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Figura I
Recursos Desembolsados pelo FNDCT (R$ de dezembro de 2017)
Fonte: Melo, L. M. (2009) e Relatórios FNDCT, diversos anos. Valores deflacionados pelo IPCA.
3Melo, Luiz Martins. Financiamento à Inovação no Brasil: análise da aplicação dos recursos do Fundo Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) de 1967 a
2006, Revista Brasileira de Inovação, Rio de Janeiro (RJ), 8 (1), p.87-120, janeiro/junho 2009.
3
A Criação dos Fundos Setoriais tinha dois grandes objetivos. De um lado, carrear os
recursos necessários ao desenvolvimento científico e tecnológico do país, recuperando
o papel anterior do FNDCT, quando de sua criação. De outro lado ampliar a capacidade
de articulação do MCT, conectando o Ministério com os principais interlocutores em
setores como agricultura, energia, saúde, óleo e gás, informática, etc.
Este segundo objetivo procurava endereçar uma questão muito relevante da agenda
institucional de CT&I, relativa à coordenação das ações de governo, em especial entre
as Agências Reguladoras e os Ministérios setoriais. Esta dificuldade sempre fez parte de
todos os diagnósticos como um dos gargalos institucionais mais importantes de nosso
sistema de inovação. No centro deste debate está a definição do papel do MCT, hoje
MCTIC, que desde sua criação mostrou-se um ministério frágil e com baixa capacidade
de articulação.
O esforço de superar esta falta de coordenação sempre esteve na agenda do MCTIC. Ao
longo dos anos, alguns instrumentos foram sendo criados para contornar este fato. Um
dos mais importantes foi a instituição, em 1996, do Conselho Nacional de Ciência e
Tecnologia (CCT) como "órgão de assessoramento superior do Presidente da República",
com a participação de representantes da sociedade civil e, originalmente, de seis
Ministros de Estado, número acrescido para treze em 2007. A criação de uma instância
7 A Exposição de Motivos levada ao Presidente da República para a criação dos Fundos Setoriais afirmava que os
problemas da Política Nacional de C&T não eram apenas de recursos. Entre seus grandes desafios um seria a “ainda
baixa capacidade de coordenação e articulação das ações setoriais (progressivamente descentralizadas) em C&T e
P&D”. Ver: Ministério de Ciência e Tecnologia, A Aceleração do Esforço Nacional de C&T. Revista Brasileira de
Inovação, Rio de Janeiro (RJ), 6 (1), p.191-223, janeiro/junho 2007, pg. 204.
8 Parte destes documentos pode ser acessada nos sites do CGEE ou da FINEP. Ver, por exemplo:
https://www.finep.gov.br/images/a-finep/fontes-de-orcamento/fundos-setoriais/ct-bio/diretrizes-estrategicas-para-o-
fundo-setorial-de-biotecnologia.pdf
5
processo decisório e trazer para a mesa os órgãos setoriais. Além de suas reuniões
regulares, anualmente os Comitês tinham a oportunidade de discutir e deliberar sobre
as prioridades e a estratégia de fomento de cada Fundo. Mas a implementação
operacional das ações era feita, com bastante autonomia, pelas agências do MCT/MCTIC
(CNPq e FINEP).
O primeiro grande objetivo — mobilizar recursos adicionais e superar a instabilidade —
foi plenamente alcançado. A Figura I mostra que os recursos dispendidos foram
ampliados sensivelmente após 2001, alcançando patamares superiores, em alguns anos,
àqueles dos anos setenta. Mas este sucesso foi parcial — como veremos com mais
detalhes à frente — por conta de contingenciamento de recursos e das restrições
colocadas aos limites de empenho do FNDCT.
Como relata Valéria Bastos, a previsão inicial de assegurar estabilidade no dispêndio,
por meio da manutenção no FNDCT dos saldos de caixa não utilizados ao fim do período
de execução orçamentária anual, que originalmente estava prevista na Medida
Provisória 2.010-30, de março de 2000, acabou não prevalecendo quando da conversão
desta MP em Lei (Lei n⁰. 10.148/dezembro de 2000). Com isto, o “FNDCT foi excluído do
conjunto de fundos que estariam desobrigados a recolher superávits financeiros ao
Tesouro Nacional”.9
O modelo inicial de gestão — baseado na articulação setorial — funcionou bem até fins
de 2002, momento em que os Fundos começavam a arrecadar recursos mais
significativos. Em 2003, com a mudança de governo, uma série de alterações foram
introduzidas no sentido de reduzir o papel dos Comitês Gestores, centralizar as decisões
no MCT e flexibilizar a alocação de recursos para prioridades definidas internamente no
Ministério.10 Em paralelo, o CGEE deixou de operar como Secretaria Técnica dos Comitês
Gestores e quase foi fechado, não fosse uma intervenção da Presidência da República.
