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Resumo: Responsabilidade Civil na Administração – por Desconhecido

Resumo de Direito Administrativo

Assunto:

RESPONSABILIDADE CIVIL
NA ADMINISTRAÇÃO

Autor:

DESCONHECIDO

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Resumo: Responsabilidade Civil na Administração – por Desconhecido

DIREITO ADMINISTRATIVO

RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO

I. Conceito
Para Hely Lopes Meirelles "Responsabilidade Civil do Estado é a que impõe à Fazenda
Pública a obrigação de compor o dano causado a terceiros por agentes públicos, no
desempenho de suas atribuições ou a pretexto de exercê-las."

II. Evolução Doutrinária

A) Teoria da Irresponsabilidade Civil do Estado - Característica dos Estados absolutistas.

Essa teoria tinha por base a soberania do Estado. O Estado como ente soberano detinha
autoridade sobre os administrados e resguardava o direito, assim não podia agir contra ele.

Porém, a aludida teoria passou a ser criticada por sua evidente injustiça, pois o Estado como
pessoa jurídica é titular de direitos e obrigações, e se por um lado a esse mesmo Estado
cabe a tutela do direito, também deve responder quando por ação ou omissão causar danos
à terceiros.

Hoje não mais se utiliza a teoria da irresponsabilidade.

B) Teorias Civilistas (baseadas na culpa civil)

1) Teoria dos Atos de Império e dos Atos de Gestão

Passou esta teoria a admitir a responsabilidade civil quando o dano decorresse de ato de
gestão e a afastá-la no caso de ato de império. Essa foi uma maneira encontrada para
abrandar a teoria da irresponsabilidade. A Principal crítica à esta teoria baseava-se no fato
de se tentar dividir a personalidade jurídica do Estado, o que seria impossível.

2) Teoria da Culpa Civil ou da Responsabilidade Subjetiva

O Estado estaria obrigado a indenizar sempre que o seu agente agisse com culpa ou dolo.
Assim, exigia-se muito dos administrados, pois o lesado além de provar o dano teria que
demonstrar a existência de culpa do agente estatal.

Tal teoria foi adotada pelo Direito Brasileiro, no Código Civil art. 15 e vigorou até o advento
da Constituição Federal de 1988, quando passou a ser utilizada a teoria da
responsabilidade sem culpa ou da responsabilidade objetiva.

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C) Teorias Publicistas (Responsabilidade do Estado segundo regras de direito público e


não de direito privado)

1) Teoria da Culpa Administrativa (culpa do serviço, culpa anônima, acidente


administrativo)
Por essa teoria a vítima, para obter a indenização, além de provar a lesão sofrida ficaria no
dever de comprovar a culpa administrativa. A culpa administrativa se traduzia na falta do
serviço, que ocorreria quando o serviço não existisse e também na hipótese de mau
funcionamento ou de retardamento do serviço.

2) Teoria da Responsabilidade sem Culpa, Responsabilidade Patrimonial Objetiva,


Teoria Objetiva. Existem duas teorias:

a) Teoria do Risco Administrativo - "dita teoria faz surgir a obrigação de indenizar o dano
decorrente do ato lesivo e injusto causado à vítima pela Administração independentemente
de argüição de falta do serviço ou culpa subjetiva do agente. Basta ao lesado a prova do
nexo de causalidade entre a ação ou omissão do Poder Público e o prejuízo sofrido pelo
administrado."

b) Teoria do risco integral - "É a modalidade extremada da doutrina do risco administrativo,


abandonada na prática, por conduzir ao abuso e a iniquidade social. A Administração ficaria
obrigada a indenizar todo e qualquer dano suportado por terceiros, ainda que resultante de
culpa ou dolo da vítima."

III. Responsabilidade Objetiva No Direito Brasileiro

Responsabilidade objetiva é a obrigação de indenizar que incumbe a alguém em razão de


um procedimento lícito ou ilícito que produziu uma lesão na esfera juridicamente protegida
de outrem. Para configurá-la basta a relação causal entre o comportamento e o dano.

