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PÚBLICO-
PRIVADAS:
IMPLEMENTANDO
SOLUÇÕES NO
BRASIL
MÓDULO I
UNIDADE 1.
VISÃO GERAL DAS PPP
Parcerias Público-Privadas: Implementando soluções no Brasil
Coordenador Técnico:
Marcos Siqueira (Especialista Sênior de Operações da Equipe de PPP do BID)
Gerente de Projeto:
Ana Haro (Project manager do projeto/BID)
Lya Freitas (Assistente do projeto/BID)
Diagramação:
Manthra Comunicación - info@manthra.ec - www.manthra.ec
As opiniões expressas nesta publicação são exclusivas dos autores e não necessariamente
refletem a opinião do Banco Interamericano de Desenvolvimento, de sua Diretoria Executi-
va ou dos países que representa.
UNIDADE 1.
VISÃO GERAL DAS PPP
Objetivos de aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1. INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Ideias principais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
UNIDADE 1. VISÃO GERAL DAS PPP
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
1. INTRODUÇÃO
1 Os relatórios mais citados são os de Calderón e Servén (2003); Fay e Yepes (2003); Kohli e Basil (2011);
Perrotti e Sánchez (2011); Bhattacharya, Romani e Stern (2012); Ruiz-Nuñez e Wei (2015); e Sánchez et al.
(2017). Os relatórios mais recentes são de Castellani et al. (2019) e Rozenberg e Fay (2019). Esse último
incorpora pela primeira vez a modelagem de cenário e a necessidade de a infraestrutura ser compatível
com metas climáticas. Constata, ainda, que a região precisará investir 3,3% de seu PIB na próxima década
para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados a infraestrutura e manter-se no
caminho certo para limitar o aquecimento global a 2°C.
2 Dados organizados em De estruturas a serviços: O caminho para uma melhor infraestrutura na América
Latina e no Caribe. Editado por Eduardo Cavallo; Andrew Powell; Tomás Serebrisky. Banco Interamericano
de Desenvolvimento. Julho de 2020.
3 Conforme análise de dados da Secretaria do Tesouro Nacional, também entendidos na apresentação do
Cenário Econômico e Fiscal, agosto de 2021, Desafios Estruturais, disponível em < https://www.gov.br/econo-
mia/pt-br/centrais-de-conteudo/apresentacoes/2021/2021-08-17-cenario-economico-fiscal-cmo-seto.pdf>.
4 Neste contexto, a “infraestrutura” abarca a infraestrutura econômica, social e governamental; quer dizer, as
“estruturas físicas e organizacionais básicas” necessárias para tornar possível a atividade econômica, social
Nota
No país, a lei mais moderna é a lei de PPPs (11.079/04), que trata das concessões
patrocinadas e administrativas. De forma geral, são contratos que demandam
aportes e investimentos públicos, enquanto as concessões comuns são lastrea-
das em legislação mais antiga (de 1995), com conceitos não tão modernos e cuja
remuneração é lastreada no pagamento de tarifas pelos usuários.
5 Conjunto de equipamentos e obras, incluindo as intervenções para sua manutenção ao longo do seu ciclo
de vida, necessárias a prestação de serviços associados a infraestrutura econômica e social.
6 Existe o serviço de disponibilidade que presta o ente privado ao ente contratante para que, por sua vez,
este preste o serviço público aos usuários.
7 No contexto brasileiro, por força do art. 2º, parágrafo quarto, III, da Lei nº 11.079/2004, é vedada a celebra-
ção de PPP apenas para a disponibilização de ativo, sendo a prestação de serviços essencial à conforma-
ção jurídica do contrato.
8 No contexto brasileiro, por força do art. 2º, parágrafo quarto, III, da Lei nº 11.079/2004, é vedada a celebra-
ção de PPP apenas para a disponibilização de ativo, sendo a prestação de serviços essencial à conforma-
ção jurídica do contrato.
9 Os projetos greenfield supõem a criação de nova infraestrutura; quer dizer, envolvem a construção de no-
vos ativos.