Para além desta mudança, a iniciativa que de forma mais objetiva esvaziou o papel dos
Comitês Gestores dos Fundos Setoriais foi a criação das chamadas ‘ações transversais’.
Um processo de alocação de recursos dos Fundos definido pelo MCT, sem participação
dos Comitês. Ela supostamente se justificava para possibilitar “maior aderência dos
investimentos do FNDCT aos objetivos estratégicos nacionais, particularmente à Política
Industrial e Tecnológica vigente à época”11. Um argumento que se valia da ideia de que
os setores prioritários da Política Industrial e Tecnológica não obrigatoriamente
coincidiam com os setores focados pelos Fundos. Um argumento frágil, pelo papel
absolutamente secundário ou até mesmo nulo do MCT na formulação e implementação
da nova política industrial.12
Na prática isto significava dar maior liberdade ao MCT/MCTIC para a alocação de
recursos. Como comenta um analista privilegiado: “O uso do dinheiro dos fundos para
suplementar necessidades do sistema federal de C&T esvaziou o poder dos comitês
9 Bastos, Valéria D. Fundos Públicos para Ciência e Tecnologia. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v.10, n.20,
p.229-260, dezembro de 2003.
10 Um conjunto de Portarias do MCT/SECEX regulou estas alterações: em abril de 2003 foram criados os Grupos
Técnicos para apoio à operação dos Fundos Setoriais, sob a coordenação geral da Secretaria Executiva do MCT; em
julho do mesmo ano foi criada a Secretaria Técnica de Apoio ao Comitê de Coordenação dos Fundos Setoriais; em
abril e 2004 foi criado o Comitê de Coordenação dos Fundos Setoriais.
11 Apud: http://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/fundos/fndct/paginas/governanca.html
12 O MCT foi na prática excluído da primeira versão destas políticas (PITCE), pelo seu posicionamento relativamente
gestores dos fundos, que passaram a administrar quantias cada vez menores”. Ou, de
forma muito clara, “os fundos acabaram servindo para tapar buracos do orçamento do
Ministério, o que não era sua função original”.13
Um longo Relatório acerca dos Fundos de Incentivo às atividades de P&D produzido em
2016 pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal traz um retrato claro e
inequívoco do conjunto de desacertos feitos na condução dos Fundos Setoriais.14
Ao abordar a governança dos Fundos Setoriais, o Relatório detalha o papel dos diversos
Conselhos e Comitês criados e a progressiva “captura do FNDCT pelo MCTIC”. Sobre o
Conselho Diretor do FNDCT ele afirma: “Além de poucas reuniões, a leitura das atas
revela que os temas abordados não são discutidos com a profundidade esperada e que
alguns dos conselheiros parecem pouco envolvidos com os detalhes da gestão do fundo.
Há intervenções que demonstram pouco domínio dos temas da pauta.” O Relatório
também aponta que a criação de um Comitê de Coordenação dos Fundos Setoriais e
depois de um Comitê de Coordenação Executiva do FNDCT, compostos exclusivamente
por membros do MCT/MCTIC, mostra que a coordenação dos Fundos passou a ser
totalmente dominada pelo MCTIC.15
O Relatório é bem claro: “essa captura do FNDCT pelo MCTIC também favorece a
manutenção das debilidades nas ações de avaliação dos resultados do fundo. Isso
porque não se pode esperar que o MCTIC, beneficiado por práticas questionáveis na
gestão do fundo – como, por exemplo, pela substituição de fontes –, ressalte e critique
essa ação.”16
O conjunto do processo que se inicia em 2003 é a descaracterização dos Fundos Setoriais
como um mecanismo de articulação de interesses externos ao MCT/MCTIC. Os Comitês
Gestores foram paulatinamente perdendo relevância e, nos termos do Relatório:
“encontram-se (hoje) substancialmente distanciados do processo de governança do
FNDCT”. Este esvaziamento reflete-se na progressiva redução dos valores dedicados às
ações setoriais (ou verticais), como pode ser visto na Figura II a seguir.
A desvinculação dos recursos dos Fundos permitiu que estes valores fossem utilizados
para a concessão de bolsas de produtividade e para o programa Ciência sem Fronteiras,
entre outras ações. As ‘ações transversais’, por sua vez, possibilitaram fomentar
iniciativas sem relação com os propósitos dos setores que arrecadavam os recursos.
