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Taxidermia

1 -Introdução

(termo Grego que siginifica "dar forma à pele") é a arte de montar ou reproduzir animais para exibição ou
estudo. É a técnica de preservação da forma da pele, planos e tamanho dos animais (Hidasi Filho, J., 1976).

É usada para a criação de coleção científica ou para fins de exposição, vem como uma importante ferramenta
nesse processo conservacionistas, trazendo também uma alternativa de lazer e cultura para a sociedade e
como principal objetivo, o resgate de espécimes descartados, reconstituindo suas características físicas e, às
vezes, simulando seu habitat, o mais fielmente possível para que possam ser usados como ferramentas para
educação ambiental ou como material didático.
É um procedimento exercido por biólogos, que envolve conhecimentos de diversas áreas além da Biologia,
como: Química, Anatomia, Comportamento, Ecologia, Artes Plásticas, entre outras. É uma técnica aplicada
somente em animais vertebrados e seus registros mais antigos remontam ao império egípcio, a cerca de 2.500
a.C.
Popularmente o termo "empalhar” já foi usado como sinônimo de “taxidermizar” entretanto há muito tempo
não se usam mais os rústicos manequins de palha e barro para substituir o corpo dos animais.
A Taxidermia atende a diferentes públicos como donos de animais domésticos, pescadores e caçadores
desportistas, criadouros de animais comerciais, bem como museus de história natural, entidades
conservacionista, zoológicos, universidades e mais recentemente o teatro e a televisão.
Na preparação de animais para taxidermia, são usadas diversas técnicas como, preparação de esqueleto,
preparação de pele cheia, montagem em série, montagem para exposição, preparação de pele em curtume,
diafanização, infiltração em parafina, fixação e montagem de coleção de insetos de várias espécies.

2. PROCESSOS DE PREPARAÇÃO

2.1 Peixes

2.1.1 Cuidado para não cortar a pele do peixe na hora de embarcá-lo. Embarque-o com auxílio de um puçá,
não utilizando o bicheiro que perfure a pele do exemplar;

2.1.2 Manuseie pouco o peixe para não danificar as nadadeiras que possuem película e espinhos delicados entre
os raios;

2.1.3 Não retire do peixe as vísceras, as escamas, as brânquias e os barbilhões;

1.1.4 Envolva o peixe em toalha úmida, congelando-o o mais rápido possível. Não coloque nada sobre ele, nem
guarde com outro na mesma toalha;

2.1.5 Para um resultado melhor, logo que retirá-lo da água, fotografe o peixe em posição lateral(se possível),
procurando dar maior ênfase a cor de olhos e ocelos. A coloração dos detalhes típicos de cada espécie é de
suma importância na fase de montagem e acabamento quando ficarão registrados para sempre.

Ou então pode ser feito dessa maneira:

A
Taxidermia
feita em peixes deve seguir uma regra em relação ao tipo de peixe, como por exemplo peixes de escamas mais
duras podemos usar formol até 10%, mas em tubarões e peixes chamados de peixes de couro, deve usar
formol na proporção de 1 para 25 partes de formol, a fim de evitar que sua pele fique muito enrugada.
Para peixes com escamas grossas, devemos abri-lo pela cloaca e cortar até perto das nadadeiras peitorais, feito
isso retiramos suas vísceras e o máximo que pudermos de sua carne, depois mergulhamos no formol já
preparado com a concentração certa ou podemos usar o Bórax, que é um pó, usado muito pelos taxidermistas.
Faremos o enchimento com algodão, palha, serragem, etc. Deixamos os seus olhos no lugar até o término da
taxidermia, e aí sim podemos substituir pelos olhos artificiais, que podem ser olhos de boneca, olhos feitos com
massa de biscuit, durepoxi,etc.