Consoante se observa no art. 37, § 6º da Constituição Federal, a regra da responsabilidade


objetiva exige:
a) pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviço público;
b) prestação de serviço público;
c) dano causado a terceiros (nexo de causa e efeito);
d) dano causado por agente da entidades supracitadas;
e) dano causado por agente nessa qualidade.
No entender de Hely Lopes o artigo supracitado apenas atribui responsabilidade objetiva à
Administração pelos danos que seus agentes nessa qualidade, causem a terceiros, não
responsabilizou objetivamente a Administração por atos predatórios de terceiros, nem
fenômenos naturais que causem danos a particulares. Assim, para indenização destes atos
e fatos estranhos à atividade administrativa observa-se o princípio geral da culpa civil,

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manifestada pela imprudência, negligência ou imperícia na realização do serviço público que


causou ou ensejou o dano (prova da culpa da Administração).

O art. 37, § 6º da CF não trata da responsabilidade por atos legislativos e na


responsabilidade por atos judiciais. No tocante a responsabilidade por atos legislativos a
regra é a irresponsabilidade, porém a doutrina entende como situações especiais a lei
inconstitucional; a lei de efeito concreto e a lei constitucional, que, embora com o propósito
de editar normas gerais e abstratas, acabe por atingir um número restritíssimo de
administrados. A situação especial em relação a responsabilidade por atos judiciais esta
prevista no art. 5º, LXXV da CF e 133 do Código de Processo Civil.

As situações que ensejam a responsabilidade do Estado são as seguintes:


a) danos causados por comportamento comissivo - responsabilidade objetiva;
b) danos causados por comportamento omissivo - culpa administrativa, culpa do serviço;
c) danos decorrentes de situação de risco produzida pelo Estado - responsabilidade objetiva.

IV. Reparação do dano

A reparação do dano causado pela Administração a terceiro pode ocorrer de duas maneiras:
amigavelmente ou através de ação de indenização. Após indenizar a vítima a Administração
pode voltar-se contra o agente culpado pelo dano, para obter dele o valor despendido com a
indenização, isto decorre do próprio texto constitucional que admite a ação regressiva

a) Ação de Indenização
Para conseguir a indenização basta que o lesado acione a Fazenda Pública e demonstre o
nexo causal entre o fato lesivo (comissivo ou omissivo) e o dano, bem como seu montante.
Comprovados esses dois elementos, surge naturalmente a obrigação de indenizar. Para
eximir-se dessa obrigação incumbirá à Fazenda Pública comprovar que a vítima concorreu
com culpa ou dolo para o evento danoso. Se total a culpa da vítima, fica excluída a
responsabilidade da Fazenda Pública; se parcial, reparte-se o quantum da indenização.

A indenização do dano deve abranger o que a vítima efetivamente perdeu (dano


emergente);o que despendeu e o que deixou de ganhar em conseqüência do ato lesivo
(lucros cessantes); honorários advocatícios; correção monetária e juros de mora se houver
atraso no pagamento.
O pagamento da indenização ocorre nos termos do art.100 da Constituição Federal e dos
arts. 730 e 731 do Código de Processo Civil

b) Ação Regressiva (art. 37, § 6º da Constituição Federal)


Para que esta ação tenha êxito são necessários dois requisitos: 1)que a Administração já
tenha sido condenada a indenizar a vítima do dano sofrido e 2)que o agente responsável
pelo dano tenha agido com dolo ou culpa.(responsabilidade subjetiva)

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QUESTÕES

1. A RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ABRANGE (Concurso


para Promotor de Justiça do Estado de Pernambuco)
a) somente os serviços públicos ligados ao transporte coletivo
b) somente as pessoas jurídicas de direito público
c) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadores de serviços
púbicos, mas estas sem direito de regresso contra o agente do dano
d) somente os serviços públicos de transporte terrestre
e) nenhuma das respostas está certa