Note-se, também como aponta este Relatório, que “as ações transversais não são
aprovadas pelos Comitês Gestores dos Fundos Setoriais; na prática, são decididas apenas
pelo MCTIC, o que configura verdadeiro desvirtuamento do próprio modelo de
governança do FNDCT”. Ou ainda, como aponta o mesmo Relatório: “Como resultado,
atualmente, pouco mais de 10% dos recursos aplicados se destinam, de fato, às
finalidades setoriais. Esse quadro provocou um verdadeiro esvaziamento dessas ações,
13 A primeira afirmação é de Hernan Chaimovich, ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq). A segunda é de Fernanda de Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). Ver: Financiamento em Crise, Revista da Fapesp, Ed 256, junho de 2017,
http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/06/19/financiamento-em-crise/. Ver também, De Negri, F., Novos Caminhos
para a Inovação no Brasil, Wilson Center & Interfarma (org.), Wilson Center, Washington, 2018., pg 112 e ss.
14 Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal – CCT, Fundos de Incentivo ao Desenvolvimento Científico
Lei do FNDCT (Lei nº 11.540/07). O segundo Comitê foi criado pela Instrução Normativa nº 2, de 2010, do próprio
Conselho Diretor do FNDCT.
16 Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal, op. cit.
7
que deveriam ser a principal aplicação do FNDCT. Provocou ainda uma perda de
relevância dos Comitês Gestores dos Fundos Setoriais.”
Figura II
Recursos dos Fundos Setoriais aplicados em ações verticais (setoriais)
em bilhões de Reais e em percentual do total dos recursos
setores como petróleo e gás, energia, saúde ou agropecuária, não se assistiu nenhuma
reação relevante, em termos econômicos ou políticos, ao severo contingenciamento dos
recursos dos anos recentes. Reações relevantes foram apenas da própria comunidade
científica, principalmente dirigidas a preservar os Fundos como fonte de receita, não
como uma estratégia de articulação do MCTIC com outros Ministérios setoriais.18
Figura III
Distribuição dos recursos de 2017 do FNDCT segundo as principais ações
Fonte: Relatório de Gestão do Exercício de 2017 do FNDCT, FINEP, Rio de Janeiro, 2018.
telecomunicações, de forma a capturar apenas a trajetória dos gastos do que era o antigo MCT, depois MCTI.
9
Figura IV
Peso Percentual do FNDCT no dispêndio total do MCTIC
Figura V
Peso do Orçamento do FNDCT e MCTIC no Orçamento Geral da União.
Figura VI
Arrecadação e Dispêndio do FNDCT (valores em R$ de 2017).
Para além dos elevados valores retidos pelo Tesouro, a própria alocação do orçamento
do FNDCT suprimiu, neste período, recursos que deveriam servir para fomentar o
desenvolvimento científico e tecnológico. O Fundo foi usado como fonte de recursos
para pagamento bolsas de diversas naturezas ou para outros programas, como os Editais
Universais do CNPq ou o Programa Institutos Nacionais de C&T do MCTIC, substituindo
as fontes regulares do Tesouro. Num caso extremo, o FNDCT financiou parte do
20A Lei nº 12.351/2010 que introduz o regime de partilha de produção alterou os critérios de distribuição de royalties
definidos até então pela Lei do Petróleo (Lei nº 9.784/97), carreando boa parte dos recursos destinados à União para o
Fundo Social.
11
Programa Ciências sem Fronteira, para o qual foram alocados R$ 2,1 bilhões, entre 2013
e 2015, cerca de 28% de todo o comprometimento do FNDCT nestes três anos.
Do ponto de vista estritamente financeiro, um último ponto chama muito a atenção. À
medida que os empréstimos concedidos pelo FNDCT à FINEP, como funding para
operações de crédito junto às empresas, começaram a gerar caixa, pelo retorno destas
operações, assistiu-se, em paralelo, um maior contingenciamento dos recursos
arrecadados pelos Fundos. Aumentou a receita própria do FNDCT e cortaram-se os
recursos da CIDE e demais fontes de receita do FNDCT. Esta prática alcança agora
patamares difíceis de se imaginar, quando se estabelece que o limite de empenho é
praticamente igual à receita própria gerada. Na prática isto significa que toda a
arrecadação dos Fundos Setoriais está sendo contingenciada e destinada ao Tesouro,
numa flagrante ilegalidade, uma vez que as contribuições que constituem suas receitas
têm destinação específica para o apoio ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Muitos analistas têm apontado que este quadro de esgotamento do modelo dos Fundos
Setoriais vai exigir uma profunda reforma do sistema de financiamento às atividades de
ciência, tecnologia e inovação. Esta reforma decorre não apenas de reverter os níveis de
contingenciamento exorbitantes dos dias atuais, mas decorre da necessidade de
examinar o papel do MCTIC e de sua capacidade de articular interesses externos ao
Ministério, em especial sua capacidade de dialogar com a área econômica do Governo
Federal em temas como produtividade e competitividade, mostrando assim a relevância
destes investimentos e seus impactos e retornos esperados, seja na dimensão
econômica, na qualidade de vida, ou mesmo, quando for o caso, no avanço do
conhecimento.