Assim, as atividades e riscos que são transferidos ao ente privado podem va-
riar de um contrato a outro (dependendo das características do projeto asso-
ciados ao financiamento, construção, operação, manutenção e conservação),
mas em todos os casos a entidade privada assume significativamente os riscos
do projeto e é ela a responsável pelo financiamento parcial ou total do ativo,
bem como por sua gestão e desempenho. Como será mencionado ao longo
do curso, os contratos de PPP devem buscar atribuir o risco à parte que pode
melhor gerenciá-lo.
Mesmo assim, é importante destacar que, tal como foi mencionado anterior-
mente, o objetivo da aplicação de qualquer modelo de PPP, independente-
mente do tipo de contrato, bem ou serviço, é otimizar o valor da utilização dos
recursos públicos, de maneira a fazer com que a população receba de forma
eficiente serviços públicos de qualidade , que o setor público distribua melhor
seus recursos limitados e que o setor privado obtenha o lucro necessário para
justificar o investimento e o risco que assume.
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 1: Parcerias Público-Privadas: conceito e características
O Brasil possui leis nacionais dedicadas às PPPs que permitem que os governo
federal e subnacionais utilizem o modelo contratual de PPP, definido acima, como
alternativa às contratações tradicionais. O arcabouço legal diferencia dois tipos de
contratos de PPP de acordo com o modelo de receita previsto no contrato.
O segundo grupo de contratos é composto por projetos com apoio financeiro di-
reto ou contingente do setor público, seja complementar às receitas pagas pelo
usuário (denominadas Concessões Patrocinadas) ou a fonte primária de receita
(denominada Concessões Administrativas). Esse segundo grupo é regulamentado
por uma lei específica (11.074) promulgada em 2004 chamada lei de Parcerias Pú-
blico Privadas.
Apesar do nome da lei, este curso utiliza a expressão Parceria Público-Privada para
referir-se ao conceito amplo definido no item 2, que incorpora as concessões co-
muns (tratadas na lei 8.987) e as concessões patrocinadas e administrativas (trata-
das na lei 11.079).
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 2: PPPs greenfield e brownfield no Brasil
10 Quantitativo alterado por meio do Terceiro Termo Aditivo com inclusão de 14 novas unidades, pas-
sando de 32 para 46 o número total de UMEIs contratadas. Veja mais sobre o projeto em https://
prefeitura.pbh.gov.br/transparencia/acoes-e-programas/parcerias-publico-privadas/educacao.
A obra da ponte Salvador-Itaparica será uma das maiores obras brasileiras e vai
modificar a realidade socioeconômica de todo o Estado da Bahia, uma vez que se-
rão beneficiados diretamente 44 municípios do Recôncavo Sul, Baixo Sul e Região
Metropolitana de Salvador. Esse equipamento permitirá que baianos e turistas se
desloquem pelo Estado com mais agilidade e segurança, além de impulsionar o
setor de turismo de diversas cidades.
