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01.

Resolução
a) No primeiro quadrinho, a expressão “passar vergonha” auxilia na construção
da expectativa de que o papagaio utiliza palavrões tão fortes a ponto de causar
constrangimento ao seu dono.
b) A fala do primeiro quadrinho traz a informação explícita de que os palavrões
ditos pelo papagaio causam constrangimentos ao seu dono, o que é
confirmado no segundo quadrinho. Essa fala traz também a idéia de que o
motivo desses constrangimentos seja o conteúdo obsceno dessas palavras,
uma vez que, por se tratar de um papagaio, pressupõe-se que seu repertório
seja composto por palavras de calão. Esta idéia é alterada no segundo
quadrinho por meio da fala do papagaio, mostrando que, ao contrário do que
se espera, as palavras utilizadas são ingênuas, típicas da fala infantil, o que
causa embaraços ao dono do papagaio, justamente por seu caráter inusitado.
02.
Resolução
a) A parte do texto que expressa ironia é: “essas mães produzem marginais
apenas quando dão à luz ou também quando votam?”. Dessa forma, o autor
da carta insinua que os políticos eleitos pelas mães faveladas – incluindo o
autor do comentário – são marginais.
b) A construção referida é “produzem marginais apenas quando dão à luz ou
também quando votam”. A utilização das expressões apenas e ou também
tem função de incluir ou adicionar. Dessa forma, o autor da carta coloca Sérgio
Cabral como marginal, mas reafirma a idéia do governador fluminense de que
as mães faveladas produzem marginais ao dar à luz. Uma vez que a intenção
do autor é criticar essa afirmação, seria mais adequada uma construção que
indicasse a oposição entre o ato de dar à luz e o de votar, como: “produzem
marginais quando dão à luz ou quando votam”, que mostra duas alternativas
que se excluem.
03.
Resolução
a) O uso da expressão no contexto nacional indica uma situação criminosa, em
geral envolvendo corrupção, que não traz conseqüências justas aos
envolvidos. Mas também poderia significar, para alguém que não está
familiarizado com este uso, um final festivo.
b) Por possuir um sentido diferenciado no contexto brasileiro, a expressão
“acabar em pizza” contribui para a construção da imagem de um provedor que
consegue compreender os usos lingüísticos e até traços culturais de cada
país.

04.
Resolução
a) Em “um estranho chamado João”, a palavra “chamado” significa indicar um
nome, no caso, o nome de João a quem se refere o poema. Em “a chamado
geral?” o termo tem o sentido de invocação. Como se muitos leitores
convocassem João a escrever como escrevia. Percebe-se isso nos versos
anteriores até a expressão “acudindo”.
b) As expressões “fabulista”, “fabuloso” e “fábula” são, no poema, características
atribuídas a João Guimarães Rosa. Elas atuam como adjetivos, sendo a última
uma derivação imprópria, já que originalmente “fábula” é um substantivo. As
três palavras exercem a função sintática de predicativos do sujeito.
Considerando que Rosa é um escritor que trabalha a palavra aplicando os
processos de formação e que seu desempenho lingüístico é um traço
marcante e constantemente destacado, Drummond quis, possivelmente, usar
os recursos de João para falar de João. Assim, o poeta nos diz que João é um
grande (“fabuloso”) contador (“fabulista”) de histórias (“fábulas”).
05.
Resolução
a) O processo usado por Drummond foi o de prefixação. O prefixo “in” tem o
sentido de negação, portanto inenarrável é o que não se pode narrar.
Fazendo-se uma comparação, já que disfarçar é esconder, então “farçar” seria
mostrar, apontar, revelar.
b) Tais recursos contribuem para o entendimento da estrofe, pois são
características do próprio João Guimarães que, às vezes, pelo uso de um
vocabulário inusitado não dá aos leitores segurança para a compreensão. Daí
os versos de Drummond nos apontam um João que, mesmo quando
disfarçava, revelava as realidades as quais “não ousamos compreender”.
06.
Resolução
a) Nesses casos, as aspas têm a finalidade de indicar que as expressões
destacadas se tratam de gíria ou expressões regionais de uso popular.
b) No texto, marca-se a oposição entre a singularidade de um desejo que tem
como objeto algo obscuro, o que no filme de Buñuel aparece mesmo como um
objeto ausente, e a banalidade dos desejos por objetos “exibidos
ostensivamente”, como o relógio de Huck ou o corpo de Mônica Veloso.

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