Algumas propostas e alternativas têm sido apontadas, muitas delas complementares
entre si. Elas abarcam a busca de novas fontes de recursos para o FNDCT, uma tarefa
difícil, num contexto de elevada carga tributária e pressão da sociedade para reduzir a
incidência de tributos. Mas incluem também reformas na governança, na engenharia
institucional dos Fundos e na natureza contábil do FNDCT. Vejamos as principais
alternativas hoje existentes.
Uma segunda proposta, que não se contrapões à primeira e que vem sendo estuda há
muitos anos, em especial pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, e que
ganhou impulso com a proposta da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - CAPES de criar um Fundo para um Programa de Excelência das
Universidades e Institutos de Pesquisa Brasileiros22, é o uso dos recursos não aplicados
por concessionárias ou beneficiárias de incentivos que têm obrigações acessórias de
23 Estas obrigações se referem às cláusulas de investimentos em P&DI de um mínimo da receita bruta previsto nos
contratos para exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, reguladas pela ANP; às obrigações
das empresas do setor de geração de energia elétrica de também investir um percentual de sua Receita Operacional
Líquida em projetos de P&D regulados pela ANEEL; e às aplicações em atividades de P&D exigidas como
contrapartidas da renúncia fiscal permitida pela Lei de Informática (Leis n.⁰ 11.077/04, n. ⁰ 10.176/01 e n. ⁰ 8248/94).
24 Uma inovação importante trazida pela Lei n. ⁰ 13.674/2018, editada para contornar o impasse advindo de um
volume excessivo de glosas impostas às empresas do setor de informática, foi autorizar que parte dos dispêndios em
P&D possam ser efetuados sob a forma de aplicação em fundos de investimentos ou outros instrumentos autorizados
pela CVM que se destinem à capitalização de empresas de base tecnológica e sob a forma de aplicação em programa
governamental que se destine ao apoio a empresas de base tecnológica, conforme regulamento a ser editado pelo
Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
14
exemplo da criação de startups, mas que aparentemente não têm sido capazes de
alavancar a inovação de maneira expressiva.
Duas observações são importantes aqui.
Primeiro ressaltar que se tratam de recursos privados, mesmo que decorrentes de
obrigações de concessionários ou de contrapartida ao gozo de incentivos fiscais. Isto é
importante e desejável, pois poderia induzir uma conduta mais ativa das empresas no
terreno da inovação tecnológica. Além do mais, por serem privados, seria desejável que
o uso destes recursos mantivesse sua maior flexibilidade, frente ao que ocorre no uso
de recursos públicos. Em caso de alteração destas regras, estas características deveriam
nortear a regulação setorial, preservando a flexibilidade decorrente da natureza privada
dos recursos e contemplando alternativas de uso capazes de fortalecer a inovação
nestes setores, a exemplo de parcerias com institutos e universidades, mas também com
outras empresas, notadamente com startups.25
Em segundo lugar, é preciso evitar que as regras inibam pesquisas de maior ousadia. Ao
contrário, estes marcos reguladores deveriam incentivar e premiar este tipo de conduta,
com horizontes de médio e longo prazo, inclusive também para projetos de nível de
maturidade tecnológica (TRL) baixos, dentro de um portfólio balanceado de iniciativas.
Isto poderia ser alcançado com planos de trabalhos de médio prazo de aplicação em
P&D, acompanhados de metas anuais, com incentivos diferenciados de acordo com o
risco tecnológico.
Além destas observações, há ainda uma questão importante. O FNDCT já é, em parte, e
isto deveria ser reforçado, destinação alternativa de recursos não aplicados pelas
empresas. Esta destinação deveria ter um tratamento similar ao que ocorre com o
Programa de Recuperação Fiscal - REFIS, que admite o parcelamento dos débitos com
benefícios de redução de multas, condicionada à desistência expressa e irrevogável das
ações administrativas e judiciais. Os recursos assim carreados ao Fundo deveriam, em
todo o caso, ser aplicados nos setores que o originaram, atuando inclusive de forma
colaborativa com empresas destes setores. Um estímulo a este tipo de destinação
poderia ser criado, na forma de um percentual de um benefício fiscal para as empresas
que optassem por esta alternativa ou em parcerias com o FNDCT de interesse dos
setores, a exemplo da criação de novos Fundos de Venture e Equity, para apoio a
startups, que combinassem recursos da FINEP e do BNDES, com recursos das obrigações
de P&D das empresas.