Por fim, cabe destaque às 170 iniciativas de PPPs no segmento de iluminação pú-
blica que se encontram entre a fase de modelagem e a gestão de contratos inicia-
dos11 no Brasil como exemplos de projetos brownfield. Especificamente, cita-se os
projetos desenvolvidos pelos municípios de:
Modelos de PPP com base nas atividades assumidas pela entidade privada e
sua fonte de financiamento
Desde el punto de vista de las actividades a cargo del ente privado, estable-
cidas contractualmente entre este y el ente público, así como de la fuente de
fondeo, hay distintos modelos de APP. Los dos más conocidos son:
CAT
Atividades a cargo do setor público
RFOT
ROT
RAOT
DCFO
TCOT
BOT
CPFO
CPFOT Fonte: : Daniel Vieitez M,
DAPPIS14 (2012)
Atividades a cargo do setor privado 100
Privatização
Tabela 1. Características essenciais dos modelos PPP classificados em função das atividades
transferidas ao ente privado e a origem dos investimentos
Financiamento
Tipo
Transferência do
Operação para a operação e Propriedade ativo (4) e dos
Inglés (2)
Español
Transferência
Entidade da propriedade
Concebe, constrói, e
governamental, ao término da
mediante o construção,
financia
Ativo do
Entidade pagamento, no momento em
DCF
DBF
Contrato de obra
“Chave na mão”
Constrói, arrenda e transfere
e arrendamento Ativo do
a longo prazo investidor até o Transferência da
com opção de Entidade termo do contrato propriedade do
compra governamental, ativo ao término
Entidade mediante Direito de uso do contrato,
CAT
BLT
transfere
RFOT
pode demandar Ente privado Ente privado Ente privado pagamentos Direito de uso direitos de uso
concessão periódicos por do investidor, ao término do
segundo o tipo disponibilidade e/ até o término do contrato
de ativo ou uso do serviço contrato
Ativo da entidade
Reabilita, opera
Reversão do
governamental
e transfere
ROT
RLOT
Ativo da entidade
governamental ou
do ente privado,
segundo o caso
Direitos de uso
Desenha, constrói, financia e opera
e, em seu caso,
Entidade de exploração
governamental, Reversão ou
do investidor,
mediante transferência do
Contrato de até o término
pagamentos ativo, segundo
serviços de do contrato
periódicos por o caso, bem
longo prazo, que e, no caso, da
DCFO
DBFO
Concessão
Transfere, constrói, opera e transfere
que inclui a
transferência,
ao ente privado,
dos direitos de Ativo da entidade
uso exploração governamental Reversão do
de um ativo Usuários, ativo e dos
Direitos de uso
TBOT
TCOT
Ativo da entidade
governamental Reversão dos
Usuários,
Direitos de uso direitos de uso
Entidade mediante o
BOT
COT
Entidade
financia e opera
governamental,
proprietário,
Constrói, é
Contrato de
mediante
CPFOP
BOFO
Transferência
opera e transfere
Entidade à entidade
Constrói, é
Contrato de Ativo do
governamental, governamental
BOFOT
CPFOT
15 Entendemos financiamento como alavancagem. Quando o Poder Público aporta recursos por meio de
contraprestações ou aporte de recursos públicos, a classificação e a natureza desses recursos, no Brasil,
nem sempre são de “financiamento”, mas sim de custeio. Nada impede de eventualmente o Concedente se
financiar, mas isso não é uma obrigatoriedade.
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 3: PPP na modalidade de Concessão Administrativa
16 Para classificar os projetos em tarifáveis e não tarifáveis, leva-se em consideração a origem majoritária
da receita que permite cobrir as despesas de operação e manutenção e os recursos investidos. Por esse
motivo, como será visto a seguir, o APP 2 cofinanciado está entre os projetos denominados não tarifários
e considera as tarifas ou taxas de uso como fonte de receita minoritária. O mesmo acontece com o APP 4
Cofinanciado, mas de forma contrária: são projetos com base em taxas nas quais a receita provém princi-
palmente da cobrança de tarifas ou taxas dos usuários e, em menor grau, de pagamentos periódicos feitos
à entidade contratante em função da disponibilidade e / ou uso da infraestrutura
17 A Concessionária pode, sob seu risco, implementar outras operações que confiram receitas acessórias ao
projeto, respeitando regras contratuais estabelecidas.
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 4: PPP na modalidade de Concessão Patrocinada
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 5: Concessões comuns
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 6: Parceira Público-Privadas com aportes públicos
A título de exemplo, cita-se, mais uma vez, o projeto da Ponte Salvador- Itaparica,
denominado oficialmente de Sistema Viário do Oeste-Ponte Salvador-Ilha de Ita-
parica. Trata-se de uma concessão patrocinada, assinada em 2020. O recebimento
de contraprestação pública e das tarifas cobradas dos usuários não era suficiente
para viabilizar os investimentos privados necessários no projeto, de modo que o
Governo do Estado da Bahia se comprometeu contratualmente a aportar R$ 1,5
bilhão para viabilizar parte das obras. Neste sentido, o contrato previu pagamen-
tos semestrais do Poder Concedente ao Concessionário à medida que marcos das
obras fossem sendo cumpridos.