Para peixes cartilaginosos como os tubarões, abrimos do mesmo modo dos outros peixes, e temos que retirar o
máximo de carne para que não ocorra nenhum enrugamento, é preciso tomar o cuidado para não furar a pele
do tubarão, em animais muito grandes, devemos fazer uma armação de arame interna para que atue como um
suporte.
Alguns peixes pode ser preciso curtir a pele, para isso usamos alúmen de potássio, onde deixaremos 24 horas
ou mais, como é o caso do tubarão que chamamos de enfermeira, que possui a pele muito grossa.

2.2 Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos de pequeno e médio porte


2.2.1 Em primeiro lugar coloque um chumaço de algodão na boca e no ânus para evitar que sangue e
excrementos venham a danificar o animal (caso aplicado mais a aves e mamíferos);

2.2.2 Envolva o exemplar em uma folha de jornal, acondicionando-o da melhor forma possível (por exemplo
dobrando para junto do corpo o pescoço e cauda) e logo em seguida coloque em um saco plástico e congele
imediatamente.

2.3 Mamíferos de grande porte


A taxidermia em mamíferos segue a mesma linha dos outros processos, sendo que é importante curtir a pele
com alúmen de potássio durante 24 horas ou mais.
O primeiro passo para a taxidermia em mamíferos, é preciso fazer a limpeza da pele, retirando toda a carne
existente possível, como exemplo vamos falar sobre o rato (Rattus norvegicus albinus), utilizado em
experimentos de laboratório.
Retiramos também o esqueleto, sendo que deixaremos os ossos das patas para que possamos ter um apoio
para montar depois, o crânio deve ser removido ou não, dependendo da limpeza que for feita nele. Injetaremos
formol 10% em partes que não haja possibilidade de retirar toda a carne.

2.3.1 Cape

a- Faça uma incisão no centro de cada um dos chifres (parte posterior) as quais se encontrarão em triângulo e
seguirão em corte único até mais ou menos 10 cm após as patas dianteiras. (Figs. 1 e 2)
b- Corte as cartilagens das orelhas na base do crânio e tome muito cuidado nos cortes dos olhos, canais
lacrimais, do nariz, da boca e lábios.
c- Nos olhos, passe o dedo na abertura da parte externa, para assegurar que o corte não danifique a pele fina
em torno dos olhos, removendo toda a membrana possível para a penetração do sal.
d- No nariz, corte o mais profundo possível os sulcos . Depois na aplicação do sal, remova os excessos.
e- Na boca e lábios, corte a membrana o mais próximo possível dos dentes.
f- Após a pele do cape retirada (Fig.3), lave-o deixando escorrer o excesso de água. Coloque a "máscara" do
lado avesso ( lado da carne ) completamente envolvida por sal grosso durante aproximadamente 24 horas,
onde esta estará em uma prancha com inclinação de 45o.
Após o período citado, retire o excesso de sal, dobre orelhas e cabelos para dentro, enrolando o cape,
envolvendo em sacos plásticos e congelando-o, podendo agora seguir viagem de longas distâncias.
OBS: Nos locais de retirada da pele, onde o número de insetos for grande, sugere-se a pulverização com
inseticida.

2.3.2 Crânio e chifres

a- O crânio como indicado na (Fig.4) poderão ser serrados. Em seguida é necessário remover toda a carne e
salgar o crânio.
b- Quando se pretender o aproveitamento total do crânio , iniciaremos um processo de cozimento do mesmo
emergindo-o até a base dos chifres para a remoção do excesso de carne. O cozimento deverá ser feito de
maneira cautelosa para não danificar o crânio, deverá simplesmente retirar os excessos para o transporte.
2.3.3. Corpo inteiro
a- Faça uma incisão na parte ventral do exemplar na altura do peito até o início da cauda. Logo após faça uma
incisão percorrendo o centro das patas dianteiras e traseiras para que se encontrem com a incisão central. (Fig.
5)
b- Quando o desprendimento da pele chegar ao pescoço, deveremos seguir os mesmos passos que o CAPE
(somente nos animais com chifre) fazendo a incisão central chegar até a base do maxilar inferior e aí sim
removeremos toda a pele pela parte dianteira do exemplar, até chegar aos chifres ou cornos, fazendo como no
CAPE o desprendimento do couro do chifres ou cornos pela parte dorsal do pescoço (Fig. 2). Nenhuma incisão
traseira é feita no caso de Canídeos e Felídeos.
c- É importante remover todo o excesso de carne gordura antes de salgar a pele, o procedimento de
preparação e embalagem ocorrerá da mesma forma que o CAPE.
d- Nas espécies de Canídeos e Felídeos, a incisão central do peito, segue somente até o início do pescoço e a
incisão que percorre as patas, deverá chegar até as almofadas dos pés.