2. A RESPONSABILIDADE DO ESTADO É OBJETIVA. ISTO SIGNIFICA QUE (Concurso


para Advogado da UFRPE):
a) responde civilmente perante terceiros por prejuízos causados por servidor público no
exercício de sua função, com direito à ação regressiva e à instauração de processo
disciplinar para a aplicação da penalidade cabível;
b) responde apenas quando ficar comprovado que o servidor não agiu com dolo ou culpa,
pois comprovados estes, cabe diretamente ao servidor indenizar os prejuízos por ele
causados a terceiros;
c) o Estado é impedido de assumir qualquer responsabilidade, sendo, independentemente
da existência de culpa ou dolo, o servidor causador de prejuízo a terceiros o único
responsável;
d) o Estado divide de forma objetiva com o servidor a responsabilidade dos prejuízos
causados a terceiros no exercício da função pública;
e) ndr

3. A RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PERANTE TERCEIROS, REGE-SE


PELA (Concurso para Procurador da UFPE):
a) Teoria do risco integral, onde a Administração fica obrigada a indenizar todo e qualquer
dano causado a terceiros, mesmo que decorrente de dolo da vítima
b) Teoria da culpa administrativa, que decorre da ausência de serviço da Administração
como único fato ensejador de indenização em favor de terceiros
c) Teoria do risco administrativo, pela qual a Administração fica obrigada a indenizar toda
vez que causar prejuízo a terceiros, bastando a estes demonstrar o fato danoso causado
pela Administração, podendo o Poder Público, no entanto, demonstrar a culpa ou dolo da
vítima, para atenuar ou se eximir da responsabilidade
d) Teoria da responsabilidade funcional, pela qual o agente público causador do dano é
responsável direto perante terceiros
e) Teoria da responsabilidade objetiva, pela qual a Administração fica obrigada a indenizar
os danos causados a terceiros, independentemente do elemento subjetivo com que estes
se portaram no evento danoso

4. O PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO EM DECORRÊNCIA


DE DANOS CAUSADOS POR SEUS AGENTES ( Procurador Da Fazenda Nacional):

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a) aplica-se às empresas públicas ou privadas que sejam concessionárias de serviços


públicos;
b) não se aplica às empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos;
c) exige, para sua aplicação, que a entidade causadora do dano tenha sido criada pelo
poder público;
d) não se estende às universidades públicas ou privadas;
e) aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado que celebram contratos de locação de
serviços com a Administração Pública;

5) Segundo a vigente Constituição Federal, a responsabilidade civil objetiva da


Administração alcança:
a) as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos pelos danos que os seus agentes nessa qualidade, causarem a terceiros;
b) somente as pessoas jurídicas de direito público pelos danos que os seus agentes nessa
qualidade, causarem a terceiros;
c) somente as pessoas jurídicas de direito público pelos danos que os seus agentes nessa
qualidade, causarem a terceiros, faltando a dever prescrito em lei, salvo o direito de
regresso contra o causador do dano;
d) somente as pessoas jurídicas de direito público por todos os atos danosos que seus
agentes causem a terceiros;

6) CONSTITUI CAUSA EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO:


a) a circunstância de ser o evento passível de previsão;
b) a culpa exclusiva da vítima;
c) a culpa concorrente;
d) motivo de força maior.

7) CERTO FUNCIONÁRIO PÚBLICO, NESSA QUALIDADE, CAUSA, AO AGIR,


RELEVANTES DANOS MATERIAIS A UMA PESSOA. RESPONDE PELOS DANOS
CAUSADOS, NO DIREITO BRASILEIRO, A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO:
a) se o funcionário agiu, nessa qualidade, mesmo sem dolo ou culpa, pois o nosso direito
positivo adota a teoria objetiva;
b) mesmo que o funcionário não tenha agido nessa qualidade;
c) apenas se o funcionário agiu com culpa, pois o nosso direito adota a teoria subjetiva;
d) apenas se o funcionário agiu com dolo, porque o nosso direito adota a teoria subjetiva;
e) tão-somente quando o funcionário, nessa qualidade agiu com dolo ou culpa, pois o nosso
direito adota a teoria do acidente administrativo.

8) CARRO OFICIAL ABALROA CARRO PARTICULAR, CAUSANDO-LHE DANOS


MATERIAIS RELEVANTES. A FIGURA JURÍDICA, EM JOGO, É A SEGUINTE:
a) responsabilidade penal do Estado;
b) responsabilidade disciplinar do Estado;
c) responsabilidade civil do Estado;
d) responsabilidade contábil do Estado;
e) responsabilidade hierárquica.

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