Para saber mais sobre os termos contratuais deste projeto acesso: http://www.
infraestrutura.ba.gov.br/modules/consultas_externas/index.php?cod=44.
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 7: PPP na modalidade de Concessão Patrocinada – parte 2
É semelhante à tipologia PPP subsidiada 2 (Box 4), cuja modalidade é uma con-
cessão patrocinada, com obtenção de receitas provenientes de duas fontes: 1) a
tarifa paga pelos usuários dos serviços e 2) os pagamentos públicos do poder con-
cedente. O que difere as tipologias tratadas no Box 4 deste Box 7 é a proporção de
contribuição de cada uma das fontes de receita. Enquanto a primeira indica uma
proporção maior advinda do parceiro público, esta tipologia indica o maior grau
de contribuição advindo dos usuários dos serviços – esta última é a mais comum
no Brasil.
No Brasil, merece destaque uma única diferença no que se refere à proporção das
fontes que financiam projetos sob esta modalidade. A Lei de PPPs determina que
as concessões patrocinadas nas quais mais de 70% da remuneração do parceiro
privado foram pagos pela Administração Pública dependerão de autorização le-
gislativa específica.
Por fim, deve-se mencionar que, embora os contratos de PPP sejam classifica-
dos pelas categorias acima mencionadas anteriormente, não existe um padrão
internacional consistente para nomear e descrever os diferentes tipos de con-
tratos. Claramente, essas várias definições criam confusão quando olhamos
para a experiência internacional.
Por exemplo:
BRASIL
A legislação brasileira distingue entre projetos pagos pelos usuários e projetos pagos
pelo governo. A Lei de Concessões rege os projetos custeados integralmente pelos
usuários; projetos em que há pagamentos periódicos do governo são regidos pela le-
gislação de PPP. Consequentemente, apenas esses últimos projetos são comumente
conhecidos como regidos pelas PPP e os primeiros como sendo regidos pela lei de
concessões (reveja o Box 5).
MÉXICO
A partir do ano de 2003, foi o primeiro país da América Latina a adotar o mo-
delo britânico PFI (Private Finance Initiative) por meio dos chamados “Projetos
de Prestação de Serviços” (projetos não tarifáveis). Foi também o primeiro
a desenvolver um hospital de alta especialização com participação direta do
setor privado. Atualmente, a expressão utilizada é “Parceria Público-Privada”,
tanto para projetos tarifáveis como os não-tarifáveis.
CHILE
O modelo chileno, no entanto, segue tomando por referência sua conexão com
o mercado de capitais por meio dos fundos de pensões privados e das com-
panhias de seguros de vida como referência na aquisição de obrigações de
REINO UNIDO
Alguns setores econômicos que são fundamentais para a sociedade estão su-
jeitos à regulamentação do Governo. O transporte publico, por exemplo, costu-
ma ser regulamentado para garantir o cumprimento das frequências, o respeito
às rotas, o descanso de motoristas, etc. Do contrário, corre-se o risco de as
empresas agirem exclusivamente na defesa dos seus interesses e privarem os
passageiros dos seus direitos. O setor de energia também está frequentemente
sob regulamentação estatal. Neste caso, pretende-se que as tarifas não sejam
aumentadas (privando os usuários da eletricidade como serviço essencial) e que
não ocorram cortes de energia. Portanto, o governo também fiscaliza que as em-
presas façam os investimentos necessários para garantir a qualidade do serviço.
18 Além da proteção do usuário em face de possíveis abuso de poder de mercado, o regulador nas PPPs, no
contexto brasileiro, tem atribuições que compreendem, exemplificativamente, (i) regulação econômica dos
contratos e análise de pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro; (ii) delimitação de matérias técnicas
relativas ao objeto da concessão. Tais atribuições visam proteger o bom andamento da concessão de for-
ma geral, e não apenas sob a perspectiva de eventual abuso contra o usuário.