2.4 PRECAUÇÕES:
2.4.1 Peles grossas
A penetração de sal ocorre em uma espessura máxima de 5mm (1/4 de polegada), por isso alguma orientações
são necessárias, assim como:
a- o transporte feito o mais rápido possível para a preparação do material;
b- o congelamento imediato;
c- cortes transversais e paralelos, em toda a parte interna da pele (cuidado para não chegar ao pêlo), antes da
salga;
d- afinar a pele para que o sal consiga agir.

2.5 Com a preparação de materiais:


2.5.1. Crânios & Chifres
a- Crânios fervidos em excesso que chegam completamente frágeis ou em partes.
b- Nos predadores a falta de dentes. Crânios e chifres sem etiquetas ou não identificados.
c- Crânios mal fervidos, contendo vermes ou mau cheiro.
2.5.2 Peles para Capes ou Corpo Inteiro
a- Peles sem etiquetas ou identificados incorretamente.
b- Utilização de sal grosso sujo ou de má procedência ou insuficiente.
c- Orelhas, lábios, olhos, e bordos cortados incorretamente.
d- Sangue na pele e pêlos.
e- Gordura nas peles.
f- Tempo excessivo de espera para a preparação.
g- Insetos que podem danificar as peles.

2.6 TAXIDERMIA EM CRUSTÁCEOS


a- Escolher o animal a ser taxidermizado.

b- Para ser usado a longo prazo deve-se congela-lo. Não mantê-lo em álcool e nem formol, pois, os líquidos
fixadores desbotam os espécimes e deixam seus ligamentos rígidos, impossibilitando a montagem do animal.

c- Ferramentas para a taxidermia:


c.a) Pinça de ranhura de ponta rombuda reta.
c.b) Espátulas feitas de arame
c.c) Estilete de lâmina ou bisturí.
c.d) Pinça de ranhura de ponta fina.

d- Lavar o animal em água corrente, a fim de retirar sujeiras incrustadas.

e-. Com a ponta do estilete ou bisturí, introduzir na região posterior da carapaça do crustáceo e com cuidado
retirar a carapaça (é uma região muito fácil de quebrar).

f- Com as pinças e com as espátulas, ir limpando toda a carapaça por dentro, o máximo que conseguir e com
muito cuidado no local onde estão as peças bucais. Em seguida lavar em água corrente com cuidado, a
carapaça e o resto do corpo.

g- Mergulhar em formol 6% por um dia.

h- Retirar do formol, se sobrar algum resto de carne dentro não tem importância, pois

o formol vai fixar ressecando o que sobrou.

i- Montar o animal de modo que ele fique em uma posição o mais natural possível, como se estivesse vivo.

j- A carapaça será encaixada e colada depois, para que o interior do animal possa secar. Em seguida
aplicaremos uma camada de verniz em spray para que possa ter uma maior durabilidade.

l- Pode-se colocar o animal em um pedestal de madeira, ou fazer uma caixa de vidro ou acrílico.

3 – Bibliografia Consultada & Citações.

Dicas de Taxidermia – http://www.taxidermia.com.br/dicas.htm.


Taxidermia – Wickpédia, enciclopédia livre
Taxidermai – AQUABIOTECH, http://aquabiotech2.tripod.com/id8.html.

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