25No setor de petróleo e gás, há uma demanda antiga de flexibilização das regras de obrigatoriedade de P&D, de
forma a incluir fornecedores e startups. Ela expressa uma opinião existente na Organização Nacional da Indústria do
Petróleo - ONIP e no Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP. A Agência Nacional do Petróleo
– ANP anunciou recentemente a intenção de rever estas regras, em especial pelo papel que startups podem vir a ter no
esforço tecnológico do setor. Ver: O Valor Econômico, 6 e 7 de setembro de 2018.
15
Câmara dos Deputados, de autoria da Deputada Bruna Furlan, que tratava da instituição
de fundos patrimoniais junto às universidades públicas e instituições de pesquisa. O
objetivo do Programa de Excelência seria apoiar a pesquisa de qualidade e incentivar a
internacionalização da pós-graduação destas instituições, de forma a que pudessem se
posicionar como instituições de classe mundial.
O Fundo proposto seria de natureza privada para também apoiar, além do citado
Programa de Excelência das Universidades, as atividades de inovação e pesquisa. A
operacionalização deste Programa ficaria sobre a responsabilidade da CAPES, que
também responderia pela Secretaria Executiva do Fundo criado, ao menos nos seus três
primeiros anos.
Poderiam ser creditados ao Fundo obrigações de aplicação em P&D não levadas a cabo
por concessionárias ou empresas incentivadas. A destinação de recursos ao Fundo teria
“eficácia liberatória para obrigações de investimento em P&DI, desde que pelo menos
metade das obrigações (fosse) destinada ao fundo com a mesma periodicidade prevista
na obrigação”.26
Trata-se de uma proposta criativa e interessante, especialmente frente ao contexto de
grave restrição fiscal, que obriga as instituições a ir buscar recursos novos para cumprir
suas missões, o que atinge também a CAPES. Particularmente criativa é a proposição de
que o Fundo criado seja de natureza privada, coincidindo com a origem dos recursos,
dando-lhe assim grande flexibilidade e evitando que estas dotações adentrem ao
orçamento público, o que dificultaria sua utilização. Para assegurar esta natureza, o
Conselho do Fundo teria maioria de membros externos ao setor público, com grande
participação do setor empresarial e de entidades da comunidade científica. Em
complemento ao estabelecido anteriormente, as diretrizes do Projeto de Lei apontavam
para a determinação de que “até cinquenta por cento dos recursos do fundo deverão ser
aplicados em projetos dirigidos para a inovação tecnológica”.
É uma ideia criativa, calcada no programa Alemão de excelência acadêmica — Academic
Excellence Initiative. Se a inspiração original prevalecer no seu detalhamento e se
houver seletividade, pode trazer uma alteração importante no sistema de ensino
superior, incentivando algumas poucas instituições a se posicionarem como
universidades de classe mundial.
Esta ideia acabou derivando uma Medida Provisória, recém editada, que além de regular
Fundos Patrimoniais (Endowment Funds) para o apoio a inúmeras atividades27, instituiu
o Programa de Fomento à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação - Programa de
Excelência com o objetivo de promover a produção de conhecimento, ciência,
desenvolvimento e inovação, por meio da pesquisa de excelência de nível internacional,
da criação e do aperfeiçoamento de produtos, processos, metodologias e técnicas. 28
Tal como no Projeto de Lei do Senador José Agripino, esta Medida Provisória também
autoriza empresas com obrigações legais ou contratuais de investimento em pesquisa,
instrumentos de parceria com organizações gestoras de fundos patrimoniais e cria o Programa de Fomento à Pesquisa,
Desenvolvimento e Inovação - Programa de Excelência.
16
29Fundos regulados pela Instrução CVM nº 578, de 30 de agosto de 2016 (alterada pontualmente pela Instrução
CVM 579/2017). Observe-se que os FIPs voltados para atividades de infraestrutura e multiestratégia (investimentos
em diferentes tipos e portes de sociedades investidas) não são contemplados pela Medida Provisória.
17
O Fundo Social, criado pela Lei n⁰. 12.351/2010, com receitas derivadas especialmente
dos royalties e da participação especial decorrentes da exploração e petróleo e gás nas
áreas localizadas no pré-sal, tinha por finalidade constituir fonte de recursos para o
desenvolvimento social e regional, na forma de programas e projetos nas áreas de
combate à pobreza e de desenvolvimento nas áreas de educação, cultura, esporte,
saúde pública, meio ambiente e mitigação e adaptação às mudanças climáticas, mas
também para ciência e tecnologia.30
Originalmente, o Fundo Social foi pensado como uma poupança pública de longo prazo,
com prioridade para investimentos no exterior e uma preocupação de minimizar os
impactos de uma liquidez interna excessiva causada pelo eventual crescimento
expressivo das contrapartidas geradas pela exploração do pré-sal.