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 8: Controle e Regulação das PPPs no Brasil
Todavia, cada Tribunal de Contas tem suas regras próprias que regulam as inte-
rações do tribunal com o processo de tomada de decisão sobre contratações via
PPP. Há práticas que impõem ao setor público interações formais com o Tribunal
de Contas nos momentos iniciais da tomada de decisão e há práticas que de-
mandam trocas com o Tribunal de Contas responsável na fase final da tomada de
decisão.
Em 2019 foi publicada a Lei 13.848, instituindo o novo marco legal das agências
reguladoras. A lei dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisório e o
controle social das agências reguladoras, com intuito de padronizar, aprimorar e
dar mais transparência ao seu funcionamento.
19 Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombus-
tíveis (ANP); Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel); Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa); Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Agência Nacional de Águas (ANA); Agên-
cia Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq); Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
Agência Nacional do Cinema (Ancine); Agência Nacional de Aviação Civil (Anac); Agência Nacional de
Mineração (ANM).
Alguns países optam por usar PPP principalmente em setores específicos, re-
fletindo prioridades, ou setores nos quais se espera que as PPPs tenham mais
sucesso. Ao contrário, outros países definem certos setores ou serviços para os
quais as PPPs não serão utilizadas21. s vezes, estes são chamados de “serviços
básicos”, ou seja, serviços que o governo fornece exclusivamente e que não
são delegados ao setor privado por meio de uma PPP. Por exemplo, em alguns
países, a responsabilidade pelo fornecimento de eletricidade, água ou segu-
rança pública é intransferível ou não delegável. Na prática, as definições de
“serviços centrais” variam de acordo com as preferências e percepções locais.
20 A partir do Novo Marco do Saneamento, a regulação no setor passou a ocorrer de forma um pouco
distinta, com a ANA (em nível federal) estabelecendo normas de referência e as agências subnacionais
atuando de forma direta com os prestadores de serviço.
21 No contexto brasileiro, a Lei nº 11.079/2004 estabelece, em seu art. 4º, III, a “indelegabilidade das funções
de regulação, jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado”.
O quadro seguinte apresenta alguns dos setores e tipos de projetos nos quais
são utilizados PPP.
NO CONTEXTO BRASILEIRO
BOX 9: O desenvolvimento das PPPs no Brasil
A Lei nº 11.079/2004 estabelece que projetos certos setores não podem ser rea-
lizados. Especificamente, o art. 4º, III, determina que não é possível a realização
de PPPs que transgiram ao setor privado funções de “regulação, jurisdicional, do
exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado”.
Sem prejuízo das regras estabelecidas acima, O Brasil avançou com projetos de
PPP em diversos setores como forma de entregar infraestrutura e prestação de
serviços públicos de qualidade. Dados do final de novembro de 2021 apontam
para a existência de 583 iniciativas, distribuídas em 15 segmentos, sendo conduzi-
dos por todos os entes políticos nacionais, com destaque para os municípios.
Iniciativas de PPP
4 no Brasil por Segmento
9 2
18 12 2
18 Iluminação Pública
18 Resíduos Sólidos
Saúde
213
30 Eficiência Energética e Tecnologia
Água e Esgoto
Mobilidade
33 Unidades Administrativas e Serviços Públicos
Cultura, Lazer e Comércio
Rodovias
36 Educação
Habitação e Urbanização
Sistema Prisional
37 Aeroportos
Terminais Rodoviários
Meio Ambiente
40
111
• Tratamento de água
Água
• Distribuição de água e sistemas de águas residuais
• Ativos de geração
Energia • Ativos de transmissão
• Sistemas de distribuição
Iniciativas de PPP
17
7 17 no Brasil por Ente Político
Município
142
Estado
400
iniciativas
União
de PPP
Consórcios Públicos
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021
Contratos Iniciados
IDEIAS PRINCIPAIS
• Existem diversas definições do que é uma PPP, mas o elemento comum a
todas elas é que envolvem o setor privado na prestação de bens e servi-
ços, tradicionalmente prestados e ofertados pelo governo.
• As PPPs devem otimizar benefícios para cada uma das partes envolvidas,
por meio de um contrato claro e justo.