultados das crianças
do grupo (GS). Notou-se que as crianças do grupo
GO alcançaram o máximo rendimento até o teste
correspondente à faixa de 06 anos
(TEE02,03,04,05,06anos=100±0,0%). A partir daí,
observou-se um leve declínio nos resultados dos
testes de 07 e 08 anos (TEE07,08 anos=83±29,2%),
diminuindo até valores médios nos demais testes
(TEE09,10,11anos=50±0,0%). Já para as crianças
do grupo GS, o desempenho foi satisfatório até os
testes referente à faixa etária de 04 anos
(TEE02,03,04anos=100±0,0%), decaindo nos testes
referentes às faixas etárias de 05 a 08 anos (TE05
=83±29,2%; TE06,07=50±0,0%;
TEE08,09,10,11anos=17±2,9%). Foram notadas
diferenças estatísticas significativas entre os
resultados dos testes de equilíbrio estático entre as
crianças dos grupos GS e GO (p=0.0470),
principalmente a partir do teste correspondente a
faixa etária de 06 anos.
Gráfico 01. Comparação dos resultados dos testes
de equilíbrio estático entre os grupos GS e GO.
Discussão
Os resultados do presente estudo demonstraram
as crianças do grupo GS obtiveram baixo
desempenho nos testes de equilíbrio estático
comparado aos do grupo GO. Estes resultados que
estão de acordo com os achados de outros estudos
(EFFGEN, 1981; AZEVEDO; SAMELLI, 2008,
GHEYSEN; LOOTS; VAN WAELVELDE, 2008).
Segundo Castro (2000), a deficiência auditiva
congênita ou adquirida afeta não somente a audição
e, consequentemente a fala, mas também
compromete o controle do equilíbrio. Para Azevedo e
Samelli (2008), as crianças portadoras de perda
auditiva neurossensorial apresentaram um déficit na
capacidade de equilíbrio estático, em comparação
com as crianças ouvintes.
Durante a realização do testes, percebemos que
as crianças do grupo GS, quando fechavam os
olhos, manifestavam desequilíbrio quase que
imediatamente. De acordo com Suarez et al. (2007)
e Azevedo e Samelli (2008), a retirada do campo
visual, representada pelo fechar dos olhos,
compromete ainda mais a manutenção do equilíbrio
destes indivíduos, uma vez que já possuem uma
defasagem vestibular. Para Castro (2000), indivíduos
surdos parecem desenvolver estratégias de
desempenho motor amparadas em pistas visuais e
na informação proprioceptiva de modo a compensar
seus problemas.
Conforme Stel et al. (2003), existe uma relação
entre o déficit de equilíbrio estático e o número de
quedas sofridas. Então, quanto menor a capacidade
de se manter em equilíbrio parado, maior será a
instabilidade motora.
Como conseqüências dessa instabilidade, a
criança constantemente muda de atividade, não
conseguindo se concentrar naquilo que faz,
produzindo uma fadiga corporal e mental, derivada
da ansiedade e angústia geradas, interferindo
também em suas relações sociais por serem
inseguras naquilo que desejam realizar. A
instabilidade de equilíbrio é mais freqüente nessa
faixa etária visto que à medida que a criança vai
sofrendo seu processo maturacional o organismo
cria meios para compensar esse distúrbio.
De acordo com Castro (2000), os indivíduos com
surdez, teoricamente, podem apresentar mudanças
no desenvolvimento motor, as quais seriam o
resultado de um processo de privação sensorial.
Este pressuposto daria ênfase na organização
integrada perceptivo-motora, onde as habilidades
motoras próximas dos níveis normais poderiam
indicar a funcionalidade perceptiva de outros
sistemas, como ocorre no controle de equilíbrio pela
visão em presença do dano vestibular.
Segundo Alves (2007) como a capacidade do
sistema nervoso alterar o funcionamento do sistema
motor e perceptivo baseadas em mudanças no
ambiente, por meio da (re) conexão das sinapses
nervosas (re) organizando as informações dos
estímulos motores e sensitivos, sendo mais comum
em crianças, que ainda encontra-se em processo
maturacional, facilitando a adaptação.
Nesse sentido, experiências em tarefas que
estimulem o controle postural também podem
melhorar o estado do equilíbrio, diminuindo os
efeitos provocados pela surdez. Segundo Azevedo e
Samelli (2008), o equilíbrio uma habilidade passível
de ser desenvolvida e aperfeiçoada por meio de
experiências corporais.
Ao analisar os efeitos de um programa de
treinamento com trampolim acrobático sobre o
equilíbrio de crianças surdas, Campos (2003)
verificou que esse tipo de exercício provocou
alterações favoráveis no controle do equilíbrio.
Para Amadeu (2001) o objetivo de se trabalhar o
desenvolvimento motor em indivíduos com
deficiência auditiva, é levá-los a desenvolver a
autoconfiança, a melhora da coordenação geral e do
equilíbrio, bem como outras qualidades físicas.
Deste modo, cabe aos profissionais de educação
física e fisioterapia perceberem as dificuldades da
criança surda e planejar suas intervenções
adequadamente, no sentido de proporcionar
atividades que supram tais necessidades, com
finalidades de estimular as sinapses nervosas para
que haja o (re) arranjo das informações neurais, que
podem ser tanto sensitivas e motoras. Sem
esquecer-se de estimulá-la de forma completa, nos
âmbitos motor, afetivo e cognitivo.
Conclusão
A partir da análise e discussão dos resultados da
amostra, concluímos que as crianças do grupo GS
apresentaram desempenho significativamente baixo
em TEE, em comparação com crianças grupo GO.
Recomenda-se, assim, a realização de estudos
similares, comparando outros protocolos para
avaliação do equilíbrio, como também de métodos
de intervenção a fim de amenizar os problemas
ocasionados pela surdez em crianças.
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