Esta concepção original acabou sendo parcialmente alterada pela Lei n⁰. 12.858 de 2013,
que dispôs sobre a alocação de recursos do Fundo Social para as áreas de saúde e
educação, com prioridade para a educação básica. Como exemplo desta destinação, o
Orçamento Geral da União de 2018 alocou R$ 6,1 bilhões oriundos do Fundo Social para
o Ministério da Educação, dos quais R$ 1,5 bilhões junto ao FNDE e R$ 2,5 bilhões junto
à CAPES, apesar da prioridade definida em Lei ser a educação básica.
As receitas recentes do Fundo Social não atingem os valores inicialmente previstos, mas
são muito expressivas. Nos três últimos trimestres, os repasses foram respectivamente
de R$ 2,2 bilhões, em fevereiro de 2018, R$ 2,6 bilhões, em maio de 2018, e 3,4 bilhões
em agosto de 2018. É possível estimar, com base nos preços atuais do petróleo e com a
subida do dólar, que os repasses ao Fundo Social ultrapassem R$ 11 bilhões em 2018. 31
Já há previsão legal, no âmbito da Lei n⁰. 12.351/2010, para alocar recursos para a área
de CT&I. Por outro lado, a destinação para a área de educação e saúde dada pela Lei n⁰.
12.858/13, atinge apenas 50% dos recursos do Fundo Social e os demais 50% ainda não
foram regulados. Bastaria, portanto, para alocar recursos do Fundo Social junto ao
FNDCT, um decreto que regulamentasse este instrumento jurídico. Para tanto, a
questão central é saber se esta destinação se insere nas prioridades do Executivo
Federal ou não. Há aqui duas alternativas: alocar diretamente no FNDCT, nos moldes de
outras fontes, por exemplo 15% do montante transferido anualmente ao Fundo Social,
para atividades de fomento voltadas para inovação, por exemplo; ou uma alternativa de
menor impacto fiscal que seria aportar recursos ao FNDCT destinados para funding de
crédito para P&D e suporte a novos Fundos de Venture, com previsão de retorno do
principal ao FNDCT, a fim de capitalizá-lo no futuro.
A Lei n⁰ 10.168, de 2000, modificada pela Lei nº 10.332, de 2001, e regulamentada pelo
Decreto 4.195 de 2002, instituiu uma Contribuição de Direito Econômico de 10% sobre
os valores de remessas ao exterior decorrentes de importâncias pagas, creditadas,
entregues, empregadas ou remetidas ao exterior, a título de royalties ou remuneração,
que tenham por objeto fornecimento de tecnologia; prestação de assistência técnica
(serviços de assistência técnica e serviços técnicos especializados); serviços técnicos e
de assistência administrativa e semelhantes; cessão e licença de uso de marcas; e cessão
e licença de exploração de patentes. Atualmente esta receita é uma das principais fontes
do FNDCT. Em 2017 ela totalizou R$ 2,1 bilhões, praticamente metade dos R$ 4,3 bilhões
arrecadados pelos Fundos Setoriais naquele ano.
As mesmas Leis que criaram a CIDE também reduziram a alíquota do Imposto de Renda
incidente sobre estas remessas, anteriormente de 25%, para 15%, de forma a manter a
carga tributária total no percentual de 25%.32 Posteriormente, em 2003 e 2004, novas
Leis acabaram fazer incidir sobre estas remessas também o ISSQN, o PIS-Importação e a
COFINS-Importação, onerando ainda mais a importação de serviços.33
No que toca à CIDE, apesar das regulamentações posteriores e das Instruções
Normativas da Receita Federal sobre esta matéria, sempre restaram controvérsias
acerca da interpretação das Leis e dos Decretos que regulamentam esta Contribuição e,
em especial, sobre qual sua base de incidência. Consolidou-se, no âmbito da advocacia
privada, a noção de que a Lei teria uma redação problemática e sujeita a interpretações
distintas.
Um primeiro questionamento foi sobre a incidência da CIDE sobre as remessas ao
exterior de royalties devidos por direitos autorais. A Câmara Superior do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) acabou definindo que a CIDE incide também
sobre esta modalidade de remessa. Aqui reside uma questão até maior, pois a noção de
royalties, na legislação tributária, vai muito além do que supostamente seria o objeto
32 Algumas alíquotas do IRRF sobre remessas haviam sido reduzidas antes da criação da CIDE. As distorções
causadas por diferentes alíquotas, conforme a natureza da remessa, levaram a Secretaria da Receita Federal - SRF a
propor a CIDE como forma de evitar práticas de administração tributária indesejáveis.
33 A importação de serviços está sujeita, além do IRRF e da CIDE, ao pagamento de PIS-Importação, do COFINS-
Importação, de IOF e do ISSQN. Ver: Confederação Nacional da Indústria, Tributação sobre importação de serviços:
impactos, casos e recomendações de políticas. Brasília, CNI, 2013.
19
34 Ver: Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil, nº 1455, de 06 de março de 2014, Art. 17 e ss. Para a
definição de royalties no âmbito do Imposto de Renda ver: Artigos 52 e ss, Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999.
35 “Pela Lei n.º 10.332/01 (...) a CIDE incide também, a partir de 1º de janeiro de 2002, nos pagamentos efetuados
pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência
administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas
jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários
residentes ou domiciliados no exterior. Assim, também os demais royalties – não só os de propriedade industrial –
estão abrangidos pelo tributo”. Apud: Barbosa, Denis B., Contratos em Propriedade Intelectual, sem data. Disponível
em: http://www.denisbarbosa.addr.com/arquivos/apostilas/ufrj/contratos_propriedade_intelectual.pdf
36 Art. 20 da Lei nº 11.452/2007, que alterou o disposto na Lei nº 10.168/2000.
37 Ao longo dos anos, exceções à incidência da CIDE foram criadas por regimes tributários diferenciados, como no
Informática, Telecomunicações, Energia, Recursos Hídricos, Transporte, Mineral, Aviação Civil, Saúde,
Aeroespacial, Software e Inspeção Veicular. O Fundo de Software acabou dando origem ao Fundo Verde-Amarelo, o
de Inspeção Veicular nunca foi criado, em seu lugar originou-se o Fundo de Biotecnologia.” Pacheco, C. A., A
Criação dos “Fundos Setoriais” de Ciência e Tecnologia, Revista Brasileira de Inovação, Rio de Janeiro (RJ), 6 (1),
p.191-223, janeiro/junho 2007.
20
39 O Brasil tem cerca de trinta acordos de bitributação com países como China, Argentina, França, Coréia do Sul e
Japão, embora não tenha om países muito relevantes como Estado Unidos. Estes acordos tratam fundamentalmente de
Impostos sobre a Renda e incluem capítulos específicos sobre royalties, estabelecendo limites sobre a tributação nos
Estados contratantes, mas não incluem a CIDE sobre Remessas.
40 As negociações para entrada do Brasil na OECD colocam outras questões acerca da tributação de royalties. Ainda
que os princípios da ‘Tax Convention on Income and on Capital’ da OECD não sejam aceitos por muitos países, eles
partem do preceito de que a taxação de royalties derivados de patentes deveriam, como regra geral, se dar apenas no
país de residência do detentor da patente. OECD (2017), Model Tax Convention on Income and on Capital:
Condensed Version 2017, OECD Publishing.
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41 Ver: http://www.mctic.gov.br/mctic/opencms/fundos/fndct/paginas/conselho-diretor-cd.html.
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Figura VII
Estrutura de Governança dos Fundos Setoriais
Fonte: Relatório de Gestão do Exercício de 2017 do FNDCT, FINEP, Rio de Janeiro, 2018.
cada uma destas categorias de programação específicas, todas tendo como Secretaria
Executiva a FINEP, mas podendo ser operados também pelo CNPq, que especificamente
coordenaria uma destas contas, acabando ao mesmo tempo com as ações transversais,
a saber:
Fundo de Infraestrutura e Fomento à Ciência Básica (25% das receitas do
FNDCT), com o objetivo de fomentar a infraestrutura de pesquisa do país,
inclusive por meio de contratos de gestão com Organizações Sociais
qualificadas pela União, apoiar grupos de excelência, com foco na pesquisa
básica de maior ousadia e qualidade, e enfatizar a internacionalização da
colaboração acadêmica. Este Fundo seria operacionalizado pelo CNPq, com
papel similar ao de uma Secretaria Executiva do Fundo, e se constituiria na
prática no seu principal orçamento de fomento, complementado pelas fontes
do OGU, não sendo permitido utilizar recursos do Fundo para programas de
bolsas regulares, que deveriam ser cobertas pelo orçamento próprio do
CNPq;42
Fundo de Fomento às Áreas de Ciências Aplicadas e Tecnologias Agrárias, da
Vida, Biológicas e da Saúde (25% das receitas do FNDCT), com o objetivo de
fomentar pesquisas nas áreas especificadas, sejam elas básicas ou aplicadas,
incluindo iniciativas de apoio à inovação e à pesquisa colaborativa universidade
empresa ou para empresas emergentes (startups), abarcando atividades ao
longo de toda a cadeia do conhecimento necessária para o desenvolvimento
científico e tecnológico destes setores, a serem definidos em Diretrizes
Estratégicas aprovadas anualmente pelo seu Comitê Gestor;
Fundo de Fomento às Áreas de Ciências Aplicadas e Tecnologias em Energia,
Engenharias, Tecnologias da Informação e Comunicações e Aeroespacial (25%
das receitas do FNDCT), com o objetivo fomentar pesquisas nas áreas
especificadas, sejam elas básicas ou aplicadas, incluindo iniciativas de apoio à
inovação e à pesquisa colaborativa universidade empresa ou para empresas
emergentes (startups), abarcando atividades ao longo de toda a cadeia do
conhecimento necessária para o desenvolvimento científico e tecnológico
destes setores, a serem definidos em Diretrizes Estratégicas aprovadas
anualmente pelo seu Comitê Gestor;
Fundo FNDCT Inovação (25% das receitas do FNDCT), com o objetivo de apoiar
atividades de risco tecnológico, em parceria com investidores anjos, fundos de
venture e de equity, com foco em startups de base tecnológica, fomentar
parcerias público-privadas voltadas à inovação tecnológica, pesquisa
cooperativa entre Universidade e Empresa, operar programas de subvenção
econômica a empresas e plataformas demonstradoras ou o escalonamento de
tecnologias e projetos de P&D pré-competitivo de empresas ou consórcios de
empresas, nos moldes do Art. 20 da Lei de Inovação.43 Este Fundo deveria
voltar-se a promover maior integração das ações da FINEP com outras
42 Esta definição ajudaria a nortear a alocação e recursos entre as atividades científicas e de inovação, na linha do
sugerido por Marcos Cintra: “Para facilitar a governança dos recursos, é desejável de antemão uma divisão dos
recursos entre atividades científicas de excelência e as atividades de inovação”, Cintra, Marcos, Financiamento à
Inovação no Brasil: Uma Política Pública Incompleta, position paper, junho de 2018.
43 Este artigo possibilita contratar ICT, entidades de direito privado sem fins lucrativos ou empresas, isoladamente ou
em consórcios, para a realização de atividades de P&D e inovação que envolvam risco tecnológico, para solução de
problema técnico específico ou para a obtenção de produto, serviço ou processo inovador.
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6. Conclusão
Este texto procurou fazer um balanço da trajetória dos Fundos Setoriais, buscando nesta
avaliação as bases para uma proposta de reestruturação do FNDCT. Esta é uma
necessidade indicada por muitos atores e analistas das políticas de C&TI. Será
claramente uma tarefa complexa, trabalhosa e eventualmente demorada. Mas ela é
imperiosa e deve ser priorizada pelo novo Governo, inclusive valendo-se do contexto de
outras reformas mais amplas que estarão na sua agenda.
Embora trabalhosa, é uma tarefa factível. Contextos de crise impõe que este exercício
seja estimulado, caso contrário não teremos alternativa de fomentar o desenvolvimento
tecnológico e a inovação e teremos muitas dificuldades para ampliar a competitividade
e a produtividade da economia brasileira.
Evidentemente, uma reforma desta natureza dificilmente possa valer-se de um blueprint
acabado de partida. As sugestões aqui apresentar são, neste sentido, muito mais um
estímulo para reflexão do que um roteiro definitivo para ser implementado. Creio,
contudo, que podem ser um bom ponto de partida para uma reflexão mais ampla de
como reformar o modelo de financiamento ao desenvolvimento científico e tecnológico
do país.
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Bibliografia e Fontes
Barbosa, Denis B., Contratos em Propriedade Intelectual, sem data.
http://www.denisbarbosa.addr.com/arquivos/apostilas/ufrj/contratos_propried
ade_intelectual.pdf.
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Janeiro, v.10, n.20, p.229-260, dez., 2003.
https://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/A
rquivos/conhecimento/revista/rev2008.pdf
De Negri, Fernanda, Novos Caminhos para a Inovação no Brasil, Wilson Center &
Interfarma (org.), Wilson Center, Washington, 2018.
OECD (2017), Model Tax Convention on Income and on Capital: Condensed Version
2017, OECD Publishing.
Pirró e Longo, Waldimir & Derenusson, Maria Sylvia, FNDCT, 40 Anos, Revista Brasileira
de Inovação, Rio de Janeiro (RJ), 8 (2), p.515-533, julho/dezembro 2009.
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rbi